Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TRAUMA DENTOALVEOLAR EExxooddoonnttiiaa Lesões aos dentes e ao processo alveolar são comuns e devem ser consideradas situações de urgência, pois o resultado depende do pronto atendimento à lesão. Como o tratamento adequado só pode ser realizado após o diagnóstico correto, o processo de diagnóstico deve ser realizado imediatamente. No caso de traumas mais extensos (como, por exemplo, fraturas de mandíbula e demais ossos da face, grandes lacerações ou danos às estruturas neurológicas), o paciente deverá ser encaminhado com urgência a um serviço de referência hospitalar. Para um correto planejamento, tratamento e acompanhamento, devemos realizar uma anamnese e exame clínico detalhado: 1) Exame neurológico básico Tomada dos sinais vitais, observação visual clínica e relatos do paciente quanto à presença de distúrbios visuais, náuseas ou vômitos, períodos de inconsciência, amnésia, cefaleia e tontura. Caso o paciente apresente qualquer desses sintomas, encaminhá-lo ao hospital. 2) História médica do paciente Comorbidades sistêmicas, uso de medicação, alergias e cirurgias prévias. 3) História do trauma ↪ Quando, onde e como ocorreu o trauma? ↪ Que tratamento foi realizado desde que a lesão ocorreu? ↪ Alguém observou dentes ou fragmentos de dentes no local do acidente? 4) Exame clínico extra e intraoral Atentar para lesões de tecidos moles extraorais e fraturas de ossos da face. No exame intraoral, observar fraturas dentárias, mobilidade ou deslocamento de dentes, tecidos moles afetados, fratura de tecido ósseo alveolar e oclusão. 5) Exames complementares (tomadas radiográficas ou tomografia computadorizada) Verificar estágio de erupção dental, grau de rizogênese dos dentes, fragmentos em tecido ósseo, presença de fraturas ósseas ou dentárias, reabsorções radiculares, deslocamentos intrusivos e extrusivos, presença de alguma alteração patológica e tamanho da câmara pulpar. FRATURAS DENTÁRIAS EM DENTES PERMANENTES As fraturas às estruturas dentárias que podemos observar nos dentes permanentes são: trinca, fratura de esmalte, fratura de esmalte e dentina sem ou com exposição pulpar, fratura corono- radicular sem ou com exposição pulpar e fratura radicular. → ACHADOS CLÍNICOS E RADIOGRÁFICOS TRATAMENTO → TRINCA 1) Em casos de trincas visíveis, pode-se realizar selamento com resina composta, para prevenir a descoloração das linhas das trincas. 2) Caso contrário, nenhum tratamento é necessário. FRATURA DE ESMALTE 1) Se o fragmento dentário estiver presente, este poderá ser restaurado junto ao dente. 2) Entretanto, se o fragmento não for encontrado, devemos lançar mão de restauração com resina composta de acordo com a extensão e localização da fratura. FRATURA DE ESMALTE E DENTINA SEM EXPOSIÇÃO PULPAR 1) Se o fragmento dentário estiver presente, este poderá ser restaurado junto ao dente. 2) Se não, pode-se realizar um tratamento provisório recobrindo a dentina exposta (com ionômero de vidro) ou realizar uma restauração com maior durabilidade (utilizando resina composta). 3) Se for possível observar a polpa por translucidez (rosa e sem sangramento), on cirurgião-dentista deverá realizar um capeamento pulpar indireto com base de hidróxido de cálcio. FRATURA DE ESMALTE E DENTINA COM EXPOSIÇÃO PULPAR 1) Em pacientes com rizogênese incompleta ou em pacientes jovens com rizogênese completa, é vantajoso preservar a vitalidade pulpar por meio de capeamento pulpar com hidróxido de cálcio ou pulpotomia parcial. 2) Em pacientes com desenvolvimento radicular completo, geralmente a pulpectomia é o tratamento de escolha, embora o capeamento pulpar ou a pulpotomia parcial também possam ser realizados. 3) Se o fragmento dentário estiver presente, este poderá ser restaurado junto ao dente. Se não, podemos lançar mão de restauração provisória (com ionômero de vidro) ou mais duradoura (com resina composta). FRATURA CORONORADICULAR SEM EXPOSIÇÃO PULPAR - Como tratamento de emergência, uma estabilização temporária do fragmento com mobilidade pode ser realizada até que um plano de tratamento seja elaborado, que dependerá da extensão da fratura. 1) LIMITE DA FRATURA VISÍVEL (PRÓXIMO AO NÍVEL GENGIVAL): remoção do fragmento coronário fraturado e restauração subsequente da estrutura dentári remanescente. 2) FRATURA NA REGIÃO CERVICAL DA RAIZ: remoção do fragmento coronário fraturado, realização de gengivectomia (podendo ou não estar associada a osteotomia) e restauração/reabilitação protética. 3) CASOS NÃO PASSÍVEIS DE RESTAURAÇÃO DIRETA OU GENGIVECTOMIA: remoção do fragmento coronário, extrusão ortodôntica do remanescente radicular e restauração/reabilitação protética. 