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Ecletismo em São Paulo Carlos Lemos Ecletismo na Arquitetura Brasileira, Anna Teresa Fabris 1 Carlos Lemos Carlos Alberto Cerqueira Lemos; Arquiteto e historiador. Como professor e historiador se voltou em especial para a arquitetura brasileira e a questão da preservação do patrimônio cultural. Alvenaria Burguesa, 1985 O Que é o Patrimônio Histórico, 1981 Contribuição em: Retratos Quase Inocente de Carlos Eugênio Marcondes de Moura, 1983 2 Bibliografia 2 Contexto histórico ... 3 Durante o período colonial São Paulo, foi no arquipélago das regiões culturais brasileiras a ilha mais pobre e mais isolada. A arquitetura era arcaica, porque avessa novos partidos, sempre as mesmas plantas e o uso da taipa de pilão. Nos fins do século XVIII algumas variações na modinatura das janelas. Desde os anos finais do século XVIII até 1850, São Paulo praticamente não conheceu nenhuma novidade arquitetônica. Somente depois que o café ultrapassou a cana no antigo quadrilátero do açúcar e após a instalação da estrada de ferro pelos ingleses em 1867, São Paulo passa a assumir sua liderança como centro político e econômico. 3 Contexto histórico ... 4 No fim da década iniciada em 1871, com a chegada das outras ferrovias – a Sorocaba e a Central do Brasil - a cidade se transformou em uma rota obrigatória, por onde passava o café e a riqueza, o que fez também Santos crescer, levando ao abandono dos portos de São Sabastião, Ubatuba, Mambucaba e Parati. E Santos passou a mandar para São Paulo as novidades do Mundo Esse o quadro pronto para receber o Ecletismo, sinônimo de progresso e linguagem do poder econômico – Era o capitalismo inaugurado com o café que chegava á cidade. A taipa foi definitivamente substituída, a cidade foi reconstruída de alvenaria. 4 Ecletismo em São Paulo ... 5 A partir de 1875 a variedade arquitetônica passou a compor o cenário sem repetições, mas ao mesmo tempo homogeneizado pelas mesmas regras de composição, pelos mesmos ritmos da envasadura que ganhavam o predomínio sobre as alvenarias, as platibandas e os gabaritos reguladores. A origem dos grupos estilísticos de obras ecléticas paulistanas, podem ser classificados; alguns de existência concomitante, outros surgidos em sequencia temporal. Praticamente todos esses grupos, surgiram no panorama arquitetônico a parti de um novo “saber fazer”, novas técnicas, com materiais estrangeiros de impossível industrialização local. 5 Grupos de construções ecléticas 6 4º) Vulgarmente chamada de Art nouveau Tinha como preocupação o espaço em continuedade Incluia trabalhos de inspiração alemã e austríada, ligados ao movimento Secessão 5º) Construções populares de arcabolço estrutural convencional de tijolos Tenta também inspirar-se no Art Nouveau Casas em alvenaria Ornamentação floreal em vidraças, almofadas, portas, maçanetas... 6º) Inspiração Bucólica ligada a modelos tiroleses Caracteristicas formais tiradas principalmente dos chalés alpinos (de território Suíço) Tom romântico Ar campestre Pitoresco (marcante) 7º) Ecletismo historicista Recupera os estilos de antigas sociedades alheias ao mundo clássico da Roma e Grécia Estilo neogótico Neoromânica também era um estilo presente 8º) Tradicionalista ou neocolonial Popularizou-se rapidamente em São Paulo, devido a 1ª Grande Guerra, que paralisou as importações e também por ter sido facilmente aceita pela classe média 9º) Obras simplificadas dos modelos eruditas neocoloniais Chegaram a compreender a quase totalidade das construções da década de 20 Também nesse grupo estão as chamadas construções do estilo Missões 1º) Construções Neoclássicas Ortodoxas, mais antigas Influenciada pela produção carioca Norteada por lições de Grandjean de Montigny 1850-1860 Já se percebe a atução de profissionais de fora 2º) Construções Neoclássicas Ornamentação Renascentista/Neorenascentista Colagens eruditas Materiais importados 3º) Construções Neo-renascentitas despoliciadas Profissionais não qualificados Regras substituídas pela improvisação Norteada por lições de Grandjean de Montigny Colagens imaginosas Estação da Luz 7 Construída entre 1862 e 1867 A estrutura desta Estação foi toda importada da Inglaterra. Mecanismos pré-moldados desembarcaram em São Paulo e aí foram montados. O material de alvenaria, porém, é de origem brasileira. Ela foi inspirada em uma estação australiana, a Flinders Street Station, localizada em Melbourne. Hospital da Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficência 8 De Manoel Gonçalves da Silva Cantarino Inaugurado em agosto de 1876 Foi erguido com alvenaria de tijolos, assentada sobre fundações de pedra, com dimensões generosas comparadas a outras edificações do seu entorno. Essas novas técnicas construtivas empregadas no edifício com o uso de tijolos, pedras e ferro. Teatro de São Carlos, em Campinas 9 De Manoel Gonçalves da Silva Cantarino Inaugurado em 1850, porém em 1867 são retomadas as obras para remodelação geral da fachada Museu do Ipiranga 10 De Gaudêncio Bezzi Inaugurado em 1895 Projeto do grande edifício comemorativo da Independência, no Ipiranga. Aqui foi procurado, antes de tudo, a grandiosidade, a grandiloquência a comemorar o grande feito. Secretária da Fazenda e da Agricultura 11 De Ramos de Azevedo Arquitetura Renascentista, porém com volumetria, frontão e colunatas Neoclássicas "Os edifícios apresentam características do ecletismo classicista então em voga. Na época, o prédio da Secretaria da Agricultura foi definido como renascentista de filiação alemã, sem dúvida devido aos terços ornamentados das colunas da fachada.