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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA
VARA DO TRABALHO DE XXX– XX.
TUTELA DE URGÊNCIA
RECLAMANTE, brasileira, solteira, caixa de supermercado, portadora do CPF 000.000.000-00, inscrita no R.G 0000000 SSP-SC, sem endereço eletrônico, residente e domiciliada na Rua xxxx, 00, bairro xxx, CEP 00000-000, na cidade de xxx/SC, representada por seus procuradores que esta subscreve, com endereço profissional na Rua xxx, nº 000, bairro xxx, na cidade de xxx-SC, CEP 00.000-000, com endereço eletrônico: xxxxx, onde recebe intimações e outros documentos judiciais pertinentes, vem, mui respeitosamente perante Vossa Excelência, propor a presente:
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, com fulcro no art. 840, § 1º da CLT, em desfavor de:
RECLAMADA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob o CNPJ nº 00.000000/0000-00, com endereço na Rua xxxxx, nº 000, Sala 00, bairro xxxx, CEP 00000-000, na cidade de xxx-SC, pelos motivos de fato e de direito a seguir explanados.
I – DOS FATOS
A Reclamante foi contratada em 13/12/2017, e posteriormente, dispensada por rescisão indireta em 20/05/2020, sem ter cumprido o aviso prévio ou sido indenizado.
Trabalhou como caixa de supermercado para a Reclamada, percebendo um salário de R$ 1.450,00 reais por mês, com jornada das 17h às 24h de segunda a sábado.
Durante todo o período trabalhado, jamais teve sua CTPS registrada pela Reclamada, tampouco dado baixa e devolvida após a sua demissão.
Relata ainda que trabalhava 01 (um) domingo por mês e também em todos os feriados durante o pacto laboral.
Declara que jamais recebeu a paga das 02 (duas) horas de adicional noturno em decorrência do trabalho no horário das 22h às 24h.
Gozava apenas 15 minutos de seu intervalo intrajornada diariamente.
Também, durante todo o período que trabalhou para a Reclamada, nunca gozou as férias referente aos períodos de 2017-2018 e 2018-2019.
Portanto, após a rescisão indireta, não lhe foram pagas as devidas verbas rescisórias, tampouco, dado baixa e devolvida sua CTPS, conforme dispõe a legislação trabalhista.
Por fim, propor a presente reclamação trabalhista é o meio necessário para a Reclamante pleitear a devida anotação com a baixa, bem como a devolução de sua CTPS juntamente com as demais verbas rescisórias.
II – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
Cumpre salientar que o Poder Judiciário é de livre acesso para qualquer cidadão, e diante da dificuldade financeira em que a Reclamante se encontra, a mesma não possui condições financeiras de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem o prejuízo do próprio sustento ou de sua família. Sendo assim, requer a concessão da Justiça Gratuita a seu favor, com fulcro no art. 5º, LXXIV da CRFB/88, art. 4º da Lei nº 1.060/50 e art. 790, § 3º da CLT.
III – DA TUTELA DE URGÊNCIA
Na ocasião da contratação da obreira, a Reclamada reteve sua CTPS para anotação, porém, não lhe entregou qualquer recibo.
Ocorre que até a presente data, mesmo após o termino do vínculo laboral, a reclamada retém o documento causando diversos prejuízos para obreira, sendo um deles, a privação de recolocação no mercado de trabalho.
De acordo com o art. 300 do CPC, a retenção da CTPS da obreira preconiza a existência de elementos que evidenciam a probabilidade do direito.
Outrossim, o perigo de dano emerge do fato da reclamada obstar a reclamante de se recolocar no mercado de trabalho o que, por certo, prejudicará o seu sustento nesse período de desemprego.
Quanto ao FGTS, até o presente momento a reclamada não forneceu as guias para levantamento, muito embora a dispensa tenha ocorrido por iniciativa do empregador.
Portanto, requer a concessão da tutela de urgência para compelir a reclamada na devolução da CTPS da obreira, aplicando multa diária em caso de descumprimento.
VI – DO DIREITO
DA RESCISÃO INDIRETA
Em decorrência das violações ao artigo 483, inciso d, da CLT, a Reclamante interrompeu suas atividades laborais em 20/05/2020, sendo cabível in casu o reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho.
Primeiramente, cite-se o descumprimento impetrado pela Reclamada com a falta do registro em sua CTPS desde o início do contrato de trabalho, que ocorreu em 13/12/2017. Em razão disso, nunca houve os depósitos do FGTS em sua conta vinculada.
