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Libras Linguagem de Sinais - UNIT2020AVA

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Prévia do material em texto

Daniel Neves Pinto
L ÍNGUA BRA
SINAISSILEIRADE
L I B R A S
Série Bibliográfica
P659l
Pinto, Daniel Neves
Língua brasileiras de sinais / Daniel Neves Pinto. – Aracaju:UNIT, 2012. Série bibliográfica.
192 p. : il. 22 cm.
ISBN: 978-85-7833-130-6
Inclui bibliografia.
1.Língua brasileira de sinais. 2. Educação de surdos.
I. Título.
CDU: 81’221.24(81)
Impressão:
Gráfica Santa Marta
Rua Hortêncio Ribeiro de Luna, 3333 
Distrito Industrial - João Pessoa - PB
Telefone: (83) 2106-2200
Site: www.graficasantamarta.com.br
Banco de Imagens:
Shutterstock
Redação:
Núcleo de Educação a Distância - Nead
Av. Murilo Dantas, 300 - Farolândia
Prédio da Reitoria - Sala 40
CEP: 49.032-490 - Aracaju/SE
Tel.: (79) 3218-2186
E-mail: infonead@unit.br
online@set.edu.br
Jouberto Uchôa de Mendonça
Presidente do Conselho de Administração do 
Grupo Tiradentes
Jouberto Uchôa de Mendonça Junior
Superintendente Geral
André Tavares
Superintendente Administrativo Financeiro 
Ihanmarck Damasceno dos Santos
Superintendente Acadêmico
Jouberto Uchôa de Mendonça 
Reitor – Unit
Dario Arcanjo de Santana 
Diretor Geral- Fits
Temisson José dos Santos 
Diretor Geral – Facipe
Jane Luci Ornelas Freire
Gerente de Educação a Distância 
Lucas Cerqueira do Vale
Coordenador de Tecnologias Educacionais 
Maynara Maia Muller
 Assessora Pedagógica de Projetos 
Corporativos Online 
Equipe de Produção de 
Conteúdos Midiáticos: 
Assessor
Rodrigo Sangiovanni Lima
Corretores ortográficos
Ancéjo Santana Resende 
Fabiana dos Santos
Diagramadores
Andira Maltas dos Santos 
Claudivan da Silva Santana 
Edilberto Marcelino da Gama Neto 
Edivan Santos Guimarães
Ilustradores
Geová da Silva Borges Junior 
Matheus Oliveira dos Santos 
Shirley Jacy Santos Gomes
Webdesigners
Fábio de Rezende Cardoso 
José Airton de Oliveira Rocha Júnior
Marina Santana Menezes
Pedro Antonio Dantas P. Nou 
Equipe de Elaboração de 
Conteúdos Midiáticos:
Supervisor 
Alexandre Meneses Chagas 
Assessoras Pedagógicas
Kalyne Andrade Ribeiro 
Lívia Lima Lessa
Projeto Gráfico
Andira Maltas dos Santos 
Edivan Santos Guimarães
Palavra do Autor
Prezado(a) leitor,
Para que uma inclusão aconteça de verdade, é preciso que todos se envolvam 
com este processo e incluir os surdos em nossa vida social é inegavelmente necessário.
A Lei nº 10.436, de 2002 reconhece a Língua Brasileira de Sinais como 
meio legal de comunicação e expressão, onde os sistemas educacionais devem 
garantir a inclusão nos cursos de formação em seus níveis médio e superior, do 
ensino de Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais 
– PCNs, porém, somente em 2005 se tornou obrigatória.
A comunicação é uma necessidade de todos e esta interação vai além 
da busca por compreensão. Facilitar o processo de comunicação é fazer com que 
o silêncio dos surdos não sejam manifestados por injúrias culturais e exclusão 
social, mas, reconhecer as possibilidades semelhantes. A Libras tornou-se um 
diferencial curricular, acadêmica e social das pessoas com e sem surdez, assim 
como na realidade de convívio, pois trata-se de um meio necessário aos seus 
usuários diretos, como também, aos lugares em que este grupo de pessoas fre-
quenta.
Se nos basearmos no princípio “Igualdade e Oportunidade” e “Educa-
ção para todos”, certamente enfrentaremos um grande desafio, não como obri-
gação, mas, tomando a inclusão como desígnio, responsabilidade e dignidade. 
O aprendizado da Libras a qual estarás pronto a conhecer, tem sido re-
conhecida como caminho necessário para uma efetiva mudança nas condições 
de acessibilidade e inclusão, assim como, elemento essencial para a interação e 
fortalecimento de uma identidade. 
O conhecimento aqui posteriormente adquirido, orientará para a pers-
pectiva da diversidade, com estratégias diferenciadas, cuja capacitação depende-
rá de sua responsabilidade no conjunto dos recursos disponíveis de aprendizado.
Se está disposto(a) a concretizar todo este objetivo em ocasião, seja 
bem vindo(a) a esta cultura que proporcionará boas colheitas.
Bom trabalho!
Daniel Neves Pinto
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Parte 1 História, Cultura e Linguística da LIBRAS
1 Aspectos Históricos, Conceituais e Sociais __________12
1.1 Nomenclaturas e conceitos sobre língua e linguagem . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2 Fundamentos históricos e culturais da Língua Brasileira de Sinais . . . . . 23
1.3 Aspectos biológicos e suas definições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
1.4 Iniciação à língua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Resumo do Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Exercício de Aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
2 Estudos Linguísticos _______________________________63
2.1 Léxico, vocabulários icônicos, arbitrários e soletrados . . . . . . . . . . . . . . . . 64
2.2 Estruturas sublexicais e suas expressões não manuais . . . . . . . . . . . . . . . . 71
2.3 Morfologia e seus estudos internos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
2.4 Diferenças Básicas em Libras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Resumo do Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .102
Exercício de Aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .103
Sumário
Parte 2 Surdez: interações e implicações
3 Surdez e Interação _______________________________ 109
3.1 Aspectos comunicativos corporais e classificadores . . . . . . . . . . . . . . . . . .111
3.2 Interação argumentativa com estrutura da surdez e família . . . . . . . . . .117
3.3 Interações através da Língua de Sinais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .124
3.4 Surdez, sociedade em seu processo de inclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .132
Resumo do Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .139
Exercício de Aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .140
4 Língua de Sinais: saberes e fazeres _____________ 147
4.1 Aspectos pedagógicos em suas possibilidades 
no contexto de ensino-aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .149
4.2 Possibilidades de trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .158
4.3 Conduta e legislação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .164
4.4 Frases em expressões da Libras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .175
Resumo do Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .184
Exercício de Aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .185
Referências Bibliográficas ___________________________ 189
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Ementa
Fundamentos históricos, socioculturais e definições referentes à Língua 
Brasileira de Sinais. Legislação e conceitos sobre língua e linguagem. Entendimen-
tos dos conhecimentos necessários para a inclusão dos surdos quanto aos aspectos 
biológicos, pedagógicos e psicossociais.
Justificativa
A Libras passou a ser uma disciplina “universal”, a qual facilitou o acesso 
das pessoas com surdez às escolas e à sociedade globalizada. A partir deste mo-
mento, a lei também proporcionou a cidadania de inúmeras pessoas que convivem 
com o silêncio e aos demais que vivem em sua volta, pois, a Libras foi reconhecida 
como língua oficial no Brasil.
A Língua de Sinais precisa ser disseminadapor todos os profissionais, 
proporcionando em todos locais de atendimento ao público e por da nossa socie-
dade com vistas a garantir o respeito à diferença e à singularidade linguística das 
pessoas que apresentam a surdez.
Objetivos
 D compreender os fundamentos históricos, culturais e psicossociais da 
Língua de Sinais, nomenclaturas e seus conceitos, auxiliando no pro-
cesso das ações inclusivas;
 D conhecer noções legislativas, utilizando-as de forma coesa;
 D conhecer os aspectos patológicos da surdez, possibilitando uma refle-
xão sobre o preconceito vivido no contexto dos surdos;
Concepção da Disciplina
 D desenvolver noções práticas de verbalização e sinalização da Língua 
de Sinais junto a sua estrutura lexical, morfológica, sintaxe, semântica 
e pragmática, colocando em prática a Língua Brasileira de Sinais;
 D estimular embasamento cênico, teórico, prático, técnico e pedagógico, 
acrescentando tais embasamentos em suas práticas interpretativas;
 D despertar no aluno, o interesse em trabalhar com os surdos;
 D compreender os conhecimentos básicos e domínios necessários para 
a comunicação simples e direta às pessoas com surdez, facilitando a 
inclusão social e possibilidades em relação interpessoal através do uso 
da Libras;
 D utilizar Libras com coesão e coerência para que haja entendimento. 
Avaliação
A avaliação da disciplina será realizada a partir da:
 D Medida de Eficiência (ME): que deverá ser feita ao longo das Unidades 
no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) no total de duas ME por Uni-
dade. O prazo para realizar a ME é de até 48h antes da data da avaliação (por 
Unidade). Para cada ME você terá duas tentativas de resposta. 
 D Avaliação Presencial: é realizada presencialmente através de prova es-
crita, sendo uma por Unidade, com o valor de 0,0 a 8,0 pontos. A avaliação é 
individual e sem consulta, com questões objetivas e subjetivas contextualizadas.
Organização da Disciplina
Bibliografia Básica
CAPOVILLA, Fernando Cesar; RAPHAEL, Walkiria Duarte. Dicionário enciclo-
pédico ilustrado trilíngue: língua brasileira de sinais português/inglês/libras. 
3. ed. São Paulo: EDUSP, 2006.
QUADROS, Ronice Muller de; KARNOPP, Lodenir Becker. Língua brasileira de 
Sinais: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
QUITES, Tatiana P. Pimenta. Estudo básico da gramática da libras: centro de ca-
pacitação de profissionais e de educação às pessoas com surdez. Belo Horizonte 2007.
PINTO, Daniel Neves. Língua Brasileira de Sinais. 1 ed. Aracaju: UNIT, 2010.
