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DISTÚRBIOS DO DESENVOLVIMENTO SEXUAL Anatomia → Órgãos internos: Ovários (função gametogênica e endócrina); Tuba uterina (ponto de encontro dos gametas); Corpo do útero (cavidade uterina que abriga o concepto); Colo do útero (cavidade cilíndrica que contém o corpo do útero); Istmo – região que divide corpo e colo do útero, fica a nível do colo cervical interno; Vagina – ⅔ superiores. → Órgãos externos: ⅓ inferior da vagina; Vulva; Glândulas de Bartholin – produz lubrificação na região da fúrcula vulvar; Glândulas de Skene – produz a lubrificação do meato uretral. → Estruturas de suspensão Ligamentos cardinais/ Paramétrio - estrutura fibrosa que sai da lateral do colo uterino e fixa no osso ilíaco → Mantém o útero suspenso lateralmente; Ligamentos uterossacros - saem do fundo do útero e fixam no sacro→ Puxam o útero para trás e para cima – quando defeituosos, aumenta a possibilidade de prolapso uterino. → Estruturas de sustentação Diafragma pélvico; Diafragma urogenital. → Irrigação Artéria uterina – ramo da ilíaca interna/hipogástrica → principal suprimento da pelve feminina; Artérias ovarianas – únicos vasos da pelve feminina que não são ramos da ilíaca interna, são ramos diretos da Aorta. Em algumas mulheres, a art. ovariana é ramo da renal esquerda. OBS! Ramos das artérias ovarianas se anastomosam com ramos das artérias uterinas no corpo do útero. Embriologia → Diferenciação sexual XX e XY (Ocorre entre 6 e 12 semanas) 5 semanas – região ventral apresenta gônadas indiferenciadas → Células germinativas migram; → Formará estruturas canaliculares – em cada lado haverá um ducto de Wolf/Mesonéfrico – primórdio da genitália interna masculina; → Ductos paramesonéfricos/Muller – são mais lateralizados – primórdio da genitália interna feminina – formam tubas, útero e ⅔ superiores da vagina. A gônada indiferenciada do embrião está programada para se transformar em ovário se outro fenômeno não impedir. → Os ductos de Wolf necessitam de testosterona para se desenvolverem, na ausência desta, eles regridem. Se estes formarem remanescentes, os mesmos ficarão nos fórnices vaginais, formando → Cistos de Gartner→ Não precisa manipular pois não causa clínica. O tubérculo genital, se não for estimulado, também estará programado para formar genitália externa feminina – terço inferior da vagina, clitóris e vulva. Diferenciação sexual XY → O cromossomo Y tem uma região não homóloga com o cromossomo X, essa região codifica o gene SRY, o qual transcreve uma proteína chamada TDF (fator de diferenciação testicular); → O TDF diferencia a gônada indiferenciada em testículo; → Testículo apresenta célula de Leydig que produz testosterona que vai para a circulação do embrião. A testosterona irá agir no ducto de Wolf e formar a genitália interna masculina – vesículas seminais, parte da próstata, epidídimos e canais deferentes; → Células de Sertoli – produz hormônio anti-mulleriano – bloqueia o desenvolvimento dos ductos de muller; → A testosterona será metabolizada pela 5-alfa-redutase formando di-hidrotestosterona, que agirá no tubérculo genital formando genitália externa masculina. Malformações genitais – Mullerianas → Os ductos paramesonéfricos/Mullerianos que estão mais lateralizados irão se juntar e se fundir. Para que ocorra a canalização do útero e da vagina, deverá ocorrer uma morte celular programada. Quando a morte celular não ocorre completamente, irá se ficar um septo no meio do útero→ Útero septado; Quando a fusão dos ductos de Muller é incompleta, forma-se o → Útero bicorno; Se houver separação total dos ductos, forma-se o útero Didelfos, com dois colos e duas cavidades uterinas; Quando um dos ductos de Muller não desenvolvem, forma-se o útero unicorno; Se houver falha embriológica, os dois ductos de Muller regridem e não formam a genitália interna → Rokitanski. Distúrbios do desenvolvimento sexual → DDS XY – geneticamente XY e feminilização da genitália. A principal é a Síndrome de Morris. → DDS XX – geneticamente XX e masculinização da genitália. A principal é a Hiperplasia Adrenal Congênita. → Síndrome de Morris Síndrome da feminilização testicular; Cariótipo XY; Receptor celular não responde aos androgênios – insensibilidade completa aos androgênios; Ductos de Wolff não respondem à testosterona gerada pelas células de Leydig; Células de Sertoli produz fator anti-mulleriano – não deixa desenvolver os ductos de Muller; Não gera genitália interna nem masculina nem feminina; A di-hidrotestosterona não conseguirá surtir efeito nos receptores para gerar uma genitália externa masculina → Genitália externa será feminina; Testículos ficarão intrapélvicos ou no canal iguinal; Como haverá muita testosterona na puberdade, a qual não irá conseguir gerar resultados, a mesma irá para a periferia e será convertida em estrona; Mamas: femininas; Pelos axilares e pubianos escassos; Queixas: → Amenorréia primária; → Cópula insatisfatória. Diagnóstico: → Ultrassom – verificar a ausência de útero; → Cariótipo – XY → Diagnóstico definitivo! Causa → Gene recessivo ligado ao X; → Inibe os receptores intracelulares de androgênios; → Geralmente, padrão familiar → Chamar a família para avaliação genética. Tratamento: → Orquiectomia por chance de gonadoblastoma; → Reposição estrogênica, pois na ausência de testículo, não haverá testosterona para ser convertida em estrona; → Neovagina; → Manejo psicológico. → Síndrome de Rokitanski Não é DDS! Cariótipo XX + falha na diferenciação celular – ductos de muller não desenvolvem; Pelos normais – não há insensibilidade androgênica; Gônada: ovário; Genitália interna: ausente; Genitália externa: feminina com vaginometria <4cm; Mamas: normais; Desenvolvimento puberal absolutamente normal. Queixas: → Amenorréia primária; → Cópula insatisfatória. Diagnóstico: → Ultrassom – ausência de útero; → Cariótipo – 46 XX. Tratamento: → Neovagina. → DDS XX – Hiperplasia Adrenal Congênita Deficiência enzimática no córtex da suprarrenal que produzirá muito androgênio; Cariótipo XX; Forma clássica – perdedora de sal → Genitália ambigua; → Distúrbio hidroeletrolítico Forma tardia → Puberdade – virilização da genitália externa- excesso de pêlos e clitóris aumentado. Diagnóstico: → Dosagem da 17-OH-progesterona. Tratamento: → Corticóide; → Individualizar o tratamento cirúrgico. → DDS ovotesticular - “hermafrodita verdadeiro” Presença de tecido testicular e ovariano; Raros casos; Etiologia cromossômica com cariótipo podendo ser XX, XY ou mosaico; Tratamento: gonadectomia de uma das gônadas a depender do desenvolvimento do indivíduo.
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