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Apostila - Engenharia de Manutenção

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ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 1 
 
 
Engenharia de 
Manutenção 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 2 
Sumário 
1 A MANUTENÇÃO 4 
1.1 INTRODUÇÃO 4 
1.2 CONCEITUAÇÃO 6 
2 MODELOS DE MANUTENÇÃO 7 
2.1 MODELOS DE MANUTENÇÃO 7 
2.1.1 MANUTENÇÃO À DEMANDA OU CORRETIVA 7 
2.1.2 MANUTENÇÃO PREVENTIVA 9 
2.1.3 MANUTENÇÃO SISTEMÁTICA 11 
2.1.4 MANUTENÇÃO PREDITIVA 12 
2.1.5 OTIMIZAÇÃO DE MANUTENSIBILIDADE 13 
3 MÉTODOS DE MANUTENÇÃO 13 
3.1 MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL - TPM 13 
3.2 MANUTENÇÃO CENTRADA EM CONFIABILIDADE – RCM 15 
4 PLANEJAMENTO E GESTÃO DA MANUTENÇÃO 17 
4.1 ATIVIDADES DE COMPRAS 18 
4.2 INFRAESTRUTURA 19 
4.2.1 ÁREA FÍSICA 19 
4.2.2 INSTRUMENTAÇÃO E FERRAMENTAL 20 
4.2.3 DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA E ESPECIALIZADA 21 
4.2.4 SISTEMA DE COMUNICAÇÕES 23 
4.2.5 ESCRITÓRIO, INFORMÁTICA E SUPRIMENTOS OPERACIONAIS 23 
4.2.6 INFRAESTRUTURA PREDIAL PARA MANUTENÇÃO 24 
5 PLANEJAMENTO: FLUXO ORGANIZACIONAL 25 
5.1 FLUXO ORGANIZACIONAL 25 
5.2 PLANEJAMENTO 28 
6 PLANEJAMENTO: FORMA DE ATUAÇÃO, EQUIPE E TERCEIRIZAÇÃO 30 
6.1 FORMA DE ATUAÇÃO 30 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 3 
6.2 EQUIPE 34 
6.3 TERCEIRIZAÇÃO 34 
7 GESTÃO: INDICADORES, CADASTROS, GERENCIAMENTO, 
PADRONIZAÇÃO E METROLOGIA 37 
7.1 INDICADORES DE EFICIÊNCIA 38 
7.2 SISTEMA PARA GESTÃO DA ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO HOSPITALAR – 
CADASTROS E PROCESSOS - ENGENHARIA CLÍNICA 39 
7.3 PADRONIZAÇÃO DOS PROCESSOS 42 
7.4 A METROLOGIA NA MANUTENÇÃO 44 
8 SEMIOLOGIA DE MANUTENÇÃO 45 
8.1 COMO PROCEDER? -ALGORITMOS PARA OBTENÇÃO DE DIAGNÓTICOS INICIAIS. 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 4 
Engenharia de Manutenção 
 
1. A Manutenção 
1.1 Introdução 
 
A sobrevivência das organizações cada vez mais necessita de agilidade, flexibilidade, 
capacidade de adaptação e modernização permanentes na gestão dos seus processos 
de trabalho. Neste sentido, o gestor atual tem que ter uma gama muito mais 
abrangente e diversificada de capacidades que no passado, ou seja, precisa estar apto 
a perceber, refletir, decidir e agir em condições totalmente diferentes do que foi 
anteriormente. Assim sendo, é preciso manter um nível de conhecimento que permita 
acompanhar o desenvolvimento dos novos produtos e processos. 
 
Estes novos desafios exigem um novo paradigma organizacional, no qual é 
fundamental a troca e interação entre todas as instâncias envolvidas: fabricantes; 
fornecedores; prestadores de serviços; outras instituições; e os próprios setores e 
departamentos internos da organização. 
 
É importante que as organizações invistam na aproximação das atividades “finalísticas” 
com as de “suporte”, fortalecendo a ideia de integrar e aliar os profissionais, pois 
melhoram a capacidade de gestão. 
 
A atividade de manutenção seria uma das beneficiadas desta integração com a 
ampliação e a capilarização de técnicas, procedimentos e informações que forneceriam 
maior apoio às áreas “finalísticas”. Neste conceito de integração, os usuários passam 
a ter papel importante no debate dos projetos, na avaliação das dificuldades e no 
compartilhamento dos resultados obtidos. 
 
Hoje em dia, em função da competitividade, as empresas diminuíram o intervalo de 
tempo no lançamento de novos produtos com inovações tecnológicas. O ciclo de vida 
de produtos e processos é cada vez menor. Esta grande velocidade nas inovações 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 5 
tecnológicas cria desafios ao pessoal diretamente engajado nos processos de 
manutenção, exigindo um intenso aperfeiçoamento nas mais diversas áreas do 
conhecimento. 
 
Este fenômeno exige que os técnicos da manutenção possuam cada vez mais 
qualificação em diferentes áreas. O profissional técnico considerado de grande 
competência é o que possui conhecimento do funcionamento do equipamento, 
entende o processo no qual está inserido, ou seja, há a necessidade de 
multidisciplinaridade nos conhecimentos. Agrega-se o fato de ter que possuir 
conhecimento em cuidados com a segurança e o meio ambiente. 
 
É fundamental, cada vez mais, que este profissional tenha a capacidade de dominar 
as tecnologias incorporadas aos novos produtos, visando à redução da dependência 
em relação aos fornecedores. A dinâmica evolutiva das tecnologias obriga que, de 
forma rotineira, as organizações promovam o aprimoramento da sua base de recursos 
humanos, através da capacitação constante dos trabalhadores. 
 
A evolução tecnológica de forma rápida, dinâmica e complexa, deu destaque à área 
de manutenção, pois a decisão de adoção de determinada tecnologia implica na 
capacidade especializada da manutenção de manter sua disponibilidade. Sendo assim, 
a manutenção passa a ter uma função estratégica dentro da instituição, sendo 
encarada como um centro de lucros, e não mais como um setor gerador de despesa. 
 
A produtividade dos setores hospitalares passa a ser totalmente dependente da 
eficiência da manutenção, pois a indisponibilidade de equipamentos e/ou tecnologias 
de saúde acarreta o baixo aproveitamento, e assim não se obtém o rendimento ideal 
durante a vida útil da tecnologia, ou ainda são desativados precocemente, 
aumentando os custos devido à necessidade da aquisição de novos equipamentos. A 
gestão da manutenção planejada, no caso hospitalar o setor de Engenharia Clínica 
estruturado, os recursos serão otimizados e utilizados com maior eficiência, 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 6 
melhorando significativamente a infraestrutura dos setores do estabelecimento de 
saúde. 
 
Fica evidente que há necessidade urgente de quebra de paradigmas na gestão da 
manutenção, principalmente nos estabelecimentos públicos de saúde, onde as 
demandas sociais são muito grandes, provocando um aumento quantitativo e 
qualitativo da necessidade de mudanças. 
1.2 Conceituação 
 
Em geral, a literatura especializada, disponibiliza várias definições para a manutenção. 
Entretanto, o conceito básico restringe-se à ação de correção e de prevenção de falhas, 
considerando sempre os fatores de ambiente de aplicação ou a criticidade da falha. 
Em alguns casos, dependendo do enfoque, alguns fatores podem tornar-se mais 
relevantes sobre os aspectos econômicos envolvidos, otimização da produção, 
preservação do meio ambiente, disponibilidade dos equipamentos, segurança de 
operadores etc. A seguir, são apresentadas algumas definições de diferentes autores. 
 
Motter (1992) define a manutenção como um conjunto de técnicas e de organização 
capazes de conservar tão bem quanto novas, máquinas, instalações e edificações, 
durante o maior tempo possível, com máxima eficiência (limites a serem 
conquistados), tendo sempre em vista diminuir desperdícios, satisfazer e motivar tanto 
os que recebem como os que fazem manutenção. 
 
No âmbito nacional, tem-se a definição da norma técnica NBR 5462/1994, a qual define 
manutenção como a combinação de ações técnicas e administrativas, incluindo as de 
supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual possa 
desempenhar uma função requerida (ABNT, 1994). 
 
O autor Tavares (1996) define como sendo todas as ações necessárias para que um 
item seja conservado ou restaurado, de modo a poder permanecer de acordo com 
uma condição especificada. 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 7 
 
Para Xenos (1998), são as ações necessárias para manter as condições de operação e 
seu desempenho pelo restabelecimento de eventuais deteriorações destas condições, 
em relação aos equipamentos. 
 
Já os autores Pinto e Xavier (2001) apresentam uma definição mais engajada aos 
valoresatuais, descrevendo como sendo aquela ação que deve garantir a 
disponibilidade da função dos equipamentos atendendo à produção, mas preservando 
o meio ambiente, com confiabilidade, segurança e custos adequados. 
 
