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Sistemas Adesivos Ana Laura Cavalcante Coifman- 3P ➢ ADESÃO: ▪ É o produto de uma interação micromolécula em que os tecidos do dente (esmalte e dentina), parcialmente desmineralizados por soluções ácidas são infiltrados com resinas relativamente fluidas (adesivos) dando origem a uma nova estrutura chamada Camada Híbrida, que serve de Ancoragem para resina composta restauradora. ➢ VAI DEPENDER DE: ✓ Presenças de irregularidades do substrato: isso trará uma maior superfície de contato, criando uma retenção mecânica. ✓ Potencial dos monômeros em penetrar nas rugosidades: devendo ser fluida a substância, pois conseguirá se espalhar e penetrar nas irregularidades. ✓ Possibilidade de escape do ar presente nos poros: depende da fluidez do adesivo. ✓ Capacidade de polimerização nessa região: do monômero se transformar em polímero. CARACTERÍSTICAS DO ADESIVO ▪ Limpeza do Substrato: para o adesivo fixar-se melhor. ▪ Molhamento ▪ Escoamento: Ser fluido para adentrar em áreas de rugosidades. ▪ Resistência de união: Mecânica: Adesivo penetra nas áreas retentivas do aderente por meio de suas irregularidades. Química: Adesivo possui afinidade química pela superfície do substrato, se entrelaça nas fibras colágenas. COMPONENTES PRINCIPAIS ✓ Ácido ✓ Primer ✓ Adesivo • Podem ou não estar no mesmo frasco. CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS ADESIVOS ➢ Adesivos Convencionais. Podem ser: 3 Passos- Condicionamento Ácido + Primer + Adesivo. 2 Passos (Simplificado) -Condicionamento Ácido + Primer/Adesivo. ➢ Adesivos Autocondicionantes. Podem ser: 2 Passos-Primer +Adesivo 1 Passo (Simplificado)-Primer/Adesivo ADESIVOS CONVENCIONAIS ➢ Os sistemas adesivos convencionais caracterizam-se pela aplicação prévia e isolada de um ácido forte, o ácido fosfórico, sobre as estruturas dentais. ▪ CONDICIONAMENTO ÁCIDO ▪ Feito com Ácido Fosfórico de 35 a 37% (gel) ▪ Remoção total da smear layer. ▪ Infiltração de monômeros resinosos pela camada superficial de dentina previamente desmineralizada e posterior polimerização. ▪ Formação da camada híbrida. ▪ Além de remover a smear layer, o condicionamento ácido na dentina elimina o conteúdo mineral da zona mais superficial (3 a 8μm) e reduz drasticamente o teor de hidroxiapatita nas camadas subjacentes; ▪ O diâmetro dos túbulos aumenta, assim como a permeabilidade da dentina e a pressão intrapulpar, expondo um tecido conjuntivo rico em fibrilas de colágeno. Sistemas Adesivos Ana Laura Cavalcante Coifman- 3P ➢ EM ESMALTE ➢ No esmalte, condicionamento com ácido fosfórico promove a desmineralização deste substrato e a, consequente, criação de microporosidades. ➢ Posteriormente, estas microporosidades são preenchidas pelos monômeros resinosos hidrofóbicos contidos no adesivo, formando os tags resinosos, que auxiliam na retenção micromecânica da restauração. Uma vez que o esmalte é um substrato homogêneo, a técnica do condicionamento ácido cria uma superfície ideal para a adesão, tornando-a duradoura e confiável. ➢ Remove a película adquirida e a camada aprismática do esmalte, mudando o contorno superficial dessa região. Dessa forma, aumenta a energia do esmalte e a sua necessidade de ser recoberto por algum material. ➢ EM DENTINA ➢ Em dentina, a adesão é mais complexa. Esta dificuldade se deve à sua composição mais orgânica e à umidade contida nos túbulos dentinários. ➢ observa-se a presença da smear layer. Esta camada de detritos reduz consideravelmente a permeabilidade da dentina, diminuindo o fluxo de fluido dentinário. ➢ O condicionamento da dentina com ácido fosfórico envolve a remoção completa da smear layer e a desmineralização deste substrato com consequente exposição das fibras colágenas que, posteriormente, serão infiltradas pelos monômeros resinosos para formação da camada híbrida ➢ Para que haja uma adequada penetração dos monômeros resinosos por entre as fibras colágenas expostas é necessário manter a dentina