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Vitamina B1 (tiamina)

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Vitamina B1 – Tiamina
Introdução sobre as vitaminas 
As vitaminas são micronutrientes 
orgânicos essenciais para o metabolismo 
biológico. Na sua maioria, são oriundos da 
alimentação, estando presentes em 
pequenas quantidades nos alimentos. A sua 
carência pode causar graves prejuízos 
ao organismo. 
As vitaminas são separadas em dois 
grandes grupos, as vitaminas lipossolúveis e 
hidrossolúveis. As vitaminas lipossolúveis são 
apolares, assim, são solúveis em óleos, 
gorduras e outros solventes orgânicos 
apolares, precisam da ação da gordura e 
da bile para serem absorvidas pelo intestino 
e podem ser acumuladas no organismo, 
enquanto, as vitaminas hidrossolúveis, são 
polares, portanto, dissolvem-se na água e 
em outros solventes polares, são eliminadas 
facilmente pela urina, não ficando retidas 
por muito tempo no organismo. 
Vitamina B1 
A vitamina B1 também chamada de 
tiamina ou aneurina é uma vitamina 
hidrossolúvel que pertence ao complexo 
vitamínico ou ao complexo B, como é mais 
conhecido. 
A tiamina foi a primeira vitamina a 
ser descoberta, no início do século XX. Foi 
isolada a primeira vez em fungos, no ano de 
1932 por Windaus. Sua estrutura foi 
determinada por Willians em 1936 e a sua 
função foi determinada em 1937 quando 
identificou-se como uma cocarboxilase. 
A tiamina foi descoberta 
acidentalmente como fator de descarte 
da cutícula do arroz durante o seu 
polimento. A população alimentava-se de 
arroz não polido, com a introdução do 
arroz polido na alimentação, houve um 
aumento na incidência de casos de 
polineurite (infecção simultânea de vários 
nervos de diferentes regiões do organismo, 
em geral por causas tóxicas ou infecciosas), 
assim, descobriu-se que a cutícula do arroz 
possuía uma grande quantidade de 
vitamina que protegia contra a polineurite 
 Em relação a estrutura química, a 
tiamina apresenta um anel pirimídico, o 
qual é ligado por uma ponte metileno a 
um anel tiazol. 
 Existem três formas de tiamina: 
pirofosfato de tiamina (TPP), forma mais 
encontrada na natureza, é a forma 
biologicamente ativa, que atua como 
coenzima em reações catabólicas e 
anabólicas; tiamina difosfato (TDP), 
predominante nos tecidos vivos; tiamina 
monofosfato (TMP), presente nos tecidos 
vivos em pequenas concentrações. 
 
