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Pergunta 1 0,2 / 0,2 pts Entre 1989 e 2000 registrou-se um total de 111 conflitos armados. Destes, 33 estavam ainda ativos em 2000 [...]. Para todo esse período registraram-se sete conflitos interestatais, dos quais dois ainda estavam ativos em 2000 [...]. Existe uma maior proporção de novos e menores conflitos armados a serem resolvidos do que de conflitos longos e de larga escala. Por que, no pós-guerra fria, os conflitos no interior dos estados são mais numerosos do que entre estados? Correto! Porque a privatização do Estado por meio de reformas liberais incentiva a violência. Com as privatizações, a passagem de um bem público a uma empresa privada pode significar perda de um patrimônio à população e representar apenas lucro para a empresa. As privatizações também levam a uma tendência à precarização do trabalho e à diminuição da renda dos assalariados. Os serviços à população também tendem a não ter a mesma eficiência do Estado, por conta da frágil fiscalização. Porque os estados estão perto da paz perpétua, conforme o conceito de Kant, e tendem a eliminar os exércitos. Porque as reformas econômicas e políticas nos Estados levam a uma maior distribuição de renda à população. Porque a guerra entre estados já não é um bom “negócio”. Porque na nova guerra há forte presença de grupos não estatais violentos, capazes de questionar o monopólio da violência do Estado. Pergunta 2 0,2 / 0,2 pts “Os 45 anos que vão do lançamento das bombas atômicas até o fim da União Soviética não foram um período homogêneo único na história do mundo. (…) dividem-se em duas metades, tendo como divisor de águas o início da década de 70. Apesar disso, a história deste período foi reunida sob um padrão único pela situação internacional peculiar que o dominou até a queda da URSS”. (HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos. São Paulo: Cia das Letras,1996). O autor está se referindo ao período conhecido como Guerra Fria, cuja origem pode ser atribuída à: Assinatura do Pacto de Varsóvia, que proibiu a Iugoslávia de receber ajuda econômica e militar dos Estados Unidos. Declaração unilateral da URSS da “Detente”, que exprimia o desejo de buscar a coexistência pacífica entre os dois sistemas ideológicos. Correto! Construção de um discurso inglês e norte-americano, que procurou mostrar os perigos do expansionismo soviético. Em 1946 ficou famoso o discurso de Wilston Churchill, Primeiro Ministro britânico, que afirmava que “uma cortina de ferro descia sobre a Europa” e precisava ser combatida, em alusão ao crescimento soviético no continente. Tal posicionamento foi adotado, também, pelos EUA, dando início à Guerra Fria. Divisão do território alemão pelas potências vencedoras da II Guerra Mundial e às divergências quanto à sovietização do Oriente Médio. Doutrina Trumam, que incentivou os soviéticos a ampliarem seu domínio político nos países do Leste europeu. Pergunta 3 0,2 / 0,2 pts Analise as questões abaixo sobre política e segurança. I. A política externa dos Estados diz respeito a condução pacífica das relações internacionais, tendo a diplomacia como instrumento, ao passo que o recurso a medidas coercitivas e, em última instância, ao emprego da força é alheio ao repertório da política externa por ser medida excepcional e de caráter temporário. II. Para a consecução de objetivos externos dos Estados, cabe, formal e legalmente, à diplomacia obter, de forma irrestrita, informações que abranjam aspectos políticos, econômicos, sociais e acontecimentos externos e que sejam consideradas indispensáveis à adequada formulação e execução da política externa. III. Durante a Guerra Fria, os temas de segurança estiveram virtualmente ausentes ou foram relegados a posições secundárias na agenda da política externa do Brasil, então voltada fundamentalmente para preocupações com o desenvolvimento, mas adquiriram grande relevância a partir do início do século XXI em razão do fortalecimento das ameaças de natureza e alcance globais, notadamente a proliferação de armas de destruição em massa, o terrorismo e os conflitos etno- religiosos. IV. No período pós-Guerra Fria a natureza transnacional das novas ameaças à segurança internacional — terrorismo internacional, proliferação de armas de destruição em massa, crime organizado e narcotráfico — ensejou a cooperação entre o aparato