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2-TECNOLOGIA EDUCATIVA

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TECNOLOGIA EDUCATIVA
Introdução
Hoje, a escrita chega não só por meio de instrumentos como lápis ou caderno, mas através de uma nova tecnologia intelectual: a escrita digital, o hipertexto, a hipermídia. Uma tecnologia intelectual que traz novos estilos de relação com o conhecimento e que desencadeia novas formas de pensar e de aprender.
Essa disciplina pretende auxiliar nesse processo, favorecendo a aprendizagem voltada para o uso das tecnologias no processo educacional, a apreensão de conceitos básicos como interatividade, multimídia, hipertexto, educação a distância e outros, além de desenvolver habilidade de uso das tecnologias no processo educacional.  A informática educativa transforma o conhecimento em algo não material, flexível, móvel, fluido e indefinido, por meio dos suportes digitais, favorecidos pela internet.
Iniciamos nosso estudo com uma visão geral sobre o que é Educação a Distância (EAD), abordando os principais conceitos de EAD, um breve histórico, a legislação que fundamenta a EAD, os seus princípios e os componentes da EAD.
A seguir, discorreremos a respeito da Sociedade da Informação e sua influência política, econômica, social e cultural. O impacto das novas tecnologias na sociedade: conceitos e características da sociedade da informação e da sociedade digital.
Abordaremos logo em seguida a formação de professores para o uso das novas tecnologias e o conceito de rede, essencial para o entendimento das formas de comunicação e de interação na sociedade digital.
Trataremos das Comunidades Virtuais de Aprendizagem, favorecendo a interação entre as pessoas, por meio de atitudes de colaboração e cooperação on-line, fundamentais para o bom desenvolvimento da aprendizagem em cursos a distância, bem como o estabelecimento de redes de conhecimento. Abordaremos a relação entre aprendizagens e tecnologias, com a finalidade de conhecer as principais teorias que embasam essa temática e algumas práticas pedagógicas associadas a elas. As concepções de aprendizagem: apriorista, empirista e construtivista têm como finalidade levar à reflexão sobre as principais práticas pedagógicas que influenciam o comportamento e a aprendizagem escolar, mediadas ou não pelo uso das tecnologias.
· Bom estudo!
Os Desafios da Educação a Distância
"...ESTAMOS VIVENDO UM DESSES RAROS INTERVALOS DA HISTÓRIA. UM INTERVALO CUJA CARACTERÍSTICA É A TRANSFORMAÇÃO DE NOSSA "CULTURA MATERIAL" PELOS MECANISMOS DE UM NOVO PARADIGMA TECNOLÓGICO QUE SE ORGANIZA EM TORNO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO..." 
Manuel Castells 
Estamos inaugurando uma nova forma de aprender. Você já ouviu falar em aprendizagem online ou ensino a distância? Muitas universidades em todo o mundo estão aderindo à Educação a Distância (EAD), já que com esse recurso, seus alunos podem vencer a barreira de tempo e espaço para estudar e aprender.
Fazer um curso pela internet apresenta alguns desafios tanto para o aluno como para o professor. No começo, o aluno que nunca participou desta modalidade de ensino pode experimentar sentimentos de isolamento e confusão. Isso acontece porque está acostumado com o ambiente da sala de aula onde tem contato com seus colegas e professores quase diariamente e pode tirar dúvidas e interagir com eles no momento em que ocorre o curso.
Você vai conhecer um pouco mais sobre as redes interativas de aprendizagem e sua importância para o mundo "virtual" - a chamada cibercultura – um novo estilo de vida que está sendo criado ao redor da informática e da Internet.  Por essa rede mundial correm os fluxos de informação, comunicação, cultura, artes, sendo que a rede de fluxos financeiros é uma das bases do capitalismo global e, interagindo com as outras redes de fluxos fazem das cidades extensas teias de telecomunicações avançadas.
Os ambientes virtuais de aprendizagem foram pensados para substituir as salas de aula convencionais, com quatro paredes, quadros, carteiras, biblioteca, etc.
Nessa disciplina você encontrará textos e artigos que irão orientá-lo em seus estudos, auxiliando a aprofundar seus conhecimentos sobre o uso de novas linguagens no processo educativo e novas abordagens sobre o uso das tecnologias na educação.
O acesso das pessoas à educação é condição básica para a inclusão social. Nesse sentido, a Educação a Distância deve ser vista como um recurso importante para ampliar a oferta de educação pública, em especial o acesso de jovens e adultos ao ensino superior.
Você deve estar se perguntando: Afinal o que vem a ser Educação a Distância? 
Existem várias definições de EAD. Na tentativa de uma formulação mais clara do conceito:
· MOORE (1996) define EAD como a comunicação entre alunos e professores mediada por documentos impressos ou por alguma forma tecnológica;
· SARRAMONA (1986) define a EAD como um processo que exige todas as condições inerentes a qualquer sistema educacional, a saber: planejamento, orientação do processo e avaliação;
· ARETIO (1990) destaca que a EAD é um sistema tecnológico e de comunicação de massa bidirecional, que substitui a integração pessoal entre professor e aluno em sala aula, como meio preferencial de ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e pelo apoio de uma organização tutorial que propiciam a aprendizagem autônoma do aluno;
· NUNES (2002) argumenta que não basta um processo comunicativo de mão-dupla. Deve ser organizado um processo sistematizado, bem definido e continuado.
Os diversos autores são unânimes em afirmar elementos centrais dos conceitos de EAD. Keegan (1996), aponta como características principais dessa modalidade educacional:
· Separação física entre professor e aluno, que distingue o EAD do ensino presencial;
· Influência da organização educacional (planejamento, sistematização, plano, projeto e organização rígida), que a diferencia da educação individual;
· Uso de meios técnicos de comunicação, usualmente impressos, para unir o professor ao aluno e transmitir os conteúdos educativos;
· Comunicação de mão-dupla, onde o estudante pode beneficiar-se da iniciativa no diálogo;
· Possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didáticos e de socialização; e
· Participação de uma forma industrializada de educação, potencialmente revolucionária.
O Decreto n. 2494, de 10 de fevereiro de 1998, que regulamenta os cursos a distância, conceitua este tipo de ensino como: “uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação”.
Breve Histórico da EAD
A escrita foi a primeira alternativa par as pessoas comunicarem-se sem estarem face a face. Landim (1997) sugere que as mensagens trocadas pelos cristãos para difundir a palavra de Deus são a origem da comunicação educativa, por intermédio da escrita.
Alves (1994, p.9) afirma que a Educação a Distância iniciou com a invenção da imprensa, porque antes de Guttenberg os livros, copiados manualmente, eram caríssimos e portanto inacessíveis à plebe, razão pela qual os mestres eram tratados como integrantes da Corte. Detinham o conhecimento, ou melhor, os documentos escritos, que eram desde o século V a.C. feitos pelos escribas.
A partir dos séculos XVII e XVIII, com a Revolução Científica, as cartas foram utilizadas para difundir suas descobertas e iniciar uma novidade na “arte de ensinar”.
O Canadá realizou em 1938 a Primeira Conferência Internacional sobre Educação por Correspondência e mais países foram adotando essa modalidade de educação: África do Sul e Canadá, em 1946; Japão, em 1951; Bélgica, em 1959; Índia, em 1962; França, em 1963, Espanha, em 1968; Inglaterra, em 1969; Venezuela e Costa Rica, em 1977. Dessa forma, existe, nos dias de hoje, Educação a Distância em praticamente quase todo o mundo, tanto em nações industrializadas, como também em países em desenvolvimento.
