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Curso de Atendimento Pré-Hospitalar com Ética e Humanização

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ATENDIMENTO 
PRÉ-
HOSPITALAR 
 
ABELINE 
ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE EDUCAÇÂO 
ONLINE 
 
 
 
 
Total da carga horária de 120h/a 
Base legal: nº.9394/96 art. 67 e 87, 
inciso III e Parecer nº.64/2004 - CEDF 
CNPJ.: 21.197.672/0001-09 
 
-1° Módulo: Introdução Pág -03 
- 2° Módulo: Direção Defensiva Pág-09 
- 3° Módulo: Cinemática do Trauma Pág-32 
- 4° Módulo: Equipamentos utilizados no atendimento Pág-53 
- 5° Módulo: Sinais Vitais Pág-67 
- 6° Módulo: Atendimento Inicial Pág- 86 
- 7° Módulo: Vias Aéreas Pág-104 
- 8° Módulo: Ressuscitação Cardiopulmonar Pág-130 
- 9° Módulo: Hemorragia e Choque Pág-170 
- 10° Módulo: Fraturas e luxações Pág-191 
- 11° Módulo: Traumatismo cranioencefálico e raquimedular Pág-205 
- 12° Módulo: Trauma de tórax Pág-224 
- 13° Módulo: Referências Bibliográficas Pág-248 
 
 
 
 
 
1° Módulo: Introdução 
A ÉTICA E HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO PRÉ-
HOSPITALAR 
1. Ética 
Toda pessoa é dotada de uma consciência moral que a 
faz distinguir entre o certo e o errado, entre o bem e o 
mal, capacitando-a a avaliar suas ações no contexto a 
que é solicitado, ou seja, é capaz de nortear suas 
atitudes pela ética, a qual pode-se dizer é um conjunto 
de valores, que se tornam deveres em determinadas 
culturas ou grupos, sendo expressos em ações. 
A ética é, normalmente, uma norma de cunho moral 
que obriga a conduta de uma determinada pessoa, sob 
pena de sanção específica, mas pode também 
regulamentar o comportamento de um grupo particular 
de pessoas, como, por exemplo, bombeiros, policiais, 
médicos, enfermeiros, etc. A partir deste momento, 
estamos nos referindo à ética profissional, mais 
conhecida como deontologia, que caracteriza-se como 
conjunto de normas ou princípios que têm por fim 
orientar as relações profissionais entre pares, destes 
com os cidadãos, com sua guarnição de serviço, com 
as instituições a que servem, entre outros. 
Como a sua margem de aplicação é limitada ao círculo 
profissional, faz com que estas normas sejam mais 
específicas e objetivas, gerando o advento dos 
Códigos de Ética elaborados por associações de 
classe, como, por exemplo, o Código de Ética Médica 
Brasileiro. 
No caso do Corpo de Bombeiros do Paraná, o Decreto 
Estadual nº 5.075/98 (Regulamento de Ética 
Profissional dos Militares 
Estaduais do Paraná), prescreve em seu artigo 5º, que 
a ―... deontologia militar é constituída pelo elenco de 
valores e deveres éticos, traduzidos em normas de 
conduta, que se impõem para que o exercício da 
profissão militar atinja plenamente os ideais de 
realização do bem comum, através da preservação da 
ordem pública.‖ Assim como a atividade do médico e 
do enfermeiro possuem codificações próprias, o 
bombeiro militar também tem sua conduta pesada em 
Código próprio, que o obriga a prestar seu serviço de 
atendimento pré-hospitalar calcado em valores e 
deveres militares, não menos importantes, que o dos 
códigos dos profissionais de saúde. 
Ao longo do Curso de Socorristas, são ensinadas 
normas técnicas que indicam fórmulas do fazer, que 
são apenas meios de capacitação, levando o homem a 
atingir resultados. Todavia a técnica não deve perder 
sua correlação natural com as normas éticas, que 
atenuam o sofrimento da vítima e humanizam o 
atendimento. 
O socorrista deve saber equilibrar os dois pratos da 
balança que formam seu caráter profissional: o lado 
técnico e o lado emocional. Caso haja uma prevalência 
de qualquer um dos lados, o atendimento pode ser 
comprometido tanto pelo lado humano, quanto pelo 
lado científico. O bombeiro militar que tenha completo 
domínio do atendimento pré-hospitalar, mas que não 
tenha o discernimento necessário para atuar com 
atenção especial nos casos que assim requeiram, não 
possui o caráter ético-profissional para ser socorrista. 
O mesmo se aplica àquele que possua um equilíbrio 
emocional e não saiba as técnicas pré-hospitalares. 
Para um atendimento pré-hospitalar satisfatório o 
socorrista deve possuir, além do equilíbrio emocional e 
da competência 
técnico-científica, uma competência ética, 
fundamental para a humanização do serviço. 
A competência ética no atendimento pré-hospitalar é 
formada por quatro vertentes de relacionamento, 
sendo elas: 
● Socorrista e outros militares; 
● Socorrista e profissionais de saúde; 
● Socorrista e vítima; 
● Socorrista e parentes/conhecidos/outros envolvidos. 
As relações dos socorristas com outros militares e 
profissionais de saúde não trazem muitos problemas, 
pois a formação militar facilita o relacionamento. 
Resta-nos analisar e fundamentar os princípios para 
um relacionamento ético entre bombeiros e vítimas, e 
bombeiros e parentes/conhecidos/outros envolvidos no 
trauma. Estes dois tipos de relacionamentos estão 
baseados em três princípios fundamentais: 
● Respeito à pessoa; 
● Solidariedade; 
● Sentimento do dever cumprido. 
Tendo por base estas três premissas, o socorrista 
saberá pautar suas atitudes e considerar as alterações 
emocionais decorrentes do trauma. Não se deixará 
influenciar pela conduta social da vítima incorrendo 
num julgamento errôneo (fará um atendimento 
imparcial), atentará para os cuidados com a exposição 
da vítima, terá atenção especial com crianças, e terá 
a seriedade como base para uma postura profissional 
que se espera. 
Um atendimento perfeito ocorre quando, mesmo com o 
sucesso do emprego de todas as técnicas dominadas 
pelo socorrista, atende-se a dignidade da pessoa 
humana em todo seu alcance, angariando o respeito e 
a admiração da vítima e outras pessoas envolvidas, 
pelo elevado grau de profissionalismo existente na 
corporação. 
2. Humanização: Um Abrandamento do Caráter 
Técnico da Medicina 
A Portaria GM/MS n.º 1.863, de 29 de setembro de 
2003, trata da ―Política Nacional de Atenção às 
Urgências‖ trazendo novos elementos conceituais, 
como o princípio da humanização. 
Parece estranho falar de humanização num campo em 
que deveria ser implícito o ―amor ao próximo‖, como é 
o caso da medicina. Todavia, com o advento da vida 
moderna, a explosão demográfica e os parcos e 
poucos recursos e investimentos na área da saúde, 
fazem com que o profissional, muitas vezes, tenha uma 
sensação de impotência frente ao sofrimento de 
milhares de pessoas, e, com isso faz crescer no seu 
íntimo, mesmo que de modo imperceptível, 
mecanismos de defesa em que cria uma verdadeira 
―casca‖, não vendo na vítima uma pessoa, mas um 
objeto que necessita de seus cuidados profissionais, 
visto que não tem a solução para todas as mazelas 
criadas por falta de políticas públicas de saúde. 
Necessário foi ao Ministério da Saúde humanizar o 
serviço, através de um programa próprio, visando 
atenuar os efeitos desumanizantes, que retira da 
pessoa humana seu mais importante valor: a 
dignidade. 
No caso do atendimento pré-hospitalar, o 
conhecimento cientifico deveria ser, por si só, motivo 
de sucesso para um 
resultado positivo quando no socorro à vítima. O que 
se tem observado recentemente é que este fator,somado à estressante rotina dos numerosos 
atendimentos diários nos grandes centros, bem como 
a fragilidade do ser humano, tanto do paciente como 
do socorrista (ambos envolvidos com sentimentos de 
respeito, simpatia, empatia, angústia, raiva, medo, 
compaixão), o que tem gerado problemas no 
atendimento à vítima. Deixamos de ver nele muitas 
vezes o ser humano que está necessitado, hora pelo 
enfoque direto no trauma, hora pela banalização do 
acidente. 
Necessário, então, é falar em humanização no 
atendimento pré-hospitalar. Então: o que é 
humanização ? Podemos entende-la como valor, na 
medida em que resgata o respeito à vida humana, 
levando-se em conta as circunstâncias sociais, éticas, 
educacionais e psíquicas presentes em todo 
relacionamento humano. 
Humanizar o atendimento não é apenas chamar a 
vítima pelo nome, nem ter um sorriso nos lábios 
constantemente, mas também compreender seus 
medos, angústias e incertezas, dando-lhe apoio e 
atenção permanente. 
O profissional humanizado deve apresentar algumas 
características que tornam o atendimento a um 
traumatizado mais digno: 
● Focalizar não somente o objeto traumático, mas 
também os aspectos globais que envolvem o paciente, 
não se limitando apenas às questões físicas, mas 
também aos aspectos emocionais; 
● Manter sempre contato com a vitima, buscando uma 
empatia por parte da mesma; 
● Prestar atenção nas queixas do paciente, tentando 
sempre que possível aliviar a dor do paciente; 
● Manter a vitima, sempre que possível, informada 
quanto aos procedimentos a serem adotados; 
● Respeitar o modo e a qualidade de vida do 
traumatizado; 
● Respeitar a privacidade e dignidade do paciente, 
evitando expor o mesmo sem necessidade. 
Os profissionais da área da saúde e não oriundos da 
área da saúde, como os bombeiros militares, por sua 
formação, dedicam-se ao atendimento humanitário. E, 
assim sendo devem ter sempre uma conduta 
humanista, no entender de Pablo González Blasco: 
"humanista é o homem que define atitudes concretas 
diante da vida, fruto da sua reflexão e como 
conseqüência de uma filosofia que norteia sua 
existência. Se este homem humanista é médico, essas 
atitudes que envolvem a sua própria vida atingirão as 
outras vidas, aquelas que ele tem que cuidar, e 
portanto implicarão uma postura concreta diante da 
vida humana, da vida doente, do sofrimento e da dor, 
da vida que se acaba". 
Humanizar também é, além do atendimento fraterno e 
humano, procurar aperfeiçoar os conhecimentos 
continuadamente; é valorizar, no sentido antropológico 
e emocional, todos os elementos implicados no evento 
assistencial. Na realidade, a humanização do 
atendimento, seja em saúde ou não, deve 
valorizar o amor ao próximo, prestigiando a melhoria 
nos relacionamentos entre pessoas em geral. 
 
