Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
COLÉGIO ESTADUAL COLÔNIA DONA LUIZA LUIZ OTÁVIO DE OLIVEIRA SANTOS – 19 Proteínas, lipídios, carboidratos e ácidos nucleicos Ponta Grossa 2019 Proteínas Quimicamente, as proteínas são polímeros de alto peso molecular (acima de 10.000), cujas unidades básicas são os aminoácidos, ligados entre si por ligações peptídicas. As propriedades de uma proteína são determinadas pelo número e espécie dos resíduos de aminoácidos, bem como pela sequência desses compostos na molécula. Nem todos os aminoácidos participam necessariamente de uma proteína, mas a maioria desses compostos contém na molécula grande proporção de um mesmo aminoácido. Alguns aminoácidos são encontrados em poucas proteínas, porém em concentrações elevadas. É o caso da hidroxiprolina, pouco distribuída na natureza, mas constituindo ao redor de 12% da estrutura do colágeno. A síntese de proteínas ocorre nas células vivas sob a influência de sistemas enzimáticos, e a ligação peptídica é repetida, formando cadeias longas de resíduos de aminoácidos. A condensação de menor número de aminoácidos forma compostos de peso molecular relativamente baixo (até 10.000), chamados peptídeos. Os peptídeos são compostos cuja complexidade de estrutura está situada entre os aminoácidos e as proteínas, sendo classificados, de acordo com o número de unidades de aminoácidos de que são formados, em di-, tri-, tetrapeptídeos e assim por diante. Se o composto for formado por menos de dez unidades de aminoácidos, são denominados oligopeptídeos, ficando reservada a denominação polipeptídeos para os compostos com mais de dez unidades. As estruturas e propriedades das proteínas e dos peptídeos também são diferentes; em geral os peptídeos, ao contrário das proteínas, possuem cadeia reta, são solúveis em água, não coagulam pelo calor e não precipitam em soluções saturadas de sulfato de amônio. Todas as proteínas são constituídas de carbono, hidrogênio, oxigênio nitrogênio e enxofre e possuem composição muito semelhante: 50% a 55% de carbono, 6% a 8% de hidrogênio, 20% a 24% de oxigênio, 15% a 18% de nitrogênio e de 0,2% a 0,3% de enxofre. Existem proteínas nas quais o teor de enxofre pode chegar a 5%. Muito raramente as proteínas contêm fósforo. A estrutura das proteínas Quanto a estrutura, quatro tipos devem ser considerados para a definição da estrutura das proteínas: estrutura primária, secundária, terciária e quaternária. A estrutura primária de uma proteína se refere apenas à sequência dos aminoácidos na sua cadeia peptídica, sem levar em consideração outros tipos de ligações, como interações causadas por forças de Van der Waals, ou ligações de hidrogênio, nessas cadeias, o aminoácido correspondente ao terminal nitrogenado, ou seja, o aminoácido contendo o grupo amínico ou imínio livre, é denominado N-aminoácido, e o aminoácido correspondente ao terminal com o grupo carboxila livre é denominado C-amino-ácido. Algumas proteínas são constituídas por mais de uma cadeia peptídica, unidas por ligações dissulfídicas. A estrutura primária é a única que pode ser determinada por meio de reações químicas, mas as dificuldades apresentadas por essas reações fizeram com que, até hoje, apenas algumas proteínas tivessem as suas estruturas primárias completamente elucidadas. Da sequência de aminoácidos, que é única para as proteínas, dependem as outras estruturas. Os aminoácidos que compõem a cadeia peptídica podem ser facilmente identificados pela hidrólise total da proteína e separação dos produtos resultantes, o que, no entanto, não oferece qualquer indício da ordem em que esses aminoácidos se situam na cadeia. Na estrutura secundária, resultados de análises por difração de raios X mostram que as cadeias peptídicas não são esticadas, mas torcidas, dobradas ou enroladas sobre si mesmas, podendo então adquirir várias conformações. Entre estas conformações, as de menor energia livre e, portanto, as mais estáveis, são aquelas nas quais todos os grupos –NH das ligações peptídicas estão unidos aos grupos –C=O por ligações de hidrogênio, o que leva à formação de duas organizações para as quais são propostas duas estruturas: uma, semelhante a uma folha de papel pregueada, estabilizada por ligações de hidrogênio intermoleculares, e