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ATENDIMENTO PRÉ- HOSPITALAR ABELINE ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE EDUCAÇÂO ONLINE Total da carga horária de 120h/a Base legal: nº.9394/96 art. 67 e 87, inciso III e Parecer nº.64/2004 - CEDF CNPJ.: 21.197.672/0001-09 -1° Módulo: Introdução Pág -03 - 2° Módulo: Direção Defensiva Pág-09 - 3° Módulo: Cinemática do Trauma Pág-32 - 4° Módulo: Equipamentos utilizados no atendimento Pág-53 - 5° Módulo: Sinais Vitais Pág-67 - 6° Módulo: Atendimento Inicial Pág- 86 - 7° Módulo: Vias Aéreas Pág-104 - 8° Módulo: Ressuscitação Cardiopulmonar Pág-130 - 9° Módulo: Hemorragia e Choque Pág-170 - 10° Módulo: Fraturas e luxações Pág-191 - 11° Módulo: Traumatismo cranioencefálico e raquimedular Pág-205 - 12° Módulo: Trauma de tórax Pág-224 - 13° Módulo: Referências Bibliográficas Pág-248 1° Módulo: Introdução A ÉTICA E HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO PRÉ- HOSPITALAR 1. Ética Toda pessoa é dotada de uma consciência moral que a faz distinguir entre o certo e o errado, entre o bem e o mal, capacitando-a a avaliar suas ações no contexto a que é solicitado, ou seja, é capaz de nortear suas atitudes pela ética, a qual pode-se dizer é um conjunto de valores, que se tornam deveres em determinadas culturas ou grupos, sendo expressos em ações. A ética é, normalmente, uma norma de cunho moral que obriga a conduta de uma determinada pessoa, sob pena de sanção específica, mas pode também regulamentar o comportamento de um grupo particular de pessoas, como, por exemplo, bombeiros, policiais, médicos, enfermeiros, etc. A partir deste momento, estamos nos referindo à ética profissional, mais conhecida como deontologia, que caracteriza-se como conjunto de normas ou princípios que têm por fim orientar as relações profissionais entre pares, destes com os cidadãos, com sua guarnição de serviço, com as instituições a que servem, entre outros. Como a sua margem de aplicação é limitada ao círculo profissional, faz com que estas normas sejam mais específicas e objetivas, gerando o advento dos Códigos de Ética elaborados por associações de classe, como, por exemplo, o Código de Ética Médica Brasileiro. No caso do Corpo de Bombeiros do Paraná, o Decreto Estadual nº 5.075/98 (Regulamento de Ética Profissional dos Militares Estaduais do Paraná), prescreve em seu artigo 5º, que a ―... deontologia militar é constituída pelo elenco de valores e deveres éticos, traduzidos em normas de conduta, que se impõem para que o exercício da profissão militar atinja plenamente os ideais de realização do bem comum, através da preservação da ordem pública.‖ Assim como a atividade do médico e do enfermeiro possuem codificações próprias, o bombeiro militar também tem sua conduta pesada em Código próprio, que o obriga a prestar seu serviço de atendimento pré-hospitalar calcado em valores e deveres militares, não menos importantes, que o dos códigos dos profissionais de saúde. Ao longo do Curso de Socorristas, são ensinadas normas técnicas que indicam fórmulas do fazer, que são apenas meios de capacitação, levando o homem a atingir resultados. Todavia a técnica não deve perder sua correlação natural com as normas éticas, que atenuam o sofrimento da vítima e humanizam o atendimento. O socorrista deve saber equilibrar os dois pratos da balança que formam seu caráter profissional: o lado técnico e o lado emocional. Caso haja uma prevalência de qualquer um dos lados, o atendimento pode ser comprometido tanto pelo lado humano, quanto pelo lado científico. O bombeiro militar que tenha completo domínio do atendimento pré-hospitalar, mas que não tenha o discernimento necessário para atuar com atenção especial nos casos que assim requeiram, não possui o caráter ético-profissional para ser socorrista. O mesmo se aplica àquele que possua um equilíbrio emocional e não saiba as técnicas pré-hospitalares. Para um atendimento pré-hospitalar satisfatório o socorrista deve possuir, além do equilíbrio emocional e da competência técnico-científica, uma competência ética, fundamental para a humanização do serviço. A competência ética no atendimento pré-hospitalar é formada por quatro vertentes de relacionamento, sendo elas: ● Socorrista e outros militares; ● Socorrista e profissionais de saúde; ● Socorrista e vítima; ● Socorrista e parentes/conhecidos/outros envolvidos. As relações dos socorristas com outros militares e profissionais de saúde não trazem muitos problemas, pois a formação militar facilita o relacionamento. Resta-nos analisar e fundamentar os princípios para um relacionamento ético entre bombeiros e vítimas, e bombeiros e parentes/conhecidos/outros envolvidos no trauma. Estes dois tipos de relacionamentos estão baseados em três princípios fundamentais: ● Respeito à pessoa; ● Solidariedade; ● Sentimento do dever cumprido. Tendo por base estas três premissas, o socorrista saberá pautar suas atitudes e considerar as alterações emocionais decorrentes do trauma. Não se deixará influenciar pela conduta social da vítima incorrendo num julgamento errôneo (fará um atendimento imparcial), atentará para os cuidados com a exposição da vítima, terá atenção especial com crianças, e terá a seriedade como base para uma postura profissional que se espera. Um atendimento perfeito ocorre quando, mesmo com o sucesso do emprego de todas as técnicas dominadas pelo socorrista, atende-se a dignidade da pessoa humana em todo seu alcance, angariando o respeito e a admiração da vítima e outras pessoas envolvidas, pelo elevado grau de profissionalismo existente na corporação. 2. Humanização: Um Abrandamento do Caráter Técnico da Medicina A Portaria GM/MS n.º 1.863, de 29 de setembro de 2003, trata da ―Política Nacional de Atenção às Urgências‖ trazendo novos elementos conceituais, como o princípio da humanização. Parece estranho falar de humanização num campo em que deveria ser implícito o ―amor ao próximo‖, como é o caso da medicina. Todavia, com o advento da vida moderna, a explosão demográfica e os parcos e poucos recursos e investimentos na área da saúde, fazem com que o profissional, muitas vezes, tenha uma sensação de impotência frente ao sofrimento de milhares de pessoas, e, com isso faz crescer no seu íntimo, mesmo que de modo imperceptível, mecanismos de defesa em que cria uma verdadeira ―casca‖, não vendo na vítima uma pessoa, mas um objeto que necessita de seus cuidados profissionais, visto que não tem a solução para todas as mazelas criadas por falta de políticas públicas de saúde. Necessário foi ao Ministério da Saúde humanizar o serviço, através de um programa próprio, visando atenuar os efeitos desumanizantes, que retira da pessoa humana seu mais importante valor: a dignidade. No caso do atendimento pré-hospitalar, o conhecimento cientifico deveria ser, por si só, motivo de sucesso para um resultado positivo quando no socorro à vítima. O que se tem observado recentemente é que este fator,somado à estressante rotina dos numerosos atendimentos diários nos grandes centros, bem como a fragilidade do ser humano, tanto do paciente como do socorrista (ambos envolvidos com sentimentos de respeito, simpatia, empatia, angústia, raiva, medo, compaixão), o que tem gerado problemas no atendimento à vítima. Deixamos de ver nele muitas vezes o ser humano que está necessitado, hora pelo enfoque direto no trauma, hora pela banalização do acidente. Necessário, então, é falar em humanização no atendimento pré-hospitalar. Então: o que é humanização ? Podemos entende-la como valor, na medida em que resgata o respeito à vida humana, levando-se em conta as circunstâncias sociais, éticas, educacionais e psíquicas presentes em todo relacionamento humano. Humanizar o atendimento não é apenas chamar a vítima pelo nome, nem ter um sorriso nos lábios constantemente, mas também compreender seus medos, angústias e incertezas, dando-lhe apoio e atenção permanente. O profissional humanizado deve apresentar algumas características que tornam o atendimento a um traumatizado mais digno: ● Focalizar não somente o objeto traumático, mas também os aspectos globais que envolvem o paciente, não se limitando apenas às questões físicas, mas também aos aspectos emocionais; ● Manter sempre contato com a vitima, buscando uma empatia por parte da mesma; ● Prestar atenção nas queixas do paciente, tentando sempre que possível aliviar a dor do paciente; ● Manter a vitima, sempre que possível, informada quanto aos procedimentos a serem adotados; ● Respeitar o modo e a qualidade de vida do traumatizado; ● Respeitar a privacidade e dignidade do paciente, evitando expor o mesmo sem necessidade. Os profissionais da área da saúde e não oriundos da área da saúde, como os bombeiros militares, por sua formação, dedicam-se ao atendimento humanitário. E, assim sendo devem ter sempre uma conduta humanista, no entender de Pablo González Blasco: "humanista é o homem que define atitudes concretas diante da vida, fruto da sua reflexão e como conseqüência de uma filosofia que norteia sua existência. Se este homem humanista é médico, essas atitudes que envolvem a sua própria vida atingirão as outras vidas, aquelas que ele tem que cuidar, e portanto implicarão uma postura concreta diante da vida humana, da vida doente, do sofrimento e da dor, da vida que se acaba". Humanizar também é, além do atendimento fraterno e humano, procurar aperfeiçoar os conhecimentos continuadamente; é valorizar, no sentido antropológico e emocional, todos os elementos implicados no evento assistencial. Na realidade, a humanização do atendimento, seja em saúde ou não, deve valorizar o amor ao próximo, prestigiando a melhoria nos relacionamentos entre pessoas em geral. 