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Nutrição Parenteral P R O F. ª LU C I A N A N I C O L AU A R A N H A U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D O R I O D E J A N E I R O C C S - I N S T I T U TO D E N U T R I Ç Ã O J O S U É D E C A S T R O D I S C I P L I N A : PATO LO G I A D A N U T R I Ç Ã O E D I E TOT E R A P I A I E-mail:luciana_nicolau@hotmail.com Regulamento Técnico para Terapia Nutricional Parenteral Portaria nº272 – 8 de abril de 1998 - ANVISA • Regime: - Hospitalar - Ambulatorial - Domiciliar • Objetivo: síntese ou manutenção de tecidos, órgãos e sistemas. Aprovar o Regulamento Técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Parenteral Portaria 272, de 08 de abril de 1998 “exige o comprometimento e a capacitação de uma equipe multiprofissional para garantia da sua eficácia e segurança para os pacientes” Médico Nutricionista EnfermeiroFarmacêutico Portaria 272, de 08 de abril de 1998 A TNP deve abranger, obrigatoriamente, as seguintes etapas: • Indicação e prescrição médica. • Preparação: avaliação farmacêutica, manipulação, controle de qualidade, conservação e transporte. • Administração. • Controle clínico e laboratorial. • Avaliação final. Regulamento Técnico para Terapia Nutricional Parenteral Condições específicas • Médico → responsável pela indicação e prescrição da NP. • Farmacêutico → responsável pela preparação e manutenção da qualidade da NP até a sua entrega ao profissional responsável pela administração. • Enfermeiro → responsável pela administração. • Nutricionista → responsável pela avaliação nutricional dos pacientes submetidos a NP. Atribuições do Nutricionista • Avaliar os indicadores nutricionais subjetivos e objetivos, com base em protocolo preestabelecido, de forma a identificar o risco ou a deficiência nutricional e a evolução de cada paciente, até a alta nutricional estabelecida pela EMTN. • Avaliar qualitativa e quantitativamente as necessidades de nutrientes baseadas na avaliação do estado nutricional do paciente. • Acompanhar a evolução nutricional dos pacientes em TN, independente da via de administração. • Garantir o registro, claro e preciso, de informações relacionadas à evolução nutricional do paciente. • Participar e promover atividades de treinamento operacional e de educação continuada, garantindo a atualização dos seus colaboradores. Portaria n.º 272, de 08 de abril de 1998 - ANVISA Nutrição Parenteral “Solução ou emulsão, composta basicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril e apirogênica, acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à administração intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas”. Definição Portaria n.º 272, de 08 de abril de 1998 - ANVISA Terapia Nutricional Parenteral “Conjunto de procedimentos terapêuticos para a manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio de nutrição parenteral”. Portaria n.º 272, de 08 de abril de 1998 - ANVISA Definição Nutrição Parenteral Nutrição Parenteral Total (NPT) ou Central (NPC) → administrada por meio de um cateter colocado em uma veia grande e de alto fluxo sanguíneo, como a veia cava superior. Nutrição Parenteral Periférica (NPP) → administrada em uma veia pequena, tipicamente na mão ou no antebraço. Tipos (Waitzberg, 2009; Krause et al.,2018) Indicações •A principal indicação de terapia de nutrição parenteral é suprir as necessidades nutricionais e metabólicas de pacientes que não podem ser alimentados adequadamente por via oral ou por sonda enteral. Waitzberg, 2009; BRASPEN 2018 Indicações Gerais Waitzberg, 2009 • Pré-operatório: principalmente pacientes desnutridos (15% de perda de peso), com necessidade de jejum por mais de 1 semana ou doença obstrutiva do trato gastrointestinal. •Complicações no pós operatório: fístulas intestinais, íleo prolongado e infecção peritoneal. •Pós-trauma: lesões múltiplas, queimaduras graves, infecção •Desordens gastrointestinais: vômitos crônicos, diarreia intensa, doença intestinal (infecciosa ou inflamatória), fístulas de alto débito (>500ml). • Insuficiências