a organização α-hélices, na qual as cadeias peptídicas formam hélices contendo em cada volta de 3 a 5 unidades de aminoácidos, e que são estabilizadas por ligações de hidrogênio intramoleculares. As α-hélices podem estar voltadas para a esquerda ou para a direita, e as cadeias dos resíduos de aminoácidos são projetadas para fora, em direção perpendicular ao eixo da hélice, formando uma estrutura histericamente mais desimpedida e, portanto, mais estável. A estrutura terciária se refere a posteriores dobras e enrolamentos que as cadeias peptídicas sofrem, resultando em uma estrutura complexa e mais compacta para as proteínas. A estabilização dessa estrutura é atribuída a ligações covalentes, como por exemplo, ligações -S-S- em proteínas ricas em aminoácidos contendo enxofre e, inclusive, em ligações eletrovalentes causadas pela atração que as cadeias laterais carregadas positiva e negativamente exercem entre si. Uma proteína natural pode ser formada por duas ou mais cadeias peptídicas associadas. Nesta associação, denominada estrutura quaternária das proteínas, estão envolvidas as mesmas ligações das estruturas secundárias e terciárias, com exceção das ligações covalentes. A conformação tridimensional das proteínas não é alterada em meio aquoso ou em soluções diluídas de sais, propriedade essa muito importante, uma vez que as reações biológicas das proteínas se dão nesses meios. A estrutura quaternária surge apenas nas proteínas oligoméricas. A formação da estrutura quaternária é principalmente devida às superfícies hidrofóbicas das proteínas, como na figura abaixo: A importância das proteínas A proteína é um nutriente indispensável, pois funciona como matéria prima para nosso organismo, atuando na construção de massa magra e manutenção das nossas funções fisiológicas e metabólicas. São encontradas em todas as estruturas do nosso corpo e, a partir delas, construímos músculos, tecidos, cabelo, unha, hormônios, anticorpos e outras estruturas celulares. Os principais tipos de proteínas são: Anticorpos: atuam na defesa do organismo, protegendo-o do ataque de bactérias, vírus e outras substâncias nocivas e estranhas. Trombina e o fibrinogênio: outras proteínas de defesa, atuam na coagulação do sangue e previnem a perda sanguínea quando ocorrem cortes e ferimentos. Insulina: é a proteína responsável por regular a taxa de glicose no sangue. Albumina: proteína presente no ovo e que tem a função de nutrir o embrião. Proteínas estruturais: são aquelas que sustentam a estrutura dos tecidos, como o colágeno (que constitui a cartilagem), a queratina (que atua nos cabelos, unhas e pelos) e a elastina (responsável pela estrutura da pele). Hemoglobina: é a proteínaque transporta o oxigênio para os tecidos Globina: proteína que compõe a molécula de hemoglobina. Lipídios Os lipídios são moléculas orgânicas formadas a partir de ácidos graxos e álcool que desempenham importantes funções no organismo dos seres vivos, estas moléculas orgânicas são formadas a partir da associação entre ácidos graxos e álcool. Não são solúveis em água, mas se dissolvem em solventes orgânicos, como a benzina e o éter, apresentam coloração esbranquiçada ou levemente amarelada.Os lipídios são classificados em simples, compostos e derivados. Os lipídios simples são compostos que por hidrólise total dão origem somente a ácidos graxos e álcoois. Esta categoria inclui os óleos e gorduras, representados pelos ésteres de ácidos graxos e glicerol, sendo denominados acilgliceróis; e as ceras, ésteres de ácidos graxos e monohidroxi álcoois de alto peso molecular geralmente de cadeia linear. Os lipídios compostos são aqueles que contêm outros grupos na molécula, além de ácidos graxos e alcoóis. Este grupo inclui os fosfolipídios (ou fosfatídeos), que consistem de ésteres de ácidos graxos, que contêm ainda na molécula ácido fosfórico é um composto nitrogenado; e os cere-brosídios (ou glicolipídios), compostos formados por ácidos graxos, um grupo nitrogenado e um carboidrato. São chamados lipídios derivados as substâncias obtidas na sua maioria por hidrólise dos lipídios simples e compostos. Este grupo inclui ácidos graxos; alcoóis, como glicerol, alcoóis de cadeia reta de alto peso molecular, e esteróis; hidrocarbonetos; vitaminas