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E-book 1
Hamilton Moura
CONTABILIDADE 
GERAL
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3
A LINGUAGEM DOS NEGÓCIOS �������������4
Demonstração do Resultado �����������������������������������8
Balanço Patrimonial – Ativos Princípio do 
Custo como Base de Valor e Conservadorismo � 13
Balanço Patrimonial – Passivo e Patrimônio 
Líquido ������������������������������������������������������������������� 17
Demonstração dos Fluxos de Caixa �������������������� 20
MÉTODO DAS PARTIDAS 
DOBRADAS ������������������������������������������������ 22
O plano de contas ������������������������������������������������� 22
Exemplo 1 �������������������������������������������������������������� 24
Exemplo 2 �������������������������������������������������������������� 26
Exemplo 3 �������������������������������������������������������������� 27
Exemplo 4 �������������������������������������������������������������� 28
Exemplo 5 �������������������������������������������������������������� 29
CONSIDERAÇÕES FINAIS �����������������������31
SÍNTESE ������������������������������������������������������� 32
2
INTRODUÇÃO
Neste módulo de Contabilidade Geral apresentare-
mos alguns princípios contábeis básicos e termino-
logia contábil� Depois de se familiarizar com alguns 
desses termos e conceitos, você se sentirá à vontade 
para navegar pelas explicações, quizzes, e outros 
recursos do curso�
Alguns dos termos básicos de contabilidade que 
você aprenderá incluem receitas, despesas, ativos, 
passivos, demonstração do resultado, balanço patri-
monial e demonstração do fluxo de caixa. Você se 
familiarizará com débitos e créditos contábeis, mos-
traremos como registrar as operações que ocorrem 
em uma empresa� Você também saberá por que dois 
conceitos básicos de contabilidade – o conceito de 
reconhecimento de receita e o princípio da compe-
tência de exercícios – garantem que a demonstração 
de resultados de uma empresa relate a lucratividade 
de uma empresa na competência do exercício�
Nessa exposição dos fundamentos contábeis bus-
caremos apresentar explicações claras e concisas�
3
A LINGUAGEM DOS 
NEGÓCIOS
Em 2014, Warren Buffett comparou a contabilidade 
com uma língua estrangeira, que precisa ser aprendi-
da antes para possibilitar um diálogo compreensível 
com outras pessoas� A vantagem de aprender a lín-
gua dos negócios é que você pode falar em qualquer 
lugar sobre uma demonstração de resultados ou um 
balanço patrimonial, elaborados de acordo com as 
normas internacionais, e isso será compreendido por 
qualquer pessoa que também conheça a linguagem 
dos negócios, a contabilidade�
Vamos começar nosso curso tratando a linguagem 
dos negócios e apresentando os princípios básicos 
da contabilidade por meio da história de uma pessoa 
iniciando um novo negócio� A pessoa é José Roberto 
– um homem experiente que vê a necessidade de um 
serviço de entrega de encomendas em sua comuni-
dade� José pesquisou as necessidades do mercado, 
pesquisou a concorrência, viajou para outros lugares 
visitando empresas que trabalhavam nesse ramo de 
negócio e, após esses estudos, validou sua ideia e 
preparou um plano de negócios que documenta a 
viabilidade de seu novo negócio�
Podcast 1 
4
https://famonline.instructure.com/files/118399/download?download_frd=1
José pediu indicação de um contador para um amigo 
que também tem uma empresa de serviços, se en-
controu com o contador Wilson para discutir a forma 
de negócio que deveria usar� Dada a sua situação 
específica, eles concluíram que uma sociedade com 
a esposa seria melhor, pois enquadrada no regime 
de tributação simplificado. José decide que o nome 
de sua empresa será JR Serviços de Entregas Ltda� 
O contador também aconselha José sobre as várias 
licenças e registros que serão necessários para a 
nova empresa�
José Roberto é muito trabalhador e um homem in-
teligente, mas admite que não está confortável com 
a parte burocrática e de gestão de sua empresa� Ele 
sabe que poderá contar com a expertise de seu con-
tador e que poderá utilizar um software de contabili-
dade para registrar todas as operações da empresa, 
mas quer entender melhor como a contabilidade 
pode auxiliar na gestão do seu negócio� 
Em sua segunda reunião com Wilson, José Roberto 
pede a ele uma visão geral da contabilidade, das de-
monstrações financeiras e como são geradas es-
sas informações� Com base no plano de negócios 
de José, Wilson percebe que provavelmente haverá 
milhares de transações a cada ano. Ele afirma que 
um software contábil permitirá o registro eletrônico, 
armazenamento e recuperação das transações� O 
software de contabilidade permitirá que José Roberto 
gere as demonstrações financeiras e outros relatórios 
necessários para administrar seus negócios�
5
José Roberto parece confuso com o termo transação, 
então Wilson explica que transação é o nome que se 
dá às operações que serão realizadas pela empresa, 
também chamadas de fatos administrativos, e dá 
cinco exemplos de transações que a JR Serviços de 
Entregas Ltda� precisará registrar:
• José Roberto, sem dúvida, iniciará seus negócios 
colocando parte de seu próprio dinheiro nisso� Na ver-
dade, ele está integralizando o capital da JR Serviços 
de Entregas Ltda�
• A JR Serviços de Entregas Ltda� precisará comprar 
um veículo de entrega robusto e confiável.
• A empresa começará a receber valores de clientes 
para entregar suas encomendas�
• A empresa pagará impostos sobre os valores 
recebidos�
• A empresa incorrerá em despesas para sua opera-
ção, como um salário para José Roberto, despesas 
associadas ao veículo de entrega, publicidade, etc�
Com milhares de transações desse tipo em um de-
terminado ano, José Roberto percebe que precisará 
usar o software desde o início� O software de conta-
bilidade gera faturas de vendas e lançamentos con-
tábeis simultaneamente, emite notas fiscais para 
os clientes sem nenhum trabalho adicional, atualiza 
automaticamente os registros contábeis, etc�
Ao adquirir o hábito de inserir todas as transações 
comerciais do dia em seu computador, José poderá 
ter acesso rápido e fácil às informações específicas 
6
necessárias para tomar decisões comerciais cor-
retas� Wilson diz a José Roberto que a “abordagem 
de transação” da contabilidade é útil, confiável e 
informativa� Ele já trabalhou com outros proprietá-
rios de pequenas empresas que acham que basta 
simplesmente “saber” que sua empresa ganhou R$ 
90�000,00 durante o ano (com base apenas no fato 
de que ela possui R$ 90�000,00 a mais do que em 
1º de janeiro)� Essas são as pessoas que começam 
de forma errada e acabam no escritório de Wilson à 
procura de conselhos financeiros.
Se José Roberto inserir todas as transações da JR 
Serviços de Entregas Ltda� em seu computador, um 
bom software de contabilidade permitirá que ele im-
prima suas demonstrações contábeis com apenas 
um clique� A seguir, Wilson explica o conteúdo e o ob-
jetivo das três principais demonstrações financeiras:
• Demonstração do Resultado;
• Balanço patrimonial; e,
• Demonstração dos Fluxos de Caixa�
7
Figura 1: Linguagem dos negócios. Fonte: Pixabay.
Demonstração do Resultado
Wilson ressalta que uma Demonstração do Resultado 
mostrará como a JR Serviços de Entregas Ltda� foi 
lucrativa durante o intervalo de tempo mostrado em 
seu cabeçalho� Esse período de tempo pode ser uma 
semana, um mês, três meses, cinco semanas ou um 
ano – José Roberto pode escolher qualquer período 
de tempo que julgue mais útil�
A demonstração do resultado envolve duas coisas: 
o montante que foi ganho (receitas) e as despesas 
necessárias para obter as receitas� Como você ob-
servará a seguir, o termo receita não é o mesmo que 
recebimentos, e o termo despesas envolve mais do 
que apenas um cheque para pagar uma conta�
8
https://pixabay.com/pt/photos/local-de-trabalho-equipe-1245776/
Receitas
As principais receitas da JR Serviços de Entregas 
Ltda� são as taxas que ela recebe para o envio de 
encomendas�De acordo com o regime contábil de 
competência (ao contrário do método contábil de 
caixa), as receitas são registradas quando são au-
feridas, e não quando a empresa recebe o dinheiro� 
Registrar as receitas quando elas são obtidas é o 
resultado de um dos princípios básicos de conta-
bilidade conhecido como princípio da competência 
de exercícios�
Por exemplo, se José Roberto entregar 1�000 enco-
mendas em dezembro por R$ 4,00 cada entrega, ele 
tecnicamente ganhou taxas totalizando R$ 4�000,00 
para esse mês� Suponha que ele envie faturas a seus 
clientes por essas taxas com vencimento até 10 de 
janeiro do ano seguinte� Mesmo que seus clientes 
não paguem a JR Serviços de Entregas Ltda� até 10 
de janeiro, o regime de competência exige que os R$ 
4�000,00 sejam registrados como receita de dezem-
bro, uma vez que é quando o trabalho das entregas 
realmente ocorreu� Depois que as despesas são cor-
respondidas com essas receitas, a demonstração 
do resultado de dezembro mostrará quão lucrativa 
a empresa foi com a entrega de encomendas em 
dezembro�
Quando José Roberto receber os cheques de paga-
mento no valor de R$ 4�000,00 de seus clientes, em 
10 de janeiro, ele fará uma entrada contábil para mos-
trar que o dinheiro foi recebido� Esses R$ 4�000,00 
9
de recebimentos não serão considerados como re-
ceitas de janeiro, uma vez que as receitas já foram 
reportadas como receita em dezembro, quando fo-
ram auferidas� Esses R$ 4�000,00 de recebimentos 
serão registrados em janeiro como uma redução no 
Contas a Receber (em dezembro, José Roberto fez 
uma entrada no Contas a Receber e nas Vendas)�
Despesas
Agora Wilson se volta para a segunda parte da de-
monstração de resultados – as despesas� A demons-
tração do resultado de dezembro deve mostrar as 
despesas incorridas durante o mês de dezembro, 
independentemente de quando a empresa realmente 
pagou ou pagará essas despesas� Por exemplo, se 
José Roberto contratar alguém para ajudá-lo com as 
entregas de dezembro e José Roberto concordar em 
pagar-lhe R$ 900,00, em 3 de janeiro, essa despesa 
de R$ 900,00 precisa ser mostrada na demonstração 
do resultado de dezembro� A data real em que os 
R$ 900,00 são pagos não importa� O que importa 