Após a Segunda Guerra Mundial, os progressos tecnológicos e os avanços científicos nos campos da comunicação, da informaçãoe do transporte oportunizaram novas práticas e procedimentos, alavancando o ensino por correspondência. Desde então houve a inserção do uso de novas tecnologias, tais como o rádio, áudio e videocassete, além dos materiais impressos.
Mas a educação a distância não parou por aí! Ela continuou acompanhando as evoluções tecnológicas e “incorporando” os multimeios, o videotexto, hipertextos, televisão e sistemas de informação integrados à internet. 
A Open University da Inglaterra , criada na década de 1960, é considerada pelos estudiosos como um marco da Educação a distância e um modelo de sucesso, associando o uso integrado de material impresso, rádio e televisão e de contato pessoal, nos centros de atendimento espalhados no país. Em 1980 possuía 70.000 alunos, com 6.000 pessoas se graduando a cada ano. Ao longo de seus 35 anos de existência, foram incorporadas todas as novas tecnologias.
A Espanha apresenta outro exemplo interessante, com a criação da UNED (Universidade Nacional de Educação a Distância) , em 1973. Portugal tem, assim como a Inglaterra, sua própria Universidade Aberta , que foi criada em 1988. E além do Brasil, outros países da América Latina, como Bolívia, Chile, Argentina e Venezuela, têm realizado experiências com EAD.
No Brasil a história da educação a distância teve início em 1904, com o ensino por correspondência. Na época, instituições privadas passaram a ofertar cursos técnicos sem exigir escolarização anterior. Este modelo foi consagrado com a criação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro , com o surgimento do Instituto Monitor (1939), do Instituto Universal Brasileiro (1941)  e de outras organizações similares. 
Entre 1970 e 1980, instituições privadas e organizações não governamentais (ONGs) começaram a oferecer cursos supletivos a distância, com aulas via satélite complementadas por kits de materiais impressos. A universidade virtual, compreendida como ensino superior a distância com uso de Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC), surgiu no Brasil na segunda metade da década de 1990.
No Estado do Ceará, surge em 1974, uma experiência pioneira na oferta de educação com uso da televisão. Estamos nos referindo ao Sistema de Telensino, uma iniciativa de educação a distância que foi concebida e estruturada como alternativa a carência de professores e materiais para atender as exigências de oferta das séries terminais do antigo 1° grau (6° a 9° anos do atual Ensino Fundamental), feitas pela Lei 5692/71. Inicialmente, o Telensino atendia um número reduzido de turmas e municípios, com os profissionais envolvidos recebendo formação específica para atuar como Orientadores de Aprendizagem. Em 1993/94, o Telensino foi universalizado, como resposta ao déficit de professores da rede pública e a necessidade de ampliação de matrículas nesta etapa de ensino. Foi a experiência do Ceará com uso da televisão como recurso pedagógico e a estrutura de apoio no âmbito escolar, com os Manuais e o Orientador de Aprendizagem que inspirou a Fundação Roberto Marinho a criar o projeto Telecurso, na década de 1980.
· Para saber mais, leia o livro Docência no Telensino: saberes e práticas  , de Isabel Maria Sabino de Farias.
A partir dos anos 1990 a educação à distância começa a ser concebida num contexto mais amplo dos Projetos Pedagógicos Nacionais ganhando mais espaço no cenário educacional, sendo os primeiros grandes projetos relacionados com a televisão, como por exemplo: Um Salto para o Futuro  e Faça e Refaça, entre outros. Em 1996, pela primeira vez, a EAD é incluída na legislação educacional, com a nova LDB reconhecendo a educação a distância como uma modalidade de educação no artigo 80 da referida lei.
O vídeo a seguir retrata a trajetória dos paradigmas da Educação a Distância no Brasil, incluindo suas concepções políticas.
De acordo com Mundim (2006), a evolução da EaD pode ser agrupada em quatro gerações:
· Primeira geração (1840 -1970): Cursos por correspondência;
· Segunda geração (1970 – 1980): Telecursos/Teleducação com uso de recursos radiofônicos e televisivos, fitas de vídeo e material impresso;
· Terceira geração (1980 – 1990): Cassetes de vídeo, televisão (via satélite);
· Quarta geração (> 1990): Iniciado com computadores multimídia, interatividade, “e-Learning” (educação eletrônica), M-learning (de mobile learning, ou aprendizagem móvel  que utiliza dispositivos móveis, tais como celulares, i-pods, laptos, rádio, tv, telefone, fax, entre outros  e Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA).
A educação a distância em instituições de ensino superior é uma prática recente no Brasil, iniciando-se em 1997, quando foram ofertados os primeiros cursos de pós-graduação, de acordo com dados do MEC. O credenciamento por parte do Governo Federal ocorreu apenas entre 1999 e 2002, ao contrário de outros países, como a Inglaterra (Open University), a Espanha (com a criação da UNED), o Canadá (com a Télé Univesité du Quebéc), para citar apenas alguns países e instituições.
Dentre os fatores que podem explicar essa demora do Brasil em implantar cursos superiores, na modalidade a distância, ressalta-se a visão elitista que sempre esteve associada à Educação Superior. Além disso, existe ainda, um forte preconceito, por parte da academia, que considera os cursos a distância como sendo de “segunda categoria” e destinados a pessoas que não tiveram oportunidade de cursar uma faculdade durante o período de sua formação.
Para Franco (2006), os argumentos utilizados por aqueles que têm preconceito em relação a essa modalidade educacional, não se sustentam em uma análise séria sobre o planejamento e o desenvolvimento de um curso a distância. Esses argumentos... 
“SERVIAM PARA IMPEDIR A EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR, UMA VEZ QUE O AUMENTO AO ACESSO A CURSOS SUPERIORES SIGNIFICAVA UMA AMEAÇA A UMA ELITE QUE ATÉ HOJE SE MOBILIZA PARA NÃO ABRIR MAIS CURSOS CHAMADOS “NOBRES” COM MEDO DA CONCORRÊNCIA DAQUELES QUE NÃO TEM “SANGUE AZUL” OU SIMPLESMENTE PELA AMEAÇA DE NÃO TER UM MERCADO DE TRABALHO TÃO FAVORÁVEL AOS JÁ ESTABELECIDOS.” 
Dentre os fatores que contribuíram para o desenvolvimento da Educação Superior no Brasil, na modalidade a distância, foi a criação, no Ministério da Educação, da Secretaria de Educação a Distância, em 1996, que na época estava mais voltada para a formação dos professores para o uso das tecnologias como o Programa TV Escola  e o Programa de Informática Educativa – PROINFO .
Outro importante passo para a disseminação da educação superior a distância no Brasil foi a criação da Universidade Virtual Pública do Brasil – UniRede  - um consórcio de 70 instituições públicas de ensino superior que tem por objetivo democratizar o acesso à educação de qualidade por meio da oferta de cursos a distância.
A proposta abrange os níveis de graduação, pós-graduação, extensão e educação continuada, de acordo com o Termo de Adesão que criou a UniRede. O consórcio possibilitou a cooperação entre universidades e escolas técnicas, evitando o isolamento e duplicidade entre suas iniciativas. Sua criação favoreceu uma ampla discussão sobre o desenvolvimento da educação a distância e para que fossem vencidas as resistências nessas instituições públicas.