Por outro lado, Moubray (2003) apresenta uma definição mais pragmática no aspecto 
das finanças, afirmando que a função da manutenção deve assegurar que os ativos 
físicos devem continuar fazendo tudo aquilo que seus usuários querem que eles façam. 
 
1.3 Modelos de Manutenção 
 
O trabalho com tecnologias na área da saúde exige que os setores hospitalares 
estejam equipados com uma variedade de equipamentos em função das diferentes 
atividades desenvolvidas. É, portanto, necessário que estes equipamentos médico-
hospitalares sejam tratados em termos de manutenção de maneira diferenciada, de 
acordo com suas características e aplicações específicas. Os modelos de manutenção 
mais difundidos e utilizados em equipamentos Biomédicos (EBs) são a manutenção 
corretiva, a preventiva, a preditiva, a sistemática e a otimização de manutenibilidade. 
 
1.3.1 Manutenção à Demanda ou Corretiva 
 
Atividade assistencial técnica dada ao equipamento quando ocorre um defeito que o 
impossibilita manter o funcionamento do sistema ("falha concreta"), obrigando a 
interrupção de forma imprevista. É recomendável nos seguintes casos de 
equipamentos: 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 8 
 Stand by; 
 Baixo custo de reposição; 
 Curta vida útil para obsolescência técnica; 
 Alta simplicidade; 
 Equipamentos cuja curva de falhas é exponencial. 
 
As possíveis desvantagens desta técnica são: 
 
 Atende somente os casos de falha concreta; 
 Em função da falta de programação, aumenta o tempo de serviço e a 
improvisação no atendimento; 
 Aumenta o número de horas improdutivas; 
 Interfere no programa produtivo; 
 Ocasiona maiores custos operacionais; 
 Acelera o processo de deterioração do equipamento; 
 Diminui a confiabilidade do equipamento. 
 
Mesmo em um sistema de manutenção planejada, a manutenção corretiva é 
minimizada, porém nunca reduzida a zero, pois não há acompanhamento do estado 
dos equipamentos, e assim a tendência a ocorrerem defeitos imprevisíveis é enorme. 
 
Normalmente é viável para equipamentos de baixo custo de produção, em que a 
reposição de um novo ou a disponibilidade de um reserva é menor que o custo da 
aplicação de outros métodos de manutenção. Da mesma forma, é aplicável em 
equipamentos de tecnologia de baixa complexidade e robusta, que necessitem de 
pouca manutenção preventiva e cuja interrupção programada implique em uma 
significativa perda de tempo no processo. 
 
Este modelo de atuação também é indicado em casos nos quais o EB tenha curto ciclo 
de vida, em função de obsolescência tecnológica. Nestes casos não há, muitas vezes, 
viabilidade técnico-econômica de aplicar uma manutenção programada. 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 9 
Entretanto, é importante frisar que a manutenção corretiva apresenta problemas que 
impactam no processo de trabalho, pois se fica refém das falhas imprevisíveis e 
defeitos em sequência, ocasionando maior tempo de parada para manutenção, 
aumento dos custos para reparo, comprometimento da segurança e redução da 
produtividade e confiabilidade dos equipamentos. 
1.3.2 Manutenção Preventiva 
 
A manutenção preventiva está baseada no fato de que todo equipamento quebrará ou 
falhará de modo e tempo relativamente conhecidos. Sendo assim, pode-se definir 
manutenção preventiva como toda atividade técnica assistencial dada a um sistema 
físico segundo uma periodicidade pré-determinada para inspeções, visando detectar e 
eliminar falhas latentes. 
 
As principais vantagens deste modo de atuação são: 
 Redução de horas improdutivas; 
 Aumento do índice de confiabilidade, da vida útil do equipamento e do valor de 
revenda; 
 Redução do consumo de peças de reposição; 
 Diminuição do refugo; 
 Redução dos custos operacionais totais da manutenção. 
 
Como desvantagens, pode-se citar: 
 O setor de manutenção tem que ser obrigatoriamente bem estruturado e/ou 
racional e/ou organizado; 
 Exige inspetores/ técnicos treinados; 
 Aumento da burocratização; 
 Eventuais problemas/ defeitos nos equipamentos inspecionados; 
 Obtenção do grau médio na prevenção de falhas concretas; 
 O funcionamento efetivo somente é alcançado após um ano em média; 
 Pode haver exigência do desmonte total ou parcial do equipamento. 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 10 
As intervenções em períodos planejados têm por objetivo repor o equipamento aos 
níveis requeridos de desempenho e confiabilidade. 
 
Durante o intervalo de tempo inicial de um ano, tenta-se determinar o período no qual 
há um aumento da probabilidade para ocorrer uma falha em um determinado 
componente do equipamento e atuar de modo a substituir este componente antes do 
fim da sua vida útil. Esta atitude evita que o equipamento pare de maneira aleatória. 
 
A identificação correta do período de tempo no qual se deve intervir em um 
determinado componente de um equipamento é o fator mais crítico da manutenção 
preventiva. 
 
Caso o período seja menor do que o devido, o custo será inviável, por outro lado, se 
avaliar a vida útil do componente maior que o real, será eminente o risco de o 
equipamento falhar de forma imprevista. 
 
A correta identificação dos intervalos para a realização das intervenções é muito 
dependente do grande volume de dados dos equipamentos que se pretendem manter. 
 
Quando se fala em grande volume de dados, está se referindo à organização de 
cadastros que, preferencialmente, serão gerenciados por programas de computadores 
e bancos de dados. Os cadastros, obviamente, serão relacionados aos equipamentos, 
abrangendo: localização; aplicação; características; peças sobressalentes mais 
utilizadas; estimativa da vida útil dos componentes; e o máximo de informações que 
se puder obter com os fabricantes. A partir destes cadastros, são levantados históricos 
das falhas, permitindo o aprimoramento do processo preventivo, pois se passa a ter 
as características e o tempo de vida útil reais dos componentes do equipamento. 
 
Após a determinação da periodicidade das intervenções em cada equipamento, devem 
ser realizados os seguintes preparativos adicionais: 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 11 
 Manual de procedimentos para cada equipamento, envolvendo desde a 
inspeção visual e limpeza, passando pelos testes, ferramental etc.; 
 Planejamento das peças sobressalentes; 
 Periodicidade das inspeções; 
 Avaliação do tamanho da equipe técnica; 
 Ações rotineiras de manutenção; 
 Manter o registro de todas as ocorrências. 
 
A adoção da manutenção preventiva demonstra ganhos expressivos em relação a 
quando somente se utiliza a manutenção corretiva; são eles: redução do estoque de 
sobressalentes; do número de paradas não programadas; e aumento da confiabilidade 
dos equipamentos. 
 
Alguns pontos negativos deste modo de operação: 
 A falta de informações confiáveis em equipamentos novos no mercado; 
 A possibilidade de introdução de um novo defeito durante a intervenção para 
reparo; 
 Necessidade de paradas do equipamento para realização das atividades de 
manutenção. 
 
1.3.3 Manutenção Sistemática 
 
A frequência da assistência técnica é definida pela vida útil do componente de sistema, 
ou seja, independentemente do seu estado e condição, este deverá ser trocado. 
 
A grande vantagem deste modo de atuação é a simplificação da estrutura 
organizacional da manutenção. E a principal desvantagem seria o não aproveitamentoda vida útil total do elemento. 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 12 
1.3.4 Manutenção Preditiva 
 
Atividade de acompanhamento do sistema mediante medição, análise e comparação 
de parâmetros indicativos das condições do sistema, quando comparados com padrões 
ótimos do projeto realizado pelo fabricante. A adoção deste método tem como principal 
vantagem explorar ao máximo a vida útil do equipamento. E a desvantagem de 
destaque seria o alto custo operacional (pessoal bem treinado e instrumentos 
sofisticados). 
 
Nesta técnica, o equipamento é monitorado continuamente em seus principais 
parâmetros, tais como temperatura, pressão, análises químicas, vibrações, variações 
de condições típicas do equipamento. A variação destes parâmetros, quando 
comparados com os padrões desejados, obriga a intervenção da manutenção. 
 
O monitoramento contínuo possibilita a detecção dos defeitos sem a paralisação do 
equipamento, e com antecedência suficiente para a programação das intervenções de 
reparo e troca de componentes. 
 
Segundo alguns autores, a prática da manutenção preditiva aumenta o intervalo entre 
os reparos, ou seja, minimiza o número e o custo das paradas não programadas 
criadas por falha no equipamento. Sendo assim, aumenta a disponibilidade dos 
equipamentos e reduzem os custos da manutenção. Em outra interpretação, pode-se 
considerar a manutenção preditiva como um programa de manutenção preventiva 
acionada por condição. 
 
Os principais objetivos desta técnica são: 
 Aumentar os seguintes fatores em relação aos equipamentos: a segurança; a 
disponibilidade dos equipamentos; a vida útil; e a confiabilidade; 
 Eliminar e reduzir: trocas prematuras de peças; e os prazos e os custos das 
intervenções; 
 Programar antecipadamente a aquisição de peças necessárias à manutenção. 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 13 
 
Um importante fator a ser observado sobre este método é que não pode ser utilizado 
para todos os equipamentos e componentes, pois não é possível a medição de todos 
os parâmetros que influenciam na ocorrência de um defeito. 
 