1° Módulo: Introdução 
2° Módulo: Direção Defensiva 
3° Módulo: Cinemática do Trauma 
4° Módulo: Equipamentos utilizados no atendimento 
5° Módulo: Sinais Vitais 
6° Módulo: Atendimento Inicial 
https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4048
https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4049
https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4050
https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4051
https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4052
https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4053
7° Módulo: Vias Aéreas 
8° Módulo: Ressuscitação Cardiopulmonar 
9° Módulo: Hemorragia e Choque 
10° Módulo: Fraturas e luxações 
11° Módulo: Traumatismo cranioencefálico e 
raquimedular 
12° Módulo: Trauma de tórax 
13° Módulo: Referências Bibliográficas 
2° Módulo: Direção Defensiva 
1. Introdução 
Como motorista de uma ambulância, além de 
dominar todas as habilidades indispensáveis à 
prática da direção segura de veículos em geral, 
você deverá estar familiarizado com conceitos 
próprios da condução de uma vítima e da equipe 
que lhe oferece atendimento, pois na qualidade de 
motorista você é responsável pela sua própria vida 
e das outras pessoas presentes no trânsito. Além 
disso, você é responsável pela segurança da sua 
equipe de socorristas e pelo bem estar da vítima 
conduzida no interior da ambulância. 
2. Direção e Segurança 
A maioria dos acidentes de trânsito, decorrem em 
sua maioria de erros humanos, pelos seguintes 
motivos: 
● Desrespeito as Leis, Normas e regulamentos de 
trânsito; 
https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4054
https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4055
https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4056
https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4057
https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4058
https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4058
https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4059
https://cursosabeline.com.br/estudando-atendimento-pre-hospitalar-4060
● Abuso dos limites operacionais de segurança do 
veículo; 
● Pressa excessiva em querer chegar no local da 
ocorrência, e posteriormente ao hospital; 
● Descortesia no trânsito: ser cortês alivia o stress 
do trânsito, demonstra alto nível de educação e 
elevação social. 
● Irresponsabilidade agindo com negligência, 
imprudência ou imperícia; 
● Condição física do condutor, como cansaço, 
sonolento e sob efeito de drogas em geral (álcool, 
medicamentos, etc.) 
3. Elementos de Direção Defensiva 
Direção defensiva é dirigir de modo a evitar 
acidentes, apesar das ações incorretas (erradas) 
dos outros e das condições adversas (contrárias), 
que encontramos nas vias de trânsito. 
Existem alguns elementos fundamentais para a boa 
prática da direção defensiva, com a observação 
dos mesmos o risco é diminuído, são eles. 
3.1. Conhecimento 
É o ato de estar sempre consciente das noções 
exigidas para a habilitação, os conteúdos do CTB 
(Código de Trânsito Brasileiro) e as informações 
sobre os riscos e a melhor forma de evitá-los. 
Embora a experiência seja uma fonte 
importantíssima de conhecimento, demonstra-se 
que, o programa de treinamento aumenta em muito 
a capacidade defensiva do motorista. 
3.2. Atenção 
Enquanto dirige, o motorista tem que estar alerta o 
tempo todo, zelando pela sua própria segurança, 
dos passageiros e da vítima que está 
transportando, bem como pelos demais presentes 
no trânsito. Estar alerta significa estar com a 
atenção concentrada todo o tempo no ato de 
dirigir, sem distrações, vendo tudo o que se passa 
adiante, atrás (espelhos retrovisores) e nas laterais 
do veículo. O pensamento deve ocupar-se 
exclusivamente do ato de dirigir e não de outros 
assuntos. Atento, o motorista pode reconhecer 
situações de perigo potencial, reagir em tempo e 
agir de modo a prevenir acidentes. 
3.3. Previsão 
É a capacidade de antecipar ou antever situações 
e eventos, são muitas vezes frações de segundos, 
porém, tendo em mente uma atitude de 
previsibilidade, será suficiente, para tentar uma 
reação positiva, evitando um acontecimento. Se o 
motorista, vistoria o veículo antes de assumir o 
serviço, programa o itinerário, reduz a velocidade 
próximo a áreas de risco como cruzamentos, 
escolas, hospitais, etc., se o motorista, ao ver uma 
criança brincando na calçada, antevê a 
possibilidade de que ela possa atravessar a rua 
repentinamente e diminuí a velocidade, terá 
melhores condições de frenagem ou desvio do 
veículo caso o inesperado aconteça. 
3.4. Decisão 
É a possibilidade da ação de decidir, diante de uma 
situação de risco. É saber escolher dentre as 
opções possíveis a de maior segurança naquele 
momento específico. 
3.5. Habilidade 
É o requisito desenvolvido através do aprendizado 
e do treinamento. Conduzir um veículo de socorro, 
é um ato de muita responsabilidade, muitas vezesa emergência, a adrenalina, o stress, tendem a 
dominar a situação, porém o bom motorista, se 
mantém paciente e calmo, não deixando-se 
dominar por sensações que tendem a alterar seu 
estado psicológico e as funções mecânicas do 
corpo físico. Necessitando o motorista, 
desenvolver a habilidade de realizar manobras 
entre veículos, ultrapassagens, cruzamentos, 
canaletas de expresso, entre outros. Mas, com 
condições, é fundamental demonstrar as suas 
ações para os outros motoristas, o que pretende 
fazer, qual a atitude que pretende tomar, lembre-se 
as outras pessoas não são obrigadas a adivinhar 
seu pensamento. 
4. Direção em Condições Adversas 
Algumas condições climáticas e naturais afetam as 
condições de trânsito. Sendo fatores ou 
combinações de fatores que contribuem para 
aumentar as situações de risco no trânsito, 
podendo comprometer a segurança. Sob estas 
condições, o motorista da ambulância, deverá 
adotar atitudes preventivas que garantam, como já 
foi visto, a segurança da equipe, da vítima e dos 
demais usuários das vias públicas. 
4.1. Chuva 
Reduz a possibilidade de ver e ser visto de todos os 
condutores, pelo acúmulo de água nos para-brisas 
e pelo embaçamento dos vidros no carro fechado, 
causado pela respiração de seus ocupantes. Além 
disso, deposita uma lâmina de água sobre a pista, 
o que modifica a aderência dos pneus, dificultando 
a frenagem e favorecendo derrapagens, 
proporcionando a ocorrência de hidro ou 
aquaplanagem. 
4.1.1. Atitudes defensivas do motorista: 
● Conserve e revise constantemente os limpadores 
de pára-brisas e seu sistema de acionamento e 
fusíveis; 
● Ao dirigir redobre os cuidados e a atenção; 
● Reduza a velocidade para aumentar a aderência 
dos pneus ao solo, evitando derrapagens e 
favorecendo as ações dos freios; 
● Aumente a distância com o veículo à frente, e 
evite ficar ao lado de outros veículos; 
● Se possível, deixe dois centímetros das janelas 
abertas, para evitar o embaçamento e acione os 
dispositivos desembaçadores disponíveis; 
● Acenda os faróis baixos; 
● Não freie bruscamente, acione o freio suave e 
gradativamente; 
● Em caso de chuva torrencial ou chuva de granizo, 
que impeçam a direção com segurança e a perda 
de visibilidade, estacione em local seguro, acione 
as luzes de alerta, e aguarde que o tempo melhore. 
4.2. Aquaplanagem 
É quando o veículo flutua na água, perdendo a 
aderência do pneu com o solo, o motorista perde 
totalmente o controle do veículo, podendo ocorrer 
em qualquer tipo de piso. 
4.2.1. Atitudes defensivas do motorista: 
● Observar com atenção presença de poças de 
água sobre a pista, mesmo não havendo chuva; 
● Reduzir a velocidade antes de entrar na área 
empoçada; 
● Quando o veículo estiver na poça, não utilize os 
freios, segure firmemente o volante, procurando 
mantê-lo reto com a pista, até conseguir 
novamente a aderência do veículo; 
● Sempre verifique a profundidade dos sulcos dos 
pneus da ambulância; 
4.3. Vento 
Produzido por condições climáticas ou pela 
passagem de outros veículos, pode deslocar o seu 
veículo, reduzindo e ocasionando a perda de 
estabilidade e o descontrole do veículo. 
4.3.1. Atitudes defensivas do motorista: 
● Acostume-se a olhar a vegetação ao redor da 
pista, é um bom indicativo da velocidade dos 
ventos e sua direção; 
● Ao perceber um grande veículo em sentido 
contrário ou ultrapassando-o, reduza a velocidade; 
● Tome o controle firme do volante, afaste-se um 
pouco para a direita; 
● Cuidado especial com pontes e viadutos. 
4.4. Neblina ou Cerração 
4.4.1. Atitudes defensivas do motorista: 
● Ligue os faróis baixos (a luz alta causa o 
fenômeno da reflexão, causando ainda menos 
visibilidade), ou a luz de neblina se tiver; 
● Redobre a atenção e o cuidado, diminuindo a 
velocidade; 
● Evite realizar ultrapassagens; 
● Caso não haja condições mínimas de segurança e 
visibilidade, estacione, e aguarde melhores 
condições de dirigibilidade; 
● Caso seja absolutamente necessário dirigir, 
procure seguir um veículo maior como caminhão ou 
ônibus, com certa distância segura; 
● Atenção com frenagens bruscas ou até mesmo 
paradas repentinas dos veículos à frente. 
4.5. Iluminação 
A intensidade da luz modifica a possibilidade de 
ver e ser visto. A luz em excesso ofusca a visão e a 
penumbra oculta as pessoas e outros veículos. 
4.5.1. Atitudes defensivas do motorista: 
● Em condições de iluminação inadequada reduza a 
velocidade; 
● Havendo excesso de luz, abaixe o papa sol, em 
certos casos use óculos escuros (crepúsculo 
matutino ou vespertino); 
● Desvie o olhar da fonte luminosa e busque 
referências, como o meio fio ou o traçado lateral 
da via; 
● À noite, use faróis baixos ao cruzar veículos e 
desvie o olhar do foco dos faróis que cruzam com 
você; 
● Em condições de penumbra deixe as luzes do 
veículo acessas, facilitando ser visto. 
4.6. Condições Adversas da Via 
O motorista da ambulância deve estar, atento as 
inúmeras alterações das condições das vias, que 
são muito variáveis nos atendimentos das 
ocorrências, como: 
● Largura insuficiente; 
● Ponte estreita; 
● Trechos escorregadios; 
● Má conservação da pista; 
● Falta de acostamento; 
● Curvas mal dimensionadas; 
● Força centrífuga; 
● Falta de placas de sinalização; 
● Vegetação muito alta e muito próxima da pista; 
● Drenagem insuficiente. 
5. Orientações Para Evitar o Desgaste Físico ao Dirigir 
● Dirija com os braços e pernas ligeiramente 
flexionados e relaxados, evitando tensões; 
● Apóie o corpo junto ao banco o mais próximo de 
um ângulo de 90º; 
● Procure manter a cabeça junto ao encosto, sem 
forçar a musculatura do pescoço; 
● A posição das mãos sobre o volante, deve estar 
na posição do relógio, às 09 horas e 15 minutos; 
● Procure manter os calcanhares apoiados sobre o 
assoalho, evite manter os pés sobre os pedais 
quando não estiver usando-os; 
● Nunca dirigir ao fazer uso de bebidas alcoólica ou 
drogas; 
● Nunca dirigir fumando ou ao telefone celular; 
● Nunca dirigir se estiver utilizando remédios que 
modifiquem o comportamento psicofísico, de 
acordo com o seu médico; 
● Evite dirigir após ter participado de discussões 
com seus familiares ou no trabalho; 
● Evite dirigir sob forte tensão, ou acometido de 
forte emoção; 
● Evite dirigir quando estiver com sono, os ficar 
muito tempo sem dormir, dormir pouco ou dormir 
mal; 
● Evite dirigir logo após realizar refeições muito 
pesadas, que induzem ao sono; 
● Certificar-se que não há nenhum objeto que 
possa ser deslocado quando em movimento; 
● Dirigir com roupas confortáveis, e adequadas a 
temperatura ambiente, para não sentir muito frio e 
nem muito calor; 
● Sempre faça check-up completo para constatar 
problemas, como histórico de problemas cardio-
vasculares, pressão arterial fora dos padrões 
normais, com suspeita de epilepsia, ou qualquer 
outro que possa colocar em risco as seguras 
condições de direção. Ao constatar, solicite 
imediatamente afastamento das funções de 
motorista, desde que comprovadamente orientado 
por médico responsável; 
● Esteja sempre em dia com os exames 
oftalmológicos, para uso de óculos ou lentes 
corretivas; 
● Enquanto dirige converse apenas o indispensável 
com a equipe de serviço; 
● Quando a ambulância em movimento, o rádio 
deverá ser acionado por outro integrante da 
equipe; 
6. Inspeção Veicular 
Todo veículo, inclusive a ambulância, dispõe de 
equipamentos e sistemas importantes para evitar 
situações de perigo que possam levar a acidentes, 
como pneus, sistema de freios, iluminação, 
suspensão, direção, etc. 
Todos os componentes e equipamentos do veículo, 
se desgastam com o uso; o desgaste de um 
componente pode prejudicar o funcionamento de 
outros e comprometer a segurança. Isso deve ser 
evitado, observando-se a vida útil e a durabilidade 
definida pelos fabricantes doscomponentes, 
dentro de condições específicas de uso. 
É de responsabilidade do motorista, em toda 
passagem de serviço, ao assumir a ambulância, 
realizar a manutenção preventiva e verificar o 
funcionamento de itens obrigatórios. A observação 
é simples seja pela inspeção do painel ou inspeção 
visual/manual. 
Realizar uma ficha de vistoria da ambulância, para 
facilitar o acompanhamento das manutenções e as 
condições gerais da ambulância, onde deverá 
conter: Identificação da ambulância, kilometragem, 
data, nome do motorista e deixar um espaço para 
anotar observações apontadas pelo motoristas que 
está saindo de serviço. 
Deverá ainda verificar obrigatoriamente: 
● Indicador do nível de combustível; 
● Observar os reservatórios do nível de óleo do 
motor, do sistema de freio, direção hidraúlica e 
sistema de transmissão (câmbio); 
● Certifique-se que não há vazamentos presentes, 
ou sinais de consumo excessivo; 
● Aferir as condições dos filtros de ar e óleo; 
marcar na ficha de apontamentos a quilometragem 
para a troca destes itens; 
● Nível do reservatório da água do radiador e do 
reservatório do limpador do pára-brisa; 
● Palhetas do limpador do pára-brisa, se estiverem 
danificadas ou ressecadas, solicite a substituição; 
● Funcionamentos das luzes dos faróis, luzes baixa, 
média e alta; 
● Funcionamento dos piscas, da luzes traseira, luz 
de ré e de freio; 
● Verificar sirene,luzes de emergência; 
● Pneus : verifique as condições gerais, desgastes, 
profundidade dos sulcos, existência de 
deformidades; 
● Calibragem: deve ser feita para as ambulâncias, 
pelo menos uma vez a cada três dias, siga as 
recomendações do fabricante para as libras de 
pressão necessárias (não esqueça do estepe); 
● Verifique, os cintos de segurança, freio de mão, 
espelhos retrovisores, extintor de incêndio; 
● Verificar as mangueiras (combustível, óleo e 
água), procurando por vazamentos, ressecamentos 
e encaixes, os quais podem romper as mesmas; 
● Verificar visualmente as correias, atenção para a 
kilometragem recomendada para troca pelo 
fabricante. 
Importante, é anotar todas as alterações 
encontradas, repassar imediatamente ao 
responsável para que providencie a imediata 
substituição, avise sempre durante a passagem de 
serviço, mostrando a ficha de apontamentos para o 
motorista que estará assumindo a ambulância; 
quando houver qualquer alteração das peças 
acima, bem como a troca ou complemento do óleo 
da e água, também deverá ser anotado para 
controle. Percebendo qualquer tipo de situação 
anormal com a ambulância, barulhos que não são 
normais, falhas de acionamento elétrico ou do 
motor, sons estranhos, etc., comunicar 
imediatamente, para evitar que o problema se 
agrave. Não se esqueça a vítima pode ser você. 
Assim você estará fazendo a sua parte, cuidando 
do bem público, aumentando a vida útil do veículo. 
7. Velocidade e Tempo de Reação 
Do ponto de vista da segurança devemos estar 
sempre muito atentos na condução de um veículo, 
pois a qualquer momento pode ser necessário 
tomar uma ação rápida para evitar se envolver em 
um acidente de trânsito. Quando um motorista 
precisar frear bruscamente, o seu automóvel deve 
ter uma distância mínima do veículo que segue à 
frente para garantir a sua segurança e a dos 
outros. Mesmo que as condições do motorista, do 
automóvel, dos freios, dos pneus e do asfalto 
sejam as melhores possíveis, existe um 
determinado tempo para que o motorista possa 
reagir a uma situação de risco. Esse tempo é 
denominado TEMPO DE REAÇÃO que varia de 
pessoa para pessoa (+ ou – de 0,75 a 1,5 segundo) 
e é decorrente de um estímulo e uma reação 
efetiva do condutor (resposta). Já a DISTÂNCIA DE 
REAÇÃO é o espaço percorrido pelo veículo no 
instante em que o motorista percebeu uma 
situação de risco potencial a sua frente, até o 
momento em que ele acionou o sistema de freios 
do seu veículo. Do momento em que o motorista 
acionou o pedal de freios até o ponto em que o 
veículo parou – nesse segmento, que varia segundo 
o estado dos freios, dos pneus, das condições da 
via pública (seca, rugosa, lisa, molhada, aclive, 
declive) – essa distância percorrida pelo veículo é 
chamada de DISTÂNCIA DE FRENAGEM. Para 
sabermos qual é o espaço necessário para parar o 
veículo, deve-se somar a distância de reação à 
distância de frenagem. Quando estamos logo atrás 
de outro veículo é indispensável que exista uma 
distância de segurança que nos permita imobilizar 
o automóvel sem colidir com o veículo da frente, 
em caso de uma freada ou manobra brusca. Essa 
distância varia de acordo com a velocidade 
desenvolvida e a permitida para o local. A tabela 
3.1 nos proporcionará uma idéia dos tempos de 
reação, distância de reação e de velocidade, 
necessários para um veículo parar em diferentes 
velocidades: 
 
