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Peritonite Infecciosa Felina Por: Fabiana Magalhães de Carvalho Etiologia A peritonite infecciosa felina (PIF) é uma doença infecto-contagiosa, imunomediada fatal de incidência mundial, que é causada por um coronavírus denominado de Vírus da Peritonite Infecciosa Felina (FIPV) que acomete felídeos domésticos e selvagens. São fatores predisponentes o tempo de exposição ao vírus, susceptibilidade genética, idade, capacidade imune, estresse, infecções intercorrentes com os vírus da leucemia felina (FeLV) e da imunodeficiência felina (FIV). Patogenia A doença é classificada em formas efusiva (úmida) e não-efusiva (seca), com base na quantidade de derrame cavitário (ascite ou hidrotórax). A principal porta de entrada do vírus é a via oral onde ele se replica localmente nas células epiteliais do trato respiratório, nas tonsilas, nos linfonodos regionais e no epitélio intestinal e depois é eliminado pelas secreções (orais, respiratórias) e excreções (fezes e possivelmente urina). Quando ocorre a produção de anticorpos antivirais no organismos o vírus é capacitado por macrófagos e transportado por todo o corpo onde a replicação viral perivascular local e a reação tecidual piogranulomatosa subsequente produzem a lesão clássica da doença. Epidemiologia A peritonite infecciosa felina foi descrita pela primeira vez na década de 60 e, desde então, foram relatados casos em felinos domésticos e selvagens em todo o mundo. A doença se tornou importante para veterinários que atendem gatos que vivem em densidades populacionais altas dessa espécie pois nesses ambientes há uma maior susceptibilidade de contrair a doença já que a PIF caracterizada por baixa morbidade e alta taxa de mortalidade (100%). Sinais Clínicos As manifestações clínicas são diversas incluindo alterações sistêmicas gerais como desidratação, febre, anorexia, apatia, perda de peso, vômito, diarreia, anemia, icterícia; alterações oftálmicas como uveíte, descolamento de retina, corioretinite; distúrbios neurológicos como paresia dos membros pélvicos, ataxia, nistagmo, anisocoria, mudanças no comportamento, apreensão, tetraparesia e tremores; hepatopatias e nefropatias, podendo ocorrer também pirexia e dispneia e abdômen distendido (forma efusiva). Alterações macroscópicas Quanto as lesões macroscópicas, o abdômen e/ou cavidade torácica podem conter exdutado viscoso e espesso, placas piogranulomatosas ásperas e brancas podem ocorrer na superfície serosa de órgãos abdominais e omento, nódulos granulomatosos podem protuir a partir da superfície renal, granulomas podem ocorrer na parede intestinal, cadeias fibrosas podem estender entre órgãos, fígado pode apresentar lesões pálidas e focais, Iris pode ficar descolorida, córnea podem-se observar precipitados ceráticos, sinais neurológicos podem-se observar lesões no cérebro e/ou na medula espinhal. Alterações histológicas Já as lesões microscópicas são lesões granulomas e piogranulomas em qualquer tecido afetado. As lesões começam ao redor das veias, aumentam de tamanho envolvendo porções teciduais grandes e sua aparência microscópica sugere o diagnóstico. Diagnóstico O diagnóstico pode ser feito através da avaliação do histórico, achados clínicos, resultados laboratoriais, título de anticorpos para coronavírus e exclusão de doenças semelhantes. A avaliação da efusão tem grande importância no diagnóstico presuntivo de PIF, no entanto, o diagnóstico definitivo é feito através da necropsia e histopatologia.
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