Outro marco importante, citado por Franco, no sentido de contribuir para a discussão da necessidade de criação de políticas públicas voltadas para essa modalidade de educação é a Associação Brasileira de Educação a Distância – ABED , criada em 1995 por um grupo de educadores interessados na discussão sobre o uso das novas tecnologias de aprendizagem e em educação a distância.
A Universidade Federal do Mato Grosso, em parceria com o governo do Estado e a Universidade Estadual do Mato Grosso implanta o primeiro curso superior de Pedagogia, na modalidade a distância, para preparar professores que atuavam nos anos iniciais do ensino fundamental do Estado.
Outros projetos nesse sentido podem ser citados como o Projeto Veredas , desenvolvido em Minas Gerais, em consórcio com o governo do Estado e várias instituições de ensino superior desse Estado, com a finalidadede proporcionar formação superior para os professores que atuavam nas séries iniciais das escolas públicas. Por meio dele, os docentes mineiros concluíram um curso normal de formação superior, ministrado na modalidade de educação a distância. O projeto teve início em janeiro de 2002 e envolveu um consórcio de cooperação interuniversitária composto por 18 instituições de ensino superior.
A criação do Centro de Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro – CEDERJ , reúne o Governo do Estado e seis Universidades públicas sediadas no Estado. Também participam ativamente deste esforço as Prefeituras Municipais que sediam os pólos regionais do CEDERJ. Esse Consórcio foi elaborado em 1999.
Hoje, mais de 80 países, nos cinco continentes, adotam a educação a distância em todos os níveis de ensino, em programas formais e não formais, atendendo a milhões de estudantes.
Em 2005 o MEC, juntamente com a Secretaria de Educação a Distância – SEED, criou o Projeto denominado Universidade Aberta do Brasil – UAB , com o objetivo de desenvolver a modalidade de educação a distância, com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no País, além de ampliar o acesso à educação superior pública levando tais cursos às diferentes regiões do país.
Para Hélio Chaves, a UAB surgiu no momento em que existe uma série de deficiências da estrutura educacional.
· Com as novas tecnologias, é preciso repensar este processo de educação a distância e perceber as vantagens adquiridas pelas novas tecnologias para o desenvolvimento deste processo"
Outra vantagem importante da educação a distância caracteriza-se pela redução dos custos, comparado com uma universidade superior presencial, e com um atendimento de um número maior de pessoas. O País não tem recurso para multiplicar o alcance do ensino a distância. Sobre a qualidade deste ensino, não há nada que indique que o ensino presencial seja mais produtivo que o ensino a distância. As pessoas que procuram este tipo de ensino são mais preocupadas, e sempre reservam o tempo para o estudo. Os cuidados metodológicos dos cursos a distância são maiores do que no ensino regular.
Legislação da EAD
A EAD está legalmente ancorada na Lei 9.394 de 20/12/1996 , isto é a Lei de Diretrizes e Bases, que, no artigo 80 diz textualmente: O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.
A Lei 5.622 de 19 de dezembro de 2005  regulamenta o artigo 80 da Lei de Diretrizes e Bases, definindo a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem na modalidade a distância, utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação pertinentes às atividades educativas desenvolvidas em lugares ou tempos diferentes. Observando as regulamentações em vigor, a educação superior na modalidade a distância pode abranger os seguintes cursos e programas: sequenciais, de extensão, de graduação, de especialização, de mestrado e de doutorado. Os diplomas e certificados de cursos e programas a distância, expedidos por instituições credenciadas e registrados na forma da lei, terão validade nacional.
Princípios da Educação a Distância 
Um dos principais desafios da EAD consiste na busca de uma metodologia e de uma linguagem pedagógica apropriada à aprendizagem mediada pelas diversas mídias disponíveis. A ação da tutoria é um elemento essencial, sendo um das determinantes do sucesso do curso. Neste novo modelo de educação os tutores desempenham o papel de facilitadores mais do que de especialistas, pois os cursos são mais personalizados, cabendo aos próprios alunos desenvolver sua autonomia, em busca de desenvolver habilidades de pesquisa e aprendizagem.
O controle sobre o andamento do curso, assim como o acompanhamento permanente do trabalho de professores, dos tutores, dos estagiários de atendimento e da secretaria, são igualmente cruciais, pois a interação com o aluno pode se dar de inúmeras formas e todas elas são essenciais ao sucesso da aprendizagem. A estruturação de uma equipe especializada, composta de pessoas que entendam de tecnologia e de pedagogia e, que trabalhem de forma coesa, podem garantir melhores resultados na aprendizagem do aluno.
De acordo com Evans (2002), todo processo educacional diz respeito à tecnologia. Nesse sentido, a EAD tem se desenvolvido paralelamente, juntamente com as tecnologias de comunicação, utilizando meios como o correio, rádio, televisão, telefone e, agora, as novas tecnologias, chamadas de tecnologias de informação e comunicação (TIC).
A pedagogia moderna afirma que se deve estimular o aluno a buscar as soluções de seus questionamentos em grupo, por meio de diálogo entre alunos e professores, redimensionando as modalidades técnicas de ensino, baseadas na memorização pura e inerte.
Componentes da EAD
· Materiais didáticos
A elaboração de materiais didáticos é um dos elementos fundamentais para preparação de cursos a distância.  Esses materiais podem ser impressos, como livros, fascículos, CD-Rom, fitas de áudio, de vídeo, ou podem ser materiais para serem disponibilizados na web.
O computador e as redes de comunicação se converteram em elementos centrais do processo de comunicação virtual e a Web desempenha um importante papel nesse sistema de informações.
· Docentes e Alunos
Em EAD, o professor além de desempenhar o papel tradicional de responsável pela elaboração dos conteúdos pedagógicos de ensino, é também um organizador, orientador e facilitador, isto é, um gestor de informação útil e pedagógica a que os seus estudantes têm acesso, por via das diferentes fontes, para estudarem a distância ou na modalidade semipresencial.
O professor realiza o acompanhamento pedagógico, com a moderação de debates e a manutenção da motivação remota dos participantes (tutoria e aconselhamento), apresentando comentários por escrito (com o máximo de clareza e com o mínimo de falhas) que irão ser lidos por muitos alunos, o que aumenta a sua responsabilidade, o tempo de preparação das respostas e a qualidade do conteúdo. No ensino a distância, a tecnologia está sempre presente e exigindo uma nova postura de ambos, professores e alunos.
· Tutoria
O papel do professor-tutor precisa ser repensado para que não se  reproduzam nos atuais ambientes de educação a distância concepções tradicionais das figuras do professor transmissor de conhecimentos e aluno receptor de conhecimentos. A função do professor-tutor é atuar como mediador do processo de aprendizagem, facilitador, incentivador, investigador do conhecimento, da própria prática e da aprendizagem individual e grupal.
Deve incentivar a comunicação e socialização entre todos os integrantes do processo de EAD e incentivar a interação entre os alunos, os professores, os materiais didáticos e a tecnologia utilizada. Para Arnaldo Niskier (1999), o educador a distância reúne as qualidades de um planejador, pedagogo, comunicador, e técnico de Informática.
· Para saber mais sobre o assunto, leia o texto “Novo professor e novo aluno”, de Wilson Azevedo.
