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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA Instituto de Ciências Humanas Curso de Psicologia Bruna Leticia Rodrigus de Oliveira C3136C-6 Maicon Dionis da Costa C31IGG-8 Wilson Lisboa Ferreira C352fg-0 Bullying: Intervenções com Oficinas de Criatividade como meio de conscientização e reflexão na adolescência SOROCABA 2019 UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA Instituto de Ciências Humanas Curso de Psicologia Bruna Leticia Rodrigus de Oliveira C3136C-6 Maicon Dionis da Costa C31IGG-8 Wilson Lisboa Ferreira C352fg-0 Bullying: Intervenções com Oficinas de Criatividade como meio de conscientização e reflexão na adolescência Projeto de Intervenção apresentado à disciplina de Estratégias de Intervenção Psicológica, na Psicologia do Desenvolvimento: Ciclo Vital sob a orientação do Prof. Marisa Castanho. SOROCABA 2019 3 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ........................................................................................................4 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................4 1.1 A adolescência.......................................................................................................4 1.2 Oficina de Criatividade..........................................................................................5 1.3 Bullying.....................................................................................................................6 1.4 A Demanda .............................................................................................................7 2. JUSTIFICATIVA............................................................................................................7 3. OBJETIVOS..................................................................................................................7 3.1 Objetivo Geral.........................................................................................................7 3.2 Objetivos Específicos............................................................................................7 4. METODOS....................................................................................................................8 4.1 Participantes...........................................................................................................8 4.2 Procedimentos........................................................................................................8 4.3 Materiais e condições necessárias para a realização do trabalho.................8 4.4 Atividades nos encontros......................................................................................8 5. CRONOGRAMA.........................................................................................................11 6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS........................................................................12 APRESENTAÇÃO O propósito desse projeto é compreender a fase da adolescência, e apresentar uma intervenção a partir da demanda encontrada em tal fase. Na elaboração deste trabalho buscamos compreender a fase da Adolescência, a partir de artigos científicos sobre o assunto, para que a análise fosse de grande valia para identificação de possíveis demandas e com isso, apresentarmos um projeto de intervenção para a diminuição da queixa. No entanto, enfatizamos o bullying na adolescência como demanda e um projeto baseado nas técnicas oferecidas pela Oficina de Criatividade. 1. INTRODUÇÃO 1.1 A adolescência A adolescência é um dos períodos da vida que mais ocorrem mudanças, sejam elas comportamentais, físicas e sociais. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) a adolescência ocorre na faixa etária de 12 aos 18 anos de idade. Nessa fase, que se inicia como transição da infância para a vida adulta, a adolescência traz muitos questionamentos e até mesmo crise de identidade, visto que, na chegada da puberdade ocorrem mudanças tanto físicas quanto psicológicas, levando o indivíduo a assumir sua imagem corporal e definir sua personalidade. Osório (1989) lembra que o adolescente possui um pensamento ideológico próprio e este busca sempre estar em um meio social que seja aceito e que proporcione a perspectiva de vida futura. Há muitos conflitos nessa