Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
• Início da relação de confiança com o paciente; • Anamnese geral e específica; • Exame clínico geral e específico ginecológico; ANAMNESE GINECOLÓGICA • Transferência e contratransferência no sentimento podem ser boas ou hostis > saber identificar isso; • A consulta se inicia pela identificação do paciente > seguido pela queixa principal, evolução e comportamento da patologia > revisão de sistemas > antecedentes mórbidos > antecedentes familiares > perfil psicossocial; • Toda a sequência anterior aplica-se a qualquer paciente. Antecedentes gineco-obstétricos é à parte para o ginecologista = representa o centro da sua consulta. Informações importantes para serem colhidas nesses aspectos: o Menarca; o Início das relações sexuais; o Menopausa; o Desenvolvimento puberal (menarca, telarca, pubarca), acne e hirsutismo; o Velocidade de crescimento e obesidade > em comparação com as colegas da idade; o Data da última menstruação (DUM); o Padrão menstrual e possíveis alterações (número de dias de duração, ciclos irregulares, quantidade de fluxo, sintomas perimenstruais > como cólicas, sensação de inchaço, labilidade emocional, dor mamária, cefaleia, prurido ou secreção vaginal); o Ciclos anovulatórios; o Atrasos na menstruação; o Anticoncepção: qual o tipo usado, se já está em uso (idade de início, por quanto tempo), quais já usou, como se adaptou, se conhece outros métodos; o História obstétrica: gestações, partos normais, cesarianas, abortos (espontâneos e provocados), anormalidades em pré- natal, utilização de fórceps e outros tipos de indução ao parto, peso dos recém-nascidos, tempo de amamentação, anticoncepção no puerpério, intervalo interpartal, infecções puerperais, partos prematuros, gestações ectópicas e molares (no lugar da formação do embrião, forma-se uma massa de cistos que se assemelha a um cacho de uvas, que é reconhecida em ultrassonografia – faz parte de um grupo de condições chamado de tumores trofoblásticos gestacionais, que costumam ser benignos, embora possam se espalhar para além do útero e são tratáveis); o Fluxos genitais: avaliar se existe corrimento com odor, coloração, prurido; muco cervical, sintomas no parceiro devem ser investigadas, úlceras genitais, prurido vulvar e no monte púbico, adenomegalias inguinais e DSTs tratadas previamente, se houver prurido vaginal, questionar o uso de roupas apertadas e forma de lavagem das roupas; o Vida sexual: atividade, satisfação, libido, orgasmo; anorgasmia, frigidez, dispareunia (profunda ou devido à penetração), posições menos dolorosas, vaginismo, sangramento pós-coital, riscos de exposição à DSTs, número de parceiros sexuais; o Sintomas climatéricos: o Queixas mamárias: o Queixas urinárias: o Importante deixar um espaço para que a paciente resolva algumas dúvidas persistentes, liberar ansiedades ou motivos ocultos; o Questionar se existe alguma outra dúvida, se tem alguma coisa a mais que a paciente acha importante de dizer, mas que ainda não foi perguntado e como vai a vida de forma geral. EXAME FÍSICO • Exame deve ser completo, atenção ao abdome (cicatrizes, ascite, irritação peritoneal), pressão arterial, peso, altura, impressão geral. Específico da consulta ginecológica: • Exame de mamas: Inicia-se com a inspeção estática (paciente sentada, colo desnudo, braços ao longo do corpo); em seguida inspeção dinâmica (paciente ergue os braços acima da cabeça, depois com as mãos na cintura e fazendo contratura contra esta). Identifica-se retrações e abaulamentos, simetria, tumorações, secreção papilar e anormalidade na papila. • Palpam-se as regiões supraclavicular e cervical, cadeia axilar bilateral deixando o braço do paciente relaxado. • Paciente em decúbito dorsal palpa-se as mamas, dois momentos, mãos espalmadas e dedos juntos e logo depois com as polpas digitais. Além de nódulos e massa, identifica-se sinais inflamatórios, alterações na vascularização superficial e edema. • Exame Pélvico: posição de litotomia em mesa ginecológica, coxas e joelhos fletidos, descansando pés ou fossa poplítea nas perneiras. Paciente despida e, de preferência, coberta com um avental de abertura posterior e lençol para cobrir parcialmente abdome e membros inferiores. Além da posição descrita pode-se utilizar a posição lateral ou posição de Sims, que permite realização de toque em gestante em trabalho de parto e visualização da vulva, mas com maior manipulação. Se não houver mesa ginecológica, deitar a paciente e m decúbito dorsal e solicitar que deixe os calcanhares próximos e afaste os joelhos. • Exame da Vulva e Períneo: Realizar inspeção observando características dos pelos, trofismo