é quando o trabalho foi feito – quando a despesa 
foi incorrida – e, nesse caso, o trabalho foi feito em 
dezembro� A despesa de R$ 900,00 é contada como 
uma despesa de dezembro, embora o valor seja pago 
somente em 3 de janeiro� O registro das despesas 
com as receitas relacionadas também está associa-
do ao princípio da competência de exercícios�
Wilson explica a José Roberto que mostrar os R$ 
900,00 de despesas de salário na demonstração do 
resultado de dezembro resultará em uma correspon-
10
dência do custo da mão de obra usada para fazer as 
entregas de dezembro, com as receitas da entrega de 
dezembro� Essa correspondência é muito importante 
para medir a rentabilidade de uma empresa durante 
um determinado período de tempo�
Wilson fica encantado ao ver que José Roberto já 
tem uma compreensão intuitiva desse princípio con-
tábil básico� Para ganhar receitas em dezembro, a 
empresa teve de incorrer em algumas despesas de 
operação em dezembro, mesmo que as despesas 
sejam pagas em janeiro� Outras despesas a serem 
correspondidas com as receitas de dezembro seriam 
o combustível para o veículo de entrega e spots pu-
blicitários no rádio, por exemplo�
José Roberto pede a Wilson para fornecer outro 
exemplo de um custo que não seria pago em de-
zembro, mas teria que ser correspondido como uma 
despesa na demonstração do resultado de dezembro� 
Wilson usa a despesa de juros em dinheiro empres-
tado como exemplo� Ele pede a José Roberto para 
supor que, no dia 1º de dezembro, a JR Serviços de 
Entregas Ltda� pegue um empréstimo R$ 24�000,00 
com prazo de dois anos e com uma taxa de juros de 
10% ao ano, ou R$ 2�400,00 por ano� Esse juro deve 
ser pago em uma quantia fixa em 1º de dezembro 
de cada ano�
Agora, mesmo que o juro esteja sendo pago ao ban-
co apenas uma vez por ano, José Roberto percebe 
que, na realidade, um pouco dessa despesa de ju-
ros é incorrida a cada dia após ser contratada� Se 
11
José Roberto estiver preparando demonstração do 
resultado mensal, ele deverá informar um mês de 
despesas com juros na demonstração do resultado 
de cada mês� O valor que a JR Serviços de Entregas 
Ltda� incorrerá como despesa de juros será de R$ 
200 por mês durante todo o ano (R$ 24�000 x 10% 
dividido por 12)� Em outras palavras, José Roberto 
precisa descontar R$ 200 de despesas com juros das 
receitas de cada mês� A despesa de juros é consi-
derada um custo necessário para obter as receitas 
apresentadas nas demonstrações de resultados�
Wilson explica a José Roberto que a demonstração 
do resultado é um pouco mais complicada do que o 
que ele acabou de explicar, mas, por enquanto, ele 
só quer que José Roberto aprenda alguns conceitos 
básicos de contabilidade e alguma terminologia con-
tábil� Wilson garante, no entanto, que José Roberto 
entenda um ponto simples, mas importante: uma 
demonstração de resultado, não informa o recebi-
mento do dinheiro – em vez disso, sua finalidade é:
• Informar as receitas obtidas pelos esforços da 
empresa durante o período�
• Relatar as despesas incorridas pela empresa du-
rante o mesmo período� 
O objetivo da demonstração de resultados é mostrar 
a lucratividade de uma empresa durante um perío-
do de tempo específico. A diferença (ou “líquido”) 
entre as receitas e as despesas da JR Serviços de 
Entregas Ltda� é geralmente chamada de última linha 
12
e é rotulada como Lucro Líquido ou Prejuízo Líquido 
do Exercício�
Outros exemplos de gastos que podem ser pagos 
antes de serem usados incluem seguros e anuidade 
para uma associação comercial ou assinatura de 
periódicos. A parcela que expira no período contábil 
atual é registrada como uma despesa na demons-
tração do resultado; a parte que ainda não expirou 
é registrada como um ativo no balanço patrimonial.
Wilson assegura a José Roberto que ele logo verá 
uma ligação significativa entre a demonstração do 
resultado e o balanço patrimonial, mas por enquanto 
ele continua com sua explicação dos ativos.
Balanço Patrimonial – Ativos 
Princípio do Custo como Base 
de Valor e Conservadorismo
José Roberto descobre que cada um dos ativos de 
sua empresa é registrado pelo seu custo original e, 
mesmo que o valor justo de mercado de um item au-
mente, o contador não aumentará o valor registrado 
desse ativo no balanço patrimonial� Esse é o resul-
tado de outro princípio contábil básico, conhecido 
como princípio de custo como base de valor�
Embora os contadores geralmente não aumentem 
o valor de um ativo, eles podem diminuir seu valor 
como resultado de um conceito conhecido como con-
servadorismo� Por exemplo, depois de alguns meses 
13
de trabalho, José Roberto percebe uma necessidade 
de seus clientes: eles precisam de caixas para emba-
lar as encomendas; então, começa a comprar caixas 
de diferentes tamanhos para vender aos clientes� 
Digamos que a JR Serviços de Entregas Ltda� tenha 
comprado 1�000 caixas por atacado a R$ 1,00 cada� 
Desde o momento em que José Roberto as comprou, 
no entanto, o preço de atacado das caixas foi reduzi-
do em 40% e, ao preço de hoje, ele poderia comprá-
-las por R$ 0,60 cada� Se o valor realizável líquido 
de seu estoque for menor que o custo registrado 
originalmente, o princípio do conservadorismo dire-
ciona o contador a relatar o valor mais baixo como 
o valor do ativo, no balanço patrimonial�
Em resumo, o princípio do custo como base de valor 
geralmente evita que os ativos sejam reportados a 
mais do que o custo, enquanto o conservadorismo 
pode exigir que os ativos sejam informados a um 
custo menor do que esse�
 Depreciação
José Roberto também precisa saber que os valores 
reportados em seu balanço patrimonial para ativos, 
como equipamentos, veículos e edifícios são rotinei-
ramente reduzidos pela depreciação� A depreciação 
é realizadapelo princípio contábil da competência de 
exercícios� A depreciação é usada para ativos cuja 
vida não é indefinida – o equipamento se desgasta, 
os veículos se tornam muito antigos e caros para 
manter, a idade dos edifícios e alguns ativos (como 
computadores) se tornam obsoletos� Depreciação 
14
é a alocação do custo do ativo em despesas de de-
preciação, na demonstração do resultado, ao longo 
de sua vida útil�
Como exemplo, suponha que o veículo do JR Serviços 
de Entregas Ltda� tenha uma vida útil estimada de 
cinco anos e tenha sido comprado a um custo de R$ 
60�000,00� O contador pode lançar R$ 12�000,00 (R$ 
60�000,00 ÷ 5 anos) de Despesas de Depreciação, 
com as receitas de cada ano, por cinco anos� A cada 
ano, o valor contábil do veículo será reduzido em R$ 
12�000,00� (O valor contábil relatado no balanço pa-
trimonial é o custo do veículo menos a depreciação 
total, desde que o veículo foi adquirido.) Isso significa 
que, após um ano, o balanço patrimonial reporta-
rá o valor contábil do veículo de entrega como R$ 
48�000,00, após dois anos o valor contábil será de R$ 
36.000,00, etc. Após cinco anos – ao fim da vida útil 
esperada do veículo – seu valor contábil será zero�
SAIBA MAIS
“Como Calcular a Depreciação e Impairment”, vídeo 
do Prof. Daniel Ramos Nogueira: https://www.youtu-
be.com/watch?v=PQH6P7s_gQk
José Roberto quer ter certeza de que entende o que 
Wilson está lhe dizendo sobre os ativos no balanço, 
então pergunta a Wilson se o balanço está, de fato, 
mostrando o valor dos ativos da empresa. Ele fica 
surpreso ao ouvir Wilson dizer que os ativos não 
são reportados no balanço patrimonial pelo seu 
15
https://www.youtube.com/watch?v=PQH6P7s_gQk
https://www.youtube.com/watch?v=PQH6P7s_gQk
valor (valor justo de mercado)� Os ativos de longo 
prazo (como edifícios, equipamentos e mobiliário) 
são reportados pelo seu custo, menos os valores já 
enviados para a demonstração do resultado, como 
Despesa de Depreciação� O resultado é que o valor 
de mercado de um edifício pode realmente ter au-
mentado desde que foi adquirido, mas o valor no 
balanço patrimonial foi consistentemente reduzido, à 
medida que o contador transferiu parte de seu custo 
para a despesa de depreciação, na demonstração 
de resultados�
Outro ativo, um equipamento de escritório, pode ter 
um valor justo de mercado muito menor do que o 
valor contábil informado no balanço patrimonial� Os 
contabilistas veem a depreciação como um processo 
de alocação – alocando o seu valor à despesa para 
confrontar os custos com as receitas geradas pelo 
ativo� Os contadores não consideram a depreciação 
como um processo de avaliação� Um terreno não é 
depreciado porque não têm uma vida útil definida; 
aparecem ao custo original, mesmo que a terra valha 
cem vezes mais do que seu custo, não há desgaste 
de terreno, não há consumo, o terreno sempre será 
o mesmo com o passar do tempo�
Os valores dos ativos de curto prazo (atuais) pro-
vavelmente estarão próximos de seus valores de 
mercado, uma vez que tendem a “girar” em períodos 
relativamente curtos de tempo�
Wilson adverte José Roberto que o balanço reporta 
apenas os ativos adquiridos ao seu custo de aquisi-
16
ção. Isso significa que a reputação de uma empresa 
– por melhor que seja – não será listada como um 
ativo. Isso também significa que Alexandre Costa 
não aparecerá como um ativo no balanço da Cacau 
Show; Antônio Luiz Seabra não aparecerá como um 
ativo no balanço da Natura; O logotipo da Cacau 
Show e da Natura também não aparecerão como 
ativo em seus balanços. José Roberto fica surpreso 
ao ouvir isso, pois, em sua opinião, esses itens talvez 
fossem as coisas mais valiosas dessas empresas. 
Wilson diz a José Roberto que ele acabou de apren-
der uma lição importante da qual ele deve sempre 
se lembrar ao ler um balanço.
Balanço Patrimonial – Passivo e 
Patrimônio Líquido
Passivo
O balanço reporta os passivos da JR Serviços de 
Entregas Ltda. na data indicada no cabeçalho do 
balanço. Passivos são obrigações da empresa; são 
valores devidos a outros na data do balanço. Wilson 
dá a José Roberto alguns exemplos de obrigações: 
o empréstimo que ele teria recebido do banco, os 
juros sobre o empréstimo que ele deve, o montante 
devido à loja de suprimentos por itens comprados a 
crédito (Contas a Pagar), o salário que ele deve a 
um empregado, mas que ainda não pagou (Salário 
a Pagar), os impostos calculados sobre suas vendas 
que deverão ser recolhidos no próximo mês.
