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Soltura e reabilitação de pinguins

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Resumo feito através da palestra realizada pelo GEAS com a Médica Veterinária Marzia Antonelli 
Soltura e reabilitação de pinguins
Quando um animal marinho é encontrado morto na praia, é feito o registro e ele é levado para a realização da necropsia, para assim descobrir a causa da morte desse animal, principalmente saber se houve interferência humana (resíduo de petróleo, barulho, etc). Se o animal for encontrado vivo, ele é resgatado e levado para o centro de reabilitação. Se for um encalhe de um grande mamífero, na própria praia é feita a tentativa do desencalhe. 
· Sobre os pinguins: 
São registradas atualmente 18 espécies, todos eles ate a linha do equador (não existem no polo norte). São aves aquáticas da família Spheniscidae. O pinguim de magalhães é o que mais ocorre na costa brasileira. O tempo médio de vida é de 30 anos e costumam andar em colônias (grupos) porque dessa maneira evitam ação dos predadores. Durante a mudança das penas, que ocorre duas vezes por ano, o animal não entra na água. 
Alimentação: São ovíparos e se alimentam de peixes, lulas, crustáceos, krill, camarões, dentre outros. 
Exame clínico: Avaliação de lesões externas, mucosas, score corporal, peso, etc. Valores de referência: 
Peso de 2,5 a 4kg (referindo-se ao pinguim de magalhões, lembrando que esses valores são variáveis);
 FC: 120bpm; FR: 40mpm, são mais baixas do que o normal de outras aves.
 Temperatura: 37,8°C, animais que chegam na maioria das vezes debilitados chegam hipotérmicos. A aferição é pela cloaca, ou imagem feita com termógrafo (ele mede a temperatura detectando a variação de temperatura, com regiões mais quentes ou mais frias que podem indicar um processo inflamatório, processo infeccioso, etc).
Coloração das mucosas: Pode-se usar a mesma avaliação do que para outros animais... Coloração pálida ou hipocorada pode ser uma anemia grave ou mucosas com a cavidade oral congesta pode indicar um trauma ou dificuldade na respiração. 
Uma das primeiras coisas que devem ser feitas quando o animal chega é fornecer fonte de calor, podendo ser com lâmpadas ou aquecedores. 
· Síndrome do pinguim encalhado: 
Conjunto de sintomas nos quais os animais chegam na costa brasileira após a primeira muda: Hipotérmicos, quadro de afogamento (muitas vezes por exaustão), em animais extremamente desidratados podem receber fluidoterapia intravenosa para reposição eletrolítica e em casos mais graves pode-se realizar a transfusão sanguínea. 
 Fluidoterapia reposição/manutenção VO/SC/IV dependendo do grau de desidratação:
Vermifugação: Lembrando que os pinguins se alimentam de peixes, que são hospedeiros intermediários de parasitas, então o parasitismo nessa espécie é bem elevado. São utilizados: Praziquetel, Febantel e Pirantel. Toltrazunil 7mg/kg VO dose única como fungicida 
Alimentação: Papa de peixe suplementada e depois alimentação sólida com peixe
Suplementação: Para animais muito anêmicos pode ser feita a suplementação, com Hemolitan 0,1 ml/kg SID
· Protocolo de afogamento 
Broncodilatadores : Aminofilina 4mg/kg a 10 mg/kg IV ] ou IM
Diurético: Furosemida 2 mg/kg IV ou IM; Manitol 20 ml/kg hora IV
Antibiótico sistema respiratório: Amicacina 15 mg/kg IM; Amoxicilina CK, 100 A 150 mg/kg VO
Vitamina A e oxigenioterapia 
· Vias de administração de fluidos 
Via oral, subcutânea e intravenosa podem ser utilizadas com mais tranquilidade.
Outras vias como intraóssea, intracloacal e intraperitoneal, pois são mais difíceis e dolorosas, não funcionam bem para o pinguim. 
A via intraóssea é mais complicada por os ossos dos pinguins são mais achatados e densos. A intracloacal serve bem para administração de fluídos quentes em animais hipotérmicos. A intraperitoneal não é indicada pois a chance de perfuração é grande já que o intestino é muito grande e ocupa toda a cavidade celomática. 
A vida oral é a mais fácil, mas só serve para manutenção leve e moderada, para a manutenção hídrica e não correção. Também serve para a alimentação inicial.
Via subcutânea serve para uma desidratação leve, tem um ritmo de absorção lento e o volume máximo é de 10ml/kg por local e colocada na região intraescapular e ingnal. 
Intravenosa: Via mais difícil, serve para animais com quadro de desidratação moderado a grave, animais em choque. Veias basílica, metatársica e jugular. 
