Prévia do material em texto
Curso: Engenharia de Energia Disciplina: Centrais Hidrelétricas e Aproveitamentos Atividade 02 Felipe Borges Gomes Felipe Galileu Martins Matheus Henrique Cavalheiro Garros Dourados, Outubro de 2020 1 Introdução Segundo Souza (1999), denomina-se curva de massas, de volumes acumulados ou di- agrama de Rippl o gráfico dos valores acumulados do volume dos afluentes ou deflúvio, dV = Qdt, sendo essa, a curva integral do fluviograma, desde a origem do sistema até o tempo respectivo. V = ∫ tf ti Qdt ∼= tf∑ ti Qi∆ti (1) A curva pode ser traçado utilizando diversas escalas de tempo como dias, meses ou anos. Assim, o coeficiente angular da reta que liga o primeiro ao último ponto corresponde a vazão média no período analisado, bem como coeficientes maiores de referem a valores maiores que a média, e menores coeficientes a valores menores. O volume compreendindo entre os pontos de maior e menor volume dentro do diagrama de Rippl é chamado de volume útil - Vu, e representa o volume que, se armazenado no reservatório do afluente, poderia ser usado durante o período afim de fornecer a vazão média Q̄. O diagrama de Rippl ainda permite determinar o período crítico do reservatório, a vazão média desse período e a realização de estudos sobre a regularização da vazão. Para realização dessas análises, as seguintes equações são necessárias: Volumes acumulados, em m³: j∑ i=1 Vi = a j∑ i=1 Qi (2) Volumes acumulados adimensionais, em pu: j∑ i=1 V ∗i = ∑j i=1 Vi aQ̄ = ∑j i=1 Qi Q̄ (3) Volumes acumulados diferenciais, em m³: j∑ i=1 ∆Vi = j∑ i=1 Vi − Q̄ai = ( j∑ i=1 Qi − Q̄i)a (4) Volumes acumulados diferenciais adimensionais, em m³: j∑ i=1 ∆V ∗i = ∑j i=1 ∆Vi Q̄a = ∑j i=1Qi Q̄ − i = j∑ i=1 V ∗i − i (5) Volumes útil do reservatório, em m³: Vu = (∆V ∗ c − ∆V ∗v )Q̄a (6) Período crítico, em meses: Tcr = v − c (7) Vazão média crítica, em m³/s: Q̄cr = (∆V ∗c + ∆V ∗ v + c− v)Q̄ c− v (8) 1 Para a regularização das vazões, a partir do diagrama de Rippl é possível aplicar o método de Conti-Varlet, ou fio distendido, onde os pontos máximos e mínimos entre a curva de Rippl e a curva de Ripple deslocada são traçados. A curva de Rippl deslocada é calculada adicionando-se o volume útil diferencial adimensional aos valores que compõem a curva de Rippl diferencial adimensional. Volume útil diferencial adimensional: V ∗u = Vu Q̄a (9) Após as retas ligando os máximos e mínimos serem traçadas, é possível calcular a vazão regularizada para cada período. Sendo: Vazão regularizada adimensional, em pu: Q∗fi = ∆V ∗f − ∆V ∗i + if − ii if − ii (10) Para a obtenção da vazão regularizada dimensional, basta-se multiplicarQ∗fi pela vazão média Q̄. 2 Desenvolvimento Utilizando os dados do rio Turvo, para um período mínimo de 10 anos, como indicado por Souza (1999), foi possível a realização dos cálculos afim de plotar os gráficos a seguir. Para o diagrama de Rippl Dimensional, a reta pontilhada ligando o primeiro e o ultimo ponto simboliza a vazão média, como explicitado anteriormente, e as retas paralelas a mesma que tangencial os valores máximos e mínimos da curva de Rippl representam o intervalo do volume útil. A partir da análise do diagrama, foi constatado que o volume útil estava entre os pontos 23 e 96 (período crítico), ou seja, entre os meses 23 e 96 da amostra analisada. Figura 1: Rippl Dimensional Do diagrama diferencial, Figura 2, foi possível notar que, os pontos escolhidos anteri- ormente estavam de acordo com os mínimos e máximos volumes do intervalo. 