Portanto, quando se está planejando a aplicação de técnicas preditivas, é importante 
ter em mente a necessidade de um grande investimento inicial nos sistemas de 
monitoramento e na capacitação (treinamento) da mão-de-obra para coletar e analisar 
os dados obtidos, e ainda determinar quais serão os equipamentos e parâmetros que 
serão viáveis de acompanhamento. 
 
1.3.5 Otimização de Manutenibilidade 
 
Assistência técnica que visa aumentar a eficiência (no sentido mais amplo) do sistema, 
sendo necessário para isso realizar alterações no projeto original. 
 
Esta técnica é considerada a ideal, pois, quando eficientemente aplicada, reduz 
consideravelmente as possíveis intervenções de manutenção das outras técnicas. 
2 Métodos de Manutenção 
 
Há basicamente duas possibilidades de metodologias de manutenção a serem 
empregadas: a Manutenção Produtiva Total - TPM (Total Productive Maintenance) e a 
Manutenção Centrada na Confiabilidade - RCM (Reliability Centered Maintenance). 
 
2.1 Manutenção Produtiva Total - TPM 
 
Data da década de 1970 a elaboração, no Japão, da metodologia da Manutenção 
Produtiva Total em empresas do grupo Toyota. Esta metodologia depende fortemente 
da interação do trabalho entre o pessoal da manutenção e os usuários dos 
equipamentos, visando à busca da “melhoria contínua” e do “ser capaz de fazer”. 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 14 
Dentro desta abordagem é que surge a principal característica da TPM, ou seja, o ato 
de execução da manutenção deve ser espontâneo e realizado, quando possível, pelos 
próprios operadores destes equipamentos. O convívio constante destes operadores 
lhes dá a percepção correta das características dos equipamentos e, assim, “sentem” 
qualquer alteração do funcionamento normal. Nestes casos, atuam diretamente ou 
acionam o setor de manutenção, dependendo do nível de complexidade do defeito e 
da capacidade técnica do operador, evitando que a falha se propague. 
 
É deveras importante notar que o melhor desempenho desta metodologia implica no 
trabalho conjunto, em equipe, entre os usuários dos equipamentos e o Departamento 
de Manutenção, o qual deverá estar sempre presente de forma estruturada. Percebe-
se então que há necessidade do envolvimento de todos os níveis hierárquicos e da 
mudança da estrutura organizacional. A TPM tem por base cinco princípios: 
 
 Eficiência – atividades que aumentem a eficiência do equipamento; 
 Autorreparo – sistema de manutenção autônoma pelos operadores; 
 Planejamento – implantação de um sistema de planejamento da manutenção; 
 Treinamento – aumento das habilidades técnicas do pessoal; 
 Ciclo de vida – sistema de gerenciamento dos equipamentos. 
 
O que se busca com a adoção desta metodologia: defeito zero; falha zero; aumento 
da disponibilidade dos equipamentos; e lucratividade. 
 
A TPM busca aumentar o rendimento operacional global da empresa através de sua 
estrutura, pelo melhor aproveitamento dos recursos materiais e humanos, sendo estes 
últimos por meio da capacitação da equipe técnica da manutenção e da operação. 
Entretanto, é necessário eliminar ou minimizar algumas perdas para que este objetivo 
seja alcançado: 
 
 Paradas por quebra – é o maior percentual de perdas, podendo ser eliminada 
pela análise das falhas; 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 15 
 Mudanças de linhas e ajustes de ferramentas – são inevitáveis, pois sempre há 
necessidade de realização de ajustes; 
 Operação em vazio e pequenas paradas – por problemas de baixa 
complexidade, em que há a intervenção do operador; 
 Redução de velocidade – por problema no equipamento, não é possível 
aumentar ou normalizar seu ritmo de uso, pois há risco de defeitos latentes. 
 Produtos defeituosos e retrabalho – perdas por repetição de tarefas devido ao 
mau funcionamento dos equipamentos, podendo ser resolvido através da 
capacitação da equipe de operação e melhoria da manutenção; 
 Início da produção – perdas até ser atingida a estabilização operacional do 
equipamento; deve haver padronização incluindo o check list de operação, 
verificação da matéria-prima, inspeções de segurança etc. 
 
2.2 Manutenção Centrada em Confiabilidade – RCM 
 
A Manutenção Centrada em Confiabilidade (RCM – em inglês) tem sua origem na 
indústria da aviação americana ainda na década de 1960. Os custos da manutenção 
estavam muito altos e o retorno em termos de grau de segurança nas aeronaves ainda 
não era o desejável. Estudaram o problema e propuseram alternativas para o aumento 
da confiabilidade. 
 
Apenas ao final da década de 1970 é que foram publicadas as conclusões finais das 
estratégias a serem tomadas para aumentar a confiabilidade dos procedimentos da 
manutenção. A motivação para a realização deste estudo, na época, foi basicamente 
que não estavam conseguindo obter níveis de confiabilidade dos sistemas apesar da 
grande quantidade recursos alocados na manutenção preventiva. A grande pergunta 
seria como reverter esta situação, ou mesmo avaliar a efetividade da manutenção 
preventiva. 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 16 
A grande contribuição deste estudo foi a identificação clara que a efetividade da 
manutenção preventiva/ programada é muito dependente das características de cada 
equipamento, ou seja: 
- Em um equipamento de alta complexidade, os procedimentos de manutenção 
programada/ preventiva têm baixa eficiência e confiabilidade, a menos que 
exista um modo de falha dominante; 
- Há diversos equipamentos em que a manutenção programada não é efetiva. 
 
Pontuandoos quatros principais objetivos da RCM: 
1. O objetivo fundamental é preservar a função do sistema, e não a 
operacionalidade do sistema; 
 
2. A preservação da funcionalidade implica na identificação dos modos de falha 
dominantes, ou daqueles que se ocorrerem possam causar risco ao pessoal 
ou ao patrimônio; 
 
 
3. Através da identificação das falhas mais frequentes, devem-se priorizar os 
recursos para que sejam orientados para preservar as funções mais críticas; 
 
4. Identificar as atividades da Manutenção Preventiva que de fato reduzem a 
possibilidade de falha ou perda da função, considerando que seja a escolha 
mais econômica. A análise econômica não deve considerada quando há risco 
real à segurança. 
 
De forma conclusiva, então, pode-se afirmar que a RCM é um método de manutenção 
que visa determinar quais as melhores práticas de manutenção que devem ser 
aplicadas para que a funcionalidade do equipamento seja mantida. 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 17 
Levando-se em conta o descrito até o momento, percebe-se que a RCM tem grande 
dependência da identificação das características de cada equipamento dentro do 
contexto operacional. A seguir são apresentadas sete perguntas que auxiliam na 
identificação destas características: 
1. Quais são as suas funções e padrões de desempenho? 
2. De que forma ele falha em executar suas funções? 
3. O que causa a falha? 
4. Qual o efeito da falha? 
5. Qual a consequência de cada falha? 
6. O que pode ser feito para evitar a falha? 
7. O que pode ser feito se não for possível evitar a falha? 
 
A análise das respostas a estas questões permitirá a escolha das práticas mais 
adequadas de manutenção a serem adotadas dentro do contexto de uma manutenção 
planejada. 
3 Planejamento e Gestão da Manutenção 
 
Ao contrário do que muitos pensam, a manutenção é uma atividade completamente 
integrada às atividades da corporação e, consequente, aos ciclos de vida dos 
equipamentos e/ou das tecnologias, no conceito amplo da palavra. Ou seja, está 
presente desde a concepção do projeto, da instalação, até o abandono ou desativação. 
Esse contato permanente permite à equipe de manutenção o acúmulo de grande 
quantidade de informações sobre os equipamentos, as instalações e os problemas 
resultantes das interligações entre eles, cercando todas as fases dos seus ciclos de 
vida. 
 
O modo de atuar da manutenção é extremamente vinculado às características do 
contexto a ser atendido e com a demanda solicitada. O planejamento de uma 
manutenção passa pela segmentação de suas áreas de atuação, sejam elas internas, 
sejam externas. Esta segmentação auxilia no planejamento da gestão e das ações. 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 18 
Adiante são apresentadas cada uma destas divisões segundo as descrições mais 
comumente citadas na literatura especializada. 
 
3.1 Atividades de Compras 
 
As atividades que envolvem procedimentos de compras de suprimentos na 
administração pública no Brasil têm peculiaridades específicas, em especial em função 
da legislação, que trazem grande dificuldade ao processo. Neste sentido, será dada 
atenção a este caso. É notório que nestes casos os profissionais da área de compras 
têm abordagem bem distinta em relação aos engenheiros e técnicos da manutenção. 
O pessoal do setor de compras tende a priorizar, por força da lei, comparativamente 
os itens de menor preço, enquanto que os técnicos priorizam especificações como 
segurança, qualidade e desempenho. 
 
