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27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 1/47 ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA 1 INTRODUÇÃO Olá! Os conteúdos da disciplina Concepções de Ensino e de Aprendizagem: Contribuições da Neuropsicologia foram selecionados e estão organizados de forma que possam ajudar você que é professor da Educação Básica a re�etir sobre as ideias e concepções que fundamentam a sua prática pedagógica. Já sabemos que nenhuma prática pedagógica é neutra, ou seja, a nossa forma de trabalhar revela as nossas crenças em educação e, consequentemente, revelam as teorias que permeiam a nossa prática. A teoria sem a prática é vã e a prática sem base teórica é vazia. O que atribui intencionalidade pedagógica às ações do professor é o referencial teórico que carrega da sua formação e nas suas concepções. Desta forma, entender como o sujeito aprende pode ser o caminho para a de�nição de uma prática pedagógica consistente. Ou seja, a ciência orienta a ação. O referencial teórico permite ao professor dispensar um olhar cuidadoso para o sujeito que aprende. Quando isto acontece, pode-se dizer que o professor é um pesquisador. É importante pensarmos que não somos pesquisadores apenas quando de�nimos um tema de pesquisa e vamos à busca de informações e soluções a partir de boas bibliogra�as. Somos pesquisadores acima de tudo, quando olhamos para a produção dos nossos alunos com o olhar permeado pelo Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 2/47 Concepções de ensino e de aprendizagem. Teorias empiristas. Teorias construtivistas. Escrever é preciso! Contribuições do registro escrito. Avaliação na perspectiva empirista e na perspectiva construtivista. Aprofundamento dos conteúdos. Práticas pedagógicas aplicadas às aulas não presenciais. Projetos de ensino e de aprendizagem. Trilhas de aprendizagem. Sequência didática. Considerações �nais – sugestões de encaminhamentos para as três etapas da Educação Básica. conhecimento cientí�co. Desta forma, entendemos o que e como o sujeito está pensando. E uma vez tendo esta leitura, a intervenção junto àquele sujeito será direcionada as suas necessidades e potencialidades. E a consequência disso? Já sabemos que neste contexto ocorre, de fato, a construção do conhecimento. Destaco que ao longo deste texto, re�ro-me com frequência ao “sujeito da aprendizagem”. Para �ns de alinhamento, utilizo o termo “sujeito” para referenciar toda pessoa que aprende, independentemente de idade. Vamos tratar de alguns conteúdos que entendo serem fundamentais para a compreensão desta temática: Você deve estar se perguntando como tudo isso acontece e como tudo isso contribui para a sua prática pedagógica nas aulas não presencias com crianças, adolescentes e jovens da Educação Básica. Pois é! É este ensaio que vamos fazer nesta disciplina. Convido você para vir comigo! Profa. Me. Neuzi Schotten Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 3/47 2 CONCEPÇÕES DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM Ao longo da minha trajetória pro�ssional tive a oportunidade de trabalhar com milhares de professores da Educação Básica, oriundos de diferentes Instituições de Ensino Superior e de diferentes modalidades de ensino. Trabalhei com professores formados em universidades públicas e em instituições privadas de Ensino Superior. Trabalhei com professores formados na modalidade presencial, semipresencial e na modalidade de ensino a distância. E neste imenso grupo encontrei pro�ssionais da educação com conhecimento e nível de comprometimento muito acima do esperado, assim como também encontrei o contrário, independente da modalidade e da instituição onde realizaram seu curso superior. De fato, cada um constrói a sua história! Não raro, encontrei professores que a�rmavam não “seguir” nenhuma teoria ou nenhuma linha teórica na sua prática pedagógica. Ao serem questionados respondiam que não adotavam nenhuma linha teórica ou que seguiam um pouco de cada uma. Embora eu pudesse identi�car as concepções dos professores através da análise dos planos de aula, através da observação da aula por alguns minutos ou mesmo através da análise do caderno do aluno, percebia cada vez mais que grande parte dos professores reproduziam na sala de aula o modelo que traziam de sua própria formação. Por muito tempo me questionei sobre a importância dos conhecimentos veiculados na Formação Superior na prática do professor e isso me incomodava muito. Foi durante as leituras, a coleta e a análise dos dados da minha pesquisa de Mestrado que pude chegar a alguns caminhos que me explicavam um pouco do que acontecia com o professor na sala de aula. De fato, há a tendência de reproduzirmos na nossa prática os modelos que trazemos da nossa própria formação. No entanto, não estamos condenados a esta reprodução para toda a nossa vida. A ciência que constitui o referencial teórico da formação docente é capaz de promover as re�exões necessárias que conduzem à transformação. De fato, é preciso pensar diferente para se fazer diferente. Você deve estar se perguntando o motivo pelo qual estou tentando mostrar a necessidade de mudanças no processo de ensino, pois, a�nal, você faz como seu professor fez e o que ele fez deu muito certo! Ocorre que, o mundo, a educação e o sujeito não são os mesmos que eram há décadas. As necessidades em todas as esferas são outras. As crianças, adolescentes e adultos da contemporaneidade enxergam o mundo e as relações de uma forma completamente diferente da forma como as crianças enxergavam o mundo no século passado (há duas ou três décadas). Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 4/47 Tracei este preâmbulo inicial para que possamos entender que o bom conhecimento das teorias de aprendizagem fundamenta a prática de um bom professor. Não há prática pedagógica neutra. As concepções do professor determinam a forma de como ele vê o mundo, a educação, a escola, o aluno e a forma de como ele vê sua própria prática. Telma Weisz, no livro O diálogo entre o ensino e a aprendizagem (1999) traz um capítulo intitulado “Ideias, concepções e teorias que sustentam a prática de qualquer professor mesmo quando ele não tem consciência delas”. Mais tarde, a mesma autora em parceira com o Prof. Arthur Gomes de Morais da UFPE publica um artigo que trata dos estudos que realizaram a respeito das teorias da aprendizagem e sua relação com a prática docente. Vamos tratar disso nesta disciplina! 2.1 COMEÇANDO PELO COMEÇO Todo planejamento, inclusive o planejamento pedagógico, deve ter como origem os objetivos do autor. Ou seja, antes de tudo o professor precisa perguntar-se onde quer chegar com a sua turma no �nal daquele conteúdo, ou no �nal da Unidade, ou no �nal do bimestre e no �nal do ano letivo. Pense um pouco sobre a �gura a seguir: FIGURA 1 – REFLEXÃO FONTE: <https://bit.ly/2BIDOrf>. Acesso em: 6 jul. 2020. Acho que concordam com o autor quando faz referência à importância de sabermos onde queremos chegar. Considero fundamental essa premissa em todos os aspectos da nossa vida. No entanto, estamos aqui falando de educação e Capítulo 1 https://bit.ly/2BIDOrf 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 5/47 da formação de pessoas. Neste contexto, planejar é preciso e o planejamento inicia com a de�nição de onde é preciso chegar. Parailustrar esta re�exão trago, ainda, o trecho do livro Alice no país das maravilhas que, com toda a certeza, você já conhece muito bem. Meu objetivo é con�rmar aquilo que todo professor já sabe ou deveria saber. Veja: FIGURA 2 – ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS FONTE: <https://bit.ly/2W10862>. Acesso em: 6 jul. 2020 E você, sabe onde quer chegar? Sabendo onde você quer chegar, cabe-lhe construir o caminho. Pois bem, para construir o caminho, ou seja, a práxis pedagógica, é imprescindível o conhecimento das teorias da aprendizagem. A matriz curricular dos cursos de licenciatura contempla o estudo dos teóricos que contribuíram para que pudéssemos entender melhor como os sujeitos aprendem. Na licenciatura, aprendemos como os sujeitos aprendem segundo Piaget, Vygotsky, Freinet, Freire, Wallon, Lúria e tantos outros. FIGURA 3 – COMO O SUJEITO APRENDE Capítulo 1 https://bit.ly/2W10862 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 6/47 FONTE: <https://bit.ly/2Zda1zS>. Acesso em: 6 jul. 2020. Não raro, o acadêmico e futuro professor estuda as teorias para ser aprovado na disciplina, mas não consegue estabelecer a relação das teorias com a prática pedagógica. Ou seja, como estas teorias aparecem no planejamento, na sala de aula e no desenvolvimento dos alunos das suas turmas. Certa vez, recebi uma professora aprovada no processo seletivo na Rede de Ensino onde eu trabalhava como gestora e, logo na segunda semana de trabalho fui visitá-la. Ao chegar na sala de aula me deparei com a lousa cheia de atividades de cópia e de repetição para a turma de alfabetização. Perguntei para a professora o motivo pelo qual ela não estava aplicando tudo o que havia aprendido no curso superior que havia concluído recentemente. E qual não foi minha surpresa ao ouvi- la dizendo que primeiro as crianças precisariam aprender a ler e escrever para depois desenvolverem atividades de leitura e de escrita. Respirei fundo e, com toda a certeza, repeti aquilo que ela já teria ouvido dos seus professores, dizendo que a criança aprender a ler, lendo e a escrever, escrevendo. Ela, de fato, não havia entendido nada sobre aprendizagem e, muito menos, sobre alfabetização embora a Universidade tivesse insistido nesta aprendizagem. Também é certo que o grande número de teorias da aprendizagem cria certa confusão e insegurança nos professores. Não raro, os professores declaram que não sabem como aplicar determinada teoria na sala de aula e que não conseguem de�nir qual seria a teoria que traz mais resultados no seu planejamento pedagógico. Nesta direção, o artigo que mencionei anteriormente de Telma Weisz e Arthur Gomes de Morais nos ajuda muito. Eles agruparam todas as teorias em dois Capítulo 1 https://bit.ly/2Zda1zS 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 7/47 grandes grupos que chamam de dois grandes guarda-chuvas sob os quais estariam as diferentes teorias. Assim, o professor não precisa lidar com tantas abordagens direcionando seu olhar e sua compreensão para apenas duas abordagens. Assim temos o grupo das teorias empiristas e o grupo das teorias construtivistas. Entenda, a seguir, o que dizem as teorias do grupo das teorias empiristas e o que dizem as teorias do grupo das teorias construtivistas. 