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CURSO ENFERMAGEM ANATOMIA HUMANA – 1º / 3º PERÍODO. ANATOMIA HUMANA MÓDULO 2: ESQUELETO AXIAL – COLUNA VERTEBRAL CAPÍTULO 2 – DORSO E A COLUNA VERTEBRAL PROFESSORA: NARA FERNANDA CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O DORSO E A COLUNA VERTEBRAL O dorso compreende a face posterior do tronco, inferior ao pescoço e superior às nádegas. E a região do corpo na qual estão fixados a cabeça, o pescoço e os membros. O dorso inclui: · Pele e tecido subcutâneo.; · Músculos: uma camada superficial, relacionada principalmente ao posicionamento e ao movimento dos membros superiores, e camadas profundas ("músculos próprios do dorso"), relacionadas especificamente ao movimento ou à manutenção da posição do esqueleto axial (postura); · Coluna vertebral: vértebras, discos intervertebrais (IV) e ligamentos associados; · Costelas (na região torácica): sobretudo suas partes poste-riores, mediais aos ângulos das costelas; · Medula espinal e meninges (membranas que envolvem a medula espinal); · Vários nervos e vasos segmentares. Em razão de sua íntima associação com o tronco, a região cervical posterior, suas vértebras e os músculos cervicais posteriores e profundos também são descritos. As escápulas, embora localizadas no dorso, são parte do esqueleto apendicular e são apresentadas junto com o membro superior. A avaliação dos tecidos moles do dorso deve ser precedida por exame das vértebras e dos discos intervertebrais fibrocartilagíneos interpostos entre os corpos de vértebras adjacentes. O conjunto das vértebras e dos discos IV forma a coluna vertebral (espinha), o esqueleto do pescoço e do dorso, que é a principal parte do esqueleto axial (isto é, os ossos articulados do crânio, coluna vertebral, costelas e esterno). A coluna vertebral estende-se do crânio até o ápice cio cóccix. No adulto, tem 72-75 cm de comprimento, sendo aproximadamente um quarto formado pelos discos IV, que estão situados entre as vértebras e as mantêm unidas. A coluna vertebral: · Protege a medula espinal e os nervos espinais; · Sustenta o peso do corpo superior ao nível da pelve; · Garante um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo e uma base alargada sobre a qual a cabeça está posicionada e gira; · Tem um papel importante na postura e locomoção (o movimento de um local para outro). MOORE, Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. COLUNA VERTEBRAL A coluna vertebral é uma estrutura constituída de 33 vértebras, sendo 24 vértebras móveis, subdivididas entre os grupos cervical (7), torácico (12), lombares (5) e 9 vértebras fixas, subdivididas em 5 sacrais e 4 coccígeas. As vertebras são subdivididas em grupos, pois possuem típicas entre os grupos de vértebras. Mas sabe-se que dentro do mesmo grupo, algumas vértebras apresentam características próprias, sendo chamadas de atípicas. Os movimentos da coluna são amplos, podendo estabelecer a rotação do tronco, a flexão lateral e a flexão e extensão em sentido antero-posterior. As vértebras aumentam o tamanho e espessura até o sacro, quando então diminuem sua espessura e tamanho. Isso acontece pelo sistema de distribuição de peso do corpo, que após o sacro passa para os membros inferiores. A coluna vertebral é usada anatomicamente como referência para nivelar estruturas importantes presentes no tronco. Dessa forma, sabe-se, por exemplo, que a sínfise xifoesternal está na altura de T10 (décima vértebra torácica), e que o umbigo está aproximadamente no nível de L3 (terceira vértebra lombar), servindo como um elemento de nivelamento. A coluna é formada por dois tipos de curvatura, as curvaturas primárias (torácica e sacral) e as curvaturas secundárias (cervical e lombar). As curvaturas primárias apresentam a mesma direção da curvatura da coluna fetal, e são formadas pela diferença da altura entre as partes anteriores e posteriores dos corpos vertebrais. Já as curvaturas secundárias são formadas posteriormente pela diferença de espessura entre as partes anteriores e posteriores dos discos intervertebrais. Quando temos as curvaturas primárias em excesso chamamos essa patologia de cifose, quando há uma curvatura secundária em excesso chamamos de lordose, e caso a coluna tenha uma curvatura adicional