1° Módulo: Introdução 2° Módulo: Direção Defensiva 3° Módulo: Cinemática do Trauma 4° Módulo: Equipamentos utilizados no atendimento 5° Módulo: Sinais Vitais 6° Módulo: Atendimento Inicial https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4048 https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4049 https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4050 https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4051 https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4052 https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4053 7° Módulo: Vias Aéreas 8° Módulo: Ressuscitação Cardiopulmonar 9° Módulo: Hemorragia e Choque 10° Módulo: Fraturas e luxações 11° Módulo: Traumatismo cranioencefálico e raquimedular 12° Módulo: Trauma de tórax 13° Módulo: Referências Bibliográficas 2° Módulo: Direção Defensiva 1. Introdução Como motorista de uma ambulância, além de dominar todas as habilidades indispensáveis à prática da direção segura de veículos em geral, você deverá estar familiarizado com conceitos próprios da condução de uma vítima e da equipe que lhe oferece atendimento, pois na qualidade de motorista você é responsável pela sua própria vida e das outras pessoas presentes no trânsito. Além disso, você é responsável pela segurança da sua equipe de socorristas e pelo bem estar da vítima conduzida no interior da ambulância. 2. Direção e Segurança A maioria dos acidentes de trânsito, decorrem em sua maioria de erros humanos, pelos seguintes motivos: ● Desrespeito as Leis, Normas e regulamentos de trânsito; https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4054 https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4055 https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4056 https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4057 https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4058 https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4058 https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4059 https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4060 ● Abuso dos limites operacionais de segurança do veículo; ● Pressa excessiva em querer chegar no local da ocorrência, e posteriormente ao hospital; ● Descortesia no trânsito: ser cortês alivia o stress do trânsito, demonstra alto nível de educação e elevação social. ● Irresponsabilidade agindo com negligência, imprudência ou imperícia; ● Condição física do condutor, como cansaço, sonolento e sob efeito de drogas em geral (álcool, medicamentos, etc.) 3. Elementos de Direção Defensiva Direção defensiva é dirigir de modo a evitar acidentes, apesar das ações incorretas (erradas) dos outros e das condições adversas (contrárias), que encontramos nas vias de trânsito. Existem alguns elementos fundamentais para a boa prática da direção defensiva, com a observação dos mesmos o risco é diminuído, são eles. 3.1. Conhecimento É o ato de estar sempre consciente das noções exigidas para a habilitação, os conteúdos do CTB (Código de Trânsito Brasileiro) e as informações sobre os riscos e a melhor forma de evitá-los. Embora a experiência seja uma fonte importantíssima de conhecimento, demonstra-se que, o programa de treinamento aumenta em muito a capacidade defensiva do motorista. 3.2. Atenção Enquanto dirige, o motorista tem que estar alerta o tempo todo, zelando pela sua própria segurança, dos passageiros e da vítima que está transportando, bem como pelos demais presentes no trânsito. Estar alerta significa estar com a atenção concentrada todo o tempo no ato de dirigir, sem distrações, vendo tudo o que se passa adiante, atrás (espelhos retrovisores) e nas laterais do veículo. O pensamento deve ocupar-se exclusivamente do ato de dirigir e não de outros assuntos. Atento, o motorista pode reconhecer situações de perigo potencial, reagir em tempo e agir de modo a prevenir acidentes. 3.3. Previsão É a capacidade de antecipar ou antever situações e eventos, são muitas vezes frações de segundos, porém, tendo em mente uma atitude de previsibilidade, será suficiente, para tentar uma reação positiva, evitando um acontecimento. Se o motorista, vistoria o veículo antes de assumir o serviço, programa o itinerário, reduz a velocidade próximo a áreas de risco como cruzamentos, escolas, hospitais, etc., se o motorista, ao ver uma criança brincando na calçada, antevê a possibilidade de que ela possa atravessar a rua repentinamente e diminuí a velocidade, terá melhores condições de frenagem ou desvio do veículo caso o inesperado aconteça. 3.4. Decisão É a possibilidade da ação de decidir, diante de uma situação de risco. É saber escolher dentre as opções possíveis a de maior segurança naquele momento específico. 3.5. Habilidade É o requisito desenvolvido através do aprendizado e do treinamento. Conduzir um veículo de socorro, é um ato de muita responsabilidade, muitas vezesa emergência, a adrenalina, o stress, tendem a dominar a situação, porém o bom motorista, se mantém paciente e calmo, não deixando-se dominar por sensações que tendem a alterar seu estado psicológico e as funções mecânicas do corpo físico. Necessitando o motorista, desenvolver a habilidade de realizar manobras entre veículos, ultrapassagens, cruzamentos, canaletas de expresso, entre outros. Mas, com condições, é fundamental demonstrar as suas ações para os outros motoristas, o que pretende fazer, qual a atitude que pretende tomar, lembre-se as outras pessoas não são obrigadas a adivinhar seu pensamento. 4. Direção em Condições Adversas Algumas condições climáticas e naturais afetam as condições de trânsito. Sendo fatores ou combinações de fatores que contribuem para aumentar as situações de risco no trânsito, podendo comprometer a segurança. Sob estas condições, o motorista da ambulância, deverá adotar atitudes preventivas que garantam, como já foi visto, a segurança da equipe, da vítima e dos demais usuários das vias públicas. 4.1. Chuva Reduz a possibilidade de ver e ser visto de todos os condutores, pelo acúmulo de água nos para-brisas e pelo embaçamento dos vidros no carro fechado, causado pela respiração de seus ocupantes. Além disso, deposita uma lâmina de água sobre a pista, o que modifica a aderência dos pneus, dificultando a frenagem e favorecendo derrapagens, proporcionando a ocorrência de hidro ou aquaplanagem. 4.1.1. Atitudes defensivas do motorista: ● Conserve e revise constantemente os limpadores de pára-brisas e seu sistema de acionamento e fusíveis; ● Ao dirigir redobre os cuidados e a atenção; ● Reduza a velocidade para aumentar a aderência dos pneus ao solo, evitando derrapagens e favorecendo as ações dos freios; ● Aumente a distância com o veículo à frente, e evite ficar ao lado de outros veículos; ● Se possível, deixe dois centímetros das janelas abertas, para evitar o embaçamento e acione os dispositivos desembaçadores disponíveis; ● Acenda os faróis baixos; ● Não freie bruscamente, acione o freio suave e gradativamente; ● Em caso de chuva torrencial ou chuva de granizo, que impeçam a direção com segurança e a perda de visibilidade, estacione em local seguro, acione as luzes de alerta, e aguarde que o tempo melhore. 4.2. Aquaplanagem É quando o veículo flutua na água, perdendo a aderência do pneu com o solo, o motorista perde totalmente o controle do veículo, podendo ocorrer em qualquer tipo de piso. 4.2.1. Atitudes defensivas do motorista: ● Observar com atenção presença de poças de água sobre a pista, mesmo não havendo chuva; ● Reduzir a velocidade antes de entrar na área empoçada; ● Quando o veículo estiver na poça, não utilize os freios, segure firmemente o volante, procurando mantê-lo reto com a pista, até conseguir novamente a aderência do veículo; ● Sempre verifique a profundidade dos sulcos dos pneus da ambulância; 4.3. Vento Produzido por condições climáticas ou pela passagem de outros veículos, pode deslocar o seu veículo, reduzindo e ocasionando a perda de estabilidade e o descontrole do veículo. 4.3.1. Atitudes defensivas do motorista: ● Acostume-se a olhar a vegetação ao redor da pista, é um bom indicativo da velocidade dos ventos e sua direção; ● Ao perceber um grande veículo em sentido contrário ou ultrapassando-o, reduza a velocidade; ● Tome o controle firme do volante, afaste-se um pouco para a direita; ● Cuidado especial com pontes e viadutos. 4.4. Neblina ou Cerração 4.4.1. Atitudes defensivas do motorista: ● Ligue os faróis baixos (a luz alta causa o fenômeno da reflexão, causando ainda menos visibilidade), ou a luz de neblina se tiver; ● Redobre a atenção e o cuidado, diminuindo a velocidade; ● Evite realizar ultrapassagens; ● Caso não haja condições mínimas de segurança e visibilidade, estacione, e aguarde melhores condições de dirigibilidade; ● Caso seja absolutamente necessário dirigir, procure seguir um veículo maior como caminhão ou ônibus, com certa distância segura; ● Atenção com frenagens bruscas ou até mesmo paradas repentinas dos veículos à frente. 4.5. Iluminação A intensidade da luz modifica a possibilidade de ver e ser visto. A luz em excesso ofusca a visão e a penumbra oculta as pessoas e outros veículos. 