4) DENTES QUE NÃO PODEM SER RESTAURADOS POIS A EXTENSÃO DA FRATURA ATINGE TERÇOS MÉDIO-APICAIS: extração. Se houver fratura alveolar concomitante, devemos realizar sepultamento radicular e a extração deve ser adiada por algumas semanas para permitir a consolidação da fratura, prevenindo, assim, a perda desnecessária do osso alveolar no momento da extração. FRATURA CORONORADICULAR COM EXPOSIÇÃO PULPAR - Como tratamento de emergência, uma estabilização temporária do fragmento com mobilidade pode ser realizada até que um plano de tratamento seja elaborado, que dependerá da extensão da fratura. 1) LIMITE DA FRATURA VISÍVEL (PRÓXIMO AO NÍVEL GENGIVAL): remoção do fragmento coronário fraturado, tratamento endodôntico e restauração subsequente da estrutura dentária remanescente. 2) FRATURA NA REGIÃO CERVICAL DA RAIZ: remoção do fragmento coronário, realização de gengivectomia (podendo ou não estar associada a osteotomia), tratamento endodôntico do remanescente radicular e restauração/reabilitação protética. 3) CASOS NÃO PASSÍVEIS DE RESTAURAÇÃO DIRETA OU GENGIVECTOMIA: remoção do fragmento coronário, tratamento endodôntico do remanescente radicular, extrusão ortodôntica do remanescente radicular e restauração/ reabilitação protética. 4) DENTES QUE NÃO PODEM SER RESTAURADOS POIS A EXTENSÃO DA FRATURA ATINGE TERÇOS MÉDIO-APICAIS: extração. Se houver fratura alveolar concomitante, devemos realizar sepultamento radicular e a extração deve ser adiada por algumas semanas para permitir a consolidação da fratura, prevenindo, assim, a perda desnecessária do osso alveolar no momento da extração. Neste tipo de fratura, a abordagem endodôntica é necessária pela exposição pulpar gerada pelo trauma: Em pacientes com rizogênese incompleta ou em pacientes jovens com a rizogênese completa, é vantajoso preservar a vitalidade pulpar por meio da realização de uma pulpotomia parcial. Em pacientes com rizogênese completa, o tratamento endodôntico deve ser o tratamento de escolha. FRATURA RADICULAR A fratura radicular horizontal poderá ocorrer no terço cervical, médio ou apical da raiz. O tratamento irá variar de acordo com a localização. TERÇO MÉDIO E APICAL 1) Reposicionar o fragmento coronário, nos casos onde há deslocamento. 2) Checar a posição radiograficamente. 3) Estabilizar o elemento com contenção rígida por 4 semanas. 4) É recomendado monitorar a vitalidade pulpar por pelo menos 1 ano. TERÇO CERVICAL Nestes casos, temos duas opções. A primeira deverá ser usada nos casos que são fraturados muito próximos à junção amelocementária. E a segunda, nos casos de fraturas no terço cervical próximas ao terço médio. 1) O fragmento coronário deverá ser removido e o tratamento endodôntico realizado. Após, a reabilitação protética está indicada. Em alguns casos, gengivectomia (com ou sem ostectomia) será necessária. 2) Mesma abordagem que o terço médio e apical (reposicionar o fragmento coronário, nos casos onde há deslocamento, checar a posição radiograficamente). Entretanto, a contenção rígida ficará por 4 meses. COMO ESTABILIZAR OS CASOSDE FRATURA DENTÁRIA OU DAS Estruturas de suporte que necessitam de contenção? Rígida: fio ortodôntico rígido + colagem com resina composta (Figura 9) Semirrígida: fio ortodôntico leve + colagem com resina composta ou aparelho ortodôntico com fio leve (Figura 10) Flexível: fio de nylon + colagem com resina composta (Figura 11) ou splint de resina composta (Figura 12) A contenção deve envolver dois dentes para mesial e dois dentes para distal para conseguirmos realizar uma correta estabilização da fratura. Nos exemplos abaixo, podemos considerar que o dente 41 sofreu um trauma e que as contenções envolvem os dentes 42, 43, 31 e 32. Caso a fratura envolvesse os dentes 31, 41 e 42, a contenção se estenderia do dente 44 ao dente 33. ACOMPANHAMENTO Acompanhamento no período pós-trauma de fraturas dentárias em dentição permanente. Os exames clínicos devem incluir: avaliação de fraturas das restaurações, observação de escurecimentos dentários, teste de sensibilidade à percussão, teste de sensibilidade pulpar e avaliação de mobilidade dentária. O QUE PRECISAMOS PRESTAR ATENÇÃO? - No caso de traumas que não tiveram exposição pulpar, nos primeiros 90 dias, os testes de vitalidade pulpar podem ter um resultado chamado de “falso-negativo”. Ou seja, a resposta aos testes é negativa, mas não necessariamente a polpa já está em necrose pulpar. Isto é um processo gerado pelo período pós-trauma e devemos aguardar este período para iniciar qualquer abordagem endodôntica. - Após este período de 90 dias, os dentes que não tiveram exposição pulpar e estão tendo resultados negativos nos testes de vitalidade, requerem tratamento endodôntico. - Estes resultados negativos nos testes de vitalidade podem surgir por até 1 ano de período pós-trauma, sendo chamados de “necrose tardia”. Por isso, a importância de realizarmos acompanhamento de até 1 ano no pós-trauma.
Compartilhar