Metodologia de estudo
A disciplina propõe orientá-lo em seus procedimentos de estudo e na pro-
dução de trabalhos científicos, possibilitando que você desenvolva em seus traba-
lhos pesquisas rigor metodológico e espírito crítico necessários ao estudo.
É importante que você observe algumas orientações:
 D cuide do seu tempo de estudo! Defina um horário regular para aces-
sar todo o conteúdo da sua disciplina disponível neste material e no 
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Organize-se de tal forma 
para que você possa dedicar tempo suficiente para leitura, prática e 
reflexão;
 D esforce-se para alcançar os objetivos propostos na disciplina;
 D utilize-se dos recursos técnicos e humanos que estão ao seu dispor 
para buscar esclarecimentos e para aprofundar as suas reflexões. 
Estamos nos referindo ao contato permanente com o professor e 
com os colegas a partir dos recursos disponíveis no AVA.
Para que sua trajetória na disciplina ocorra de forma tranquila, você 
deve realizar as atividades propostas, acompanhar as atividades semanais e es-
tar sempre em contato com o professor.
Paute-se na autonomia, responsabilidade, cooperação e colaboração. 
Isso, requer uma nova postura do aluno e uma nova forma de concepção de 
educação.
Por isso, você contará com o apoio das equipes pedagógicas e técnicas 
envolvidas na operacionalização da disciplina, além dos recursos tecnológicos 
que contribuirão na mediação entre você e eu.
Exercícios de aprendizagem
Ao final de cada Tema, você terá a oportunidade de testar seus conheci-
mentos diante dos Exercícios de Aprendizagem que são compostos por questões 
objetivas e subjetivas. O gabarito das respostas estará no Ambiente Virtual de 
Aprendizagem.
Entendendo os ícones do livro
Ao longo do Conteúdo da Disciplina você irá encontrar no livro ícones 
que irão orientá-lo nos estudos. Conheça cada ícone:
Para Refletir: apresenta reflexões sobre o conteúdo abordado durante 
o texto a fim de desenvolver postura crítica – reflexiva sobre a realidade.
Atenção: destaca um conteúdo importante do texto para compreensão 
da temática.
Saiba Mais: são informações ou relatos de experiências considerados inte-
ressantes para o entendimento do conteúdo que está sendo abordado.
Indicação de Leitura: ficará no final de cada conteúdo e seu objetivo 
é promover a fundamentação: sugestão de texto, livro ou site que reforçam 
ou ampliam o conteúdo.
Anotação: tem por finalidade o registro das reflexões dos alunos.
Está no AVA : indica acesso ao Ambiente Virtual de Aprendizagem para 
conhecer outros recursos que irão contribuir com o conteúdo estudado.
Exercício de Aprendizagem: indica uma atividade que está asso-
ciada aos conteúdos estudados, que irá conter questões objetivas e 
subjetivas.
Resumo do Tema: síntese dos conteúdos do Tema abordado. 
Onde tirar as dúvidas?
No Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), acesse o "Fale Conosco" 
no mural principal para registrar suas "Dúvidas de Conteúdo" com o professor 
da disciplina e "Dúvidas Técnicas" quando for relacionado ao AVA.
H I S T Ó R I A,
CULTURA, 
E LINGUÍSTICA
DA LIBRAS
Parte 01
Neste tema, vamos estudar o que é a 
disciplina de Metodologia Científica e por que 
ela é importante para a sua formação acadêmica 
e profissional. Como estamos no início dos conte-
údos da disciplina, estudaremos também técnicas 
e procedimentos para organização dos estudos e 
um melhor aproveitamento no estudo de textos.
É importante destacar que o seu suces-
so nos estudos e, consequentemente, profissional, 
depende apenas de você, da sua capacidade de ir 
em frente e de buscar “aprender a aprender”. Você 
perceberá que a Metodologia Científica vai se tor-
nar uma auxiliar fundamental em seus estudos.
Objetivos da Aprendizagem
Ao terminar a leitura e as atividades do Tema 1, 
você deverá ser capaz de:
 D entender a importância da disci-
plina para a formação acadêmica e 
profissional;
 D adotar procedimentos e técnicas na 
organização dos estudos;
 D desenvolver o hábito pela leitura, 
realizando análises de texto;
 D praticar as técnicas de sublinhar, 
esquematizar, resumir e fichar no 
estudo de texto.
METODOLOGIA 
CIENTÍFICA E 
TÉCNICAS DE 
ESTUDO
Diante do tema, iremos conhecer os 
conceitos culturais e históricos da Língua de Si-
nais e dos surdos com seus aspectos biológicos e 
linguísticos.
Na perspectiva de apoiar a Educação Es-
pecial tão enfocada na Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LBD), a Língua Brasileira de 
Sinais (Libras) surgiu não somente com a expec-
tativa de colaborar com a LDB, mas também para 
possibilitar a comunicação como direito de todos. 
O Poder Público instituiu a Lei nº 10.436, de 24 
de abril de 2002, regulamentada pelo Decreto nº 
5626, de 22 de dezembro de 2005, que dispõem 
sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras. Tal 
Lei rege a Língua Brasileira de Sinais como língua 
oficial no Brasil e como disciplina curricular obri-
gatória, assegurando aos surdos uma comunicação 
eficaz e objetiva. Dentro deste contexto, alicerça-se 
uma proposta inovadora sempre com o objetivo de 
consolidar a comunicação e a efetiva integração na 
vida em sociedade.
Objetivos da Aprendizagem
Conhecer os conceitos culturais e históricos da 
Língua de Sinais e dos surdos com os seus aspec-
tos biológicos, patológicos e linguísticos.
ASPECTOS 
HISTÓRICOS, 
CONCEITUAIS 
E SOCIAIS
Tema
01
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 14 
1.1 Nomenclaturas e conceitos sobre línguae 
linguagem
Libras ou LSB?
Eis aí uma grande dúvida entre estas duas siglas. Qual é a correta ou a 
mais utilizada?
Libras é pronunciada nacionalmente como Língua Brasi-
leira de Sinais difundida pela Federação Nacional de Edu-
cação e Integração de Surdos (FENEIS), instalada como 
matriz na cidade do Rio de Janeiro e tem como meta prin-
cipal disseminar esta língua pelo Brasil. 
Popularmente conhecida, a Libras vem ganhando seu es-
paço e não é mais confundida com moeda ou horóscopo.
A Língua de Sinais é a língua natural, materna, ou seja, primeira língua 
(L1) dos surdos e é usada pela maioria deles no Brasil, assim como o português 
é a língua materna para os ouvintes. No Brasil, há somente duas línguas reco-
nhecidas pela República Federativa do Brasil: o Português e a Libras, porém, 
há alguns municípios brasileiros que co-oficializaram outros dialetos devido ao 
grande número de grupos indígenas.
Conforme Capovilla (2006, p. 1479), “Língua de Sinais é o verdadei-
ro equipamento da vida mental do Surdo; ele pensa e se comunica apenas por 
este meio.” O surdo utiliza a modalidade linguística quiroarticulatória-visual, 
ou seja, através das mãos para passar as informações e dos olhos para receber e 
não oroarticulatória-auditiva, que se dá através da oralização (boca) para passar 
elementos e do ouvido para receber informações.
A Libras é também conhecida como LSB (Língua de Sinais Brasileira), 
sigla que segue padrões internacionais de denominação das Línguas de Sinais, 
assim como, a American Sign Language (LSA), ou seja, Língua de Sinais Ameri-
cana, bem como, a Língua de Sinais Francesa (LSF), Língua de Sinais Mexicana 
(LSM) e assim por diante.
Vamos entender melhor. Há uma grande confusão sobre as nomencla-
turas e sua forma de pronunciar, assim, Língua Brasileira não existe, filosofica-
mente falando, o correto é “Língua de Sinais Brasileira”, pois, o termo “Língua 
de Sinais” constitui uma unidade vocabular, ou seja, funciona como se as três 
Li
br
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As
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15 
palavras (língua, de e sinais) fossem uma só. Não existe uma Língua Brasileira 
(em sinais ou falada).
Além das formas de escrever ou proferir a Libras ou LSB, temos que 
atentar para seu significado.
A correta é “Libras” e não “LIBRAS”. Quando foi divulgado o uso da 
sigla “LIBRAS”, explicava-se esta sigla da seguinte forma: LI de Língua, BRA de 
Brasileira, e S de Sinais. Com a grafia “LiBras”, a sigla significa: Li de Língua de 
Sinais, e Bras de Brasileira, assim, deixa claro que Libras não são simplesmente 
gestos, é uma língua com estruturas linguísticas que compreende e comunica 
através das mãos, do corpo e da face.
Muitos imaginam que a Libras é constituída apenas pelo :"alfabeto ma-
nual, números" e de alguns movimentos. Ela é como outro idioma reconhecido 
oficialmente, ou seja, é uma língua com regras, com estruturas gramaticais pró-
prias e ainda necessita de um vasto apoio corporal e facial para que sua intera-
ção seja eficaz e completa.
A Libras foi oficializada como língua oficial não apenas por ser um 
meio de interação e comunicação de um grupo de pessoas, mas também, por 
obter seus próprios planos linguísticos como o sistema morfológico, fonológico, 
sintático e semântico, planos estes que contém em qualquer língua oralizada.
Ronice Quadros (2003) deixa claro a diferença entre as línguas orais-
-auditivas e gesto-visuais fazendo uma comparação se significados onde uma 
palavra na Língua Portuguesa é designado sinal em Libras.
 O maior diferencial entre língua de sinais e línguas orais é a sua forma 
de interatuar. Assim, quem utiliza a Libras "fala com as mãos" e quem utiliza a 
língua oralizada apoia-se na "fala com a boca".
A Língua de Sinais Brasileira e a Língua Portuguesa têm uma vasta 
diferença desde a pronuncia até a escrita.
