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Maria Lídia Nascimento de Resende UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA EPISIOTOMIA ➔ A episiotomia é a incisão na vulva e períneo para ampliação da abertura vestíbulo-vulvar, principalmente a região vestibular e permitir acesso a esta região (períneo e terço médio caudal da vagina). Indicações ➔ Explorar cirurgicamente o vestíbulo e vagina (mais frequente): ● Remoção de massas (tumores vaginas e vestibulares) ● Reparação de laceração ● Retração cicatricial irregular por segunda intenção ● Estenose e defeitos congênitos ● Prolapso vaginal/hiperplasia vaginal ● Remoção de pregas fibrosas e persistência himenal – hímen imperfurado (pode ser feito com o vaginoscópio) ● Hematomas, cistos e abscessos. ➔ Facilitar a extração manual de feto retido no canal vaginal (menos frequente) ● Dilatação insuficiente da vulva ● Edema acentuado de vagina/vulva ● Retração cicatricial por lesão anterior (por ex. TVT) ● Evitar ruptura indesejável da região perineal. Técnica cirúrgica ➔ Decúbito ventral ● Eleva-se a parte posterior e a cauda ● A sutura recomendada é em bolsa de tabaco na região do ânus para evitar contaminação durante a cirurgia. 1 Maria Lídia Nascimento de Resende UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA ➔ Colocação das pinças ● Usam-se duas pinças de Doyen (pinças não traumáticas) ao lado da linha média perineal (rafe mediana) ➔ Incisão ● Feita na linha média, sentido dorsal a partir da comissura dorsal da vulva ● Inicia a incisão de pele, subcutânea e muscular (músculo constritor vestibular e vulvar) com bisturi ● Ao chegar à região de mucosa, troca para tesoura reta. ● A incisão inicia na rima dorsal vulvar e vai até próximo o músculo esfíncter anal externo, lembrando que não incisar esse músculo. ➔ Colocação da sonda uretral a fim de evitar lesão do orifício uretral e contaminação do campo. ➔ Contenção de hemorragias ● A contenção da hemorragia pode ser feita com as pinças de Doyen (até 15-20 min), pinças hemostáticas ou eletrocoagulação. ● A exposição também pode ser feita com as pinças de Doyen, afastadores, suturas de fixação ou ajuda de auxiliar. ● Após a exposição, parte para a realização dos procedimentos necessários. Segunda imagem: animal em decúbito dorsal; apresentava tumores em região mamária e invadia até a área circulada (hemangiossarcoma). 2 Maria Lídia Nascimento de Resende UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA ➔ Episiorrafia em 3 planos ● Primeira camada: mucosa - simples contínua com fio absorvível 3-0 ● Segunda camada: muscular e subcutânea - simples contínua com fio absorvível 3-0, sem atingir o lúmen ● Terceira camada: pele - simples separado, não absorvível 2-0. ★ Lembrar de retirar a sutura em bolsa de tabaco! Pós-operatório ● Colar de contenção para evitar lambeduras e lesões ● Analgésicos, AINEs, antibióticos, ● Limpeza e manejo da ferida cirúrgica ● Compressa fria na região perineal (para edema, seroma) ● Manter a sonda uretral quando o paciente ficar na clínica, caso for para casa, é preferível retirá-la. Complicações ● Infecção e deiscência de ferida ● Hemorragia, edema e seroma ● Retração cicatricial e estenose vestíbulo vulvar ● Lesão e estenose do orifício uretral externo. 3 Maria Lídia Nascimento de Resende UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA HIPERPLASIA E PROLAPSO VAGINAL Características ● Ambos os casos possuem massa prolapsada através da rima vulvar ● É comum em cadelas jovens de porte médio para grande e pouco frequente em gatas ● Normalmente no período estrogênico (proestro e estro) e primeiros ciclos, eventualmente no final da gestação e parto ● Pode haver histórico de aparecimento de massa e regressão, alto índice de recidiva nos próximos estros ● Infecção e traumatismo, automutilação e lambedura, dificuldade em aceitar a cópula ● É uma condição hereditária. Hiperplasia vaginal ➔ Massa sem aspecto circunferencial com lúmen dorsal. Ocorre mais um edema do que processo hiperplásico. ➔ Geralmente a hiperplasia das células é no assoalho da mucosa vaginal, cranialmente ao óstio uretral externo. Essa região tem maior número de receptores hormonais, mais sensíveis à ação do estrógeno. ➔ A massa fica pediculada ao orifício, apresenta-se em graus variáveis, podendo ser interno ou externo. Prolapso vaginal ➔ Massa em forma de rosca, circunferencial, com lúmen na região central. Há edema e hiperplasia generalizada da vagina. ➔ Não é incomum ter o prolapso vaginal e logo após ter o prolapso retal, devido a força de tenesmo na tentativa de expulsar o processo irritativo e gerar outro prolapso. 4 Maria Lídia Nascimento de Resende UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA Diagnóstico ➔ Inspeção e palpação da massa com luva e gel de base aquosa. ↳ Lúmen dorsal a massa = hiperplasia ↳ Lúmen central = prolapso ➔ Diagnóstico diferencial: um do outro, tumores vaginal e vulvar – maioria das vezes são benignos (fibroma e fibroleiomioma vaginal), TVT Tratamento ➔ Massas pequenas pouco lesionadas, com histórico de resolução espontânea em estros anteriores ● Costumam ter regressão espontânea após a fase estrogênica. ● É necessário colocar colar para prevenir lambedura e automutilação ● Limpeza local, antibiótico, AINE ou alguma pomada para diminuir a inflamação. ● Acompanhamento médico para observação da massa ➔ Paciente que não aceita colar, contenção ou que o proprietário não tem como tratar em casa para regressão espontânea ● Há a possibilidade de reposição cirúrgica da massa. ● A cirurgia pode ser feita em sutura de flessa modificada/ponto em U captonado. ↳ em casos de massas pequenas a moderadas sem lesão da mucosa. ➔ Massa não regride ou muito grande ● O tratamento é feito a partir da ressecção cirúrgica. ● 25% das fêmeas tem recidiva da massa no próximo cio ● Hiperplasia: avaliar a necessidade de episiotomia para o acesso. ↳ na região do pedículo faz a secção da massa ↳ evitar o orifício uretral externo (colocar sonsa), suturar ou usar a eletrocauterização (para aquelas fêmeas que estão em período estrogênico). ● Prolapso: avaliar a necessidade de episiotomia. ↳ ressecção de toda a circunferência da massa (pode fazer uma incisão vertical para verificar se é apenas tecido vaginal e depois em volta na vulva), sondagem da uretra, sutura horizontal de colchoeiro da mucosa no local à medida que vai fazendo a ressecção. ↳ episiorrafia caso tenha realizado a episiotomia. ➔ Como há chance da massa voltar, pode-se optar pela OSH para retirar a fonte hormonal, tomando os devidos cuidados e atentando-se à fase do ciclo que a paciente está. 5
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