de segurança, incluídas as agências de inteligência de países anteriormente rivais. Assinale a alternativa correta: Correto! Apenas a alternativa IV está correta. “A política externa dos Estados diz respeito a condução pacífica das relações internacionais, tendo a diplomacia como instrumento, ao passo que o recurso a medidas coercitivas e, em última instância, ao emprego da força é alheio ao repertório da política externa por ser medida excepcional e de caráter temporário” - o item está errado, já que não se pode afirmar que o recurso a medidas coercitivas e ao emprego da força é alheio ao repertório da política externa de um Estado Nacional. Vale lembrar que a política externa é a política de Estado que define a inserção e a atuação dos Estados no sistema internacional, um ambiente anárquico (destituído de autoridade central que goze do monopólio do uso da força) em que podem ocorrer relações pacíficas, de cooperação e colaboração, e também relações conflituosas, de disputa do poder, que, no limite, podem levar ao emprego da força em um conflito armado interestatal. Há uma conexão clara entre política externa, política de defesa e política de inteligência, como fiz questão de lembrar inúmeras vezes no nosso curso. “Para a consecução de objetivos externos dos Estados, cabe, formal e legalmente, à diplomacia obter, de forma irrestrita, informações que abranjam aspectos políticos, econômicos, sociais e acontecimentos externos e que sejam consideradas indispensáveis à adequada formulação e execução da política externa” – a assertiva está errada, pois se é verdade que, com grande frequência, os Estados recorrem a ações que têm por objetivo obter informações que abranjam todas as esferas mencionadas (política, econômica, social e internacional) com a finalidade de incrementar sua capacidade de busca pelos seus objetivos externos, também é verdade que nem todas as informações podem ser acessadas de forma legal. Como vimos em nossas aulas, há informações sigilosas (como, por exemplo, segredos militares, segredos diplomáticos e segredos industriais), que não pode ser acessada irrestritamente. “Durante a Guerra Fria, os temas de segurança estiveram virtualmente ausentes ou foram relegados a posições secundárias na agenda da política externa do Brasil, então voltada fundamentalmente para preocupações com o desenvolvimento, mas adquiriram grande relevância a partir do início do século XXI em razão do fortalecimento das ameaças de natureza e alcance globais, notadamente a proliferação de armas de destruição em massa, o terrorismo e os conflitos etno-religiosos” - a assertiva está errada. A segurança é um tema tradicional da política externa brasileira, estando presente desde suas origens pós- independência até hoje, não sendo diferente no período da Guerra Fria. Temas como a segurança regional, a participação em operações de paz, o posicionamento no debate sobre armas nucleares e o combate ao narcotráfico sempre estiveram na agenda do Brasil. Vale mencionar ainda que não a preocupação com o desenvolvimento e a preocupação com temas de segurança não são excludentes e que o discurso diplomático brasileiro sempre tratou o desenvolvimento como um tema estreitamente vinculado à segurança. Exemplo disso foi o célebre discurso dos três D’s, proferido pelo Chanceler Araújo Castro em 1963, que enfatiza os temas Desenvolvimento, Descolonização e Desarmamento, este último um importante tema de segurança. “No período pós-Guerra Fria a natureza transnacional das novas ameaçasà segurança internacional — terrorismo internacional, proliferação de armas de destruição em massa, crime organizado e narcotráfico — ensejou a cooperação entre o aparato de segurança, incluídas as agências de inteligência de países anteriormente rivais” - a assertiva está certa. Com o final da lógica bipolar que prevaleceu ao longo da segunda metade do Século XX, as ameaças para a segurança internacional se tornaram cada vez mais complexas, mais fluídas, possuindo um caráter claramente não territorializado, transnacional e com uma organização em redes, o que demanda grande cooperação entre os Estados, sobretudo por meio da cooperação e do intercâmbio entre agências inteligência. No pós-11 de setembro, houve grande intercâmbio de informações entre as comunidades de inteligência russa e norte-americana, por exemplo. Apenas a alternativa III