4.5.1. Atitudes defensivas do motorista: ● Em condições de iluminação inadequada reduza a velocidade; ● Havendo excesso de luz, abaixe o papa sol, em certos casos use óculos escuros (crepúsculo matutino ou vespertino); ● Desvie o olhar da fonte luminosa e busque referências, como o meio fio ou o traçado lateral da via; ● À noite, use faróis baixos ao cruzar veículos e desvie o olhar do foco dos faróis que cruzam com você; ● Em condições de penumbra deixe as luzes do veículo acessas, facilitando ser visto. 4.6. Condições Adversas da Via O motorista da ambulância deve estar, atento as inúmeras alterações das condições das vias, que são muito variáveis nos atendimentos das ocorrências, como: ● Largura insuficiente; ● Ponte estreita; ● Trechos escorregadios; ● Má conservação da pista; ● Falta de acostamento; ● Curvas mal dimensionadas; ● Força centrífuga; ● Falta de placas de sinalização; ● Vegetação muito alta e muito próxima da pista; ● Drenagem insuficiente. 5. Orientações Para Evitar o Desgaste Físico ao Dirigir ● Dirija com os braços e pernas ligeiramente flexionados e relaxados, evitando tensões; ● Apóie o corpo junto ao banco o mais próximo de um ângulo de 90º; ● Procure manter a cabeça junto ao encosto, sem forçar a musculatura do pescoço; ● A posição das mãos sobre o volante, deve estar na posição do relógio, às 09 horas e 15 minutos; ● Procure manter os calcanhares apoiados sobre o assoalho, evite manter os pés sobre os pedais quando não estiver usando-os; ● Nunca dirigir ao fazer uso de bebidas alcoólica ou drogas; ● Nunca dirigir fumando ou ao telefone celular; ● Nunca dirigir se estiver utilizando remédios que modifiquem o comportamento psicofísico, de acordo com o seu médico; ● Evite dirigir após ter participado de discussões com seus familiares ou no trabalho; ● Evite dirigir sob forte tensão, ou acometido de forte emoção; ● Evite dirigir quando estiver com sono, os ficar muito tempo sem dormir, dormir pouco ou dormir mal; ● Evite dirigir logo após realizar refeições muito pesadas, que induzem ao sono; ● Certificar-se que não há nenhum objeto que possa ser deslocado quando em movimento; ● Dirigir com roupas confortáveis, e adequadas a temperatura ambiente, para não sentir muito frio e nem muito calor; ● Sempre faça check-up completo para constatar problemas, como histórico de problemas cardio- vasculares, pressão arterial fora dos padrões normais, com suspeita de epilepsia, ou qualquer outro que possa colocar em risco as seguras condições de direção. Ao constatar, solicite imediatamente afastamento das funções de motorista, desde que comprovadamente orientado por médico responsável; ● Esteja sempre em dia com os exames oftalmológicos, para uso de óculos ou lentes corretivas; ● Enquanto dirige converse apenas o indispensável com a equipe de serviço; ● Quando a ambulância em movimento, o rádio deverá ser acionado por outro integrante da equipe; 6. Inspeção Veicular Todo veículo, inclusive a ambulância, dispõe de equipamentos e sistemas importantes para evitar situações de perigo que possam levar a acidentes, como pneus, sistema de freios, iluminação, suspensão, direção, etc. Todos os componentes e equipamentos do veículo, se desgastam com o uso; o desgaste de um componente pode prejudicar o funcionamento de outros e comprometer a segurança. Isso deve ser evitado, observando-se a vida útil e a durabilidade definida pelos fabricantes doscomponentes, dentro de condições específicas de uso. É de responsabilidade do motorista, em toda passagem de serviço, ao assumir a ambulância, realizar a manutenção preventiva e verificar o funcionamento de itens obrigatórios. A observação é simples seja pela inspeção do painel ou inspeção visual/manual. Realizar uma ficha de vistoria da ambulância, para facilitar o acompanhamento das manutenções e as condições gerais da ambulância, onde deverá conter: Identificação da ambulância, kilometragem, data, nome do motorista e deixar um espaço para anotar observações apontadas pelo motoristas que está saindo de serviço. Deverá ainda verificar obrigatoriamente: ● Indicador do nível de combustível; ● Observar os reservatórios do nível de óleo do motor, do sistema de freio, direção hidraúlica e sistema de transmissão (câmbio); ● Certifique-se que não há vazamentos presentes, ou sinais de consumo excessivo; ● Aferir as condições dos filtros de ar e óleo; marcar na ficha de apontamentos a quilometragem para a troca destes itens; ● Nível do reservatório da água do radiador e do reservatório do limpador do pára-brisa; ● Palhetas do limpador do pára-brisa, se estiverem danificadas ou ressecadas, solicite a substituição; ● Funcionamentos das luzes dos faróis, luzes baixa, média e alta; ● Funcionamento dos piscas, da luzes traseira, luz de ré e de freio; ● Verificar sirene,luzes de emergência; ● Pneus : verifique as condições gerais, desgastes, profundidade dos sulcos, existência de deformidades; ● Calibragem: deve ser feita para as ambulâncias, pelo menos uma vez a cada três dias, siga as recomendações do fabricante para as libras de pressão necessárias (não esqueça do estepe); ● Verifique, os cintos de segurança, freio de mão, espelhos retrovisores, extintor de incêndio; ● Verificar as mangueiras (combustível, óleo e água), procurando por vazamentos, ressecamentos e encaixes, os quais podem romper as mesmas; ● Verificar visualmente as correias, atenção para a kilometragem recomendada para troca pelo fabricante. Importante, é anotar todas as alterações encontradas, repassar imediatamente ao responsável para que providencie a imediata substituição, avise sempre durante a passagem de serviço, mostrando a ficha de apontamentos para o motorista que estará assumindo a ambulância; quando houver qualquer alteração das peças acima, bem como a troca ou complemento do óleo da e água, também deverá ser anotado para controle. Percebendo qualquer tipo de situação anormal com a ambulância, barulhos que não são normais, falhas de acionamento elétrico ou do motor, sons estranhos, etc., comunicar imediatamente, para evitar que o problema se agrave. Não se esqueça a vítima pode ser você. Assim você estará fazendo a sua parte, cuidando do bem público, aumentando a vida útil do veículo. 7. Velocidade e Tempo de Reação Do ponto de vista da segurança devemos estar sempre muito atentos na condução de um veículo, pois a qualquer momento pode ser necessário tomar uma ação rápida para evitar se envolver em um acidente de trânsito. Quando um motorista precisar frear bruscamente, o seu automóvel deve ter uma distância mínima do veículo que segue à frente para garantir a sua segurança e a dos outros. Mesmo que as condições do motorista, do automóvel, dos freios, dos pneus e do asfalto sejam as melhores possíveis, existe um determinado tempo para que o motorista possa reagir a uma situação de risco. Esse tempo é denominado TEMPO DE REAÇÃO que varia de pessoa para pessoa (+ ou – de 0,75 a 1,5 segundo) e é decorrente de um estímulo e uma reação efetiva do condutor (resposta). Já a DISTÂNCIA DE REAÇÃO é o espaço percorrido pelo veículo no instante em que o motorista percebeu uma situação de risco potencial a sua frente, até o momento em que ele acionou o sistema de freios do seu veículo. Do momento em que o motorista acionou o pedal de freios até o ponto em que o veículo parou – nesse segmento, que varia segundo o estado dos freios, dos pneus, das condições da via pública (seca, rugosa, lisa, molhada, aclive, declive) – essa distância percorrida pelo veículo é chamada de DISTÂNCIA DE FRENAGEM. Para sabermos qual é o espaço necessário para parar o veículo, deve-se somar a distância de reação à distância de frenagem. Quando estamos logo atrás de outro veículo é indispensável que exista uma distância de segurança que nos permita imobilizar o automóvel sem colidir com o veículo da frente, em caso de uma freada ou manobra brusca. Essa distância varia de acordo com a velocidade desenvolvida e a permitida para o local. A tabela 3.1 nos proporcionará uma idéia dos tempos de reação, distância de reação e de velocidade, necessários para um veículo parar em diferentes velocidades: Existem vários tipos de colisão que podem acontecer com o seu veículo, e os comportamentos perigosos dos condutores nas vias também são bem variados, mas o fator mais comum nos acidentes é não ter conseguido desviar ou parar a tempo o seu veículo, evitando a colisão. 8. Como Parar Você, condutor defensivo, deve conhecer os tipos de paradas do veículo, tempo e distância necessários para cada uma delas. ● Distância de seguimento – É aquela que você deve manter entre o seu veículo e o que vai à frente, de forma que você possa parar, mesmo numa emergência, sem colidir com a traseira do outro. O ideal é manter a distância de aproximadamente dois segundos em relação a um ponto fixo. ● Distância de reação – É aquela que seu veículo percorre, desde o momento que você vê a situação de perigo, até o momento em que pisa no freio. Ou seja, desde o momento em que o condutor tira o pé do acelerador até colocá-lo no freio. Varia de pessoa para pessoa, mas no geral está entre 0,75 e 1,5 segundos. ● Distância de frenagem – É aquela que o veículo percorre depois de você pisar no freio até o momento total da parada. Você sabe que o seu veículo não pára imediatamente, não é mesmo? ● Distância de parada – É aquela que o seu veículo percorre desde o momento em que você vê o perigo e decide parar até a parada total do seu veículo, ficando a uma distância segura do outro veículo, pedestre ou qualquer objeto na via. Ou seja, é a soma da distância da reação com a distância da frenagem. 