fase, desde a como é visto, como será o futuro, seu papel no mundo, entre outros. Bock (2007) salienta que A adolescência é vista como uma construção social com repercussões na subjetividade e no desenvolvimento do homem moderno e não como um período natural do desenvolvimento. É um momento significado, interpretado e construído pelos homens. Estão associadas a ela marcas do desenvolvimento do corpo. Essas marcas constituem também a adolescência enquanto fenômeno social, mas o fato de existirem enquanto marcas do corpo não deve fazer da adolescência um fato natural. (BOCK, 2007, p.68) Assim sendo, a adolescência é marcada por apresentar uma variedade imensa de situações aos quais os indivíduos nem sempre conseguem se adaptar sem algum prejuízo. Geralmente existe grande anseio pelo social, e por em algumas situações não estarem de acordo com as normas de comportamento, física e/ou social, estes tendem a se punirem muito e muitas vezes buscar alternativas nem sempre propícias para a satisfação de seus objetivos, tal como as drogas, plásticas, entre outros. Costa e Severo (2012) lembram que devido ao grande número de atividades que o mundo contemporâneo nos apresenta, muitos pais não conseguem dar o suporte emocional necessário a estes adolescentes, e isto pode ocasionar brechas para que pessoas mal intencionadas, que aproveitam-se da fragilidade do momento e podem levar a situações críticas de comportamento, sendo o ambiente virtual uma ferramenta muito utilizada para esta prática. Griffa (2011) complementa que esta fase do desenvolvimento corresponde ao período em que o indivíduo desenvolve sua identidade pessoal e sexual, onde o corpo e a identidade vão deixando de ser criança e torna-se adulto. Aberastury 1981 pontua que estas mudanças trazem grandes dilemas na vida do adolescente, já que existe muitas perdas no caminho, tais como o corpo de criança, o lugar emocional diferenciado no meio adulto. Em suma, não são crianças e nem adultos. Assim sendo, gerasse um período de muita dubiedade e contradições, nos quais os padrões sociais são revistos e que geram muita angústia. Desta forma pontua que aquilo que acontece neste período, marcará de forma significativa a formação da personalidade dos mesmos, o qual deve-se ter a devida atenção e o cuidado necessário para que possam desenvolver-se de forma plena e com saúde. 1.2 Oficina de Criatividade A Oficina de Criatividade é um espaço com dinâmicas artísticas distintas que possibilita o outro a entrar em contato com sigo mesmo, através da representação de suas vivências, experiências, angústias e felicidade. Dando a oportunidade de re-conhecer-se e ressignificar momentos e sentimentos. Através desse diferenciado fazer psicológico, é possível transformar os indivíduos a conduzir, criar e a sensibilizar a sua própria história, a partir do relato resultante de cada dinâmica. Para corroborar, é importante destacar a compreensão de Cupertino (2001, p.1) sobre Oficina de Criatividade: [...] um campo para experiências, como lugar para o aprendizado, do múltiplo, do outro, do diferente, um aprendizado da possibilidade de construção de modos válidos de conhecer, pela via da integração entre o saber acumulado e uma prática criativa, comprometida não mais com um distanciamento objetivo, mas com a apropriação da sensibilidade subjetiva. 1.3 Bullying O bullying se configura a partir de atos de intimidação ou violência física e/ou psicológica. Geralmente acontece nasescolas e recentemente tem sido alvo de várias discussões, já que a prática tem sido cada vez mais notada com maior frequência entre os alunos. Segundo o Portal do Ministério da Educação, a cada dez alunos, um sofre bullying na escola e segundo Gomes e Rezende (2011) às abordagens mais frequentes se encontram nas formas de intimidação verbal, física, emocional, racial e sexual e no mesmo estudo houve associação da prática com o sexo masculino, problemas de relacionamento com os colegas e hiperatividade. A lei A Lei nº 13.185, de 06 de Novembro de 2015 considera intimidação sistemática (bullying) todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Segundo Matos e Gonçalves (2009), o Bullying parte da premissa de uma sociedade onde o mais forte domina o mais fraco e que estas pessoas possuem um sentimento positivo em relação a violência, pouca empatia e necessitam e