 A tiamina é altamente solúvel em 
água e bastante instável em pH alcalino, 
sendo facilmente degradada com o 
aquecimento. Como a tiamina é 
hidrossolúvel e termolábil, cerca de 25% dela 
pode ser perdida na cocção do alimento, a 
depender do processo de preparação do 
alimento. 
 O organismo libera facilmente a 
tiamina através da urina, além desse 
mecanismo, o suor pode conter 30 a 56 nmol 
de tiamina/L em condições muito quentes, o 
que pode representar perda significativa 
da vitamina. 
 O organismo não sintetiza vitamina 
B1, assim, é necessário à sua obtenção 
por meio da alimentação. Ela pode ser 
encontrada em todos os tecidos animais e 
vegetais. Os melhores depósitos 
temporários de TPP, no corpo humano, é 
os músculos esqueléticos, fígado, 
coração, rins e cérebro. 
Fontes da tiamina 
No Brasil, sugere-se uma ingestão 
diária de referência (IDR) de tiamina de 
1,2 mg, sendo que pacientes sob terapia 
renal, hemodiálise ou diálise peritoneal, 
além de pessoas com síndromes de má 
absorção necessitam de uma maior 
ingestão de tiamina. 
As fontes de tiamina são estratos de 
leveduras e leveduras, farelo de trigo, 
cereais integrais, castanhas, nozes, 
lentilha, soja, hortaliças, frutas, ovos, 
carne vermelha, de porco e o fígado. A 
tiamina está presente em praticamente 
todos os tecidos animais e vegetais, em 
baixas concentrações, a maior parte da 
tiamina presente em produtos animais 
encontra-se na forma fosforilada, dos quais 
a maioria apresenta-se como pirofosfato 
de tiamina, nos produtos vegetais 
encontra-se predominantemente a forma 
não fosforilada. 
Tiaminases e antagonistas da tiamina 
podem diminuir a biodisponibilidade da 
vitamina. Enzimas tiaminolíticas são 
encontradas em uma variedade de 
microrganismo e alimentos. Compostos 
termoestáveis presentes nos alimentos 
(especialmente polifenóis) também causam 
quebra oxidativa da tiamina, assim como 
o sulfito, que é largamente utilizado no 
processamento dos alimentos. 
Absorção da tiamina 
 O fosfato de tiamina é hidrolisado por 
fosfatases intestinais. A tiamina em altas 
concentrações, é absorvida por difusão 
simples pela borda em escova do trato 
gastrintestinal, já em baixas 
concentrações, ela é absorvida por meio 
do transporte ativo, mediado por 
carreadores no intestino. Com o consumo 
de álcool, o transporte ativo da vitamina 
é inibido no organismo. 
 A ATPase (adenosinatrifosfatase) é 
uma enzima que catalisa a decomposição 
do trifosfato de adenosina em adenosina 
 
difosfato e um íon de fosfato livre, a sua 
funcionalidade depende do sódio e do 
potássio na membrana basolateral que 
acredita ser responsável pelo efluxo ativo 
da vitamina para o fluido serosal que é 
inibido pelo etanol. 
 Cerca de 90% da tiamina presente no 
plasma encontra-se na forma de tiamina 
pirofosfato e é carreada pelos eritrócitos, 
o restante encontra-se na forma livre ou é 
transferida pela albumina plasmática na 
forma de tiamina monofosfato. 
Funções metabólicas da tiamina 
 No meio intracelular, ou seja, dentro 
da célula, a tiamina é convertida em 
tiamina pirofosfato por meio da doção de 
dois grupos fosfatos oriundos do ATP, 
reação que é catalisada pela enzima 
tiamina fosfotransferase. 
Os estudos de Peters, nas décadas 
de 1920 e 1930, estabeleceram o papel de 
coenzima da tiamina difosfato na 
descarboxilação oxidativa de 2-
oxoácidos e na transcetolase. A tiamina 
em combinação com o fosfato, forma a 
coenzima tiamina pirofosfato (TPP), que 
atua como uma cocarboxilase. Essa forma 
é necessária para a descarboxilação 
oxidativa do piruvato, formando acetato 
e acetil coenzima A, componente principal 
da via de Krebs. 
 De modo geral, a TPP é necessária 
para a descarboxilação de outros -
cetoácidos – derivados de aminoácidos 
(ácidos -cetoglutárico e cetacarboxilatos) 
sendo necessária no metabolismo de 
carboidratos, gorduras e proteínas. A 
conversão do -cetoglutarato no ciclo de 
Krebs formando succinil-CoA. 
 A trancetolase e a 
descarboxilação oxidativa é responsável 
pela retirada de uma unidade aldeído 
ativada, transformando assim, um aldeído 
em uma cetose. 
 Por suas funções essenciais no 
sistema nervoso, a tiamina é conhecida 
como vitamina antineurítica. A tiamina 
também tem sido utilizada no tratamento 
da acidose metabólica, que pode ocorrer 
em pacientes submetidos à nutrição 
parental. O difosfato de tiamina é a 
coenzima para três complexos 
multienzimáticos mitocondriais envolvidos 
na descarboxilação oxidativa de 2-
oxoácidos, piruvato desidrogenase e 2-
oxoglutarato desidrogenase; na via 
metabólica central de energia e na 
cadeia ramificada oxoácido 
desidrogenase e no catabolismo de 
leucina, isoleucina e valina. A 
transcetolase é a enzima chave na via de 
pentose fosfato do metabolismo de 
carboidratos. Catalisa a transferência de 
duas unidades de carbono de um doador 
cetose para um aceptor aldose açúcar. 
O doador de cetose forma um intermediário 
de transição com a timina difosfato, que 
 