Existem vários tipos de colisão que podem 
acontecer com o seu veículo, e os comportamentos 
perigosos dos condutores nas vias também são 
bem variados, mas o fator mais comum nos 
acidentes é não ter conseguido desviar ou parar a 
tempo o seu veículo, evitando a colisão. 
8. Como Parar 
Você, condutor defensivo, deve conhecer os tipos 
de paradas do veículo, tempo e distância 
necessários para cada uma delas. 
 
● Distância de seguimento – É aquela que você 
deve manter entre o seu veículo e o que vai à 
frente, de forma que você possa parar, mesmo 
numa emergência, sem colidir com a traseira do 
outro. O ideal é manter a distância de 
aproximadamente dois segundos em relação a um 
ponto fixo. 
● Distância de reação – É aquela que seu veículo 
percorre, desde o momento que você vê a situação 
de perigo, até o momento em que pisa no freio. Ou 
seja, desde o momento em que o condutor tira o pé 
do acelerador até colocá-lo no freio. Varia de 
pessoa para pessoa, mas no geral está entre 0,75 e 
1,5 segundos. 
● Distância de frenagem – É aquela que o veículo 
percorre depois de você pisar no freio até o 
momento total da parada. Você sabe que o seu 
veículo não pára imediatamente, não é mesmo? 
● Distância de parada – É aquela que o seu veículo 
percorre desde o momento em que você vê o 
perigo e decide parar até a parada total do seu 
veículo, ficando a uma distância segura do outro 
veículo, pedestre ou qualquer objeto na via. Ou 
seja, é a soma da distância da reação com a 
distância da frenagem. 
9. Distância Segura 
Para você saber se está a uma distância segura 
dos outros veículos, vai depender das condições 
climáticas (sol ou chuva), da velocidade, das 
condições da via, dos pneus e do freio do carro, da 
visibilidade e da sua capacidade de reagir 
rapidamente. 
Existem tabelas e fórmulas para você calcular esta 
distância, principalmente nas rodovias, mas como 
elas variam muito, e dependem além do tipo e peso 
do veículo, de outros fatores que também variam 
muito, o melhor é manter-se o mais longe possível 
(dentro de um juízo de bom senso), para garantir a 
sua segurança. 
 
