Buscar

AULA 04 ECONOMIA 04

Prévia do material em texto

AULA 04 ECONOMIA 04
Olá, aluno(a), tudo bem? Agora que você conheceu alguns conceitos fundamentais como a economia, nesta aula vamos compreender mais dois termos, talvez dois dos mais importantes para as ciências econômicas, que são a curva de possibilidade de produção e o custo de oportunidade. Esse último você conheceu um pouquinho, na nossa primeira aula, lembra?
Conforme já vimos, a economia está diretamente relacionada ao problema da escolha, ou seja, como os fatores de produção são limitados e as necessidades humanas ilimitadas, é preciso a toda hora fazer escolhas. E para as empresas não é diferente, elas precisam definir quais bens e serviços vão produzir e ofertar, como e em qual quantidade.
Para entender melhor como a escolha é feita, vamos a uma situação hipotética, ou seja, criada. A situação é a seguinte: uma economia produz apenas dois bens, que chamaremos de bem X e bem Y, que você pode, por exemplo, chamar de lápis e caneca. Além disso, a quantidade e a qualidade dos recursos produtivos são fixas, ou seja, independente de produzir o bem X ou o bem Y a quantidade e a qualidade dos recursos produtivos são as mesmas.
Na nossa situação hipotética, existe pleno emprego, em outras palavras, essa economia produz o máximo que ela pode dada à quantidade de recursos produtivos que ela tem disponível, não existindo capacidade ociosa. E a tecnologia é constante. Isso porque o uso da tecnologia é uma forma de aumentar a produção utilizando a mesma quantidade de fatores de produção disponíveis.
Com base nas características citadas acima, podemos verificar a quantidade de cada bem que poderá ser produzido dados os recursos produtivos que temos disponíveis. Isso pode ser visto no quadro 4.1.
	Bem
	Quantidade máxima de Y
	Quantidades intermediárias 
	Quantidade máxima de X
	X
	0
	3
	6
	8
	9
	10
	Y
	15
	13
	12
	10
	6
	0
	ponto
	A
	B
	C
	D
	E
	F
Quadro 4.1 - Quantidade de cada bem que pode ser produzido dada a quantidade de fatores de produção disponíveis. FONTE: Elaborado pela autora (2019).
Caso a economia queira produzir os bens X e Y, deverá “abrir mão” de certa quantidade de um bem para produzir o outro. Por exemplo, para produzir 3 unidades de X, a empresa deverá 
Como pode ser observado no quadro 4.1, a economia poderá produzir 15 unidades do bem Y ou 10 unidades do bem X. Porém, nesses casos, o outro bem não poderá ser produzido, pois não há recursos produtivos disponíveis para a produção dos dois bens.
deixar de produzir 14 unidades de Y ou 6 unidades de X, deverá deixar de produzir 1 unidade de Y, ou ainda, para produzir 8 unidades de X, serão 10 unidades do Y que deverão ser deixados de serem produzidos, ou ainda 9 unidades do bem X e 7 do bem Y.
Outra forma de visualizar essa situação é por meio da figura 4.1. 
O gráfico 4.1 mostra as quantidades dos bens X e Y que a economia hipotética poderá produzir dados os fatores de produção limitados. Essa curva é chamada de curva das possibilidades de produção ou curva de transformação. Portanto, qualquer dos pontos em cima da curva (A, B, C, D, E, F) representa um uso igualmente eficiente de todos os recursos, dada a tecnologia.
A curva de possibilidade de produção ou curva de transformação demonstra a quantidade máxima de dois bens ou de serviços que uma economia consegue produzir dadas a quantidade e a qualidade de fatores de produção disponíveis e a tecnologia existente.
Por outro lado, pontos além da fronteira não poderão ser atingidos com os recursos disponíveis. Pontos internos à curva representam situações nas quais a economia não está empregando todos os recursos de que dispõe, ou seja, não está operando em pleno emprego. Por exemplo, no ponto S, vamos supor que essa economia queira produzir 12 unidades do bem X e 8 do bem Y, nesse caso, não teremos fatores de produção suficientes para produzir os dois bens nessas quantidades.
