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Prática Simulada I – Curso de Direito – 7 º Período Plano de aula 12 – Caso concreto 12 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 6ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE JUIZ DE FORA/MG PROCESSO Nº: XXX Isabel Pimenta, brasileira, solteira, médica, portadora da carteira de identidade nº 555.000, expedida pelo CRM-MG, inscrita no CPF sob o nº 444.111.111-00, endereço eletrônico isabel.medica@crm.mg.com.br, residente e domiciliada Juiz de Fora/MG, pelo advogado infra-assinado, com endereço profissional constante da procuração em anexo, vem, a esse juízo, oferecer CONTESTAÇÃO em face de Regina Silva, brasileira, solteira, do lar, portadora da carteira de identidade nº 000, expedida pelo Detran-MG, inscrita no CPF sob o nº 222.111.222-00, endereço eletrônico regina.silva@meuemail.com.br, residente e domiciliada Juiz de Fora/MG, pelos motivos de fato e direito que passa a expor. I – SÍNTESE PROCESSUAL A ação tem por objeto a anulação de contrato de compra e venda de um imóvel situado Rua Bucólica 158, Belo Horizonte/MG, celebrado no dia 10/10/2016, sob a alegação de que o negócio foi eivado de vício, consubstanciando-se na simulação, com o intuito de encobrir uma doação feita pelo ex-companheiro da PARTE AUTORA à PARTE RÉ, com quem, supostamente, matinha uma relação extraconjungal. Aduz ainda a inicial que a PARTE AUTORA e o Sr. André Neves, brasileiro, mecânico, portador da carteira de identidade nº 333.333, expedida pelo Detran-UF, inscrito no CPF sob o nº 333.111.222-00, endereço eletrônico andre.neves@meuemail.com.br, residente e domiciliado em ___/UF, viveram em união estável pelo período de 8 anos, que foi dissolvida por sentença judicial proferida no dia 23/08/2016, sentença essa que determinou a partilha de todos os bens adquiridos na constância da união estável, dentre os quais está arrolado este imóvel. II – PRELIMINARES II.1 – LISTISCONSÓRCIO NECESSÁRIO A PARTE AUTORA pleiteia a anulação de contrato de compra e venda que tem como compradora a PARTE RÉ e como alienante o Sr. André das Neves, ex-companheiro da PARTE AUTORA. Portanto, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depende da citação também do alienante, existindo, dessa forma, o litisconsórcio necessário, devendo a PARTE AUTORA ser intimada para requerer a citação do Sr. André das Neves, sob pena de extinção do processo, na forma do art. 115, Parágrafo único, do Código de Processo Civil. Jurisprudência 0004256-60.2003.8.16.0001 (Acórdão) Relator: Desembargador Luiz Mateus de Lima Processo: 0004256-60.2003.8.16.0001 Órgão Julgador: 5ª Câmara Cível Data Julgamento: 15/09/2020 APELAÇÃO CÍVEL. “AÇÃO DE PREFERÊNCIA C/C PEDIDO SUBSIDIÁRIO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO”. LITISCONSÓRCIO ATIVO UNITÁRIO. ACORDO REALIZADO POR APENAS UM DOS AUTORES ANTES DA SENTENÇA. PRETENSÃO INICIAL ATENDIDA EM SUA INTEGRALIDADE. BENEFÍCIOS A TODOS OS SUJEITOS DO FEITO. INSURGÊNCIA APENAS QUANTO ÀS VERBAS SUCUMBENCIAIS. MERA EXPECTATIVA DE DIREITO. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ PROCESSUAL. SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. II.2 – PEREMPÇÃO Carece a ação de pressuposto processual negativo, tendo em vista a ocorrência da perempção A PARTE AUTORA deu causa, por três vezes, a sentença fundada em abandono de causa em ações que tinham o mesmo objeto da ação ora contestada, incorrendo na vedação prevista no §3º do art. 485 do CPC, razão pela qual deve o processo ser extinta sem resolução do mérito, com fulcro no art. 354 c/c 485, inc. V, ambos do CPC. III – MÉRITO A ação é plenamente improcedente, pois falta-lhe lógica argumentativa e fundamentação jurídica mínimas para fundar o direito alegado pela PARTE AUTORA. É fundamental salientar que, até o momento da celebração do negócio jurídico, a PARTE RÉ sequer conhecia o ex-companheiro da PARTE AUTORA, o que torna logicamente impossível a alegação de que a PARTE RÉ e o Sr. André das Neves mantinham uma relação extraconjungal, e que devido a essa relação é que a compra e venda foi realizada para simular uma doação. Ademais, a PARTE RÉ pagou o valor devido pelo imóvel, R$ 95.000,00, e procedeu ao registro da escritura de compra e venda no cartório competente, afastando a ocorrência de qualquer vício, conforme cópia em anexo (DOC. X) Outro fato que corrobora a total improcedência do pedido é que a data de celebração do negócio, 10/10/2016, é posterior à proferição da sentença judicial que dissolveu a união estável mantida entre a PARTE AUTORA e o alienante, datada de 23/08/2016, determinando a partilha de todos os bens adquiridos na constância da união estável, dentre os quais está arrolado este imóvel. Se houve a partilha dos bens da PARTE AUTORA e do Sr. André das Neves no dia 23/08/2016, no momento da compra e venda, que, conforme já mencionado, foi devidamente levada a registro no cartório competente no dia 10/10/2016, o imóvel era propriedade exclusiva do alienante, estando livre e desembaraçado de qualquer ônus ou obrigação. DOUTRINA Segundo Antônio Junqueira de Azevedo: A validade é, pois, a qualidade que o negócio deve ter ao entrar no mundo jurídico, consistente em estar de acordo com as regras jurídicas (“ser regular”). Validade é, como o sufixo da palavra indica, qualidade de um negócio existente. “Válido” é adjetivo com que se qualifica o negócio jurídico formado de acordo com as regras jurídicas. (...) O plano da validade é próprio do negócio jurídico. É em virtude dele que a categoria “negócio jurídico” encontra plena justificação teórica. O papel maior ou menor da vontade, a causa, os limites da autonomia privada quanto à forma e quanto ao objeto são algumas das questões que se põem, quando se trata de validade do negócio jurídico, e que, sendo peculiares dele, fazem com que ele mereça um tratamento especial, diante dos outros fatos jurídicos[4]. IV - PEDIDO Diante do exposto, requer a esse juízo: A – o acolhimento da preliminar de litisconsórcio necessário, com a intimação da PARTE AUTORA para requerer a citação do Sra. André das Neves, alienante do imóvel, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito, na forma do art. 115, Parágrafo único, do CPC; B – o acolhimento da preliminar de perempção, com a consequente extinção do processo sem resolução do mérito, com fulcro no art. 485, inc. V, do CPC; C - no mérito, a improcedência do pedido autoral; D – a condenação da PARTE AUTORA ao pagamento das despesas processuais e os honorários advocatícios de sucumbência. V - PROVAS Requer a produção das provas documental, depoimento pessoal, testemunhal e daquelas que se fizerem necessárias no curso da instrução processual. Local e data. Nome do Advogado OAB/ (Sigla do Estado)
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