2.2 TEORIAS EMPIRISTAS O que dizem as teorias que formam o grupo das teorias empiristas de ensino e de aprendizagem? Dizem que o conhecimento está fora do sujeito e é internalizado através dos órgãos dos sentidos, ativados pela ação física e perceptual. As imagens abaixo lhe dizem algo? FIGURA 4 – PEDAGOGIA DO OPRIMIDO <https://bit.ly/2Zcg4Vj>. Acesso em: 6 jul. 2020. FIGURA 5 – EDUCAÇÃO BANCÁRIA Capítulo 1 https://bit.ly/2Zcg4Vj 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 8/47 <https://bit.ly/2Zcg4Vj>. Acesso em: 6 jul. 2020. Embora as imagens nos choquem, é isto que encontramos ainda em milhares de salas de aula pelo Brasil afora. É preciso que nos perguntemos: que sujeito queremos formar? Um sujeito passivo que recebe um amontado de conteúdos, precisa memorizar e reproduzir no dia da avaliação? Este modelo é conhecido como “estímulo-resposta” e fazem referência às teorias de Skinner e Pavlov: FIGURA 6 – TEORIA DE SKINNER <https://bit.ly/38EhJG4>. Acesso em: 6 jul. 2020. FIGURA 7 – CONDICIONAMENTO CLÁSSICO Capítulo 1 https://bit.ly/2Zcg4Vj https://bit.ly/38EhJG4 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 9/47 <https://bit.ly/38Hewpo>. Acesso em: 6 jul. 2020. A prática pedagógica fundamentada pelas teorias empiristas revela a concepção de que o aluno estuda apenas para tirar nota, NÃO para aprender! Infelizmente, ainda encontramos professores que passam na lousa a respostas das atividades propostas aos alunos e solicitam que apaguem as respostas erradas e substituam pelas respostas certas copiando da lousa. O aluno, sob a orientação do professor, apaga a resposta errada e copia a resposta certa. Frequentemente, vê- se professores corrigindo as atividades, apresentando a resposta correta e pedindo aos alunos para copiar esta resposta no caderno. A ideia que fundamenta esta prática é a certeza de que se a resposta correta estiver no caderno o aluno, através da visualização e da repetição, vai aprender o conteúdo. Neste contexto, o erro não é problematizado e não é analisado. Ou seja, não ocorre o esforço de compreender como o sujeito está pensando a �m de fazer a intervenção na forma de compreender do aluno. Em turmas de alfabetização, a prática pedagógica fundamentada pela concepção empirista concebe o texto como um agregado de frases. Trabalha com textos pobres, de linguagem pobre e de conteúdos super�ciais. A ideia que perpassa esta prática é a ideia de que para alunos fracos, oferece-se estudo fraco. Quem de nós não carrega muita di�culdade ou certa di�culdade no ato de ler e de escrever e, quando nos apercebemos, vemos que a nossa produção é fruto do modelo de texto que nos foi oferecido durante os anos iniciais de nossa formação? Capítulo 1 https://bit.ly/38Hewpo 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 10/47 Considerando os estudos na Neuropsicologia, outro equívoco que encontramos nesta abordagem diz respeito ao fato de desconsiderar todo o processo de construção de determinado conceito, supondo que o sujeito aprende, pois em dado momento, dá o “estalo”. Defende-se que o aluno ainda não aprendeu, mas num determinado momento ele terá um insight. Desconsidera-se o processo. Na prática pedagógica fundamentada na concepção empirista de ensino e de aprendizagem, encontramos intenso investimento na cópia, na escrita sob ditado, na realização de questionários e na memorização pura e simples. FIGURA 8 – FAMÍLIA SILÁBICA <https://bit.ly/2CmmOXr>. Acesso em: 6 jul. 2020. Chamo a atenção de vocês, pois a ilustração anterior trata-se de um símbolo e, como tal, deve ser transferido para todas as áreas do conhecimento e para todos os níveis da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Encontramos a concepção de que o sujeito aprende através dos órgãos dos Capítulo 1 https://bit.ly/2CmmOXr 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 11/47 da realidade; da vida; da sociedade. não valorizao conhecimento prévio dos alunos; repassa conteúdos; cumpre o currículo pré-estabelecido; sentidos, ou seja, visualizando, ouvindo e sentindo em escolas de norte a sul, de leste a oeste deste país. Nelas, os conteúdos são trabalhados descontextualizados: Algumas vezes levei para re�exão nas formações de professores que trabalhei e trago aqui, também, o exemplo da prática do “plantio do feijão em algodão” que acontece em muitas salas de aula de muitas escolas. Costumo perguntar: onde o agricultor planta feijão em algodão? Ou seja, o único lugar do mundo onde se planta feijão em algodão é na escola. Tudo bem! Sei perfeitamente quais são os conteúdos que os professores trabalham a partir desta prática, mas não seria melhor trabalhar estes mesmos conteúdos a partir de uma prática real? FIGURA 9 – PLANTIO DE FEIJÃO EM ALGODÃO <https://bit.ly/2W2PoEl>. Acesso em: 6 jul. 2020. E qual seria o papel do professor na prática pedagógica empirista? Na concepção empirista de ensino e de aprendizagem, cabe ao professor apenas informar os conteúdos. Ou seja, passar as informações quer seja falando, quer seja passando no quadro para que as crianças copiem, quer seja mostrando em cartazes expostos na sala de aula. O professor: Capítulo 1 https://bit.ly/2W2PoEl 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 12/47 não considera os diferentes ritmos de aprendizagem colocando todos na mesma fôrma; considera que aquele que tira nota baixa é sempre porque não se esforçou; e, acredita que todos devem assimilar os conteúdos da mesma forma e no mesmo tempo. FIGURA 10 – LINHA TRADICIONAL <https://bit.ly/321jxrw>. Acesso em: 6 jul. 2020. Lembremos que o ritmo de aprendizagem de um aluno é diferente do outro, na maioria das vezes porque os conhecimentos que os alunos têm sobre aquele conteúdo é diferente. sabemos que quanto mais conhecimento o aluno já tem, melhor e mais rápido ele aprende. Nesta rápida abordagem sobre as teorias que estão sob o guarda-chuva das teorias empiristas, não posso deixar de lembrar que Paulo Freire já se referia a elas quando citou a Educação Bancária no livro A Pedagogia do Oprimido (1987), referindo-se aos professores que depositam os conteúdos na cabeça dos alunos e sacam no dia das provas. Alguns dias depois o aluno já não sabe mais nada do que reproduziu nas provas. Ou seja, ele não aprendeu, apenas memorizou. Neste sentido, é comum encontrarmos professores que manifestam sua preocupação quando se aproximam as férias escolares pois acreditam que, ao voltar, o aluno já Capítulo 1 https://bit.ly/321jxrw 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 13/47 não “sabe mais” aquilo que foi ensinado. De fato, se foi apenas memorizado, o aluno já terá esquecido. Se há décadas a prática decorrente desta teoria teve sua validade, hoje já não se concebe mais memorizar tantas informações que nos chegam a cada milésimo de segundo. A memória é seletiva. Vamos substituindo informações que não são mais utilizadas por informações mais recentes e mais utilizadas. Cabe aqui destacar a importância da memorização em alguns momentos da aprendizagem especialmente quando tratamos dos conteúdos factuais (ZABALA, 1995). Os professores que trabalham numa perspectiva empirista costumam investir em recursos auditivos e, principalmente, visuais. Confeccionam inúmeros cartazes e os espalham nas paredes da sala de aula acreditando que, ao visualizar, o aluno aprende. Desta forma, encontramos nas salas de aulas cartazes com regras de ortogra�a ou com conceitos básicos ou até com fórmulas matemáticas, acreditando que, de tanto visualizar, o aluno terá aprendido. Não raro, alguns alunos revelam-se exímios memorizadores, mas quando solicitado que apliquem a informação memorizada em alguma situação prática, revelam extrema di�culdade. Ao longo dos anos de trabalho com professores, vivi algumas situações que me remetem a acreditar na grande lacuna que existe entre memorização e aprendizagem. Certa vez tomei conhecimento do conteúdo sobre meio ambiente que a professora havia trabalhado com os alunos do quinto ano. Alguns alunos mostraram profundo conhecimento sobre o conteúdo trabalhado que foi manifestado na avaliação aplicada onde reproduziram os conceitos memorizados. Estes alunos obtiveram a nota máxima na prova. No entanto, a maioria deles continuou com as mesmas atitudes em relação à conservação e preservação do meio ambiente. Não raro, jogavam o pacote da bolacha no chão, desperdiçavam água e quebravam os galhos das plantas. Pergunto: Houve aprendizagem? Fica a re�exão. Das abordagens que apresentei ao longo deste tópico deixo as re�exões que vocês �zeram ao ler o texto e as dúvidas que permaneceram. A�nal, as dúvidas fazem avançar, através delas continuamos com nossa busca pelo conhecimento e aprofundamento do conteúdo. Continue estudando! 