Por conseguinte, de acordo com os fatos narrados, a Reclamada também deixou de cumprir com suas obrigações referentes ao intervalo intrajornada; adicional noturno; férias vencidas; DSR e por fim, a falta dos depósitos do FGTS.
No caso em tela Excelência, estão presentes diversas circunstâncias que se enquadram perfeitamente na alínea acima mencionada.
Sendo assim, inconteste é a impossibilidade da manutenção do contrato de trabalho, pois, a Reclamante sempre buscou cumprir com suas funções de forma profissional, pontual e dedicada, recebendo em troca a recusa, por parte da Reclamada, do cumprimento dos mais básicos direitos inerentes ao contrato de trabalho.
Portanto, não há mais condições de manter a continuidade do vínculo empregatício, visto que tal situação se deu por culpa exclusiva da própria Reclamada.
Dessa forma, se faz necessário a proteção da obreira, que não suporta mais trabalhar dessa forma.
Requer através do provimento judicial a condenação da Reclamada para que rescinda o contrato de trabalho com a Reclamante, adimplindo o pagamento de todas as verbas rescisórias devidas pela rescisão indireta.
DO REGISTRO E DA BAIXA NA CTPS
Conforme exposto nos fatos, a Reclamante trabalhou como caixa de supermercado no período entre 13/12/2017 a 20/05/2020, sem ter sido registrada, tampouco, dado baixa em sua CTPS após a rescisão contratual.
Ocorre que, após a rescisão contratual a Reclamante não teve mais contato com a Reclamada para dar a baixa em sua CTPS, o que seria um comportamento no mínimo esperado diante da indisposição da mesma em cumprir com suas obrigações legais durante toda a relação contratual.
Por conseguinte, de acordo com o art. 29, caput, e § 3º da CLT, o prazo para a anotação da CTPS do trabalhador deverá ser dado até 5 (cinco) dias úteis após o início do contrato de trabalho, bem como, o descumprimento do prazo pelo empregador do disposto neste artigo acarretará a lavratura do auto de infração pelo Fiscal do Trabalho.
No mesmo liame, conforme dispõe a OJ-SBDI 82 “a data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do termino do prazo do aviso prévio, ainda que indenizado”, ou seja, após 36 dias em razão do acréscimo de 06 dias contados a partir de 20/05/2020, data em que houve a rescisão.
Sendo assim, requer seja a Reclamada compelida a realizar a devida baixa na CTPS da Reclamante 36 dias após a data da rescisão, ou seja, na data de 25/06/2020.
DAS GUIAS DO SEGURO DESEMPREGO
O seguro desemprego é um direito constitucional garantido a todo trabalhador formal dispensado sem justa causa que atingiu o tempo de serviço necessário.
Contrariando o dispositivo legal, a Reclamada deixou de liberar as guias do seguro desemprego quando houve a rescisão indireta da Reclamante.
Sendo assim, conforme expõe a Súmula 389 do TST, a Reclamada possui o dever de regularizar a situação da Reclamante perante o programa de seguro desemprego, sob pena de arcar com o pagamento das parcelas devidas, a título de indenização.
Dessa forma, requer seja a Reclamada compelida a realizar a liberação das guias do seguro desemprego, ou havendo recusa, seja condenada ao pagamento de uma indenização no respectivo valor.
DA SUPRESSÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA
A reclamante trabalhava de segunda a sábado das 17h às 24h. E em um domingo por mês, e também nos feriados, tudo no mesmo horário (17h-24h).
Ocorre que usufruía de apenas 15 minutos de seu intervalo para refeição e descanso, o qual, pela lei, deveria ser de 01 (uma) hora, ou seja, restaram suprimidos 45 minutos diariamente.
De acordo com o art. 71, caput, da CLT, os intervalos intrajornadas destinam-se a pausa para alimentação e descanso dando ao corpo a oportunidade de se recuperar para retorno as atividades laborativas.
No presente caso, desde o início do vínculo empregatícioa obreira trabalhava mais de 6 (seis) horas diárias consecutivas sem usufruir de 1 (uma) de que tinha direito para repouso.
Assim, de acordo com a jornada de trabalho acima mencionada, não foi observado o disposto no artigo 71 da CLT, portanto, havendo incidência do estabelecido no § 4º.
Dessa forma, mediante a supressão de 45 minutos diariamente do seu intervalo intrajornada, a Reclamante faz jus ao pagamento de natureza indenizatória pelo período suprimido com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, no valor estimado de R$5.394,00.