Muitas diferenças são intensas como a modalidade de utilização da lín-
gua e outras são percebíveis quanto a sua gramática. Vamos conferir algumas 
delas apresentadas por Quadros (2004, p. 84):
 D a Língua de Sinais é baseada nas experiências das comunidades 
surdas mediante as interações culturais surdas, enquanto a Língua 
Portuguesa constitui-se baseada nos sons.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 16 
 D a Língua de Sinais apresenta uma sintaxe espacial incluindo os 
chamados classificadores. A Língua Portuguesa usa uma sintaxe 
linear utilizando a descrição para captar o uso de classificadores.
Os Classificadores são recursos visuais da Libras que utilizamos para deixar 
a sinalização com mais vida, ou seja, ela é feita de forma que fique clara e 
objetiva a mensagem.
 D a Língua de Sinais utiliza a estrutura tópico-comentário, enquanto 
a Língua Portuguesa evita este tipo de construção;
 D a Língua de Sinais utiliza a estrutura de foco através de repetições 
sistemáticas. Este processo não é comum na Língua Portuguesa;
 D a Língua de Sinais utiliza referências anafóricas1 através de pontos 
estabelecidos no espaço que exclui ambiguidades que são possíveis na 
Língua Portuguesa;
 D a Língua de Sinais não tem marcação de gênero como a Língua Por-
tuguesa. O gênero é marcado ao ponto de ser redundante, o que en-
volve na última letra como “a” para feminino e “o” para masculino;
 D a Língua de Sinais atribui um valor gramatical às expressões 
faciais. Esse fator não é considerado como relevante na Língua 
Portuguesa, apesar de poder ser substituído pela prosódia;
1 Referência anafórica é trocar palavras ou ideias para que não se repitam no texto, porém, deverá 
ter o mesmo sentido.
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 D coisas que são ditas na Língua de Sinais não são ditas usando o 
mesmo tipo de construção gramatical na Língua Portuguesa. 
Assim, encontramos diversos contextos que em Português consi-
deramos comprido, enquanto que em Libras pode ser feito com 
apenas um sinal;
 D a escrita da Língua de Sinais não é alfabética.
Intérprete
O Intérprete é a pessoa que faz a transmissão de duas línguas distintas. 
Assim, passa a língua fonte para a língua alvo. É como se houvesse uma palestra 
discorrida em Português (no caso língua fonte) e este profissional a interpreta 
em Libras (língua alvo).
Língua Fonte é a língua que o Intérprete ouve ou vê para, a partir dela, fazer 
a interpretação e atingir a língua alvo, ou seja, a língua para a qual queremos 
que os outros recebam as informações.
Intérprete de Língua Brasileira de Sinais
Profissional que transforma uma língua oral ou outra língua de sinais 
qualquer que não seja brasileira para a Língua de Sinais Brasileira ou da Língua 
de Sinais para uma outra determinada língua. 
A pessoa pode saber Libras e não ser capaz de realizar uma interpretação. O 
fato de a pessoa saber Libras, não quer dizer que ela é Intérprete.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 18 
É fundamental que se considere, também, que o profissional inter-
mediador ou Intérprete de Libras é apenas um elemento para que 
se garanta a acessibilidade. Sempre deverão lembrar que os surdos 
precisam de tempo para olhar no ouvinte e Intérprete, para as ano-
tações, caso houver. Outro aspecto importante é a garantia da parti-
cipação do surdo através de perguntas e respostas que exigem tempo 
para pensar, para que a interação se dê efetivamente. (CAS, 2007, 
p. 3).
Língua
Conjunto de palavras e expressões com regras gramaticais utilizadas 
por uma nação, conhecida também como idioma. Ela pode ser verbal ou sina-
lizada, porém, à língua deve ser sancionada por lei e deve haver estudos rela-
cionados a sua ampliação e melhora. A linguagem própria de uma pessoa ou 
familiar não é uma língua, pois, permite várias interpretações e se restringe a 
um pequeno grupo. A língua permite a comunicação comum entre os indivíduos 
de sua natureza como um fato social, ou seja, um sistema coletivo de uma de-
terminada comunidade linguística. É a expressão linguística tecida em meio atrocas sociais, culturais e políticas, visto que:
As línguas naturais apresentam propriedades específicas da espécie 
humana: são recursivas a partir de um número reduzido de regras, 
produz-se um número infinito de frases possíveis, são criativas, dis-
põem de uma multiplicidade de funções argumentativas, poéticas, 
conotativas, informativas, persuasivas e original que apresentam 
formas e significados. (QUADROS, 2003, p. 7). 
Portanto, o correto é “Língua de Sinais” porque trata-se de uma língua 
viva, sancionada por Lei e, logo, a quantidade de sinais está em aberto, podendo 
ser acrescentados novos sinais.
O sinal de “idade” representado abaixo é uma língua e não linguagem. 
Idade 
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água 1
água 2
Língua oral-auditiva
Modalidade em que utilizamos a voz (oralização) para oferecer informa-
ções e a audição para receber elementos de outra pessoa. É uma língua ‘falada 
com a boca’ utilizada pelos ouvintes. Temos como exemplo a Língua Portuguesa.
Língua visual- espacial
Refere-se à língua sinalizada, ‘falada com as mãos’. Utiliza a visão para 
receber/compreender as informações e o espaço para produzir/passar as ideias.
Linguagem
São formas de comunicação sem regras ou gramáticas próprias. Tudo 
é válido para que a informação seja passada para expressar ideias, sentimentos, 
modos de comportamento etc. Este sistema serve como meio de comunicação 
entre indivíduos de grupos pequenos ou meio familiares. 
“São diversas formas de transmissão como sistema de símbolos, signos con-
vencionais, sonoros, gráficos, gestuais, entre outros, o que leva a distinguirem-se vá-
rias espécies de linguagem: visual, auditiva, tátil etc.” (MARCHESI, 1995, p. 24).
Há surdos que criam sua própria linguagem para conseguir comunicar-
-se em casa. Esta comunicação é restrita a sua família e não são compreendida 
por pessoas de fora.
Este sinal na figura ao lado tem o significado de “água” 
em um grupo familiar em que não há uma língua desti-
nada à comunicação, mas, somente este grupo entende 
o seu significado, assim, este sinal não é língua e sim 
linguagem.
Já nesta figura é o sinal de “água” em Libras, ou seja, 
deixou de ser linguagem por se tratar de um significado 
concreto e conhecido pela comunidade surda brasileira.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 20 
Tradução
A tradução é a atividade que envolve a alteração, mudança de um texto 
em certo idioma para outro. A escrita original (língua fonte) que será modifica-
do para língua alvo poderá ser de qualquer modalidade comunicativa, seja oral 
ou em sinais. O tradutor que irá fazer a ponte entre as duas línguas terá tempo 
hábil para finalizar a tradução, assim sendo, o profissional poderá pesquisar 
livros, dicionários, internet e até mesmo outros profissionais para que o texto 
saia adequadamente.
Interpretação
A interpretação é a ação que estabelece a transição comunicativa de 
um idioma para outro, seja ela: língua oral para outra língua oral, língua oral / 
língua de sinais, língua de sinais / língua oral ou até mesmo língua de sinais / 
língua de sinais de outro país. Na interpretação não há tempo para pesquisa, o 
profissional que faz esta mudança de idiomas deverá estar seguro e ser fluente 
nas duas línguas e ainda deverá manter o mesmo tipo de interpretação do início 
ao fim da fala. Há três tipos de interpretação: a simultânea, a intermitente e a 
consecutiva.
Interpretação Simultânea
Interpretação simultânea é a transposição que acontece simultanea-
mente à fala da língua fonte, ou seja, sucede ao mesmo tempo. O intérprete ouve 
ou vê a informação da língua fonte, processa a informação e, posteriormente, 
faz a passagem para a língua alvo. Neste caso, o intérprete utiliza o lag-time, que 
é o intervalo entre a recepção da língua e o processamento até repassar para a 
língua alvo. Este processo leva de 4 segundos a um minuto e meio, dependendo 
do profissional e da complexidade do texto.
Interpretação Intermitente
Já a interpretação intermitente é o processo de interpretação feita blo-
co por bloco, ou seja, o enunciador passa sua ciência em trechos enquanto o 
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intérprete processa a informação, faz a interpretação e, logo após, o enunciador 
entra novamente com sua oração e assim sucessivamente. Um sempre espera o 
outro para completar a informação.
Interpretação Consecutiva
A interpreteação consecutiva é a forma interpretativa mais utilizada 
para textos ou informações sucintas (breves), ou seja, a passagem para a língua 
alvo acontece somente após a conclusão do enunciador da língua fonte, sem a 
necessidade de ser uma comunicação completa ou detalhada.
Surdos ou deficientes?
“Sinal de surdo” 
Até o fim dos anos 90, a nomenclatura “deficiente au-
ditivo” ou “DA” era muito utilizada e referenciada por 
todos aqui no Brasil, ganhando posteriormente outras 
terminologias até chegar a “Surdo”. O uso da expres-
são deficiente auditivo já foi muito criticado, refletindo 
uma visão preconceituosa. Nela, o surdo é visto como 
portador de uma enfermidade localizada que precisa 
ser tratada, para que seus efeitos sejam sobrepujados. 
Já os profissionais ligados às áreas médicas científicas 
têm ainda utilizado largamente este termo "Deficiente Auditivo (DA)". 
Todas as investigações atuais têm chamado a atenção para a adequação 
do emprego do termo “Surdo”. Expressão esta optada pelos próprios surdos e 
comunidades surdas do Brasil. 
É muito importante considerar que o surdo difere do ouvinte, não ape-
nas pela ausência da audição, mas porque desenvolve uma percepção vibratória 
muito elevada e principalmente pelas potencialidades psicoculturais próprias. 
No plano pessoal, a decisão quanto a usar o termo “pessoa com defi-
ciência auditiva” ou os termos “pessoa com surdez” e ”surda”, fica por conta 
de cada pessoa. Geralmente, pessoas com surdez leve, moderada ou acentuada 
referem-se a si mesmas como tendo uma deficiência auditiva. Já as que têm sur-
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 22 
dez severa, profunda ou anacusia2 preferem ser consideradas surdas, mas não 
há nada especificamente condizendo ou detalhando quem é surdo ou quem é 
deficiente, o que realmente deverá acontecer é o respeito e condito em apontá-
-los como surdos. 