Porém, para manter uma distância segura entre os 
veículos nas rodovias, sem a utilização de 
cálculos, fórmulas ou tabelas, vamos lhe ensinar a 
usar "o ponto de referência fixo": 
● Observe a estrada à sua frente e escolha um 
ponto fixo de referência (à margem) como uma 
árvore, placa, poste, casa, etc. 
● Quando o veículo que está à sua frente passar 
por este ponto, comece a contar pausadamente: 
mil e um, mil e dois. (mais ou menos dois 
segundos). 
● Se o seu veículo passar pelo ponto de referência 
antes de contar (mil e um e mil e dois), deve 
aumentar a distância, diminuindo a velocidade, 
para ficar em segurança. 
● Se o seu veículo passar pelo ponto de referência 
após você ter falado as seis palavras, significa que 
a sua distância, é segura. 
● Este procedimento ajuda você a manter-se longe 
o suficiente dos outros veículos em trânsito, 
possibilitando fazer manobras de emergênciaou 
paradas bruscas necessárias, sem o perigo de uma 
colisão. 
10. Dirigindo uma Ambulância 
10.1. Responsabilidade do Motorista de uma 
Ambulância 
No atendimento pré-hospitalar a vítimas de 
emergências, o papel do motorista da equipe 
reveste-se especial importância, sem ele a unidade 
de atendimento não se desloca e dele depende a 
segurança do conjunto socorrista-vítima, adotado 
em sua cidade: 
Para desempenhar bem o seu papel o motorista da 
unidade de emergência deve: 
● Ser habilitado, atualmente o CTB, exige a 
categoria ―D‖, para ser motorista de ambulância; 
● Ter feito pelo menos um curso de direção 
defensiva; 
● Conhecer a cidade e dominar seu sistema viário, 
conhecendo as principais referências para se 
situar em qualquer bairro; 
● Saber situar com rapidez o destino para o qual é 
despachado e saber obter informações adicionais 
da central de operações, via rádio, para melhor 
localizar o destino exato; 
● Decidir-se pelo caminho mais rápido e seguro e 
dirigir-se diretamente para o local; 
● Dirigir com a rapidez possível, dando prioridade 
total á segurança da ambulância e sua equipe, dos 
demais veículos e seus ocupantes e dos pedestres; 
● Estacionar a ambulância cuidadosamente e em 
segurança; 
● Participar do atendimento da vítima (o ideal é que 
o motorista também seja socorrista); 
● Conhecer as lesões apresentadas pela vítima e o 
tipo de atendimento que deverá receber em rota, 
dirigindo de modo compatível com a segurança; 
● Cuidados com freadas bruscas, lombadas, 
deformações na pista, evitando agravar as lesões; 
● Usar o caminho menos acidentado e mais direto 
para o hospital destinado a receber vítima; 
● Usar de modo apropriado a sinalização da 
ambulância; 
● Administrar seu tempo de folga garantindo 
repouso pessoal adequado a um desempenho 
seguro. 
10.2. Sinalização da Ambulância 
A sinalização da ambulância tem por finalidade 
assinalar aos demais motoristas e pedestres a 
presença de um veículo deslocando-se em regime 
de urgência, seja para chegar a um local onde um 
atendimento foi requisitado, seja por estar 
transportando uma pessoa em estado crítico, 
necessitando chegar a um hospital ao menor 
tempo possível, com segurança máxima. Somente 
nestes casos está indicado e justificado o uso da 
sinalização especial do veículo. 
A sinalização tem limitações no seu alcance, não 
garante que todos irão percebela, nem tampouco 
garante que aqueles que perceberam vão colaborar 
e lhe dar passagem. Ou seja, embora usando toda a 
sinalização disponível, ainda assim o condutor da 
ambulância deve tomar todos os cuidados 
prescritos pela prática da direção defensiva. 
A luz vermelha é mais eficaz como sinalização 
dirigida para os veículos que transitam em sentido 
oposto. A sirene é mais efetiva para alertar os 
motoristas dos veículos à frente da ambulância, 
devendo ser ligada com antecedência, para ser 
ouvida de longe (acionar a sirene logo atrás do 
veículo da frente pode assustar o motorista, 
fazendo-o frear bruscamente, com risco de 
colisão). O comportamento desejado (e nem 
sempre produzido) é de que o condutor do veículo à 
frente libere a passagem, retirando seu veículo o 
mais o para a direita possível e parando até que o 
veículo de emergência ultrapasse. Quando mais de 
um veículo de emergência está em deslocamento, 
a distância mínima entre eles deve ser de 150 
metros. Veículos de emergência não devem se 
ultrapassar. 
10.3. Transportando uma Vítima 
Poucas emergências exigem o deslocamento 
urgente para o hospital. Entre elas destaca-se a 
hemorragia incontrolável e os casos de nível 3. 
Mesmo neste caso, entretanto, a segurança 
continua tendo prioridade sobre a urgência, uma 
vez que um acidente envolvendo a ambulância 
produzirá considerável atraso na chegada da vítima 
ao seu destino. 
Nas emergências em que o diagnóstico pré-
hospitalar da vítima não seja muito grave (nível 1 e 
2), portanto, em que a urgência seja relativa, o 
deslocamento suave impede que as lesões 
apresentadas pela vítima sofram agravos 
secundários, decorrentes de solavancos, 
deslizamentos e deslocamentos, sendo de todo 
desejável. Isto é particularmente verdadeiro se a 
vítima apresenta fraturas, especialmente aquelas 
com lesão associada de vasos sangüíneos e 
nervos. 
Nos pacientes com problemas cardiológicos, o 
tranporte deve ser o menos turbulento possível. 
São pacientes que experimentam uma aguda 
sensação de morte iminente, que pode ser 
acentuada pela remoção tumultuada. Em princípio 
está contra indicado o uso da sinalização da 
ambulância, especialmente a sirene. Se o paciente 
encontra-se em parada cardio-respiratória, é claro 
que há urgência em se chegar ao hospital. 
Entretanto, a equipe não pode manter uma RCP 
adequada se a ambulância estiver se deslocando 
em alta velocidade, o que impede manobras 
efetivas. 
Pacientes psiquiátricos também se sentem melhor 
e mais cooperativos se transportados sem a 
sinalização sonora. 
Nas emergências obstétricas, o transporte também 
deve ser calmo e cuidadoso. Se o parto se 
desencadeia, o melhor a fazer é estacionar a 
ambulância em segurança e ajudar na realização 
do mesmo e no cuidado do recém-nato, após o que 
pode-se prosseguir até o hospital. 
10.4. Seqüência de Procedimentos ao Estacionar a 
Ambulância 
● Aproximar-se do local da emergência com 
cautela; 
● Avaliar a área de estacionamento a ser utilizada; 
● Observar as condições de risco do local para 
pessoas e coisas; 
● Decidir sobre o local de estacionamento com 
base no emprego da ambulância, facilitando o 
embarque da vítima; 
● Avisar o COBOM de sua chegada e das condições 
encontradas; 
● Estacionar de forma que se permita , se possível, 
a fluidez do trânsito, deixando espaço para outras 
viaturas; 
● Posicionar as viaturas de forma a proteger as 
guarnições; 
● Calçar a viatura e estabilizá-la quando for o caso; 
● Sinalizar a viatura e o local escolhido; 
● Isolar a área; 
● Informar o COBOM sobre as áreas de 
estacionamento, e qualquer informação que auxilie 
as outras viaturas que poderão ser deslocadas ao 
sinistro. 
 3° Módulo: Cinemática do Trauma 
1. Introdução 
Trauma é uma lesão caracterizada por uma 
alteração estrutural ou fisiológica resultante da 
ação de um agente externo que resulta na 
exposição a uma energia (mecânica, térmica, 
elétrica), esta energia pode ter origens bio-físico-
químicas. 
As mortes ocasionadas por traumas ocupam entre 
a segunda ou terceira posição geral na morbidade 
dos países, (perdendo apenas para as doenças 
cardiovasculares e neoplasias). Porém entre os 
indivíduos das faixas etárias inferiores a 40 anos é 
a principal causa de morte. 
Cada vítima de trauma aparenta ter suas próprias 
apresentações de lesões, mas na verdade muitos 
pacientes possuem métodos similares de 
traumatismos. O conhecimento destes 
mecanismos de lesões permitirão ao médico e 
socorrista um rápido diagnóstico ou pelo menos a 
suspeita das lesões através de métodos usuais. 
No atendimento inicial do traumatizado devemos 
apreciar criteriosamente os mecanismos que 
produziram os ferimentos. Entendendo os 
mecanismos de trauma e mantendo um alto grau 
de suspeita, o socorrista ganha em aptidão para 
diagnosticar os ferimentos ocultos e um precioso 
tempo na instituição do tratamento. Todo 
ferimento potencialmente presente deve ser 
investigado, tendo em vista o mecanismo de 
trauma em questão.―Saber onde procurar lesões e 
tão importante quanto saber o que fazer após 
encontra- las‖ 
Embora existam vários mecanismos de trauma os 
mais comuns relacionam-se com o movimento, 
respondendo pela maioria das mortes por trauma. 
Cinemática do Trauma é portanto o processo de 
análise e avaliação da cena do acidente, com o 
escopo de se estabelecer um diagnóstico o mais 
precoce possível das lesões resultantes da 
energia, força e movimentosenvolvidos. Através da 
cinemática do trauma o socorrista pode informar 
ao médico intervencionista e/ou regulador dados de 
suma importância para o tratamento mais 
adequado a ser dispensado na fase hospitalar, e 
também guiar seu próprio atendimento pré-
hospitalar. Esta ciência é baseada em princípios 
fundamentais da física: 
- Primeira Lei de Newton -"Todo corpo permanece 
em seu estado de repouso ou de movimento 
uniforme em linha reta, a menos que seja obrigado 
a mudar seu estado por forças impressas a ele." - 
Princípio da Inércia. (Mesmo que um carro colida e 
pare, as pessoas no seu interior continuam em 
movimento até colidirem com o painel, direção, 
pararias etc.) 
Mas, por que este repentino início ou parada de 
movimento resulta em trauma ou lesões? Esta 
questão é respondida por um segundo princípio da 
Física: 
―A energia pode ser transformada de uma forma em 
outra em um sistema isolado, mas não pode ser 
criada ou destruída; a energia total do sistema 
sempre permanece constante‖. Considerando-se o 
movimento de um carro como uma forma de 
energia (energia cinética), quando o carro colide, 
esta forma de energia é transformada em outras 
(mecânica, térmica, elétrica, química). 
 