sofre clivagem para liberar uma aldose de 
dois carbonos menores que o substrato 
cetose, deixando o difosfato de tiamina 
ligado à enzima di-idroxietil. Esta reage com 
um aceptor aldose para formar uma cetose 
maior de dois carbonos. A via de pentose 
fosfato é o principal caminho de 
metabolismo de carboidratos em alguns 
tecidos e uma alternativa significativa para 
a glicólise em todos os tecidos. A 
importância principal dessa via é a 
produção de NADPH para o uso nas 
reações Biosintética e na ressíntese de 
ribosepara a síntese de nucleotídeos. 
 A tiamina trifosfato (não é um 
intermédio na formação ou no catabolismo 
de tiamina difosfato) está em quantidades 
consideráveis no tecido nervoso e no 
músculo esquelético, especialmente, em 
fibras musculares de contração rápida. 
Sugere-se que o trifosfato de tiamina tem 
ação no sistema nervoso separada de sua 
função como coenzima de tiamina difosfato, 
ela aparentemente age na bomba iônica 
da membrana do nervo, possivelmente 
como doador de fosfato para a 
fosforilação de uma das proteínas do 
canal de sódio. 
A tiamina é fundamental para o 
metabolismo dos carboidratos, 
proteínas e lipídeos, pois em 
combinação com o fósforo forma a 
coenzima tiamina pirofosfato (TPP) que 
participa da reação de 
descarboxilação do piruvato e a 
acetato e acetil coenzima-A, 
substância doadora de energia no ciclo 
de Krebs. A TPP também participa da 
descarboxilação de outros alfa – 
cetoácidos derivados de aminoácidos. 
A tiamina está envolvida também 
nos processos digestórios (as células 
parentais do estomago produzem ácido 
clorídrico na presença da vitamina B1), 
participa da manutenção do apetite, e 
da transmissão de impulsos nervosos. 
 
Deficiência de tiamina 
A deficiência em tiamina pode ser 
resultado de uma ingestão inadequada 
da vitamina, aumento da necessidade, 
perda excessiva de tiamina do corpo, o 
consumo de fatores antitiamina nos 
alimentos ou uma combinação desses 
fatores. 
A ingestão inadequada de tiamina é 
comum em populações de baixa renda 
cujas dietas são ricas em carboidratos e 
pobres em tiamina. 
O aumento da necessidade de 
tiamina pode ser resultante de um grande 
esforço físico, febre, gravidez, amamentação 
e crescimento na adolescência. 
A perda excessiva de tiamina pode 
ocorrer em casos de aumento de fluxo 
urinário, com o uso de diuréticos, por 
exemplo, devendo ter atenção para 
indivíduos com insuficiência renal que 
requerem hemodiálise e alcoólatras que 
 