condicionada úmida. ➢ a remoção da smear layer e abertura dos túbulos dentinários ocasionadas pelo condicionamento ácido aumentam a permeabilidade dentinária e a condutância hidráulica, o que afeta diretamente o grau de umidade da superfície da dentina condicionada, e esse controle da umidade dentinária para o estabelecimento de uma adequada adesão é um desafio. • Túbulos dentinários: Inicia na câmara pulpar e termina na junção da dentina e esmalte. - Por ele passa prolongamento dos odontoblastos • Próximo a polpa: Dentina Peritubular • Próximo ao esmalte: Dentina Intertubular (melhor adesão) PRIMER ▪ Composto por monômeros hidrofílicos, compatíveis com a umidade da dentina e um solvente orgânico (Álcool ou acetona) ▪ Tem como função preparar a superfície da dentina de modo a permitir a formação da camada híbrida (Adesivos + Fibras Colágenas) ▪ Ele reveste as fibras de colágeno para que seja infiltrado os monômeros hidrofílicos, ou preenche espaços interfibrilares. ▪ Promove Recuperação da energia de superfície dentinária melhorando a adesão. ▪ Materiais Restauradores são hidrofóbicos e a Dentina e o Esmalte são “úmidos”, tornando ruim a adesão, Os Primers ajudam, pois modificam a superfície aderente e aumenta a afinidade com o material restaurador. ADESIVO ▪ Formado predominantemente por monômeros hidrofóbicos com viscidez maior que a do primer, adequada para infiltrar a superfície dos tecidos dentais. ▪ Composições adesivas hidrofóbicas, que promovem mais durabilidade da união, pois restringem a sorção de água a cavidade bucal. ▪ Tem como função realizar a copolimerização entre os monômeros de primer e o material restaurador Sistemas Adesivos Ana Laura Cavalcante Coifman- 3P ▪ Fazer ponte entre os materiais, proporcionando resistência coesiva e interação. ▪ Por conter monômeros hidrofóbicos, a adesão é melhor no esmalte, que na dentina. ▪ Devido às diferentes características morfofuncionais entre o esmalte e a dentina, os adesivos evoluíram muito, e passaram a apresentar caráter hidrofílico, imprescindível para penetrar nas porosidades do substrato dentinário TEMPO DE CONDICIONAMENTO ÁCIDO ▪ No esmalte o ácido fosfórico deve permanecer de 15 a 30 segundos. ▪ E deve ser removido por meio de lavagem abundante com água, por no mínimo 30 segundos, o ideal é lavar o dobro de tempo em que o ácido foi aplicado. ▪ O esmalte estará devidamente condicionado quando ele estiver ▪ Poroso e opaco, deixando de refletir luz. DIFICULTA O CONDICIONAMENTO: ▪ Fluorose (esmalte rico em flúor) ▪ Dentição Decídua (Esmalte Aprismático) ▪ Idoso Vão exigir um maior tempo de condicionamento. SMEAR LAYER/ SMEAR PLUGS • É uma camada de restos dentários provenientes de corte com instrumentos rotatórios, bactérias, sangue, saliva e fragmentos de óleo, que fica depositada na superfície da dentina e dentro dos túbulos dentinários (smearplug). • Classificação dos Sistemas adesivos quanto a sua interação com os Smear Layers: ▪ Remoção Completa: Convencionais ▪ Remoção parcial ou modificação: Autocondicionantes. ADESIVO CONVENCIONAL DE 3 PASSOS 1. Condicionamento Ácido de esmalte e de Dentina, seguido de lavagem 2. Aplicação do primer sobre o tecido úmido. O caráter hidrofílico do primer, permite a formação da camada hibrida pelo revestimento de fibras colágenas e preenchimento de espaços interfibrilares. • Aplica-se o primer esfregando contra as superfícies da parede de dentina• O solvente deve ser removido por meio de jato de ar aplicado distante, pois se aplicar próximo pode: - Agravar Sensibilidade pós operatória - Provocar Pulpite - Dificultar a penetração do adesivo. • Só aplicar o adesivo se estiver com superfície brilhosa (brilho= primer suficiente). Caso não esteja, deve refazer o processo aplicando o primer. • Quanto mais o adesivo é hidrofílico, a longo prazo ele terá uma menor durabilidade. Cond. Ác. primer adesivo Camada Híbrida ➢ Adesivo + Fibras Colágenas ➢ Com o condicionamento ácido da dentina, ocorre a desmineralização