Situação oposta, no ponto Z, se a economia quiser produzir 8 unidades do bem X e 6 unidades do bem Y. Existem fatores de produção suficientes, mas a economia não será eficiente. Essas situações podem ser vistas no gráfico 4.2.
Porém, existe uma forma de a economia chegar ao ponto S, que é por meio da tecnologia. A tecnologia é um fator que desloca a curva das possibilidades de produção, pois, como já discutimos, aumenta a quantidade produzida, utilizando os mesmos recursos de produção disponíveis, ou seja, aumenta a capacidade produtiva da empresa.
Na prática pode acontecer de a curva das possibilidades de produção se deslocar mais em direção a um bem do que a outro. Isso acontece em função dos bens não possuírem exatamente o mesmo processo produtivo ou as mesmas quantidades de todos os fatores de produção. Então, o recurso produtivo que seja mais afetado pela tecnologia tende a deslocar mais a curva de transformação.
Tudo que abordamos sobre curva das possibilidades de produção também nos mostra outro conceito muito importante para a ciência econômica, que é o custo de oportunidade, no qual a empresa teve que “abrir mão” de certa quantidade produzida do bem Y em função da produção do bem X. Como vimos nas aulas anteriores, o custo de oportunidade pode ser definido como o sacrifício de se transferir os recursos de uma atividade para outra, ou seja, é a quantidade de um bem ou serviço que se deve renunciar para obter outro.
É importante observar que só existe custo de oportunidade se a economia estiver funcionando em pleno emprego, ou seja, se os recursos forem plenamente utilizados nos pontos A a F que estão sobre a curva de possibilidade de produção.
Divisão das Ciências Econômicas
Para fins metodológicos e estudos econômicos, divide-se a ciência eco­nômica em duas grandes áreas, sendo elas a microeconomia e a macroeconomia. A microeconomia, segundo Viceconti e Neves (2010, p. 09), “é o ramo da teoria econômica que estuda o funcionamento do mercado de um determinado produto ou grupo de produtos”. Em outras palavras, estuda a interação entre compradores e vendedores em determinados mercados como, por exemplo, no mercado de produtos alimentícios.
Assim sendo, o estudo da microeconomia está voltado, entre outros, para:
instituições individualizáveis, isoladamente ou em grupos homogêneos;
comportamento dos consumidores;
comportamento das empresas;
estruturas e mecanismos de funcionamento dos mercados;
funções e imperfeições dos mercados;
remuneração paga aos agentes e à repartição funcional da renda nacional e g) preços que as empresas recebem por suas produções (ROSSETTI, 2008).
Nas unidades II e III, serão abordadas as noções básicas que envolvem essa área da Teoria Econômica.
A macroeconomia, por sua vez, “é o ramo da teoria econômica que estuda o funcionamento da economia como um todo, procurando identificar e medir inúmeras variáveis”, tais como: nível de produção total, investimento agregado, poupança agregada, nível de emprego, nível geral de preços etc. (VICECONTI; NEVES, 2010, p. 09). Dessa forma, o estudo da macroeconomia está voltado, entre outros, para:
a economia em seu conjunto;
o desempenho total da economia, dadas as causas e os mecanismos de correção das flutuações;
os agregados macroeconômicos, tais como PIB e RN;
as relações entre macrovariáveis, tais como investimento e nível de emprego;
as medidas de tendência central, tais como taxas de juros e de câmbio;
as trocas internacionais e
o crescimento e desenvolvimento das economias (ROSSETTI, 2008).
As noções básicas que envolvem essa área da teoria econômica serão tratadas nas próximas aulas.
Para gabaritar
A economia é dividida em duas grandes áreas: a macroeconomia que estuda as variáveis agregadas e a microeconomia que analisa os agentes econômicos de forma individual.

Continue navegando

Outros materiais