Esta discrepância na forma de enxergar o processo de compras tem forçado as grandes 
empresas a inserir um profissional engenheiro dentro do setor de compras, visando 
conciliar as considerações técnicas com os aspectos administrativos, evitando conflitos 
com a legislação e com a real necessidade. 
 
O conceito de manutenção planejada obrigatoriamente passa pelo controle e gestão 
do estoque. Essa gestão é efetivada pelo setor de compras, que deve acompanhar o 
estoque (almoxarifado), acompanhar os saldos, padronizar os materiais, controlar o 
orçamento, entre outros. Cabe ao pessoal da área técnica a determinação das 
quantidades mínimas e máximas, a frequência de reposição, as especificações, a 
padronização etc. 
 
As organizações de maior complexidade em suas atividades operacionais tendem a 
separar as áreas de compras: fases operacional e administrativa; e fase de execução 
das compras. Ou seja, são estabelecidos uma Diretoria de Compras para 
assessoramento e determinação das diretrizes, e os núcleos/ grupos de compras, os 
quais possuem especialização para cada área de atuação. Estes grupos especializados 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 19 
adquirem melhor conhecimento dos materiais e equipamentos, suas características e 
aplicações. Da mesma forma, reduz-se a possiblidade de alguma aquisição ter que ser 
realizada pelo pessoal da manutenção, tendo em vista o grande know-how do pessoal 
de compras. 
 
Na verdade, é muito importante ter a certeza de que a gestão do setor de compras 
configura-se uma das áreas mais críticas para o pleno e eficiente funcionamento da 
manutenção. A disponibilidade das peças de reposição de boa qualidade, baixo custo, 
na quantidade ideal e no momento certo, manterá os equipamentos em perfeito 
funcionamento por um tempo maior. A integração das áreas de compras e manutenção 
sempre será a chave para que este objetivo seja alcançado. 
 
Cabe frisar a importância da aquisição de novas tecnologias na área da saúde. O 
assunto deve ser sempre muito discutido entre as áreas, pois se torna complexo, tendo 
em vista os diversos pontos que devem ser considerados, tais como: ser importado ou 
nacional; reposição de peças no país; preço; disponibilidade de documentação técnica; 
treinamento para operadores; representação no país, entre outros. Todos estes fatores 
devem ser levados em consideração, pois após a aquisição os problemas sempre 
aparecerão e a equipe de manutenção pode ser incapaz de resolvê-los em função das 
escolhas erradas ainda no processo de aquisição. 
 
3.2 Infraestrutura 
3.2.1 Área Física 
 
Algumas publicações estabeleceram referências que podem ser seguidas para a 
determinação da área física ideal de oficina e/ou laboratório de manutenção. Estas 
publicações, tanto estrangeiras quanto nacionais, citam algumas diretrizes que podem 
ser utilizadas para calcular as áreas necessárias por execução das atividades. Alguns 
balizamentos foram estabelecidos: a área mínima para a instalação de um grupo de 
manutenção é de 37 m2, acrescido de um espaço de 9,3 m2 para cada funcionário (ver 
Tabela 4.1). Neste cálculo estão sendo consideradas as áreas para os equipamentos 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 20 
em conserto entre as bancadas, espaço para passagem de pessoal e material, arquivos 
e ferramental. Após a determinação da área para oficina e/ou laboratório da 
manutenção, é necessário que seja provida com suprimentos, tais como instrumentos, 
ferramentas e insumos, necessários para o atendimento dos serviços. 
 
 
 
Tabela 4.1. Áreas para as instalações da manutenção. 
Adaptado de Calil [1998] 
 
Adiante são descritos alguns itens básicos para a operacionalização da equipe de 
manutenção. 
 
3.2.2 Instrumentação e Ferramental 
 
A área da saúde impõe cuidados adicionais aos procedimentos da manutenção, pois 
muitos dos equipamentos, quando em operação, estão diretamente relacionados à 
sustentação da vida do paciente, ou mesmo podem levar ao óbito no caso de mau 
funcionamento. Sendo assim, os itens listados a seguir estão também diretamente 
ligados ao fato de atestar a perfeita condição de operacionalidade após a intervençãode manutenção. 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 21 
• Ferramentas – A resolução de consertos de pouca complexidade impõe que se 
mantenha um mínimo de ferramentas visando à realização de simples ajustes e 
algumas averiguações preliminares. É importante que nestes casos de atendimentos 
mais simples cada técnico possua uma maleta com o ferramental mínimo para o 
deslocamento até o local onde está instalado. Desta forma, são minimizados os 
deslocamentos extras entre o setor de manutenção e o ponto de execução do trabalho. 
Além destas ferramentas mais comuns, é fundamental que estejam disponíveis na 
oficina e/ou laboratório outras ferramentas mais complexas, sejam elas manuais ou 
de bancada; 
 
• Instrumentos e materiais para teste e calibração – Os equipamentos biomédicos têm 
de oferecer confiabilidade durante os procedimentos médicos, portanto os setores de 
manutenção devem possuir condições de atestar o perfeito funcionamento destes 
equipamentos após a execução do conserto. Estes equipamentos devem passar por 
ensaios de calibração além de operacionalidade, a fim de oferecer a confiabilidade 
requerida pelos procedimentos na saúde. 
 
3.2.3 Documentação Técnica e Especializada 
 
É de conhecimento da comunidade técnica que diversos fabricantes propositalmente 
não disponibilizam os manuais técnicos, esquemas e outras informações de apoio à 
manutenção de seus produtos. Esta atitude tem por objetivo evitar que empresas 
terceiras de pessoal qualificado realizem a manutenção dos equipamentos, obrigando 
que o comprador fique refém da prestação de serviços de assistência técnica do 
próprio fabricante. Daí a imensa importância durante o procedimento de compra 
destes equipamentos, no qual deve ser colocada a obrigatoriedade ao fabricante de 
fornecimento de toda a documentação técnica (manuais de operação e de 
manutenção, sobressalentes, desenhos etc.) vinculada ao equipamento. 
 
Entretanto, nos casos de equipamentos anteriormente adquiridos e que não possuem 
a documentação, a equipe de manutenção deve ser contatar os fabricantes e solicitar 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 22 
a disponibilização e/ou aquisição dos manuais técnicos. Nos dias atuais, a pesquisa 
através da internet, seja nos sites oficiais dos fabricantes ou outros sites especializados 
no assunto, pode haver a disponibilização destes manuais. 
 
A seguir são apresentadas algumas definições destas documentações técnicas. 
 
a. Manuais 
 
São publicações feitas pelos fabricantes dos equipamentos que contêm as informações 
de que o usuário necessita. Existem dois tipos de manuais: de operação e de 
manutenção ou reparo. Tais documentos devem ser de fácil compreensão, o texto 
deve ser redigido na mesma língua do comprador/ usuário e ser graficamente bem 
legível. 
 
a.1. Manual de Operação - Documentação que sempre acompanha o equipamento. 
Em seu conteúdo encontram-se instruções para a adequada operação do 
equipamento, assim como alguns detalhes de ajustes, calibração e segurança. 
Normalmente também encontramos o nome, o endereço e o telefone do fabricante e 
de outros representantes autorizados a prestarem serviços de manutenção e venda de 
peças. É recomendável mantê-lo bem próximo do local onde está o equipamento. 
 
a.2. Manual de Manutenção - Este documento normalmente contém o diagrama 
esquemático elétrico e/ou eletrônico e/ou mecânico do projeto, a lista de componentes 
e, algumas vezes, informações específicas sobre o processo de manutenção e reparo. 
Este manual é praticamente imprescindível para que o técnico realize a manutenção 
adequada. Algumas vezes, é necessário que o usuário peça e pague "à parte" por este 
manual. A utilização deste manual é bem menos frequente que a do Manual de 
Operação; sendo assim, recomenda-se guardá-lo em uma biblioteca técnica 
conhecida. 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 23 
b. Literatura Especializada 
A aquisição de revistas, publicações técnicas, manuais e qualquer outra forma de 
informação é fundamental para que os técnicos do grupo possam estar sempre 
atualizados com o que ocorre na área de manutenção. 
 
3.2.4 Sistema de Comunicações 
 
O que se pretende discutir neste item é sobre a facilidade de comunicação entre a 
própria equipe de manutenção e a comunicação do cliente/ usuário com a 
manutenção. A facilidade e a agilidade de comunicação têm impacto direto na gestão, 
na qualidade e na satisfação do cliente/ usuário e da própria empresa. Nos dias atuais, 
há diversas tecnologias que têm a capacidade para aproximar estes segmentos da 
manutenção. É muito importante que se utilizem não apenas recursos de rádio e 
telefone, como também da internet, tanto para a solicitação como para o 
acompanhamento do processo da manutenção, seja pelo cliente ou pela equipe 
envolvida. Qualquer tipo de dificuldade para estabelecer comunicação com o pessoal 
de manutenção terá reflexo direto na percepção da qualidade final do serviço que será 
prestado. 
 
