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Resenha Crítica - Introdução a Engenharia de Segurança do trabalho pdf

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Universidade Estácio de Sá 
Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do 
Trabalho 
 
Resenha Crítica do Artigo – Segurança no trabalho na 
Alcoa (b). 
 
Bruna Rodrigues Silva 
 
Trabalho da disciplina: 
Introdução a Engenharia de Segurança do trabalho. 
Tutor: Marcio Jorge Gomes Vicente 
 
Itaúna/MG 
2021 
 
 
 
 
 
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Resenha Crítica do Artigo: Segurança no trabalho na Alcoa (b) 
 
Paul O’Neill foi CEO da companhia Alcoa entre os anos de 1987 a 1996. A Alcoa era uma 
das maiores companhias no ramo da produção de alumínio. Paul se dedicou a investir na 
mudança de comportamento dos seus gerentes que teriam que passar aos seus 
subordinados as mudanças, fazendo então uma gestão de saúde ocupacional e segurança 
totalmente eficientes, a saúde e segurança do colaborador eram prioridade e após este 
investimento ele informou que a companhia teve um grande aumento, significativo, nos lucros 
se comparado com as outras empresas do mesmo ramo a partir do momento que tomaram 
como foco a segurança no trabalho. No ano de 1996 na reunião anual da Alcoa, dentre todos 
os assuntos a serem abordados, a melhoria contínua na área da segurança no trabalho e 
como consequência o aumento dos lucros obtidos naquele ano era o principal assunto. Era 
uma grande conquista para Paul pois desde que assumiu o cargo o mesmo sempre frisou o 
quão importante era a segurança no trabalho e ele precisava mostrar isso para todos os 
colaboradores. Ao inicio das reuniões, Paul fazia questão de sempre falar em primeiro sobre 
a segurança com os seus colaboradores, argumentando afim de fazê-los entender qual era a 
prioridade da empresa. Uma das táticas que ajudava a fazer com que todos tivessem o 
devido conhecimento era de que em cada uma das reuniões, Paul escolhia um colaborador e 
pedia que o mesmo apresentasse onde eram as saídas de emergência, quais eram os 
planos de evacuação caso fosse necessário e todas as outras orientações sobre a segurança 
na empresa. Não foi fácil, Paul teve muitas dificuldades no início, priorizando a saúde e 
segurança do colaborador era como se batesse de frente com o comprimento das metas de 
produção e vendas, muitos dos gerentes, vendo o que Paul estava tentando fazer, ficaram 
muito preocupados pois achavam que tudo que Paul estava fazendo tiraria a visibilidade da 
empresa devida a baixa produtividade, o baixo lucro, então para que Paul conseguisse o que 
queria ele precisava que houvesse equilíbrio, era necessária uma gestão de prevenção bem 
alinhada e extremamente organizada para que todas as metas fossem cumpridas. 
Os acidentes e até mesmo as doenças de trabalho eram pontos negativos para ambos os 
lados, a ausência do empregado acarreta um descontrole, tem as despesas com encargos 
trabalhistas, é necessário colocar um novo trabalhador no lugar ou até mesmo contratar um 
novo integrante para cobrir a ausência e não conseguindo cobrir essa falta pode acontecer 
 
 
 
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de ter até a paralização do setor de trabalho comprometendo a produção. Uma fiscalização 
mais rígida e o acompanhamento, a conscientização dos colaboradores, no uso dos 
equipamentos de proteção individual pode evitar a grande maioria dos acidentes. Os 
colaboradores precisam se atentar e entender que o uso dos equipamentos de proteção 
individual é necessário para o bem de todos. Paul além de implantar a conduta de segurança 
dentro da empresa ele começou a interagir com os analistas financeiros para mostrar o 
objetivo de conseguir zero dias de trabalho perdidos por doença ou acidentes de trabalho. 
Paul estava orgulhoso de tudo que havia conseguido, do nível que havia chegado na 
empresa a qual era hoje líder. A Alcoa não conseguiu chegar à liderança na saúde e 
segurança do trabalho apenas com no papel e com programas, ela foi mais longe quando 
investiu em mudanças de comportamento no dia a dia. A empresa compreendia que cada 
decisão tomada no individual pode causar o mínimo de impacto e que as mesmas decisões 
tomadas em coletivo poderiam ter um efeito catastrófico e a empresa também compreendia 
que a segurança sempre devia vir em primeiro lugar e que para isso não se tinha 
questionamento e isso a Alcoa valorizava. 
Os colaboradores tinham uma visão sobre o que era segurança no trabalho e o importante 
era conhecer bem o conceito e saber como aplica-lo no dia a dia. Ter um bom ambiente de 
trabalho, um ambiente justo e de confiança faz com que os funcionários colaborem e 
informem sobre possíveis situações de risco dentro da empresa, o que ajuda muito e mostra 
a preocupação com a vida. Outro fator importante para que se tenha a segurança no trabalho 
é conhecer todos os processos da empresa e assim criar medidas preventivas, pois assim se 
tiverem algum problema conseguem resolver o mais rápido não prejudicando os processos 
da empresa. Priorizar a segurança no trabalho é também priorizar a segurança do 
colaborador e uma boa prática da empresa foi de colocar um profissional de segurança perto 
das pessoas que tomam as decisões na empresa para que quando as decisões forem 
tomadas o profissional possa opinar e deixar as medidas nos padrões da segurança. 
Paul priorizava sempre a segurança no trabalho, buscava saber de todas as situações que 
ocorriam dentro da empresa, ele sempre tinha respostas para os questionamentos quando se 
tratava da segurança no trabalho, mas em um evento de perguntas e respostas em que 
participou, Mary Margaret o que questionou sobre como era as condições de trabalho em que 
eram submetidos seus colaboradores em umas das filiais da Alcoa que ficava localizada na 
cidade do México, Mary informou que não era das melhores situações, condições insalubres 
 