dentinária, remoção do Smear Layer e a exposição das fibras colágenas. ➢ É resultante da infiltração de monômeros resinosos entre as fibras colágenas expostas. ➢ Sua função é propiciar a adesão do material restaurador ao dente, selar dentina e prevenir sensibilidade e cárie secundária ➢ A camada híbrida, juntamente com os tags e microtags, é responsável por reduzir a sensibilidade pós-operatória, a microinfiltração e por aperfeiçoar a vedação dentinária em restaurações adesivas. Sistemas Adesivos Ana Laura Cavalcante Coifman- 3P 3. Aplicar o adesivo e polimerizá-lo (Vai se ligar quimicamente ao primer que está ligado as fibras colágenas) • Tudo isso vai formar uma camada híbrida que vai: I. Reduzir a sensibilidade pós operatória. II. Reduzir a Microinfiltração III. Melhorar a vedação dentinária no caso da restauração adesiva ▪ Restauração Adesiva =Restauração em resina composta. • A modificação para o sistema de dois passos aumentou o caráter hidrofílico dos adesivos, trazendo implicações clínicas a longo prazo. ADESIVO CONVENCIONAL DE 2 PASSOS: 1. Condicionamento Ácido. 2. Adesivo frasco único, deve ser removido o solvente e realizar fotoativação durante tempo recomendado pelo fabricante. • Como o primer e o adesivo estão no mesmo frasco, isso diminuirá o caráter hidrofóbico do adesivo, logo terá uma menor durabilidade a longo prazo. VANTAGENS • 3 Passos: •Várias indicações: restaurações adesivas, cimentação de coroas e pinos; • Possibilidade de ativação química; • Compatível com cimentos resinosos; • Menos degradação ao longo do tempo. • 2 Passos: • Técnica mais simples • Valores de resistência de união semelhantes ao de três passos. DESVANTAGENS ➢ 3 Passos: •Maior número de frascos; • Técnica mais complicada; • Necessário aplicar múltiplas camadas de primer para saturar a dentina desmineralizada. ➢ 2 Passos: •Menor número de indicações; • Não podem ser ativados quimicamente; • São incompatíveis com resinas e cimentos resinosos quimicamente ativados ou duais; • Sistemas mais hidrofílicos e tendem a ter maior degradação ao longo do tempo. ➢ PAPEL DA ÁGUA NA PERMEAÇÃO DOS ADESIVOS ▪ Os sistemas adesivos se comportam de forma diferente frente à condição de umidade da dentina: • Adesivos sem água na composição (à base de acetona) devem ser aplicados em superfícies mais úmidas do que os que contêm água ou solução água/álcool. •O excesso de água também tem efeito negativo na infiltração do adesivo, pois atua como barreira física e impede a penetração deste produto, além de causar a diluição do material ou formar micelas pela separação dos monômeros hidrofóbicos ou hidrofílicos, dificultando a polimerização dentro da camada híbrida • A presença de água também afeta a polimerização dos monômeros, reduzindo o seu grau de conversão. • Isso tem consequência direta na retenção e longevidade da união. Cond. Ác primer/adesivo Sistemas Adesivos Ana Laura Cavalcante Coifman- 3P • Camadas de adesivo menos polimerizadas absorvem mais água ao longo do tempo, se degradando mais rapidamente. ➢ A forma de aplicação do adesivo também influencia o seu desempenho: • Os adesivos devem ser ‘esfregados’ na dentina para facilitar a penetração nas fibrilas de colágeno. • Adesivos à base de água demoram mais a evaporar do que aqueles à base de acetona ou álcool. • Evitar excesso de adesivo (espessura ideal 50-200 μm). ➢ A presença de água e solvente remanescente na estrutura do adesivo reduz as propriedades mecânicas do polímero formado, o que pode resultar em mais microinfiltração. • Assim a aplicação CUIDADOSA de jato de ar à distância facilita a evaporação da água e dos solventes (20 cm, por 10s). VARIABILIDADE REGIONAL DO SUBSTRATO DENTINÁRIO • Maiores valores de resistência de união são encontrados quando a adesão é feita em substrato dentinário superficial; • Quantidade de dentina intertubular disponível para formação da camada híbrida. • Dentina sadia é melhor que a dentina esclerosada para penetração, pois a