Dando continuidade a nossa “conversa”, vamos analisar as mudanças que estão ocorrendo na sociedade atual. Você já ouviu falar sobre “Sociedade da Informação” ou “Sociedade do Conhecimento”, como sugerem alguns autores? Acompanhe o capítulo a seguir para ampliar seus conhecimentos.
Sociedade da Informação e do Conhecimento
Desde a década dos anos 70 do século XX, a sociedade vem recebendo várias denominações como: "Pós industrial", "Pós moderna", "Sociedade da Informação", "Sociedade do Conhecimento" e outras. Nomes dados de acordo com os fundamentos teóricos de cada autor.
A discussão a respeito da Sociedade da Informação tem início na Comissão Européia, em 1997, que a define como: 
A SOCIEDADE QUE UTILIZA TECNOLOGIAS DE TRANSMISSÃO E ARMAZENAMENTO DE INFORMAÇÕES E DADOS A BAIXO CUSTO. ESTA GENERALIZAÇÃO SOBRE O USO DA INFORMAÇÃO E DOS DADOS VEM AGREGADO DE INOVAÇÕES ORGANIZATIVAS, COMERCIAIS, SOCIAIS E LEGAIS, QUE ESTÃO MODIFICANDOPROFUNDAMENTE OS DISTINTOS ÂMBITOS DA VIDA, DO TRABALHO E DA SOCIEDADE EM GERAL. 
Castells é um dos autores que tenta formular uma teoria geral que explique os efeitos principais das Tecnologias da Informação e Comunicação - TIC – no mundo contemporâneo, com consequências para a própria tecnologia, economia, cultura,  trabalho, concepção de espaço e tempo, globalização, Estado e política.
Com o intuito de discutir sobre as influências dos fatores, não apenas de ordem tecnológica, mas também política, econômica, cultural e social, ocorrerram dois eventos, conhecidos como Cúpulas Mundiais da Sociedade da Informação  (a primeira ocorreu em Genebra – Suíça, no ano de 2003, a outra na Tunísia – África, no ano de 2005).
Os líderes mundiais que participaram da Cúpula em Genebra declararam que:
“NOSSO DESEJO É CRIAR UM COMPROMETIMENTO COMUM DE CONSTRUIR A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO CENTRADA NA PESSOA, INTEGRADA E ORIENTADA PARA O DESENVOLVIMENTO, PARA QUE TODOS POSSAM CRIAR, CONSULTAR, UTILIZAR E COMPARTILHAR A INFORMAÇÃO E O CONHECIMENTO PARA QUE AS PESSOAS, AS COMUNIDADES E A POPULAÇÃO EM GERAL POSSA UTILIZAR PLENAMENTE SUAS POSSIBILIDADES PARA PROMOVER SEU DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E PARA A MELHOR QUALIDADE DE VIDA, DE ACORDO COM OS PROPÓSITOS E PRINCÍPIOS DA CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS, RESPEITANDO E DEFENDENDO PLENAMENTE A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS”. 
Estamos vivendo uma revolução do conhecimento, que está sendo impulsionada por um rápido avanço na base científica através de um amplo conjunto de áreas, que vão desde a disseminação das tecnologias de informação e de comunicação, do advento da biotecnologia, passando pela engenharia de novos materiais. Esta revolução do conhecimento oferece um grande potencial para que os países se consolidem e se desenvolvam econômica e socialmente, mediante a possibilidade de produzir bens e serviços de forma mais eficiente e distribuindo-os de maneira mais efetiva por menores custos para maior quantidade de pessoas.
Dessa forma, nem todos os países podem compartilhar dos bens econômicos produzidos por esta sociedade. A pobreza em que vive grande parte da população, principalmente dos países do Terceiro Mundo (América Latina, África e Ásia), leva à exclusão social de grande parcela da população. Esta exclusão se reflete, também no acesso aos recursos tecnológicos: principalmente ao computador e a Internet, gerando o que chamamos de “brecha digital”, nos países do Primeiro Mundo e de “exclusão digital” nos países subdesenvolvidos.
A diferença no acesso às modernas tecnologias perpetua a pobreza, restringindo a potencialidade de capacitação e de desenvolvimento (social, cultural, econômico) das pessoas e de países emergentes.
· Existem vários artigos sobre a Sociedade da Informação na Internet. Você poderá buscar mais informações e aprofundar seu conhecimento sobre o tema, lendo alguns dos artigos que se encontram na biblioteca. 
A Linguagem do Século XXI Envolve Apenas a Internet?
Costuma-se falar em linguagem de computador porque o computador possui uma linguagem própria – binária (combinação de 0 e 1). Um bom exemplo de linguagem digital é um jogo eletrônico – alguns são considerados como ambientes de aprendizagem. O jogador tem que fazer o avatar dele – aquela figura que ele vai incorporar para jogar -, pode mudar regras de jogo, discute com os colegas sobre o que estão jogando.
O jogo coloca desafios enormes, e a criança aprende a gostar de desafios. Também há o texto: o jogo vem com um manual de instruções e ela se obriga a ler. Não é que a criança não lê – ela não lê o que o adulto quer que ele leia na escola. Mas quando é do seu interesse, lê sem problema. Isso tem sido chamado de aprendizagem situada – um aprendizado de tal maneira que apareça sempre na vida da criança.
Para Pedro Demo,
“O TEXTO É DE CIMA PARA BAIXO, DA ESQUERDA PARA A DIREITA, LINHA POR LINHA, PALAVRA POR PALAVRA, TUDO ARRUMADINHO. NÃO É REAL. A VIDA REAL NÃO É ARRUMADINHA, NOSSO TEXTO QUE É ASSIM. NÓS FICAMOS QUADRADOS ATÉ POR CAUSA DESSES TEXTOS QUE A GENTE FAZ. A GENTE QUER PENSAR TUDO SEQUENCIAL, MAS A CRIANÇA NÃO É SEQUENCIAL.” 
As linguagens, hoje, se tornaram multimodais, isto é, um texto que tem som, imagem, texto, animação. Esse tipo de texto torna-se bem mais atrativo para as crianças e adolescentes. Eles convivem em seu cotidiano com blogs (diários na internet), fotolog (diários com fotografia digitais), além de participarem de sites de relacionamento em que expõem suas páginas pessoais (como o Facebook, o Instagran, etc.). Dessa forma eles tornam-se autores de textos contextualizados e significativos para eles. No blog eles têm que redigir, elaborar, se expor, discutir. Quando vão para a escola, essas crianças se aborrecem, porque a escola não inclui essas atividades em seu dia a dia.
Os jovens são capazes de realizar várias tarefas simultaneamente: acessar a internet, falar ao telefone, escutar música, enviar e-mail, receber e-mail, teclar nas redes sociais. Enquanto na escola ele deve apenas escutar a aula.
O texto impresso vai continuar, é o texto ordenado. Mas vai entrar muito mais o texto da imagem, que não é hierárquico, não é centrado, é flexível, é maleável. Ele permite a criação conjunta de algo, inclusive existe um termo interessante para isso que é “re-mix” – todos os textos da internet são re-mix, partem de outros textos. Alguns são quase cópias, outros já são muito bons, como é um texto da wikipedia (que é um texto de enciclopédia do melhor nível).
Dessa forma, a escola precisa mudar para acompanhar o ritmo dos alunos.