poder e buscam dominar as outras pessoas. Gomes e Rezende (2011) lembram que este movimento se dá principalmente pelo preconceito em relação às diferenças encontradas nas pessoas e que o mesmo tende a se desenvolver em maior número no período da adolescência, já que é uma fase de grandes mudanças físicas e comportamentais. Evans & Myers (2004), com base em um estudo ocorrido nos Estados Unidos, afirmam que estudantes mais velhos são mais vulneráveis ao crime e tendem a cometê-lo de forma mais séria com os mais novos. Assim sendo, as consequências são negativas para ambos os envolvidos, principalmente no âmbito social, pois comprometem o desenvolvimento e manutenção das relações, aspectos estes essenciais para a formação da personalidade. 1.4 A Demanda A demanda consiste na presença do bullying na vida do adolescente, sendo mais frequente no ambiente escolar, onde indivíduos buscam enfatizar e ridicularizar qualquer aspecto físico ou psicológico que possa ser diferente da maioria, considerada comum, e com isso iniciam as humilhação, brincadeiras desnecessárias e até agressões. 2. JUSTIFICATIVA O trabalho se justifica por buscar uma alternativa viável e de maior acesso aos estudantes na promoção da a saúde psíquica e no auxílio de suas angústias. 3. OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral Proporcionar uma melhoria na qualidade de vida dos adolescentes, através do encontro com o inesperado, a partir de atividades com recursos corporais, músicos, desenhos, entre outros que permitam a reflexão e a organização de conflitos vividos. 3.2 Objetivos Específicos · Fortalecimento da saúde psíquica dos adolescentes · Resgate e fortalecimento da autoestima · Proporcionar espaço para a expressão de sentimentos · Promover alívio emocional · Acolhimento 4. MÉTODOS 4.1 Participantes Estudantes de uma escola pública. 4.2 Procedimentos Será feita duas visitas para o diagnóstico da demanda e a partir disso será confeccionado um cronograma de 10 encontros com seus conteúdos pré-estabelecidos. 4.3 Materiais e Condições necessárias para a realização do trabalho Ao todo serão dez encontros, nos quais serão utilizados materiais como: Argila, tinta, lápis de cor, giz de cera, música, sulfite, leituras de textos e dramatizações. O lugar deverá ser uma sala arejada, livre de barulhos, mobília adequada às atividades e possa oferecer descrição das atividades ali desenvolvidas. 4.4 Atividades nos encontros 1º encontro: duas dinâmicas de apresentação OBJETIVOS: proporcionar um momento para apresentações, na busca da criação do primeiro vínculo com os alunos. PROCEDIMENTO DINÂMICA 1: Os alunos sentados em um semi-círculo devem se apresentar falando seu nome, mas antes terão que falar o nome dos colegas que apresentaram-se antes dele. PROCEDIMENTO DINÂMICA 2: A segunda atividade segue os seguintes passos: em duplas os alunos em 5 minutos conversarão não busca por se conhecerem, após esse tempo a dupla irá se apresentar, mas de maneira invertida, ou seja, um aluno se apresentará como se fosse o outro colega da dupla e assim por diante. 2º encontro: “apresentar a formiguinha” OBJETIVOS: Verificar como é a posição de cada um quanto ai respeitar ou não o espaço do colega. PROCEDIMENTO: Os alunos sentados em círculo recebem uma “formiguinha” invisível, com a formiguinha devem falar algo relacionado a ela (o que gosta/não gosta, alguma história, o que ela é, etc.), depois deve passar para o colega ao lado. 3º encontro: “o que sou hoje? O que serei amanhã?” OBJETIVOS: Verificar qual a percepção que os alunos tem sobre a situação presente e qual a idéia do possível futuro, bem como perceber o comportamento dos participantes frente as ilustrações e explicações dos outros colegas. PROCEDIMENTO: Individualmente cada participante irá, a partir de desenho e/ou escrita, responder as perguntas “o que sou hoje? O que serei amanhã?”. 4º encontro: Pintura representativa dos sentimentos OBJETIVOS: Trabalhar o grupo no sentido do eu com os todos PROCEDIMENTO: os alunos devem realizar pinturas que representem seus sentimentos de amor, amizade, respeito mútuo, coleguismo e afetividade. 