orgânicas: câncer, doença hepática e renal. Contra indicações Waitzberg, 2009 • Trato digestório funcionante •Quando não se pode definir claramente o objetivo da terapia. •Para prolongar a vida de pacientes terminais. •Instabilidade hemodinâmica -Hipovolemia -Choque cardiogênico ou séptico -Edema agudo do pulmão -Anúria sem diálise -Distúrbios metabólicos ou eletrolíticos Considerações para a escolha da via de Acesso • Necessidade Nutricional do Paciente • Condição de acesso venoso • Tempo estimado de terapia nutricional Vias de Acesso NUTRIÇÃO PARENTERAL CENTRAL (NPC) •Seus benefícios superam os riscos •Tempo de duração maior que 2 semanas •Acesso venoso periférico limitado •Houver necessidade de grande quantidade de nutrientes •Houver necessidade de restrição de fluídos •Osmolaridade superior a 1000mOsm/L NUTRIÇÃO PARENTERAL PERIFÉRICA (NPP) •Pacientes que não podem ingerir ou absorver nutrientes oral ou enteral •Pacientes selecionados para aporte nutricional endovenoso parcial ou total por até 2 semanas • Incapacidade de acesso venoso central •Meta calórica em torno de 1000 a 1500kcal/dia e osmolaridade<900mOsm/L •Concentração de glicose deve ser no máximo 10% •Recomenda-se a troca do local de inserção a cada 72horas •Pacientes sensiveis ao volume não são bons candidatos • Osmolaridade é utilizada para calcular os fluidos IV • A osmolaridade da solução de NP dita a localização do cateter. • Cateter central permite uma formulação de NP mais energética Krause, 2018 Tipo de Cateter Colocação Vantagens Desvantagens Acesso central Cateter Percutâneo não tunelizado Jugular, femoral, subclávia Econômico, facilmente removível, pode ser substituído sobre o fio-guia, útil em cuidados intensivos e terapias de curta duração Quebra do cateter não reparável, autocuidado difícil do paciente, requer suturas para evitar deslocamento, alto risco de infecção relacionada ao cateter, não recomendado para atendimento domiciliar Cateteres tunelizados Colocação percutânea via vaso subclávia ou jugular; cefálico, corte da veia jugular Uso a longo prazo, cuidados domésticos, curativos e suturas podem ser removidos após 1 mês, autocuidado fácil, kit de reparo disponível Sala de cirurgia ou sala especializada para colocação, requer pequeno procedimento para remoção Cateter central de inserção periférica (PICC) não tunelizado Colocação percutânea através de uma veia periférica Usado em cuidados agudos e domiciliares para terapias que variam de várias semanas a meses, baixo risco de complicações de colocação, a colocação ocorre em qualquer lugar da sala de radiologia ao leito do paciente O autocuidado pode ser difícil com a colocação antecubital porque as trocas de curativos exigem ambas as mãos, os kits de reparo podem não estar disponíveis Portas implantadas Colocação venosa percutânea via vasos subclávios, jugulares ou periféricos Usado para terapias de longo prazo, cuidados do local apenas quando acessado, fluxo de heparina mensal, imagem corporal intacta, sem segmento externo para quebra É necessário acesso à agulha, o deslocamento da agulha pode resultar em infiltração, colocação em sala de cirurgia ou sala especializada, procedimento cirúrgico para remoção Acesso periférico Cateteres periféricos Inserção periférica percutânea Menos caro, menor risco de infecções relacionadas ao cateter, sem sala de colocação especial, os médicos são facilmente treinados na colocação Requer rotação de local a cada 48-72 horas, não é apropriado para infundir preparações> 400-600 mOsm / L, antibióticos concentrados e vesicantes Cateteres de linha média Inserção periférica percutânea Usadopara terapias com duração de 2 a 4 semanas Não é adequado para infusões que requerem acesso central, incluindo NP com> 900 mOsm / L Cateteres hemiclaviculares Inserção periférica percutânea Usado para terapias de 2 a 3 meses Não é adequado para infusões que requerem acesso central, incluindo NP com> 900 mOsm / L Deresnki et al.,2016 Quando iniciar a TNP? •Fatores a serem considerados: - Doença de base - Idade - Via de acesso