Conclui-se que quanto maior a velocidade, maior a 
troca de energia resultando assim em maiores 
danos aos organismos envolvidos. 
Para que um objeto em movimento perca 
velocidade é necessário que sua energia de 
movimento seja transmitida a outro objeto. Esta 
transferência de energia ocorre quando, por 
exemplo um objeto em movimento colide contra o 
corpo humano ou quando o corpo humano em 
movimento é lançado contra um objeto parado, os 
tecidos do corpo humano são deslocados 
violentamente para longe do local do impacto pela 
transmissão de energia, criando uma cavidade, 
este fenômeno chama-se cavitação. A avaliação da 
extensão da lesão tecidual é mais difícil quando 
não existe penetração cutânea do que quando há 
uma lesão aberta. Por exemplo, um soco desferido 
no abdome pode deformar profundamente a parede 
abdominal sem deixar marcas visíveis 
externamente, mas com lesão de órgãos 
abdominais internos. Por isso é obrigatório 
pesquisar a história do evento traumático. Uma 
cavidade com deformação visível após um impacto 
é definida como permanente. Já uma cavidade (ou 
deformidade) não visualizada quando o socorrista 
ou médico examina a vítima é definida como 
temporária, na qual o tecido retorna para a sua 
posição normal. A diferença entre as duas está 
relacionada a elasticidade dos tecidos. 
 
Fig 4.1 – Fenômeno da cavitação gerando cavidade 
temporária e definitiva nos ferimentos por projétil 
de arma de fogo 
Analisando o mecanismo de trauma é possível ao 
socorrista estimar o tamanho da cavidade no 
momento do impacto, assim como as demais 
lesões decorrentes do mesmo. 
2. Fases da Cinemática do Trauma 
Na avaliação da cinemática do evento que possa 
causar traumatismos em um indivíduo podemos 
dividir sua evolução em 3 fases: Pré-colisão, 
Colisão e Pós-colisão. (Consideremos a colisão não 
apenas como acidente automobilístico mas 
também colisão de qualquer objeto, corpo ou forma 
de energia contra o corpo humano). 
2.1. Pré-colisão: A história do incidente 
traumatizante começa com a pré-colisão com 
dados como ingestão de álcool ou drogas, doenças 
preexistentes, condições climáticas e ainda 
tamanho, peso, idade e sexo da vítima e/ou 
agressor. 
2.2. Colisão: A segunda e talvez a mais importante 
fase na anamnese do trauma é a ―fase da colisão 
propriamente dita‖, fase esta que começa quando 
um objeto colide com outro e ocorre uma 
transmissão de energia entre eles. Os objetos 
podem estar em movimento ou um deles 
estacionado, e qualquer um dos objetos ou ambos, 
podem ser um corpo humano. Esta fase começa 
pelo início das trocas e transformações 
energéticas entre os corpos e termina quando a 
ação energética se extingue ou deixa de atuar 
sobre o organismo da vítima. 
São considerações importantes para o 
atendimento: 
● A direção na qual a variação de energia ocorreu. 
● Quantidade de energia transmitida. 
● Forma com que estas forças afetaram o paciente. 
(Exemplo: altura da queda, calibre da arma, 
tamanho da lâmina). 
2.3. Pós-colisão: As informações conseguidas nas 
fases anteriores são usadas para melhor 
abordagem da vítima na fase pós-colisão, fase esta 
que inicia tão logo a energia se extingua ou deixe 
de atuar sobre o organismo da vítima. 
3. Trauma Contuso x Trauma Penetrante 
 
Está diretamente relacionado ao tamanho da 
superfície de contato do objeto contra o corpo no 
momento do impacto. 
 Se toda a energia do objeto está concentrada 
numa pequena área de contato com a superfície do 
corpo, se espera que a pele se rompa e o objeto 
penetre no corpo (trauma penetrante). Por outro 
lado, um objeto grande, a energia vai se espalhar 
por uma grande área da superfície corporal e a pele 
pode não ser rompida (trauma contuso). Da mesma 
forma podemos concluir que o trauma contuso cria 
uma cavidade temporária, já no trauma penetrante 
a cavidade pode ser temporária ou definitiva. Por 
exemplo: um projétil de arma de fogo, rompe e 
penetra na pele cavidade definitiva — e no seu 
trajeto pelo corpo pode provocar deslocamento de 
tecidos no sentido frontal e lateral — cavidade 
temporária. 
De acordo com o exposto, podemos deduzir que o 
efeito do conjunto de forças que resulta em lesões 
corporais está diretamente relacionado ao 
conhecimento da anatomia do corpo humano e das 
diversas formas de energia. 
 
Considerando-se portanto, a relevância do 
movimento nos mecanismos de trauma, é 
obrigatória a análise clínica da vítima focada nos 
aspectos relacionados a cinemática dos corpos 
envolvidos na cena do acidente. 
O conhecimento da ocorrência de permuta de 
energia e de suas variáveis pela equipe de resgate, 
tem grande importância prática. Isto pode ser 
evidenciado quando se compara duas equipes que 
atendem um motorista que se chocou 
violentamente contra o volante. A que conhece 
cinemática do trauma, mesmo não reconhecendo 
lesões externas, saberá que ocorreu uma 
cavitação temporária e uma grande desaceleração 
suspeitando de lesões de órgãos intratorácicos. 
Com isso, a conduta será mais agressiva, 
minimizando a morbi-mortalidade dos 
pacientes. Já a que não tem estes conhecimentos, 
não suspeitará de lesões de órgãos intratorácicos, 
retardando o diagnóstico e conduta das mesmas, 
influenciando diretamente na sobrevida dos 
pacientes. 
4. Mecanismos de Lesão 
4.1. Acidente Automobilístico – Colisão Frontal 
4.1.1. Cabeça e Pescoço: Quando a cabeça colide 
contra o para-brisa geralmente ocorrem ferimentos 
corto-contusos em crânio e face, com possíveis 
lesões nos olhos, o crânio pode ser ainda 
comprimido e fraturado ocorrendo a penetração de 
fragmentos ósseos no cérebro. A coluna cervical 
sofre uma violenta compressão podendo ser 
angulada além de seus limites anatômicos, 
podendo sofrer luxações e/ou rupturas de vértebras 
com consequentes lesões aos tecidos moles do 
pescoço e medula espinhal. 
4.1.2. Tórax e Abdômen: Durante uma colisão, o 
movimento do corpo é suspenso, mas os órgãos da 
cavidade torácica e abdominal tendem a continuar 
o movimento para frente, estando sujeitos a se 
romperem no ponto onde estão ligados à parede 
torácica e abdominal, como no pedículo vascular 
de órgãos (aorta ascendente, rins, baço, intestino 
delgado e grosso). Outra situação em 
conseqüência da desaceleração é a laceração do 
fígado, geralmente pela compressão do abdômen 
contra o volante. Com o aumento de pressão no 
abdômen, pode haver ruptura do diafragma. 
 
 
4.1.3. Joelho: Quando o ocupante do veículo 
continua o movimento para a frente e para baixo 
depois que o carro para, o impacto do joelho contra 
o painel do veículo resulta em sua fratura ouluxação, com lesão de vasos que, se não 
detectada, pode levar até à amputação da perna. 
A energia do impacto do joelho contra o painel, se 
transmitida, causa fratura de fêmur e/ou fratura e 
luxação de quadril. Esse tipo de fratura costuma 
provocar forte hemorragia, pondo em risco a vida 
da vítima. 
 
4.2. Acidente Automobilístico – Colisão Traseira 
Se o veículo parado ou que se desloca lentamente 
sofre colisão na parte traseira, a energia do 
impacto provoca aceleração rápida e o lança à 
frente, assim como tudo o que está em contato 
com ela. Se não houver apoio para a cabeça, pode 
acontecer a hiperextensão do pescoço e o risco de 
lesão na medula espinhal. Geralmente, após a 
aceleração rápida, o veículo é obrigado a parar 
subitamente e seus ocupantes lançados para a 
frente, como no mecanismo de colisão frontal. 
Como o veículo sofre dois tipos de impacto (frontal 
e traseiro), o socorrista ficará atento a essa 
possibilidade e, na cena do acidente, buscará as 
lesões relacionadas aos dois tipos de situação. 
 
4.3. Acidente Automobilístico – Colisão Lateral 
O veículo sofre colisão na sua lateral, causando 
deslocamento no sentido do impacto. Toda a 
lataria do veículo é lançada sobre o lado do 
ocupante, que sofrerá lesões por duas maneiras: 
Pelo movimento do carro – lesão bem-discreta se o 
passageiro estiver com o cinto de segurança. 
Pela projeção da porta para o interior, comprimindo 
o passageiro. 
Recebendo o impacto no tórax, haveria fratura de 
costelas pelo lado da colisão, além de contusão 
pulmonar, tórax instável, ruptura de fígado ou 
baço. A compressão do ombro contra a clavícula 
causaria fratura desse osso. 
A força lateral aplicada pela porta do veículo sobre 
a cabeça do fêmur, forçando-o medialmente, 
resultaria em sua fratura e em fratura da pelve. 
A coluna cervical está sujeita a flexão lateral e 
rotação pelo impacto lateral, e a combinação 
desses dois movimentos é responsável por lesões 
graves de coluna cervical. 
O socorrista também deve estar atento à 
possibilidade de colisão dos ocupantes do veículo 
entre si, principalmente entre cabeças e ombros. 
4.4. Acidente Automobilístico – Capotamento 
Num capotamento, o carro sofre uma série de 
impactos em diferentes ângulos, assim como os 
ocupantes do veículo e seus órgãos internos. 
Assim, todos os tipos de ferimentos mencionados 
anteriormente podem ser esperados, além da 
probabilidade de trauma de coluna vertebral. Se as 
vítimas forem ejetadas do veículo (por estarem 
sem cinto de segurança), a situação geralmente é 
grave. 
4.5. Cinto de Segurança 
A maior parte das vítimas com as lesões descritas 
anteriormente não estava utilizando o cinto de 
segurança. Vinte e sete por cento (27%) das 
mortes que ocorrem nos acidentes de trânsito se 
devem ao fato de as vítimas serem ejetadas do 
veículo. Estas têm seis vezes mais chances de 
morrer. Entre as vítimas que não vão a óbito, 
grande parte sofre trauma de coluna e fica com 
seqüelas graves. 
As estatísticas comprovam que o cinto de 
segurança realmente salva vidas, considerando-se 
mais adequado aquele que cruza tórax e abdômen 
e atravessa a pelve (cinto de 3 pontos). 
Nos acidentes automobilísticos cujas vítimas 
utilizam o cinto de segurança, as lesões 
geralmente são poucas e de menor gravidade. 
Quando o cinto utilizado apóia somente a pelve, a 
energia do impacto é absorvida pelos tecidos 
moles da cavidade abdominal, em retroperitônio, 
predispondo a lesões de órgãos abdominais 
internos. 
Ainda assim, seguramente, as lesões são menos 
graves do que as de quem não usa qualquer cinto 
de segurança. 
Para crianças até 10 anos de idade é obrigatória a 
permanência no banco traseiro do veículo, e ainda 
existem cuidados especiais conforme a tabela 
abaixo: 
 
4.6. "Airbag" 
Bastante útil na colisão frontal, o air bag absorve a 
energia lentamente, aumentando a distância de 
parada do corpo na desaceleração rápida, o que 
amortece o impacto do corpo contra o interior do 
veículo. 
Não registra grande benefício na colisão lateral, na 
colisão traseira, no capotamento e tampouco numa 
segunda colisão, visto que ele desinsufla 
rapidamente após o impacto. 
 