5º encontro: Dramatização “bom menino, mau menino” OBJETIVOS: Trabalhando no nível do reconhecimento do eu frente as duas possibilidades, bem como a possibilidade de se por no lugar do outro. PROCEDIMENTO: Em dupla será realizado uma dramatização de uma situação escolar, em que um será o menino mau e o outro o menino bom, após isso, será feito novamente outra dramatização, mas dessa vez invertendo os papéis 6º encontro: “O tiro saiu pela culatra” OBJETIVOS: Intenção de observar a questão de respeito ao próximo e confiança do grupo. PROCEDIMENTO: Os alunos escreveram em papéis duas ações que desejaram que o colega sentado ao seu lado direito executasse; após isso, quando todos escreveram as ações, ao falar quais eram, os mesmo devem executar as ações e não o colega que possivelmente executaria 7º encontro: “o jogo de afirmações” OBJETIVOS: Proporcionar um momento de reflexão e conscientização sobre a diversidade de opiniões frente a vários temas. PROCEDIMENTO: No chão deve ter uma marcação em que os participantes fiquem reunidos um ao lado do outro; quando era realizada uma pergunta os alunos deveriam escolher um lado, ou seja, se concordavam iriam para um lado, se discordavam para outro lado. 8º encontro: Desenho em dupla sem falar OBJETIVOS: Buscar um trabalho maior no vínculo com os alunos, as questões sentimentais, bem como o posicionamento de cada um frente a uma dinâmica que deve acontecer em silêncio, mas ao mesmo tempo, deve-se ter alguma comunicação. PROCEDIMENTO: Em dupla os participantes devem realizar uma ilustração de qualquer tema, mas sem nenhuma comunicação verbal. 9º Encontro: "Dinâmica do nó” OBJETIVO: verificar como é a relação dos participantes quanto ao contato físico e o trabalho em equipe. PROCEDIMENTO: Os alunos formam um círculo e dão as mãos; devem decorar quem está à direita e a esquerda; depois com as mãos livres, devem caminhar livremente pela sala até ser pedido para parar; depois foi pedido para dar as mãos para os mesmo que estavam na direita e na esquerda no início sem sair do lugar; por fim devem voltar à mesma posição inicial sem soltarem as mãos. 10º encontro: Encerramento OBJETIVOS: Ser um fechamento do estágio, sem abertura para novos pontos ou aprofundamentos temas específicos, característico de um encerramento mesmo. PROCEDIMENTO: Realizar uma roda de conversa com os alunos, questionando-os sobre a experiência de cada um; quais pontos não gostaram; quais gostaram; qual a repercussão das oficinas para cada um; destacar para os alunos pontos sobre todo o processo, bem como algumas mudanças que apareceram no desenrolar. 5. CRONOGRAMA Período Atividades Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro 1º- Apresentação 2º- “Apresentar a formiguinha” X X3º- “o que sou hoje? O que serei amanhã?” 4º- Pintura de representando os sentimentos X X 5º- Dramatização “bom menino, mau menino” 6º- “O tiro saiu pela culatra” X X 7º- jogo de afirmações 8º- desenho em dupla X X 9º dinâmica do nó 10º Enceramento X X 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABERASTURY, Arminda. Adolescência normal. Knobel. Trad.de Suzana Maria Garagorau Ballve. Porto Alegre: Artes Médicas, 1981. BOCK, A. M. B. A adolescência como construção social: estudo sobre livros destinados a pais e educadores. Psicol. esc. educ., jun. 2007. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente, Câmera dos Deputados, Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. DOU de 16/07/1990 – ECA. Brasília, DF. CUPERTINO, C. M. B. O desalojamento e o aprender “em”. In: ___. Criação e formação: Fenomenologia de uma oficina. São Paulo: Annablume, no prelo. Cap. 11. Disponível em: https://www.livrebooks.com.br/livros/criacao-e-formacao-fenomenologia-de-uma-oficina-christina-menna-barreto-cupertino-6vfkweqrwzoc/baixar-ebook. Acesso em: 04/04/2019 Gomes, A. E. G., & Rezende, L. K. Reflexões sobre bullying na realidade bra-sileira utilizando a técnica de análise de conteúdo: revisão bibliográfica. Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, 2011. GRIFFA, M. C. - Maturidade, Vida Adulta, Velhice in Chaves para a psicologia do desenvolvimento, Tomo 2. São Paulo: Paulinas, 2001. MATOS, Margarida Gaspar de e GONCALVES, Sónia M. Pedroso. Bullying nas Escolas: Comportamentos e Percepções. Psic., Saúde & Doenças,, 2009. OSÓRIO, L. C. Adolescente Hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989. SEVERO, Catiuscia S e COSTA, Zuleika L. S. O jovem e a sociedade. Revista e--Lacto Sensu - FACO/CNEC, 2012.
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