3.2.5 Escritório, Informática e Suprimentos Operacionais 
 
Há distintamente dois tipos de equipes dentro da manutenção: aqueles do 
administrativo e da área técnica. Para cada um destes grupos há demandas 
diferenciadas no que diz respeito aos suprimentos de escritório e/ou informática. No 
caso do pessoal administrativo, são necessários mesas, cadeiras, armários, arquivos 
físicos, computadores, impressoras e outros materiais para as atividades burocráticas, 
tais como gerenciamento diário do grupo, comunicação com os usuários e 
fornecedores. 
 
Por outro lado, a equipe operacional necessita de bancadas específicas e devidamente 
projetadas para as atividades realizadas na manutenção, além de armários para a 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 24 
guarda de materiais, ferramental e instrumentos, e equipamento de informática no 
caso de existir um sistema de controle de serviços, ou mesmo para consultas e 
pesquisas técnicas na internet. 
 
Dentro deste universo de suprimentos, não se pode esquecer aqueles necessários, 
fundamentalmente, para a realização de testes dos equipamentos que sofreram 
intervenções de manutenção. São os materiais que serão consumidos pelo 
equipamento durante sua operação normal. Pode ser citado como exemplo o 
registrador de papel a tinta, que necessitaria basicamente com regularidade de papel 
e tinta. Este tipo de suprimento, que não exige maiores cuidados de restrição, também 
deve ficar próximo do equipamento e disponível na manutenção. 
 
Como observação, vale mencionar que componentes de uso muito comum, tais como 
fusíveis, cabos e baterias, devem ser preferencialmente mantidos em estoque. Manter 
ou não manter outras peças mais caras em estoque dependerá exclusivamente de um 
julgamento individual sobre cada equipamento. 
 
3.2.6 Infraestrutura Predial para Manutenção 
 
A grande diversidade dos princípios físicos e de aplicação dos Equipamentos 
Biomédicos, sem mencionar as diferentes fontes de energia, força os laboratórios e/ou 
oficinas de manutenção a ter diferentes fontes para operar os equipamentos visando 
à verificação dos defeitos e à realização de testes de aceitação após a manutenção. 
 
Alguns pontos importantes podem ser citados para estarem disponíveis no setor de 
manutenção: fontes de ar comprimido; tensões de 110V e 220V; rede de aterramento; 
pontos de água e saídas de esgoto (lembrando que os resíduos gerados devem ser 
tratados antes do lançamento na rede externa); internet; wi-fi; telefone; entre outros. 
Atenção especial à iluminação apropriada para a execução das atividades, ou seja, de 
acordo com as normas técnicas vigentes. Da mesma forma, devem ser previstosENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 25 
sistemas de ventilação e exaustão, principalmente em oficinas que tenham atividades 
com equipamentos que utilizem gases ou materiais com alguma toxicidade. 
 
4 Planejamento: Fluxo Organizacional 
4.1 Fluxo Organizacional 
 
Dentro da missão de cada corporação há diferentes modelos possíveis para estruturar, 
em termos funcionais e hierárquicos, estas empresas. O caso das empresas 
hospitalares não é diferente. Diversos autores, os quais seguiremos, indicam três 
modelos básicos para estruturar estas empresas: estrutura funcional ou departamental 
ou em linha direta (por analogia); estrutura por projetos, divisional ou por produtos; 
e estrutura matricial. Dentro deste contexto, o setor de manutenção pode ser 
estruturado de duas formas: estrutura em linha direta e estrutura matricial. 
 
No caso da estrutura funcional, os departamentos e suas subdivisões trabalham de 
forma relativamente independente. A divisão do trabalho é por categorias, 
especializações ou funções, e as atividades são executadas de maneira contínua, em 
corrente ou rotineira. Há um processo de verticalização na hierarquia, com níveis de 
chefia aos quais são atribuídas autoridade e responsabilidades. 
 
A Figura 5.1 apresenta um exemplo de uma estrutura funcional adotada em um setor 
de manutenção. A principal vantagem deste modelo é a maior especialização de cada 
subárea, pois atua apenas em sua especialidade. Essa especialização traz a reboque 
outras consequências, tais como maior capacitação técnica da equipe e melhor 
qualidade técnica dos serviços. Dentro desta abordagem, a equipe é bem utilizada, 
pois é definida pela experiência acumulada. 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 26 
 
 
Figura 5.1. Estrutura Funcional em um Departamento de Manutenção. Extraído de Donas, M.L.M. 
[2004] 
 
Este tipo de modelo estrutural, com o tempo, apresenta problemas principalmente em 
um estabelecimento de saúde, onde o conhecimento multidisciplinar está presente em 
quase todas as tecnologias. Portanto, a demasiada autonomia e especialização pode 
trazer dificuldades, como a pouca colaboração entre os técnicos, e muitas vezes é 
necessária mais do que uma especialização para resolver as intervenções da 
manutenção. Está cada vez mais evidente que a multidisciplinaridade é fator 
preponderante nas novas tecnologias, obrigando à equipe da manutenção trabalhar 
de forma integrada. 
 
Outro modelo alternativo seria a organização por projetos, onde ocorre a criação de 
uma equipe temporária com a função exclusiva de execução de um projeto específico. 
Estes grupos têm um líder denominado gerente, e a equipe possui funcionários de 
diferentes setores da empresa e, preferencialmente, com conhecimentos e 
especializações complementares. Após a execução do projeto, em geral, estes 
funcionários retornam aos seus setores de origem. Eventualmente a equipe não detém 
todos os conhecimentos necessários para a execução plena do projeto; nestes casos, 
podem ser contratados serviços de terceiros especializados para suprir as deficiências 
de conhecimento. As principais vantagens deste modelo seriam: 
 
 A liderança feita por um gerente permite a interação com outros setores da 
empresa até o final da execução; 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 27 
 Sob a promoção do líder/ gerente, há uma horizontalidade na interação dos 
conhecimentos multidisciplinares entre as pessoas das áreas técnicas da 
empresa. 
 
Estas ações trazem como resultado a melhoria no cumprimento de prazos e custos, 
assim como facilidade no acompanhamento do cronograma técnico-financeiro. 
 
Apesar destas vantagens, pode-se afirmar que a atividade de manutenção não possui 
as características adequadas para esse tipo modelo. A manutenção é um processo 
contínuo: não possui um objetivo específico com início, meio e fim, e os serviços 
possuem uma sequência e relativa repetitividade. A Figura 5.2 ilustra um possível 
diagrama de um modelo de estruturação por projetos. 
 
 
Figura 5.2. Modelo de estruturação por Projetos. Extraído de Donas, M.L.M. [2004] 
 
A incapacidade dos dois modelos ora citados de se adequar aos problemas de uma 
manutenção multidisciplinar e com restrição de custos na gestão fez surgir o modelo 
de Estruturação Matricial, o qual tenta conciliar as vantagens dos modelos já descritos. 
O modelo matricial foi idealizado pela superposição de uma estrutura de projetos a 
uma estrutura funcional. Desta forma, as situações em que se exigiam áreas de 
especialização e ao mesmo tempo alta integração entre as equipes são atendidas pelo 
modelo matricial. A área da saúde é um exemplo desta aplicação, pois há necessidade 
de integração entre as diversas áreas técnicas, e a estrutura por projetos pode alcançar 
custos muito elevados, inviabilizando a implantação, tendo em vista que os principais 
objetivos da empresa são outros. 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 28 
Este modelo apresenta um delicado problema, que deve ser bem discutido em nível 
da direção da empresa. O problema diz respeito à possibilidade de múltipla 
subordinação dos integrantes das equipes. Esta questão pode trazer conflitos em 
função de o profissional ter que se reportar ora para o gerente do projeto, ora para o 
chefe do seu departamento. Este tipo de problema, se não for claramente 
equacionado, pode levar ao insucesso da implantação do modelo. A estrutura matricial 
está representada na Figura 5.3. 
 
 
Figura 5.3. Diagrama de uma estrutura matricial em um Departamento de Manutenção. Extraído de 
Donas, M.L.M. [2004] 
 
4.2 Planejamento 
 
As atividades realizadas na manutenção são grandes e complexas. Obrigatoriamente 
deve existir um planejamento geral que abranja todas estas atividades; caso contrário, 
corre-se um grande risco de setorização dos problemas, ou seja, uma segmentação 
ou individualização dos setores que compõem o “sistema de manutenção” como um 
todo. Em termos administrativos, seria uma descentralização interna, o que resultaria 
em redução da eficiência. O planejamento geral garante a coesão da equipe, 
permitindo, por exemplo, a criação de métodos do modo de atuação, que possibilita 
alcançar maior eficiência. 
 