2.3 TEORIAS CONSTRUTIVISTAS As teorias que formam o grupo das Teorias Construtivistas de ensino e de aprendizagem, estabelecem uma nova relação entre o ensino e a aprendizagem para este novo sujeito que está inserido em um novo tempo social, cultural e histórico. Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 14/47 Quero destacar, desde já, que na abordagem apresentada neste texto, o termo “construtivista” não está diretamente relacionado à teoria piagetiana embora que, a teoria piagetiana seja uma das teorias abarcadas pelo guarda-chuva das teorias construtivistas. Vamos alinhar bem para que possamos entender melhor a abordagem que segue: fazem parte do grupo das teorias construtivistas todas as teorias que defendem que o sujeito aprende porque é um sujeito cognoscente, ou seja, é um sujeito que pensa e, por isso, transforma a informação em conhecimento. FIGURA 11 – INTERAÇÃO NA SALA DE AULA <https://bit.ly/2AHGQvc>. Acesso em: 6 jul. 2020. As teorias que estão sob o guarda-chuva das teorias construtivistas pressupõem, no seu bojo, que acontece uma atividade mental por parte de quem aprende, que organiza e integra os novos conhecimentos aos já existentes. Entende-se que, para aprender, o aluno precisa realizar uma atividade mental superior, ou seja, precisa pensar para transformar a informação em conhecimento através da relação que estabelece com aquilo que sabe e a nova informação. Capítulo 1 https://bit.ly/2AHGQvc 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 15/47 Nesta concepção, entende-se que o sujeito da aprendizagem passa a pensar e a agir diferente, incorporando o novo conhecimento àquele que já tem. Por isso dizemos que nunca paramos de aprender. Aprendemos sempre. FIGURA 12 – PENSANDO <https://bit.ly/2Diy4oi>. Acesso em: 6 jul. 2020. Na concepção construtivista entende-se o aluno como sendo um sujeito cognoscente, ou seja, pensa, e porque pensa, aprende. No momento que o aluno é desa�ado a pensar, utiliza os conhecimentos que já tem para resolver a nova situação e com novas informações constrói um conhecimento que o ajude a resolver o problema com o qual se depara. FIGURA 13 – SUJEITO COGNOSCENTE Capítulo 1 https://bit.ly/2Diy4oi 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 16/47 FONTE: <https://bit.ly/3iOru9i>. Acesso em: 6 jul. 2020. Por esta razão, é importante que o professor problematize as situações para fazer o aluno pensar! Nesta seara, o planejamento do professor deve contemplar atividades difíceis,porém possíveis. As atividades propostas devem ser tão difíceis que façam o aluno pensar e estabelecer relações com aquilo que já sabe a respeito do assunto, mas não devem ser tão difíceis a ponto de serem impossíveis de o aluno dar conta. É comum encontrarmos alunos que desistem de determinada atividade proposta pelo professor, pois se sentem incapazes de resolver. Por isto, a atividade precisa ser difícil, porém, possível para todos os alunos. FIGURA 14 – ESTUDANDO <https://bit.ly/3iMGWTt>. Acesso em: 6 jul. 2020. O aprendiz é um sujeito protagonista de seu próprio processo de aprendizagem. É alguém que vai produzir a transformação que converte informação em Capítulo 1 https://bit.ly/3iOru9i https://bit.ly/3iMGWTt 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 17/47 mediador; desa�ador; e conhecimento próprio. informação não é conhecimento. conhecimento é a informação incorporada nas concepções, no jeito de pensar e nas ações. Por outro lado, sabemos que aprender depende do aluno, pois ninguém aprende o que não quer. o professor pode e deve ser o mediador oferecendo “motivos” para que o aluno queira aprender, questionando sempre para fazer o aluno pensar. É importante lembrar que o professor só questiona os alunos quando está atento àquilo que está acontecendo com eles e quando tem conhecimento do objeto de aprendizagem (o conteúdo). O guarda-chuva das teorias construtivistas abarca também a teoria sociointeracionista de Vygotsky. Por considerar importante no contexto que estamos trabalhando aqui, trago uma rápida abordagem sobre o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal de Vygotsky. FIGURA 15 – MEDIAÇÃO <https://www.google.com/search? q=zona+de+desenvolvimento+proximal&tbm=isch&ved=2ahUKEwjPlonU27jqAhUMK7kGHXCSAi8Q2>. Acesso em: 6 jul. 2020. Vamos trazer este conceito para a nossa re�exão! Desta forma, tudo o que o aluno já sabe a respeito do objeto de aprendizagem (conteúdo) encontra-se no campo do Desenvolvimento Real. Já, os objetivos de aprendizagem encontram-se no campo do Desenvolvimento Potencial. Assim, o professor encontra-se como mediador, atuando no campo entre aquilo que o aluno já sabe e aquilo que precisa saber, ou seja, na Zona de Desenvolvimento Proximal. Podemos dizer que o professor é o: Capítulo 1 https://www.google.com/search?q=zona+de+desenvolvimento+proximal&tbm=isch&ved=2ahUKEwjPlonU27jqAhUMK7kGHXCSAi8Q2 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 18/47 faz o aluno pensar; desa�a o aluno; e tira o aluno da zona de desenvolvimento real. Ele atua como mediador, desa�ador e problematizador quando: Temos à nossa disposição inúmeras pesquisas oriundas, especialmente, dos cursos de pós graduação stricto sensu, que discutem sobre a função mediadora do professor. Vamos conversar sobre isso um pouco mais adiante. Lembro-me de algumas manifestações que já ouvi de professores dizendo que não conseguiam agir como mediadores uma vez que a rede de ensino havia adotado livro didático ou sistema de ensino através de apostilas. Diziam que se sentiam presos a estes materiais de apoio didático e que apenas cumpriam o que estava de�nido por eles. Destaco que, mesmo que haja o livro didático ou a apostila a serem seguidos, isso não impede que o professor faça um planejamento sério e fundamentado teoricamente para aplicar o conteúdo e as atividades do livro. Com toda a certeza vocês já ouviram a seguinte expressão: Quem dá vida ao livro ou a apostila ou ao modelo e estabelece o vínculo com o aluno é o professor. FIGURA 16 – PRÁTICA DO PROFESSOR Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 19/47 do olhar que o professor tem com o aluno, fazendo-lhe as perguntas necessárias para que ele pense a respeito do objeto de aprendizagem; das atividades que planeja para aplicar com seus alunos tendo sempre em mente que a atividade precisa ser difícil, porém possível; dos motivos que apresenta aos alunos para que encontrem signi�cado no conteúdo que estão aprendendo. 1. Na interação com o objeto do conhecimento – O aluno aprende pensando sobre o conteúdo, estabelecendo relação entre os conteúdos e estabelecendo relações dos conteúdos com a realidade. Por esta razão, é importante que o professor contemple em seu planejamento atividades que o aluno precisa resolver sozinho promovendo, desta forma, a interação do aluno com o objeto do conhecimento, uma vez que a atividade mental superior capaz de transformar a informação em conhecimento é realizada pelo sujeito da aprendizagem. 2. Na interação com o outro – Por esta razão se faz trabalho em duplas ou em grupos, ou seja, para que possam argumentar, defender seu ponto de vista e elaborar o pensamento. Nesta interação, o aluno convence o colega ou é convencido. Lembre-se de que o conhecimento constrói argumentos. É <https://bit.ly/2Zizl7H>. Acesso em: 6 jul. 2020. A forma como o professor age revela a concepção que ele tem do processo de ensino e de aprendizagem. Se o professor pensa que o aluno aprende vendo e ouvindo, ele vai planejar momentos que contemplem isso. Agora, se o professor entende que o aluno aprende pensando, vai planejar situações que contemplem a problematização e a re�exão. Resumidamente, a mediação ocorre, entre outros, através: Para que o professor possa desempenhar sua função de mediador é necessário que as decisões que toma ao elaborar o seu planejamento diário sejam permeadas pelo conhecimento pedagógico que construiu ao longo de sua formação. Ou seja, as decisões precisam ser tomadas a partir de uma intencionalidade pedagógica. Para Vygotsky (2007), o sujeito (aluno) aprende em três situações. Atente para o fato de que, se Vygotsky diz que os alunos aprendem nestas três situações, esta informação indica que você deve contemplar no seu planejamento a forma de como aplica cada uma das atividades e, veri�car se durante a semana você contempla estas três situações. Em Vygotsky (2007), o sujeito aprende: Capítulo 1 https://bit.ly/2Zizl7H 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 20/47 preciso ensinar os alunos a fazer trabalhos em duplas ou em grupos. Culturalmente, o trabalho em grupo é confundido com a distribuição de tarefas para a realização de uma atividade solicitada pelo professor. Promover um fórum de discussão sobre as características e a riqueza de um trabalho de grupo, cujo aluno tem a oportunidade de se deparar com diferentes pontos de vista a respeito de um assunto, pode trazer bons resultados, especialmente em se tratando do Fundamental II e Ensino Médio. 