Surdo ou mudo?
Surdo - mudo, provavelmente, é a mais antiga e incorreta designação 
atribuída aos surdos. O fato de uma pessoa ser surda não significa que ela seja 
muda. Pessoas surdas que não desenvolveram a fala, provavelmente não tive-
ram condições terapêuticas de aprenderam a falar com profissionais responsá-
veis pela dicção e expansão oral. Hoje em dia, muitos fazem a leitura labial, e 
podem emitir diversos sons com a boca como rir, chamar etc., afinal, os surdos 
não são mudos.
Quanto à pessoa surda:
Como mencionaremos sobre estas pessoas? 
Surdo, Deficiente auditivo, D.A. , Mudo ou Surdo-mudo ?
E quanto aos termos Linguagem de Sinais e Língua de Sinais? Qual é a corre-
ta quando falamos sobre Libras?
Você acabou de conhecer as diversas terminologias e conceitos relacio-
nados aos surdos e sua língua materna. Já no próximo conteúdo, conhecerá a 
história dos surdos desde os tempos antigos até o dia de hoje.
2 Anacusia consiste na perda auditiva devido ao fator idade.
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No Ambiente Virtual de Aprendizagem você encontrará uma atividade rela-
cionada aos tipos de interpretação. Não deixe de ativar este interativo. Certa-
mente será muito útil em sua formação.
Neste mesmo ambiente, você encontrará um vídeo no qual poderá perceber 
melhor a diferença entre surdo e deficiente, fato tão discutido hoje em dia. 
Não deixe de assistir.
Uma boa indicação de filme para este capítulo é Mr. Holland “Adorável pro-
fessor” em que um professor vem a ter um filho surdo e se dedica a dar toda 
sua atenção,deixando de lado um grande sonho.
MR. Holland “Adorável professor”. Direção de Stephen Herek. Estados 
Unidos: Buena Vista Picture, 1995. 140 min., color. legendado. 
1.2 Fundamentos históricos e culturais da língua 
brasileira de sinais
A Língua de Sinais não é universal e cada país possui a sua própria 
língua, que sofre as influências culturais. A nossa Língua Brasileira de Sinais 
(Libras) é originada pela influência francesa.
Como qualquer outra língua, ela também possui expressões que dife-
rem de região para região (os regionalismos), o que a legitima ainda mais como 
língua.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 24 
Fundamentos históricos
Como todo povo há sua história, os surdos não poderiam ficar de fora. 
Mas, infelizmente, as vidas das pessoas que não escutavam eram totalmente 
sombrias, pois, historiadores trazem relatos que, em sua maioria, eram pessoas 
amaldiçoadas e assim sacrificadas.
Ao longo dos tempos os surdos tiveram que correr atrás de seus direi-
tos e sua identidade até firmarem a estaca do reconhecimento de sua língua e 
cultura próprias.
Até a Idade Média 
De acordo com o site da AMPID, na maioria das regiões do mundo, os 
surdos eram sacrificados por entenderem que eram pessoas amaldiçoadas devi-
da sua falta de linguagem e comunicação.
No Egito
Os Surdos eram considerados deuses e a população egípcia os respeita-
va, pois serviam como intercessores aos faraós.
China
Os chineses lançavam os surdos em alto mar para não deixar marcas ou 
chances de se reproduzirem.
Gália
Os gauleses sacrificavam os surdos para o deus Teutates a fim de rece-
ber bens.
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Esparta
Os surdos eram atirados do alto dos rochedos para não terem como 
sobreviver. Historiadores dizem ainda que, após o choque ao chão, os surdos 
eram lançados às águias e aos leões famintos a fim de não haver chances de 
sobreviver.
Grécia
Por não possuírem uma linguagem, os surdos eram vistos como pesso-
as sem condições de raciocinar, tachados como criaturas incapazes de realizar 
qualquer atividade, chegando ao holocausto por desamparo ou arremetidos em 
abismo. 
Os Romanos
Influenciados pelo povo grego, tinham ideias semelhantes acerca dos 
surdos, vendo-os como seres imperfeitos, sem direito a pertencer à sociedade. 
Era comum lançar as crianças surdas (especialmente as pobres) ao rio Tigre. 
Isso era feito pelos próprios pais.
Turquia
Em Constantinopla (hoje Istambul), os surdos realizavam algumas ta-
refas, tais como o serviço de corte, como pajens das mulheres, ou como bobos, 
para entretenimento do sultão.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 26 
Igreja Católica
A igreja católica, através de Santo Agostinho, colocava aos seus segui-
dores que a surdez de um filho era um castigo aos pais devido a algum pecado 
realizado por eles. Assim, os pais trancafiavam seus filhos surdos em casa para 
não apresentarem à sociedade e se resguardarem de algum comentário.
EVANGELHO – Jo 9, 1-41 Apud AMPID
Naquele tempo, Jesus encontrou no seu caminho um cego de nas-
cença. Os discípulos perguntaram-Lhe: “Mestre, quem é que pecou para ele 
nascer cego? Ele ou os seus pais?” Jesus respondeu-lhes: “Isso não tem nada 
que ver com os pecados dele ou dos pais; mas aconteceu assim para se mani-
festarem nele as obras de Deus”. [...]
Curiosidade
A primeira pessoa a ensinar um surdo a falar que se tem registro foi 
John Beverley, em 700 d.C., 
Fim da Idade Média e início do Renascimento
Época onde a surdez passou a ser analisada mais detalhadamente por 
juntas médicas e científicas.
Idade Moderna 
Distinguiu, pela primeira vez, surdez de mudez. A expressão surdo-
mudo deixou de ser a cognome do Surdo.
França
Primeiro país a fundar uma instituição de ensino direcionada somente 
à surdos: o “Instituto Nacional de Surdos-Mudos” (1712 – Paris)
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O surdo foi reconhecido como ser humano e a partir deste momento 
entendera que ensinar ao surdo a falar seria perda de tempo, que o ensino prin-
cipal deveria ser a língua gestual. Jean Massieu: um dos primeiros professores 
de surdos do mundo.
Idade Contemporânea até os dias de hoje
Estados Unidos
O norte americano Gallaudet, foi quem deu o início à educação de sur-
dos nos Estados Unidos. Estabeleceu a ASL (Língua de Sinais Americana) como 
língua das pessoas com surdez. A instituição Galleudet é uma referência em 
educação de surdos, onde atende este grupo de pessoas a partir do nascimento 
até à universidade.
Alemanha
Destaque de superação, Hellen Keller ficou cega e surda logo aos 19 
meses de idade. Teve como referência pessoal a professora Anne Sullivan, que a 
ensinou a ler e a escrever. Hellen virou escritora e conferencista e ainda descre-
veu que “a surdez é o mais infortune dos sentidos humanos”.
 
Itália
Em 1880, aconteceu o Congresso de Milão, que deixou confusa a histó-
ria dos surdos. Um grupo de ouvintes tomou a decisão de excluir a língua gestu-
al do ensino de surdos, substituindo-a pelo oralismo. A partir deste momento, 
a oralização e a leitura labial foram os métodos mais utilizados na educação dos 
surdos entre os séculos XIX e XX, quase abominado de toda Europa.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 28 
Brasil
O Brasil só passou a ter uma referência no ensino de 
surdos a partir do momento em que o francês Hernest 
Huet chegou por intermédio de D. Pedro II para ga-
rantir o ensino ideal aos surdos brasileiros. Logo fun-
daram a primeira escola de surdos: a “Imperial Ins-
tituto de Surdos – Mudos”, atualmente o “Instituto 
Nacional de Educação de Surdos” (INES) situada no 
Rio de Janeiro.
Desde o século XIX, as escolas tradicionais existen-
tes no método oral mudaram de filosofia e, até hoje, 
boa parte delas vêm adotando a comunicação total. 
Comunicação Total: Expõe a criança à língua oral acompanhada simultane-
amente da língua de Sinais, da escrita e de quaisquer outros meios que se 
considerem importantes para o seu desenvolvimento. “O importante é comu-
nicar, independente do modo”.
Em 1988, realizou-se o I Encontro Nacional de Intérpretes de Língua 
Brasileira de Sinais, organizado pela FENEIS. Foi a primeira vez que houve um 
intercâmbio entre Intérpretes do Brasil e a avaliação sobre ética do profissional 
Intérprete.
Você deve lembrar sempre que a Libras não é universal e sim nacional, 
e ainda contém seus regionalismos.
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Somente em 24 de abril de 2002 foi reconhecida a Língua Brasileira de 
Sinais como língua oficial das comunidades surdas no Brasil através da Lei nº 
10436. Este foi o primeiro e grande passo para o reconhecimento e formação do 
profissional Intérprete de Libras.
A língua de sinais teve um desenvolvimento muito grande até os dias de hoje 
apesar do pouco tempo de legalização.
Como você tem discernido a Língua de Sinais para seu crescimento pessoal?
Em sua comunidade, trabalho ou bairro há surdos? Tente conversar com 
eles, a prática é a melhor maneira de aprender a Língua Sinalizada.
Como os surdos têm sido vistos e, consequentemente, tratados na sociedade 
brasileira?
Aparelhos auditivos
Em 1898, os aparelhos usados eram cornetas ou tubos acústicos e so-
mente em 1948 surgiram aparelhos com pilhas incorporadas e em 1953 come-
çou a ser usado o transistor em próteses.
Os primeiros implantes “cocleares” ocorreram em 1970. Cirurgia deli-
cada que, de início, gerou muita discussão em relação ao surdo e à reabilitação 
da audição, pois, quem fizesse este implante deveria se sujeitar a não pular, 
nadar e outras atividades comuns de criança. Hoje, esta cirurgia está disponível 
pelo SUS, porém, há uma grande fila de espera. 
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 30 
Cultura surda e sua identidade
Ao longo dos séculos os surdos foram formando uma cultura própria 
centrada principalmente em suaforma de comunicação. Hoje, no Brasil, encon-
tramos em todos os grandes polos Associações de Surdos, onde eles se reúnem 
e convivem socialmente.