perdem muita tiamina. Deficiências muito 
graves de tiamina podem gerar algumas 
síndromes no organismo: 
A síndrome mais conhecida é o 
beribéri, que significa “não posso, não 
posso”, ele pode se apresentar na forma 
úmida, na qual está presente o edema, 
sobretudo nos membros inferiores, e na forma 
seca, ou seja, sem a presença do edema, 
geralmente, é resultado de uma deficiência 
menos grave. Na forma úmida apresenta 
como sintomas: confusão mental, perda de 
massa muscular, neuropatia periférica, 
taquicardia, taquipneia, cardiomegalia e 
edema, enquanto, na forma seca, seus 
sintomas incluem fraqueza muscular, perda 
da sensibilidade de pés e mãos, dificuldade 
para falar, êmese, confusão mental, 
movimento involuntários dos olhos e 
paralisia. 
A neurite crônica e encefalopatia 
de Wernicke com psicose de Korsakoff 
também são síndromes ocorrentes mediante 
a carência de tiamina. As síndromes estão, 
geralmente, associados a carência da 
tiamina com o consumo excessivo de álcool 
e de narcóticos. A baixa ingestão de 
alimentos ricos em tiamina atrelado a 
diminuição da atividade hepática causa 
impedimento na utilização da vitamina 
levando a oftalmoplegia, ataxia, sintomas 
nervosos como confusão mental, perda de 
memória e coma. A degeneração mental é 
resultante de lesões hemorrágicas no sistema 
nervoso central. 
Além dessas síndromes, a deficiência 
de tiamina pode gerar alterações 
metabólicas. A ação da tiamina difosfato no 
piruvato desidrogenase resulta em prejuízo 
na conversão do piruvato para acetil-
CoA, portanto há diminuição na entrada 
de piruvato no ciclo do ácido cítrico e, 
então, se não ocorre a conversão do 
piruvato em acetil-CoA, o ciclo do ácido 
cítrico não pode produzir elétrons para a 
fosforilação oxidativa, o que resulta em 
déficit energético que, no coração, se 
reflete em hipertrofia cardíaca congestiva. 
A deficiência em tiamina em 
indivíduos com dieta rica em 
carboidratos leva ao aumento das 
concentrações plasmáticas de lactato e 
piruvato, o que pode levar à acidose 
lática, com ameaça a vida. E ainda, a 
enzima transcetolase sofre redução de 
atividade o que torna o indivíduo mais 
vulnerável a lesões. 
Prevenção de doenças 
Estudos tem apresentado resultados 
que a tiamina é importante na prevenção 
de catarata e prevenção de 
agravamento de diabetes mellitus tipo I e 
II (em picos de glicemia, os rins são utilizados 
como sistema tampão, dessa forma, elimina-
se mais urina e junto a essa urina, vitamina 
B1), e estudos mostraram que pacientes de 
diabetes mellitus possuíam baixa 
quantidade de tiamina. No entanto, faz-se 
necessários estudos mais complexos para 
 
determinar a relação da vitamina com o 
desenvolvimento dessas patologias. 
Como as síndromes clínicas da 
deficiência de tiamina apresentam 
distúrbios crônicos, a tiamina vem sendo 
estudada como mecanismo de melhora 
nos quadros de doenças de Alzheimer e 
já se descobriu que os níveis de TPP e TMP 
são baixos em portadores de Alzheimer, além 
disso, há evidências que pessoas com 
Alzheimer apresentam uma diminuição da 
atividade de enzimas dependentes de TPP. 
Pacientes com câncer, geralmente, 
recebem suplementação de tiamina, no 
entanto, estudos recentes mostraram que a 
deficiência de tiamina foi observada em 
alguns pacientes com câncer com tumores 
de rápidos crescimento, dessa forma, 
analisa-se a possibilidade de tumores 
malignos se alimentarem de tiamina e, com 
isso, sofrer um aumento no seu ritmo de 
crescimento. 
Além disso, a vitamina B1 aumenta a 
concentração, melhora a transmissão de dos 
neurotransmissores, auxilia na adaptação 
neural durante o exercício físico e auxilia no 
controle das cólicas. 
Toxicidade 
A suplementação de tiamina pode 
ser feita através de complexos 
multivitamínicos orais. Não há evidências 
de efeito tóxico da tiamina, embora altas 
doses por via parental são associadas 
com depressão respiratória em animais e 
choque anafilático em humanos. 
Hipersensibilidade e dermatite de contato 
são documentadas em trabalhadores da 
área farmacêutica que manuseiam a tiamina. 
A absorção da tiamina é limitada, 
não podendo ser absorvida mais do que 
2,5mg em uma única dose. Efeitos 
colaterais são observados mediante a 
ingestão de doses diárias maiores que 
400mg (náuseas, vômitos, prurido, urticária e 
hemorragia digestiva).

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