lipossolúveis; pigmentos; e compostos nitrogenados, entre os quais colina, serina, esfingosina e aminoetanol. A importância dos lipídios Um dos principais papéis dos lipídios no organismo é o fornecimento de energia. No entanto, antes de utilizar a energia deles, as células dão preferência para os carboidratos. Outras funções que os lipídios exercem são: ● Compõem as membranas celulares. ● Protegem os órgãos de choques. ● Mantêm a temperatura corporal, agindo como um isolante térmico. ● Transportam as vitaminas A, D, E e K (lipossolúveis). ● Colaboram para a formação dos hormônios. ● Ajudam a evitar a desidratação. ● Propiciam saciedade (o que ajuda a reduzir o índice glicêmico). A melhor classificação para os lipídios é aquela baseada na presença ou não de ácidos graxos em sua composição. Os lipídios com ácidos graxos em sua composição são saponificáveis, pois reagem com bases formando sabões. São as biomoléculas mais energéticas, fornecendo acetil-coA para o Ciclo de Krebs.As duas substâncias mais conhecidas dessa categoria orgânica são as gorduras e os óleos. Se por um lado, esses dois tipos de lipídios preocupam por estarem associadas a altos índices de colesterol no sangue, por outro, eles exercem importantes funções no metabolismo e são fundamentais para a sobrevivência da maioria dos seres vivos. Um dos papéis dos lipídios é o de funcionar como eficiente reserva energética. Ao serem oxidados nas células, geram praticamente o dobro da quantidade de calorias liberadas na oxidação de igual quantidade de carboidratos. Outro papel dos lipídios é o de atuar como eficiente isolante térmico, notadamente nos animais que vivem em regiões frias. Depósitos de gordura favorecem a flutuação em meio aquático; os lipídios são menos densos que a água. Os ácidos graxos são componentes orgânicos produzidos a partir da quebra das gorduras e são usados como energia pelas células. Essas são substâncias que não são produzidas pelo nosso organismo e precisam ser obtidas a partir da ingestão de alguns alimentos, como peixes e óleos vegetais. Existem quatro tipos de ácidos graxos: Monoinsaturados: é um tipo de ácido graxo composto por gorduras boas e que contêm ômega 9, que ajudam a reduzir os níveis de colesterol ruim (LDL) no sangue e, por isso, é benéfico para prevenir doenças cardiovasculares. Alimentos fontes de monoinsaturados: abacate, azeite de oliva, nozes, óleos vegetais, azeitona, gergelim, amêndoa, aveia, castanhas e pistache. Polinsaturados: é o tipo de gordura insaturada que colabora para aumentar a taxa de colesterol bom (HDL) e diminuir a taxa do colesterol ruim (LDL) e ainda combate inflamações. Alimentos fontes de poli insaturados: óleos vegetais, óleos de peixe, amêndoa, castanha, gergelim e pequenas quantidades na gordura da carne e do leite. Ácidos graxos saturados: a gordura saturada é composta por gorduras ruins, que aumentam os níveis de colesterol LDL no sangue. Por isso, devem ser consumidos com moderação. Alimentos fontes de ácidos graxos saturados: óleo de coco e de dendê, carnes gordas, bacon, banha, manteiga, alguns queijos e óleos vegetais reutilizados. Ácidos graxos trans: A gordura trans é composta por gorduras hidrogenadas, que são maléficas por aumentarem os níveis de colesterol ruim (LDL) e diminuem o colesterol bom (HDL). A gordura trans pode ser mais prejudicial à saúde que os ácidos graxos saturados. Alimentos fontes: frituras, margarinas, molhos de salada, biscoitos, chocolates, pães, cremes, sorvetes, maionese e sobremesas prontas. Carboidratos Carboidratos são as moléculas orgânicas mais numerosas do planeta Terra. É em um carboidrato que o carbono inorgânico disponível na atmosfera é incorporado por meio da fotossíntese. Os seres fotossintetizantes, como as plantas, capturam CO2 e H2O e transformam em glicose, um carboidrato que fornecerá energia para este ser. A partir deste carboidrato, o carbono estará disponível nas células vegetais para a construção de outras moléculas orgânicas, como proteínas e lipídios. Toneladas deles são construídos diariamente através da fotossíntese. São constituídos principalmente de carbono, hidrogênio e oxigênio, mas podem possuir outros elementos como nitrogênio, fósforo e enxofre. Podem possuir ainda, grupos aldeídos, chamados