De acordo com Pedro Demo temos que restaurar a escola para ela se situar nas habilidades do século XXI. Essas habilidades aparecem em casa, no computador, na internet, na lan house, mas não na escola. A escola usa a linguagem de Gutenberg, de 600 anos atrás. Essa grande mudança começa com o professor – ele é a figura fundamental. Não há como substituir o professor. Ele é a tecnologia das tecnologias, e deve se portar como tal.
O texto impresso vai continuar, é o texto ordenado. Mas vai entrar muito mais o texto da imagem, que não é hierárquico, não é centrado, é flexível, é maleável. Ele permite a criação conjunta de algo, inclusive existe um termo interessante para isso que é “re-mix” – todos os textos da internet são re-mix, partem de outros textos. Alguns são quase cópias, outros já são muito bons, como é um texto da wikipedia (que é um texto de enciclopédia do melhor nível).
Dessa forma, a escola precisa mudar para acompanhar o ritmo dos alunos.
De acordo com Pedro Demo temos que restaurar a escola para ela se situar nas habilidades do século XXI. Essas habilidades aparecem em casa, no computador, na internet, na lan house, mas não na escola. A escola usa a linguagem de Gutenberg, de 600 anos atrás. Essa grande mudança começa com o professor – ele é a figura fundamental. Não há como substituir o professor. Ele é a tecnologia das tecnologias, e deve se portar como tal.
Formação de Professores e Novas Tecnologias
O que se costuma chamar de “novas tecnologias” tem início com a política pública federal que, a partir de 1995, promove iniciativas na área de formação de professores e informatização de escolas, através de programas como: TV ESCOLA , PROINFO (Programa Nacional de Informática na Educação)   e PROFORMAÇÃO  (Programa de Formação de Professores) , desenvolvidos pela Secretaria de Educação a Distância (SEED) do MEC, criada em 1996.
A TV ESCOLA inicia suas atividades em 1995, passando a operar em caráter definitivo em março de 1996. Por meio desta iniciativa as escolas de ensino fundamental com mais de 100 alunos passaram a receber um kit tecnológico, integrado por televisor, vídeo cassete e antena parabólica, o que lhes possibilita receber ou gravar programas educativos elaborados pelo Ministério da Educação. Tais produções têm por finalidade enriquecer o processo de aprendizagem, promover a capacitação continuada de docentes e gestores, bem como aprimorar atividades de recuperação e aceleração escolar e outras estabelecidas pelo projetopedagógico de cada escola. 
O PROINFO, lançado em 2007, foi concebido com o intuito de introduzir a informática nas escolas públicas. Seus objetivos são: democratizar o acesso à telemática, educar para o exercício da cidadania no mundo contemporâneo e permitir a educadores e alunos da escola pública o uso das modernas tecnologias de informática e telecomunicações. Envolve a aquisição de computadores para uso escolar, a capacitação de professores e técnicos através de Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE), os quais se configuram como estruturas descentralizadas de apoio técnico-pedagógico às escolas. 
O PROFORMAÇÃO é um curso de nível médio, com habilitação em magistério, realizado através da modalidade de ensino a distância. Destinava-se a professores da rede pública de 1a. a 4a. série do ensino fundamental, pré escola e/ou classes de alfabetização de estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que concluíram o ensino fundamental e não têm habilitação para o magistério. Era financiado por recursos do FUNDESCOLA/MEC/BANCO MUNDIAL, complementado por Estados e Municípios.
Em muitas unidades da federação, os programas de formação em geral e as novas tecnologias são uma realidade ainda distante de professores que vivem em locais distantes dos grandes centros urbanos. Por outro lado, a distância geral entre indivíduos inseridos num mundo informatizado (os chamados infoincluídos) e os que nunca tiveram acesso ao computador ou à internet (infoexcluídos), também se manifesta entre professores e alunos, gerando novos desafios para a escola e para a educação.
Comentamos acima sobre a facilidade com que os jovens assimilam as novas tecnologias. Entretanto, o mesmo não ocorre com os professores, o que gera uma disparidade cultural entre docentes e discentes. Para um significativo número de jovens a comunicação em rede e o mundo virtual é uma realidade, o mesmo não ocorre com os professores. Esta situação tem ocasionado dificuldades de comunicação entre docentes e discentes, repercutindo sobre o desinteresse dos jovens por uma escola que já não tem o que lhes dizer. Imersos em uma cultura oral e visual que exerce grande apelo para os jovens, a escola que não utiliza as novas tecnologias em suas práticas pedagógicas acaba gerando o desinteresse e provocando afastamento entre professores e alunos.
Pode a escola manter-se alheia a esta mudança? 
A escola precisa estar alerta às mudanças que estão ocorrendo – que podem envolver mudanças profundas na relação dos já letrados com os textos e no modo em que as novas gerações estão sendo alfabetizadas – e de reconhecer que as mudanças necessárias no nível educativo são urgentes e necessárias. A escola deve procurar se atualizar e nesse contexto, as novas tecnologias podem desencadear esse processo. Tanto o Poder Público, em suas diferentes instâncias, como os educadores têm um importante papel a cumprir no sentido de contribuir para a inclusão de docentes e discentes no cenário do mundo globalizado e informacional.
É preciso que os docentes trabalhem em conjunto com seus alunos não só para ajudá-los a aumentar capacidade, métodos, táticas para coletar e selecionar informações, mas, especialmente, para ajudá-los a desenvolverem conceitos. Considerações que serão o alicerce para a edificação de seus novos conhecimentos.  Para Gadotti, o professor:
“(...) DEIXARÁ DE SER UM LECIONADOR PARA SER UM ORGANIZADOR DO CONHECIMENTO E DA APRENDIZAGEM (...) UM MEDIADOR DO CONHECIMENTO, UM APRENDIZ PERMANENTE, UM CONSTRUTOR DE SENTIDOS, UM COOPERADOR, E SOBRETUDO, UM ORGANIZADOR DE APRENDIZAGEM” . 
Acesse a Biblioteca da disciplina e leia o artigo “Das salas de aula aos ambientes virtuais de aprendizagem”.
Noções de Sociedade em Rede
As interações que o computador oferece com o uso das TIC são inúmeras e diferenciam-se dos processos vivenciados nas escolas com o uso de outros recursos. Estas interações oportunizam aprendizagens cooperativas tanto num processo presencial, quanto à distância. E, no processo a distância, se utilizarmos os ambientes virtuais, conta-se com um novo elemento para a educação: os alunos estarão inseridos no mundo, e não mais entre as quatro paredes da sala de aula. Um mundo onde é possível interagir com pessoas de diferentes locais, culturas e histórias, desencadeando processos de aprendizagem cooperativa e/ou colaborativa antes não acessíveis, tanto do ponto de vista tecnológico quanto social.
A interação entre professores e alunos, ou entre alunos, ou com o mundo fora das escolas, proporcionada por fóruns, chats e listas de discussões, bem como por outros espaços destinados a estudos e discussões no ambiente virtual, caracteriza uma nova forma de aprender a (con)viver juntos. Os desafios que surgem pela participação de sujeitos com diferenças histórico-sociais, oportunizam reflexões sobre as suas crenças e vivências. O diferente garante a riqueza de discussões e oportuniza o descentrar-se, a análise do pensamento do outro, a tomada de consciência, bem como a possibilidade de analisar e rever conceitos e práticas.