17
Outra obrigação é o dinheiro recebido antes de 
realmente realizar um trabalho ou entregar um pro-
duto. Por exemplo, suponha que a JR Serviços de 
Entregas Ltda. conclua um contrato com um de seus 
clientes estipulando que o cliente pague R$ 6.000,00 
em troca da entrega de 30 itens por mês, durante 
6 meses. Suponha que a Entregas Diretas receba 
o pagamento de R$ 6.000,00 em 1º de dezembro 
para entregas a serem realizadas entre 1º de de-
zembro e 31 de maio. A JR Serviços de Entregas 
Ltda. tem um recebimento de R$ 6.000,00 em 1º 
de dezembro, mas não tem receita de R$ 6.000,00, 
neste momento. Ela terá receitas apenas quando 
ganhar, entregando os itens. Em 1º de dezembro, a 
contabilidade mostrará que seu ativo aumentou em 
R$ 6.000,00, mas também terá de mostrar que tem 
um passivo de R$ 6.000,00 (a empresa assumiu a 
obrigação de entregar R$ 6.000,00 em itens dentro 
de 6 meses, ou devolver o dinheiro).
A conta do passivo envolvida nos R$ 6.000,00 rece-
bidos em 1º de dezembro é a receita não recebida 
(ou Receitas diferidas, depósitos de clientes, etc.). 
A cada mês, à medida que os 30 itens são entre-
gues, a JR Serviços de Entregas Ltda. está ganhan-
do R$ 1.000,00 e, como resultado, a cada mês, R$ 
1.000,00 são transferidos das Receitas Diferidas 
para a Receita de Serviços. A cada mês, a obrigação 
da JR Serviços de Entregas Ltda. diminui em R$ 
1.000,00, uma vez que ela cumpre o contrato, en-
tregando encomendas e, a cada mês, suas receitas 
18
na demonstração de resultados aumentam em R$ 
1.000,00.
Patrimônio Líquido
A terceira seção do balanço de uma empresa é o 
Patrimônio Líquido. O valor do Patrimônio Líquido é 
exatamente a diferença entre os valores dos ativos e 
os valores dos passivos. Como resultado, os conta-
dores geralmente se referem ao Patrimônio Líquido 
como a diferença de ativos menos passivos. 
Como os ativos da empresa são demonstrados pelo 
menor valor de custo ou mercado (e não pelos valo-
res de mercado), é importante que você não associe 
o valor apresentado do Patrimônio Líquido ao valor 
de mercado da empresa� Portanto, é uma má escolha 
referir-se ao Patrimônio Líquido como o “valor líquido” 
da empresa� Para encontrar o valor de mercado de 
uma empresa, você deve obter os serviços de um pro-
fissional familiarizado com a avaliação de negócios.
Dentro da seção Patrimônio Líquido, você pode ter 
contas como Capital Social, Capital a Integralizar, 
Ações Preferenciais, Ações Ordinárias, Reserva de 
Capital, Reserva de Lucros, Ações em Tesouraria, etc�
A conta Capital Social será aumentada quando hou-
ver aumento de capital em dinheiro ou algum outro 
ativo, ou quando houver incorporação de parte das 
reservas ao capital social� Outra conta, Reserva de 
Lucros, aumentará quando a empresa obtiver lucro� 
Haverá uma diminuição quando a empresa tiver um 
prejuízo. Isso significa que as receitas automatica-
19
mente causarão um aumento no Patrimônio Líquido 
e as despesas automaticamente causarão uma redu-
ção no Patrimônio Líquido� Isso ilustra uma ligação 
entre o balanço patrimonial e a demonstração de 
resultados de uma empresa�
Figura 2: Equilíbrio Patrimonial. Fonte: Pixabay.
Demonstração dos Fluxos de 
Caixa
A terceira demonstração financeira que José Roberto 
precisa entender é a Demonstração dos Fluxos de 
Caixa� Esse relatório mostra como o saldo de caixa 
da JR Serviços de Entregas Ltda� foi alterado duran-
te o intervalo de tempo mostrado no cabeçalho da 
demonstração� José Roberto poderá ver o dinheirogerado e utilizado pelas atividades operacionais, suas 
20
https://pixabay.com/pt/photos/senhora-justi%C3%A7a-legal-direito-2388500/
atividades de investimento e suas atividades de fi-
nanciamento de sua empresa� Muita da informação 
sobre esta demonstração financeira virá dos balan-
ços e demonstrações de resultados da empresa�
Os três relatórios financeiros que Wilson apresentou 
a José Roberto – a demonstração do resultado, o 
balanço patrimonial e a demonstração do fluxo de 
caixa – representam um segmento da valiosa produ-
ção que um bom software contábil pode gerar para 
os proprietários de empresas�
Agora Wilson explica a José Roberto o básico para 
começar a registrar suas transações�
21
MÉTODO DAS 
PARTIDAS DOBRADAS
O campo da contabilidade – tanto os sistemas ma-
nuais antigos quanto o software básico de contabili-
dade de hoje – é baseado no procedimento contábil 
de 500 anos, conhecido como método das partidas 
dobradas� A partida dobrada é um conceito simples, 
mas poderoso: cada uma das transações de uma 
empresa resultará em um valor registrado em, pelo 
menos, duas das contas no sistema contábil�
Podcast 2 
SAIBA MAIS
Assista ao vídeo a seguir para entender melhor o 
método das partidas dobradas: “Método das Par-
tidas Dobradas: Desvendando o segredo dos Conta-
dores” do Prof. Cláudio Marcelo R. Cordeiro.
 https://www.youtube.com/watch?v=CSKT_VGbtso
O plano de contas
Para iniciar o processo de configuração do sistema 
de contabilidade de José Roberto, ele precisará fazer 
uma lista detalhada de todos os nomes das contas 
que a JR Serviços de Entregas Ltda� pode considerar 
22
https://famonline.instructure.com/files/118400/download?download_frd=1
úteis para relatar suas transações� Esta listagem de-
talhada é chamada de plano de contas� O software de 
contabilidade geralmente fornece modelos de planos 
de contas para vários tipos de negócios�
Ao iniciar suas operações, José Roberto descobrirá 
que o plano de contas o ajudará a selecionar as duas 
(ou mais) contas para classificar cada uma delas. 
José Roberto poderá ainda adicionar mais nomes 
de contas ao plano de contas ou excluir nomes de 
contas que nunca serão usadas� Um bom plano de 
contas deve ser flexível, possibilitando adaptações 
para melhor classificar e relatar as transações de 
seus negócios�
Por causa do método das partidas dobradas, todas 
as transações da JR Serviços de Entregas Ltda� en-
volverão uma combinação de duas ou mais contas 
do balanço patrimonial e / ou da demonstração de 
resultados� Wilson lista alguns exemplos de contas 
que José Roberto provavelmente precisará incluir 
em seu plano de contas:
Contas de balanço:
• Contas de ativos (Exemplos: Caixa, Contas a Receber, 
Suprimentos, Veículos, Equipamentos)
• Contas de Passivo (Exemplos: Contas a Pagar, 
Impostos a Pagar, Salários a Pagar)
• Contas do Patrimônio Líquido (Exemplos: Capital 
Social, Reserva de Lucros)
23
Contas de demonstração de resultados:
• Contas de receita (Exemplos: Receitas de Serviço, 
Receitas Financeiras)
• Contas de despesas (Exemplos: despesas de 
salários, despesas de aluguel, despesas de 
depreciação) 
Para ajudar José Roberto a entender como isso fun-
ciona, Wilson ilustra o método das partidas dobra-
das com alguns exemplos de transações que José 
Roberto provavelmente encontrará�
Exemplo 1
Em 3 de dezembro de 2018, José Roberto inicia seu 
negócio na JR Serviços de Entregas Ltda� A primeira 
transação que José Roberto registrará para sua em-
presa é o investimento pessoal de R$ 200�000,00 na 
JR Serviços de Entregas Ltda� O sistema contábil da 
empresa mostrará um aumento em sua conta Caixa 
de R$ 200�000,00, e um aumento na conta Capital 
Social, do patrimônio líquido, em R$ 200�000,00� 
Ambas as contas são contas do balanço patrimonial� 
Não há receita porque nenhum serviço foi prestado 
pela empresa e não houve despesas�
Depois que José Roberto registrar essa transação, 
o balanço da JR Serviços de Entregas Ltda. ficará 
assim:
24
JR Serviços de Entregas Ltda.
Balanço Patrimonial
03/12/2018
Ativos
Aplicação de Recursos
Origem dos
Recursos Aplicados
Caixa R$ 200.000
Passivo Líquido
Capital Social
Total TotalR$ 20.000 R$ 200.000
R$ 200.000
Passivos
Figura 3: Representação do patrimônio. 
Wilson diz a José Roberto se ele pode perceber que 
o balanço é apenas isso: um equilíbrio� José Roberto 
olha para o total de R$ 200�000,00 no lado do ati-
vo, e olha para R$ 200�000,00, no lado direito, e diz 
que sim; é claro, ele verifica que realmente há um 
equilíbrio�
Wilson mostra a José Roberto algo chamado de 
equação básica da contabilidade, que, explica, é 
realmente o mesmo conceito do balanço, apenas 
apresentado em um formato equação:
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido
R$ 200�000 = R$ 0 + R$ 200�000
25
A equação contábil (e o balanço) deve estar sempre 
em equilíbrio�
Exemplo 2
Se, no dia 04/12, a empresa comprar um veículo 
para fazer suas entregas no valor de R$ 50�000,00, 
pagando 50% à vista e financiando 50%. O valor da 
aplicação de recursos foi de R$ 50�000,00, mas qual 
foi a origem dos recursos para comprar esse veículo? 
A metade teve origem no próprio ativo, ou seja, diver-
sificou a aplicação do Capital Social inicial, ficando 
R$ 175�000,00 em Caixa e R$ 50�000,00 em Veículos� 
O restante foi financiado, tendo origem, portanto, em 
capital de terceiros (Passivo)�
Analisemos como ficaria agora a distribuição do 
Patrimônio (em origens e aplicações):
Demonstração do Patrimônio após a aquisição do 
veículo:
JR Serviços de Entregas Ltda.
Balanço Patrimonial
04/12/2018
Ativo (aplicações de recursos) Passivo (origens dos 
recursos)
Caixa R$ 175.000,00 Financiamento R$ 
25.000,00
Veículos R$ 50.000,00 Patrimônio Líquido
Capital Social R$ 
200.000,00
Total R$ 225.000,00 Total R$ 
225.000,00
Tabela 1:  Representação do patrimônio.
26
Exemplo 3
Se, no dia 05/12, a empresa adquirir suprimentos de 
seus fornecedores a prazo, no valor de R$ 10�000,00, 
deverá demonstrar em seu patrimônio essa nova 
aquisição e a origem dos recursos para tal�
JR Serviços de Entregas Ltda.
Balanço Patrimonial
05/12/2018
Ativo (aplicações de recursos) Passivo (origens dos recursos)
Caixa R$ 175.000,00
Suprimentos R$ 10.000,00
Fornecedores R$ 10.000,00
Financiamento R$ 25.000,00
Veículos R$ 50.000,00
Patrimônio Líquido
Capital Social R$ 200.000,00
Total R$ 235.000,00 Total R$ 235.000,00
Tabela 2: Representação do patrimônio. 