de aldoses e grupos cetonas, chamados de cetoses. Podemos chamá-lo também de sacarídeos, que vem do grego sakcharon (açúcar). Podemos dividi-los em três classes: ● Os monossacarídeos são açúcares simples que possuem de 2 a 7 carbonos em sua estrutura. A glicose é um exemplo de monossacarídeo composto por seis carbonos (hexose). Eles não sofrem hidrólise, já é a unidade mínima de um composto. ● Oligossacarídeos: compostos por dois até vinte monossacarídeos. Eles se ligam por ligações chamadas glicosídicas. Quando possuem apenas dois monômeros, chamamos de dissacarídeo. Um exemplo clássico de dissacarídeo é a sacarose. Os oligossacarídeos sofrem hidrólise quando precisam virar unidades simples, na digestão, por exemplo. Exemplos: lactose e maltose. ● Polissacarídeos: compostos por muitas unidades de monossacarídeos, ou seja, são polímeros com mais de vinte monômeros em sua composição, chegando a centenas e até milhares deles. Exemplos: amido, glicogênio e celulose. A importância dos carboidratos Os carboidratos são a principal fonte de energia de um organismo humano. São também responsáveis por atividades corriqueiras como andar, correr e trabalhar. Seu consumo é vitalpara a existência. Desempenha diversas funções em um organismo, entre elas a nutrição das células do sistema nervoso central. O corpo vai usar todos os artifícios para manter essas células alimentadas, pois o suprimento de glicose não pode parar. Com a diminuição de carboidratos da dieta, o organismo passa a usar as proteínas para produzir energia, causando possível perda da massa muscular. A ingestão correta de carboidrato previne o uso da proteína muscular. Ácidos Nucleicos Os ácidos nucleicos, DNA e RNA, são moléculas que contêm as instruções de como fazer o organismo. Elas são formadas de nucleotídeos, que são uma base nitrogenada, um fosfato e uma pentose ligados. Existe uma “versão” dessas moléculas sem o fosfato chamada de nucleosídeo.Apesar de o DNA e o RNA serem polímeros de nucleotídeos, existem duas diferenças fundamentais entre eles. A primeira está na pentose: o RNA possui uma ribose, enquanto a pentose do DNA é igual à ribose mas sem uma hidroxila, ou seja, uma desoxirribose. Além disso, existem cinco bases nitrogenadas que formam os ácidos nucleicos: timina (T), adenina (A), citosina (C), uracila (U) e guanina (G). É importante saber que as bases que existem no DNA são A, G, T e C. Não existe uracila no DNA. Do mesmo modo, as bases que existem no RNA são A, G, C e U. Não existe timina no RNA. A importância dos ácidos nucleicos Os ácidos nucléicos são as biomoléculas mais importantes no que diz respeito ao controle celular e informação genética, compondo e armazenando os processos de transmissão do DNA e RNA, responsáveis também pela transmissão da herança biológica: as moléculas que regem a atividade da matéria viva, tanto no espaço (coordenando e dirigindo a química celular por meio da síntese de proteínas) como no tempo (transmitindo os caracteres biológicos de uma geração a outra, nos processos reprodutivos). Referências Bibliográficas: Proteínas. Disponível em: <https://www.todabiologia.com/saude/proteinas.htm>. Acesso em: 03 de Setembro de 2019. Lipídios, gorduras essenciais para o nosso corpo. Disponível em: <https://www.jasminealimentos.com/wikinatural/lipidios-por-que-as-gorduras-s ao-essenciais-para-o-nosso-corpo/>. Acesso em: 04 de Setembro de 2019. Carboidratos. Disponível em: <https://www.infoescola.com/nutricao/carboidratos/>. Acesso em: 03 de Setembro de 2019. A importância dos carboidratos. Disponível em: <https://www.minhavida.com.br/alimentacao/materias/4608-a-importancia-dos -carboidratos>. Acesso em: 04 de Setembro de 2019. Extração e purificação de ácidos nucleicos. Disponível em: <https://www.prolab.com.br/blog/curiosidades/acidos-nucleicos-o-que-sao-qua l-funcao-e-como-e-feita-extracao-e-purificacao/>. Acesso em: 04 de Setembro de 2019. ALBERTS, B; et al. Fundamentos da Biologia Celular. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. 52 p. NELSON, David L.; OX, Michael M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 5o ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 235 p. NELSON, David L.; COX, Michael M. Princípios de Bioquímica: Lehninger. ArtMed, 2014.
Compartilhar