9. Distância Segura Para você saber se está a uma distância segura dos outros veículos, vai depender das condições climáticas (sol ou chuva), da velocidade, das condições da via, dos pneus e do freio do carro, da visibilidade e da sua capacidade de reagir rapidamente. Existem tabelas e fórmulas para você calcular esta distância, principalmente nas rodovias, mas como elas variam muito, e dependem além do tipo e peso do veículo, de outros fatores que também variam muito, o melhor é manter-se o mais longe possível (dentro de um juízo de bom senso), para garantir a sua segurança. Porém, para manter uma distância segura entre os veículos nas rodovias, sem a utilização de cálculos, fórmulas ou tabelas, vamos lhe ensinar a usar "o ponto de referência fixo": ● Observe a estrada à sua frente e escolha um ponto fixo de referência (à margem) como uma árvore, placa, poste, casa, etc. ● Quando o veículo que está à sua frente passar por este ponto, comece a contar pausadamente: mil e um, mil e dois. (mais ou menos dois segundos). ● Se o seu veículo passar pelo ponto de referência antes de contar (mil e um e mil e dois), deve aumentar a distância, diminuindo a velocidade, para ficar em segurança. ● Se o seu veículo passar pelo ponto de referência após você ter falado as seis palavras, significa que a sua distância, é segura. ● Este procedimento ajuda você a manter-se longe o suficiente dos outros veículos em trânsito, possibilitando fazer manobras de emergênciaou paradas bruscas necessárias, sem o perigo de uma colisão. 10. Dirigindo uma Ambulância 10.1. Responsabilidade do Motorista de uma Ambulância No atendimento pré-hospitalar a vítimas de emergências, o papel do motorista da equipe reveste-se especial importância, sem ele a unidade de atendimento não se desloca e dele depende a segurança do conjunto socorrista-vítima, adotado em sua cidade: Para desempenhar bem o seu papel o motorista da unidade de emergência deve: ● Ser habilitado, atualmente o CTB, exige a categoria ―D‖, para ser motorista de ambulância; ● Ter feito pelo menos um curso de direção defensiva; ● Conhecer a cidade e dominar seu sistema viário, conhecendo as principais referências para se situar em qualquer bairro; ● Saber situar com rapidez o destino para o qual é despachado e saber obter informações adicionais da central de operações, via rádio, para melhor localizar o destino exato; ● Decidir-se pelo caminho mais rápido e seguro e dirigir-se diretamente para o local; ● Dirigir com a rapidez possível, dando prioridade total á segurança da ambulância e sua equipe, dos demais veículos e seus ocupantes e dos pedestres; ● Estacionar a ambulância cuidadosamente e em segurança; ● Participar do atendimento da vítima (o ideal é que o motorista também seja socorrista); ● Conhecer as lesões apresentadas pela vítima e o tipo de atendimento que deverá receber em rota, dirigindo de modo compatível com a segurança; ● Cuidados com freadas bruscas, lombadas, deformações na pista, evitando agravar as lesões; ● Usar o caminho menos acidentado e mais direto para o hospital destinado a receber vítima; ● Usar de modo apropriado a sinalização da ambulância; ● Administrar seu tempo de folga garantindo repouso pessoal adequado a um desempenho seguro. 10.2. Sinalização da Ambulância A sinalização da ambulância tem por finalidade assinalar aos demais motoristas e pedestres a presença de um veículo deslocando-se em regime de urgência, seja para chegar a um local onde um atendimento foi requisitado, seja por estar transportando uma pessoa em estado crítico, necessitando chegar a um hospital ao menor tempo possível, com segurança máxima. Somente nestes casos está indicado e justificado o uso da sinalização especial do veículo. A sinalização tem limitações no seu alcance, não garante que todos irão percebela, nem tampouco garante que aqueles que perceberam vão colaborar e lhe dar passagem. Ou seja, embora usando toda a sinalização disponível, ainda assim o condutor da ambulância deve tomar todos os cuidados prescritos pela prática da direção defensiva. A luz vermelha é mais eficaz como sinalização dirigida para os veículos que transitam em sentido oposto. A sirene é mais efetiva para alertar os motoristas dos veículos à frente da ambulância, devendo ser ligada com antecedência, para ser ouvida de longe (acionar a sirene logo atrás do veículo da frente pode assustar o motorista, fazendo-o frear bruscamente, com risco de colisão). O comportamento desejado (e nem sempre produzido) é de que o condutor do veículo à frente libere a passagem, retirando seu veículo o mais o para a direita possível e parando até que o veículo de emergência ultrapasse. Quando mais de um veículo de emergência está em deslocamento, a distância mínima entre eles deve ser de 150 metros. Veículos de emergência não devem se ultrapassar. 10.3. Transportando uma Vítima Poucas emergências exigem o deslocamento urgente para o hospital. Entre elas destaca-se a hemorragia incontrolável e os casos de nível 3. Mesmo neste caso, entretanto, a segurança continua tendo prioridade sobre a urgência, uma vez que um acidente envolvendo a ambulância produzirá considerável atraso na chegada da vítima ao seu destino. Nas emergências em que o diagnóstico pré- hospitalar da vítima não seja muito grave (nível 1 e 2), portanto, em que a urgência seja relativa, o deslocamento suave impede que as lesões apresentadas pela vítima sofram agravos secundários, decorrentes de solavancos, deslizamentos e deslocamentos, sendo de todo desejável. Isto é particularmente verdadeiro se a vítima apresenta fraturas, especialmente aquelas com lesão associada de vasos sangüíneos e nervos. Nos pacientes com problemas cardiológicos, o tranporte deve ser o menos turbulento possível. São pacientes que experimentam uma aguda sensação de morte iminente, que pode ser acentuada pela remoção tumultuada. Em princípio está contra indicado o uso da sinalização da ambulância, especialmente a sirene. Se o paciente encontra-se em parada cardio-respiratória, é claro que há urgência em se chegar ao hospital. Entretanto, a equipe não pode manter uma RCP adequada se a ambulância estiver se deslocando em alta velocidade, o que impede manobras efetivas. Pacientes psiquiátricos também se sentem melhor e mais cooperativos se transportados sem a sinalização sonora. Nas emergências obstétricas, o transporte também deve ser calmo e cuidadoso. Se o parto se desencadeia, o melhor a fazer é estacionar a ambulância em segurança e ajudar na realização do mesmo e no cuidado do recém-nato, após o que pode-se prosseguir até o hospital. 10.4. Seqüência de Procedimentos ao Estacionar a Ambulância ● Aproximar-se do local da emergência com cautela; ● Avaliar a área de estacionamento a ser utilizada; ● Observar as condições de risco do local para pessoas e coisas; ● Decidir sobre o local de estacionamento com base no emprego da ambulância, facilitando o embarque da vítima; ● Avisar o COBOM de sua chegada e das condições encontradas; ● Estacionar de forma que se permita , se possível, a fluidez do trânsito, deixando espaço para outras viaturas; ● Posicionar as viaturas de forma a proteger as guarnições; ● Calçar a viatura e estabilizá-la quando for o caso; ● Sinalizar a viatura e o local escolhido; ● Isolar a área; ● Informar o COBOM sobre as áreas de estacionamento, e qualquer informação que auxilie as outras viaturas que poderão ser deslocadas ao sinistro. 3° Módulo: Cinemática do Trauma 1. Introdução Trauma é uma lesão caracterizada por uma alteração estrutural ou fisiológica resultante da ação de um agente externo que resulta na exposição a uma energia (mecânica, térmica, elétrica), esta energia pode ter origens bio-físico- químicas. As mortes ocasionadas por traumas ocupam entre a segunda ou terceira posição geral na morbidade dos países, (perdendo apenas para as doenças cardiovasculares e neoplasias). Porém entre os indivíduos das faixas etárias inferiores a 40 anos é a principal causa de morte. Cada vítima de trauma aparenta ter suas próprias apresentações de lesões, mas na verdade muitos pacientes possuem métodos similares de traumatismos. O conhecimento destes mecanismos de lesões permitirão ao médico e socorrista um rápido diagnóstico ou pelo menos a suspeita das lesões através de métodos usuais. No atendimento inicial do traumatizado devemos apreciar criteriosamente os mecanismos que produziram os ferimentos. Entendendo os mecanismos de trauma e mantendo um alto grau de suspeita, o socorrista ganha em aptidão para diagnosticar os ferimentos ocultos e um precioso tempo na instituição do tratamento. Todo ferimento potencialmente presente deve ser investigado, tendo em vista o mecanismo de trauma em questão.