DO SALDO DE SALÁRIO
No mês de maio/2020, a Reclamante trabalhou até dia 20 do respectivo mês, e após a rescisão indireta, nada recebeu a título de saldo de salário.
Ocorre que, de acordo com o art. 4º da CLT, a Reclamante faz jus ao pagamento do salário proporcional ao tempo de serviço efetivo em que esteve à disposição de seu empregador.
Dessa forma, requer a condenação da Reclamada ao pagamento do saldo de salário referente a 20 dias do mês de maio/2020, no valor estimado de R$ 966,00.
DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO
A Reclamante optou pela rescisão indireta em 20/05/2020, sem ter recebido o aviso prévio ou sido este indenizado.
Ocorre que, de acordo com o disposto no art. 487, § 1º da CLT, a não concessão do aviso prévio por parte do empregador ainda gera o direito aos salários correspondentes ao respectivo período, na qual integra ao seu tempo de serviço para todos os fins legais.
Portanto, a Reclamante faz jus ao recebimento de 36 dias de aviso prévio indenizado contados a partir da data da rescisão em 20/05/2020, acrescentando 03 dias referentes a cada ano de serviço prestado (2017-2018 e 2018-2019), conforme o dispositivo legal acima exposto.
Ante o exposto, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de 36 dias de aviso prévio no valor estimado de R$ 1.740,00, bem como, o seu reflexo no 13º salário e nas férias.
DO 13º SALÁRIO PROPORCIONAL
A obreira não recebeu as verbas relativas ao seu 13º salário proporcional referente ao ano de 2020 em que trabalhou para a Reclamada.
Contudo, conforme expõe o art. 7º, VII da CRFB/88, todo trabalhador urbano e rural tem direito ao recebimento do 13º salário com base na sua remuneração integral.
Sendo assim, de acordo com o dispositivo legal acima exposto, é notório visar que a Reclamante faz jus ao recebimento do 13º salário proporcional ao período laborativo de 2020.
Dessa forma, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de 6/12 do 13º salário proporcional ano 2020, no valor estimado de R$725,00.
DAS FÉRIAS VENCIDAS + 1/3
A Reclamante jamais usufruiu de seus períodos de férias relativos aos períodos aquisitivo de 2017-2018 e 2018-2019.
Conforme expõe o art. 130 da CLT, após 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias e estas, conforme o art. 134 da CLT, serão concedidas por ato do empregador, nos 12 meses subsequentes à data que o empregado tiver adquirido, o que, conforme o caso, não foi usufruída pela Reclamante. Ainda no mesmo liame, o art. 137 da CLT aduz que se as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134 da CLT, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.
Desse modo, requer a condenação da Reclamada ao pagamento das férias em dobro, sempre acrescidas do 1/3 constitucional, referente as férias adquiridas no período de 2017-2018 e 2018-2019, mas que nunca foram gozadas, no valor estimado de R$ 7.733,00.
DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3
Após a efetiva rescisão contratual em 25/06/2020, a Reclamante não recebeu suas férias proporcionais ao período 2019-2020.
No entanto, conforme dispõe o art. 7º, XVII da CRFB/88 e art. 146, parágrafo único da CLT, o empregado terá direito a remuneração das férias proporcionais adquiridas com acréscimo de 1/3 constitucional do salário normal.
Desse modo, a obreira faz jus a remuneração das férias proporcionais com o adicional de 1/3, referente ao período 2019-2020 em que trabalhou para a Reclamada.
Ante o exposto, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de 6/12 de férias proporcionais referentes ao período 2019-2020, acrescidas de 1/3 constitucional no valor estimado de R$ 966,00.
DO ADICIONAL NOTURNO
Conforme já exposto nos fatos, a carga horária da obreira era das 17h às 24h de segunda a sábado, e inclusive, um domingo por mês e também em feriados.
De acordo com o artigo 73 e parágrafos da CLT, a jornada de desempenhada das 22 horas às 5 horas é considerada trabalho noturno, sendo a hora computada como de 52 minutos e 30 segundos e devendo ser paga com acréscimo de no mínimo 20% (vinte por cento).
Assim, desde a data do vínculo empregatício a Reclamante realizava 2 (duas) horas noturnas diariamente, de segunda a sábado, inclusive um domingo por mês e também nos feriados.
Entretanto, a Reclamada jamais efetuou o pagamento do devido adicional noturno devido.
Dessa forma, requer seja a reclamada condenada ao pagamento de adicional noturno correspondente a 2 (duas) horas diárias, além de reflexos sobre férias, 13º salário, aviso prévio, DSR e FGTS, tudo estimado em R$ 1.641,00.