4.7. Acidente Automobilístico – Acidente de 
Motocicleta 
Os acidentes de motocicleta são responsáveis por 
grande número de mortes todos os anos. O 
mecanismo de trauma é o mesmo da colisão de 
veículo e segue as leis da Física. 
Numa colisão frontal contra um objeto, a moto 
inclina-se para a frente e o motociclista é jogado 
contra o guidom, esperando-se trauma de cabeça, 
tórax e abdômen. Caso pés e pernas permaneçam 
fixos no pedal e a coxa colida contra o guidom, 
pode ocorrer fratura bilateral de fêmur. 
Na colisão lateral do motociclista, geralmente há 
compressão de membros inferiores provocando 
fraturas de tíbia e fíbula. a lesão, irradiando-se a 
energia para o resto do corpo. Como nos 
automobilísticos, geralmente as lesões são muito 
graves nesse tipo de acidente. 
4.8. Acidente Automobilístico – Atropelamento 
Na abordagem de vítima de atropelamento, é 
importante conhecer sua idade, pois existem 
mecanismos distintos de trauma entre adultos e 
crianças. Quando o adulto percebe estar prestes a 
ser atropelado, ele se vira de costas para o veículo, 
na tentativa de se proteger; logo, as lesões se 
localizam nas regiões posterior e lateral do corpo. 
Por outro lado, as crianças encaram o veículo 
atropelador de frente. 
Existem três fases no atropelamento: 
● Impacto inicial nas pernas, às vezes atingindo 
coxa e quadril; 
● Tronco lançado contra o capô do veículo; 
● Vítima caída no asfalto – geralmente o primeiro 
impacto na cabeça, com possibilidade de trauma 
de coluna cervical. 
Concluímos que se espera grande número de 
lesões em vítima de atropelamento, conforme 
análise de cada fase: fraturas de tíbia e fíbula, de 
pelve e terço superior de fêmur, trauma de tórax, 
abdômen e coluna vertebral, traumatismo craniano. 
Na avaliação da cena do acidente, o socorrista 
deve determinar se, após o atropelamento a vítima 
não foi atropelada uma segunda vez por veículo 
que trafegava próximo. 
Na criança, pelo fato de ser menor em altura, o 
fêmur ou pelve pode sofrer o primeiro impacto e 
fraturar já na primeira fase. Seguem trauma de 
tórax, cabeça e face. Lesões intratorácicas em 
crianças inicialmente seriam assintomáticas, 
devendo o socorrista estar atento a essa 
possibilidade. 
4.9. Quedas 
A queda se caracteriza por uma desaceleração 
vertical rápida. 
No atendimento às vítimas de queda, o socorrista 
deve conhecer: 
● altura da queda; 
● tipo de superfície com que a vítima colidiu. 
Exemplos: gramado, concreto etc.; 
● parte do corpo que sofreu o primeiro impacto. 
Como a velocidade na queda aumenta com a 
altura, grandes alturas predispõem a lesões mais 
graves. 
Como referência, considera-se grave a queda de 
altura três vezes maior que a altura da vítima. 
Chamamos de "síndrome de Don Juan" a queda de 
altura com aterrissagem pelos pés. Conforme a 
altura, acontece fratura bilateral de calcâneos. 
Após os pés, as pernas são as próximas partes a 
absorver a energia - fratura de tornozelos, ossos 
longos e quadril. No terceiro momento, verificar 
fratura com compressão de coluna torácica e 
lombar. 
Se a vítima apóia as mãos na queda, espera-se 
fratura de punho. 
Assim, cabe-nos determinar a parte do corpo que 
sofreu o primeiro impacto e, conseqüentemente, 
deduzir as lesões relacionadas. 
4.10. LESÕES POR EXPLOSÃO 
Essas lesões, antes relacionadas somente aos 
períodos de guerra, estão tornando-se cada vez 
mais comuns no mundo civilizado, visto 
acontecerem em refinarias, lojas de fogos de 
artifício, estaleiros, indústrias, minas e também em 
domicílios, pela explosão de botijões de gás. 
A explosão tem três fases: 
● Causada pela onda de pressão proveniente da 
explosão,atinge particularmente órgãos ocos ou 
contendo ar, como pulmões e aparelho 
gastrointestinal. Podem ocorrer sangramento 
pulmonar, pneumotórax, perfuração de órgãos do 
aparelho digestivo. A onda de pressão rompe a 
parede de pequenos vasos sangüíneos e também 
lesa o sistema nervoso central. A vítima morre sem 
que se observem lesões externas. O socorrista, 
sempre atento a essas possibilidades, pesquisa 
sinais de queimadura nas áreas descobertas do 
corpo. 
● Em vítima atingida por estilhaços e outros 
materiais provenientes da explosão, é possível 
encontrar lace rações, fraturas, queimaduras e 
perfurações. 
● Se a vítima é lançada contra um objeto, haverá 
lesões no ponto do impacto e a força da explosão 
se transfere a órgãos do corpo. Elas são aparentes 
e muito similares àquelas das vítimas ejetadas de 
veículos ou que sofrem queda de grandes alturas. 
5. Traumas Penetrantes 
5.1. Ferimentos Por Arma Branca 
A gravidade dos ferimentos por arma branca 
depende das regiões anatômicas atingidas, da 
extensão da lâmina e do ângulo de penetração, 
lembrando que o ferimento no abdômen superior 
pode atingir o tórax, e ferimentos abaixo do quarto 
É fundamental, no atendimento préhospitalar de 
ferimentos por arma branca, cuja lâmina ainda se 
encontre alojada no corpo, não remover o objeto e, 
sim, imobiliário junto ao corpo e transportar 
rapidamente a vítima ao hospital. 
A lâmina pode estar promovendo compressão das 
extremidades vasculares, o que contém 
hemorragias, só devendo ser removida em 
ambiente hospitalar. 
5.2. Ferimentos Por Arma de Fogo 
No atendimento a vítimas de acidentes por arma de 
fogo, o sococorrista tenta informar-se sobre o tipo 
da arma, seu calibre e a distância de onde foi 
disparada. 
Calibre - diâmetro interno do tambor, que 
corresponde ao calibre da munição usada por 
aquela arma em particular. 
Munição - usualmente projéteis construídos em liga 
de chumbo sólido que apresentam ou não uma 
jaqueta parcial de aço ou cobre; formato 
arredondado, chato, cônico ou pontiagudo; 
extremidade anterior do projétil macio ou côncavo 
para favorecer expansão e fragmentação. 
Armas de alta e de baixa velocidade - as que 
aceleram os projéteis a velocidades mais baixas 
são menos letais, incluindo-se aqui todas as armas 
de mão e alguns rifles. Ferimentos com essas 
armas são menos destrutivos que os produzidos 
por projéteis que alcançam altas velocidades, 
embora também causem ferimentos letais, 
dependendo da área de impacto. 
Fatores que contribuem para o dano tecidual. 
Tamanho do projétil - quanto maior o projétil, maior 
a resistência oferecida pelos tecidos e maior a 
lesão produzida por sua penetração. 
Deformidade do projétil - projéteis de "extremidade 
anterior macia" achatam-se na ocasião do impacto, 
resultando no comprometimento de superfície 
maior. 
Projétil com jaqueta - a jaqueta se expande e amplia 
a superfície do projétil. 
Giro - o giro do projétil amplia seu poder de 
destruição. 
Desvio - o projétil pode oscilar vertical e 
horizontalmente ao redor do seu eixo, ampliando a 
área de destruição. 
Distância do tiro - quanto mais próximo o disparo, 
maior a lesão produzida. 
Densidade dos tecidos atingidos - o dano produzido é 
proporcional à densidade do tecido. 
Órgãos altamente densos, como ossos, músculos e 
fígado, sofrem mais danos do que os menos 
densos, lembrando que, ao percorrer o corpo, a 
trajetória da bala nem sempre será retilínea, 
sofrendo desvios e atingindo órgãos insuspeitados, 
considerando os orifícios de entrada e saída. 
Ferida de entrada; Geralmente óbvia, pode não ser 
identificada se a vítima não for completamente 
despida e examinada. 
Ferida de saída; Nem sempre existe (se o projétil 
não abandonar o corpo) e pode ser múltipla para 
um único projétil, devido à sua fragmentação ou à 
de ossos. Geralmente a ferida de saída é mais 
larga que a de entrada e apresenta bordos 
lacerados. 
Feridas internas; Projéteis em baixa velocidade 
danificam principalmente os tecidos com os quais 
entram em contato. A alta velocidade produz 
prejuízos a distância, lesando tanto os tecidos com 
que o projétil faz contato, como transferindo 
energia cinética aos tecidos em redor. Nesse caso, 
a lesão é produzida por ondas de choque e pela 
formação de uma cavidade temporária ao redor da 
bala, com diâmetro trinta a quarenta vezes maior 
que o dela própria, criando imensa pressão nos 
tecidos. 
Com relação ao atendimento de paciente com 
ferimento por arma de fogo, transportá-Io 
rapidamente ao hospital, principalmente se o 
ferimento atingir cabeça, tórax e abdômen. Mesmo 
pessoas atingidas enquanto usavam coletes à 
prova de bala podem apresentar contusões 
orgânicas graves, sendo mais sérias a miocardíaca 
e a pulmonar. 
 