Observe que o total do Ativo é de R$ 235�000,00 
e o valor do Passivo + Patrimônio Líquido é de R$ 
235�000,00, mas o valor do Patrimônio Líquido per-
manece o mesmo, ou seja, as origens de capital pró-
prio não foram alteradas, todas as novas aplicações 
de recursos tiveram origens nos recursos do próprio 
Ativo ou do Passivo (capital de terceiros)�
Você já deve ter percebido que qualquer transação 
que afeta o patrimônio é possível encontrar suas 
origens e aplicações dos recursos�
27
Exemplo 4
Suponha agora que, no dia 06/12, a empresa adquira 
móveis e equipamentos para o seu escritório, no valor 
de R$ 20�000,00, pagando 40% à vista e o restante 
em 4 parcelas�
O seu caixa diminuirá em R$ 8�000,00 (40% x R$ 
20�000,00) e a sua dívida com fornecedores au-
mentará em R$ 12�000,00� Por outro lado, seu ati-
vo aumentará em R$ 20�000,00 na conta Móveis e 
equipamentos� A aplicação foi feita em móveis e 
equipamentos, e as origens de recursos foram R$ 
8�000,00 do Caixa e R$ 12�000,00 de Fornecedores�
JR Serviços de Entregas Ltda.
Balanço Patrimonial
06/12/2018
Ativo (aplicações de recursos) Passivo (origens dos recursos)
Caixa R$ 167.000,00
Suprimentos R$ 10.000,00
Fornecedores R$ 22.000,00
Financiamento R$ 25.000,00
VeículosR$ 50.000,00
Móveis e Equipam. R$ 20.000,00
Patrimônio Líquido
Capital Social R$ 200.000,00
Total R$ 247.000,00 Total R$ 247.000,00
Tabela 3:  Representação do patrimônio.
28
José Roberto fica perplexo com o método da conta-
bilidade e com as informações que terá para dirigir 
seu negócio, mas não dispensa a assessoria do seu 
contador, pois sabe que haverá maior complexidade, 
à medida que a empresa aumentar seu volume de 
operações�
O Contador provoca José Roberto e dá outro exem-
plo, envolvendo prestação de serviços�
Exemplo 5
Suponha que a JR Serviços de Entrega Ltda� prestou 
um serviço de entrega para uma empresa, no dia 
06/12, e emitiu uma fatura que vencerá em 30 dias� 
O valor do serviço foi de R$ 1�000,00�
Como contabilizar? Desafia Wilson.
Nesse caso, temos uma receita de serviços, pois já 
ocorreu a prestação do serviço, no entanto, ainda 
não foi recebido�
JR Serviços de Entregas Ltda.
Balanço Patrimonial
06/12/2018
Ativo (aplicações de recursos) Passivo (origens dos recursos)
Caixa R$ 
167.000,00
Contas a Receber R$ 1.000,00
Suprimentos R$ 10.000,00
Fornecedores R$ 22.000,00
Financiamento R$ 25.000,00
29
Veículos R$ 50.000,00
Móveis e Equipam. R$ 20.000,00
Patrimônio Líquido
Capital Social R$ 200.000,00
Lucro R$ 1.000,00
Total R$ 248.000,00 Total R$ 248.000,00
Tabela 4: Representação do patrimônio. 
A contrapartida de contas a receber será uma conta 
de resultado, que aumentará o Patrimônio Líquido; 
por ora, vamos supor que houve um lucro de R$ 
1�000,00� No entanto, essa é uma conta de resultado 
chamada Receitas de Serviços�
30
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Iniciamos, neste primeiro módulo, o estudo da lin-
guagem dos negócios, a contabilidade� Você já deve 
ter percebido que é preciso entender muitos termos 
e conceitos para poder se comunicar no mundo dos 
negócios�
Começamos com uma história fictícia de um empre-
sário iniciando um novo negócio com a assessoria 
de um contador� Dessa forma, introduzimos alguns 
conceitos e princípios da contabilidade, explicamos 
o funcionamento das principais demonstrações con-
tábeis e fornecemos alguns exemplos de transações 
de uma empresa�
Nos próximos módulos, vamos nos aprofundando 
nos conceitos e princípios necessários para o bom 
entendimento da contabilidade�
Consideramos que a contabilidade é um complexo 
sistema de comunicação e, para que essa comuni-
cação tenha a fluidez necessária ao ambiente de 
negócios, é preciso aprender sua linguagem�
31
Síntese
• patrimônio líquido.
• patrimônio.
• passivo.
• ativo.
• capital de terceiros.
• contas de resultado.
• contas patrimoniais.
• fatura.
• prestação de serviços.
• vendas.
• compras.
• fluxo de caixa.
• demonstração do resultado.
• balanço patrimonial.
Linguagem dos negócios
Informação aos usuários da 
contabilidade
CONTABILIDADE GERAL
Transações Princípios
Contábeis
Referências 
Bibliográficas 
& Consultadas
CORDEIRO, Cláudio Marcelo R� Método das 
Partidas Dobradas: Desvendando o segredo dos 
Contadores� Vídeo disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=CSKT_VGbtso� Acesso em: 
28 jun� 2019�
FAVERO, Hamilton Luiz; LONARDONI, Mário; 
SOUZA, Clóvis de; TAKAKURA, Massakazu� 
Contabilidade: Teoria e Prática� 6� ed� São Paulo: 
Atlas, 2011�
GELBECKE, Ernesto Rubens; SANTOS, Ariovaldo 
dos; IUDÍCIBUS, Sergio de; MARTINS, Eliseu� 
Manual de Contabilidade Societária. 3� ed� São 
Paulo: Atlas, 2018� [Minha Biblioteca]
IUDÍCIBUS, Sergio de� et al� Contabilidade 
Introdutória. 12� ed� São Paulo: Atlas, 2019� [Minha 
Biblioteca]
IUDÍCIBUS� Sergio de; MARION, José Carlos� Curso 
de contabilidade para não contadores: para as 
áreas de administração, economia, direito e en-
genharia� 8� ed� São Paulo: Atlas, 2019� [Minha 
Biblioteca]
MARION, José Carlos� Contabilidade básica. 12� 
ed� São Paulo: Atlas, 2018� [Minha Biblioteca]
MARION, José Carlos� Contabilidade empresarial. 
16� ed� São Paulo: Atlas, 2013� [Minha Biblioteca]
NOGUEIRA, Daniel Ramos� Como Calcular a 
Depreciação e Impairment. Vídeo disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=PQH6P7s_gQk� 
Acesso em: 28 jun� 2019�
PADOVEZE, Clóvis Luiz� Introdução à Contabilidade 
para não contadores. 2� ed� São Paulo: Cengage 
Learning, 2016� [Minha Biblioteca]
PADOVEZE, Clóvis Luís� Manual de contabilidade 
básica: contabilidade introdutória e intermediária� 
10� ed� São Paulo: Atlas, 2018� [Minha Biblioteca]�
E-book 2
Hamilton Moura
CONTABILIDADE 
GERAL
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3
PATRIMÔNIO ������������������������������������������������4
Origens e Aplicações de Recursos �������������������������7
As Demonstrações Contábeis Básicas ������������������9
CICLO CONTÁBIL �������������������������������������� 23
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������28
SÍNTESE �������������������������������������������������������29
2
INTRODUÇÃO
Na sua forma mais simples, a contabilidade é uma 
forma de comunicar a saúde financeira de uma em-
presa ou organização a todas e quaisquer partes 
interessadas� É uma maneira de avaliar os ativos, 
passivos, resultados econômicos e financeiros, ou 
o futuro de uma entidade para todos os investidores 
atuais e futuros� É uma ferramenta vital para todos 
os tipos de negócios que precisam transformar os 
dados de suas transações em informações�
Neste módulo, vamos tratar do objeto de estudo da 
contabilidade: o Patrimônio� Para estudar o patri-
mônio e suas variações ao longo do tempo, a con-
tabilidade rastreia todas as origens e aplicações de 
recursos que vão ocorrendo por meio das transações 
efetuadas pela entidade� Chamamos de entidade 
qualquer ente que possua um patrimônio que possa 
ser estudado pela contabilidade: pessoa física ou 
pessoa jurídica, englobando empresas publicas e 
privadas, associações, sindicatos, organizações não 
governamentais, etc�
Atuando dentro de um ciclo contábil, o contador re-
gistra todas as transações do período e pode apre-
sentar as demonstrações contábeis básicas:
• Demonstração do Resultado
• Demonstração de Fluxo de Caixa
• Balanço Patrimonial
3
PATRIMÔNIO
A Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio 
e suas variações, com o objetivo de fornecer infor-
mações úteis para tomada de decisão por parte de 
gestores ou investidores�
A construção da informação contábil é baseada na 
observação de uma entidade e sua atividade espe-
cífica. O processamento dos dados para obter in-
formações é feito operando com uma linguagem 
contábil específica e meios para que eles atendam 
às necessidades do usuário e à legislação vigente�
A contabilidade propõe uma modelagem abrangente 
da entidade baseada em regras que garantem a ob-
tenção de informações contábeis de alta qualidade 
e não apenas uma lista de contas e números�
Além de desempenhar um importante papel no con-
trole da gestão de recursos e sua contribuição para 
a tomada de decisão por diferentes usuários, a con-
tabilidade passou a desempenhar, nos últimos anos, 
um papel do ajuste social, pois as informações das 
grandes empresas que geram impacto em determi-
nados segmentos sociais são de interesse geral�
As demonstrações contábeis são um resumo das 
informações que caracterizam os elementos do patri-
mônio de cada empresa e representam o documento 
oficial de gestão, que deve espelhar uma imagem ver-
dadeira, clara e completa dos ativos, posição finan-
ceira e resultados econômicos obtidos� Além disso, 
4
as demonstrações contábeis mostram os resulta-
dos da administração da entidade, incluindo gestão 
dos recursos que lhes são confiados. Os usuários 
que desejarem avaliar a gestão de uma empresa, ou 
avaliar as decisões que impactam no seu resultado 
econômico – tais como a opção de manter ou vender 
o investimento ou a substituição ourecondução de 
administradores profissionais –, podem utilizar as 
informações produzidas pela contabilidade�
As decisões econômicas tomadas pelos usuários 
das demonstrações contábeis exigem a avaliação de 
capacidade da empresa de gerar caixa ou equivalen-
tes de caixa e resultados econômicos consistentes� 
Em última análise, depende, por exemplo, da capa-
cidade de uma entidade pagar a seus empregados 
e fornecedores, pagar juros, pagar empréstimos e 
remunerar seus proprietários�
Mas o que é patrimônio?