“ (BENS CULTURAIS ARQUITETÔNICOS NO MUNICÍPIO E NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO. São Paulo: SNM, EMPLASA e SEMPLA – Secretaria Municipal de Planejamento, 1984, p.380-381.}) Teatro Municipal de São Paulo 12 De Cláudio Rossi, com contribuição de Ramos de Azevedo Inaugurado em 1911 Arquitetura Barroca, renascentista e Art nouveau Casa da Câmara e Cadeia 13 Foi renovada pela dupla Guardino e Ricardini Em 1862, a obra era de taipa de pilão, vinha da década de 80. Procuravam filiar ao neoclássico, porém possuía no seu eixo de simetria um tímido frontão triangular Após a reforma, ganha características modernas do Ecletismo Seminário da Luz 14 Foi reformado após a saída dos padres. Seguindo a onda da modinatura moderna Transformando velhas construções de taipa em modernas O térreo recebe lojas de comércio e o andar superior abrigou um hotel Tentativa de alterar a volumetria original com a criação com a criação de um torreão, esse de planta circular quase sempre arrematado por uma cúpula metálica. Victor Dubugras 15 Inspiração românica e góticas, somados a invenções que resultaram em interessantes soluções plásticas inesperadas Todas as construções de Dubugras foi demolida e restam poucas fotografias Vila penteado 16 Carlos Eukman Construído em Higienópolis para o Conde Antônio Alvares Penteado por volta de 1901 Colagem com ornamentações internas francesa (inclusive ferragens importadas) em uma edificação com volumetria e modinatura própria do movimento Secessão Hoje é dependência da faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP Castelinho da Brigadeiro 17 Do arquiteto e desenhista italiano, Giuseppe Sacchetti Inaugurado em 1911 Amontoado de volumes ornamentais desconexamente que determinam interiores compartimentados em pequenos espaços sem maiores significados No fecho do terreno, no entanto, há um gradil e portão seguindo o estilo Art Nouveau Chalés paulistanos 18 Caracteristicas formais tiradas principalmente dos chalés alpinos (de território Suíço) Inspiraçaõ bucólicas, ar campestre Ornamentação de madeira lavrada que sempre surge aparando profundos beirais convergentes de telhados de duas águas Catedral Metropolitana de São Paulo (Catedral da Sé) 19 Maximilian Hehl Construída entre 1913 e 1954 Estilo Neogótico predominante, porém com uma cúpula de arco ogival Residência de Numa de Oliveira 20 Projetada pelo engenheiro português Ricardo Severo em 1916Do estilo neocolonial, misturado com soluções para a limitação de materiais e técnicas construtivas Referência ANTIGAS Secretárias da Agricultura e da Fazenda. Moyarte, 24 de set. de 2017. Disponível em: <http://www.moyarte.com.br/centro-de-sao-paulo/verbetes/antigas-secretarias-da-agricultura-e-fazenda.html>. Aceso em: 31 mar. 2020 ARQUITETURA Eclética. Archi in Brazil. Disponível em: <https://archiinbrazil.wordpress.com/arquitetura-ecletica/>. Acesso em: 31 mar. 2020 CAMPOS, Eudes. Chalés paulistanos. An. mus. paul., São Paulo, v. 16, n. 1, p. 47-108, jun. 2008. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-47142008000100003&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 01 abr. 2020. CASTILHO, Edimilsom Peres. A Fundação do Hospital da Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficência na cidade de São Paulo. In: BENEFICÊNCIA Portuguesa: Imigrantes portugueses e a construção de um símbolo de assistência social na cidade de São Paulo. Rio de Janeiro: Gramma, 2018. cap. 5, p. 79-96. ISBN 8559684379, 9788559684377. COTRIM, Luciana. Série Avenida Paulista. São Paulo City. 11 mar. 2018. Disponível em: <https://spcity.com.br/serie-avenida-paulista-do-numa-de-oliveira-ao-numa-de-oliveira/>. Acesso em: 01 abr. 2020 ESTAÇÃO da Luz. Infoescola. Disponível em: <https://www.infoescola.com/sao-paulo/estacao-da-luz/>. Acesso em: 31 mar. 2020 IGREJA de Santa Cecília. Sanctuaria. Disponível em: <https://sanctuaria.art/2016/02/01/igreja-de-santa-cecilia-sao-paulo-sp/>. Acesso em: 01 abr. 2020 LEMOS, Carlos. Ecletismo em São Paulo. In: FABRIS, Anna Teresa. Ecletismo: Na Arquitetura Brasileira. 1. ed. São Paulo: Studio nobel, 1987. cap. 4, p. 69-103. ISBN 9788521304739. MIYOSHI, Alex. Victor Dubugras: arquiteto dos caminhos. Revista de História da Arte e Arqueologia, Campinas, São Paulo, n. 12, p. 89-104, 1 dez. 2009. 21 21 Obrigada! 22 UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA História da Arquitetura e Urbanismo IV Professora: Ana Isabel Alunas: Nádila Isis Alves Lima Thayná Santos Vaz Yane Cristino Monteiro Turma: 5NMA 22
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