3. Na interação com o parceiro mais experiente – Na sala de aula supõe-se que seja o professor que, conhecendo o processo e o conteúdo, problematiza as situações, os conteúdos, os exemplos e os pontos de vista etc. e faz pensar! O professor como conhecedor do conteúdo lança perguntas que promovem o aprofundamento do conteúdo saindo da super�cialidade e do senso comum. Uma crítica encontrada em publicações de curriculistas é o fato de que ao longo do percurso formativo, o aluno não tem a oportunidade de avançar no aprofundamento dos conceitos fundamentais em detrimento da super�cialidade da quantidade de conceitos apresentados. A super�cialidade não traz conhecimento su�ciente sobre o objeto de estudo para que possa lhe ser útil na resolução dos problemas que precisa resolver tanto no estudo acadêmico quanto na sua vida pessoal e pro�ssional. 1. Deixar que formem as duplas livremente – Eventualmente você pode combinar com seus alunos que istoserá possível. No entanto, é preciso conversar com os alunos que, em determinadas atividades, você de�nirá as duplas para que possa ocorrer melhor aprendizagem naquele objeto de Na tentativa de encerrar esta rápida abordagem sobre a intencionalidade pedagógica, encaminho a discussão no sentido de deixar aqui a re�exão: você, professor, contempla estas três situações no seu planejamento? Quando você de�ne a atividade a ser desenvolvida por determinada turma, você de�ne a forma de como esta atividade será aplicada? Será aplicada individualmente, em duplas ou em grupos? No caso de propor aos alunos que seja desenvolvida em duplas, qual o critério que você adotará para formar as duplas? A última pergunta me remete a outra informação que considero pertinente apresentar neste momento, por se tratar de uma prática pedagógica que pode trazer tanto uma abordagem empirista quanto uma abordagem construtivista. Pergunto-lhe: qual é o critério que você utiliza para de�nir as duplas de trabalho para a realização de determinada atividade? Pois é, apresento-lhe três possibilidades: Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 21/47 aprendizagem (conteúdo). Note bem: você precisa conversar com os alunos e apresentar os motivos pelos quais você formará as duplas. Os alunos não têm como adivinhar sua intenção e, na maioria das vezes, a rebeldia se dá pela falta de entendimento sobre o encaminhamento do professor. Quando o professor deixa claro os critérios e os justi�ca, os alunos sentem-se contemplados. 2. Formar duplas em que um aluno revela conhecimento sobre o tema a ser trabalhado e o outro aluno apresenta muitas di�culdades. Comumente esta prática é conhecida como trabalho com monitoria. Este encaminhamento revela uma concepção empirista de ensino e de aprendizagem. Por quê? Porque você revela que acredita que o aluno que sabe possa ensinar o aluno que não sabe e que o aluno que não sabe possa aprender com o aluno que sabe. Na prática o que acontece nestes casos? O aluno que sabe faz a atividade e o aluno que não sabe copia do aluno que sabe. Ou, quando muito, o aluno que sabe explica (fala) para o aluno que não sabe acreditando que ouvindo o que ele está falando, vá aprender. 3. Formar duplas em que são agrupados dois alunos com conhecimentos mais ou menos no mesmo nível, mas diferentes. Como? Para quê? Estes dois alunos terão boas discussões a partir dos argumentos que cada um tem. Ou seja, um defende a resolução da atividade a partir do seu entendimento e argumenta com o outro defendendo seu posicionamento e o outro faz a mesma coisa defendendo o seu ponto de vista. Nesta situação, A convence B ou B convence A ou, ainda, chegam à conclusão de que juntando o que ambos compreendem conseguem uma solução ainda melhor. Arrisco dizer que esta prática contempla, no mínimo, um dos pilares da educação da UNESCO: aprender a conviver. Organizar as duplas a partir desta premissa revela a concepção construtivista de ensino e de aprendizagem pois para elaborar a argumentação e a síntese �nal, faz-se necessária a atividade mental superior. É preciso estabelecer relação entre o que já sabe, o conteúdo e os argumentos do colega para se posicionar e construir um novo conhecimento. A esta altura você deve estar se perguntando sobre o que isto tudo tem a ver com as aulas a distância. Pois é! Da mesma forma que sua prática pedagógica nas aulas presenciais revelam as suas concepções de ensino e de aprendizagem, também ocorre nas aulas não presenciais. FIGURA 17 – DÚVIDA Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 22/47 1. Para que o aluno desenvolva a atividade é preciso que você repertorie o aluno sobre o conteúdo a ser estudado. Não adianta pedir que o aluno leia o texto do livro didático e responda as perguntas a seguir. Para que ocorra a leitura*, o aluno precisa ter um conhecimento prévio sobre o conteúdo. Assim, você pode explicar o conteúdo através da escrita de um texto dialógico em que você antecipa alguns conceitos fundamentais acerca do conteúdo do texto a ser lido ou você pode gravar um vídeo com a explicação destes conceitos ou, ainda, você pode indicar o link de uma gravação já <https://bit.ly/2W2JIKq>. Acesso em: 6 jul. 2020. E como contemplar as três situações de aprendizagem segundo Vygotsky (2007), mencionadas anteriormente nas aulas não presenciais? Eu sei que você já pensou em inúmeras possibilidades, mas também gostaria de compartilhar com você o que me desa�o a pensar. Então, vamos lá! Na interação com o objeto do conhecimento – Você apresenta através da plataforma utilizada na sua escola (síncrona ou assíncrona – ver disciplina 3 deste curso) ou através das atividades impressas que você envia aos seus alunos, uma atividade que o aluno precisa desenvolver sozinho a partir do estudo do conteúdo. Veja bem: Capítulo 1 https://bit.ly/2W2JIKq 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 23/47 disponível no YouTube que atende a este objetivo. Lembre-se que, para que ocorra a interpretação do texto (compreensão), o aluno precisa ter conhecimento prévio sobre o conteúdo e precisa ter familiaridade com a linguagem utilizada no texto**. 1. Apresente para o aluno o objetivo desta atividade, ou seja, além daquilo que ele precisa realizar, é importante você dizer o que pretende com a atividade. A linguagem dialógica é fundamental nas aulas não presenciais. As atividades precisam ser encaminhadas através de um texto que converse com o aluno ou através de uma gravação onde o professor conversa com o aluno sobre a importância daquela atividade, orientando-o sobre como pode desenvolvê-la. *Ler não é só decodi�car. Ler é checar, inferir, antecipar, interpretar, estabelecer relações etc. **É comum encontrar alunos que tiveram, no decorrer da sua escolaridade, contato com apenas um ou dois gêneros textuais, geralmente, o gênero literário. Estes alunos apresentarão di�culdades de interpretação de textos instrucionais ou jornalísticos, por exemplo. Por isso, hoje, sabemos o quão importante é trabalhar com diferentes gêneros textuais para que o aluno aprenda diferentes linguagens. Na interação com o outro – Você pode propor à turma o trabalho em dupla para a realização da atividade. Estabeleça o critério para a formação das duplas. Por exemplo, dois alunos que tenham a possibilidade de se comunicar através do WhatsApp ou dois alunos que tenham a possibilidade de conversar através de outro aplicativo de computador ou dois alunos que possam trocar ideias através do telefone ou de bilhetes enviados através do pais no ambiente de trabalho, en�m, você encontrará uma forma de de�nir as duplas. Não esqueça de deixar bem claro para os alunos os objetivos do trabalho em duplas, o objetivo da atividade e a forma de como podem se organizar para resolver a atividade em dupla. Deixe claro também qual é a sua expectativa de entrega, ou seja, como deve ser o produto �nal. Coloque-se à disposição como orientadora da produção da dupla. Diga que podem lhe enviar uma parte da atividade para que você possa orientá-los para a etapa seguinte. En�m, você será o orientador do trabalho dos alunos. Na interação com o parceiro mais experiente – Aqui você pode contar com dois parceiros mais experientes: você e os pais ou responsáveis. Não se esqueça de orientar os pais sobre o que, e como podem orientar seus �lhos na realização da atividade. Não cabe aos pais ensinar o conteúdo. Esta é a função do professor, como pro�ssional da educação que é. Aos pais cabe acompanhar os �lhos na realização da atividade, assim como auxiliar os �lhos paraque possam se Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 24/47 organizar e se disciplinar para que atinjam os objetivos. Não esqueça de que as atividades não presenciais requerem muita organização e autodisciplina por parte do professor, da família e do aluno. 