vulvar, lacerações no períneo, secreção exteriorizada, lesões cutâneas, presença ou ausência de hímen, tamanho dos pequenos lábios e clitóris. Na região anal procurar por plicomas, hemorroidas, fissuras ou prolapsos. Vestíbulo e introito vaginal devem ser avaliados sob esforço (manobra de Valsalva), verificando se ocorre descida da mucosa vaginal para próxima ao vestíbulo ou exteriorizando. Com dois dedos na vagina, solicitar esforço e observar qual parte da vagina prolapsa. • Exame Especular: introduz-se o espéculo bivalve na vagina em sentido longitudinal-oblíquo, afastando os pequenos lábios e imprimindo delicadamente um trajeto direcionado posteriormente, ao mesmo tempo em que se gira o instrumento em sentido transversal. Sempre avisar a paciente que se está introduzindo o espéculo, prevenir quanto ao desconforto e tranquilizar em relação a dor. Não se deve utilizar lubrificante pois confunde avaliação das secreções. • Após introduzido e aberto, procura-se individualizar o colo uterino e avaliar pregueamento e trofismo da mucosa vaginal, secreções, lesões da mucosa, septações vaginais, condilomas, pólipos, cistos de retenção e ectopia. Coletar secreções vaginais para exame a fresco. Aplicação de ácido acético no colo do útero, aguarda-se 2-4 minutos e inspeciona-se novamente à procura de lesões realçadas pelo produto (mais brancas e brilhantes, ou leucoacéticas) • Depois, aplica-se a solução de lugol para o teste de Schiller: se o colo se cora de forma uniforme, escura, o teste é normal/ iodo positivo ou Schiller negativo. Se há áreas que não se coram, teste é considerado alterado/iodo negativo/Schiller positivo. Somente a área de mucosa escamosa deve se corar. • Exame a fresco: análise de secreção vaginal é importante para detectar vulvovaginites. Coleta-se secreção com a extremidade arredondada da espátula de Ayre, espalha-se o material sobre duas gotas colocadas nas extremidades de uma lâmina, uma gota com KOH a 10% e outra com soro. A lâmina, depois do teste do odor amínico (whiff test: cheira-se a lâmina para detectar odor semelhante a peixe, indicativo de vaginose bacteriana), leva-se para análise no microscópio. • Colpocitologia e Exame Preventivo o Utiliza-se a extremidade da espátula de Ayre (em rabo-de-peixe) para a coleta de raspado cervical para CP de colo; o Parte maior da espátula deve ser colocada no orifício cervical e depois girada em 360°, para coletar células de toda a circunferência da zona de transição. o Objetivo é destacar células da junção escamocolunar ou JEC, área em que a mucosa escamosa e a glandular se encontram, sede da maioria das alterações neoplásicas; o Emprega-se também a escova endocervical para a coleta de CP, especialmente em casos em que a JEC encontra-se no canal cervical. o Depois de colhido o material deve ser espalhado sobre uma lâmina e fixado (em geral com álcool etílico a 95%) para posterior analise citopatológica. o Exame recomendado para mulheres entre 25 e 60 anos. Se a mulher tiver vida sexual ativa, independe da faixa etária. Segundo o INCA, a periodicidade do rastreamento deve ser anual, podendo ocorrer a cada 3 anos após dois exames normais consecutivos com intervalo de 1 ano. Mulheres em grupo de risco, HIV-positivo ou imunodeprimidas, devemrealizar anualmente. • Toque Vaginal: realizado com luvas e lubrificante, introduz-se dedo indicador e médio, dedos devem explorar a musculatura pélvica, paredes vaginais, cérvice, o fundo de saco anterior e posterior. A outra mão deve ser colocada no baixo ventre, e as mãos dev em se comprimir uma contra a outra, com o objetivo de apreender o útero e explorar sua forma, tamanho, posicionamento, consistência, sensibilidade e mobilidade. No exame bimanual, ovário direito costuma ser palpável em mulher não obesa, esquerdo é dificultado pelo cólon. Trompas e ligamentos são palpáveis apenas quando aumentados de volume por inflamação ou infecção. Procura-se detectar tumorações ou nódulos no fundo de saco de Douglas, podem significar endometriose ou desencadear tenesmo ou dor quando tocados . • Equipamentos para o exame ginecológico: mesa especial, foco de luz, luvas descartáveis, espéculos bivalves 1, 2 e 3. Lâminas, lamínulas, álcool a 95%, lubrificante, algodão, ácido acético, lugol para teste de Schiller, soro, KOH, espátulas de Ayre, escovas endocervicais, fixador, azul de toluidina para teste de Collins. O ginecologista muitas vezes é o único medico que a mulher consulta regularmente. Assim, é fundamental que sejam abordados as pectos da promoção da saúde, dieta e atividade física, prevenção de doenças cardiovasculares, fumo e álcool, controle da obesidade, imunizações, e outras questões.
Compartilhar