DA FALTA DE DEPÓSITOS DO FGTS
Não obstante o descumprimento da principal obrigação patronal, a Reclamada ainda é inadimplente em outros encargos legais.
O fundo de garantia por tempo de serviço é nada mais para o trabalhador do que uma certeza de que quando do rompimento do contrato de trabalho, esteja este amparado por um valor que lhe preserve a subsistência até, novamente estar inserido no mercado de trabalho. A importância vai além de uma obrigação legal, o mesmo reflete na dignidade do trabalhador, que deu seu suor pelo trabalho e cumpriu com sua parte na relação de trabalho.
Por se tratar de uma garantia prevista no art. 7º, III da CF, traz ao empregador a obrigação de efetuar seu correto e tempestivo recolhimento, de modo a possibilitar ao empregado, em caso de necessidade, o recebimento dos valores lá depositados.
Isto posto, como a Reclamada deixou de efetuar os referidos depósitos desde a data do início da relação empregatícia, ou seja, desde 13/12/2017, pois, em nenhum momento realizou o registro na CTPS da Reclamante.
Dessa forma, busca a Reclamante a condenação da Reclamada para que a mesma seja compelida a efetuar os depósitos do FGTS não realizados desde 13/12/2017 até a data da efetiva rescisão indireta em 25/06/2020. Ainda requer sejam os referidos depósitos acrescidos de juros e correção monetária.
REQUER então a condenação da reclamada no pagamento do FGTS de todo o período laborado, no valor estimado de R$ 3.480,00.
DA MULTA DE 40% SOBRE O SALDO DO FGTS
De acordo com os fatos narrados, a Reclamante optou pela rescisão indireta, e no presente caso, a Reclamada não realizou o pagamento da multa de 40% durante o período laborativo do empregado.
Contudo, em razão da rescisão indireta do contrato de trabalho, deverá ser paga uma multa de 40% sobre o valor total a ser depositado a título de FGTS, conforme dispõe o art. 18, § 1º da Lei nº 8.036/90 c/c art. 7, I da CRFB/88.
Portanto, é mister ressaltar que a reclamante faz jus ao recebimento de 40% à título de FGTS em decorrência do pagamento da multa por parte da reclamada.
Dessa forma, requer a condenação da Reclamada a indenização de uma multa de 40% sobre o saldo do FGTS correspondente no valor estimado de R$ 1.392,00.
DA MULTA DO ART. 467 DA CLT
Em razão da rescisão do contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta por cento, conforme preceitua o art. 467 da CLT.
O objetivo de tal dispositivo é obrigar o empregador a realizar o pagamento da parcela incontroversa das verbas rescisórias, a fim de não permitir que sejam inseridas como verbas incontroversas aquelas não discutidas ou não contestadas, com o intuito de postergar o pagamento e até mesmo punir o Reclamante.
Dessa forma, requer a condenação da Reclamada ao pagamento detodas as verbas incontroversas em primeira audiência, sob pena de serem acrescidas em multa de 50%, conforme dispõe o art. 467 da CLT.
DA MULTA DO ART. 477, § 8º DA CLT
Após a rescisão indireta, a Reclamante jamais recebeu suas verbas rescisórias.
Ocorre que, de acordo com o art. 477, § 6º e 8º da CLT, a Reclamada não respeitou o prazo de 10 (dez) dias a contar do término do contrato de trabalho para efetuar o pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão, bem como, ao pagamento da multa em favor do Reclamante no valor de 1 (um) mês de salário devidamente corrigido.
Dessa forma, observa-se que a Reclamada não cumpriu com seus encargos trabalhistas no prazo legal, contrariando claramente o que consta na respeitosa Consolidação das Leis do Trabalho.
Ante o exposto, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de uma multa equivalente a um mês de salário revertida em favor da Reclamante, no valor estimado de R$ 1.450,00.
DO DESCANSO SEMANAL REMUNERADO
A reclamante laborava em regime de horas extras conforme se mencionado na presente exordial.
Contudo, a reclamada não realizava o pagamento do DSR nos termos do art. 67 da CLT e súmula 172 do C. TST em que as horas extra habitualmente prestadas refletem no DSR.
Assim, requer a condenação da reclamada no pagamento do DSR sobre as horas extras apuradas, bem como os reflexos em férias + 1/3, 13º salário e FGTS, no valor estimado de R$ 5.800,00.