3 LETRAMENTO O advento do conceito de letramento em educação está relacionado às abordagens construtivistas de ensino e de aprendizagem. Se entendermos letramento como sendo o uso dos objetos de aprendizagem em situações reais de uso no dia a dia, entendemos que as teorias abarcadas pelo guarda-chuva das teorias construtivistas permeiam a prática de letramento. Os professores que revelam a concepção construtivista de aprendizagem oferecem o conteúdo por inteiro aos alunos e de forma funcional, tal como é usado realmente – letramento. Letramento, em uma análise geral, diz respeito à função social do conteúdo, ou seja, onde e como ele aparece na vida das pessoas. Desta forma, não se imagina trabalhar o conteúdo super�cialmente porque “é mais fácil”. Fácil é aquilo que faz sentido para o aluno e é aquilo com o qual ele consegue estabelecer relações, pensar em uma situação parecida e pensar em como vai utilizá-lo em situações da sua vida. Não raro, encontra-se a preocupação de trabalhar com “o concreto” com as crianças da Educação Infantil e do Ensino Fundamental. Frequentemente, encontra-se práticas realizadas com tampinhas de garrafa, sementes, palitos de picolé sob a justi�cativa de trabalhar “no concreto”. Destaca-se que concreto é o que o cérebro já conhece e isso é considerado fácil. Aquilo que ainda não conhece, é considerado abstrato e, portanto, difícil. Por isso dizemos que o que é fácil para um, pode não ser para outro. FIGURA 18 – A SALA DE AULA Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 25/47 FONTE: A autora 4 ESCREVER É PRECISO! A escrita organiza o pensamento e, por isso, trago aqui este tema para que possamos tecer algumas re�exões. Muitas vezes me deparei com salas de aula cujo professor, após uma atividade desencadeadora (passeio, �lme, leitura de história), solicitava aos alunos que desenhassem algo que manifestasse o que eles mais haviam gostado ou aquilo que teriam aprendido. Ao questionar o professor sobre o objetivo da atividade, deparava-me com justi�cativas vazias e que me levavam a crer que o objetivo era preencher o tempo dos alunos. A atividade desencadeadora é um bom motivo para solicitar aos alunos que organizem em formato de texto o que aprenderam ou o que mais gostaram. Isso se aplica, inclusive para as crianças pequenas que devem ser incentivas para escrever “do seu jeitinho”, ou seja, de acordo com a hipótese de escrita na qual se encontram. Aliás, em turma de alfabetização (último ano do pré-escolar, 1º e 2º ano do Ensino Fundamental), os professores devem propor, no mínimo, uma atividade de escrita e uma atividade de leitura por dia sob pena de não se alfabetizarem no período destinado à alfabetização. Para que o sujeito escreva, ele precisa pensar sobre o que vai escrever, organizar mentalmente as informações e registrá-las através da escrita. Ou seja, a escrita é um procedimento que exige uma atividade mental superior, desenvolvendo assim o pensamento. Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 26/47 empenho; dedicação; compromisso; seriedade; desejo e crença na possibilidade de ter algo a dizer que vale a pena. Permitam-me aqui abrir um parêntese apenas como ilustração! Sabemos que a inteligência não se desenvolve do acaso. A inteligência precisa ser estimulada. Assim como a lâmpada acende ao ligarmos o interruptor, também a inteligência se desenvolve ao apresentarmos uma situação problema ativando os neurônios para que façam sinapses e ampliem a bainha de mielina. Voltando a falar sobre a importância da escrita, há quem pense que os que gostam de escrever têm o dom das palavras e que para estes as palavras “saem mais fácil”. Não é verdade, pois escrever não depende de dom, mas de: FIGURA 19 – ESCREVER É PRECISO Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 27/47 FONTE: <https://bit.ly/2CnQeEB Escrever é um procedimento e, como tal, depende de exercitação. O talento da escrita nasce da frequência com que ela é experimentada. Então, se o aluno não sabe escrever, cabe ao professor ensiná-lo. Atividades de escrita são desenvolvidas tanto nas aulas presenciais, quanto nas aulas não presenciais. FIGURA 20 – ESCREVER NÃO É COPIAR <https://bit.ly/2OcCH5v>. Acesso em: 6 jul. 2020. Lembre-se que copiar não é escrever. Copiar é grafar. Escrever é compor textos. Para escrever é preciso pensar em quantas e quais letras são necessárias para escrever a palavra, quais palavras serão utilizadas para escrever a frase, quais frases irão compor o parágrafo e quantos parágrafos (abordagens) são necessários para formar o texto para que o autor possa comunicar o que se deseja ao leitor. Por �m, se escrever não é dom, então trata-se de um procedimento que precisa ser ensinado e exercitado. Convido você para procurar pesquisas realizadas sobre a importância da escrita para o desenvolvimento pessoal e pro�ssional. Acredito, também, que não cabe mais pensarmos que a responsabilidade de escrever Capítulo 1 https://bit.ly/2CnQeEB https://bit.ly/2OcCH5v 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 28/47 re�etir sobre o processo pessoal de aprendizagem e sobre a própria prática; controlar o desenvolvimento do trabalho em função do planejamento; anotar as di�culdades e soluções para problemas identi�cados; buscar explicações e soluções para os problemas didáticos; compreender melhor as questões que se colocam para os alunos, inclusive em relação à própria escrita; ter material de consulta para elaborar relatórios de trabalho. compete apenas ao professor da disciplina de Língua Portuguesa. Escrever bem é obrigação de todos, especialmente daqueles que trabalham com a formação de sujeitos críticos, autônomos, pensantes e capazes de transformar a realidade. Encontramos este desejo registrado na grande maioria dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPPs) das Escolas. Infelizmente, a prática pedagógica de grande parte destas escolas não é capaz de formar o sujeito descrito no PPP, uma vez que esta prática pedagógica revela concepções empiristas de ensino e de aprendizagem. 4.1 O registro escrito é fundamental para documentar a prática pedagógica especialmente neste tempo de pandemia. É preciso documentar o trabalho realizado e os conhecimentos adquiridos, dúvidas, sínteses, relatos da prática pedagógica e questões para discussão coletiva para: FIGURA 21 – REGISTRO ESCRITO (NOVA ESCOLA) Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 29/47 FONTE: <https://bit.ly/3iObHHC>. Acesso em: 6 jul. 2020. 5 AVALIAÇÃO NA PERSPECTIVA EMPIRISTA E NA PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA O curso que você está realizando contempla uma disciplina que trata de forma especí�ca da avaliação, a disciplina 9. Por esta razão, aqui faremos apenas uma abordagem de Avaliação dentro do contexto das concepções de ensino e se aprendizagem que viemos conversando desde oinício desta disciplina. A concepção de avaliação que apresento não remete ao ato de examinar. A avaliação é processual e diagnóstica. O ato de examinar é pontual, é realizada no �nal de um processo e tem a �nalidade de atribuir uma nota para registro no sistema de avaliação. Assisti, certa vez, uma gravação de Cipriano Luckesi em que ele dizia que o que tem visto de norte a sul, de leste a oeste deste país, nos 40 anos que pesquisa avaliação, é o ato de examinar. Relata que em suas andanças tem encontrado cenas em que, em dias de prova, o professor entra na sala de aula, solicita a todos que guardem o material e informa aos alunos que não perguntem nada, pois ele nada sabe durante a avaliação. Identi�camos nesta ação do professor a concepção de “educação bancária” e de “examinar” o que, naquele momento, o aluno é capaz de produzir. E quiçá, fosse somente isso! O aluno leva na sua vida e nos registros acadêmicos a nota que revela seu desempenho naquele dado momento como sendo a expressão do seu conhecimento. Capítulo 1 https://bit.ly/3iObHHC 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 30/47 Na situação relatada no parágrafo anterior, vemos que a avaliação não apresenta a dimensão diagnóstica que deveria ter. Não podemos esquecer que avaliamos para planejar. Acompanhamos o desempenho dos alunos nas atividades que realizam e planejamos os passos seguintes a partir do que os alunos já sabem e ainda não sabem sobre o conteúdo trabalhado. Diz, ainda, Luckesi que avaliar é um ato amoroso. Durante algum tempo tentei entender esta fala do pesquisador. Até que percebi o ato amoroso na minha prática, como professora, quando acompanhava cada um dos meus alunos e tentava identi�car aquilo que não conseguiam aprender. A partir disso planejava atividades extras para os alunos com maior di�culdade em um ou outro conteúdo. Então percebi que eu só fazia isto porque eu me preocupava com a aprendizagem deles, com o desenvolvimento e com a autoestima de cada um de meus alunos. E esta preocupação revela um olhar amoroso, um olhar de preocupação e de acompanhamento do seu desenvolvimento. Confesso a vocês que a avaliação sempre foi e é a parte do processo educacional que mais