4° Módulo: Equipamentos utilizados no 
atendimento 
1. Introdução 
No atendimento a uma situação de emergência é 
essencial que a viatura destinada a atender estes 
tipos de ocorrência, esteja equipada com todo o 
equipamento e material indispensável a oferecer 
assistência pré-hospitalar a vítima traumatizada. 
Além disso, a guarnição escalada na viatura deve 
estar perfeitamente treinada, com conhecimento 
profundo quanto à identificação rápida dos 
equipamentos e materiais, bem como, das técnicas 
de utilização dos mesmos, tornando assim o 
atendimento ágil e eficiente. 
2. Classificação dos Equipamentos e Materiais 
Para fins didáticos, estaremos classificando os 
equipamentos e materiais da seguinte forma: 
● Equipamentos de comunicação móvel e portátil; 
● Equipamentos para segurança no local do 
acidente; 
● Equipamentos de reanimação e administração de 
oxigênio; 
● Equipamentos de imobilização e fixação de 
curativos; 
● Materiais utilizados em curativos; 
● Materiais de uso obstétrico; 
● Equipamentos para verificação de sinais vitais; 
● Macas e acessórios; 
● Equipamentos de uso exclusivo do médico. 
3. Definição dos Equipamentos e Materiais 
3.1. Equipamentos de Comunicação Móvel e Portátil: 
● Equipamentos de comunicação móvel, - rádios 
VHF/FM: são os mais utilizados no Corpo de 
Bombeiros, são capazes de identificar chamadas 
possuindo no mínimo 16 canais à 64 canais. 
Possuem scan com prioridade dupla e grande visor 
alfanumérico de 14 caracteres. 
● Equipamentos de comunicação portátil – rádios 
VHF/FM: O rádio Portátil possui várias opções e 
características que destacam seu desempenho 
sendo utilizados no Corpo de Bombeiros modelos 
que possuemdesde 16 canais à 64 canais, sem 
visor ou com visor alfanumérico de 8 caracteres, 
várias faixas de freqüênciaPL/DPL, VOX integrada e 
múltiplas opções de baterias. 
 
3.2. Equipamentos para Segurança no Local do 
Acidente 
● Equipamento de proteção individual – este conjunto 
de equipamentos destinam-se a proteção do 
socorrista e da vítima, objetivando evitar a 
transmissão de doenças, seja pelo contato com a 
pele ou através da contaminação das mucosas; 
materiais de uso obrigatório no atendimento no 
interior das viaturas do Corpo de Bombeiros: luvas 
descartáveis, máscara de proteção facial, óculos 
de proteção, aventais e capacetes (em locais de 
risco iminente de acidentes) 
 
● Equipamento de segurança no local – este conjunto 
de equipamentos destinam-se a garantir a 
segurança das guarnições no local do acidente, 
bem como, das vítimas envolvidas e da população 
em geral; destacam-se entre esses materiais os 
cones de sinalização, lanternas, fitas para 
isolamento e extintores de incêndios. 
 
3.3. Equipamentos de Reanimação e Administração de 
Oxigênio 
● Cânula orofaríngea ou Cânula de Guedel – 
equipamento destinado a garantir a permeabilidade 
das vias áreas em vítimas inconscientes devido a 
queda da língua contra as estruturas do palato, 
promovendo a passagem de ar através da 
orofaringe. Possui vários tamanhos. 
 
● Reanimador ventilatóriomanual ou Ambu – 
equipamento destinado a estabelecer ventilação 
artificial manual. Composto de bolsa, valva ou 
válvula e máscara, garantindo assim eficiente 
insuflação de ar e maior concentração de oxigênio 
para a vítima. Equipamento disponível nos 
tamanhos adulto e infantil. 
 
● Equipamento de administração de oxigênio portátil – 
unidade portátil destinada a dar suporte 
de oxigênio a vítima acidentada no local da 
ocorrência inicial, com capacidade de 300 litros e 
fluxômetro a fim de dosar a administração de pelo 
menos 12 litros de oxigênio por minuto. Toda a 
ambulância possui uma segunda unidade fixa com 
capacidade de armazenamento maior, 
possibilitando a continuação da administração de 
oxigênio durante o deslocamento até o pronto 
socorro. 
 
● Equipamento para aspiração – destinado a 
aspiração de secreções da cavidade oral, as quais 
obstruem a passagem de oxigênio sendo 
indispensável uma unidade portátil e uma unidade 
fixa na ambulância. 
 
3.4. Equipamentos de Imobilização e Fixação de 
Curativos 
● Tala articulada de madeira e tala de papelão – são 
equipamentos indispensáveis na imobilização de 
fraturas e luxações. 
● Bandagens triangulares e ataduras de crepom – 
destinam-se à fixação de talas e curativos. 
● Cintos de fixação – cintos flexíveis e resistentes 
que destinam-se a prender a vítima junto a tábua 
de imobilização 
 
● Tração de fêmur – equipamento destinado à 
imobilização de membros inferiores, com fraturas 
fechadas. Confeccionado em alumínio ou aço inox, 
possuindo regulagem de comprimento com fixação 
através de tirantes e sistema de catraca. 
 
•Colete de imobilização dorsal (ked)- equipamento 
destinado a retirada de vítimas do interior de 
veículos que estiverem sentadas, objetivando a 
imobilização da coluna cervical, torácica e lombar 
superior. Sua fixação dá-se através de tirantes 
flexíveis fixos e móveis. 
 
● Colar cervical – equipamento destinado a 
imobilização da coluna cervical quanto à 
movimentos axiais, confeccionado em polietileno, 
dobrável e de vários tamanhos e modelos. 
● Tabua de imobilização – equipamento destinado à 
imobilização da vítima deitada, de vários modelos e 
tamanhos, possuindo aberturas para fixação de 
cintos e imobilizadores de cabeça. 
● Imobilizadores de cabeça – equipamento destinado 
à imobilização total da cabeça da vítima 
acidentada. Confeccionado em espuma revestida 
de um material impermeável e lavável. 
 
3.5. Materiais Utilizados em Curativos 
● Gaze, ataduras de crepom, bandagem, fita adesiva – 
material indispensável na limpeza superficial de 
ferimentos e contenção de hemorragias em 
vítimas. 
 
3.6. Materiais de Uso Obstétrico 
● Material de assistência ao parto – material 
esterilizado, normalmente colocado em pacotes 
hermeticamente fechados, contendo campos 
duplos e simples, clamps para laqueadura 
umbilical, lençóis e tesoura. 
3.7. Equipamentos para Verificação de Sinais Vitais 
● Esfigmomanômetro – equipamento destinado à 
aferição da pressão arterial. 
● Estetoscópio - aparelho destinado a ausculta 
cardíaca e pulmonar. 
 
● Oxímetro de pulso portátil - aparelho eletrônico 
destinado a medição da saturação periférica de 
oxigênio. 
● Desfibriladores automáticos externos (DEA) – 
equipamento destinado a verificação de arritmias 
ventriculares (taquicardia e fibrilação), que se 
confirmadas através da obediência aos comandos 
emanados, resultará na aplicação de choques 
buscando a reversão do quadro apresentado. 
OBS: a Classificação do DEA, neste grupo deve-se 
ao mesmo atuar também como monitor cardíaco, 
identificando o padrão de atividade elétrica do 
coração, é um material de uso de pessoal treinado, 
mas não necessariamente de profissional de 
saúde, o que o diferencia do cardioversor. 
 
3.8. Macas e Acessórios 
● Maca – equipamento destinado ao transporte de 
vítima, sendo confeccionado em alumínio, com 
mecanismo de travamento, possibilitando que a 
maca aumente ou diminua a altura. 
Cobertor e manta aluminizada – material destinado 
ao conforto térmico da vítima. 
3.9. Equipamentos de Uso Exclusivo do Médico 
Pode estar disponível no próprio veículo de 
emergência ou em uma maleta médica que é 
transportado pelo médico quando se dirige à cena. 
Inclui: 
● Laringoscópio - material de uso exclusivo do 
médico, destinado a visualização da laringe a fim 
de realizar o procedimento de colocação de 
cânulas de entubação endotraqueal. 
● Cânulas de entubação endotraqueal – equipamento 
que garante a ventilação manual ou mecânica, 
garantindo a permeabilidade das vias aéreas 
devido ao um balonete que sela a traquéia. 
 
● Monitor cardíaco – equipamento destinado ao 
monitoramento das atividades cardíacas da vítima, 
objetivando o acompanhamento da melhora ou não 
do quadro clínico do paciente. 
● Medicamentos – são ‗drogas‘ utilizadas no 
atendimento que aplicadas pelo médico buscam 
estabilizar o quadro geral do paciente até a 
chegada ao pronto socorro 
● Cardioversor – equipamento destinado ao 
monitoramento das atividades cardíacas, 
conjugado com a verificação de arritmias 
ventriculares (taquicardia e fibrilação), que se 
confirmadas resultarão na aplicação de choque, a 
fim de restabelecer os batimentos cardíacos do 
paciente. Este equipamento só é operado pelo 
médico de serviço. 
 