Na concepção construtivista de aprendizagem os processos de colaboração e cooperação se tornam elementos centrais da aprendizagem do aluno, respeitando o que o aluno já sabe e desafiando-o para que ele avance, interagindo com novas informações e pessoas. Nesta concepção a interação é promotora de mudanças e de aprendizagem. A interação pode ser compreendida aqui como um movimento de colaboração e de cooperação: 
A comunicação pode ser somente um meio de informação instrumental, de decodificação, nomeação e definição, o que a torna reducionista, pois não promove interações intersubjetivas. Na visão construtivista a comunicação como elemento dos processos de aprendizagem, permite construir, pela linguagem, relações intersubjetivas as quais tornam a ação de aprender uma fonte inesgotável de transformação, tanto do sujeito quanto da realidade da qual ele faz parte. Afinal, além de informação, essa comunicação é esclarecimento, argumento, compreensão do outro, negociação.
A concepção construtivista de Educação a Distância – EaD - permite a constituição de redes de aprendizagem em que cada sujeito pode ser ele mesmo e ao mesmo tempo ser transformado pelo outro. Nesse sentido, uma concepção construtivista de EaD, pensada em processos de aprendizagem em rede, pode produzir sujeitos autônomos, pois uma ação reflexiva vai requerer de cada um dos alunos e do professor, um permanente olhar para os movimentos individuais e coletivos. A autonomia provoca a reflexão sobre si mesmo a cada momento em que o sujeito vai cooperar, pois o outro indaga as razões, os motivos, os atos, os pensamentos, o que implica em, autonomamente, (re) significar e (re) construir conhecimentos.
Considerando a comunicação, a interatividade, a cooperação,a colaboração e a autonomia nas redes de aprendizagem em EaD, é possível pensar que o processo de aprendizagem do professor e do aluno não se limita ao programa das disciplinas ou dos cursos, pois esse processo de aprendizagem nos remete a entender o processo de desenvolvimento humano como algo inesgotável.
Esse processo de aprendizagem em EaD instaura uma nova relação entre sujeitos de aprendizagem, possibilita que saiamos do enclausuramento informacional, racional e instrumental, para avançarmos em vínculos de aprendizagem que permitam fazer uma leitura complexa, autônoma, cooperativa e responsável do mundo. 
O que necessitamos privilegiar na educação são relações de comunicação mais abrangentes, visando à compreensão da informação, para chegar ao conhecimento. Mas, será que os professores estão preparados para trabalhar nesta perspectiva? Os alunos, ainda que não em sua maioria, passam horas em frente ao computador, conversando com seus colegas sobre, entre outras questões, as atividades propostas por professores, na escola ou Universidade. E os professores? Será que estão atentos a esses movimentos? O que eles precisam ser, saber e fazer para atuarem em ambientes virtuais, ou em outros processos de Educação Presencialou a Distância?
O que percebemos é que muitos, como não nasceram em meio à tecnologia, resistem em aceitar o computador como um recurso para educar (ou ainda têm receio de que seus alunos saibam utilizar esses recursos melhor do que eles). Mas, que papel deve ter esse professor para ensinar os alunos também em ambientes virtuais? Afinal, a tecnologia tende a apresentar novidades a cada dia e assim aumenta a demanda por uma educação que privilegie o uso das linguagens das tecnologias, aumentando também a demanda por professores que as utilizem em processos significativos de aprendizagem.
Com essas novas demandas, muitos professores estão buscando novos caminhos, mas são poucos os que encontram alternativas diferentes de uma educação tradicional, centrada na transmissão de informações. Esses parecem não compreender que, com as tecnologias, as formas de comunicação, de vida e de relação entre as pessoas mudaram e, nesse sentido, devem mudar a forma de educar, privilegiando a aprendizagem ao invés do ensino.
O que queremos promover, com o uso de tecnologias, é uma educação para a autonomia, para a responsabilidade, para a liberdade e para a ação coletiva, coerente com o mundo em que vivemos. O que se busca na educação a distância é uma comunicação que objetiva favorecer a aprendizagem dos alunos e também dos professores. 
No campo educacional, Machado afirma que a metáfora da rede contrapõem-se à ideia de encadeamento lógico, de linearidade e na construção do conhecimento, explicitada nas seriações, nos planejamentos e na avaliação e ressaltando a não-existência de um percurso necessário do ponto de vista lógico para se percorrer a rede. Citando Rosenstiehl (1995, p. 141), que nos ajuda a definir a rede ao afirmar que, 
Um dos conceitos chaves deste mundo contemporâneo é conceito de rede. Este não é um conceito novo que surge somente neste final de milênio. No entanto, é a partir da segunda metade deste século que ele passa a ganhar uma dimensão mais planetária, ampliando-se de forma considerável. É importante aprofundá-lo articulando-o com o desenvolvimento crescente das tecnologias de comunicação e informação para, com isso, compreendermos sua relação com a educação.
A sociedade atual tem trabalhado o conceito de rede em várias esferas e contextos. Na chamada “Era da informação”, áreas do conhecimento como: a economia, a sociedade e a cultura estão sendo estudadas como uma sociedade em rede. Atualmente, a rede das tecnologias de informação e da comunicação tem sido o carro chefe de qualquer análise da sociedade em rede, tendo a Internet como área de estudo e trabalho. 
Para Pretto é fundamental estabelecer uma compreensão mais ampla desse conceito e destas relações. Ele introduz uma nova relação, que ele denomina de local e não-local.
Ele considera básica para compreendermos o papel da escola nesse milênio, uma vez que para sobreviver com autonomia e independência num mundo de conexões, os povos e culturas precisarão estabelecer relacionamentos com o conjunto da rede de forma horizontalizada, democrática e com valores culturais locais fortes para interagirem. 
Comunidades Virtuais de Aprendizagem
Podemos aprender sozinhos, mas é muito melhor quando partilhamos nossos conhecimentos com outros: professores, alunos, amigos, pais, membros da comunidade. Durante a vida vamos participando de comunidades com os mais variados interesses, inclusive o de aprender.
No ciberespaço, ou espaço virtual, também podemos participar dessas comunidades. São as chamadas "comunidades virtuais", e, no nosso caso, as "comunidades virtuais de aprendizagem". Mas o que vem a ser tudo isso?
Uma das grandes vantagens em ambientes virtuais de aprendizagem é a comunicação a qualquer hora e qualquer lugar. O aprendizado on-line é uma das expansões mais rápidas da educação no ensino, prova disso é que o número de cursos on-line oferecidos por universidades, empresas e escolas aumentou incrivelmente nestes últimos anos. 
Nesse sentido a interação entre as pessoas, por meio de atitudes de colaboração e cooperação on-line é fundamental para o bom desenvolvimento da aprendizagem em cursos a distância. Cada um fazendo a sua parte, participando, todos se enriquecem, não é mesmo?
Para saber mais sobre esse tema, leiam um dos artigos disponíveis na biblioteca do curso:
· "Ambiente virtual de aprendizagem: formação de comunidades virtuais?", de Backes, L. Menegotto, D. e Schlemmer, M.
· “Comunidades de aprendizagem, em direção a uma nova sociabilidade na educação”, de Vani Moreira Kenski.
Aprendizagens e Tecnologia
É importante ressaltar que aprendizagem humana está intrinsecamente relacionada com a associação de conhecimentos já detidos com conhecimentos novos. Trata-se de um fenômeno altamente complexo que tem lugar, na perspectiva da educação formal, em relações educativas.