me traz inquietação. Nunca me conformei em reprovar um aluno e, muito menos, de perder um aluno (no caso do ensino superior e da pós- graduação). Dispendo muita energia na elaboração das questões de uma avaliação. Pergunto-me sempre: o que eu quero com esta questão? Nunca aceitei a ideia de fazer uma questão apenas para cobrar do aluno. Sempre tento entender o que aquela questão vai me revelar a respeito da aprendizagem do aluno. Diz Celso Vasconcellos que a prova é um momento de aprendizagem. Assim, cabe ao professor acompanhar e problematizar a produção do aluno. Problematizar uma pergunta ou uma resposta não é fornecer a resposta, mas é fazer o aluno pensar sobre o que está escrevendo, sobre o que está respondendo. Neste momento o aluno aprende! Desta forma, a avaliação se aproxima do modelo de avaliação processual onde a atribuição da nota torna-se apenas um requisito legal para registro da vida acadêmica. FIGURA 22 – PRÁTICAS AVALIATIVAS Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 31/47 <https://bit.ly/2W0P1Ko>. Acesso em: 6 jul. 2020 Fazer a retomada dos erros e acertos dos alunos na avaliação que foi aplicada também caracteriza a avaliação processual e diagnóstica. Avalia-se para diagnosticar e planejar as ações a partir do que os alunos já sabem e daquilo que ainda não aprenderam. Avaliar - Processo Um assunto que vem logo à tona quando falamos de avaliação diz respeito aos instrumentos de avaliação. Frequentemente, encontram-se pro�ssionais da educação atribuindo o fracasso da avaliação à aplicação de provas. E ainda realcionam a aplicação de provas à concepção empirista de ensino e de aprendizagem, dizem se tratar de uma prática do ensino tradicional e que traumatiza os alunos. Pois bem, arrisco dizer que a prova pode ser elaborada e aplicada tanto na concepção empirista quando na concepção construtivista de ensino e de aprendizagem. As perguntas que devemos responder com relação às provas são: Como elaboro as provas? Como aplico as provas? O que as questões exigem do aluno? Memorização ou raciocínio? O que faço com aquilo que observo nas respostas dos alunos? Como as questões são elaboradas? Há um contexto e um comando claro? Veja o que diz Vasco Moretto (2001, p. 9): Capítulo 1 https://bit.ly/2W0P1Ko 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 32/47 FIGURA 23 – PROVAS FONTE: <https://bit.ly/32dYiTF>. Acesso em: 6 jul. 2020. Outrossim, sabemos que há inúmeros instrumentos de avaliação que podem ser aplicados e que, da mesma forma, podem revelar a concepção empirista ou a concepção construtivista do professor. Os diferentes instrumentos de avaliação podem ser aplicados tanto nas aulas presenciais quando nas aulas não presenciais. Imagino que você esteja pensando neste momento que os alunos irão consultar o material no caso de uma avaliação não presencial. Bom, isto também merece uma re�exão: a�nal, o que é atividade com consulta e o que é atividade com pesquisa? Uma avaliação pode ser composta por atividades de consulta ou por atividades de pesquisa. As diferenças estão na forma de como a atividade é elaborada e nos conteúdos cuja aprendizagem é avaliada. Vejamos: a questão que requer apenas que o aluno localize a resposta no texto, trata-se de uma questão de consulta. Já, a questão que remete o aluno à leitura (lembre-se do conceito de leitura) do conteúdo, à compreensão e a aplicação deste conteúdo da questão apresentada, caracteriza uma questão de pesquisa. A questão de consulta ou é aplicada pela falta de conhecimento do professor, ou porque o professor acredita Capítulo 1 https://bit.ly/32dYiTF 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 33/47 1. (Re) conhecimento. 2. Compreensão. 3. Aplicação. 4. Análise. 5. Síntese. 6. A habilidade mental básica exigida é a identi�cação das propriedades fundamentais dos objetos de conhecimento. É uma operação mental de que a memorização caracteriza a aprendizagem ou porque o conteúdo a ser avaliado trata-se de um conteúdo factual. Os conteúdos factuais podem ser memorizados e, diria até que podem ser esquecidos, uma vez que, ao necessitar, encontram-se com facilidade em sites de busca. Assim, �nalizamos esta abordagem direcionada à prática avaliativa que teve como intuito re�etir sobre nossa própria prática avaliativa e, quem sabe, ressigni�cá-la. 6 APROFUNDAMENTO DOS CONTEÚDOS Uma re�exão interessante é pensar no nível de aprofundamento dos conteúdos que trabalhamos com os alunos. É possível identi�car práticas pedagógicas que não favorecem o aprofundamento do estudo dos conteúdos. Neste caso, os alunos passam pela Educação Básica e até pelo Ensino Superior sem ter a oportunidade de chegar no nível máximo de aprofundamento para que ocorra, de fato, a aprendizagem capaz de transformar a vida dos estudantes. Para Moretto, (2010) os níveis de aprofundamento do estudo dos conteúdos são: Convido você para entender melhor cada um dos seis níveis de aprofundamento do estudo dos conteúdos para que você possa re�etir sobre o nível de aprofundamento que se faz necessário trabalhar em cada uma das etapas da Educação Básica. Na BNCC, encontramos as dez competênciasa serem desenvolvidas no �nal do percurso formativo da Educação Básica, ou seja, a cada etapa os conteúdos são aprofundados a �m de que no �nal do percurso o estudante tenha desenvolvido as competências. Então, vamos entender melhor? 1 (Re) conhecimento Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 34/47 pouca complexidade. Os objetivos estabelecidos pelos professores são de�nidos a partir dos seguintes verbos: identi�car; nomear; assinalar; citar; completar a lacuna; relacionar as colunas etc. Estrutura de uma questão de avaliação: há um pequeno contexto ou simples enunciado. Há critérios de identi�cação do objeto do conhecimento. O comando da questão é claro e preciso. Há uma indicação de elementos que dão signi�cado ao objeto de conhecimento: sua composição, �nalidade, propriedades características etc. As operações mentais em nível de compreensão pressupõem o reconhecimento e vão além dele, por isso são operações mais complexas. Os objetivos estabelecidos pelos professores são de�nidos a partir dos seguintes verbos: exempli�car; descrever; apresentar características; dar o signi�cado etc. Estrutura da questão de avaliação: há um enunciado ao objeto do conhecimento. Há uma identi�cação do núcleo do objeto do conhecimento. Há solicitação de descrição ou de demonstração de compreensão. Compreendida uma fórmula, um conceito, uma estrutura etc., eles são aplicados em situações e em problemas bem de�nidos. Os objetivos estabelecidos pelos professores são de�nidos a partir dos seguintes verbos: resolver; determinar; calcular; aplicar; com base no texto etc. Estrutura da questão de avaliação: há uma situação problema. Há parâmetros claramente de�nidos que circunscrevem a situação. Há um desenvolvimento, um algoritmo, uma sequência lógica a ser seguida. Analisar é uma operação mental que parte de um todo para a compreensão de suas partes. Os objetivos estabelecidos pelos professores são de�nidos a partir dos seguintes verbos: analisar; fazer uma análise; examinar os fatos; decompor a 2 Compreensão 3 Aplicação 4 Análise Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 35/47 sentença etc. Estrutura da questão de avaliação: enuncia-se “o todo” a ser analisado. Indicam-se parâmetros para análise. Explicita-se o objetivo da análise. É a operação mental inversa da análise. Relacionam-se diversas partes para estabelecer as características de um “todo”. Os objetivos estabelecidos pelos professores são de�nidos a partir dos seguintes verbos: fazer uma síntese; generalizar; apresentar uma frase- síntese etc. Estrutura da questão de avaliação: há uma apresentação ou indicação das partes. Indicam-se os elos comuns entre as partes. Solicita-se com precisão o objetivo de chagada (a síntese). A correção de uma questão deste nível é feita pela coerência interna da argumentação no discurso. Não há um julgamento do certo ou do errado. O julgamento �ca por conta da coerência da argumentação. Os objetivos estabelecidos pelos professores são de�nidos a partir dos seguintes verbos: julgar; justi�car sua resposta; apresentar argumentos a favor (ou contra) etc. Reconheça o fenômeno. Compreenda o fenômeno de tal forma que consegue estabelecer uma relação entre dois fenômenos. Aplique este fenômeno em situações vividas. Analise o fenômeno chegando nos menores detalhes do fenômeno. 5 Síntese 6 Julgamento (Avaliação) Acredito que o objetivo de todo professor é favorecer a compreensão dos conteúdos trabalhados da forma mais aprofundada a �m de promover a aprendizagem que gera desenvolvimento. Para Vygotsky (20070, a aprendizagem antecede o desenvolvimento. O sujeito desenvolve-se a partir de tudo o que aprende no decorrer de sua existência. Imaginemos um conteúdo sendo trabalhado pelo professor de tal forma que o aluno: Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 36/47 Sintetize os conhecimentos a respeito do fenômeno de tal forma que consiga extrair os conceitos fundamentais. Conheça tão bem o conteúdo que se posiciona diante do fenômeno. 