―Saber onde procurar lesões e tão importante quanto saber o que fazer após encontra- las‖ Embora existam vários mecanismos de trauma os mais comuns relacionam-se com o movimento, respondendo pela maioria das mortes por trauma. Cinemática do Trauma é portanto o processo de análise e avaliação da cena do acidente, com o escopo de se estabelecer um diagnóstico o mais precoce possível das lesões resultantes da energia, força e movimentosenvolvidos. Através da cinemática do trauma o socorrista pode informar ao médico intervencionista e/ou regulador dados de suma importância para o tratamento mais adequado a ser dispensado na fase hospitalar, e também guiar seu próprio atendimento pré- hospitalar. Esta ciência é baseada em princípios fundamentais da física: - Primeira Lei de Newton -"Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em linha reta, a menos que seja obrigado a mudar seu estado por forças impressas a ele." - Princípio da Inércia. (Mesmo que um carro colida e pare, as pessoas no seu interior continuam em movimento até colidirem com o painel, direção, pararias etc.) Mas, por que este repentino início ou parada de movimento resulta em trauma ou lesões? Esta questão é respondida por um segundo princípio da Física: ―A energia pode ser transformada de uma forma em outra em um sistema isolado, mas não pode ser criada ou destruída; a energia total do sistema sempre permanece constante‖. Considerando-se o movimento de um carro como uma forma de energia (energia cinética), quando o carro colide, esta forma de energia é transformada em outras (mecânica, térmica, elétrica, química). Conclui-se que quanto maior a velocidade, maior a troca de energia resultando assim em maiores danos aos organismos envolvidos. Para que um objeto em movimento perca velocidade é necessário que sua energia de movimento seja transmitida a outro objeto. Esta transferência de energia ocorre quando, por exemplo um objeto em movimento colide contra o corpo humano ou quando o corpo humano em movimento é lançado contra um objeto parado, os tecidos do corpo humano são deslocados violentamente para longe do local do impacto pela transmissão de energia, criando uma cavidade, este fenômeno chama-se cavitação. A avaliação da extensão da lesão tecidual é mais difícil quando não existe penetração cutânea do que quando há uma lesão aberta. Por exemplo, um soco desferido no abdome pode deformar profundamente a parede abdominal sem deixar marcas visíveis externamente, mas com lesão de órgãos abdominais internos. Por isso é obrigatório pesquisar a história do evento traumático. Uma cavidade com deformação visível após um impacto é definida como permanente. Já uma cavidade (ou deformidade) não visualizada quando o socorrista ou médico examina a vítima é definida como temporária, na qual o tecido retorna para a sua posição normal. A diferença entre as duas está relacionada a elasticidade dos tecidos. Fig 4.1 – Fenômeno da cavitação gerando cavidade temporária e definitiva nos ferimentos por projétil de arma de fogo Analisando o mecanismo de trauma é possível ao socorrista estimar o tamanho da cavidade no momento do impacto, assim como as demais lesões decorrentes do mesmo. 2. Fases da Cinemática do Trauma Na avaliação da cinemática do evento que possa causar traumatismos em um indivíduo podemos dividir sua evolução em 3 fases: Pré-colisão, Colisão e Pós-colisão. (Consideremos a colisão não apenas como acidente automobilístico mas também colisão de qualquer objeto, corpo ou forma de energia contra o corpo humano). 2.1. Pré-colisão: A história do incidente traumatizante começa com a pré-colisão com dados como ingestão de álcool ou drogas, doenças preexistentes, condições climáticas e ainda tamanho, peso, idade e sexo da vítima e/ou agressor. 2.2. Colisão: A segunda e talvez a mais importante fase na anamnese do trauma é a ―fase da colisão propriamente dita‖, fase esta que começa quando um objeto colide com outro e ocorre uma transmissão de energia entre eles. Os objetos podem estar em movimento ou um deles estacionado, e qualquer um dos objetos ou ambos, podem ser um corpo humano. Esta fase começa pelo início das trocas e transformações energéticas entre os corpos e termina quando a ação energética se extingue ou deixa de atuar sobre o organismo da vítima. São considerações importantes para o atendimento: ● A direção na qual a variação de energia ocorreu. ● Quantidade de energia transmitida. ● Forma com que estas forças afetaram o paciente. (Exemplo: altura da queda, calibre da arma, tamanho da lâmina). 2.3. Pós-colisão: As informações conseguidas nas fases anteriores são usadas para melhor abordagem da vítima na fase pós-colisão, fase esta que inicia tão logo a energia se extingua ou deixe de atuar sobre o organismo da vítima. 3. Trauma Contuso x Trauma Penetrante Está diretamente relacionado ao tamanho da superfície de contato do objeto contra o corpo no momento do impacto. Se toda a energia do objeto está concentrada numa pequena área de contato com a superfície do corpo, se espera que a pele se rompa e o objeto penetre no corpo (trauma penetrante). Por outro lado, um objeto grande, a energia vai se espalhar por uma grande área da superfície corporal e a pele pode não ser rompida (trauma contuso). Da mesma forma podemos concluir que o trauma contuso cria uma cavidade temporária, já no trauma penetrante a cavidade pode ser temporária ou definitiva. Por exemplo: um projétil de arma de fogo, rompe e penetra na pele cavidade definitiva — e no seu trajeto pelo corpo pode provocar deslocamento de tecidos no sentido frontal e lateral — cavidade temporária. De acordo com o exposto, podemos deduzir que o efeito do conjunto de forças que resulta em lesões corporais está diretamente relacionado ao conhecimento da anatomia do corpo humano e das diversas formas de energia. Considerando-se portanto, a relevância do movimento nos mecanismos de trauma, é obrigatória a análise clínica da vítima focada nos aspectos relacionados a cinemática dos corpos envolvidos na cena do acidente. O conhecimento da ocorrência de permuta de energia e de suas variáveis pela equipe de resgate, tem grande importância prática. Isto pode ser evidenciado quando se compara duas equipes que atendem um motorista que se chocou violentamente contra o volante. A que conhece cinemática do trauma, mesmo não reconhecendo lesões externas, saberá que ocorreu uma cavitação temporária e uma grande desaceleração suspeitando de lesões de órgãos intratorácicos. Com isso, a conduta será mais agressiva, minimizando a morbi-mortalidade dos pacientes. Já a que não tem estes conhecimentos, não suspeitará de lesões de órgãos intratorácicos, retardando o diagnóstico e conduta das mesmas, influenciando diretamente na sobrevida dos pacientes. 4. Mecanismos de Lesão 4.1. Acidente Automobilístico – Colisão Frontal 4.1.1. Cabeça e Pescoço: Quando a cabeça colide contra o para-brisa geralmente ocorrem ferimentos corto-contusos em crânio e face, com possíveis lesões nos olhos, o crânio pode ser ainda comprimido e fraturado ocorrendo a penetração de fragmentos ósseos no cérebro. A coluna cervical sofre uma violenta compressão podendo ser angulada além de seus limites anatômicos, podendo sofrer luxações e/ou rupturas de vértebras com consequentes lesões aos tecidos moles do pescoço e medula espinhal. 4.1.2. Tórax e Abdômen: Durante uma colisão, o movimento do corpo é suspenso, mas os órgãos da cavidade torácica e abdominal tendem a continuar o movimento para frente, estando sujeitos a se romperem no ponto onde estão ligados à parede torácica e abdominal, como no pedículo vascular de órgãos (aorta ascendente, rins, baço, intestino delgado e grosso). Outra situação em conseqüência da desaceleração é a laceração do fígado, geralmente pela compressão do abdômen contra o volante. Com o aumento de pressão no abdômen, pode haver ruptura do diafragma. 4.1.3. Joelho: Quando o ocupante do veículo continua o movimento para a frente e para baixo depois que o carro para, o impacto do joelho contra o painel do veículo resulta em sua fratura ouluxação, com lesão de vasos que, se não detectada, pode levar até à amputação da perna. A energia do impacto do joelho contra o painel, se transmitida, causa fratura de fêmur e/ou fratura e luxação de quadril. Esse tipo de fratura costuma provocar forte hemorragia, pondo em risco a vida da vítima. 4.2. Acidente Automobilístico – Colisão Traseira Se o veículo parado ou que se desloca lentamente sofre colisão na parte traseira, a energia do impacto provoca aceleração rápida e o lança à frente, assim como tudo o que está em contato com ela. Se não houver apoio para a cabeça, pode acontecer a hiperextensão do pescoço e o risco de lesão na medula espinhal. Geralmente, após a aceleração rápida, o veículo é obrigado a parar subitamente e seus ocupantes lançados para a frente, como no mecanismo de colisão frontal. Como o veículo sofre dois tipos de impacto (frontal e traseiro), o socorrista ficará atento a essa possibilidade e, na cena do acidente, buscará as lesões relacionadas aos dois tipos de situação. 4.3. Acidente Automobilístico – Colisão Lateral O veículo sofre colisão na sua lateral, causando deslocamento no sentido do impacto. Toda a lataria do veículo é lançada sobre o lado do ocupante, que sofrerá lesões por duas maneiras: Pelo movimento do carro – lesão bem-discreta se o passageiro estiver com o cinto de segurança. Pela projeção da porta para o interior, comprimindo o passageiro. Recebendo o impacto no tórax, haveria fratura de costelas pelo lado da colisão, além de contusão pulmonar, tórax instável, ruptura de fígado ou baço. A compressão do ombro contra a clavícula causaria fratura desse osso. A força lateral aplicada pela porta do veículo sobre a cabeça do fêmur, forçando-o medialmente, resultaria em sua fratura e em fratura da pelve. A coluna cervical está sujeita a flexão lateral e rotação pelo impacto lateral, e a combinação desses dois movimentos é responsável por lesões graves de coluna cervical. O socorrista também deve estar atento à possibilidade de colisão dos ocupantes do veículo entre si, principalmente entre cabeças e ombros. 