Com o passar do tempo, as ações da manutenção deixaram de ser encaradas apenas 
como o planejamento e a administração dos recursos para adequação à carga de 
trabalho esperada. Passou a ser visualizada de uma forma mais ampla, sendo descrito 
que a organização da manutenção deve visar, também, à maior capacidade de 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 29 
competitividade de mercado da empresa, atuando voltada para a gerência e para a 
solução dos problemas na produção. Ainda dentro desta nova visão, é fundamental 
que a manutenção seja estrutura e integrada às outras atividades da empresa e, assim, 
auxilie na proposição de soluções, visando à maximização dos resultados. 
 
Essa nova visão somente será alcançada se a manutenção for baseada em ações 
planejadas e integradas, sempre considerando a disponibilidade dos recursos para que 
não ocorram descontinuidades na execução dos serviços. 
 
Em grande parte das empresas, incluindo os estabelecimentos de saúde, as atividades 
de manutenção não são repetitivas, muito em função da grande diversidade do parque 
de tecnologias incorporadas e usadas pela empresa. Nestes casos, de grande 
variedade de tipos e modelos de equipamentos, mais complexo será o planejamento 
da manutenção. 
 
É importante mencionar que devido à condição inerente de as atividades da 
manutenção serem bem diversificadas, sempre existirá uma probabilidade maior de 
erros e perdas na execução do trabalho. Este fator está sendo frisadoporque tem 
impacto direto na análise da eficiência das atividades de manutenção quando 
comparada a outros setores da empresa; portanto, estes fatores devem ser sempre 
considerados. 
 
É comum que a manutenção de equipamentos biomédicos envolva mais do que um 
conhecimento especializado, obrigando um ordenamento do modo de atuação na 
solução dos problemas. Este padrão na execução da manutenção racionaliza os 
recursos e torna o processo mais eficiente. 
 
Conforme descrito até o momento, o planejamento geral da manutenção é uma ação 
fundamental para que apresente resultados eficazes. Entretanto, é crucial que 
paralelamente tenha total apoio de todos os segmentos da empresa, permitindo assim 
que possa atender integralmente às demandas existentes. 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 30 
Em relação à implantação do planejamento, é importante e necessário que o líder e 
responsável pela tarefa elabore, em conjunto com a equipe, um programa de 
planejamento e organização para a manutenção, seguindo um cronograma de 
execução. Cada etapa do cronograma deve ter prazos e objetivos definidos, e 
acompanhados e medidos ao longo da implantação. 
5 Planejamento: Forma de Atuação, Equipe e Terceirização 
5.1 Forma de Atuação 
 
A estruturação da atuação da manutenção pode ser de três formas básicas: 
centralizada, descentralizada ou mista. 
 
Apenas como exemplo nacional, a análise dos dados da Associação Brasileira de 
Manutenção e Gestão de Ativos (ABRAMAN), do início deste século, demonstra que as 
empresa nacionais têm a seguinte distribuição em relação à forma de atuação: 21,13% 
com a estrutura descentralizada; 36,62% com a centralizada; e 42,25% com a mista. 
A análise contínua bianual destes dados da ABRAMAN demonstra uma tendência de 
redução na forma de atuação da manutenção centralizada e o aumento da mista e da 
descentralizada. 
 
Como se refere à própria nomenclatura, a forma centralizada concentra todas as ações 
em uma mesma área, atendendo a todos os outros setores da empresa. Da mesma 
forma, há concentração na gestão e na parte administrativa, tais como registros, 
compras, entre outros; tudo sob a tutela um único líder e responsável, como pode ser 
observado no diagrama da Figura 6.1. 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 31 
 
 
Figura 6.1. Diagrama de uma manutenção centralizada. Adaptado de Donas, M.L.M. [2004] 
 
 
As principais vantagens desta estruturação são: 
 
 Equipe especializada em um único local; 
 Maior aproveitamento da equipe e consequente redução de custos; 
 A proximidade ajuda a troca de experiências técnicas e ajuda no entrosamento; 
 Centralização dos registros das ocorrências; 
 Melhor relação custo-benefício no uso de equipamentos e ferramentas. 
 
Por outro lado, podem-se citar as seguintes desvantagens: 
 
 Maior tempo para deslocamentos até o local das ocorrências; 
 Menor eficiência da equipe; 
 Aumento no tempo de resposta para a solução do problema; 
 Dificuldade na ação de supervisionamento em função da distância entre a 
oficina e o local da ocorrência. 
 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 32 
 
 
Figura 6.2. Diagrama de uma manutenção descentralizada. Adaptado de Donas, M.L.M. [2004] 
 
No caso da estruturação da forma de atuação descentralizada, o principal objetivo é 
dar maior rapidez e qualidade no atendimento às ocorrências. A Figura 6.2 apresenta 
um diagrama de exemplo de uma manutenção descentralizada. As grandes vantagens 
são redução no tempo de atendimento e no deslocamento ao local da ocorrência. As 
principais desvantagens são: maior dificuldade no atendimento a serviços especiais; e 
a equipe e a infraestrutura tendem a ter multiplicidade e, portanto, maior custo. 
 
As estruturações mistas apresentam oficinas e/ou laboratórios espalhados em 
diferentes unidades, que normalmente têm prioridade. Estas oficinas espalhadas ficam 
associadas a uma unidade central de manutenção, que usualmente tem a função de 
planejamento e gestão da manutenção e da realização de intervenções de manutenção 
de serviços mais complexos, e da manutenção preventiva; além de dar suporte técnico 
às equipes descentralizadas. A Figura 6.3 apresenta um exemplo de diagrama de uma 
manutenção mista. 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 33 
 
 
Figura 6.3. Diagrama de uma manutenção mista. Adaptado de Donas, M.L.M. [2004] 
 
A atuação mista tem as seguintes vantagens principais: 
 
 O controle e informações continuam centralizados; 
 Agrupamento das especialidades; 
 Redução na redundância na infraestrutura; 
 Atendimento emergencial mais rápido; 
 Facilidade para a programação de manutenção preventiva; 
 Maior rapidez da equipe na absorção do conhecimento quando novas 
tecnologias são incorporadas. 
 
As principais desvantagens são: 
 
 Falta de homogeneidade nas decisões profissionais entre a equipe central e as 
unidades; 
 As unidades tendem a se tornarem independentes em relação à unidade 
central; 
 A unidade central deve manter um supervisionamento das equipes 
descentralizadas; 
 Maior dimensionamento da equipe. 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 34 
5.2 Equipe 
 
Talvez esta seja uma das tarefas mais complexas a ser realizadas ainda durante o 
processo de implantação da manutenção. Este fator é influenciado por muitos outros 
fatores, tais como: o nível de desgaste dos equipamentos, taxa de utilização, 
rotatividade de equipamentos e outros que podem surgir com a incorporação de novas 
tecnologias e o envelhecimento do parque instalado. 
 
Há especialistas que defendem que o dimensionamento é realizado a partir do volume 
de ações preventivas, em homem-hora, para um determinado período de tempo. 
Entretanto, a implantação das rotinas de manutenção preventiva requer o tempo 
mínimo de um ano para o levantamento do histórico de ocorrências, o que inviabiliza 
este método quando se está vivenciando o início da implantação. 
 
Entretanto, há outros especialistas que argumentam que a quantificação e 
especificação do perfil dos profissionais para a manutenção passa primeiro pela 
separação dos equipamentos por grupos de compatibilidade (famílias de 
equipamentos), definindo-se o número e tipo dos que serão mantidos. A partir desta 
segmentação, fica mais viável a definição do volume de trabalho e o dimensionamento 
da equipe que atuará em grupo. 
 
5.3 Terceirização 
 
Em estabelecimentos de saúde, é comum a terceirização de parte dos serviços de 
manutenção, pois a abrangência das tecnologias empregada é imensa. É praticamente 
impossível que uma equipe, mesmo bem capacitada, tenha condições de realizar a 
manutenção em 100% dos equipamentos empregados. As áreas são muito diversas, 
e uma equipe e infraestrutura necessárias para realizar todos estes serviços teria um 
custo muito grande, e não traria retorno à empresa que justificasse. 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 35 
Pode-se definir a terceirização como uma técnica administrativa que possibilita a 
transferência a terceiros da gestão e execução de um processo, ou seja, das atividades 
acessórias e de apoio ao objetivo principal da empresa em geral. Desta forma, permite 
que a empresa se concentre no seu foco de negócio. Em muitos, e cada vez mais, a 
terceirização é encarada como uma relação de parceria, visando obter vantagens 
competitivas tanto para a contratante quanto para a contratada. 
 
Como exemplo, observa-se na Tabela 6.1 o percentual do custo com a manutenção 
terceirizada em relação ao todo, em alguns segmentos da indústria no Brasil. Verifica-
se que muitos segmentos fazem uso intenso da terceirização, demostrandoa 
relevância desta prática. 
 
