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CONTINÊNCIA URINÁRIA Capacidade de: Armazenar: com músculo detrusor relaxado e trabalhando sob baixas pressões, já que é um músculo resiliente. Esvaziar completamente: sob estímulo voluntário e com baixa resistência à passagem de urina. Condições básicas para manter a continência urinária: Gradiente de pressão da uretra> gradiente de pressão vesical no repouso e na atividade física. INCONTINÊNCIA Incontinência Urinária: qualquer perda de urina; Incontinência urinária de esforço: · Durante esforços de tosse ou espirro, exercício físico ou manobra de estresse no exame físico.; · É a mais comum. · Prevalente em mulheres de 40-60 anos; · Fatores de risco: → Multiparidade; → Parto vaginal > Parto cesariano, sendo o vaginal 2,4x maior. Uso de fórceps, fetos grandes, trabalho de parto prolongado aumentam ainda mais; → Lesão de assoalho pélvico; → Raça branca; → Atividades que aumentam a pressão intra-abdominal. · A uretra proximal é envolvida pela musculatura estriada detrusora · A pressão vesical está normal ou anulada e a pressão uretral está, necessariamente, diminuída; · Não necessita fazer em todas as pacientes o estudo urodinâmico Urgência urinária: súbito e imperioso desejo de urinar, que parece ser de difícil controle. 80% é seca, não apresenta incontinência associada. Há aumento na frequência urinária, noctúria e 20% evolui com incontinência; Urge-incontinência: perda involuntária de urina acompanhada ou imediatamente precedida por urgência; Síndrome da bexiga hiperativa: -Urgência com ou sem incontinência + aumento da frequência urinária + noctúria. 90% das vezes é idiopática, mas pode estar relacionado à perda de sensibilidade por doença neurogênica. Presença de contrações involuntárias, não inibidas do músculo detrusor durante o enchimento vesical. Incontinência urinária mista: quando os componentes esforço e urgência estão presentes = IUE + hiperatividade vesical. CICLO MICCIONAL NORMAL Enchimento hipopressórico: relaxamento do músculo detrusor (inibição da transmissão parassimpática- estímulo adrenérgico inibe a contração colinérgica via acetilcolina nos receptores muscarínicos)+ contração uretral (inervação motora somática- nervo pudendo e pélvico- recebe estimulação adrenérgica) + contração do assoalho pélvico. Sensação vesical e desejo normal de urinar: detrusor relaxado + aumento da contração uretral + assoalho pélvico contraído. Esvaziamento: impulsos eferentes causam a contração das fibras somáticas do esfíncter uretral, inibição simpática pré-ganglionar causando abertura do colo vesical e estimulação parassimpática que causa contração do músculo detrusor. Assoalho pélvico também relaxa. AVALIAÇÃO Cistometria normal: permite enchimento com pouca ou nenhuma variação de pressão, ausência de contrações involuntárias, micção e supressão voluntárias. Estudo urodinâmico na incontinência: Avalia o esvaziamento e depois o enchimento vesical, verificando se há bloqueio parassimpático através da complacência da bexiga. Pressão do detrusor= Pressão vesical – Pressão abdominal Contração não inibida= contração do detrusor na ausência de esforço (aumento da pressão abdominal)+ queixa urinária traduz hiperatividade do detrusor. Pressão de perda >90mmH20. Incontinência urinária de esforço = ausência de contração do detrusor + aumento da pressão vesical às custas de aumento da pressão abdominal. Pressão de perda <60mmH20. OBS! Quanto menor a pressão de perda de urina, pior a incontinência. TRATAMENTO DA BEXIGA HIPERATIVA 1-Avaliar status estrogênico; 2-Intervenção no estilo de vida; 3-Treinamento da musculatura do assoalho pélvico; 4-Re-educação miccional. Fisioterapia pélvica Evidência 1A. Utiliza exercícios de consciência corporal, treina a musculatura do assoalho pélvico com bolas, usa cones vaginais semelhantes ao OB. Em mulheres mais idosas, utiliza-se a eletroestimulação. Uso de anticolinérgicos Inibe a contração vesical decorrente do estímulo colinérgico dos receptores muscarínicos M2 e M3. Ao bloquear os receptores, reduz a amplitude das contrações, aumenta o volume da primeira contração e aumenta a capacidade funcional da bexiga. Pode causar boca seca ou constipação. Exemplos: -Oxibutinina: pouco específico, porém, disponível pelo SUS. Não faz no idoso, pois causa desorientação e pode induzir a quedas. -Darifenacina e Solifenacina: apresentam maior afinidade por M2 e