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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Considere o caso seguinte: Com o objetivo de garantir o livre acesso aos diversos hospitais situados na região, edita-se uma lei que proíbe manifestações na avenida principal da cidade, lugar tradicional de reuniões e composta por seis faixas de rolamento. Como juiz, decida se a lei é constitucional, utilizando na fundamentação as regras que integram o princípio da proporcionalidade.
Considera-se, que tratando-se de dois direitos fundamentais, a vida e a manifestação, e partindo do princípio da proporcionalidade e da observância das suas regras, no entendimento da lei, tal norma é constitucional. 
Dois direitos fundamentais do ser humano entram em conflito nessa situação, o primeiro se encontra no Art. 5º da Constituição Federal 
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:” (BRASIL, 1988, caput Art. 5°). 
O segundo direito fundamental é o direito manifestação, 
“Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente” (BRASIL, 1988, inciso XVI do Art.5°). 
Tal direito endossa o direito as liberdades de expressão é manifestação, também prevista em lei, mas no caso em questão, tratando-se de área estratégica onde se encontram hospitais, o princípio da proporcionalidade deve ser levado em questão. 
Como o caso apresenta, a lei criada proibiu as manifestações na avenida principal de uma cidade, que tradicionalmente é utilizada em manifestações, porém essa avenida é importante para os veículos de urgência e emergência que trafegam, pois os hospitais se encontram na mesma região. E que por vezes, trafegam com pacientes de acidentes graves, cuja a vida pode ser salva por questões de minutos, ou que pode morrer em decorrência do atraso de atendimento, ocasionado muitas vezes por conta do trânsito, ou de manifestações na via. 
O princípio da proporcionalidade, tem como dever, equilibrar os direitos fundamentais e estabelecer os desejos da sociedade, tratando-se da atual situação, ele favorecerá o direito à vida, que se apresenta no caput do Artigo 5°, e só depois, favorecerá o direito a manifestação. Se o direito a manifestação e livre expressão, que ocorre em determinada via pública, configura um risco a vida de uma pessoa, deverá ser anulado. 
O princípio da proporcionalidade nesse caso, não se trata de uma extinção do direito fundamental da manifestação e da livre expressão, mas sim, do bom senso do legislador que analisará o caso, em considerar que a vida é um direito irrevogável, e inviolável, como se apresenta na Constituição. Cuja a única exceção e limitação, é a morte causada em guerras declaradas. 
Analisando a situação a partir das três dimensões (regras) do princípio da proporcionalidade, sendo eles a) adequação; b) da necessidade; c) proporcionalidade no sentido estrito, podemos estabelecer que:
Nesse caso, adequação, a lei é pertinente, pois trata-se de um conflito entre dois direitos fundamentais, é necessária, e essa necessidade deve ser subentendida como uma necessidade pragmática, que vise o mal maior, sendo a vida mais importante que manifestações. Manifestações ocorrem e sempre ocorreram, podendo acontecer em quaisquer avenidas, já a vida é única. Por fim a análise da proporcionalidade em sentido estrito, ou sopesamento, que é a analise simbólica da balança e do equilíbrio, onde se conclui-se que suspender o direito à manifestação em uma determinada via estratégica para a locomoção de veículos de emergência, não é tão relevante quanto o direito à vida. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal. 
OLIVEIRA, Vanessa Batista. A regra da proporcionalidade e sua aplicabilidade na hermenêutica constitucional. Revista Espaço Acadêmico, v. 10, n. 111, p. 44-52, 2010.

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