4.4. Acidente Automobilístico – Capotamento Num capotamento, o carro sofre uma série de impactos em diferentes ângulos, assim como os ocupantes do veículo e seus órgãos internos. Assim, todos os tipos de ferimentos mencionados anteriormente podem ser esperados, além da probabilidade de trauma de coluna vertebral. Se as vítimas forem ejetadas do veículo (por estarem sem cinto de segurança), a situação geralmente é grave. 4.5. Cinto de Segurança A maior parte das vítimas com as lesões descritas anteriormente não estava utilizando o cinto de segurança. Vinte e sete por cento (27%) das mortes que ocorrem nos acidentes de trânsito se devem ao fato de as vítimas serem ejetadas do veículo. Estas têm seis vezes mais chances de morrer. Entre as vítimas que não vão a óbito, grande parte sofre trauma de coluna e fica com seqüelas graves. As estatísticas comprovam que o cinto de segurança realmente salva vidas, considerando-se mais adequado aquele que cruza tórax e abdômen e atravessa a pelve (cinto de 3 pontos). Nos acidentes automobilísticos cujas vítimas utilizam o cinto de segurança, as lesões geralmente são poucas e de menor gravidade. Quando o cinto utilizado apóia somente a pelve, a energia do impacto é absorvida pelos tecidos moles da cavidade abdominal, em retroperitônio, predispondo a lesões de órgãos abdominais internos. Ainda assim, seguramente, as lesões são menos graves do que as de quem não usa qualquer cinto de segurança. Para crianças até 10 anos de idade é obrigatória a permanência no banco traseiro do veículo, e ainda existem cuidados especiais conforme a tabela abaixo: 4.6. "Airbag" Bastante útil na colisão frontal, o air bag absorve a energia lentamente, aumentando a distância de parada do corpo na desaceleração rápida, o que amortece o impacto do corpo contra o interior do veículo. Não registra grande benefício na colisão lateral, na colisão traseira, no capotamento e tampouco numa segunda colisão, visto que ele desinsufla rapidamente após o impacto. 4.7. Acidente Automobilístico – Acidente de Motocicleta Os acidentes de motocicleta são responsáveis por grande número de mortes todos os anos. O mecanismo de trauma é o mesmo da colisão de veículo e segue as leis da Física. Numa colisão frontal contra um objeto, a moto inclina-se para a frente e o motociclista é jogado contra o guidom, esperando-se trauma de cabeça, tórax e abdômen. Caso pés e pernas permaneçam fixos no pedal e a coxa colida contra o guidom, pode ocorrer fratura bilateral de fêmur. Na colisão lateral do motociclista, geralmente há compressão de membros inferiores provocando fraturas de tíbia e fíbula. a lesão, irradiando-se a energia para o resto do corpo. Como nos automobilísticos, geralmente as lesões são muito graves nesse tipo de acidente. 4.8. Acidente Automobilístico – Atropelamento Na abordagem de vítima de atropelamento, é importante conhecer sua idade, pois existem mecanismos distintos de trauma entre adultos e crianças. Quando o adulto percebe estar prestes a ser atropelado, ele se vira de costas para o veículo, na tentativa de se proteger; logo, as lesões se localizam nas regiões posterior e lateral do corpo. Por outro lado, as crianças encaram o veículo atropelador de frente. Existem três fases no atropelamento: ● Impacto inicial nas pernas, às vezes atingindo coxa e quadril; ● Tronco lançado contra o capô do veículo; ● Vítima caída no asfalto – geralmente o primeiro impacto na cabeça, com possibilidade de trauma de coluna cervical. Concluímos que se espera grande número de lesões em vítima de atropelamento, conforme análise de cada fase: fraturas de tíbia e fíbula, de pelve e terço superior de fêmur, trauma de tórax, abdômen e coluna vertebral, traumatismo craniano. Na avaliação da cena do acidente, o socorrista deve determinar se, após o atropelamento a vítima não foi atropelada uma segunda vez por veículo que trafegava próximo. Na criança, pelo fato de ser menor em altura, o fêmur ou pelve pode sofrer o primeiro impacto e fraturar já na primeira fase. Seguem trauma de tórax, cabeça e face. Lesões intratorácicas em crianças inicialmente seriam assintomáticas, devendo o socorrista estar atento a essa possibilidade. 4.9. Quedas A queda se caracteriza por uma desaceleração vertical rápida. No atendimento às vítimas de queda, o socorrista deve conhecer: ● altura da queda; ● tipo de superfície com que a vítima colidiu. Exemplos: gramado, concreto etc.; ● parte do corpo que sofreu o primeiro impacto. Como a velocidade na queda aumenta com a altura, grandes alturas predispõem a lesões mais graves. Como referência, considera-se grave a queda de altura três vezes maior que a altura da vítima. Chamamos de "síndrome de Don Juan" a queda de altura com aterrissagem pelos pés. Conforme a altura, acontece fratura bilateral de calcâneos. Após os pés, as pernas são as próximas partes a absorver a energia - fratura de tornozelos, ossos longos e quadril. No terceiro momento, verificar fratura com compressão de coluna torácica e lombar. Se a vítima apóia as mãos na queda, espera-se fratura de punho. Assim, cabe-nos determinar a parte do corpo que sofreu o primeiro impacto e, conseqüentemente, deduzir as lesões relacionadas. 4.10. LESÕES POR EXPLOSÃO Essas lesões, antes relacionadas somente aos períodos de guerra, estão tornando-se cada vez mais comuns no mundo civilizado, visto acontecerem em refinarias, lojas de fogos de artifício, estaleiros, indústrias, minas e também em domicílios, pela explosão de botijões de gás. A explosão tem três fases: ● Causada pela onda de pressão proveniente da explosão,atinge particularmente órgãos ocos ou contendo ar, como pulmões e aparelho gastrointestinal. Podem ocorrer sangramento pulmonar, pneumotórax, perfuração de órgãos do aparelho digestivo. A onda de pressão rompe a parede de pequenos vasos sangüíneos e também lesa o sistema nervoso central. A vítima morre sem que se observem lesões externas. O socorrista, sempre atento a essas possibilidades, pesquisa sinais de queimadura nas áreas descobertas do corpo. ● Em vítima atingida por estilhaços e outros materiais provenientes da explosão, é possível encontrar lace rações, fraturas, queimaduras e perfurações. ● Se a vítima é lançada contra um objeto, haverá lesões no ponto do impacto e a força da explosão se transfere a órgãos do corpo. Elas são aparentes e muito similares àquelas das vítimas ejetadas de veículos ou que sofrem queda de grandes alturas. 5. Traumas Penetrantes 5.1. Ferimentos Por Arma Branca A gravidade dos ferimentos por arma branca depende das regiões anatômicas atingidas, da extensão da lâmina e do ângulo de penetração, lembrando que o ferimento no abdômen superior pode atingir o tórax, e ferimentos abaixo do quarto É fundamental, no atendimento préhospitalar de ferimentos por arma branca, cuja lâmina ainda se encontre alojada no corpo, não remover o objeto e, sim, imobiliário junto ao corpo e transportar rapidamente a vítima ao hospital. A lâmina pode estar promovendo compressão das extremidades vasculares, o que contém hemorragias, só devendo ser removida em ambiente hospitalar. 5.2. Ferimentos Por Arma de Fogo No atendimento a vítimas de acidentes por arma de fogo, o sococorrista tenta informar-se sobre o tipo da arma, seu calibre e a distância de onde foi disparada. Calibre - diâmetro interno do tambor, que corresponde ao calibre da munição usada por aquela arma em particular. Munição - usualmente projéteis construídos em liga de chumbo sólido que apresentam ou não uma jaqueta parcial de aço ou cobre; formato arredondado, chato, cônico ou pontiagudo; extremidade anterior do projétil macio ou côncavo para favorecer expansão e fragmentação. Armas de alta e de baixa velocidade - as que aceleram os projéteis a velocidades mais baixas são menos letais, incluindo-se aqui todas as armas de mão e alguns rifles. Ferimentos com essas armas são menos destrutivos que os produzidos por projéteis que alcançam altas velocidades, embora também causem ferimentos letais, dependendo da área de impacto. Fatores que contribuem para o dano tecidual. Tamanho do projétil - quanto maior o projétil, maior a resistência oferecida pelos tecidos e maior a lesão produzida por sua penetração. Deformidade do projétil - projéteis de "extremidade anterior macia" achatam-se na ocasião do impacto, resultando no comprometimento de superfície maior. Projétil com jaqueta - a jaqueta se expande e amplia a superfície do projétil. Giro - o giro do projétil amplia seu poder de destruição. Desvio - o projétil pode oscilar vertical e horizontalmente ao redor do seu eixo, ampliando a área de destruição. Distância do tiro - quanto mais próximo o disparo, maior a lesão produzida. Densidade dos tecidos atingidos - o dano produzido é proporcional à densidade do tecido. Órgãos altamente densos, como ossos, músculos e fígado, sofrem mais danos do que os menos densos, lembrando que, ao percorrer o corpo, a trajetória da bala nem sempre será retilínea, sofrendo desvios e atingindo órgãos insuspeitados, considerando os orifícios de entrada e saída. Ferida de entrada; Geralmente óbvia, pode não ser identificada se a vítima não for completamente despida e examinada. Ferida de saída; Nem sempre existe (se o projétil não abandonar o corpo) e pode ser múltipla para um único projétil, devido à sua fragmentação ou à de ossos. Geralmente a ferida de saída é mais larga que a de entrada e apresenta bordos lacerados. Feridas internas; Projéteis em baixa velocidade danificam principalmente os tecidos com os quais entram em contato. A alta velocidade produz prejuízos a distância, lesando tanto os tecidos com que o projétil faz contato, como transferindo energia cinética aos tecidos em redor. Nesse caso, a lesão é produzida por ondas de choque e pela formação de uma cavidade temporária ao redor da bala, com diâmetro trinta a quarenta vezes maior que o dela própria, criando imensa pressão nos tecidos. Com relação ao atendimento de paciente com ferimento por arma de fogo, transportá-Io rapidamente ao hospital, principalmente se o ferimento atingir cabeça, tórax e abdômen. Mesmo pessoas atingidas enquanto usavam coletes à prova de bala podem apresentar contusões orgânicas graves, sendo mais sérias a miocardíaca e a pulmonar. 