Patrimônio é entendido na contabilidade como o con-
junto de bens, direitos e obrigações de uma entidade�
Toda entidade (pessoa física ou jurídica), ao longo 
de sua vida, adquire bens e direitos e assume obri-
gações, pois as empresas precisam dos bens para 
produzir outros bens e serviços, e comercializá-los; 
assume obrigações de pagar fornecedores, funcio-
nários, governo, sócios, instituições financeiras.
Mas o que são bens?
São considerados bens de uma empresa tudo o que 
possui valor econômico e que possa ser transfor-
5
mado em dinheiro, sendo útil para a realização do 
objetivo social da pessoa jurídica�
Em nosso exemplo, a JR Serviços de Entregas Ltda� 
Necessita, para atingir seu objetivo social, “fazer en-
tregas de objetos, documentos e produtos”, portanto, 
precisa de alguns bens – como de um veículo robus-
to, de um local – para seu funcionamento, alguns 
móveis e equipamentos para sua administração� 
Esses bens fazem parte do patrimônio da empresa�
Em relação aos direitos, toda vez que a JR Serviços 
de Entregas Ltda� faz uma entrega para um cliente, 
ela adquire o direito de receber o valor da entrega 
do seu cliente�
Em relação às obrigações, quando a empresa compra 
a prazo ou faz um empréstimo no banco, ela assume 
a obrigação de pagar essas dívidas�
SAIBA MAIS
Assista ao vídeo Contabilidade – Patrimônio, do 
professor Mário Junior, para aprofundar o concei-
to de patrimônio e sua composição: https://www.
youtube.com/watch?v=W8YyDkg-wg8
Origens e Aplicações de 
Recursos
Como já observamos, o Sr� José Roberto constituindo 
sua empresa de entregas, a entidade JR Serviços de 
6
https://www.youtube.com/watch?v=W8YyDkg-wg8
https://www.youtube.com/watch?v=W8YyDkg-wg8
Entregas Ltda� Essa entidade adquiriu alguns bens 
e assumiu algumas obrigações em suas operações 
iniciais�
Para melhor organizar as informações, a contabilida-
de faz uma divisão dos bens, direitos e obrigações: 
todos os bens e direitos são classificados no Ativo 
e todas as obrigações da entidade são classificadas 
no Passivo� É fácil entender que no Ativo estão todas 
as aplicações de recursos da entidade: os bens e 
direitos que ela adquiriu; e no Passivo estão todas as 
obrigações da entidade, ou seja, as obrigações que 
assumiu para poder adquirir aqueles bens e direitos�
Para exemplificar, vamos reproduzir uma demons-
tração da JR Serviços de Entregas Ltda�
JR Serviços de Entregas Ltda.
Balanço Patrimonial
06/12/2018
Ativo (aplicações de recursos) Passivo (origens dos recursos)
Caixa R$ 167.000,00
Contas a Receber R$ 1.000,00
Suprimentos R$ 10.000,00
Fornecedores R$ 22.000,00
Financiamento R$ 25.000,00
Veículos R$ 50.000,00
Móveis e Equipam. R$ 20.000,00 Patrimônio Líquido
Capital Social R$ 200.000,00
Lucro R$ 1.000,00
Total R$ 248.000,00 Total R$ 248.000,00
Tabela 1: Balanço Patrimonial hipotético. Fonte: Elaboração própria. 
Observe que a empresa de José Roberto tem R$ 
248�000,00 de origens e o mesmo valor em aplica-
ções� Quais foram as origens dos recursos? 
• Fornecedores R$ 22�000,00
7
• Financiamento R$ 25�000,00
• Capital Social R$ 200�000,00
• Lucro R$ 1�000,00
Falamos que no Passivo estão as obrigações da 
entidade, mas o Capital Social, não é da entidade? 
Não, o Capital Social e o lucro pertencem aos sócios 
da entidade, ou seja, a entidade deve aos sócios� 
Chamamos essa obrigação de não exigível, pois ela 
não tem prazo de vencimento, ao contrário das outras 
obrigações que não estão no Patrimônio Líquido, 
que serão exigidas pelo fornecedor do recurso em 
determinada data�
Podemos expressar o Patrimônio Líquido por meio 
da seguinte equação:
Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo
Ou seja, tudo o que a entidade tem, menos o que ela 
deve a terceiros, pertence aos seus sócios�
As Demonstrações Contábeis 
Básicas
O objetivo das demonstrações contábeis
Embora o objetivo específico e a finalidade das de-
monstrações contábeis possam ser diferentes para 
diferentes órgãos contábeis, no geral é bastante 
similar�
De acordo com o IFRS,
8
o objetivo do relatório contábil-financeiro de 
propósito geral é fornecer informações con-
tábil-financeiras acerca da entidade que as 
reporta (reporting entity) sendo úteis para inves-
tidores existentes e em potencial, a credores por 
empréstimos e outros credores, quando da tomada 
de decisão ligada ao fornecimento de recursos 
para a entidade. Essas decisões envolvem comprar, 
vender ou manter participações em instrumentos 
patrimoniais e de dívida, e a oferecer ou disponi-
bilizar empréstimos ou outras formas de crédito. 
(OLIVEIRA, 2013, p. 3)
O IFRS também declara que essas decisões depen-
dem das expectativas do usuário quanto ao risco, 
valor e época de futuros ingressos líquidos de caixa 
da entidade que reporta�
Abordaremos, inicialmente, como demonstra-
ções contábeis básicas: o Balanço patrimonial, a 
Demonstração do resultado e a Demonstração do 
fluxo de caixa, as demais demonstrações serão ana-
lisadas ao longo do curso�
Balanço Patrimonial
O balanço patrimonial é uma representação do pa-
trimônio da entidade em determinada data, ou seja, 
é uma fotografia financeira do patrimônio em deter-
minado momento e, por convenção, é dividido em 
dois lados� 
O lado esquerdo do balanço patrimonial engloba to-
das as contas do Ativo da entidade, que representam 
os seus bens e direitos
9
O lado direito, o Passivo do balanço patrimonial, en-
globa todas as contas que representam as obriga-
ções da entidade e o patrimônio líquido que engloba 
as contas que representam as obrigações da em-
presa para com os acionistas� Em ambos os lados, 
as contas são classificadas por liquidez. Entende-
se por liquidez a facilidade de converter os itens 
representados pelas contas, em dinheiro em curto 
prazo� Contas mais líquidas, como Caixa, Contas a 
Receber Estoques, Contas a Pagar são colocadas an-
tes de contas sem liquidez, como Prédio da Fábrica, 
Equipamentos, Veículos e Dívida de Longo Prazo� Os 
ativos e passivos também são separados em duas 
categorias: 
• Ativo Circulante e Ativo não Circulante
• Passivo Circulante e Passivo não Circulante
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Caixa e Bancos R$ Contas a Pagar R$
Contas a Receber R$ Fornecedores R$
Estoques R$ Tributos a Pagar R$
Empréstimos R$
Não Circulante Não Circulante
Permanente Financiamentos R$
Investimentos R$
Imobilizado R$ Patrimônio 
Líquido
Capital Social R$
Reserva de Lucros R$
Total do Ativo R$ Total do Passivo R$
Tabela 2: Representação do patrimônio. Fonte: Elaboração própria.
10
No Ativo Circulante são classificadas as contas que 
representam bens e direitos de curto prazo (geral-
mente um ano), entende-se como curto prazo o que 
pode ser realizado (transformado em dinheiro) dentro 
prazo do ciclo contábil da empresa� Exemplos: Caixa, 
Contas a Receber e Estoques�
No Ativo não Circulante são classificadas as contas 
que representam bens e direitos que ultrapassam um 
ciclo contábil� Exemplo: Contas a Receber a longo pra-
zo, os bens do ativo imobilizado que, por sua própria 
característica, não serão realizados no curto prazo, 
não estão disponíveis para venda, mas para serem 
utilizados na produção de outros bens ou serviços� O 
intangível, como por exemplo, marcas e patentes, que 
também não são realizáveis a curto prazo�
No Passivo Circulante são classificadas todasas 
contas que representam obrigações da entidade, 
cujo vencimento se dará em até um ciclo contá-
bil� Exemplo: Salários a Pagar, Encargos Sociais a 
Pagar, Impostos a Pagar, Fornecedores, Empréstimos 
Bancários, etc�
No Passivo não Circulante são classificadas todas as 
contas que representam obrigações da entidade, cujo 
vencimento se dará após um ciclo contábil� Exemplo: 
Financiamentos e Empréstimos de longo prazo�
No Patrimônio Líquido são classificadas as contas 
que representam obrigações da entidade para com 
os seus sócios ou acionistas� Estas contas não têm 
vencimento definido, pois a quase totalidade das 
11
entidades são constituídas sem prazo para encerrar 
suas atividades�
Assim como os pratos de uma balança, os dois la-
dos do balanço, permanecem em equilíbrio; no prato 
esquerdo está o ativo (aplicações de recursos) e no 
prato direito estão o passivo e patrimônio líquido 
(origens dos recursos)�
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido�
Figura 1: Balança de dois pratos. Fonte: Pixabay.
12
https://pixabay.com/illustrations/graphics-design-3d-balance-sheet-875115/
 Demonstração do Resultado
É uma das três demonstrações contábeis básicas 
que as empresas devem preparar, além do balanço 
e da demonstração de fluxo de caixa.
A demonstração do resultado mostra a rentabilida-
de da empresa ao longo de um período de tempo� 
Em primeiro lugar, é preciso definir um período de 
tempo, como um mês, um trimestre ou um ano de 
resultados acumulados. Definido esse período de 
tempo, periodicamente (mês a mês, trimestre a tri-
mestre, ano a ano), a contabilidade fará a apuração 
do resultado desse período, com os procedimentos 
que estudaremos mais adiante�
A “tabela” de demonstração do resultado abaixo é 
apresentada com uma explicação linha a linha para 
que você possa ver o lucro ou a perda após a dedu-
ção de cada despesa�
A linha 1 mostra a receita líquida ou o valor de vendas 
deduzidos os tributos incidentes sobre essas vendas� 
Isso equivale ao montante total de vendas em reais 
que a empresa fez para o período de demonstração 
de resultados� Se sua empresa vendesse 50�000 uni-
dades por R$ 20,00 cada (líquido de tributos), essa li-
nha mostraria R$ 1�000�000,00� A empresa mostraria 
a quantia vendida, mesmo que tenha cobrado, mas 
ainda não tenha recebido o dinheiro de seus clientes�
A linha 2 tem um valor de R$ 500�000 para o custo 
das mercadorias vendidas� Esse custo cobre a custo 
de compra de unidades vendidas do seu produto� 
13
O custo das mercadorias vendidas geralmente é o 
maior gasto da empresa� O custo dos produtos ou 
mercadorias vendidas contém todos os custos direta-
mente relacionados à produção do seu produto, como 
mão de obra direta e compras de matérias-primas�
Se você comprar produtos por atacado e, em seguida, 
revendê-los, você também colocaria sobre essa linha� 
Por exemplo, 50�000 unidades comprados a um custo 
de atacado de R$ 10,50 cada um é igual ao custo de 
R$ 525�000,00 de mercadorias vendidas durante o 
período refletido nesta demonstração do resultado.