Os surdos têm uma cultura e característica própria, são utilizadores de 
uma comunicação espaço-visual, ou seja, comunicam-se através da visão e de 
sinais explorados no espaço.
O processo de busca por uma identidade de uma pessoa com surdez 
pode ser afetado desde o seu processo de aprendizagem, pois, é o período em 
que os pais descobrem a surdez.
O condicionamento do surdo junto à sociedade tem se tornado cada 
vez mais comum, porém, muitos ainda têm o olhar de “deficiente” quando re-
lacionados a certas ocasiões como profissões, atividades escolares e até mesmo 
posições afetivas dentro de um lar onde os pais os superprotegem com medo 
das afrontas e até mesmo dos preconceitos que seu filho surdo venha receber. 
Outros encaram a Língua de Sinais como primitiva, ou inferior, à língua falada. 
Não é de admirar que, com tal ignorância, alguns surdos se sintam oprimidos e 
incompreendidos.
Todos sentem a necessidade de ser entendidos. A comunicação e a in-
teração são essenciais para qualquer ser humano. Por estarmos em um país com 
uma vasta cultura trazida de décadas passadas influenciados por ouvintes, os 
surdos acabam se auto ofuscando as verdadeiras habilidades característicos que 
este grupo têm em contraste. A comunicação fluente entre surdos existe, fal-
tando desenvolver sua própria autoestima que busque novos ares acadêmicos, 
sociais e profissionais, pois, historicamente e culturalmente já há uma grande 
registro e conhecimento. Hoje ainda há certa desconfiança dos surdos em re-
lação aos ouvintes. Isso se dá desde o “Congresso de Milão”, onde os ouvintes 
respondiam pelos surdos.
O contato com o surdo sinalizado é exclusivamente através da visão, o 
contrário de uma pessoa ouvinte, que utiliza a modalidade oral-auditiva para se 
comunicar.
Agora lhe faço uma pergunta: Se você tivesse que chamar um surdo e 
este está de costas para você, o que você faria?
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Não adianta gritarmos ou chamá-los pelo nome. Seria em vão, pois, 
como sabemos o surdo não ouve. Assim, o mais correto é tocá-lo ou fazer um 
movimento com o braço onde ocorreria uma sobra e se caso estivesse um pouco 
mais distante, o melhor procedimento é pedir que outra pessoa o indicasse.
Dependendo da situação, em termos de distância e local físico, pode-se 
dar umas pisadas com uma certa força no chão ou fazer piscar a luz do ambien-
te. Esses e outros métodos apropriados para captar a atenção dão reconheci-
mento à experiência dos surdos e fazem parte de sua cultura. 
Quando dirigir-se ao surdo, nunca use os termos: Deficiente Auditivo, D.A., 
Surdo-mudo, Surdinho e Mudinho. Estes termos NÃO são corretos.
Esta oportunidade que tens através desta leitura, certamente não ficará 
mais confusa assim que encontrar ou atender um surdo. O que poderia ser “di-
ferente” no tratamento será uma ótima oportunidade de aproximação e contato 
direto com ele. Não se exime em interagir. No momento em que o surdo percebe 
sua intenção e que você conhece o mínimo da Libras, ele irá lhe ajudar na comu-
nicação, tornando-a fácil e prazerosa. 
A visão crítica às vezes pode ser confundida com a visão do conheci-
mento e tratar um surdo como se não houvesse nada de diferente estaríamos 
ignorando sua característica pessoal, se é um fato, existe, devemos tentar ao 
máximo comunicar através das mãos.
Por causa da surdez, é evidente que o surdo venha a ter dificuldades 
para desempenhar algumas atividades. Mas, por outro lado, poderá ter uma 
extraordinária habilidade para fazer outras coisas como por exemplo: promover 
diversas prestezas em relação à arte que os ouvintes normalmente têm dificul-
dades.
A maioria das pessoas com surdez não se importa de responder per-
guntas a respeito da sua característica ou sobre como realiza algumas tarefas. 
Quando alguém deseja alguma informação de uma pessoa surda, o correto seria 
dirigir-se diretamente a ela, e não a seus acompanhantes ou Intérpretes. 
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 32 
Para os ouvintes, o tom da voz é um diferencial e um fator determinante 
quando expressa sentimentos ou expansão de raiva e alegria. Já para os surdos, 
esta possibilidade não se tornaria enérgica, mas se a gradação da voz for bem 
substituída pela expressão corporal e facial, terá a mesma significação e eficácia.
No Brasil, há uma lei que resguarda o direito igualitário e acessibilida-
de (nº 10.098), assim, devemos lembrar que os ouvintes não são diferentes dos 
surdos, eles têm os mesmos direitos. Devemos propor aos surdos uma comuni-
cação real e um tratamento que os levam ao mesmo objetivo dos ouvintes.
Dentro da comunidade surda, existem três tipos de surdos: surdos si-
nalizadores, surdos oralizadores e surdos bimodais.
De acordo com o censo demográfico de 2000 realizado pelo IBGE, no Bra-
sil, existem aproximadamente 5,7 milhões de surdos dos quais quase 777 
mil estão em idade de escolarização e apenas 70 mil estão nas escolas se-
gundo Inep.
E de acordo com um levantamento acadêmico que acompanho e oriento 
em Sergipe, mais de 90% dos surdos estão irregulares nas escolas em re-
lação à idade/série escolar.
Surdos sinalizadores 
São os surdos que utilizam única e exclusivamente a modalidade qui-
roarticulatória-visual (Libras) como meio de comunicação. Quando houver a 
comunicação com este tipo de surdo, a pessoa deverá ficar em lugar iluminado, 
evitando também ficar contra a luz (de uma 
janela, ou refletor, por exemplo), assim, pode 
dificultar a visão das mãos. Quando o surdo 
não oralizado estiver acompanhado de um 
Intérprete, dirigir-se sempre a ele (ao surdo), 
não ao intérprete. 
Sinal de “AMIGO” 
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Caso necessário, comunique-se com o surdo através de bilhetes. O importan-
te é comunicar, independente do método.
Surdos oralizados 
São os surdos que comunicam apenas pela oralização, ou seja, pela lei-
tura labial e fala. Estes surdos desenvolveram sua técnica vocal através da ajuda 
de profissionais que abordam a saúde vocal. Com os surdos, devemos falar de 
maneira clara, pronunciando bem as palavras, sem exageros nas articulações da 
boca, usando a velocidade normal, a não ser que ela peça para falar mais deva-
gar. Falar diretamente com a pessoa surda e de frente para ela. Fazer com que a 
boca esteja bem visível. Qualquer objeto e até mesmo se a mão estiver próxima 
à boca, tornará dificultoso a leitura labial.
Como as pessoas surdas não podem ouvir mudanças sutis de tom de 
voz, que indicam sentimentos ou expressões de agressividade ou mansas, as 
expressões faciais, gestos ou sinais e o movimento do corpo são excelentes in-
dicações do que se quer dizer ou destacar. Concluindo, no fim de uma conversa 
com um surdo você terá um feedback positivo ou negativo que é o retorno visual 
se ele compreendeu ou não.
Não necessita gritar com um surdo oralizado, ele vai ler os lábios e não lhe 
ouvir.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 34 
Surdos bimodais 
São os surdos que utilizam a comunicação 
através da sinalização e oralização concomitante-
mente como recurso e auxílio para o entendimento. 
Ele sinaliza e oraliza no mesmo instante, ou seja, é 
o uso de duas línguas distintas ao mesmo tempo. E 
é diferente do Bilinguismo, que é o conhecimento e 
o domínio de dois idiomas diferentes.
Você deve lembrar sempre que a Libras não é universal e sim nacional e, ain-
da contém seus regionalismos.
No exemplo ao lado veja o sinal de 
“CASA” + o uso da oralização de “CASA”. 
Isso é bimodalismo.
Para o próximo conteúdo, você co-
nhecerá todos os aspectos biológicos da audi-
ção, como: aparelho auditivo, causas da surdez, 
diagnósticos, entre outros.
No Ambiente Virtual de Aprendizagem você encontrará situações pro-
blemas nas Rotas de Consolidaçãode Aprendizagem (RCA) que nos auxiliará 
com as condições históricas dos surdos que até hoje os aflinge.
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Vale a pena conhecer a história de Helen Keller desde sua infância. Mulher 
que ficou cega e surda ainda quando criança e conseguiu ser alfabetizada e 
ainda virou escritora e conferencista. 
Para conhecer melhor, veja através dos vídeos em historinha em qualquer 
site de procura e digite “Helen keller PT parte 1” e “Helen keller PT parte 2” 
ou então copie estes links em seu navegador.
Helen Keller Pt Parte 1. Disponível em: < http://www.youtube.com/
watch?v=hs_c0EEHrGg >. Acesso em: 29 mar. 2012.
Helen Keller Pt Parte 2. Disponível em: < http://www.youtube.com/wat
ch?v=GpvQnqWHH6g&feature=related>. Acesso em: 29 mar. 2012.
1.3 Aspectos biológicos e suas definições
Antes de conhecer as verdadeiras patologias3 da surdez, é importante 
buscar e compreender as funções básicas da audição, sentido esse que controla 
a linguagem e a fala.
Localização e identificação
Estabelece de onde vem a direção e a fonte sonora. Quando queremos 
fazer um teste ou até mesmo um exame clínico em uma criança para saber se há 
algum problema de audição, basta chamá-la, se ela não responder ou não voltar 
para onde vem a voz pode ser um sinal de surdez. Para intensificar a certeza faça 
um barulho mais intenso como bater panelas por trás da criança, caso ela não 
se assuste ou não vire procurando de onde vem o som, deve-se procurar com 
urgência um médico especialista (Otorrinolaringologista).
3 Estudo das doenças
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 36 
Alerta
Esta possibilita atentar os estímulos de curiosidade e periculosidade 
que nos rodeia como, por exemplo, uma moto em nossa direção.
Socialização
Ao nascermos, damos o início à socialização, onde adquirimos hábitos, 
habilidades paralelas e estimas de cada situação.