DO DANO MORAL
De acordo com o art. 114, VI, da Carta Magna, a Justiça do Trabalho também é competente para julgar as ações com pedido de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho.
Isto posto, a Reclamada reteve a CTPS da obreira para anotação e até hoje a presente data não devolveu, mesmo após o término do contrato.
Destarte, a atitude da reclamada é ilícita e causa dano de natureza extrapatrimonial à reclamante, pois a retenção indevida da CTPS, além de ser infração administrativa prevista no art. 53 da CLT, impõe dificuldades de recolocação no mercado de trabalho, sendo passível de compensação financeira diante da ofensa à direitos da personalidade do indivíduo.
Nestes termos, o art. 223-C da CLT, incluído com a lei 13.467/17, dispõe que a honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física.
Uma vez que o ato ilícito lesa alguns dos direitos citados acima, deve o responsável pelo dano repará-lo na proporção da ação ou omissão, conforme dispõe o art. 223-D da CLT.
Nesse sentido, a obreira clama pela condenação da Reclamada ao pagamento de uma indenização à título de danos morais, com base nos fatos narrados.
Dessa forma, requer a condenação da reclamada no pagamento de indenização por danos morais no valor de R$15.000,00.
IV – DOS PEDIDOS
Assim, diante do exposto, vem mui respeitosamente à presença de V. Exa., para requerer:
a) Seja deferido o benefício da Assistência Judiciária Gratuita, pelo fato de a Reclamante não possuir condições de custear o próprio processo, sem prejuízo do próprio sustendo ou de sua família;
b) Citação da Reclamada para querendo, na audiência que Vossa Excelência designar, apresentar defesa, sob pena de revelia e confissão e ao final ver-se condenada ao pagamento das verbas reclamadas e demais cominações legais;
c) A concessão da tutela de urgência para compelir a reclamada na devolução da CTPS da obreira, aplicando multa diária em caso de descumprimento bem como o alvará para saque do FGTS;
d) A declaração da rescisão indireta do contrato de trabalho, com fulcro na alínea D do artigo 483 da CLT;
e) Requer seja reconhecido o vínculo empregatício no período de 13/12/2017 e 25/06/2020, com a Reclamada compelida a proceder a anotação na CTPS da Reclamante desde o início do vínculo empregatício em 15/12/2017, bem como, sua baixa em 25/06/2020;
f) A entrega da guia destinada ao saque do FGTS, sob pena de pagamento de indenização do valor correspondente;
g) A entrega da guia CD destinada ao seguro desemprego, sob pena de pagamento de indenização no valor correspondente;
h) Condenação da Reclamada ao pagamento dos seguintes pedidos:
h1) Supressão de 45 minutos diários do intervalo intrajornada no valor estimado de R$ 5.394,00;
h2) 20 dias de saldo de salário no valor estimado de R$ 966,00;
h3) 36 dias de aviso prévio indenizado no valor estimado de R$1.740,00;
h4) 6/12 de 13º salário proporcional no valor estimado de R$ 725,00;
h5) Férias vencidas + 1/3 em dobro, referente ao período aquisitivo entre [2017-2018 e 2018-2019], no valor estimado de R$ 7.733,00;
h6) 6/12 de férias proporcionais 2019/2020, acrescidas de 1/3 constitucional no valor estimado de R$ 966,00;
h7) Adicional noturno no valor estimado de R$ 1.641,00;
h8) Do depósito do FGTS no valor estimado de R$ 3.480,00;
h9) Multa de 40% sobre o saldo do FGTS no valor estimado de R$1.392,00;
h10) Multa do art. 477 da CLT referente a 1 (um) mês de salário revertida em favor do Reclamante, no valor estimado de R$ 1.450,00;
h11) Pagamento de uma indenização à título de danos morais no valor de R$ 15.000,00;
i) A produção por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente documental, testemunhal e pericial;
j) O pagamento de todas as verbas incontroversas em primeira audiência, sob pena de serem acrescidas da multa de 50%, conforme dispõe o art. 467 da CLT;
k) Condenação da Reclamada ao pagamento das custas e honorários advocatícios a serem fixados em 15% sobre o valor da condenação, conforme dispõe o art. 791-A da CLT, no valor de R$ 6.073,00;
l) Ao final, julgar TOTALMENTE PROCEDENTE a presente Reclamação, para que se faça a costumeira Justiça!
Dá à causa o valor de R$ 46.560,00.
Nestes termos, pede deferimento.
xxx-SC, 00 de junho de 2020.
Guilherme Nascimento Neto
OAB/SC 57.154

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