4° Módulo: Equipamentos utilizados no atendimento 1. Introdução No atendimento a uma situação de emergência é essencial que a viatura destinada a atender estes tipos de ocorrência, esteja equipada com todo o equipamento e material indispensável a oferecer assistência pré-hospitalar a vítima traumatizada. Além disso, a guarnição escalada na viatura deve estar perfeitamente treinada, com conhecimento profundo quanto à identificação rápida dos equipamentos e materiais, bem como, das técnicas de utilização dos mesmos, tornando assim o atendimento ágil e eficiente. 2. Classificação dos Equipamentos e Materiais Para fins didáticos, estaremos classificando os equipamentos e materiais da seguinte forma: ● Equipamentos de comunicação móvel e portátil; ● Equipamentos para segurança no local do acidente; ● Equipamentos de reanimação e administração de oxigênio; ● Equipamentos de imobilização e fixação de curativos; ● Materiais utilizados em curativos; ● Materiais de uso obstétrico; ● Equipamentos para verificação de sinais vitais; ● Macas e acessórios; ● Equipamentos de uso exclusivo do médico. 3. Definição dos Equipamentos e Materiais 3.1. Equipamentos de Comunicação Móvel e Portátil: ● Equipamentos de comunicação móvel, - rádios VHF/FM: são os mais utilizados no Corpo de Bombeiros, são capazes de identificar chamadas possuindo no mínimo 16 canais à 64 canais. Possuem scan com prioridade dupla e grande visor alfanumérico de 14 caracteres. ● Equipamentos de comunicação portátil – rádios VHF/FM: O rádio Portátil possui várias opções e características que destacam seu desempenho sendo utilizados no Corpo de Bombeiros modelos que possuemdesde 16 canais à 64 canais, sem visor ou com visor alfanumérico de 8 caracteres, várias faixas de freqüênciaPL/DPL, VOX integrada e múltiplas opções de baterias. 3.2. Equipamentos para Segurança no Local do Acidente ● Equipamento de proteção individual – este conjunto de equipamentos destinam-se a proteção do socorrista e da vítima, objetivando evitar a transmissão de doenças, seja pelo contato com a pele ou através da contaminação das mucosas; materiais de uso obrigatório no atendimento no interior das viaturas do Corpo de Bombeiros: luvas descartáveis, máscara de proteção facial, óculos de proteção, aventais e capacetes (em locais de risco iminente de acidentes) ● Equipamento de segurança no local – este conjunto de equipamentos destinam-se a garantir a segurança das guarnições no local do acidente, bem como, das vítimas envolvidas e da população em geral; destacam-se entre esses materiais os cones de sinalização, lanternas, fitas para isolamento e extintores de incêndios. 3.3. Equipamentos de Reanimação e Administração de Oxigênio ● Cânula orofaríngea ou Cânula de Guedel – equipamento destinado a garantir a permeabilidade das vias áreas em vítimas inconscientes devido a queda da língua contra as estruturas do palato, promovendo a passagem de ar através da orofaringe. Possui vários tamanhos. ● Reanimador ventilatóriomanual ou Ambu – equipamento destinado a estabelecer ventilação artificial manual. Composto de bolsa, valva ou válvula e máscara, garantindo assim eficiente insuflação de ar e maior concentração de oxigênio para a vítima. Equipamento disponível nos tamanhos adulto e infantil. ● Equipamento de administração de oxigênio portátil – unidade portátil destinada a dar suporte de oxigênio a vítima acidentada no local da ocorrência inicial, com capacidade de 300 litros e fluxômetro a fim de dosar a administração de pelo menos 12 litros de oxigênio por minuto. Toda a ambulância possui uma segunda unidade fixa com capacidade de armazenamento maior, possibilitando a continuação da administração de oxigênio durante o deslocamento até o pronto socorro. ● Equipamento para aspiração – destinado a aspiração de secreções da cavidade oral, as quais obstruem a passagem de oxigênio sendo indispensável uma unidade portátil e uma unidade fixa na ambulância. 3.4. Equipamentos de Imobilização e Fixação de Curativos ● Tala articulada de madeira e tala de papelão – são equipamentos indispensáveis na imobilização de fraturas e luxações. ● Bandagens triangulares e ataduras de crepom – destinam-se à fixação de talas e curativos. ● Cintos de fixação – cintos flexíveis e resistentes que destinam-se a prender a vítima junto a tábua de imobilização ● Tração de fêmur – equipamento destinado à imobilização de membros inferiores, com fraturas fechadas. Confeccionado em alumínio ou aço inox, possuindo regulagem de comprimento com fixação através de tirantes e sistema de catraca. •Colete de imobilização dorsal (ked)- equipamento destinado a retirada de vítimas do interior de veículos que estiverem sentadas, objetivando a imobilização da coluna cervical, torácica e lombar superior. Sua fixação dá-se através de tirantes flexíveis fixos e móveis. ● Colar cervical – equipamento destinado a imobilização da coluna cervical quanto à movimentos axiais, confeccionado em polietileno, dobrável e de vários tamanhos e modelos. ● Tabua de imobilização – equipamento destinado à imobilização da vítima deitada, de vários modelos e tamanhos, possuindo aberturas para fixação de cintos e imobilizadores de cabeça. ● Imobilizadores de cabeça – equipamento destinado à imobilização total da cabeça da vítima acidentada. Confeccionado em espuma revestida de um material impermeável e lavável. 3.5. Materiais Utilizados em Curativos ● Gaze, ataduras de crepom, bandagem, fita adesiva – material indispensável na limpeza superficial de ferimentos e contenção de hemorragias em vítimas. 3.6. Materiais de Uso Obstétrico ● Material de assistência ao parto – material esterilizado, normalmente colocado em pacotes hermeticamente fechados, contendo campos duplos e simples, clamps para laqueadura umbilical, lençóis e tesoura. 3.7. Equipamentos para Verificação de Sinais Vitais ● Esfigmomanômetro – equipamento destinado à aferição da pressão arterial. ● Estetoscópio - aparelho destinado a ausculta cardíaca e pulmonar. ● Oxímetro de pulso portátil - aparelho eletrônico destinado a medição da saturação periférica de oxigênio. ● Desfibriladores automáticos externos (DEA) – equipamento destinado a verificação de arritmias ventriculares (taquicardia e fibrilação), que se confirmadas através da obediência aos comandos emanados, resultará na aplicação de choques buscando a reversão do quadro apresentado. OBS: a Classificação do DEA, neste grupo deve-se ao mesmo atuar também como monitor cardíaco, identificando o padrão de atividade elétrica do coração, é um material de uso de pessoal treinado, mas não necessariamente de profissional de saúde, o que o diferencia do cardioversor. 3.8. Macas e Acessórios ● Maca – equipamento destinado ao transporte de vítima, sendo confeccionado em alumínio, com mecanismo de travamento, possibilitando que a maca aumente ou diminua a altura. Cobertor e manta aluminizada – material destinado ao conforto térmico da vítima. 3.9. Equipamentos de Uso Exclusivo do Médico Pode estar disponível no próprio veículo de emergência ou em uma maleta médica que é transportado pelo médico quando se dirige à cena. Inclui: ● Laringoscópio - material de uso exclusivo do médico, destinado a visualização da laringe a fim de realizar o procedimento de colocação de cânulas de entubação endotraqueal. ● Cânulas de entubação endotraqueal – equipamento que garante a ventilação manual ou mecânica, garantindo a permeabilidade das vias aéreas devido ao um balonete que sela a traquéia. ● Monitor cardíaco – equipamento destinado ao monitoramento das atividades cardíacas da vítima, objetivando o acompanhamento da melhora ou não do quadro clínico do paciente. ● Medicamentos – são ‗drogas‘ utilizadas no atendimento que aplicadas pelo médico buscam estabilizar o quadro geral do paciente até a chegada ao pronto socorro ● Cardioversor – equipamento destinado ao monitoramento das atividades cardíacas, conjugado com a verificação de arritmias ventriculares (taquicardia e fibrilação), que se confirmadas resultarão na aplicação de choque, a fim de restabelecer os batimentos cardíacos do paciente. Este equipamento só é operado pelo médico de serviço. 5° Módulo: Sinais Vitais Os sinais vitais são indicadores das funções vitais e podem orientar o diagnóstico inicial e o acompanhamento da evolução do quadro clínico da vítima. São eles: ● Pulso; ● Respiração; ● Pressão arterial; ● Temperatura. Sua verificação é essencial na avaliação da vítima, devendo ser realizada simultaneamente à história e ao exame físico. São mais significativos quando obtidos em série, possibilitando o acompanhamento de suas variações, e seus valores devem ser analisados conforme a situação clínica. Na obtenção dos sinais vitais devemos considerar as seguintes condições: ● Condições ambientais, tais como temperatura e umidade no local, que podem causar variações nos valores; ● Condições pessoais, como exercício físico recente, tensão emocional e alimentação, que também podem causar variações nos valores; ● Condições do equipamento, que devem ser apropriados e calibrados regularmente. O socorrista deve estar atento, pois o uso de equipamentos inapropriados ou descalibrados podem resultar em valores falsos. 