para as laterais, é nomeada de escoliose. As vértebras possuem estruturas típicas: possuem um corpo vertebral (local de articulação com os discos) e um arco vertebral posteriormente ao corpo. Juntamente com a superfície posterior do corpo da vértebra ele forma o forame vertebral. A junção dos forames vertebrais das vértebras forma um canal vertebral. A estrutura que liga o corpo ao arco recebe o nome de pedículo, comunicando o corpo às lâminas do arco vertebral. Das laminas se originam processos muito importantes, sendo eles: Processo espinhoso: formado pela junção das lâminas Processos transversos: formados pela junção do pedículo com a lâmina Processos articulares: processos que articulam com as vértebras adjacentes. As vértebras também possuem incisuras vertebrais superior e inferior nas bordas do seu pedículo, que se unindo com a incisura da vértebra adjacente, seus corpos vertebrais e o disco intervertebral forma um forame intervertebral para a passagem das raízes nervosas da medula. As articulações das vértebras são feitas entre seus corpos através dos discos intervertebrais, sendo uma juntura do tipo sínfise (composto de anel fibroso e núcleo pulposo), e entre seus processos articulares, sendo uma articulação do tipo sinovial plana. MOORE, Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. VÉRTEBRAS CERVICAIS São divididas em típicas e atípicas. As vértebras típicas são de C3 a C6, as vértebras atípicas são C1, C2 e C7. As características que as diferenciam das outras vértebras são a presença de um forame transverso ou transversário que dá passagem aos vasos vertebrais (exceto em C7) e a presença de um processo espinhoso bífido para a inserção do ligamento nucal. A vértebra C1 é chamada de atlas. Ela não apresenta corpo vertebral, nem processo espinhoso, sendo composta de duas massas laterais ligadas por arcos anterior e posterior. No arco posterior está presente um sulco para a artéria vertebral, onde passam a artéria vertebral e nervo C1. A vértebra C2 é chamada de Áxis/ Epistrofeu. A sua característica que a difere de uma vértebra cervical típica é a presença de um dente do áxis (processo odontóide) para articular com o atlas. As vértebras de C3 a C6 são típicas. Elas possuem um forame vertebral triangular que aloja a intumescência da medula, possuem também processos espinhosos bífidos para inserção do lig. da nuca, O tubérculo anterior de C6 é muito proeminente, sendo chamado, muitas vezes, de Tubérculo carótico ou de Chassaignac, podendo comprimir a artéria carótida comum. Nas vértebras cervicais também notamos o uncus ou processo uncinado, que é uma elevação das margens superiores dos corpos vertebrais. A vértebra C7 é atípica e chamada de vértebra proeminente. Ela possui um processo espinhoso longo e único e seus forames transversos são atravessados vv. Vertebrais, uma vez que não passa a a. vertebral. VÉRTEBRAS TORÁCICAS As vértebras torácicas chamam a atenção porque elas têm a presença das fóveas costais, que fazem a sua articulação com as costelas. No corpo vertebral articula-se a cabeça da costela e no processo transverso o tubérculo da mesma. Elas são separadas em típicas (T2 a T8) e atípicas (T1, T9, T10, T11 e T12) de acordo com o formato da fóvea de articulação com a costela correspondente. O típico é ter duas hemifóveas articulares no corpo, uma superior e uma inferior, e uma fóvea completa em seu processo transverso. Todas as vértebras que possuem fóveas articulares diferente disso são consideradas atípicas. O corpo vertebral das vértebras torácicas tem formato de rim/feijão/coração e seu processo espinhoso inclina-se em direção inferior, sobrepondo-se ao da vértebra inferior. Como conceito, temos que a face articular inferior da costelaarticula com a fóvea costal superior de mesmo número, e a face articular superior da costela articula com a fóvea costal inferior da vertebra de número menor. VÉRTEBRAS LOMBARES Nas vértebras lombares não há divisão típicas ou atípicas. Nelas, o forame vertebral é triangular e aloja outra intumescência da medula. Essas vertebras possuem os processos espinhosos curtos em forma de machadinha e seus processos transversos, devido a semelhança com as costelas, são chamados de processos costiformes. Elas possuem também os processos