Papa de peixe
1kg de peixe (mais ou menos 10 sardinhas), 750 ml de água, 25g de aminomix (4 colheres), 1g de ômega 3 (1 capsula) aquecido em banho maria. 
Enfermidades em cativeiro
Um dos principais pontos no processo de reabilitação é um recinto aberto, ventilado, com luz solar e com pedras, esse substrato é fundamental para evitar lesões como pododermatites
Pneumonias: Os pinguins, assim como as outras aves no geral, são suscetíveis a doenças respiratórias por conta de sua anatomia. Muitas características anatômicas que servem pros mamíferos as aves não têm... Como a epiglote, o epitélio ciliado para as partículas, o diafragma que faz com que aja o reflexo da tosse, e a respiração das aves é ampliada, feita pelos sacos aéreos que são estruturas pouco irrigadas, úmidas e translúcidas, ou seja, bem favoráveis ao desenvolvimento fúngico e bacteriano. 
Pododermatite
Eles têm pés muito finos e devido a outras características anatômicas, como o sistema e contra corrente (em situações frias eles concentram o calor mais pra região central do corpo, deixando as extremidades mais geladas) e isso é ruim para a cicatrização. Isso acontece porque animais que vem da natureza e lá eles tem uma quantidade diferente de substratos (pedras, galhos, etc) e nos centros de habilitação, chão lisos ou pisos retos acabam fazendo com que eles coloquem todo o peso na região central do coxim e esse peso acaba lesionando.
Essa lesão pode chegar no osso e comprometer o membro inteiro (osteomielite) e esse animal sente muita dor, fica deitado o tempo inteiro e pode lesionar a quilha também. 
Tratamento: Existem vários na literatura, com antibióticos, devendo ser feita a cultura em cada pé. Existe também com fototerapia ou laserterapia, Existem trabalhos também com pele sintética com hidrocoloide (ele acelera a cicatrização).
Interações antrópicas 
Interações com pesca são infelizmente muito comuns. Anzóis, animais oleados..
O atendimento a animais oleados: Coletar as penas para enviar para análise para achar provas do crime, registrar quanto porcento do animal foi acometido, profundidade do óleo e estabilizar o animal. Se faz o exame clínico para ver se é apenas externo, ou se o animal ingeriu o resíduo (pode causar gastrite, úlcera, lesões oftálmicas, etc). As penas são muito importantes para as aves por sua impermeabilização então o principal é limpar boca e olhos, já que elas costumam se limpar.
· Estabilização: Utilizar adsorventes com carvão atividao 52 mg/kg via oral
- Soluções eletrolíticas como pedialyte 30 ml/kg VO
- Fluidoterapia dependendo da desidratação (podendo ser por via oral, ou intravenosa etc.)
- Protetores gástricos dependendo da intensidade da contaminação protetores hepáticos
- O óleo é tóxico e pode levar a queimaduras, por isso precisamos utilizar luvas nitrílicas, roupa de proteção e máscaras para evitar que entre em contato com a nossa pele. Ele fica separado dos outros animais, como também os EPIS.
Quando ele estiver estável passamos para o procedimento de remoção de óleo. O banho para a retirada mais indicado é fazer um único evitando que o animal passe por sucessivos períodos de stress. Leva cerca de 50 minutos a 1 hora. Todo corpo do animal é esfregado e existem várias bacias de água com água quente e a medida que for tirando o óleo troca-se a bacia. 
Diagnóstico complementar
Radiografia, exame mais barato onde consegue-se identificar alterações, fraturas, hepatomegalia, etc. O ideal é o animal estar anestesiado por as aves se mechem muito
Endoscopia (para análise internas), remover corpos estranhos, aspergilomas
Tomografia, exame mais caro e usado para situações mais específicas... Animal precisa estar anestesiado. 
Soltura
O animal precisa estar com o scorecorporal bom, exames laboratoriais com valores dentro dos parâmetros (hematócrito pelo menos 35, não estar com leucocitose) etc, parâmetros normais. Precisa estar 100% impermeável; Condições climáticas adequadas (sem tempestades e ventos fortes). E o ideal é que sejam soltos em grupos. 
Teste de impermeabilização: Animais são deixados na piscina por pelo menos 1h e logo após avaliamos as penas, vendo se estão secas. 
É feita a biometria para estudos (comprimento de cabeça, circunferência, etc) para padronização de espécies, estudos de grupo).
Microchipagem – Microchip é colocado na região subcutânea intraescapular. 
Anatomia
Eles possuem ossos mais achados e densos, e articulações muito firmes. Eles tem a traqueia bifurcada, dupla. Ela começa a dividir na região mais cervical mais cranial da traqueia, se fizermos a intubação funda vamos acabar selecionado apenas um pulmão, por isso a intubação neles deve ser bem cranial. 
Os sacos intraventricular ; Saco humeral; Saco torácico; Saco abdominal