2 Figura 2: Rippl Adimensional Diferencial O diagrama de Conti-Varlet, Figura 3, com a curva de Rippl deslocada, permite anali- sar os intervalos a serem regularizados para o reservatório. Ligando os pontos máximos e mínimos pelo método do menor caminho foi possível determinar que seriam necessários 4 intervalos de regularização. Como notado, para o diagrama de Conti-Varlet, os dados fo- ram extrapolados até o mês 140, afim se obter um ponto de referência para regularização, no caso, o primeiro ponto no mês 0. Figura 3: Diagrama de Conti-Varlet A Tabela 1 demonstra o procedimento de cálculo realizado afim de se obter os dados para regularização das vazões para cada instante. Por fim, a Figura 4 mostra as vazões regularizadas em função do tempo adimensional acumulado dos intervalos selecionados do diagrama de Conti-Varlet. 3 Tabela 1: regularização das vazões pontof (mês) 37,00 70,00 96,00 142,00 pontoi (mês) 0,00 37,00 70,00 96,00 V ADAf -1,57 11,77 5,29 5,29 V ADAi 5,29 -1,57 11,77 5,29 Duração (meses) 37,00 33,00 26,00 46,00 Duração (pu) 0,26 0,23 0,18 0,32 Vazão regularizada (pu) 0,81 1,40 0,75 1,00 Vazão regularizada (m³/s) 35,42 61,05 32,62 43,47 Vazão (m³/s) (ordenada) 61,05 43,47 35,42 32,62 Duração (pu) 0,18 0,44 0,05 0,32 Duração acumulada (pu) 0,18 0,63 0,68 1,00 Figura 4: Vazões regularizadas A Tabela 2 fornece o resumo de todos os dados obtidos com os métodos de análise aplicados. 4 Tabela 2: Resumo dos dados obtidos Item Resposta Comentário Vazão mínima mensal (m³/s) 15,39 Valor mínimo obtido para o histórico de dados analisado, sem qualquer tipo de regularização, verifica-se que esse valor é muito baixo em comparação aos valores que são possíveis de se obter caso as vazões fossem regularizadas. Vazão máxima mensal (m³/s) 100,76 Vazão máxima obtida de forma natural no curso do rio, observa-se que seu valor é mais de 6 vezes maior que o valor mínimo, impedindo o projeto adequado para as máquinas operarem sem qualquer tipo de regularização. Vazão média mensal (m³/s) 43,47 Vazão média para o curso natural do recurso analisado, sem qualquer tipo de regularização com a finalidade de proporcionar um ambiente mais adequado para geração e conversão de energia. Volume útil (m³) 1,62E+09 Volume armazenado no reservatório da usina, afim de fornecer a vazão média durante todo o período analisado. Período crítico (mês) 73 Intervalo de tempo entre as vazões acumuladas máximas e mínimas do reservatório analisado. Vazão crítica (m³/s) 41,22 Vazão média para o período critico. QCR>Q(48%), portanto, a usina precisaria de um reservatório muito bem projetado afim de obter vazões com frequências anuais tão baixas durante os períodos críticos do reservatório. Vazão regularizada máxima - mínima (m³/s) 61,05 - 32,62 Com armazenamento tem-se vazões mais constantes que varia 61,05 - 32,62, sendo em torno de apenas 2 vezes maior a vazão máxima em relação a mínima, isso faz que se gere energia de forma mais constante comparado à uma usina sem armazenamento e permite o projeto para maior aproveitamento do maquinário instalado. 5 3 Referências SOUZA, Z.; SANTOS, A. H. M.; BORTONI; E. C. Centrais Hidrelétricas – Es- tudos para Implantação. Rio de Janeiro: ELETROBRÁS, 1999. 6
Compartilhar