 
 
Tabela 6.1. Percentual de serviços terceirizados sobre o custo total da manutenção no ano de 2001 
no Brasil. Extraído da ABRAMAN, 2001 
 
Os fatores que dão suporte ao gestor para definir quanto, o quê e quando terceirizar 
são: 
 Vocação – serviços não estratégicos, fora do objetivo-fim da empresa; 
 Eficiência – impossibilidade de se especializar em todas as tecnologias 
incorporadas à empresa; 
 Custos – tecnologias mais complexas muito automatizados. 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 36 
 
Algumas dificuldades a serem identificadas e sanadas, quando possível, na 
terceirização da manutenção, caso contrário podem trazer prejuízos materiais e 
operacionais à empresa: 
 Pouca integração entre contratada e contratante; 
 Ausência de técnicos capacitados no mercado; 
 Grave problema de cartelização de segmentos do mercado; 
 Competitividade aquém do esperado no mercado. 
 
Os principais itens com grande potencial para se tornarem vantagens na terceirização 
são: 
 Aumento de qualidade; 
 Redução de custos e redução de estoques, caso o terceiro inclua o fornecimento 
de materiais; 
 Maior rapidez no atendimento; 
 Flexibilidade organizacional; 
 Aumento da especialização da própria equipe. 
 
Por outro lado, identificam-se itens que também têm grande potencial para se 
tornarem desvantagens em uma terceirização: 
 Aumento da dependência de terceiros; 
 Aumento de custos; 
 Redução na qualidade do serviço; 
 Perda de conhecimento da equipe interna sobre o processo da própria empresa. 
 
Um dos pontos críticos do processo de terceirização é a definição do modelo de 
contrato e/ou atuação da contratada dentro da contratante. A seguir á identificada, no 
mercado, a prática de quatro possibilidades de modelos contratuais para terceirização. 
 
1. Terceirização global da manutenção: toda a manutenção é repassada à empresa 
terceira, que passa a gerenciar todos os serviços; 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 37 
2. Terceirização global da manutenção com gerenciamento da contratante: todos os 
serviços de manutenção são passados para a empresa terceira; entretanto, o 
gerenciamento do sistema da manutenção ainda é da contratante; 
 
3. Terceirização da manutenção através de serviços unitários: a terceirização fica 
restrita a determinados serviços, para os quais são preestabelecidos custos e 
prazos. As principais características são: melhor qualificação de mão-de-obra; 
maior produtividade; melhor qualidade. O gestor da contratante deve ter atenção 
nesta modalidade, pois, em geral, não há interesse da contratada em reduzir o 
volume dos serviços de manutenção, podendo criar um vício malicioso no 
processo; 
 
4. Intermediação de contratos para a manutenção: a terceirizada se limita a contratar 
o(s) profissional(ais) para atuar dentro da contratante segundo as exigências 
técnicas da própria. Contudo, o(s) profissional(ais) é(são) pago(s) pelo empresa 
terceira. Este modelo pode produzir os seguintes efeitos: piora na qualificação de 
pessoal; contratada sem interesse em aumentar a produtividade; pouca qualidade; 
menor comprometimento dos funcionários. 
6 Gestão: Indicadores, Cadastros, Gerenciamento, Padronização e 
Metrologia 
 
O setor de manutenção de uma empresa deve ter uma visão e ação mais ampla que 
apenas executar intervenções de consertos ou correlatos. A manutenção deve se 
estruturar, planejar suas ações, acompanhar e analisar o desempenho de sua equipe 
dos serviços da manutenção e a grau de satisfação de seus clientes, no caso a própria 
empresa. 
 
O conceito de Engenharia de Manutenção entra exatamente neste ponto, pois abrange 
a visão e a atuação da manutenção não apenas no reparo, mas na análise de todas as 
situações, que podem permitir intervenções de melhoria, tais como: 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 38 
 Modificações em situações de mau desempenho; 
 Eliminação de problemas crônicos; 
 Melhorarias nos padrões e sistemáticas; 
 Desenvolver a manutenibilidade; 
 Retornar informações ao projetista; 
 Análise de cada equipamento; 
 Planejar as atividades da manutenção; 
 Análise do custo da manutenção; 
 Propiciar/ intervir para melhorar o desempenho de cada equipamento; 
 Dar suporte técnico ao processo de compras e incorporação de novas 
tecnologias. 
 
6.1 Indicadores de Eficiência 
 
Dentre as atividades esperadas da manutenção, uma das principais é o 
acompanhamento do seu próprio desempenho. Somente desta forma a gestão terá 
condições de tomar as decisões e estabelecer metas com menor possibilidade de erro. 
Preferencialmente esta análise deve ser o mais quantitativa possível e, neste sentido, 
são criados índices ou parâmetros que através de cálculo traduzem números que 
posteriormente são mais fáceis e tangíveis para serem analisados. 
 
A seguir são apresentados alguns índices classicamente usados pelo mundo, os quais 
se referem à análise da gestão da manutenção. 
 
1. Tempo Médio entre Falhas (TMEF) (ou MTBF em inglês) 
 
O cálculo deste índice fornece o tempo médio em que poderá ocorrer um defeito em 
um determinado equipamento. Ou seja, este índice é fundamental para estabelecer a 
rotina de manutenção preventiva. 
𝐓𝐌𝐄𝐅 =
𝑆𝑜𝑚𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜𝑠 (ℎ) 𝑒𝑚 𝑓𝑢𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
 eq.(1) 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 39 
2. Tempo Médio para Reparo (TMPR) (ou MTTR em inglês) 
 
Este parâmetro, quando calculado, fornece a informação sobre a previsão de tempo 
médio para a execução do serviço de reparo. Muito útil para os clientes, pois fornece 
ao cliente o prazo para a realização do serviço que será executado. 
𝐓𝐌𝐏𝐑 =
𝑆𝑜𝑚𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑟𝑒𝑝𝑎𝑟𝑜
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑐𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
 eq.(2) 
 
3. Disponibilidade de Equipamento (DISP) 
 
Este parâmetro fornece o percentual do tempo que o equipamento está disponível 
para operação. Este indicador é excelente para medir a eficiência da atuação da 
manutenção. 
𝐃𝐢𝐬𝐩𝐨𝐧𝐢𝐛𝐢𝐥𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 [%] =
𝑀𝑇𝐵𝐹
𝑀𝑇𝐵𝐹 + 𝑀𝑇𝑇𝑅
 . 100 eq.(3) 
 
Existem outros indicadores para avaliar o desempenho da manutenção; entretanto, 
estes são os mais usuais. Sem mencionar que não é indicado que a manutenção 
trabalhe com um universo muito grande de indicadores, pois a análise pode se tornar 
complexa, e acabar não atingindo o objetivo principal, que seria auxiliar no 
gerenciamento da manutenção. 
 
6.2 Sistema para Gestão da Engenharia de Manutenção Hospitalar – 
Cadastros e Processos - Engenharia Clínica 
 
Ainda nas décadas finais do século 1920, ficou evidente que a gestão de processos 
complexos e grandiosos como o serviço de manutenção de uma grande empresa, 
como seria a Engenharia Clínica nos hospitais, requer o apoio quase incondicional da 
informática, pois manipularia uma quantidade enorme de dados inerentes a todos os 
processos envolvidos. Nos dias atuais, a implantação de um sistema de software que 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 40 
seja capaz de integrar todas as informações e os processos é imprescindível em uma 
manutenção planejada. 
 
A organização destas informações permite uma análise de qualidade a partir de 
relatórios técnicos com dados quantitativos. Entretanto, a implantação destes sistemas 
de software é um processo complexo e exige o apoio de toda a equipe direta da 
manutenção e do comitê de gestão da empresa; caso contrário, não haverá sucesso. 
 
A forma de organização dos dados ecomo estes dados irão interagir com os processos 
internos já são motivos para muito debate técnico na própria equipe. O volume de 
dados é muito grande e as pessoas que deverão interagir são de diferentes áreas, 
sejam técnicos, administrativos, gestores e clientes internos. 
 
É fundamental que inicialmente sejam organizados os cadastros, os quais se tornarão 
bancos de dados no sistema informatizado. Os cadastros primários mais usuais a 
serem criados são: equipamentos; pessoal; e fornecedores. Em especial no caso dos 
equipamentos, deve ser reunida uma grande gama de informações. No processo de 
cadastramento, deve-se buscar a padronização dos nomes e termos para cada item 
armazenado, facilitando o processo de consulta e análises futuras. 
 
Particularmente o banco de dados e/ou cadastro dos equipamentos exige especial 
atenção. Neste sentido, os registros deverão ser confiáveis. Como sugestão, os dados 
armazenados devem cobrir: 
 
• Documentação (manuais, catálogos e desenhos); 
• Compras (requisição, orçamento, datas, custo, nota fiscal, garantia etc.); 
• Origem (fabricante, fornecedor, tipo e modelo); 
• Transporte e armazenamento (dimensões, peso e cuidados necessários); 
• Operação (características e limites de operação); 
• Localização (setor, responsável e operado). 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 41 
• Manutenção (sobressalentes, características de desempenho, recomendações dos 
fabricantes, limites, folgas, ajustes etc.); 
• Peças e acessórios; 
• Situação/ status; 
• Depreciação patrimonial quando integrado ao setor de patrimônio; 
• Histórico (intervenções ocorridas no equipamento). 
 