M3. TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO Sling sintético de uretra média É o padrão ouro! Utilizada para IU GRAVE. Restabelece o mecanismo do ligamento pubo-uretral; Pode causar estenose e disfunção miccional; Abraça o terço médio e distal da uretra. TOT Faixa vaginal trans-obtuatória Entra pelo forame do obturador. Utilizado para IU leve. É mais frouxo por ser mais espaçado. PROLAPSO GENITAL Definição: Descida de uma ou mais dessas estruturas: -Parede vaginal anterior- cistocele; -Parede vaginal posterior- retocele; -Útero (colo); -Ápice da vagina (cúpula vaginal pós histerectomia). Aparelho de suspensão da pelve → Ligamentos cardinais – encontram-se na altura do colo uterino; → Ligamentos uterossacros – puxam o colo para trás e para cima; → Ligamento pubovesicouterino. Aparelho de sustentação → Diafragma pélvico (principal constituinte do assoalho pélvico) é dividido em: · Pubococcígeo; · Puborretal; · Ileococcígeo. → Diafragma ureteral. Sintomas: → Plenitude vaginal (sensação de bola na vagina) – sintoma mais comum; → Pressão na pelve, apoio (sustentação manual do prolapso); → digitação (manobra digital para redução do prolapso); → Sangramento – sensibilidade da mucosa na região externa, roupas; → Dificuldade sexual. Prevalência: 50% das multíparas apresentam POP, com 20% delas apresentando sintomas. Fatores de risco: Tudo o que enfraquece o assoalho pélvico → Hipoestrogenismo – estrogênio mantém o tônus muscular do assoalho pélvico; → Fragilidade constitucional – baixos níveis de colágeno; → Gestação e parto vaginal; → Obesidade, constipação, DPOC, tosse crônica – aumenta a pressão abdominal; → Hereditariedade. Níveis: I-Ligamento uterossacrocardinal, disfunção do levantador do ânus, separação anormal entre fáscia anterior e posterior após a histerectomia – colo e útero; II- Arco tendinoso da fáscia da pelve- Paredes vaginais; III- Estruturas de sustentação do períneo- membrana perineal, superfície transversa do músculo perineal, esfíncter anal externo e corpo do períneo – Rotura perineal. Obs! Enterocele é no fundo de saco e retocele na parede posterior. Graduação 1- Ainda não atingiu o introito vaginal; 2- Ao nível do introito vaginal; 3- Externo ao introito. POP-Q -3- 3 cm até o introito; -2- 2 cm até o introito; -1- 1 cm até o introito; 0- Introito Vaginal; +1- 1 cm para fora da vagina; +2- 2 cm para fora da vagina; +3- 3 cm para fora da vagina. Aa – -3 cm da parede vaginal anterior, ponto da junção ureterovesical; Ba – Ponto mais prolapsado da parede anterior na paciente com prolapso (-3); Ap – -3 cm da parede vaginal posterior; Ba – Ponto mais prolapsado da parede posterior na paciente com prolapso (-3); C – Colo ou cúpula vaginal (-8); D – Fórnice posterior, na inserção dos ligamentos uterossacros. Corresponde ao fundo de saco de Douglas. OBS! Não pode ser mensurado em paciente histerectomizada (10 cm); hg – Hiato genital - cumprimento do orifício uretral até o final da vagina (2); cp – Corpo perineal – sai do fim da fúrcula himenal até metade do ânus (7); CVT – Cumprimento Vaginal Total (8-10). Estágios do POP-Q → Estágio 1 – quando o compartimento mais prolapsado está até -1; → Estágio 2 – quando o compartimento mais prolapsado está entre -1 e +1; → Estágio 3 – Quando o prolapso passa de +1 e está 2 cm a menos que o cumprimento vaginal total; → Estágio 4 – Quando o prolapso passa de (CVT -2) Tratamento Objetiva: aliviar os sintomas, restaurar a anatomia, restaurar a função urinária, intestinal e sexual, melhorar a qualidade de vida. Não cirúrgicos: - Exercícios de Kegel: fisioterapia do assoalho pélvico; -Uso de estrogênio vaginal: especialmente em mulheres hipoestrogenizadas;-Pessários · Anel vaginal: Se POP for pequeno; · Donut: Se POP maior. Cirúrgicos: -Colpocleise/Cirurgia de Lefort: é tratamento obliterativo, destinado a mulheres idosas, que não tem mais atividade sexual e apresentam alto risco para cirurgias invasivas. -Restauradores: reconstrução vaginal: Colpoplastia anterior Colpoplastia posterior Uso de telas: apresenta risco de erosão. Fixação sacroespinhal da cúpula ou Redução do ligamento uterossacro: quando for defeito apical. Promontofixação da cúpula vaginal: fixa no ligamento da coluna. Destinado a pacientes jovens. É feito por via laparoscópica. Cirurgia de Manchester: pacientes que desejam preservar a fertilidade. Retira-se o colo uterino.
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