1. De�nir a questão problematizadora (Questão de Pesquisa) – A questão é de�nida a partir de uma temática. Pode-se dizer que a questão de pesquisa é um recorte do tema. Veja bem: nenhuma prática pedagógica é neutra. Toda prática pedagógica é fundamentada por teorias, ideias e concepções. As concepções de ensino e de aprendizagem de�nem a forma do professor trabalhar tanto no nível de aprofundamento dos conteúdos quanto na forma de como trabalha estes conteúdos (metodologia). 7 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS APLICADAS ÀS AULAS NÃO PRESENCIAIS Muitas são as práticas pedagógicas que o professor pode aplicar às aulas não presenciais. Como vimos, a essência da discussão está nas concepções de ensino e de aprendizagem que permeiam as práticas. No entanto, faço o ensaio de trazer aqui minha contribuição. 7.1 PROJETOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM Além das Trilhas de Aprendizagem e das Sequências Didáticas, nas aulas não presenciais podemos também trabalhar com Projetos de Ensino e Projetos de Aprendizagem. A abordagem desta temática que trago aqui é fundamentada no Livro “A Organização Curricular por Projetos de Trabalho” de Fernando Hernandez. Inicialmente, vamos conversar sobre a diferença entre os projetos de ensino e os projetos de aprendizagem. Os projetos de ensino são pensados e planejados pelo professor a �m de atender uma demanda do seu Planejamento Anual. Já, os projetos de aprendizagem surgem de uma situação vivenciada pelos alunos na sala ou fora dela ou surgem de uma curiosidade dos alunos. Da mesma forma, todo o desenvolvimento ocorre a partir do planejamento elaborado coletivamente com os alunos. O livro que mencionei no parágrafo anterior menciona os seguintes passos para o desenvolvimento de Projeto de Aprendizagem: Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 37/47 2. Tema – Geralmente o tema consta no título do Projeto. No entanto, isto não é uma regra a ser seguida. 3. Levantar as certezas provisórias – Relacionar com os alunos aquilo que já sabem sobre a questão de pesquisa e que querem con�rmar ou não através da pesquisa que será realizada. 4. Levantar as dúvidas temporárias – Relacionar as dúvidas e curiosidades que os alunos apresentam. As dúvidas, assim como as certezas, norteiam a pesquisa. Ou seja, a busca de informações tem como norte as certezas e as dúvidas. Ao ler um texto sobre o tema, o aluno pesquisador precisa identi�car as informações que vem ao encontro das certezas e dúvidas. 5. De�nir a metodologia de pesquisa – Com os alunos de�nir as formas de coleta de dados e informações. Onde e como farão a pesquisa. 6. Alinhar os registros – Neste quesito, é importante de�nir o gênero textual a ser aplicado no registro dos resultados da pesquisa: texto informativo; texto instrutivo; texto narrativo etc. 7. De�nir o produto �nal – Conversar com os alunos para de�nir qual será o produto �nal do Projeto, ou seja, qual é o produto �nal que mais se aplica para apresentar o resultado do Projeto. Alguns exemplos: fôlder; paper; texto dissertativo de uma lauda; dissertação; vídeo etc. 8. Socialização – De�nir como se dará a socialização. Alguns exemplos: seminário; utilização de slides; vídeos etc. 1. Tema – O professor ou o coletivo de professores de�ne o tema do Projeto. Geralmente o tema é de�nido em função de um evento importante para a comunidade escolar, por exemplo, o centenário da escola. O tema tambémé de�nido de forma que possa contemplar os conteúdos precisam ser trabalhados com a turma. 2. Conhecimento prévio – O professor relaciona os conhecimentos prévios que julga que os alunos têm a respeito do tema da pesquisa. 3. Objetivos e conteúdos – O professor de�ne e registra os objetivos do projeto, assim como de�ne os conteúdos que serão trabalhados com o Projeto. 4. Etapas – O professor de�ne as etapas da pesquisa, ou seja, como os alunos farão a pesquisa. Passos para o desenvolvimento de Projeto de Ensino: Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 38/47 5. Produto �nal – O professor informa o produto que deve ser elaborado. 6. Socialização – O professor informa como será a socialização do produto �nal. 1. Escrever o que você já sabe sobre texto argumentativo. 2. Escrever o que você gostaria de saber sobre texto argumentativo. 3. Relacionar os locais e a forma que você fará a pesquisa para con�rmar ou não aquilo que você já sabe e encontrar as respostas para as suas dúvidas. 4. Iniciar sua pesquisa e registrar no seu caderno as informações que você encontrar. 5. Ler também os textos (indicar textos, links) sobre pandemia. Além destes textos procure mais informações sobre este tema. Anote as principais informações pois você vai necessitar delas para escrever o texto �nal deste projeto. No caso de aplicar o Projeto de Aprendizagem, o professor pode fazer a coleta de dados através da plataforma (síncrona ou assíncrona) e atuar como orientador com o objetivo de que os alunos avancem na sua pesquisa. O projeto pode ser desenvolvido em equipes uma vez que sabemos que os alunos se comunicam através dos aplicativos e das redes sociais. Destaco que, na minha percepção, o trabalho com projetos em aulas não presenciais apresenta maior resultado com alunos maiores. Arrisco dizer que pode ser desenvolvido com alunos a partir do 4º ano do Ensino Fundamental. Não é impossível desenvolver projeto a distância em qualquer turma de qualquer faixa- etária. Requer, apenas, planejamento. Deixo aqui o exemplo de Projeto de Ensino que pode ser aplicado com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental. Assim segue: “Queridos alunos do 9º ano. Hoje vamos iniciar um projeto de pesquisa para continuar nossos estudos dobre produção de textos. Já estudamos alguns gêneros textuais como textos narrativos e textos descritivos. Vocês lembram? Neste projeto, vamos pesquisar textos argumentativos. No �nal do projeto cada um de vocês vai produzir um artigo de opinião sobre a atual situação de pandemia que o mundo vive. Antes, porém, vocês precisam entender o que é um texto argumentativo. Vamos trabalhar neste projeto durante duas semanas. Nossa questão de pesquisa será: quais são os elementos essenciais do texto argumentativo e em quais ocasiões utilizamos o texto argumentativo? Bom, vamos lá! Para esta semana, você deve: Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 39/47 Muito bem! Enviem-me estas atividades para que eu possa orientar vocês para a segunda etapa da pesquisa. Segunda semana: ...” 7.2 TRILHA DE APRENDIZAGEM Trata-se de um conjunto integrado, sistemático e contínuo de ações destinadas ao desenvolvimento de determinado conteúdo. Baseiam-se na teoria das competências, ou seja, conhecimento teórico e desenvolvimento prático unidos para chegar num resultado �nal. Basicamente, podemos dizer que a trilha conversa com o aluno orientando-o no percurso da sua aprendizagem. Recomenda-se a utilização das trilhas de aprendizagem para o encaminhando das aulas não presenciais. Desta forma, o aluno receberá do professor uma trilha que contém as explicações que necessita a respeito do objeto de aprendizagem e as atividades que deve desenvolver. Para elaborar a trilha, o professor pode imaginar-se conversando com o aluno utilizando, desta forma, a linguagem dialógica escrita na condução da prática pedagógica. Deixo aqui um exemplo de trilha elaborada por mim no contexto das aulas não presenciais que pode ser aplicada nas diversas disciplinas e para alunos das mais diversas turmas. Da mesma forma, para a Educação Infantil e para as turmas de alfabetização, a trilha pode ser direcionada para os pais a �m de conduzi-los nas orientações que devem fazer com seus �lhos. Segue: “Olá! Na aula de Ciências desta semana vamos estudar células. Sabem por que estudamos as células? (Diga por que é importante estudar e compreender as células – objetivo). Você já sabe muitas coisas sobre células, pois já estudou nos anos anteriores. Procure lembrar o que você já estudou sobre células. Agora é hora de avançar! Você sabia que citologia é o estudo das células? Ah, mas não é só isso. Está curioso? Saiba mais assistindo ao vídeo que está no link (citar o link). Enquanto você assiste preste atenção no que a apresentadora fala sobre ... (destaque os principais conceitos que são trabalhados no vídeo). Assistiu? Gostou? Pois é, o vídeo tratou ... (faça uma síntese do conteúdo e encaminhe para a leitura do texto no livro). Veja também algumas imagens que selecionei para que você entenda melhor (coloque as imagens). Bom, acredito que agora você já está pronto para realizar as atividades do livro (Convide-o para realizar as atividades. Se for o caso, selecione algumas atividades). Então, gostou do que aprendeu? Escreva com suas palavras o que mais lhe chamou a atenção no que estudamos hoje. Se quiser colocar um conceito que está no livro ou em outro material, você pode fazê-lo, mas não esqueça de colocar aspas e dizer o nome do autor. Através desta atividade Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 40/47 tema a ser trabalhado (de�nido de acordo com o currículo escolar e o PPP); objetivo da sequência didática; conteúdos a serem trabalhados; habilidades da BNCC a serem desenvolvidas; tempo de execução da sequência didática; materiais necessários para a execução das atividades; detalhamento de cada aula da sequência; �nalização da sequência. consigo saber o que você aprendeu. Estou ansiosa esperando seu texto” (Recomenda-se que a trilha não ultrapasse a uma lauda). 