esclerosada é mais mineralizada, uma vez que é produzida devido a um trauma e também expõe menos fibras colágenas, ruim pro condicionamento. ➢ CONTAMINAÇÃO • Isolamento absoluto SEMPRE, para evitar contato com saliva e/ou sangue. • Caso haja contaminação após o condicionamento ácido em esmalte: Este deve ser lavado abundantemente e seco antes da aplicação do adesivo. • A dentina condicionada exibe menos sensibilidade à contaminação por saliva, provavelmente devido à presença de fluido dentinário e à necessidade de mantê-la úmida antes de aplicar o sistema adesivo. • Assim como no esmalte, deve-se fazer lavagem abundante da dentina. • Um novo condicionamento é contraindicado. • Contaminação após aplicação do primer: ADESIVOS AUTOCONDICIONANTES • Os passos de condicionamento ácido prévio da dentina e posterior lavagem e secagem são eliminados. • O ácido foi incorporado ao primer, tornando- o autocondicionante. • Consequência: a smear layer não é totalmente dissolvida, e sim incorporada à interface de união. • A interface de união formada é menos espessa que a de sistemas adesivos de condicionamento ácido total. CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS AUTOCONDICIONANTES ▪ A smear layer pode neutralizar a acidez dos primers autocondicionantes e reduzir a sua capacidade de penetração até a dentina subjacente. LAVAGEM SECAGEM REAPLICA ADESIVO Sistemas Adesivos Ana Laura Cavalcante Coifman- 3P • A camada híbrida possui dois componentes distintos: • Smear layer hibridizada; • Dentina subjacente hibridizada. ADESIVO AUTOCONDICIONANTES DE 2 PASSOS 1. Primer: • Com monômeros ácidos e hidrofílicos, solventes. Apresenta fluidez para formação da camada híbrida. • Em virtudes de solventes no primer, deve ser aplicado jato de ar para volatilização do solvente. • Aplica com agitação por 20seg (com microbrush friccionando contra a superfície) • Evapora o solvente durante 20seg • Avalia se ficou brilhoso, se não, repete ateficar. 2. Adesivo: • Com monômeros hidrofóbico. • Aplica e Polimeriza • União ao esmalte pouco satisfatória • Durabilidade x convencional 3 passos equivalente ADESIVO AUTOCONDICIONANTE PASSO ÚNICO ➢ Aplica solução com monômeros hidrofílico, ácido, monômeros hidrofóbicos, fotoindicadores, presença ou não de carga e água. ADESIVO UNIVERSAL ➢ Evoluíram para sistemas mais versáteis, universais ou multimodo, que permitem escolher a estratégia de adesão a ser usada: • Convencional • Autocondicionante ➢ CARCTERÍSTICAS • Redução de tempo clínico; • Instabilidade fisico-quimica pela mistura de solventes e monômeros; • Resistência de união a longo prazo insatisfatória ➢ INCOMPATIBILIDADE Sistemas adesivos simplificados X Cimentos Resinosos quimicamete ativados ou duais PRIMER ADESIVO PRIMER+ ADESIVO DURABILIDADE: ➢ Autocondicionante 2P= Convencional 3P ➢ Autocondicionante 1P= Convencional 2PSistemas Adesivos Ana Laura Cavalcante Coifman- 3P ➢ Resinas e cimentos resinosos quimicamente ativados ou de dupla ativação que utilizam aminas terciárias como agentes de iniciação da polimerização são incompatíveis com os sistemas adesivos convencionais de dois passos e sistemas adesivos autocondicionantes de passo único. Protocolo para aplicar o adesivo ➢ Condicionamento Ác. No esmalte de 15 a 30 seg. e na dentina 15 seg. ➢ Adesivo 3P convencional: • Aplica o primer-> fricciona por 20 seg c/ microbrush -> Jato de ar a distância para evaporar o solvente -> Aplica o adesivo e polimeriza ➢ Adesivo 2P Convencional: • Aplica o adesivo fricciona p/ 20seg-> Evapora o solvente-> aplica novamente e fricciona por 20 seg -> evapora solvente e polimeriza. • A segunda camada separada da primeira. ➢ Adesivo 2P autocondicionate: • (da mesma forma que o outro) • Primer, fricciona e evapora o solvente, repetidas vezes até a dentina saturar -> aplica o adesivo e polimreriza ➢ Universal • Aplica tudo junto, evapora o solvente e polimeriza -> reaplica, evapora e polimeriza.
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