venoso disponível - Estado psicológico do paciente - Duração prevista para a TNP (Waitzberg, 2009) Quando iniciar a TNP? (Waitzberg, 2009) •Recomenda-se avaliar, antes de iniciar a terapia: - Estabilidade hemodinâmica; - Capacidade de perfundir os tecidos para permitir transporte de oxigênio, substratos e intermediários metabólicos; - Capacidade de tolerar volume, proteína, carboidrato e emulsão lipídica e doses necessária. - Início: volume que proporcione metade da meta calórica ou 1 litro de solução - Progressão: a partir do 2º dia para a oferta nutricional total, conforme tolerância metabólica - Avaliar os exames bioquímicos e se houver desequilíbrio: revisão ou composição da emulsão - Avalar a prescrição de soro glicosado de forma a não levar o balanço hídrico positivo - Quando iniciar a TNP? •Em pacientes com alto risco nutricional à admissão e que não possam utilizar o trato digestório, deve-se iniciar a NP o mais precocemente possível. (BRASPEN,2018). • A BRASPEN sugere o uso de NP suplementar após 5 a 7 dias (ASPEN:7 a 10 dias) em pacientes que não conseguiram atingir aporte calórico proteico >60% por via digestiva. •Pacientes no período pró-operatorio: Recomendamos o uso de NP precoce nos pacientes desnutridos ou com alto risco nutricional impossibilitados de serem alimentados por via oral ou enteral. Nos pacientes bem nutridos com contraindicação do uso da via digestiva, deve-se esperar de 5-7 dias para iniciar a NP. Condições que justificam cautela no uso de TNP: • Glicemia > 300mg/dL; •Nitrogênio uréico sanguíneo >100mg/dL; •Osmolalidade sérica > 350mOsm/kg; •Na>150 mEq/L; •K<3 mEq/L; •Cl>115 ou<85 mEq/L •P<2 mg/dL; •Alcalose ou acidose metabólica. Formulação da Nutrição Parenteral • Fórmulas devem ser completas, com todos os nutrientes essenciais (Glicose, proteínas, gorduras, eletrólitos, minerais e vitaminas) em quantidades adequadas. • Adaptadas as necessidades individuais do paciente em função de sua condição mórbida. • A prescrição inicial baseia-se na determinação das necessidades calórico- protéicas do paciente e das metas da terapia nutricional Soluções Parenterais Carboidratos: Fornecidos como dextrose em concentrações que variam de 5% a 70% por volume. • A dextrose monohidratada produz 3,4 calorias por grama Uma solução de 10% de dextrose mono-hidratada produz 100g de carboidratos por litro de solução • O uso de carboidratos (100g diariamente para uma pessoa de 70kg) garante que as proteínas não sejam catabolizadas em energia durante as condições de metabolismo normal. • As taxas mínimas de administração de carboidratos não devem ultrapassar 5 a 6mg/kg/min nos pacientes em estado crítico Soluções Parenterais Carboidratos: Exemplo de cálculo 1000mL de glicose a 50% - 1000mL x 50g/100 mL = 500g glicose ou 1000mL x 50 = 500g glicose - 500g de glicose x 3,4 kcal/g = 1700 kcal/L Soluções Parenterais Proteína: Administradas sob a forma de soluções de aminoácidos cristalinos (essenciais e não essências). • A concentração de aminoácidos nas soluções de NP varia de 3% a 20% por volume. Uma solução de 10% de aminoácidos fornece 100g de proteína por litro (1.000ml) • O teor calórico das soluções de aminoácidos é de aproximadamente 4kcal/g de proteína fornecida • As necessidades de proteína são calculadas com base nos dados de avaliação nutricional relacionados à doença, lesão ou estado clínico/nutricional, e variam de 15 a 20% da ingestão energética total Soluções Parenterais Proteínas Exemplo de cálculo 1000mL de solução de aminoácidos a 8% - 1000mL x 8/100 mL = 80g aminoácidos ou 1000mL x 0,8 = 80g aminoácidos - 80g de glicose x 4kcal/g = 320 kcal/L Soluções Parenterais Glutamina Parenteral • A administração de glutamina por via parenteral aparecia como terapia fortemente recomendada. • Recomendação tornou-se questionável após os estudos clínicos multicêntricos e randomizados SIGNET (não mostrou benefícios associados à doses baixas de glutamina) e REDOXX (mostrou que a administração precoce de glutamina em doses elevadas piorou o prognóstico de pacientes com insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas. A suplementação de glutamina parenteral não deve ser usada rotineiramente em pacientes críticos BRASPEN,2018 Soluções Parenterais Lipídios: • As emulsões de lipídios fornecem energia e ácidos graxos essenciais na NP para evitar a deficiência de AGE. • Disponíveis nas concentrações de 10%, 20% e 30%. • Componente principal → TCM e TCL (derivados de óleo de soja, fosfolipídio da lecitina de ovo e glicerol). • Emulsões com TCL fornecem AGE (2 a 4% de ácido linoleico). • A administração não deve ultrapassar 2g de emulsão por kg de massa corporal/dia • Concentrações de triglicerídeos > 400mg/dL, a infusão lipídica deve ser interrompida. Emulsão Lipídica a 10% - 1,1 Kcal/ml Emulsão lipídica 20% - 2,0 kcal/ml Soluções Parenterais Lipídios: • Fornecimento de 20 a 30% das calorias totais na forma de emulsão lipídica deve resultar em uma dosagem diária de 1g de gordura/kg de peso • Pacientes críticos que recebem sedação em uma emulsão lipídica → incluir as calorias no cálculo de ingestão de nutrientes. Diprivan (propofol) Fornece 1,1kcal/mL infundido 1g de lipídio – 9 calorias 1g de TCM – 8,3 calorias - Pode ser utilizado diariamente ou 500 ml a 10% 2 vezes por semana Soluções Parenterais Lipídios Exemplo de cálculo 500mL de lipídios a 10% - 500mL x 10/100 = 50 x 1,1 kcal = 55 kcal 500mL de lipídios a 20% - 500mL x 20/100 = 100 x 2 kcal = 200 kcal Soluções Parenterais Eletrólitos, Vitaminas e Elementos Traços • Soluções parenterais → representam uma parcela signficativa da ingestão hídrica e eletrolítica diária total. • Após prescrita, pode necessitar de ajustes, dependendo da estabilidade do paciente. • A escolha dos eletrólitos na forma de sal (ex., cloreto, acetato) afeta o equilíbrio ácido-base. Soluções Parenterais Eletrólitos, Vitaminas e Elementos Traços • As preparações multivitamínicas e minerais administradas de forma parenteral são concebidas para satisfazer as necessidades da maioria dos pacientes. • Monitoramento do estado do manganês e do cromo é recomendado para pacientes que estão recebendo NP há mais de 6 meses. • O Ferro não faz parte das infusões parenterais porque não é compatível com lipídios e pode promover o crescimento de certas bactérias. Prescrição sugerida de macronutrientes para pacientes adultos em TNP Pacientes Críticos Pacientes Estáveis Proteína 1,2 a 1,5 g/kg/dia 0,8 a 1,5 g/kg/dia Carboidratos <4mg/kg/dia <7 mg/kg/dia Lipídios 1g/kg/dia 1g/kg/dia Calorias Totais 25 a 30 kcal/dia 30 a 35 kcal/kg/dia* Líquidos Mínimo necessário para fornecer os macronutrientes 30 a 40 mL/kg/dia** * Varia de acordo com o nível de atividade **Pode variar se o pacientes estiver perdendo líquido ASPEN,2016 Soluções Parenterais Fluidos • Volumes máximos de NPC raramente ultrapassam 3L, com prescrições típicas de 1,5 a 3 L diariamente. • A administração de outros tratamentos médicos que exigem administração de fluidos, como os medicamentos endovenosos e os produtos à base de sangue, necessitam de monitoramento cuidadoso. • Pacientes com insuficiência cardiopulmonar, renal e hepática são especialmente sensíveis a administração de fluidos. Tipos de sistemas Sistema glicídico – 2 em 1 É a associação de aminoácidos, glicose, vitaminas, eletrólitos e minerais em um mesmo frasco ou bolsa de material plástico.A glicose é a principal fonte de energia e o lipídio pode ser administrado por veia periférica 2 a 3 vezes/semana. Indicações: Hiperlipidemias graves, pancreatite Tipos de sistemas Sistema glicídico – 2 em 1 Desvantagens • Baixo custo Vantagens • Maior osmolaridade da solução que impede a aplicação em veia periférica • Risco de hiperglicemia • Deficiência de AGE • Insuficiência respiratória, se houver função deficiente • Indução do coma hiporosmolar não cetótico Tipos de sistemas Sistema lipídico – 3 em 1 É a associação de aminoácidos, glicose, lipídios, vitaminas, eletrólitos e minerais em um mesmo frasco ou bolsa de material plástico. Contra – indicações : dislipidemias, pancreatite aguda na fase hiperlipidêmica, embolia gordurosa