1. Pulso Pulso é a onda provocada pela pressão do sangue contra a parede arterial cada vez que o ventrículo esquerdo se contrai. Em locais onde as artérias de grosso calibre se encontram próximas à superfície cutânea, pode ser sentido à palpação. Cada onda de pulso sentida é um reflexo do débito cardíaco, pois a freqüência de pulso equivale à freqüência cardíaca. Débito cardíaco é o volume de sangue bombeado por cada um dos lados do coração em um minuto. A determinação do pulso é parte integrante de uma avaliação cardiovascular. Além da freqüência cardíaca (número de batimentos cardíacos por minuto), os pulsos também devem ser avaliados em relação ao ritmo (regularidade dos intervalos - regular ou irregular) e ao volume (intensidade com que o sangue bate nas paredes arteriais - forte e cheio ou fraco e fino). O pulso fraco e fino, também chamado filiforme, geralmente está associado à diminuição do volume sangüíneo (hipovolemia). Sob circunstâncias normais, existe um relacionamento compensatório entre a freqüência cardíaca e o volume sistólico. Esta compensação é vista claramente no choque hipovolêmico, no qual um volume sistólico diminuído é equilibrado por uma freqüência cardíaca aumentada e o débito cardíaco tende a permanecer constante. Podem ser considerados normais os seguintes índices de freqüência cardíaca: ● Adultos – 60 a 100 bpm; ● Crianças – 80 a 120 bpm; ● Bebês – 100 a 160 bpm. 1.1.Taquicardia Taquicardia é o aumento da freqüência cardíaca (acima de 100 bpm nos adultos). Em vítimas de trauma pode ocorrer por hipóxia ou hipovolemia. Pode estar associada também a derrame pericárdico ou a outras causas, como por exemplo, febre, medo, sepse e exercícios físicos. A taquicardia sem uma causa óbvia pode indicar um evento cardíaco primário. Embora a ansiedade e a dor possam causar taquicardia, em vítimas de trauma, até prova em contrário, devemos julgar que ela seja decorrente de hipóxia ou choque hipovolêmico ou cardiogênico. 1.2. Bradicardia Bradicardia é a diminuição da freqüência cardíaca (abaixo de 60 bpm nos adultos). Nas vítimas de trauma pode estar associada a choque neurogênico. Pode estar associada também a doenças primárias do coração ou doenças da tireóide. 1.3. Locais para Obtenção do Pulso Os melhores locais para se palpar o pulso são onde artérias de grosso calibre se encontram próximas à superfície cutânea e possam ser comprimidas contra uma superfície firme (normalmente um osso). As artérias radiais, ao nível dos punhos, são mais comumente usadas na checagem do pulso em vítimas conscientes. As artérias carótidas, ao nível do pescoço, são normalmente usadas para palpação do pulso em vítimas inconscientes. Pode-se também sentir o pulso palpando as seguintes artérias: femoral na raiz da coxa, braquial no braço, axilar na axila e pedioso no dorso do pé. Também podermos medir o pulso pela ausculta cardíaca, no ápice ou ponta do coração, no lado esquerdo do tórax, levemente abaixo do mamilo (pulso apical). 1.4. Procedimentos para Palpação do Pulso 1) Relaxe a vítima. Para palpar o pulso radial, mantenha o braço da vítima descansando confortavelmente, preferencialmente cruzando a parte inferior do tórax. Para o pulso carotídeo, palpe a cartilagem tireóide no pescoço (pomo de Adão) e deslize os dedos lateralmente até sentir o pulso. 2) Use dois ou três dedos para encontrar e sentir o pulso. Use somente a ponta dos dedos e nunca o polegar (usando o polegar o examinador poderá sentir seu próprio pulso digital). 3) Evite muita pressão. Pressionando forte poderá interromper o pulso da vítima. 4) Sinta e conte o pulso durante 30 ou 60 segundos (se contar por 30 segundos, multiplique por dois). Use relógio que marque os segundos. 5) Anote a freqüência, o ritmo e o volume do pulso, bem como a hora da medição. Exemplo: Pulso - 72, regular, cheio, 10h50min. Em vítima com doença cardíaca, o ideal é medir o pulso durante um minuto. Sentir o pulso de uma criança muito pequena é difícil: o pescoço de comprimento curto e, algumas vezes, rico em gordura, torna difícil localizar o pulso carotídeo, sendo recomendável que seja pesquisado o pulso braquial. Com o crescimento torna-se possível a palpação dos vasos periféricos. Ao atender uma criança pesquise os diversos locais de pulso até encontrar aquele mais acessível. 2. Respiração Respiração é o processo através do qual ocorre troca gasosa entre a atmosfera e as células do organismo. É composta pela ventilação e pela hematose. Na ventilação ocorre a entrada de ar rico em oxigênio para os pulmões (inspiração) e a eliminação de ar rico em dióxido de carbono para o meio ambiente (expiração). A hematose consiste na liberação de dióxido de carbono e captação de oxigênio feita pelas hemácias durante a perfusão pulmonar. Perfusão pulmonar é a passagem do sangue pelos capilares pulmonares, que por sua vez estão em íntimo contato com os alvéolos pulmonares. A avaliação da respiração inclui: freqüência respiratória (movimentos respiratórios por minuto – mrpm), caráter (superficial e profunda) e ritmo (regular e irregular). Deve ser avaliada sem que a vítima perceba, preferencialmente enquanto se palpa o pulso radial, para evitar que a vítima tente conscientemente controlar a respiração. Avalie a freqüência respiratória tendo em vista os sinais e sintomas de comprometimento respiratório: cianose, inquietação, dispnéia, sons respiratórios anormais. A freqüência respiratória pode variar com a idade: ● Adultos – 12 a 20 movimentos respiratórios por minuto (mrpm); ● Crianças – 20 a 30 mrpm; ● Bebês – 30 a 60 mrpm. Outros fatores podem alterar a respiração como exercícios físicos, hábito de fumar, uso de medicamentos e fatores emocionais. Em um adulto em repouso a profundidade da respiração ou o volume de ar inalado é aproximadamente 500 ml por inspiração. Uma freqüência respiratória rápida não significa, necessariamente, que a vítima está movimentando maior quantidade de ar. Por exemplo: um adulto em condições normais, com 16 mrpm, mobilizaria 08 litros de ar por minuto, enquanto uma vítima de trauma apresentando várias fraturas de costela, com 40 mrpm, mobilizando 100 ml de ar em cada movimento respiratório, mobilizaria 04 litros de ar por minuto. Podem ser encontradas as seguintes alterações nos padrões respiratórios: ● Apnéia – Cessação intermitente (10 a 60 segundos) ou persistente (parada respiratória) das respirações; ● Bradipnéia – Respiração lenta e regular; ● Taquipnéia – Respiração rápida e regular; ● Dispnéia – Respiração difícil que exige esforço aumentado e uso de músculos acessórios. 2.1. Procedimentos para Analise da Respiração 1) Se possível, estando a vítima consciente, coloque o braço da mesma cruzando a parte inferior do tórax. Segure o pulso da mesma enquanto estiver observando a respiração, como se estivesse palpando o pulso radial. 2) Aproxime sua face do rosto da vítima, olhando para o seu tórax. Com o tato da pele do seu rosto e com a sua audição você vai perceber o movimento da corrente de ar mobilizada pela respiração e com a visão você irá observar os movimentos de subida e descida do tórax e/ou do abdome. 3) Conte com os movimentos respiratórios durante um minuto (use relógio com marcação de segundos). Ao mesmo tempo observe o caráter e o ritmo da respiração. 4) Anote a freqüência respiratória, o caráter, o ritmo e a hora. Exemplo: Respiração normal, 16 mrpm, 10h50min. Em crianças muito pequenas o movimento torácico é menos evidente que nos adultos e, usualmente, ocorre próximo ao abdome. A mão colocada levemente sobre a parte inferior do tórax e superior do abdome pode facilitar a contagem da atividade respiratória. Por causa do pequeno volume e da reduzida força do fluxo de ar, em crianças também é quase impossível ouvir a respiração normal ou sentir a movimentação do ar através da boca e do nariz. 3. Pressão Arterial A pressão arterial (PA) é a pressão exercida pelo sangue no interior das artérias. Depende da força desenvolvida pela sístole ventricular, do volume sangüíneo e da resistência oferecida pelas paredes das artérias. O sangue sempre está sob pressão no interior das artérias. Durante a contração do ventrículo esquerdo (sístole) a pressão está no seu valor máximo, sendo chamada pressão sistólica ou máxima. Durante o relaxamento do ventrículo esquerdo (diástole) a pressão está no seu valor mínimo ou basal, sendo chamada pressão diastólica ou mínima. A pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio (mmHg). O primeiro número, de maior valor, corresponde à pressão sistólica, enquanto o segundo, de menor valor, corresponde à pressão diastólica. Não há um valor preciso de pressão normal, mas, em termos gerais, diz-se que o valor de 120/80 mmHg é o valor considerado ideal para um adulto jovem, entretanto, medidas até 140 mmHg para a pressão sistólica e 90 mmHg para a diastólica também podem ser aceitas como normais. Valores médios de pressão arterial considerados ideais de acordo com a idade: ● 04 anos – 85/60 mmHg; ● 06 anos – 95/62 mmHg; ● 10 anos – 100/65 mmHg; ● 12 anos – 108/67 mmHg; ● 16 anos – 118/75 mmHg; ● Adultos – 120/80
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