O processo de transposição didática tem como objetivo principal a retenção, por parte do aluno, dos saberes trabalhados pelo formador durante o diálogo pedagógico e têm o meio social como origem e como fim; e reter conhecimentos, isto é, aprender, corresponde a um fenômeno rico em dimensões que tem como eixo central a reconstrução e o armazenamento de novas aquisições conceituais na memória do aluno.
Ora, esta relação estreita entre ensinar e comunicar conhecimentos, em vez de simplesmente apresentá-los aos alunos, ou entre a educação e a comunicação, tem repercussão importante sobre o modo de funcionamento da relação pedagógica e sobre a dinâmica geral do processo de transposição de saberes, tendo em vista a grande quantidade de informações atualmente disponível na sociedade, a velocidade sem precedentes com que novos conhecimentos são continuamente construídos e as interações cotidianas que os indivíduos estabelecem com as novas mídias. 
Tais repercussões são especialmente relacionadas com a otimização do investimento cognitivo que o aluno faz para adquirir novos conhecimentos e integrá-los como saberes de longo prazos ou efetivos. Nesse contexto, o material didático tem papel a desempenhar, facilitando e organizando os procedimentos e estratégias empregadas por formadores e formandos na construção e comunicação de saberes. Ufa!! Quanta coisa!? E o professor se pergunta: o que faço diante de tudo isso?
Diferentes Concepções de Aprendizagem 
Antes de avançarmos para a construção de representações acerca da aprendizagem mediada pela tecnologia, vamos desenvolver uma atividade de pesquisa, que muito tem a ver com sua prática pedagógica, acerca de diferentes concepções de aprendizagem. Pesquise tanto na web quanto em materiais impressos sobre o tema “concepções de aprendizagem” (comportamentalista, construtivista ausubeliana, sócio interacionista, etc.)
A pergunta que não quer calar : O que é aprender? O que é ensinar? 
Ao ensinar é importante que o professor saiba como o aluno aprende, sendo essa relação importante tanto para ambientes presenciais quanto para ambientes de Educação a Distância (EaD). É certo que todo professor, mesmo inconscientemente, tem uma concepção de aprendizagem, que se evidencia em seus planejamentos e ações junto aos alunos. No entanto, quando se profissionaliza, é importante tornar consciente, compreender e interpretar essas ações, pois é a partir delas que se pode refletir sobre sua contribuição para o processo de aprendizagem e de formação dos alunos. 
Concepções de Aprendizagem
A concepção de aprendizagem de um professor pode ser caracterizada por alguns modelos epistemológicos e pedagógicos. Iremos discutir elementos centrais de três modelos:
· Apriorista (não-diretivo)
· Empirista (diretivo)
· Construtivista (relacional), no processo de Educação a Distância (EaD)
· Modelo Apriorista de Aprendizagem
A educação concebida por um modelo epistemológico apriorista de aprendizagem se caracteriza pela não-diretividade do professor no processo de ensino, pois este compreende que o conhecimento do aluno é inato, imutável e definido geneticamente. Ele acredita que tudo o que um sujeito deve conhecer durante a sua existência está presentenele deste o seu nascimento, portanto, o professor não precisa ensinar, pois o aluno aprende por si mesmo. 
Neste modelo, a EaD é compreendida como mais uma possibilidade para que o aluno encontre, sozinho, as informações necessárias para o desenvolvimento de seus conhecimentos. As informações são disponibilizadas ao aluno, usando diferentes tecnologias: impressos, hipertextos e outros materiais. No entanto, a comunicação utilizada é unilateral e descomprometida com o ensino, pois o aluno aprende sem a intervenção do professor. 
O uso das tecnologias como o computador, o material impresso, os vídeos, etc. geram um modelo de EaD centrado na transmissão e recepção de respostas, que dificilmente são avaliadas, pois a não-diretividade do professor, presente no modelo apriorista , e o autodidatismo do aluno, permitem quaisquer interpretações de respostas. Quando o professor recebe as respostas, este as avalia pelo limite de conhecimento percebido no aluno, com isto, ele deixa de desafiar para novas aprendizagens, alimentando a exclusão social, cultural, econômica e política.
· Modelo Empirista de Aprendizagem
A Educação a Distância, nesta concepção de aprendizagem, é compreendida como a organização de materiais que trazem de forma determinada pelo professor ou pelo sistema educacional o conhecimento. O papel do aluno na EaD , baseado na concepção empirista, é responder as questões e atividades propostas nos materiais, em unidades e exercícios, sem questionar. As respostas estão certas se corresponderem exatamente ao que está escrito no material do curso. 
Não há criação e nem diálogo; as perguntas que surgem dos alunos, são respondidas linearmente pelo professor que, na maioria das vezes, usa um gabarito para aprová-las. O professor diz “passar” o conhecimento para o aluno (que nem conhecimento é, pois fica somente na informação). As respostas não são debatidas, aprofundadas, e nem geram um processo de aprendizagem cooperativo ou colaborativo com o grupo de alunos e professor.
Na concepção empirista, a EaD se transforma em um processo de informar o aluno e, quanto mais o aluno conseguir memorizar e responder de forma idêntica ao esperado pelo professor, melhor aluno ele será. Nesse modelo de aprendizagem, o aluno deve saber o que o professor sabe; ele não cria, apenas reproduz, respondendo aos comandos do professor. A educação é compreendida como ensino, e não como processo de ensino e de aprendizagem. Mas, será que quando o professor ensina, o aluno automaticamente aprende?
· Modelo construtivista de aprendizagem
O terceiro modelo de aprendizagem é o construtivista que, se mal compreendido, pode levar ao modelo apriorista. No modelo construtivista privilegia-se o processo de construção do conhecimento, ou seja, o aluno não é compreendido como uma folha em branco, e nem como aquele que nasce com a programação do que irá aprender. 
Na concepção construtivista é privilegiado o processo de interação entre os sujeitos, e entre os sujeitos e os objetos de conhecimento. Interação significa que o sujeito, agindo sobre o mundo e dialogando com o outro, da mesma forma que o outro dialoga com ele, vai conhecendo e aprendendo. No processo de interação, o sujeito vai construindo um (re) conhecimento do mundo diante do que o outro e os objetos lhe proporcionam. Neste processo, ele formula internamente perguntas que o ajudam a coordenar ações que interferem no mundo e nos outros, assimilando um pensamento sobre o mundo, sobre si mesmo, e sobre os outros.
Como o material pode se tornar significativo para o aluno? É preciso saber para quem se está preparando o material, quando falamos do professor autor. E quando o professor é tutor, este deve escolher o material que irá contribuir com a aprendizagem de seus alunos.
O material a ser construído deve ser flexível de tal forma que nunca anuncie apenas respostas, mas que provoque desafios aos alunos. Um material que não se limita a uma resposta certa, mas que possibilite ao aluno construir vários caminhos para encontrar respostas. O material não é produzido com regras, módulos ou passos a serem seguidos, mas a partir de problemas a serem resolvidos.
Os problemas não devem se limitar ao campo do conhecimento de conteúdos e conceitos, mas avançarem na aprendizagem de habilidades e atitudes capazes de serem interiorizadas pelos alunos.
No modelo construtivista, o material de EaD produz significado para o aluno ao gerar dúvidas que colocam em “cheque-mate” as ideias e conhecimentos que ele possui sobre o que vai ser trabalhado. Nesse processo, o professor tem um papel essencial, pois ele é o orientador; aquele que também pergunta, aquele que, sabendo perguntar, ajuda o aluno a organizar e coordenar suas ações na busca de respostas e caminhos.