Para Barreto, 2012, “[...] existem etapas pelas quais o homem passa 
para se transformar em um ser cultural e social. Socialização primária são as 
funções aprendidas no seio familiar.”
Comunicação
Visto que a fala é um dos instrumentos de comunicação mais utilizados 
no mundo, sua compreensão depende de um nível de audição.
Os sons percorrem um caminho que compreende desde o meio am-
biente, passando pelo ouvido externo, médio, interno, nervo auditivo e seguin-
do até o cérebro. 
Com base no site de medicina da USP (otorrinousp.org.br), no livro 
de Sobotta (1995) e Pedroso (2006) apresenta-se a parte biológica do ouvido 
humano.
Ouvido externo
É constituído pelo pavilhão auricular(1), pelo conduto 
auditivo(2) e pela membrana timpânica(3). Estas 
estruturas são responsáveis pela captação e con-
dução dos sons. 
 
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Ouvido médio
Nele encontramos os ossículos, 
ou seja, os três menores ossos do corpo 
humano: martelo, bigorna e estribo. A 
orelha média é responsável pela trans-
formação da energia sonora em energia 
mecânica, e pela proteção da orelha in-
terna de sons muito intensos, por meio 
da contração de um músculo chamado 
estapédio. 
Ouvido interno 
Possui formato de caracol e compreende a có-
clea(1) e os canais semicirculares(2). Nestes 
canais, encontram-se as estruturas responsá-
veis pelo equilíbrio e na cóclea há o órgão de 
Corti, que transforma a energia mecânica em 
impulso nervoso. 
Do ouvido interno, o som é conduzido pelo 
nervo auditivo e demais estruturas da via audi-
tiva até chegar ao córtex cerebral. 
Para ter uma compreensão mais clara do funcionamento destes três 
ouvidos, vamos unir estas informações.
O som é captado pelo pavilhão auricular, passa pelo canal auditivo e é 
transmitido à membrana timpânica, fazendo-a vibrar. Essa vibração é transmi-
tida aos ossículos. O estribo provoca a movimentação da membrana da janela 
oval, que liga o ouvido médio ao ouvido interno. Esta movimentação provocada 
pelo estribo faz com que ocorra um deslocamento nos líquidos que se encon-
tram dentro da cóclea, estimulando o órgão de Corti, ocorrendo a transmissão 
do impulso nervoso para o nervo auditivo. A partir desta transmissão, o som 
passa por diversas estruturas, até o cortex cerebral, onde é interpretado.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 38 
Se vier a acontecer alguma lesão em algumas dessas estruturas, poderá 
haver danos na sensibilidade auditiva.
A surdez consiste em um impedimento para detectar a energia sonora 
e, com isso, há graus de perdas auditivas, quais sejam:
Perda Leve ou Ligeira (26 a 40 dB)
A palavra é ouvida, mas certos elementos fonéticos ficam complicados 
de entender. Tem, por exemplo, dificuldade em compreender uma conversa a 
uma distância superior a 3 metros. Neste grau, a surdez não provoca atraso na 
aquisição da linguagem, pode haver dificuldades de articulação e dificuldades 
em ouvir a voz em tom natural (são pessoas tidas como muito distraídas). Ne-
cessitam de ensino de leitura da fala e de estimulação da linguagem. Deve-se ob-
servar também uma posição adequada para conversar, ou seja, frente a frente.
Perda Moderada (41 a 70 dB)
Só consegue ouvir a palavra quando esta é de intensidade forte, alta.
Esta perda traz dificuldades na linguagem, tanto na escrita quanto na 
leitura. A pessoa que tem uma surdez moderada utiliza-se muito do apoio visual 
dos lábios para facilitar no entendimento. Certamente, há a necessidade de um 
acompanhamento fonoaudiológico para que seja feito o treino auditivo e esti-
mulação da linguagem.
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Pergunta-se muito “hein, o quê”? Troca palavras foneticamente seme-
lhantes como (linha/pinha, mão/não, pão/cão). 
Perda Severa (71 a 90 dB)
A pessoa que obtém a perda auditiva severa, não é capaz de entender 
uma palavra em seu tom normal. Será necessário agravar a voz. O uso do apa-
relho auditivo é indicado, nestes casos, para que facilite o entendimento. Estas 
pessoas escutarão somente sons intensos como furadeira, escapamento de moto 
ou então gritos ao pé do ouvido. 
Perda profunda (superior a 90 dB)
A audição, neste caso, está totalmente comprometida. 
Não é capaz de reagir de forma adequada aos sons ambientais, pois 
escuta somente sons graves que transmitam vibrações, como trovão, aviões, ex-
plosões, foguetes etc. 
As perdas auditivas podem ter diversas origens: congênitas, quando o 
problema ocorreu antes do nascimento ou adquiridas quando acontece no Peri 
(durante) ou pós-natal.
Para conhecer as causas da surdez, teremos como auxílio os sites (www.
abcdasaude.com.br) e (www.otorrinousp.org.br). 
Durante este capítulo, podemos conhecer a classificação da surdez e 
os tipos de surdos. Pois bem, para todo esse retrospecto, há motivos para que 
essas reduções ou perdas auditivas aconteçam e para cada uma questionamos: 
Quando? 
Causas pré-parto
As causas pré-parto são aquelas ocasionadas antes do nascimento, e a 
principal delas é a hereditariedade, que é transmitida geneticamente de geração 
em geração, particularmente quando existem casos de surdez na família a qual 
também seja por causa hereditária. Quando o pai e a mãe são surdos e a causa 
dessa surdez não é hereditária, seus filhos não serão surdos. Mas ainda há ou-
tros destaques como:
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 40 
 D rubéola: vírus que é transmitido por via respiratória infectada por 
mulheres grávidas. É a principal causa congênita;
 D sífilis: adquirida na relação sexual, esta bactéria pode causar várias 
consequências ao bebê, inclusive a surdez;
 D toxoplasmose: parasita presente em animais domésticos, como cachor-
ro, gato etc. A gestante contamina o feto através da placenta, provocan-
do sérias complicações, principalmente nos três primeiros meses de 
gestação e pode acontecer de o bebê nascer com deficiência múltipla 
como surdez, retardo mental e visão subnormal;
 D citomegalovírus: vírusherpes que predomina principalmente em 
regiões mais pobres. Dá-se por contágio principalmente por falta 
de cuidados higiênicos. Sua contaminação pode acontecer ainda na 
gravidez ou durante sua passagem através do canal do parto;
 D anomalias craniofaciais: anormalidades morfológicas do pavilhão 
auricular e do canal auditivo;
 D medicamentos Oto tóxicos: a ingestão de drogas por mulheres 
grávidas leva à lesão do ouvido do bebê. Antibióticos, diuréticos e 
anti-hipertensivos. Além destas medicações, algumas outras subs-
tâncias são perigosas e estão presentes nas fórmulas de produtos 
domésticos como: monóxido de carbono, tabaco, mercúrio, álcool, 
arsênio e chumbo;
 D exposição aos Raios X: A maioria dos exames de raios X com fina-
lidade diagnóstica (no dentista, por exemplo) expõe o feto a níveis 
elevados de radiação para que haja consequências negativas, por 
isso, mas, no dia do exame, não se pode deixar de mencionar uma 
grávidez, assim poderá ser melhor protegida com uma espécie de 
colete de chumbo.
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Peri parto (durante o parto)
Neste momento, a surdez é originada no momento do parto e, geral-
mente o médico aconselha que o “parto normal” seja substituído pela cesárea.
 A herpes, doença sexualmente transmissível (DST), é o que mais se 
destaca neste período. A transmissão acontece durante o nascimento e pode até 
levar o bebê à morte.
Pós parto
As causas pós-parto direcionam a surdez quando o bebê já nasceu. É 
neste período que se desenvolvem as maiores ocorrências, e podemos destacar:
 D ruído ocupacional: perda auditiva induzida por ruído (PAIR), que 
é um distúrbio auditivo que afeta boa parte da população devido à 
exposição diária a sons graves e estrondos, a exemplo das músicas 
através dos fones de ouvido;
 D hipóxia: diminuição da oferta de oxigênio para o feto no momento 
do nascimento;
 D medicamentos Oto tóxicos: quando utilizados em múltiplas doses 
ou em combinação com diuréticos;
 D ventilação mecânica: quando o bebê fica exposto por cinco dias ou mais;
 D infecção por vírus ou bactérias: além da meningite, que é o maior 
causador da surdez em bebês, há outros como sarampo, caxumba 
e a otite média recorrente ou persistente por mais de três meses;
 D lesões traumáticas: mais comum em traumatismos crânio-encefá-
licos;
 D presbiacusia: perda auditiva gradual devido ao fator idade, ocor-
rência mais comum em pessoas com mais de 65 anos.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 42 
 D amamentação4: na ingestão do leite com o bebê deitado sem qual-
quer inclinação. O leite passa pela Trompa de Eustáquio e chega ao 
ouvido médio, provocando uma otite média.
Surdez por condução
A surdez por condução, por muito das vezes há possibilidades de re-
versão, a depender de sua gravidade e o causador pode ser a própria pessoa e 
podemos citar: 
 D excesso de cerúmen (cera no ouvido);
 D limpeza incorreta do ouvido;
 D secreção na orelha média (Otite Secretora ou Otite Serosa);
 D infecções agudas ou crônicas do ouvido (Otite Média Aguda ou Crônica);
 D perfuração timpânica, erosões dos ossículos;
 D otosclerose ou aderências: Imobilização de um ou mais ossos do ou-
vido;
 D tumores na orelha média.
Northern e Downs (1996 apud Pedroso, 2006, p. 48) uma em cada mil 
crianças nasce com surdez. Além disso, duas em mil adquirem a surdez na 
infância. No caso de as crianças possuírem fatores de risco para a surdez, essa 
proporção aumenta para uma criança em cinquenta.
4 Para evitar a surdez por este meio é muito simples. Basta não cortar o bico da mamadeira e dar 
uma pequena inclinação no bebê ao amamentar.