está correta. I e IV estão corretas. I, II e III estão corretas. I, III e IV estão corretas. Pergunta 4 0,2 / 0,2 pts “Crescimento econômico contínuo exigia estabilidade política nacional e internacional. O governo democrata chefiado por Truman (1945-1952), sob a pressão dos seus partidários do Sul, dos republicanos, e do empresariado, abandonou suas intenções de empreender mais reformas sociais, favorecendo uma aliança entre empresas, governo e Forças Armadas com concessões limitadas à classe trabalhadora. Comentou Charles E. Wilson, presidente da General Motors, que o melhor cenário seria uma ‘economia permanente de guerra’”. Sean Purdy. “O século americano”. In: Leandro Karnal (org.) História dos Estados Unidos. 3ª ed. São Paulo: Editora Contexto, 2017, p. 227 Sobre o contexto retratado pelo excerto, assinale a alternativa correta: Fundado em 1944, o FMI passou a ser o meio pelo qual os Estados Unidos dominaram os países após a Segunda Guerra Mundial. Exemplo disso foram os vultosos empréstimos concedidos pelo órgão a nações do sudeste asiático, resultando no surgimento dos “Tigres Asiáticos”. A Guerra Fria abriu oportunidades de desenvolvimento bélico e tecnológico aos Estados Unidos. Por isso, conflitos diretos entre o país e a União Soviética, além de constantes, se mostraram extremamente eficientes para a continuidade da estabilidade da economia estadunidense. O envolvimento dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial abriu a possibilidade de investimentos em países europeus. A presença marcante de empresas estadunidenses na Alemanha, no imediato pós-Guerra, é o principal exemplo desses investimentos. Os esforços, movidos para a vitória na Segunda Guerra Mundial, resultaram em um crescimento acelerado da economia estadunidense. Para mantê-la, o governo adotou, após o conflito, uma política de juros altos, concessão de empréstimos facilitados e intervenções militares em países da América Latina. Correto! A Segunda Guerra Mundial abriu oportunidades de crescimento econômico aos Estados Unidos. Com o intuito de manter tal crescimento, e diante da nova realidade da Guerra Fria, o governo adotou uma política de militarização da economia americana. O Partido Democrata nos EUA, ao longo da História, defendeu uma maior atuação do Estado no social e na economia, basta observar o New Deal elaborado por F.D. Roosevelt na década de 1930 e o “Fair Deal” implantado no governo do presidente Harry Truman, 1945-1952. O Partido Republicano, por sua vez, defendia o Liberalismo, ou seja, menor atuação do Estado. Conforme o texto do historiador Leandro Karnal, ocorreu uma pressão dos republicanos sobre o presidente democrata Truman que acabou adotando uma economia permanente de guerra. Pergunta 5 0,2 / 0,2 pts Os conflitos no Afeganistão e Iraque servem como fértil terreno de análise sobre a evolução e magnitude dos contratos privados em serviços de natureza militar. A presença massiva destas empresas nestes dois conflitos capitais do pós-Guerra Fria denuncia uma silenciosa transformação nos moldes da guerra contemporânea e na agenda internacional de segurança, dois fenômenos que vêm consolidando-se desde o final da década de 1980 e que assumem particular intensidade e importância no início do século XXI. Essas empresas representam um tipo muito especial de atores transnacionais que passam a ter um papel decisivo na formulação de política externa sobre segurança, e que lançam desafios sobre o entendimento das relações internacionais. A partir disso, o que significa dizer que a segurança internacional vive um período de privatização? Que os países desenvolvidos têm mais benefícios com a medida de privatização das forças civis de segurança. Correto! Que cada vez mais civis morrem na guerra (interna ou externa) e cada vez morrem menos soldados; de outro lado, que a segurança internacional é cada vez mais fornecida por efetivos militares privados. Como aponta o texto início desta questão, cada vez mais são realizados contratos privados em serviços de natureza militar, o que por conseguinte morrem mais civis na guerra do que soldados. Que o Estado cedeu completamente o gerenciamento da violência internacional a empresas militares privadas. Que as Forças Militares privadas se tornaram os únicos combatentes dos estados na guerra. Que o Estado continua fornecendo todos os efetivos militares na guerra.