 
 
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de trabalho e os funcionários não recebiam o salário compatível com o que era adotado 
naquela região. Paul não sabia destas coisas e imediatamente solicitou uma investigação 
nas fábricas que tinham tido as denúncias e depois de quatro semanas chegaram para ele os 
relatórios das condições de saúde e segurança dos funcionários das empresas em questão. 
Após receber os relatórios Paul se reuniu com a Mary e também com a cúpula da Alcoa para 
tentar entender o porque das acusações e Mary informou que a situação em que viviam os 
funcionários da fábrica de Acunã no México não eram nada compatíveis com o que Paul 
tanto defendia e divulgava. Paul foi apurar junto aos gestores da unidade de Acunã e eles lhe 
informaram que as denúncias feitas pela Irmã Mary eram um tanto quanto “exageradas”. Paul 
após fazer alguns questionamentos acabou percebendo que ninguém havia estado nas 
instalações de Acunã e que por este motivo não se podia ter informações de primeira mão 
sobre a real situação da fábrica, então em conversa com a Irmã Mary, Paul prometeu 
averiguar pessoalmente a situação e tomar todas as medidas corretivas necessárias. 
Para se ter uma diretriz, Paul tomou duas ações imediatas, ele buscou a opinião do gestor da 
unidade de Acunã e reuniu uma equipe composta por seis integrantes para conseguirem 
investigar, essa equipe era composta por especialistas da saúde e segurança e o gerente da 
unidade a ser investigada. Eles visitaram cinco fábricas, fizeram entrevistas com funcionários 
e diretores, e após as conversas a equipe gerou um relatório com o parecer da investigação. 
Depois de uma semana que Paul recebeu o relatório ele se deslocou até o México para ter 
assim suas próprias avaliações. Paul visitou as fábricas que faziam parte da unidade de 
negócios da Alcoa Fujikura (AFL), que tinha uma rede de outras quarenta fábricas e tinham 
os melhores desempenhos da Alcoa quando tratado sobre receita, crescimento da receita e 
segurança, mas então o porque das acusações da Irmã Mary? Paul precisava averiguar 
melhor e ao fim ele e os especialistas acreditavam que não havia um Trade-off entre 
segurança e as outras prioridades da empresa. 
O relatório feito pela equipe de investigação apresentou quea equipe de trabalho não era 
exposta a condições perigosas de trabalho, que a intoxicação que houve não fez com que 
fosse perdidos dias de trabalho e que a fábrica em questão tinha tido nos últimos anos a 
menor taxa de afastamentos do trabalho e que os empregados recebiam a terceira maior 
remuneração daquela região. Mediante todas as informações coletadas durante a 
investigação, um detalhe surpreendeu a equipe, pois nem tudo que acontecia, os incidentes, 
eram relatados aos superiores e os incidentes foram: desmaios dos funcionários, dores de 
 
 
 
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cabeça recorrentes, vômitos, náuseas, tonturas, depressão, falta de coordenação, irritação 
na garganta e letargia. Paul pode concluir que precisava de um controle maior do que estava 
acontecendo nas fábricas, que apenas através dos relatórios não era o suficiente, que 
precisava de acompanhamento e observação. Observou-se também que o lucro das 
empresas era crescente, mas que pouco se investia nos locais onde eram executadas as 
operações e também foi observado que os dados sobre os incidentes nem sempre eram os 
reais visto que muitas das vezes os incidentes nem eram relatados. 
Mediante os relatos neste artigo pode-se concluir que papéis e relatórios nem sempre são 
medidas eficazes se analisados por si só, é necessário um acompanhamento mais de perto, 
avaliar e entender o ambiente onde as atividades são executadas é extremamente 
importante pois com esta avaliação é possível ter um direcionamento, traçar melhorias no 
ambiente, nos maquinários e até mesmo na rotina dos funcionários e até mesmo 
acompanhar as taxas de acidentes e incidentes. A segurança do trabalho é dinâmica, 
cientifica, conseguimos através de observações, avaliação e do levantamento de dados 
prever e agir antes mesmo do acontecimento de ocorrências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ACIDENTES NÃO ACONTECEM POR ACASO, MAS SIM, POR DESCASO. 
 
 
 
 
Referência: 
 
SPEAR, Steven J., Segurança do Trabalho na Alcoa (b), Escola de Negócios de Harvard, 
Boston 30 de março de 2000.

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