Linha 3: Subtraia o custo das mercadorias vendidas 
das vendas líquidas para obter lucro bruto (Linha 3)�
Linha 4: Do lucro bruto de R$ 475�000,00, subtraia 
as despesas de vendas e administração� Esse item 
de R$ 200�000 representa as despesas necessárias 
para realizar as receitas de vendas, não relaciona-
dos à produção dos produtos para venda� Se você 
tiver várias despesas relacionadas, como contas de 
telefone, eletricidade e água, você pode agrupá-las 
em uma única linha chamada “serviços públicos”, 
por exemplo�
As despesas administrativas também incluem cus-
tos como salários, comissões de vendas, aluguel de 
escritórios e taxas legais e contábeis�
A linha 5 mostra a despesa de depreciação da empre-
sa� Quando você compra um prédio ou equipamento 
para o seu negócio, você o deprecia ao longo de um 
período de tempo� A depreciação é uma despesa 
14
não-caixa e serve como um abrigo fiscal, por isso 
é mostrado na demonstração do resultado� Vamos 
supor aqui uma depreciação de R$ 60�000,00�
Linha 6: Depois de subtrair despesas de vendas e 
administrativas e depreciação, você chega ao lucro 
operacional� O lucro operacional também é chamado 
de lucro antes de juros e impostos (EBITDA), que 
neste caso totaliza R$ 215�000,00�
Linha 7: Depois de calcular o EBITDA, adicione as 
despesas de juros da sua empresa� O juro é o que 
você paga em qualquer dívida que sua empresa deve� 
Para calcular os juros da dívida, você precisa saber 
a taxa de juros que está pagando e multiplicá-la pelo 
valor principal de sua dívida� Para este exemplo, o 
montante de juros é assumido em R$ 40�000,00 e 
vai na linha 7�
Linha 8: Depois de subtrair sua despesa de juros do 
EBITDA, você chega aos lucros antes dos impostos 
na Linha 8, no valor de R$ 175�000,00
Linha 9: Preencha a quantia que você paga em im-
postos na Linha 9� A alíquota de imposto, neste 
exemplo, é de 30%, ou R$ 52�500,00�
Linha 10: Depois de subtrair a despesa com impos-
tos, você chegará aos ganhos disponíveis para os 
seus acionistas ordinários, que estão indicados na 
Linha 10, no valor de R$ 122�500,00�
Linha 11: Se você tem investidores em sua empre-
sa, a Linha 11 é onde você registra os dividendos� 
15
Suponha que essa empresa pagará dividendos de 
R$ 40�000,00 a seus acionistas�
Linha 12: Subtraindo todas as despesas abaixo da 
linha 3, lucro bruto, calculamos o lucro líquido da 
sua empresa� Isso representa o dinheiro que você 
deixou para reinvestir na empresa, na forma de lu-
cros retidos�
Transfira esse valor de lucro líquido para o seu ba-
lanço, no final do seu período contábil, para a conta 
de Reserva de Lucros� Além de ser reinvestido na 
empresa, esse valor também pode ser usado para 
pagar dividendos futuros�
A tabela abaixo mostra um exemplo de demonstra-
ção do resultado muito simplificada. A demonstração 
de resultados da sua empresa pode ser um pouco 
mais complexa e conter mais itens� Esta demonstra-
ção deve servir para dar a você um esquema básico e 
uma ideia de como uma demonstração do resultado 
funciona�
ABC Indústria e Comércio de Utilidades Ltda.
Demonstração do Resultado
 Exercício findo em 31/12/2018
linha item valor
1 Vendas R$ 1�000�000,00
2 Custo dos Produtos 
Vendidos
R$ 525�000,00
3 Lucro Bruto R$ 475�000,00
4 Despesas Comerciais 
e Administrativas
R$ 200�000,00
5 Depreciação R$ 60�000,00
16
6 Lucro Operacional 
(EBITDA)
R$ 175�000,00
7 Juros R$ 40�000,00
8 Lucro Antes dos 
Impostos (EBITDA)
9 Impostos (30%) R$ 52�500,00
10 Lucro Disponível para 
Acionistas
R$ 122�500,00
11 Dividendos R$ 40�000,00
12 Lucro Líquido R$ 82�500,00
Tabela 3: Demonstração do Resultado.
A demonstração do resultado de uma empresa é 
tão precisa quanto à qualidade de seus dados� É in-
teressante revisar as transações contábeis em um 
nível detalhado, especialmente se um dos itens de 
linha em sua demonstração de receita parece excep-
cionalmente grande ou pequeno, destoando do que 
normalmente ocorre�
Podcast 1 
 Demonstração de Fluxo de Caixa
A Demonstração de Fluxo de Caixa é uma das três 
principais demonstrações contábeis que reporta o 
caixa gerado e gasto durante um período específico 
de tempo (um mês, um trimestre ou um ano, por 
exemplo). A demonstração de fluxo de caixa atua 
como uma ponte entre a demonstração do resultado 
e o balanço, mostrando como o dinheiro entra e sai 
do negócio�
17
https://famonline.instructure.com/files/118401/download?download_frd=1
Três seções da demonstração de fluxo de caixa:
Atividades operacionais: As principais atividades 
geradoras de receita de uma organização e outras 
atividades que não são de investimento ou financia-
mento; quaisquer fluxos de caixa de ativo circulante 
e passivo circulante�
Atividades de investimento: Quaisquer fluxos de 
caixa proveniente da aquisição e alienação de ati-
vos para o longo prazo e outros investimentos não 
incluídos em equivalentes de caixa�
Atividades de financiamento: Quaisquer fluxosde 
caixa que resultem em mudanças no tamanho e na 
composição do capital acionário contribuído ou dos 
empréstimos da entidade (ou seja, títulos, ações, 
dividendos)�
Definições de fluxo de caixa
Fluxo de caixa: entradas e saídas de caixa e equiva-
lentes de caixa� Em alguns estudos é representado 
pelo diagrama abaixo, as setas voltadas para cima 
indicam entradas de caixa e as setas voltadas para 
baixo indicam saídas de caixa�
18
Fluxo de caixa positivo 
indica entrada de caixa
1 2 3 4
Fluxos de caixa negativos – indicam
saídas de caixa
Figura 2: Fluxos de Caixa. 
Saldo de caixa: disponibilidades em dinheiro e depó-
sitos à vista (saldo em caixa no balanço patrimonial)
Equivalentes de Caixa: os equivalentes de caixa 
incluem o caixa mantido como depósitos bancários, 
investimentos de curto prazo e qualquer outro ativo 
de conversão de caixa muito facilmente.
Classificações de fluxo de caixa
Fluxo de Caixa Operacional
As atividades operacionais são as principais ativida-
des geradoras de receita da entidade. O Fluxo de 
Caixa das Operações normalmente inclui os fluxos 
de caixa associados a vendas, compras e outras 
despesas.
19
O contador ou o diretor financeiro da empresa pode 
escolher entre o método direto ou indireto do fluxo 
de caixa operacional:
Método Direto: Os fluxos de caixa operacionais são 
apresentados como uma lista de fluxos de caixa; 
recebimento de vendas, pagamento de despesas de 
capital, etc� Método simples, mas raramente é usado, 
o métdo indireto é mais comum�
Exemplo:
Fluxo de Caixa pelo método direto
Das Atividades Operacionais R$
(+) Recebimentos de Clientes e outros
(-) Pagamentos a fornecedores
(-) Pagamentos a funcionários
(-) Pagamentos ao governo
(-) Pagamentos a outros credores
(=) Disponibilidades geradas pelas Atividades Operacionais
 
Das Atividades de Investimentos R$
(+) Recebimento de Venda de Imobilizado
(-) Aquisição de ativo permanente
(+) Recebimento de dividendos
(=) Disponibilidades geradas pelas atividades de 
Investimentos
 
Das Atividades de Financiamento R$
(+) Empréstimos contratados
(-) Amortização de empréstimos
(+) Emissão de debêntures
(+) Integralização de capital
(-) Pagamento de dividendos
(=) Disponibilidades geradas pelas atividades de 
financiamento
 
Aumento / Redução nas disponibilidades 
Disponível no início do período 
Disponível no final do período 
Tabela 4:  Fluxo de Caixa pelo método direto. 
20
Método indireto: Os fluxos de caixa operacionais são 
apresentados como uma reconciliação do lucro para 
o fluxo de caixa.
Para preparar o fluxo de caixa pelo método indireto 
é preciso estar com o balanço patrimonial de dois 
exercícios e a demonstração do resultado em mão�
Partindo do lucro líquido do último exercício contábil, 
somamos as despesas que foram lançadas na de-
monstração do resultado, mas que não implicaram 
em saídas de caixa, como por exemplo, depreciações 
e amortizações�
Em seguida, com base nas variações das contas 
do ativo e passivo de um exercício para o outro, po-
demos preparar a demonstração de fluxo de caixa. 
Quando a variação de uma conta liberar recursos 
para o fluxo de caixa, ela entra com sinal positivo; e, 
quanto à variação retirar recursos do fluxo de caixa, 
ela entra com sinal negativo�
Os itens na demonstração de fluxo de caixa não são 
todos os fluxos de caixa reais; por esse motivo, o 
saldo de caixa é diferente do lucro�
Fluxo de Caixa de Investimento
O Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento in-
clui a aquisição e alienação de ativos não circulantes 
e outros investimentos não incluídos em equivalentes 
de caixa. Os fluxos de caixa de investimentos nor-
malmente incluem os fluxos de caixa associados 
à compra ou venda de ativos imobilizados, outros 
ativos não circulantes e outros ativos financeiros.
21
O dinheiro gasto na compra de ativo imobilizado é 
chamado de despesas de capital�
Fluxo de Caixa de Financiamento
Fluxos de Caixa das Atividades de Financiamento 
são atividades que resultam em mudanças no ta-
manho e na composição do capital acionário ou dos 
empréstimos da entidade. Os fluxos de caixa de fi-
nanciamento normalmente incluem fluxos de caixa 
associados a empréstimos e empréstimos bancários, 
e a emissão e recompra de ações�
SAIBA MAIS
Assista ao vídeo “Contabilidade Básica – Demons-
tração dos Fluxos de Caixa”, do professor Renato Cha-
ves, para saber mais sobre a elaboração da demons-
tração do fluxo de caixa. https://www.youtube.com/
watch?v=EwIkFBBf9T4
22
https://www.youtube.com/watch?v=EwIkFBBf9T4 
https://www.youtube.com/watch?v=EwIkFBBf9T4 
CICLO CONTÁBIL
O ciclo contábil compreende um período de tempo 
no qual são consideradas as transações de uma em-
presa para apurar o seu resultado econômico e ao 
fim do qual a contabilidade possa apresentar sua 
situação patrimonial e financeira.