e insuficiência hepática Tipos de sistemas Sistema lipídico – 3 em 1 Vantagens • Dieta mais balanceada • Melhor tolerada pelos pacientes diabéticos • Menor índice de deficiência de AGE • Administração mais simples • Menor osmolaridade (600 a 950 mOsm) • Menor complicações técnicas e infecciosas • Pode ser usada em casos de restrição hídrica por conter emulsão lipídica a 30% Complicações • Tromboflebite venosa periférica • Excesso de lipídios • Elevação do colesterol e triglicerídeos • Hipersensibilidade à emulsão lipídica • Embolia gordurosa • Instabilidade da solução Fórmulas de Nutrição Parenteral Prontas para Uso Disponíveis no Mercado Método e frequência habitual de administração de nutrientes durante a NP Nutriente Via de administração Fórmula administrada Frequência de administração Água IV Solução básica Diariamente Proteína (aminoácidos) IV Aminoácidos em solução básica ou soluções 3 em 1 Diariamente Quilocalorias Glicose IV Glicose em solução básica ou em solução 3 em 1 Diariamente Emulsão Lipídica IV Solução 3 em 1 Diariamente Emulsão Lipídica IV Em “Y” na solução básica ou por IV periférica Diariamente ou em 2 a 3 vezes por semana Vitaminas Vitaminas Hidro e lipossolúveis IV Preparado vitamínico Diariamente Vitamina K IM ou SC Solução aquosa coloidal Semanalmente (em pacientes que estejam recebendo terapia anticoagulante) Minerais Na, K, Cl, Mg, Ca, PO4 IV Adição de eletrólitos à solução básica ou a solução 3 em 1 Diariamente Zn, Mn, Cr, Cu IV Diariamente Se, I, MB IV Solução de oligoelementos Diariamente Fe IV ou IM Solução injetável de Fe dextran Mensalmente ou conforme necessário Co IV ou IM Viamina B12 Mensal ou diariamente Administração Infusão Contínua • Administração contínua – 24h • As soluções parenterais normalmente são iniciadas abaixo da meta de taxa de infusão através de uma bomba peristáltica e depois aumentadas de modo incremental ao longo de um período de 2 ou 3 dias. • Pacientes instáveis que necessitam interromper a NPC → reduzir paulatinamente a taxa de infusão para evitar a hipoglicemia de rebote. Administração Infusão Cíclica • Mais fisiológica • Utilizada em nutrição domiciliar • Infusão de NP por períodos de 8 a 12 horas, geralmente à noite • Período livre para a administração de drogas e transfusão sanguínea • Permite alternância entre o estado prandial e jejum • Permite maior mobilidade do paciente. • Deve-se controlar a glicemia para evitar estado de hiperglicemia ou hipoglicemia. Cuidados Relacionados com a Seleção • A solução deverá ser transportada sob controle térmico • Antes da utilização manter sob refrigeração. A estabilidade das fórmulas 3:1 é melhor preservada • Administrar a solução à temperatura ambiente Antes de instalar a Nutrição Parenteral (NP) • Proceder lavagem rigorosa das mãos • Avaliar o aspecto da solução (turvação, precipitação e presença de partículas) • Confrontar prescrição médica com o rótulo da bolsa de NP Cuidados Relacionados com a Infusão • Usar bomba infusora para a administração • Controle rigoroso do gotejamento • Não adicionar nenhuma solução e/ou medicamento à bolsa Exemplo de cálculo da Taxa de Infusão de NP • Dividir o volume final pelo tempo total da infusão • Prescrição 1500 mL para ser infundido em 24h = 63ml/h Cuidados Relacionados ao Cateter • Manter a inviolabilidade do cateter (único lúmen) • É vedada a utilização simultânea do cateter para administração de sangue e derivados e colheita de material para exame • Manter a permeabilidade do cateter • Manter medidas de controle de infecção • Não tracionar e/ou desconectar o cateter • Cumprir rigorasamente o protocolo de curativo • As trocas dos equipos de infusão devem ser à cada etapa Cuidados Relacionados ao Paciente • Estar atento para complicações infecciosas e alterações metabólicas • Detectar sinais de hiperglicemia • Observar sinais de carência nutricional • Observar sinais de intolerância à emulsões lipídicas (náusea, cefaléia, hiperbilirrubnemia, apatia, plaquetopenia. Cuidados Nutricionais Complicações Complicações Mecânicas • Embolia aérea (obstrução ou bloqueio de um vaso sanguíneo, por ar, transportado pela corrente sanguínea) • Fístula arteriovenosa • Lesão do plexo braquial • Embolia por fragmento de cateter • Perfuração cardíaca • Tromboflebite venosa central • Endocardite (infecção do endocárdio) • Hemotórax (derramamento de sangue em cavidade pleural) • Hidrotórax (aumento de líquido na cavidade torácica) • Pneumotorax simples ou por tensão (ar na cavidade pleural) • Enfisema subcutâneo (acúmulo de gases ou ar (enfisema) nos tecidos subcutâneos por baixo da pele • Lesão da artéria subclávia • Hematoma Subclávio • Lesão do ducto torácico Complicações Infecção e Sepse • Sítio de entrada do cateter • Disseminação de infecção transmitida pelo sangue ou de infecção distante pelo cateter • Contaminação durante a inserção • Colocação de cateter a longo prazo • Contaminação da solução Outras Complicações Metabólicas Coma hiperglicêmico hiperosmolar não-cetótico • Ocasionado por sobrecarga de NPT e, particularmente, pela infusão excessiva de glicose. • Sua influência é favorecida em associação da NPT com diálise peritoneal ou em uso de drogas hiperglicemiantes (corticóides). • Nas primeiras 24-48h de infusão → hiperglicemia comum, ate 180mg%, não tratar nesta fase → a taxa de infusão não deve ultrapassar 40mL/h por 24 horas. Outras Complicações Metabólicas Hipercapnia • Infusão excessiva de calorias não-proteícas como glicose (maior que 25 kcal/kg/dia) →aumenta a produção de CO2. • Quociente Respiratório (QR) é a relação entre a produção de CO2 e o consumo de O2 durante a utilização de um substrato. - Metabolismo de CHO – QR=1,0 - Metabolismo de PTN – QR = 0,8 - Metabolismo de LIP – QR = 0,7 • A administração de calorias como glicose em excesso (maior que 5mg/kg/min) → maior produção de CO2 e consumo de O2 e consequentemente aumento do QR → disfunção pulmonar Outras Complicações Metabólicas Deficiência de AGE • Ausência de emulsão lipídica por 5 dias (crianças) ou 3 semanas (adultos) • Manifestações clinicas: descamação cutânea, queda de cabelo, pobre cicatrização de feridas, maior sensibilidade a infecções, diminuição da pressão intraocular, hepatomegalia. • Manifestações laboratoriais: anemia, trombocitopenia(número reduzido de plaquetas), diminuição do índice de prostaglandinas • Prevenção: emulsão lipídica pelo menos 2 vezes por semana Outras Complicações Metabólicas Síndrome da Realimentação • Ocorre em pacientes desnutridos graves, ou em jejum prolongado, submetidos à TN não –balanceada na fase de anabolismo celular. • Caracteriza-se por um rápido influxo de principalmente fósforo, potássio e magnésio para o interior da célula quando há infusão de nutriente (síntese celular), levando a uma queda brusca deles no plasma). • Também ocorre intolerância a glicose e líquido • Prevenção: iniciar dieta a 25 ml/h progredindo lentamente • Deve-se monitorar eletrólitos diariamente Repercussões orgânicas da Síndrome de Realimentação Hipofosfatemia Hipomagnesemia Hipocalemia Intolerância à glicose e líquidosCardíaca Alteração da função do miocárdio, arritimia, ICC, morte súbita Arritimia, taquicardia Arritimia, parada cardíaca, hipotensão ortostática, alteração do ECG ICC, morte súbita, hipotensão arterial Gastrointestinal Disfunção hepática Dor abdominal, anorexia, diarréia, obstipação Obstipação, íleo, exacerbação da encelopatia hepática Esteatose hepática Neuromuscular Paralisia arreflexiva aguda, confusão, coma, paralisia de nervos cranianos, letargia, parestesia, convulsão, síndrome de Guillain-Barré e fraqueza Ataxxia, confusão, hiporreflexia, irritabilidade, tremor muscular, mudança da personalidade, convulsão, tetania, vertigem, fraqueza Arreflexia, hiporreflexia, paralisia, insuficiência respiratória, fraqueza Coma hiperosmolar não cetótico Metabólica Alcalose metabólica, hipocalemia, intolerância à glicose Hiperglicemia, hipernatremia, cetoacidose metabólica, desidratação Pulmonar Insuficiência Respiratória aguda Retenção de CO2, insuficiência respiratória Renal Diminuição da concentração urinária, poiúria, polidpsia, nefropatia Diurese osmótica, azotemia pré-renal Hematológica Alteração da morfologia da hemácia, anemia hemolítica, trombocitopenia, diminuição da função das plaquetas, hemorragia, disfunção dos leucócitos Cuidados clínicos na prevenção da síndrome de realimentação 1. Conhecer a existência da síndrome de realimentação. 