 
5° Módulo: Sinais Vitais 
Os sinais vitais são indicadores das funções vitais 
e podem orientar o diagnóstico inicial e o 
acompanhamento da evolução do quadro clínico da 
vítima. São eles: 
● Pulso; 
● Respiração; 
● Pressão arterial; 
● Temperatura. 
Sua verificação é essencial na avaliação da vítima, 
devendo ser realizada simultaneamente à história e 
ao exame físico. São mais significativos quando 
obtidos em série, possibilitando o 
acompanhamento de suas variações, e seus 
valores devem ser analisados conforme a situação 
clínica. 
Na obtenção dos sinais vitais devemos considerar 
as seguintes condições: 
● Condições ambientais, tais como temperatura e 
umidade no local, que podem causar variações nos 
valores; 
● Condições pessoais, como exercício físico 
recente, tensão emocional e alimentação, que 
também podem causar variações nos valores; 
● Condições do equipamento, que devem ser 
apropriados e calibrados regularmente. 
O socorrista deve estar atento, pois o uso de 
equipamentos inapropriados ou descalibrados 
podem resultar em valores falsos. 
1. Pulso 
Pulso é a onda provocada pela pressão do sangue 
contra a parede arterial cada vez que o ventrículo 
esquerdo se contrai. Em locais onde as artérias de 
grosso calibre se encontram próximas à superfície 
cutânea, pode ser sentido à palpação. Cada onda 
de pulso sentida é um reflexo do débito cardíaco, 
pois a freqüência de pulso equivale à freqüência 
cardíaca. Débito cardíaco é o volume de sangue 
bombeado por cada um dos lados do coração em 
um minuto. 
A determinação do pulso é parte integrante de uma 
avaliação cardiovascular. Além da freqüência 
cardíaca (número de batimentos cardíacos por 
minuto), os pulsos também devem ser avaliados em 
relação ao ritmo (regularidade dos intervalos - 
regular ou irregular) e ao volume (intensidade com 
que o sangue bate nas paredes arteriais - forte e 
cheio ou fraco e fino). O pulso fraco e fino, também 
chamado filiforme, geralmente está associado à 
diminuição do volume sangüíneo (hipovolemia). 
Sob circunstâncias normais, existe um 
relacionamento compensatório entre a freqüência 
cardíaca e o volume sistólico. Esta compensação é 
vista claramente no choque hipovolêmico, no qual 
um volume sistólico diminuído é equilibrado por 
uma freqüência cardíaca aumentada e o débito 
cardíaco tende a permanecer constante. 
Podem ser considerados normais os seguintes 
índices de freqüência cardíaca: 
● Adultos – 60 a 100 bpm; 
● Crianças – 80 a 120 bpm; 
● Bebês – 100 a 160 bpm. 
 
1.1.Taquicardia 
Taquicardia é o aumento da freqüência cardíaca 
(acima de 100 bpm nos adultos). Em vítimas de 
trauma pode ocorrer por hipóxia ou hipovolemia. 
Pode estar associada também a derrame 
pericárdico ou a outras causas, como por exemplo, 
febre, medo, sepse e exercícios físicos. A 
taquicardia sem uma causa óbvia pode indicar um 
evento cardíaco primário. 
Embora a ansiedade e a dor possam causar 
taquicardia, em vítimas de trauma, até prova em 
contrário, devemos julgar que ela seja decorrente 
de hipóxia ou choque hipovolêmico ou 
cardiogênico. 
1.2. Bradicardia 
Bradicardia é a diminuição da freqüência cardíaca 
(abaixo de 60 bpm nos adultos). Nas vítimas de 
trauma pode estar associada a choque 
neurogênico. Pode estar associada também a 
doenças primárias do coração ou doenças da 
tireóide. 
1.3. Locais para Obtenção do Pulso 
Os melhores locais para se palpar o pulso são onde 
artérias de grosso calibre se encontram próximas à 
superfície cutânea e possam ser comprimidas 
contra uma superfície firme (normalmente um 
osso). As artérias radiais, ao nível dos punhos, são 
mais comumente usadas na checagem do pulso em 
vítimas conscientes. As artérias carótidas, ao nível 
do pescoço, são normalmente usadas para 
palpação do pulso em vítimas inconscientes. 
Pode-se também sentir o pulso palpando as 
seguintes artérias: femoral na raiz da coxa, 
braquial no braço, axilar na axila e pedioso no 
dorso do pé. Também podermos medir o pulso pela 
ausculta cardíaca, no ápice ou ponta do coração, 
no lado esquerdo do tórax, levemente abaixo do 
mamilo (pulso apical). 
 
1.4. Procedimentos para Palpação do Pulso 
1) Relaxe a vítima. Para palpar o pulso radial, 
mantenha o braço da vítima descansando 
confortavelmente, preferencialmente cruzando a 
parte inferior do tórax. Para o pulso carotídeo, 
palpe a cartilagem tireóide no pescoço (pomo de 
Adão) e deslize os dedos lateralmente até sentir o 
pulso. 
2) Use dois ou três dedos para encontrar e sentir o 
pulso. Use somente a ponta dos dedos e nunca o 
polegar (usando o polegar o examinador poderá 
sentir seu próprio pulso digital). 
3) Evite muita pressão. Pressionando forte poderá 
interromper o pulso da vítima. 
4) Sinta e conte o pulso durante 30 ou 60 segundos 
(se contar por 30 segundos, multiplique por dois). 
Use relógio que marque os segundos. 
5) Anote a freqüência, o ritmo e o volume do pulso, 
bem como a hora da medição. Exemplo: Pulso - 72, 
regular, cheio, 10h50min. 
Em vítima com doença cardíaca, o ideal é medir o 
pulso durante um minuto. Sentir o pulso de uma 
criança muito pequena é difícil: o pescoço de 
comprimento curto e, algumas vezes, rico em 
gordura, torna difícil localizar o pulso carotídeo, 
sendo recomendável que seja pesquisado o pulso 
braquial. Com o crescimento torna-se possível a 
palpação dos vasos periféricos. Ao atender uma 
criança pesquise os diversos locais de pulso até 
encontrar aquele mais acessível. 
2. Respiração 
Respiração é o processo através do qual ocorre 
troca gasosa entre a atmosfera e as células do 
organismo. É composta pela ventilação e pela 
hematose. Na ventilação ocorre a entrada de ar 
rico em oxigênio para os pulmões (inspiração) e a 
eliminação de ar rico em dióxido de carbono para o 
meio ambiente (expiração). A hematose consiste 
na liberação de dióxido de carbono e captação de 
oxigênio feita pelas hemácias durante a perfusão 
pulmonar. Perfusão pulmonar é a passagem do 
sangue pelos capilares pulmonares, que por sua 
vez estão em íntimo contato com os alvéolos 
pulmonares. 
A avaliação da respiração inclui: freqüência 
respiratória (movimentos respiratórios por minuto – 
mrpm), caráter (superficial e profunda) e ritmo 
(regular e irregular). Deve ser avaliada sem que a 
vítima perceba, preferencialmente enquanto se 
palpa o pulso radial, para evitar que a vítima tente 
conscientemente controlar a respiração. Avalie a 
freqüência respiratória tendo em vista os sinais e 
sintomas de comprometimento respiratório: 
cianose, inquietação, dispnéia, sons respiratórios 
anormais. 
A freqüência respiratória pode variar com a idade: 
● Adultos – 12 a 20 movimentos respiratórios por 
minuto (mrpm); 
● Crianças – 20 a 30 mrpm; 
● Bebês – 30 a 60 mrpm. 
Outros fatores podem alterar a respiração como 
exercícios físicos, hábito de fumar, uso de 
medicamentos e fatores emocionais. 
Em um adulto em repouso a profundidade da 
respiração ou o volume de ar inalado é 
aproximadamente 500 ml por inspiração. Uma 
freqüência respiratória rápida não significa, 
necessariamente, que a vítima está movimentando 
maior quantidade de ar. Por exemplo: um adulto em 
condições normais, com 16 mrpm, mobilizaria 08 
litros de ar por minuto, enquanto uma vítima de 
trauma apresentando várias fraturas de costela, 
com 40 mrpm, mobilizando 100 ml de ar em cada 
movimento respiratório, mobilizaria 04 litros de ar 
por minuto. 
Podem ser encontradas as seguintes alterações 
nos padrões respiratórios: 
● Apnéia – Cessação intermitente (10 a 60 
segundos) ou persistente (parada respiratória) das 
respirações; 
● Bradipnéia – Respiração lenta e regular; 
● Taquipnéia – Respiração rápida e regular; 
● Dispnéia – Respiração difícil que exige esforço 
aumentado e uso de músculos acessórios. 
 
2.1. Procedimentos para Analise da Respiração 
1) Se possível, estando a vítima consciente, 
coloque o braço da mesma cruzando a parte 
inferior do tórax. Segure o pulso da mesma 
enquanto estiver observando a respiração, como se 
estivesse palpando o pulso radial. 
2) Aproxime sua face do rosto da vítima, olhando 
para o seu tórax. Com o tato da pele do seu rosto e 
com a sua audição você vai perceber o movimento 
da corrente de ar mobilizada pela respiração e com 
a visão você irá observar os movimentos de subida 
e descida do tórax e/ou do abdome. 
3) Conte com os movimentos respiratórios durante 
um minuto (use relógio com marcação de 
segundos). Ao mesmo tempo observe o caráter e o 
ritmo da respiração. 
4) Anote a freqüência respiratória, o caráter, o 
ritmo e a hora. Exemplo: Respiração normal, 16 
mrpm, 10h50min. 
Em crianças muito pequenas o movimento torácico 
é menos evidente que nos adultos e, usualmente, 
ocorre próximo ao abdome. A mão colocada 
levemente sobre a parte inferior do tórax e superior 
do abdome pode facilitar a contagem da atividade 
respiratória. Por causa do pequeno volume e da 
reduzida força do fluxo de ar, em crianças também 
é quase impossível ouvir a respiração normal ou 
sentir a movimentação do ar através da boca e do 
nariz. 
3. Pressão Arterial 
A pressão arterial (PA) é a pressão exercida pelo 
sangue no interior das artérias. Depende da força 
desenvolvida pela sístole ventricular, do volume 
sangüíneo e da resistência oferecida pelas paredes 
das artérias. 
O sangue sempre está sob pressão no interior das 
artérias. Durante a contração do ventrículo 
esquerdo (sístole) a pressão está no seu valor 
máximo, sendo chamada pressão sistólica ou 
máxima. Durante o relaxamento do ventrículo 
esquerdo (diástole) a pressão está no seu valor 
mínimo ou basal, sendo chamada pressão 
diastólica ou mínima. 
A pressão arterial é medida em milímetros de 
mercúrio (mmHg). O primeiro número, de maior 
valor, corresponde à pressão sistólica, enquanto o 
segundo, de menor valor, corresponde à pressão 
diastólica. Não há um valor preciso de pressão 
normal, mas, em termos gerais, diz-se que o valor 
de 120/80 mmHg é o valor considerado ideal para 
um adulto jovem, entretanto, medidas até 140 
mmHg para a pressão sistólica e 90 mmHg para a 
diastólica também podem ser aceitas como 
normais. 
Valores médios de pressão arterial considerados 
ideais de acordo com a idade: 
● 04 anos – 85/60 mmHg; 
● 06 anos – 95/62 mmHg; 
● 10 anos – 100/65 mmHg; 
● 12 anos – 108/67 mmHg; 
● 16 anos – 118/75 mmHg; 
● Adultos – 120/80

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