As cinco fases do ciclo contábil são: captação, reco-
nhecimento, processo de acumulação, sumarização 
e evidenciação�
Apresentamos abaixo, de forma mais operacional, 
as seguintes etapas que envolvem o ciclo contábil:
Etapa 1 - Transações
As transações da empresa iniciam o processo� Se 
não houver transações, não haverá nada para acom-
panhar� Elas podem incluir um pagamento de dívida, 
qualquer compra ou aquisição de ativos, receita de 
vendas ou quaisquer despesas incorridas�
Etapa 2 - Registro no livro Diário
Com as transações efetuadas, são classificadas de 
acordo com o plano de contas e registradas no livro 
diário da empresa, em ordem cronológica� Ao debitar 
uma ou mais contas e creditar uma ou mais contas, 
os débitos e créditos devem sempre equilibrar; o valor 
total debitado em uma ou mais contas deve ser igual 
ao valor creditado em outra(s) conta(s)� 
23
Etapa 3 - Registro no livro Razão 
Os lançamentos no Diário são lançados no Razão, 
onde cada conta recebe seus débitos ou créditos que 
foram lançados no livro Diário; temos, então, um resu-
mo de todas as transações para contas individuais�
Etapa 4 - Balancete de Verificação do livro Razão
No final do período contábil (que pode ser trimestral, 
mensal ou anual, dependendo da empresa), é apura-
do o saldo de cada uma das contas e apresentado 
um relatório dessas contas com seus saldos deve-
dores e credores� O valor total dos saldos devedores 
deve ser igual ao valor total dos saldos credores; 
caso isso não aconteça, o contador deve fazer uma 
verificação em todas as contas e encontrar o erro.
Etapa 5 - Encerramento das contas de resultado
As contas de resultado (receitas, custos e despesas) 
são contas transitórias, o seu saldo credor ou deve-
dor deve ser transferido para uma conta de apuração 
do resultado do exercício� Essa conta recebe todos 
os créditos das contas de receita e todos os débitos 
das contas de custos e despesas, apura-se então o 
seu saldo, e esse saldo será o resultado do exercício� 
Se o saldo for credor, a empresa terá apresentado 
um lucro; mas se for devedor, ela terá apresentado 
um prejuízo no exercício�
24
Podcast 2 
As contas de receita e despesa são fechadas e 
zeradas para o próximo ciclo contábil� Isso ocorre 
porque as contas de receita e despesa são contas 
da demonstração do resultado que mostram o de-
sempenho de um período específico. As contas do 
balanço não são fechadas porque mostram a po-
sição financeira da empresa em um determinado 
momento; os saldos finais das contas patrimoniais 
de um exercício contábil serão os saldos iniciais do 
próximo período�
O saldo dessa conta de apuração deve ser transfe-
rido para uma conta patrimonial, lucro do exercício 
ou reserva de lucros�
Etapa 6 - Balancete de Verificação após o encer-
ramento das contas de resultado
Após encerrar e transferir os saldos das contas de 
resultado para a conta patrimonial, o contador deve 
fazer um novo balancete de verificação, fazendo 
eventuais ajustes necessários nas contas, antes de 
elaborar as demonstrações contábeis�
Etapa 7 - Elaboração das Demonstrações 
Contábeis
Após o encerramento das contas de resultado e 
transferênciapara a conta patrimonial, o contador 
pode preparar as demonstrações contábeis: o ba-
25
https://famonline.instructure.com/files/118402/download?download_frd=1
lanço patrimonial, demonstração do resultado e de-
monstração e o fluxo de caixa.
Com base na conta de apuração do resultado do 
exercício, ou nos saldos das contas de resultado, é 
possível preparar a demonstração do resultado�
Com base no balancete de verificação após o encer-
ramento das contas de resultado, é possível preparar 
o balanço patrimonial�
E, finalmente, tendo os dois primeiros demonstra-
tivos, é possível preparar a demonstração de fluxo 
de caixa�
O livro Razão serve como olhos e ouvidos dos conta-
dores e mostra todas as transações que ocorreram 
na empresa de forma organizada� Essencialmente 
é uma enorme compilação de todas as transações 
registradas em um documento específico ou um sof-
tware de contabilidade, que é o método predominan-
te hoje em dia� Por exemplo, se você quiser ver as 
alterações nos níveis de caixa, durante o curso da 
empresa, e todas as transações relevantes, consulte 
o livro Razão da conta Caixa, que mostra todos os 
débitos e créditos em dinheiro�
26
Elaboração das
demonstrações contábeis
Análise: Apuração do
resultado Balancetes
Registros:
Diário Razão
Coleta de dados
Identificação das transações
Figura 3: Ciclo Contábil. 
27
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observamos que patrimônio é o objeto de estudo da 
contabilidade e que é composto por bens, direitos e 
obrigações�
O estudo do patrimônio, com o método das partidas 
dobradas, possibilita que a contabilidade produza 
relatórios com informações úteis para a tomada de 
decisões dos administradores, acionistas, investi-
dores e todos os demais usuários interessados nas 
informações econômico-financeiras da entidade.
Para que essas informações sejam obtidas, não é 
suficiente o seu registro pelo método das partidas 
dobradas, é necessário também que se estabeleça 
um ciclo contábil, um período de tempo no qual os re-
sultados serão apurados e, ao final, do qual seja apu-
rada a posição patrimonial e financeira da entidade.
Dentro desse ciclo contábil, apresentamos as várias 
etapas que devem ser seguidas para obter com êxito 
as informações necessárias aos seus usuários�
28
Síntese
Os recursos são originados pelas obrigações que a 
empresa assume.
Origens de recursos
Todas as aplicações de recursos são representadas 
por bens e direitos.
Aplicações de recursos
Patrimônio
Líquido 
obrigações da
empresa com os sócios.
Passivo obrigações comterceiros.
Ativo bens e direitos.
posição patrimonial e financeira.
Balanço Patrimonial 
resultado econômico.
Demonstração do Resultado 
resultado financeiro.
Demonstração do Fluxo de Caixa 
Linguagem dos negócios
Demonstrações
contábeis básicas
CONTABILIDADE GERAL
Patrimônio
bens, direitos e
obrigações.
Ciclo
Contábil
Captação
Sumarização
Evidenciação
Reconhecimento
Processo de
Acumulação
Referências 
Bibliográficas 
& Consultadas
CHAVES, Renato� Contabilidade Básica – 
Demonstração do Fluxo de Caixa� Vídeo 
disponível em https://www.youtube.com/
watch?v=EwIkFBBf9T4� Acesso em: 14 jul� 2019� 
FAVERO, Hamilton Luiz; LONARDONI, Mário; 
SOUZA, Clóvis de; TAKAKURA, Massakazu� 
Contabilidade: Teoria e Prática� 6� ed� São Paulo: 
Atlas, 2011�
GELBECKE, Ernesto Rubens; SANTOS, Ariovaldo 
dos; IUDÍCIBUS, Sergio de; MARTINS, Eliseu� 
Manual de Contabilidade Societária. 3� ed� São 
Paulo: Atlas, 2018� [Minha Biblioteca]
IUDÍCIBUS, Sergio de� et al� Contabilidade 
Introdutória. 12� ed� São Paulo: Atlas, 2019� [Minha 
Biblioteca]
\IUDÍCIBUS� Sergio de; MARION, José Carlos� 
Curso de contabilidade para não contadores: para 
as áreas de administração, economia, direito e 
engenharia� 8� ed� São Paulo: Atlas, 2019� [Minha 
Biblioteca]
JUNIOR, Mário� Contabilidade – Patrimônio� 
Vídeo disponíel em https://www.youtube.com/
watch?v=W8YyDkg-wg8� Acesso em: 14 jul� 2019�
MARION, José Carlos� Contabilidade básica. 12� 
ed� São Paulo: Atlas, 2018� [Minha Biblioteca]
MARION, José Carlos� Contabilidade empresarial. 
16� ed� São Paulo: Atlas, 2013� [Minha Biblioteca]
OLIVEIRA, Antonio Benedito Silva; SANTOS, Dalgi 
Siqueira� IFRS e CPC: Guia de Aplicação Contábil 
para Contexto Brasileiro� São Paulo: Saraiva, 2013� 
[Minha Biblioteca]
PADOVEZE, Clóvis Luiz� Introdução à Contabilidade 
para não contadores. 2� ed� São Paulo: Cengage 
Learning, 2016� [Minha Biblioteca]
PADOVEZE, Clóvis Luís� Manual de contabilidade 
básica: contabilidade introdutória e intermediária� 
10� ed� São Paulo: Atlas, 2018� [Minha Biblioteca]�
E-book 3
Hamilton Moura
CONTABILIDADE 
GERAL
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3
CONTAS E PLANO DE CONTAS ��������������4
O MÉTODO DAS PARTIDAS 
DOBRADAS �������������������������������������������������12
DÉBITOS E CRÉDITOS – POR QUE 
OS LEIGOS NÃO ENTENDEM? ���������������18
REGISTRO CONTÁBIL DAS CONTAS 
PATRIMONIAIS �������������������������������������������19
PREPARAÇÃO DE UM BALANCETE 
DE VERIFICAÇÃO ��������������������������������������27
O que é um balancete de verificação? ����������������� 27
REGISTRO CONTÁBIL DAS CONTAS 
DE RESULTADO ����������������������������������������� 33
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������39
SÍNTESE ������������������������������������������������������ 40
2
INTRODUÇÃO
Neste módulo, vamos começar a estudar como é 
feito o processamento da contabilidade. São muitos 
detalhes que você precisa ir assimilando aos poucos 
para conseguir dominar a linguagem dos negócios.
Estudaremos o que é uma conta e como elaborar um 
plano de contas de uma empresa para que a conta-
bilidade consiga gerar as informações necessárias 
aos seus usuários.
Depois, verificaremos como são efetuados os regis-
tros contábeis das transações feitas pela empresa 
para que se possa elaborar as duas principais de-
monstrações contábeis, balanço patrimonial e de-
monstração do resultado.
Eu estou certo de que logo você vai começar a do-
minar essa nova língua que está aprendendo e con-
seguirá se comunicar muito melhor no mundo dos 
negócios.
3
CONTAS E PLANO DE 
CONTAS
O que é uma conta?
O significado de conta, quando se procura um dicio-
nário, é a ação ou efeito de contar, de avaliar uma 
quantidade�
Para a Contabilidade, conta é o elemento do patri-
mônio ou de resultado que permite realizar a classi-
ficação todas as transações da empresa. Para que 
se consiga fazer essa classificação é necessário 
elaborar um plano de contas e, nesse plano, cada 
elemento patrimonial ou econômico deve ser repre-
sentado em uma conta.