7.3 SEQUÊNCIA DIDÁTICA Para Zabala (1998), Sequência Didática é o “conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais, que têm um princípio e um �m conhecidos tanto pelos professores como pelos alunos.” As atividades são elaboradas e desenvolvidas seguindo uma lógica sequencial de evolução do conhecimento. Os professores esperam dar mais sentido ao seu processo de ensino e, ao mesmo tempo, aumentar o engajamento dos alunos nas atividades pedagógicas, e, com isso, melhorar seu aprendizado. Um bom planejamento de Sequência Didática contempla: Da mesma forma, deixo aqui um exemplo de Sequência Didática que pode ser aplicado para turma de Educação Infantil – Pré-escolar. Assim segue: “Caros pais ou responsáveis! Espero encontrar todos vocês muito bem. Dando continuidade às atividades que tenho passado para serem desenvolvidas pelas crianças neste período que estão em casa, informo que nesta semana vamos tratar do tema Higiene. Vamos estudar este tema para ... (mencionar o objetivo de estudar este tema). Encaminho, a seguir, as atividades para serem realizadas pelos seus �lhos e preciso que vocês os acompanhem na realização das atividades. Caso tenham alguma dúvida, entrem em contato comigo. Obs.: coloco, a seguir, o planejamento completo da sequência didática, mas apenas as atividades Capítulo 1 https://www.edocente.com.br/desafios-para-engajar-os-alunos-em-sala-de-aula/ 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICASNÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 41/47 realizadas pelas crianças da sua turma devem ser encaminhadas aos pais com todas as explicações necessárias para sua realização. Tema: higiene. Objetivo: apresentar boas práticas de autocuidado relacionados à higiene bucal (EI03CG04). Conteúdos: conceito e importância da higiene; doenças causadas em virtude da falta de higiene; boas práticas de higiene. Habilidades da BNCC a serem desenvolvidas: EI03CG04, do campo de experiências “Corpo, gestos e movimentos”. Tempo de execução: 4 aulas. Materiais necessários: vídeo; cartilha de higiene bucal do Ministério da Saúde; escova de dente e creme dental; computador ou papel e lápis. Detalhamento das atividades da semana: Organização da turma: os pais e/ou responsáveis atuarão como mediadores não formais junto aos �lhos. Introdução: no início, os pais dizem a seus �lhos o tema a ser trabalhado. Na sequência, assistem ao vídeo (indicar o link do vídeo) sobre escovação de dentes. Para quem não tem acesso ao vídeo, ler a cartilha que segue (mencionar a cartilha). Desenvolvimento: os pais devem conversar com a criança sobre o conteúdo do vídeo: O que vimos? Como podemos ter higiene bucal? Qual é a forma correta de escovar os dentes? Quando devemos escovar os dentes? etc. Atividades: 1 Os pais devem acompanhar uma escovação com seu �lho observando a forma correta de realização. Quando for possível, gravar em vídeo e encaminhar para a professora. 2 Orientar a criança para fazer uma “entrevista” com alguém da família sobre os hábitos dele de higiene bucal. A criança registra a entrevista do “seu jeito” ou os pais registram como escriba do �lho. Avaliação: avaliação do registro da entrevista. Finalização da sequência: fazer a devolutiva aos pais sobre o registro recebido.” 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 42/47 Estamos caminhando para a �nalização das re�exões sobre as concepções de ensino e de aprendizagem. Você percebeu, neste contexto, que incluir é atender cada aluno com o mesmo conteúdo nas suas necessidades? Ou seja, o conteúdo é o mesmo e a metodologia difere. Não damos conta de atender a todos da mesma maneira. Trabalhar com a lógica do diferente. Certo é que através das atividades pedagógicas não presenciais a escola deve chegar a todos os alunos. Para quê? Para garantir a manutenção do vínculo do aluno com a escola e para não atrasar o processo de aprendizagem. A comunicação é essencial neste processo, assim como a elaboração de guias de orientação das rotinas de atividades educacionais não presenciais para orientar famílias e estudantes, sob a supervisão de professores e dirigentes escolares. Convido você para passarmos rapidamente pelas três etapas que compõem a Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) sob a ótica da discussão que tivemos até aqui. Segue: Na Educação Infantil o objetivo das aulas não presenciais para crianças pequenas (0 a 3 anos de idade) é manter a criança estimulada já que a frequência para esta faixa etária não é obrigatória. Já para as crianças de 4 e 5, é obrigatório 60% de frequência, mesmo não tendo a lógica da promoção. Para a pré-escola é importante manter um �uxo de atividades reduzindo, assim, o dé�cit para o Ensino Fundamental. Para os professores que trabalham com a alfabetização, o Ministério da Educação disponibiliza formação para os alfabetizadores, especialmente para este tempo de pandemia. Os alunos das turmas de Alfabetização necessitam o acompanhamento e a atuação dos pais. Desta forma, é necessário que os pais sejam orientados pelos professores sobre o encaminhamento das atividades que seus �lhos precisam desenvolver. Encontramos muitas plataformas com inúmeras atividades de alfabetização que podem ser enviadas aos alunos. Cuidado! Muitas plataformas apresentam exercícios cansativos de repetição ou apresentam atividades que não desenvolvem a leitura e a escrita. Lembre-se de que diante de uma atividade apresentada para os alunos de classes de alfabetização é preciso que o professor se pergunte: esta atividade é de leitura? É atividade de escrita? É de leitura e escrita? Aproveito a oportunidade de relatar para vocês uma atividade que sempre desenvolvi com as turmas de graduação em Pedagogia nas disciplinas de Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 43/47 Elaborar orientações para os pais indicando atividades de estímulo às crianças, leitura de textos pelos pais, brincadeiras, jogos, músicas de criança. Oferecer aos pais e/ou responsáveis algum tipo de orientação concreta, como modelos de leitura em voz alta em vídeo ou áudio, para engajar as crianças pequenas nas atividades e garantir a qualidade da leitura uma vez que muitos não têm �uência na leitura. Da mesma forma, as orientações devem indicar atividades de estímulo às crianças, leitura de textos pelos pais, desenho, brincadeiras, jogos, músicas de criança, �lmes e programas infantis pela TV e até algumas atividades em meios digitais quando possível. Orientar as famílias a estimular e criar condições para que as crianças sejam envolvidas nas atividades rotineiras, transformando os momentos cotidianos em espaços de interação e aprendizagem. Além de fortalecer o vínculo familiar, este tempo em que as crianças estão em casa pode potencializar dimensões do desenvolvimento infantil e trazer ganhos cognitivos, afetivos e de sociabilidade. Alfabetização. Conforme o planejamento, levava para a sala de aula livros didáticos de alfabetização e formava grupos para que as acadêmicas pudessem avaliar as atividades propostas nos livros. Infelizmente, encontrávamos poucas atividades de leitura e de escrita. A maioria das atividades remetiam à repetição, à cópia pura e simples e às atividades mecanizadas. Por esta razão, chamo a atenção de vocês para que utilizem seus conhecimentos acadêmicos no momento de elaborar o planejamento que será aplicado com os alunos. Não vejo problema algum em descartar determinadas atividades do livro didático e desenvolver outras que apresentam maiores desa�os em relação à leitura e à escrita, assim como em relação à alfabetização matemática. Já nos 4º e 5º anos, assim como nos anos �nais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, o aluno tem mais autonomia em relação a realização das atividades. O Parecer nº 5/2020 do CNE, considerando o percurso formativo da Educação Básica (inicia na Educação Infantil e segue até o Ensino Médio) sugere alguns encaminhamentos para este tempo de pandemia. Assim temos: Educação Infantil Crianças das creches (0 a 3 anos) Crianças da pré-escola (4 e 5 anos) Capítulo 1 27/10/2020 Livro Digital - ATIVIDADES PEDAGÓGICAS NÃO PRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/atividades_ped_nao_presenciais/conteudo.html?capitulo=1 44/47 Possibilidades de encaminhamentos dos professores: guias de orientação aos pais e estudantes sobre a organização das rotinas diárias; sugestões para que os pais realizem leituras para seus �lhos; aulas gravadas disponibilizadas pelo WhatsApp ou plataformas digitais; sistema de avaliação realizado a distância pelos professores e, quando possível, com a supervisão dos pais acerca do aprendizado dos seus �lhos; lista de atividades e exercícios, sequências didáticas, trilhas de aprendizagem por �uxo de complexidade; relacionar programas educativos da TV aberta de acordo com os objetivos de aprendizagem; elaboração de materiais impressos com as seguintes atividades: leitura, desenhos, pintura, recorte, dobradura, colagem, entre outros; distribuição de vídeos educativos
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