mamilares, que emergem a partir dos processos articulares superiores para posterior, e os processos acessórios, a partir da junção do processo transverso com os pedículos. SACRO O sacro é formado por 5 vértebras fundidas, seu estudo é dividido em faces. A face anterior (pélvica) é côncava e lisa, onde são visíveis forames sacrais para passagem dos ramos anteriores dos nn. sacrais, e também linhas transversas apresentando o local da junção das vértebras. A base do sacro possui o promontório, sendo a parte mais anterior da superfície superior do corpo da 1º vertebra sacral, um local de referência obstétrica e centro de gravidade do corpo, e na base também é notável as asas do sacro, iniciando o local da junção do sacro com os ossos ilíacos, feito pela face lateral desse osso. A face posterior do sacro (dorsal) é convexa e rugosa, possuindo a crista sacral mediana, formada pela junção dos processos espinhosos, o sulco sacral lateral à essa crista, sendo formado pela fusão das lâminas; as cristas sacrais mediais, sendo a fusão dos processos articulares das vértebras sacrais, e terminando nos cornos sacrais que articulam com os cornos coccígeos. São visíveis também os forames sacrais posteriores por onde saem os ramos posteriores dos nervos sacrais, e as cristas sacrais laterais formadas pela fusão dos processos transversos dessas vertebras. Nessa região também chama a atenção o Hiato sacral, feito pela não formação de lâmina e processo espinhoso da última vertebra sacral, sendo preenchido por cartilagem e um local possível para aplicação de anestesia caudal. No sacro também observamos o canal sacral, que tem como conteúdo o saco dural, filamento de dura máter, cauda equina e filum terminale. Articulações das vértebras: Disco intervertebral: se localiza entre os corpos vertebrais, é uma articulação cartilaginosa do tipo sínfise, composta por fibrocartilagem; Articulações zigoapofisárias: articulação entre os processos articulares das vértebras, do tipo sinovial plana (permite somente deslizamento). Articulações atlanto-axiais: Articulação atlantooccipital – sinovial condilar; Articulação antlantoaxial mediana – sinovial trocoidea; Articulações atlantoaxiais laterais (zigoapofisárias) - processos articulares, sinoviais planas. Medula espinhal: MÚSCULOS DO DORSO NETTER, Frank Henry. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Camada média: Serrátil Posterior Superior: Origem: processos espinhos de C7 a T3 Inserção: 2ª a 4ª costelas Ação: Eleva as costelas Serrátil Posterior Inferior: Origem: processos espinhosos de T11 a L2 Inserção: 9ª a 12ª costelas Ação: Rebaixar as costelas OBS: A função dos serráteis posteriores é controversa. Enquanto alguns afirmam que seriam adjuvantes na ventilação mecânica, auxiliando, respectivamente, na inspiração e expiração, alguns autores defendem que esses músculos atuam somente na inspiração ou sequer influenciam nos músculos respiratórios, tendo função puramente proprioceptiva (captar os movimentos do corpo para torna-los perceptíveis à nossa consciência). Camada superficial da camada profunda (esplênios): Esplênio da cabeça: Origem: processos espinhosos de C7 a T3 Inserção: processo mastoide Ação: bilateralmente estende a cabeça, unilateralmente faz flexão lateral e gira a cabeça para o mesmo lado. Esplênio do pescoço: Origem: processos espinhosos de T3 a T6 Inserção: processos transversos de C1 a C3 Ação: bilateralmente estende o pescoço, unilateralmente faz flexão lateral e gira o pescoço para o mesmo lado. Camada média da camada profunda (eretor da espinha): O músculo eretor da espinha é composto pelos músculos espinhal, longuíssimo e iliocostal, e tem a ação de extensão da coluna bilateralmente e flexão lateral da coluna unilateralmente. Camada profunda da camada profunda (transversoespinhais): Múltifido: Estabiliza a coluna Rotadores: Estabilizam a coluna e auxiliam na extensão e rotação Semiespinal da cabeça, do pescoço e do tórax: Estabilizam a coluna e auxiliam na extensão e rotação Trígono suboccipital: abriga o arco posterior do atlas e a artéria vertebral. ANEXOS: Nunca se esqueça que você pode: · Começar de novo; · Começar tarde; · Tentar e falhar; · Ter dúvidas; · Agir diferente; · Ter medo; E mesmo assim ter SUCESSO no final. BONS ESTUDOS!