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Como vimos, são muitas as doenças que podem induzir a surdez em 
crianças e adultos. Percebe-se que boas incidências são através da mãe, a qual 
deve manter seus cuidados até mesmo antes da gravidez. 
Hoje, há vários diagnósticos e avaliações para um atendimento mais 
eficaz e preventivo. A detecção precoce é de fundamental importância para mi-
nimizar suas consequências.
Após o nascimento de um bebê, deve ser feito, de preferência em sua 
primeira semana de vida, o Teste do Pezinho, que é um exame de prevenção 
realizado no recém-nascido com a finalidade de detectar e prevenir o desen-
volvimento de doenças doenças graves que podem causar na criança. Hoje em 
dia, também é disponibilizado por todos os municípios brasileiros o “Teste da 
Orelhinha” em recém-nascidos, gratuitamente. Esse teste é uma (triagem au-
ditiva neonatal), é indolor e de rápido diagnóstico. 
Este sim é o primeiro exame a ser feito que possa diagnosticar a surdez 
ou um futuro problema de audição. Quando precocemente diagnosticada a sur-
dez, a criança terá maiores condições no seu desenvolvimento linguístico.
Além destes exames, vamos conhecer outros que poderão ser indicados:
 D audiometria de tronco cerebral (BERA): avalia a audição periféri-
ca e a condução nervosa até o colículo inferior. É uma técnica não 
invasiva e objetiva, que pode ser aplicada em adultos e crianças de 
qualquer idade. O BERA é realizado dentro de uma cabine acústica, 
e utiliza 3 eletrodos de superfície, colocados na fronte e mastoides. 
O resultado é expresso em um audiograma, que é um gráfico que 
revela as capacidades auditivas do paciente;
 D imitanciometria: neste exame, uma pequena sonda é posicionada, 
de forma indolor, na entrada do conduto auditivo do paciente. 
 D timpanometria: avalia a complacência da orelha média, ou seja, a 
condutância sonora das estruturas das orelhas externa e média.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 44 
 D reflexo estapédico: avalia a integridade do arco reflexo estapediano 
e, por consequência, de forma indireta, as estruturas das orelhas mé-
dia e interna, nervo auditivo e tronco cerebral. É de extrema utilida-
de para o diagnóstico das otites catarrais crônicas em crianças.
As classificações da surdez dependem da lesão no ouvido e de acordo 
com seu período ou época em que ocorreu a perda da audição.
Se você perceber alguém que troca de letras na fala e na escrita, com dificul-
dade de aprendizado, desatento, sem amizades e estão sempre isolados, isto 
pode ser um indicativo de um problema na audição. Encaminhe-o para um 
especialista em otorrinolaringologia.
Tipos de surdez
Surdez Pré Verbal
São os surdos que nasceram ou perderam a audição antes mesmo de 
desenvolverem a fala e a linguagem.
Surdez Pós Verbal
São aqueles que perderam a audição após o desenvolvimento da lin-
guagem, ou seja, aprenderam a falar e entender outra língua oral antes de ficar 
surdo.
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Surdo-cegueira
Independente do tipo de surdez, o essencial é que o surdo aprenda a Libras, 
pois, será o melhor meio de comunicação e interação.
Surdo-Cegueira
É uma deficiência múltipla que apresenta a perda da audição e da visão 
simultaneamente, impossibilitando o uso dos sentidos, criando necessidades 
especiais de comunicação e causa extrema dificuldade na conquista de metas 
educacionais, vocacionais e sociais.
Algumas pessoas surdas-cegueira são retraídas e isoladas, pois se de-
param com a dificuldade de se comunicar, não apresentam curiosidade, nor-
malmente apresentam problemas de saúde que acarretam sérios atrasos no de-
senvolvimento, não gostam do toque das pessoas, não conseguem se relacionar 
com as pessoas e encontram dificuldade na habilidade com a alimentação e com 
a rotina do sono, têm problemas de disciplina, atrasos no desenvolvimento so-
cial, emocional e cognitivo e, o mais importante, desenvolvem estilo único de 
aprendizagem. (HONORA, s/d, p. 122).
Nesta foto ao lado representa o ato 
de comunicar com uma pessoa sur-
do-cegueira. A utilização da Libras 
é indispensável, também é necessá-
rio o uso do tato sobre as mãos, que 
acompanhará toda movimentação 
dos sinais.Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 46 
HONORA (s/d, 25-35), em diversos momentos apresenta algumas in-
formações quanto a surdo-cegueira:
Classificação:
 D surdo cegueira total;
 D surdez profunda com resíduo visual;
 D surdez moderada ou leve com cegueira;
 D surdez moderada com resíduo visual;
 D perdas leves, tanto auditivas quanto visuais.
Tipos:
 D cegueira congênita e surdez adquirida;
 D cegueira e surdez adquirida;
 D surdez congênita e cegueira adquirida;
 D baixa visão com surdez congênita ou adquirida;
 D cegueira e surdez congênita.
Causas:
Alguns problemas e doenças podem causar surdo cegueira, como:
 D icterícia; 
 D prematuridade;
 D sífilis congênita;
 D meningite;
 D síndrome de West;
 D anóxia;
 D fator RH negativo;
 D glaucoma;
 D síndrome de Usher;
 D toxoplasmose;
 D consanguinidade.
Fatores de risco:
 D epidemias de doenças como rubéola, sarampo, meningite;
 D doenças venéreas;
 D infecções hospitalares;
 D gravidez de risco;
 D Falta de saneamento básico.
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Diante de tantas situações que podem provocar a surdez, às vezes afirmamos: 
É muito difícil nascer ouvinte! São muitas as doenças que podem gerar esta 
carência sensorial e mesmo assim é possível prevenir para evitar a surdez e 
até mesmo amenizar os problemas de desenvolvimento linguístico, familia-
res, comunicativos e sociais.
Como podemos contribuir para que a prevenção da surdez seja eficaz e como 
cooperar para que o surdo não tenha atraso cognitivo?
No próximo capítulo, iremos abordar o início da prática desta língua 
visual. Lembre-se: Você deverá acompanhar com as mãos para facilitar o apren-
dizado.
No Ambiente Virtual de Aprendizagem você encontrará um vídeo feito espe-
cialmente para você mostrando detalhadamente todo o percurso que o som 
faz dentro do ouvido e ainda pode entender um pouco mais no pod cast dis-
ponível deste conteúdo.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 48 
Doenças do ouvido. [online] Disponível em: <HTTP://abcdasaude.com.
br>. Acesso em: 29 mar. 2012.
MEDICINA USP. O ouvido. Disponível em: <HTTP://otorrinousp.org.br>. 
Acesso em: 29 mar. 2012.
Nestes dois sites, você poderá rever detalhadamente todas as particularida-
des do ouvido humano. 
1.4 Iniciação à língua
Neste conteúdo, iniciaremos os conceitos práticos da Língua de Sinais 
propriamente dita, necessitando de sua intensa leitura e movimentação manual 
sobre as informações aqui expostas.
Alfabeto Manual
O alfabeto manual é determinado por diversos formatos das mãos, que 
representam as letras do alfabeto em português. Ele é um recurso da Língua Bra-
sileira de Sinais e não a língua por completo. Assim, tem função específica nos 
contextos e não tem a papel em bancar toda uma conversa ou interpretação. Em 
geral, é um grande erro comparar o alfabeto manual com a Língua de Sinais. 
Este recurso é muito utilizado para explorar nomes próprios, palavras 
científicas, lugares ou elementos que ainda não têm sinal. Utilizar este meio sig-
nifica que estaremos soletrando as palavras através do alfabeto manual, a qual 
também chamamos de DATILOLOGIA.
Você verá em algumas bibliografias e vídeos pela internet e até mesmo 
no uso por Intérpretes e surdos o “empurro das palavras” que é um “tapinha no 
ar” como se estivesse passando a linha de baixo através da antiga máquina de 
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escrever. Este tal tapinha servia para separar vocábulos, mas este método não 
se usa mais.
Quando houver necessidade de fazer a datilologia de palavras compos-
tas ou de duas ou mais palavras seguidas, entre uma palavra e outra, dê uma 
pequena pausa (conte mentalmente até dois) e faça a palavra seguinte. 
Inicialmente, logo quando se aprende o alfabeto, as pessoas costumam 
lançar a mão configurada na letra do alfabeto para frente, esta atitude não é cor-
reta, uma vez que a datilologia deverá ser feita a frente do tronco ou do ombro, 
com a mão parada e a modificação da estrutura (configuração) da mão deverá 
ser feita sutilmente e sem pressa, muito das vezes a velocidade faz com que as 
pessoas não compreendam as palavras e, também, velocidade não é resultado 
de sabedoria ou alto conhecimento.
Alfabeto Manual não é tudo na Libras, ele é apenas um recurso da lín-
gua que facilitará a comunicação. Podemos compará-la com a soletração de uma 
palavra em português e a utilizamos para explorar nomes próprios ou palavras 
que ainda não têm sinais.
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Vamos conhecer o Alfabeto Manual?
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Para desenvolver com mais agilidade o alfabeto manual, pegue um livro e 
acompanhe o texto com as mãos. Você deverá fazer a datilologia de todas as 
palavras. Faça de forma clara e sem pressa. Rapidez nas mãos não é prova de 
conhecimento. As configurações bem feitas em suas mãos valem mais que a 
agilidade.
Além do alfabeto manual, existe o alfabeto em sinais que é realizados pelo 
pés. Este alfabeto é destinado às pessoas com surdez que não possuem os 
membros superiores ou que não tenham mobilidade nas mãos. Para conhe-
cer este recurso, acesse o blog “Nosso mundo / alfabeto com os pés”.
A acentuação não é muito utilizada ao fazer a datilologia das palavras 
em um contexto interpretativo e até mesmo em diálogos informais, porém, não 
se deve deixar de lado na alfabetização, pois, é um meio de conhecer as palavras 
e suas acentuações.
Os sinais de cada acentuação são bem representativos e destacáveis. 