2. Reconhecer os pacientes sob risco. 3. Examinar cuidadosamente e corrigir as alterações eletrolíticas antes de iniciar a TN. 4. Restabelecer o volume circulatório criteriosamente 4. Aumentar a oferta calórica lentamente 6. Administrar vitaminas rotineiramente 7. Controle cuidadoso de eletrólitos Complicações Complicações Gastrointestinais • Colestase (condição em que o fluxo da bile do fígado diminui ou para) • Atrofia vilosa gastrointestinal • Anomalias hepáticas Quando Terminar a TNP? •Reiniciar gradativamente o uso do TGI e reduzir aporte pela NP •Restauração da função normal do TGI •Manter a NP com no mínimo uma solução de glicose a 10% (12 horas) •Transição entre a TNP e alimentação oral → gradual, e se necessária, através do uso de TNE por sonda • Início com dieta líquida, e depois, dieta branda. Como finalizar a Administração de TNP • A NP de sistema glicídico não deve ser interrompida abruptamente → risco de hipoglicemia súbita •Deve-se reduzir gradativamente a velocidade de infusão de NP antes de suspendê-las, seguindo a retirada do cateter central se indicado. •Para a retirada rápida → reduzir a velocidade de gotejamento da NP à metade por 1 hora e um quarto na hora subsequente, com posterior suspensão da NP. Exercícios Em uma solução de nutrição parenteral 3 em 1, que tenha em sua composição 600 ml de solução de lipídio a 20%, a quantidade de energia fornecida pelas gorduras é: A) 1200 B) 1080 C) 480 D) 240 Resolução 600mL de lipídios a 20% - 600mL x 20/100 = 120 x 2 kcal = 240 kcal Resposta opção D Exercício Um paciente está recebendo suporte nutricional parenteral com um volume de 1000ml de aminoácidos a 10%, 500 ml de soro glicosado a 50% e 400 ml de solução de lipídios a 20%. A quantidade calórica administrada é cerca de: A) 1000 Kcal B) 1410 Kcal C) 2050 Kcal D) 2500 Kcal E) 3000 Kcal Resolução 1000ml de aminoácidos a 10% - 1000mL x 10 kcal/100 = 100g de aminoácidos 100 x 4 kcal = 400 kcal 500ml de glicose a 50% - 500mL x 50 kcal/100 = 250g de glicose 250 x 3,4kcal = 850 kcal 400ml de lipídios a 20% - 400mLx 20/100 = 80 x 2 kcal = 160 kcal de lipídios TOTAL 400+850+160 = 1410 Kcal Resposta opção B Exercícios Na terapia nutricional parenteral cíclica, empregada com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente, a administração das soluções pprocessa-se das seguintes maneiras: (A) durante 24 horas (B) de 2 em 2 horas durante o dia (C) No período de 8 a 12 horas à noite (D) durante 18 horas ao longo do dia com descanso noturno de 6 horas (E) de 2 em 2 horas durante a noite Exercícios Dependendo do valor da osmolaridade e da via de administração da nutrição parenteral, o paciente pode apresentar flebites e ressecamento da veia. Para evitar estas complicações devemos optar por uma osmolarida e máxima e via de administração de: (A) 350 mOsm e administração pela veia periférica (B) 420 mOsm e administração pela veia periférica (C) 690 mOsm e administração pela veia central (D) 900 mOsm e administração pela veia periférica (E) 860 mOsm e administração pela veia central Referências - Portaria nº 272 – 08 de abril de 1998 - ANVISA Krause alimentos, nutrição e dietoterapia/ L. Katleen Mahan, Janice L. Raymond.-14.ed.-Rio de Janeiro: Elsevier,2018. - Waitzberg, Dan Linetzky. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica/ Dan L. Waitzberg.- 4edição-São Paulo: Editora Atheneu,2009 -Derenski K, Catlin J, Allen L. Parenteral Nutrition Basics for the Clinician Caring for the Adult Patient. Nutr Clin Pract. 2016;31(5):578-595. - Lappas BM, Patel D, Kumpf V, Adams DW, Seidner DL. Parenteral Nutrition: Indications, Access, and Complications. Gastroenterol Clin North Am. 2018;47(1):39-59.
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