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TEORIAS DIREITO PENAL

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TEORIAS DIREITO PENAL 
1-TEORIA DO CRIME: A partir do conceito analítico de crime, em relação à conduta do crime e a ligação com a TEORIA DA CULPABILIDADE
1.1-TEORIA CLÁSSICA, NATURALISTA, CAUSAL OU MECANICISTA
Idealizadores: Franz Von Liszt, Ernest Von Beling e Gustav Radbruch
Nessa teoria, a questão mecanicista é preponderante, o crime deve ser explicado por uma ótica científica e natural.
O que é a conduta? É uma ação voluntária que produz mudança no mundo exterior. A vontade nessa teoria é equivalente à mera consciência.
Análise: OBJETIVA, afasta os elementos psicológicos do fato típico, ou seja, afasta o dolo e culpa. Essa teoria é ligada à teoria Psicológica da culpabilidade, porque o dolo e a culpa estão dentro da culpabilidade. Então, essa teoria aceita só a teoria tripartite do crime, já que o direito penal brasileiro não aceita a responsabilidade objetiva do agente, mas a subjetiva.
CRÍTICAS: Não é possível separar a vontade da sua finalidade, essa teoria não explica os crimes omissivos, formais, de mera conduta e os tentados.
	FATO TÍPICO
	ILICITUDE
	CULPABILIDADE
	
Conduta
	
É Presumida
	
Imputabilidade
	
Resultado
	
	
Dolo ou Culpa*
Dolo Normativo
	
Nexo Causal
	
	
	
Tipicidade
	
	
1.1.1-TEORIA PSICOLÓGICA DA CULPABILIDADE
A teoria chama-se psicológica porque os elementos volitivos (dolo e culpa) estão dentro da culpabilidade
O Dolo aqui é NORMATIVO e está dentro da culpabilidade, o dolo é normativo porque possui dentro a consciência atual da culpabilidade.
 CRÍTICA: impossibilidade em resolver as situações de inexigibilidade de conduta diversa, notadamente a coação moral irresistível e a obediência hierárquica à ordem não manifestamente ilegal. Nesses casos o sujeito age com dolo, mas o crime não pode ser a ele imputado, pois somente é punido o autor da coação ou da ordem.
Também não consegue explicar a culpa inconsciente, pois aqui também não existe nenhum vínculo psicológico entre o autor e o fato por ele praticado, que sequer foi previsto.
1.2-TEORIA NEOKANTISTA ou CAUSALISTA NEOCLÁSSICA
Idealizador: Edmund Mezger, Max Ernst Mayer, e Reinhard Frank
Adota os mesmos fundamentos da teoria clássica, com uma ressalva para o conceito da conduta.
Há manutenção da natureza causal, eis que, como salienta Prado (2010), o conceito valorativo de ação proposto pela Teoria Neoclássica, apesar de inserir normatização, não abandona a descrição positivista-causal como cerne. A vinculação estreita entre a conduta e o resultado é mantida pela teoria. Por isso, o sistema é também denominado “causal”.
Nada obstante, o conceito de ação abandona o cunho puramente naturalístico do Causalismo Clássico, passando a se orientar por critérios valorativos, e, por isso, obteve melhor êxito em sua compreensão e aplicabilidade, inclusive no que se refere à omissão penalmente relevante. “A orientação causal-naturalista cede lugar à causalista valorativa, dando nascimento ao conceito neoclássico de delito”
Conduta: Deixa de ser uma ação voluntária e passa a ser um comportamento voluntário, ou seja, está abrangendo o crime omissivo, poque o comportamento é uma ação ou omissão.
Culpabilidade: Passa a adotar a teoria normativa ou a teoria psicológico-normativo.
Com a mudança agora a culpabilidade começa a adotar a exigibilidade da conduta diversa (IMPUTABILIDADE + DOLO E CULPA + EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA)
1.2.1-TEORIA PSICOLÓGICO-NORMATIVA OU NORMATIVA DA CULPABILIDADE
Aqui passa a cuidar também da questão da motivação, daí que surge um novo elemento na culpabilidade, a exigibilidade de conduta diversa.
 A imputabilidade deixa de ser pressuposto a passa a ser elemento. O dolo permanece normativo (agora o elemento normativo é a consciência atual da ilicitude).
	FATO TÍPICO
	ILICITUDE
	CULPABILIDADE
	