Elementos Patrimoniais do Ativo
• Nomenclatura da Conta:
 � Caixa
 � Bancos
 � Contas a receber
 � Estoques
 � Veículos
 �Máquinas e Equipamentos
 �Móveis e Utensílios
4
Elementos Patrimoniais do Passivo
• Nomenclatura da Conta:
 � Fornecedores
 � Empréstimos
 � Impostos a Pagar
 � Salários e Encargos Sociais a Pagar
Elementos do Patrimônio Líquido
• Nomenclatura da Conta:
 � Capital Social
 � Reserva de Lucros
O plano de contas deve ser desenhado sob medida 
para a empresa, de forma que atenda às necessida-
des de informações de seus usuários sobre todos os 
elementos patrimoniais e econômicos da entidade.
Ainda que dentro de um mesmo ramo de atividade, 
as empresas podem e devem ter planos de contas 
diferentes, pois sempre há algum elemento patrimo-
nial particular ou uma necessidade de informação 
específica para aquela empresa.
Cabe ao contador, junto com o gestor ou proprietário 
da empresa, fazer esse trabalho inicial, planejando 
todas as contas que serão necessárias para o re-
gistro de todas as suas transações e controle dos 
elementos patrimoniais e econômicos, conseguindo 
extrair relatórios úteis para a gestão da empresa.
5
Podcast 1 
Para facilitar o registro, o plano de contas deve ser 
codificado em níveis de contas sintéticas e analíticas. 
As contas sintéticas agruparão outras contas, tendo 
um nível de detalhe menor,e as contas analíticas 
serão aquelas que entrarão no detalhe das transa-
ções. Por exemplo, a conta “fornecedores” englobará 
todas as dívidas com todos os fornecedores, mas 
a contabilidade deverá ter uma conta analítica para 
cada fornecedor, assim, saberá a qualquer momento 
o valor da dívida com um fornecedor específico.
Os planos de contas usam, de forma geral, a seguinte 
estrutura para as contas patrimoniais:
1. Ativo
1.1. Ativo Circulante
1.1.1 Disponibilidades
1.1.2 Contas a Receber
1.1.2.01 cliente x
1�1�2�02 cliente y
 1�1�2�03 ���
1.1.3 Estoques
1.1.3.01 produto x
1.1.3.02 produto y
1�1�3�04 ���
6
https://famonline.instructure.com/files/118403/download?download_frd=1
1.1.4 Veículos
1.1.4.01 veículo x
1.1.4.02 veículo y
1�1�4�03���
 1.2 Ativo não Circulante
 1.2.1 Imobilizado
 1.2.1.1 Máquinas e Equipamentos
1.2.1.1.01 Máquina x...
1.2.1.1.02.1.1 Máquina y
1�2�1�1�02�1�2 ���
1.2.1.1.02.1.3 Equipamento x
1.2.1.1.02.1.4 Equipamento y
1�2�1�1�02�1�5 ���
1.2.1.2 Móveis e Utensílios
1�2�1�2�01�1 Mesas
1.2.1.2.01.2 Cadeiras
1.2.1.2.01.3 Poltronas
1�2�1�2�01�4 ���
2. Passivo
2.1 Passivo Circulante
2.1.1 Fornecedores
7
2.1.1.01 Fornecedor x
2.1.1.02 Fornecedor y
2�1�1�03 ���
2.1.2 Empréstimos
 2.1.2.01 Banco x
 2.1.2.02 Banco y
 2�1�2�03 ���
2.1.3 Impostos a Pagar
 2.1.3.01 Imposto de renda a pagar
 2.1.3.02 ICMS a Pagar
 2.1.3.03 ISS a Pagar
 2�1�3�04 ���
2.1.4 Salários e Encargos Sociais a Pagar
 2.1.4.01 Salários a Pagar
 2.1.4.02 FGTS a Pagar
 2.1.4.03 INSS a Pagar
 2.1.4.04 Férias a Pagar
 2�1�4�05 ���
 2.2 Passivo não Circulante
 2.2.1 Empréstimos de Longo Prazo 
8
 2.2.1.01 Banco x
 2.2.1.02 Banco y
 2�2�1�03 ���
2.2.2 Financiamento de Longo prazo 
2.2.2.01 Financeira x
 2�2�2�02 Financeira y
2.3 Patrimônio Líquido
 2.3.1 Capital Social
 2.3.2 Capital Social a Realizar
 2.3.3 Reserva de Capital
 2.3.4 Reserva de Lucros
3 Resultado Líquido
3.1 Resultado Operacional
 3.1.1 Receitas Operacionais
 3�1�1�1 Receitas de Vendas
 3.1.1.2 Receitas de Prestação de Serviços
 3�1�1�3 ���
3.1.2 Custos Operacionais
3.1.2.1 Custos dos Produtos Vendidos
3.1.2.2 Custos dos Serviços Prestados
3�1�2�3 ���
9
3.1.3 Despesas Operacionais
3.1.3.1 Despesas Administrativas
3.1.3.2 Despesas Comerciais
3.1.3.3 Despesas Financeiras Líquidas
3.1.3.4 Despesas Tributárias
3.1.3.5 Amortizações e Depreciações
3�1�3�6 ���
Note que é importante que o plano de contas tenha 
flexibilidade para incluir mais contas que poderão 
ser necessárias para registrar as operações da em-
presa. Deve prever um bom número de contas analí-
ticas para ter um controle detalhado dos elementos 
patrimoniais.
Nesse exemplo simples, consideramos a conta clien-
tes com o código 1.1.2.01 cliente X, isso significa 
que poderemos registrar simultaneamente até 99 
clientes, 01, 02, 03, 04...98, 99. Poderíamos ter criado 
um número mais amplo, dependendo do porte da 
empresa, por exemplo, 1.1.2.001 podendo registrar 
simultaneamente até 999 clientes, de 001 a 999.
Com essa codificação, os sistemas de contabilidade 
conseguem resumir as informações ou entrar nos 
detalhes que seu usuário necessitar. Para elaborar o 
Balanço Patrimonial, as contas mais utilizadas serão 
as contas sintéticas, pois não interessa mostrar no 
balanço patrimonial o saldo de cada cliente, o saldo 
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de cada fornecedor ou o saldo de cada item do ativo 
imobilizado.
Falamos em necessidades de informações por par-
te dos usuários da contabilidade. Quem são esses 
usuários?
Temos dois tipos de usuários: os internos e os exter-
nos. Os usuários internos são os sócios da empresa, 
seus gestores e colaboradores; esses têm acesso 
a informações mais detalhadas, analíticas dos ele-
mentos patrimoniais. Os usuários externos utilizam 
as informações produzidas para o público externo, 
as demonstrações contábeis publicadas. Abaixo se-
gue alguns usuários externos e sua necessidade de 
informação:
• Credores – precisam ter informações sobre a capa-
cidade da empresa para pagar empréstimos e juros.
• Fornecedores – geralmente dão crédito à empresa 
e querem saber se a empresa terá liquidez (recursos 
para pagar suas dívidas).
• Funcionários – estão particularmente interessados 
na capacidade da empresa de pagar seus salários e 
eventuais participações.
• Clientes – especialmente se forem dependentes de 
um fornecedor, estão interessados na continuidade 
da empresa.
• Governos e seus agentes – informações financeiras 
confiáveis das empresas são usadas como base para 
a tributação.
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• Sociedade – as demonstrações contábeis publica-
das incluem informações relevantes para o interesse 
público, tais como informações ambientais ou políti-
cas sobre o emprego de pessoas com deficiência, etc.
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O MÉTODO DAS 
PARTIDAS DOBRADAS
Os registros contábeis, para qualquer empresa, de-
vem ser mantidos separados dos negócios pessoais 
dos seus sócios. Esse conceito de que a pessoa jurí-
dica se distingue da pessoa física dos proprietários 
é conhecido como o princípio da entidade.
Por que todas as empresas precisam manter regis-
tros contábeis?
Os registros contábeis acompanham de onde vem 
o recurso e como é aplicado e são obrigatórios por 
lei. Ajudam a manter o controle de bens, direitos e 
obrigações de uma empresa.
Uma pessoa jurídica, quando constituída, não tem 
dinheiro, o proprietário é que investe os recursos (co-
nhecido como capital próprio) e talvez tome recursos 
emprestados também, e esse dinheiro é usado para 
comprar ativos que devem trazer benefícios financei-
ros futuros para a empresa. Se for uma empresa de 
varejo, esses ativos podem ser instalações, equipa-
mentos e mercadorias para revenda. Uma empresa 
de serviços pode precisar apenas de um escritório, 
móveis e computadores. Já uma empresa industrial 
tem um investimento elevado em ativos imobilizados 
(máquinas, equipamentos, veículos, etc.), pois pre-
cisa comprar matéria-prima, fabricar seus produtos, 
formar estoques e vender.
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Os registros contábeis separam os recursos coloca-
dos na empresa pelo proprietário (capital próprio) e 
o recurso emprestado (as dívidas que precisam ser 
pagas). Os registros contábeis também separam 
os ativos comprados, do financiamento usado para 
comprar os ativos. A empresa só pode ter tantos 
ativos quanto os recursos financeiros disponíveis. 
Os registros contábeis, consequentemente, sempre 
refletirão que:
Ativos = patrimônio líquido + passivos (ou seja, 
financiamento dos sócios + financiamento de 
terceiros)
O que são ativos, passivos e patrimônio líquido?
Os Ativos são os recursos econômicos pertencen-
tes a uma empresa. Ativos podem ser dinheiro em 
caixa ou em conta bancária da empresa, ou itens 
como imóveis, móveis e utensílios, equipamentos, 
veículos e ações de outras empresas, mercadorias 
para revenda, entre outros. Um ativo importante nas 
empresas que vendem bens ou serviços a prazo é 
o que é devido à empresa pelos seus clientes. Este 
ativo é conhecido como Contas a Receber ou Valores 
a Receber�
Os Passivos são as dívidas da empresa. Os principais 
tipos de obrigações são os credores (dinheiro devido 
pela empresa a fornecedores de bens e serviços), 
tributos, empréstimos bancários, entre outros.
O Patrimônio Líquido representa o valor do inves-
timento na empresa pelos sócios. É essa parte da 
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empresa que pertence ao proprietário; é classificado 
como patrimônio líquido – tudo o que a empresa tem, 
menos o que ela deve a terceiros.
REFLITA
Uma empresa no final de seu primeiro ano de 
atividades tem ativos de R$ 100.000,00 e passi-
vos de R$ 80.000,00. Que informação importante 
está contida na diferença entre estes dois itens?
Ativos de R$ 100.000,00 menos passivos de R$ 
80.000,00 significam que a empresa tem ativos 
líquidos de R$ 20.000,00. Outra maneira de dizer 
que a empresa tem um patrimônio líquido de R$ 
20.000,00 pertencente aos proprietários. Qual-
quer que seja o tamanho e a natureza da empre-
sa, os ativos menos os passivos

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