Assim, dar a resposta para o aluno sem desafiá-lo para que a encontre, é centrar-se na concepção empirista, da mesma forma que se eximir da responsabilidade de ensinar é acreditar na concepção apriorista . Na concepção construtivista de aprendizagem, o professor é aquele que acredita que o aluno já sabe algo sobre o objeto em estudo, ou seja, considera-se que o aluno, ao interagir com o grupo de colegas, com o professor e com as novas informações irá (re) construir as suas certezas em relação a esse objeto. E mesmo que o aluno saiba muito sobre o objeto em estudo, o professor acredita que ele pode sempre saber mais, mas precisa ser mobilizado para aprender; precisa ser questionado, instigado.
Os materiais impressos, nesta concepção de aprendizagem, são preparados em um diálogo permanente com os alunos, privilegiando a comunicação, não apenas a informação. Se o material não for preparado nesta perspectiva, é possível pensar em atividades que favoreçam a aprendizagem, o ouvir, o falar, o questionar.
No caso da EaD, neste modelo o movimento de ensino e de aprendizagem ocorre enquanto o professor desafia o aluno, por questionamentos, para que ele inicie um processo de dúvida em relação às certezas que possui. A interação torna-se necessária e ocorre no diálogo, na comunicação entre professor e alunos, entre alunos. Na concepção empirista, o professor é aquele que dá a direção, apresenta as regras e fórmulas capazes de conduzir o aluno, modelando o seu raciocínio e o seu comportamento. O professor é o detentor único do saber; é aquele capaz de ensinar ao aluno o que considera mais importante, e o aluno é uma folha em branco a ser preenchida. 
O Conceito de Inclusão Digital
No mundo atual, as ações de inclusão referem-se à uma nova modalidade de direito – acesso à informação e à liberdade de opinião e expressão. 
“NUM MOMENTO EM QUE EMPRESAS E GOVERNOS MIGRAM INFORMAÇÕES E SERVIÇOS PARA OS MEIOS ELETRÔNICOS, O EXCLUÍDO DIGITAL PASSA A TER DIFICULDADE DE CONHECER E DE EXERCER SEUS DIREITOS DE CIDADÃO”. 
Cruz, 2004 
A década de 90 pode ser considerada mundialmente como a “década da Internet”. Foi o período em que a rede se propagou para quase todos os países, interconectando dezenas de milhares de cidades em todo o mundo, atravessando barreiras geopolíticas e permitindo que muitos cidadãos e cidadãs de cada país se comunicassem como cidadãs e cidadãos do mundo.
A década de 90 também presenciou o surgimento de movimentos de inclusão digital – esforços para democratizar o acesso à Internet e permitir que as pessoas aprendessem a utilizar todos os instrumentos da rede para o desenvolvimento de suas capacidades. Os telecentros comunitários são a expressão mais concreta desses esforços em busca de alternativas de apropriação coletiva dos recursos da rede. 
“EM UM MUNDO CADA VEZ MAIS GLOBALIZADO, A COMUNICAÇÃO E O ACESSO À INFORMAÇÃO NÃO SÃO UM LUXO, MAS SIM UM DIREITO FUNDAMENTAL DOS POVOS PARA CONSEGUIR O DESENVOLVIMENTO HUMANO INTEGRAL, ENTENDIDO COMO O FORTALECIMENTO DA DEMOCRACIA COM JUSTIÇA SOCIAL, A PROSPERIDADE ECONÔMICA COM EQUIDADE E A REALIZAÇÃO DO POTENCIAL HUMANO EM SUAS MÚLTIPLAS DIMENSÕES.” 
Porém apenas o acesso ao computador e à internet não é suficiente. É preciso formar as pessoas para utilizarem as tecnologias de forma eficiente,proporcionando a troca de informações, a interação entre as pessoas e o aprendizado. È necessário dar condições para que iniciativas de apropriação dessas tecnologias possam florescer de modo sustentável, com apoio de políticas públicas, iniciativas particulares e ONG, em prol do   desenvolvimento da comunidade.
A LDB/96 preconiza a importância de trabalhar com a “alfabetização digital” em todos os níveis e modalidades de ensino, do fundamental ao superior. Almeida, citando Sampaio e Leite, (2005, p.178) afirma que a “escola não pode colocar-se à margem do processo social, sob a pena de perder a oportunidade de participar e influenciar na construção do conhecimento social e ainda de democratizar a informação e o conhecimento.”
Uma importante questão para analisar a exclusão escolar refere-se ao conceito de letramento. Esse conceito, além de referir-se às habilidades de compreensão e produção de textos e aos usos sociais da linguagem escrita, favorece a reflexão sobre a relação entre a cultura escolar e a cultura no seu conjunto, sobre as relações entre os usos escolares e os demais usos sociais da escrita.
Os dados das últimas edições do Enem demonstram que a maioria dos participantes fracassa na hora de ler e responder objetivamente as questões de múltipla escolha e não apresentam, também, boa argumentação na hora de redigir sobre temas da atualidade.
Numa sociedade de informação, ler ou escrever bem é condição de superação da desigualdade social. A leitura vai além do repertório de palavras do alfabeto. A leitura é uma habilidade complexa e muitos deixam a escola porque não conseguem responder às exigências de lectoescrita da sociedade do conhecimento. Ler é compreender, interpretar, descobrir, criar e, sobretudo desfrutar do reino do conhecimento. Falta aos jovens o domínio da leitura compreensiva, isto é, ler e entender o que lê. Tarefa básica da escola, mas difícil de ser apreendida pelo aluno.
O analfabetismo é, portanto, um grande desafio a ser enfrentado pelos governos, para consolidação da Sociedade da Informação no Brasil, uma vez que os estoques de informação disponíveis na internet encontram-se, em sua maioria, sob a forma de texto escrito, inacessíveis para os 20 milhões de brasileiros que não sabem ler e escrever.
Estudos sobre o analfabetismo funcional levaram à definição do conceito de letramento como a apropriação da leitura e da escrita para exercer a cidadania, ter condições de acesso à cultura letrada e corresponder às suas demandas utilizando o ler e o escrever em práticas sociais.
Adotando-se o mesmo raciocínio podemos afirmar que o que vem sendo denominado como analfabetismo digital, não deveria ser utilizado para se referir apenas àqueles que não dominam os códigos da informática, não se restringindo ao mero conhecimento técnico relacionado ao uso de teclado, ao fato de saber utilizar programas computacionais ou interfaces gráficas. 
O foco dos programas de inclusão digital deveriam ter como objetivo, portanto, desenvolver a fluência tecnológica, ou seja, a capacidade de utilizar as TIC de forma crítica, no sentido de promover a aprendizagem significativa, autônoma e contínua, incentivar as pessoas a serem produtoras de conteúdo necessários à melhoria de suas condições de vida e da comunidade, preparando para o exercício da cidadania e da participação democrática.
Dar vez e voz aos movimentos sociais, ao aprimoramento de formas de trabalho colaborativas. Para tanto, é preciso maior investimento nas modalidades de educação formal e informal, ampliando os modos de participação e representatividade dos indivíduos, uma educação emancipatória, voltada para a “formação do ser humano dialógico” e para a construção de uma sociedade menos discriminatória e mais humana.
· Clique Para conhecer sobre o Projeto de inclusão digital denominado GESAC
· Clique Para conhecer o portal de Inclusão digital do governo Federal

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