Para cada letra, a acentuação deverá ser feito logo após a datilologia da letra 
com acentuação.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 52 
Conheça o movimento certo para sinalizar as acentuações: 
´ ` ^ ~
Veja o exemplo de como ficaria uma palavra
B R A ´ S
Percebe-se que após a letra “A” vem a acentuação aguda para formar o 
nome “BRáS”.
Você acha que apenas com o alfabeto manual nas mãos é o suficiente para 
atingirmos a comunicação ideal para com os surdos?
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123 36
 
Forma correta Forma errada
Outra forma de expressar os números é através dos “numerais”. 
Veja como é feita a datilologia destes numerais:
 
Este números são utilizados exclusivamente em contextos relaciona-
dos a quantidades como, por exemplo: 2 lápis, 5 livros, 1 casa, 3 amigos etc.
Esta maneira de perpetrar é mais utilizada em interpretações.
No próximo Tema, faremos uma abordagem sobre a gramática da 
Libras com todas as suas características e exemplos para facilitar o conhecimento.
0 1 2 3 4
5 6 7 8 9
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No Ambiente Virtual de Aprendizagem você poderá desenvolver o alfabeto 
manual e os números através dos conteúdos interativos. Não perca a opor-
tunidade de explorar o AVA, ele é feito para que você tenha o máximo de 
aproveitamento.
Para um conhecimento geral da Língua Brasileira de Sinais, é importante co-
nhecer e até obter o livro de: 
CAPOVILLA, Fernando Cesar; RAPHAEL, Walkiria Duarte. Dicionário 
enciclopédico ilustrado trilingue: e língua brasileira de sinais por-
tuguês/inglês/libras. 3. ed. São Paulo: EDUSP, 2006.
Neste livro, você encontra toda parte inicial da Libras, como também teorias 
e sinais, além de servir como dicionário trilíngue: Português / Libras / Inglês.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 56 
Diante de tantas informações e curiosidades buscadas para atender o pro-
cesso de aquisição de conhecimento, comunicação e atendimento às pessoas 
com surdez, podemos perceber que a Língua Brasileira de Sinais vem, histo-
ricamente, ganhando seu espaço junto à comunidade brasileira obtendo suas 
nomenclaturas atualizadas a favor de conceitos e de uma nova ideologia vol-
tadaaos surdos. A anatomia do ouvido e suas patologias são inegavelmentes 
necessários para nosso conhecimento, pois, trazem respostas importantes 
para o desenvolvimento e aprendizado das pessoas com surdez, além de au-
xiliar na prevenção e detecção da surdez. Observa-se que estamos iniciando 
a prática para nos comunicar com os surdos e, é através do alfabeto manual e 
dos números que podemos inicialmente estimular um contato com a língua. 
É importante que esta iniciação seja plena para podermos prosseguir nos es-
tudos linguísticos da Língua Brasileira de Sinais.
57 
01
02
Através da Libras é possível fazer a interpretação para outra língua por três 
técnicas diferentes. Quais são elas e como são suas diferenças?
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
Quais as diferenças entre um surdo sinalizador e surdo oralizador?
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
03
04
05
Quais são as principais patologias que ocasionam a surdez nos períodos pré, 
peri e pós-natal.
__________________________________________________
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__________________________________________________
Em que momento utilizamos o "Alfabeto Manual"?
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
Qual o significado da sigla Libras?
Língua Brasileira dos surdos-mudos.
Linguagem dos Surdos Brasileiros.
Linguagem Brasileira dos Surdos.
Língua Brasileira de Sinais.
Linguagem dos Surdos-mudos Brasileiros.
a
b
c
d
e
Verifique no AVA as respostas do exercício.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 58 
06
07
Marque a resposta INCORRETA em relação à Libras.
a) É a língua materna dos surdos brasileiros, assim como, o Português é dos 
ouvintes.
b) A maior diferença em Libras e português é que a primeira 'fala-se com as 
mãos' e com o corpo e a segunda 'fala-se com a boca'.
c) O maior usuário da Libras são os surdos.
d) A Libras é totalmente sinalizada e utiliza as mãos como seu maior instru-
mento de comunicação.
e) Classificadores na Libras é um ato de soletrar as palavras através do alfa-
beto manual quando necessário.
Em qual ano a Libras foi reconhecida como língua oficial no Brasil?
a
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a
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Verifique no AVA as respostas do exercício.
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08
a
b
c
d
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09
10
Qual é a melhor forma de chamar um surdo quando ele se encontra distan-
te de ti, porém, no mesmo ambiente?
Piscando a luz do local.
Gritando o máximo possível.
Batendo palmas.
Ligando para o celular dele.
Jogando uma bolinha de papel.
Uma criança de 10 anos teve uma grande infecção no ouvido (otite), e a 
partir deste momento ele tornou-se surdo. Esta surdez foi uma surdez...
Pré-parto.
Peri-parto.
Pós-parto.
Ainda não determinada.
Pré-parto com complicações Peri-parto.
O que se entende por Presbiacusia?
Doença hereditária em que a pessoa nasce sem o tímpano.
Perda da audição devido ao fator idade.
Nome da doença ocasionada pela DST “sífilis”.
Traumas dos distúrbios metabólicos.
Peso no nascimento inferior a 1,3 quilos.
a
b
c
d
e
a
b
c
d
e
Verifique no AVA as respostas do exercício.
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 60 
11
07
Diante das palavras em Libras, assinale a opção em que as palavras este-
jam em português sequencialmente.
a
b
c
d
e
a
c
b
Verifique no AVA as respostas do exercício.
 Rota; prato; pata; pato; carro; caro; viajar; vigiar.
 Rato; prato; pato; pata; caro; carro; viajar; vigiar.
 Rota; prata; pata; pato; carro; caro; vigiar; viajar.
 Rato; prata; pata; pato; carro; caro; viajar; vigiar.
 Rata; prato; pato; pata; caro; carro; viajar; vigiar.
Diante dos dados na tabela, assinale a opção que traga os mesmos dados 
CORRETAMENTE e sem erro ortográfico.
Edvania 6 anos 9 amigos
61 
d
e
Tema
Neste tema, vamos estudar o que é a 
disciplina de Metodologia Científica e por que 
ela é importante para a sua formação acadêmica 
e profissional. Como estamos no início dos conte-
údos da disciplina, estudaremos também técnicas 
e procedimentos para organização dos estudos e 
um melhor aproveitamento no estudo de textos.
É importante destacar que o seu suces-
so nos estudos e, consequentemente, profissional, 
depende apenas de você, da sua capacidade de ir 
em frente e de buscar “aprender a aprender”. Você 
perceberá que a Metodologia Científica vai se tor-
nar uma auxiliar fundamental em seus estudos.
Objetivos da Aprendizagem
Ao terminar a leitura e as atividades do Tema 1, 
você deverá ser capaz de:
 D entender a importância da disci-
plina para a formação acadêmica e 
profissional;
 D adotar procedimentos e técnicas na 
organização dos estudos;
 D desenvolver o hábito pela leitura, 
realizando análises de texto;
 D praticar as técnicas de sublinhar, 
esquematizar, resumir e fichar no 
estudo de texto.
METODOLOGIA 
CIENTÍFICA E 
TÉCNICAS DE 
ESTUDO
02
O presente tema apresenta a gramáti-
ca da Libras com todas suas particularidades 
dentro das estruturas lexicais, auxiliando na 
compreensão, aprimoramento e construção do 
vocabulário.
Objetivos da Aprendizagem
Conhecer as estruturas gramaticais da 
Libras dando embasamento para a criação do 
contexto, além de auxiliar no encaixe dos parâ-
metros com os devidos movimentos dos sinais 
que encontraremos.
ESTUDOS 
LINGUÍSTICOS
64 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
2.1 Léxico, vocabulários icônicos, arbitrários e 
soletrados
Segundo Brito (1995), a Língua Brasileira de Sinais é constituída a par-
tir de elementos de uma gramática formada das palavras ou itens lexicais e de 
um léxico que se estruturam a partir de mecanismos morfológicos, sintáticos e 
semânticos que apresentam características próprias e elementos básicos gerais. 
Essas estruturas nos permitem fazer ironias, ditados populares e sentidos me-
tafóricos.
Léxico
Muitos pensam que a Língua Brasileira de Sinais é apenas a comunica-
ção através do alfabeto manual.
Várias pessoas falam que sabem se comunicar através da Libras, mas, 
na verdade, sabem apenas o alfabeto e acham que soletrar letra por letra (dati-
lologia) em Libras já é a própria língua. Como por exemplo:
Na frase: Qual é seu nome? Ou Como você se chama?
A pessoa que imagina que o alfabeto manual é a própria Libras faz:
Na verdade, conversar somente através da datilologia não é Libras. O 
alfabeto é um recurso, assim como, o alfabeto em Português. Imaginemos con-
versar em Português soletrando as palavras. Seria quase impossível.
Podemos ser mais claros.
A palavra “CONHECER”
 
Em Libras é:
Es
tu
do
s L
in
gu
ís
tic
os
Te
m
a 
| 0
2
65 
Que palavra seria essa?
Provavelmente conseguiu identificar, mas isso 
não significa que é um Intérprete ou que tenha fluência 
em Libras, conhecer este recurso já é um bom início, 
mas, devemos ampliar nossos conhecimentos, assim, o 
sinal desta palavra é:
No entanto, Libras não é a escrita através do 
alfabeto manual de uma palavra em Português. Em escolas infantis virou moda 
e brincadeira falar com as mãos e Libras é muito mais do que isso. Podemos 
comparar a soletração manual com as palavras que pegamos emprestadas do 
inglês como, por exemplo, “e-mail”.
Acima podemos perceber que o empréstimo da palavra em Português 
está soletrado. Os sinais em si são o léxico ou itens lexicais.
O "Alfabeto Manual" é um recurso usual e é oportunizado nos momentos de 
expressar nomes próprios, lugares, palavras desconhecidas ou, então, um 
meio de conferir a ortografia em Português
66 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Sinais Icônicos, Arbitrários e soletrados
Icônicos 
Qualquer leigo conseguiria entender este tipo de sinal. São sinais visu-
almente característicos com o que estamos acostumados a ver pela rua. Eles não 
são universais, mas transmitem

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