Conduta
	
É Presumida
	
Imputabilidade
	
Resultado
	
	
Dolo ou Culpa*
Dolo Normativo
	
Nexo Causal
	
	Exigibilidade da conduta diversa*
	
Tipicidade
	
	
1.3-TEORIA FINALISTA
Idealizador: Hans Welzel
CONDUTA: É o comportamento humano voluntário conduzido a um FIM. O exercício da conduta é previsto, antevê o resultado.
DOLO: Natural, porque não tem mais a consciência da ilicitude internamente.
Nessa teoria, o dolo e a culpa passam a integrar o fato típico, dessa forma. A culpabilidade se torna vazia entre os elementos volitivos.
Consciência da ilicitude: Abandona o dolo e passa a ser um elemento da culpabilidade.
Essa teoria do crime é ligada a teoria normativa pura, extrema ou estrita da culpabilidade, porque não tem mais os elementos psicológicos na culpabilidade.
1.3.1- TEORIA NORMATIVA PURA/EXTREMA/ESTRITA DA CULPABILIDADE (CESPE ADOTA)
	FATO TÍPICO
	ILICITUDE
	CULPABILIDADE
	
Conduta
Dolo e culpa*
	
É Presumida
	
Imputabilidade
	
Resultado
	
	
Potencial consciência da ilicitude*
	
Nexo Causal
	
	
Exigibilidade da conduta diversa
	Tipicidade
	
	
1.3.2-TEORIA LIMITADA DA CULPABILIDADE (ADOTADA NO CP)
DESCRIMINANTES PUTATIVAS
I-Teoria Normativa Pura
A descriminante putativa sempre é erro de proibição indireto, ou seja, exclui a potencial consciência da ilicitude, dessa forma, exclui a culpabilidade, e não a ilicitude.
II- Teoria Limitada
Poderão ser erro de proibição indireto (exclui a culpabilidade) ou erro de tipo (exclui o dolo)
1.4- TEORIAS FUNCIONALISTAS
A questão trata obviamente do funcionalismo sistêmico elaborado pelo pensador alemão Günther Jakobs, amplamente conhecido nos círculos jurídicos brasileiros pela sua doutrina do "Direito Penal do Inimigo". Por estar em grande evidência no cenário jurídico brasileiro, faz-se necessário ter conhecimento, ao menos do básico, de seu pensamento. Passando à análise da questão, o funcionalismo-sistêmico de Jakobs tem como função salvaguardar a estabilidade das normas. Com efeito, havendo infração à norma, a imposição da pena ao infrator reafirma a validade da norma, restabelecendo a estabilidade do sistema. Para o funcionalismo sistêmico, a imposição da norma não tem como traço a prevenção geral e, tampouco, a ressocialização do infrator, como consta na alternativa (IV) da questão. 
O traço marcante da mencionada teoria é, nos dizeres de Alessandro Baratta, o de que "(...) a reação punitiva terá como função principal de estabelecer a confiança e reparar ou pevenir os efeitos negativos que a violação da norma produz para a estabilidade do sistema e a integração social. quando esses efeitos, em atenção à estabilidade do sistema, deixam de ser toleráveis, intervém a reação punitiva. A pena, afirma Jakobs, não constitui retribuição de uma mal com um mal, não é dissuasão, isto é, prevenção negativa (...)" (Alessandro Baratta, Integración-Prevención. Una Nueva Fundamentación de la Pena Dentro de la Teoría Sistémica).
O próprio Jakobs em seu "Sobre La Teoria da Pena", traduzido do alemão para o espanhol por Cancio Meliá, afirma que a aplicação da pena não consegue prevenir delitos e, "se previne algo (....); o que previne é a erosão da configuração normativa real da sociedade. A pena pública é a manutenção do esquema de interpretação válido publicamente. (...)". 
Assim, diante das considerações feitas acima, vê-se que o funcionalismo sistêmico de Jakobs se afasta da finalidade de prevenção geral da pena formulada por Feuerbach, que tem a pena como forma de prevenção da prática de delitos pela intimidação ou coação psicológica dos destinatários da norma penal. Afasta-se também do objetivo de ressocialização dos condenados, que decorre do efeito da prevenção especial positiva, que tem na pena, segundo Cleber Rogério Masson, em seu Direito Penal Esquematizado, Volume 1, Parte Geral, o escopo de:  "ressocialização do condenado, para que no futuro possa ele, com o integral cumprimento da pena, ou, se presentes os requisitos legais, com a obtenção do livramento condicional, retornar ao convívio social preparado para respeitar as regras a todos impostas pelo Direito. A pena é legítima somente quando é capaz de promover a ressocialização do criminoso."
O merecimento de pena, ou dignidade penal, é um critério alternativo
para a consideração da afetação do bem jurídico, cuja utilização substitui a tipicidade material e a antijuridicidade concreta.

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