O histórico do equipamento é fundamental na estruturação da manutenção preventiva, 
além de auxiliar nas questões sobre o desempenho do equipamento, estoque de peças 
sobressalentes, demanda por mão-de-obra especializada e outras questões inerentes 
à gestão da manutenção. 
 
Da mesma forma que foi feito com o cadastro dos equipamentos, é fundamental que 
se construam os cadastros de pessoal e de fornecedores. Minimamente, quando estes 
três cadastros estão estruturados, há a possibilidade de criar uma interação entre os 
processos internos da manutenção, os quais podem ser citados: controle dos serviços 
de reparo e processo de compras. O sistema informatizado deve ajudar neste processo 
de harmonização e interação entre as ações e os dados. 
 
A organização da execução dos reparos permite que se tenha controle dos serviços, 
tais como: 
 
 Quais e quando serão feitos; 
 Quantos recursos serão necessários; 
 Quanto tempo será gasto; 
 Qual o custo; 
 Que materiais serão aplicados. 
 
Estes sistemas de gestão permitem que se estabeleça uma programação de uso da 
mão-de-obra, das máquinas e ferramentas; e, consequentemente, uma priorização da 
execução dos serviços. 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 42 
 
É importante lembrar que atualmente estes sistemas ficam ligados à internet e 
propiciam o acompanhamento dos processos, mesmo que de forma remota, para 
usuários devidamente cadastrados e autorizados. 
 
Nos dias atuais, há disponibilidade no mercado de sistemas informatizados capazes de 
auxiliar na gestão do setor de manutenção de empresas, mesmo no caso de hospitais. 
É extremamente recomendável que estas ferramentas sejam incorporadas à rotina da 
empresa, pois o retorno financeiro é muito rápido e vantajoso. 
 
6.3 Padronização dos Processos 
 
Em geral, a padronização em procedimentos internos das empresas traz apenas 
benefícios. No caso do setor de manutenção não é diferente; pelo contrário, pode ser 
considerada essencial para que o trabalho seja conduzido de forma eficiente e 
confiável. Alguns benefícios são evidentes: 
 
 O conhecimento acumulado pela equipe da manutenção fica na própria 
manutenção, independentemente da substituição de funcionários; 
 O reparo das falhas de baixa complexidade pode ser realizado pelos operadores 
dos equipamentos; 
 Melhor eficiência no uso da mão-de-obra e a significativa redução de 
desperdícios com peças de reposição; 
 Oferecer aos clientes a mesma qualidade, ao mesmo custo, entregues no 
mesmo prazo e com o mesmo resultado. 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 43 
 
 
Tabela 7.1. Exemplos de tipos de padrões técnicos a serem adotados pela manutenção. Extraído de 
Donas, M.L.M. [2004] 
 
O processo de padronização não deve ser imposto, e sim ser fruto de um envolvimento 
e comprometimento, também, do pessoal operacional; caso contrário, estará fadado 
ao fracasso, pois não será absorvido na realização processo no dia a dia. 
 
É recomendado que a padronização da manutenção se inicie pelos padrões técnicos, 
pois estes têm impacto direto sobre a qualidade e confiabilidade dos serviços de 
manutenção. A tabela 7.1 apresenta uma lista de indicações de padrões técnicos que 
deveriam ser padronizados na manutenção. 
 
Os padrões técnicos de manutenção contêm as informações para a execução dos 
reparos e representam o acúmulo de conhecimentos da equipe de manutenção sobre 
os equipamentos. É fundamental que os padrões técnicos sejam frequentemente 
revistos, em função da evolução do conhecimento e das tecnologias, que terão impacto 
direto na metodologia empregadas na manutenção, como apresentado na Figura 7.1. 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 44 
É importante que estes padrões técnicos sejam incorporados ao sistema informatizado 
de gestão da manutenção. Os dados contidos nestes registros darão suporte, através 
relatórios e gráficos, para o planejamento da manutenção. 
 
 
 
Figura 7.1. Esquema de atualização dos padrões e planos de manutenção 
 
 
6.4 A Metrologia na Manutenção 
 
É natural que os equipamentos que sofrerem qualquer intervenção da manutenção 
possam apresentar desvios nos seus valores que por ela medidos. Neste sentido, é 
crítico que o departamento de manutenção tenha em seu acervo instrumentos, 
aparelhos e ferramentas que estejam previamente rastreados segundos padrões 
rastreados pelo INMETRO. A rastreabilidade de seus instrumentos internos, utilizados 
como padrões e/ou referências, deve ser feita segundo as exigências em norma 
técnica, usualmente com periodicidade anual. 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 45 
Caso o setor de manutenção não tenha um determinado padrão requerido por alguma 
tecnologia, então deverá contratar um laboratório externo rastreado e credenciado 
pelo INMETRO para realizar tal tarefa. 
 
Somente agindo desta forma é que será garantida a confiabilidade das medições, 
posteriormente em operação. 
 
O retorno deste equipamento para a operação sem que sejam efetuadas as calibrações 
recomendadas poderá ocasionar erros nas medições, podendo comprometer a saúde 
ou até a vida dos pacientes, no caso dos equipamentos biomédicos. 
7 Semiologia de Manutenção 
 
Com o passar do tempo, verificou-se que a máxima eficiência de uma unidade 
produtiva está extremamente vinculada aos cuidados com a manutenção dos 
equipamentos. O não planejamento de um programa de manutenção pode tornar todo 
o processo caro e "doloroso", ou melhor, o adequado planejamento da manutenção 
deve ser encarado pelas empresas como investimento, pois retorna lucro e conserva 
o patrimônio. 
 
No plano tangível, pode-se ajudar a execução dos serviços de reparo apenas 
analisando-se os sinais emitidos pelos equipamentos quando em estado de defeito. A 
análise e interpretação destes sinais caracteriza a semiologia. A experiência da equipe 
de manutenção é muito importante na análise prévia desses sinais, antes de qualquer 
intervenção de reparo. Neste sentido, é fundamental que o pessoalda operação seja 
treinado para não proceder qualquer intervenção no equipamento para o caso de 
acionamento da manutenção. O simples ato de limpar ou assoprar pode eliminar sinais 
preciosos que ajudariam na busca do diagnóstico. 
 
A seguir são apresentados exemplos de algoritmos simples que auxiliam na obtenção 
de diagnósticos para defeitos em equipamentos. Podem ser seguidos por equipes de 
operação, desde que devidamente treinados. 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 46 
7.1 Como Proceder? - Algoritmos para Obtenção de Diagnósticos Iniciais 
 
Os objetivos deste procedimento são: 
 
(1) Verificar se realmente existem problemas; 
(2) Ser capaz de descrever o tipo de falha do instrumento, incluindo eventos ou 
circunstâncias que levam a falha; 
(3) Conhecer o que é consertável por você e o que deve ser encaminhado para outros 
profissionais; 
(4) Considerar se a falha do equipamento, principalmente quando é repetida ou 
catastrófica, merece ser consertada ou se o aparelho deve ser substituído. 
 
a. "O Equipamento está Morto" - Não liga 
 
O conhecimento do caminho que a fonte de energia faz até chegar ao equipamento é 
fundamental para corrigir este tipo de problema. A energia geralmente é proveniente 
da rede elétrica (plug na parede), às vezes de uma bateria, ou mais raramente de 
ambos (Figura 8.1). 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 47 
 
 
Figura 8.1. Algoritmo para resolver o problema: equipamento "morto" 
 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 48 
 
Figura 8.2. Algoritmo para resolver o problema: sem sinal na saída 
 
b. O equipamento liga, mas não tem sinal na saída 
 
Neste caso, o fator importante para se resolver o problema será conhecer o caminho 
percorrido pelo sinal através da instrumentação (Figura 8.2). Normalmente o caminho 
nos equipamentos implicam em (no mínimo) um transdutor, um amplificador e um 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 49 
mostrador. Para melhor diagnosticar este tipo de problema, é aconselhável isolar/ 
segmentar em módulos o equipamento para localizar a causa. 
 
 
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO 50 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA: 
 
CALIL, S.J. Equipamentos Médico-hospitalares e o gerenciamento da 
manutenção. Ministério da Saúde, 2002. 
 
KARMAN, B.J. Manutenção incorporada ao desenvolvimento à arquitetura 
hospitalar. Ministério da Saúde, 1995. 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: 
 
DONAS, M.L.M. A gestão da manutenção de equipamentos em uma 
instituição pública de C&T em Saúde. Mestrado Profissional em Gestão de C&T 
em Saúde. ENSP/FIOCRUZ, 2004. 
 
AZEVEDO NETO, F.P.B. Desenvolvimento de tecnologia de gestão para 
ambientes hospitalares. Caso do Instituto Fernandes Figueira. Dissertação de 
Mestrado. 2004. 
 
PEREIRA, J.P. Engenharia de manutenção: Teoria e Prática. Ciência Moderna, 
2009.

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