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Nervos Cranianos Laís Kemelly UNIME – 2020.1 Sensitivos: NC1, NC2, NC5, NC7, NC10 Motores: NC3, NC4, NC7, NC8, NC9, NC10, NC11, NC12 Neurovegetativos: NC7, NC9, NC10 I Olfatório II Óptico III Oculomotor IV Troclear V Trigêmeo VI Abducente VII Facial VIII Vestíbulo-coclear IX Glossofaríngeo X Vago XI Acessório XII Hipoglosso Nervo Olfatório (NC1) Descrição das alterações · Anosmia: paciente sem capacidade de sentir cheiro · Hiposmia: redução da capacidade olfativa · Hiperosmia: exacerbação da capacidade olfativa · Prebiosmia: hiposmia relacionada à idade por degeneração das fibras mucosas nasais · Agnosia olfativa: sente o cheiro, mas não consegue interpretar o odor · Disosmia: distorções do olfato · Parosmia: o paciente “inverte” os cheiros · Fantosmia: alucinação olfatória, o examinador não oferece nada para o paciente, mas ele refere que sentiu cheiro de algo que não existe · Cacosmia: o paciente refere odor ruim “Caminho do odor” As fibras do nervo olfatório presentes na mucosa nasal atravessam a placa cribiforme do osso etmoidal, levando o estímulo até o bulbo olfatório. A partir do bulbo olfatório, existem duas ramificações: · Lateral: lobo temporal, permite a identificação do cheiro · Medial: lobo límbico, relaciona o cheiro com alguma coisa Área 28: hipocampo, sedimentação de novas informações. O contato íntimo dessa área com o caminho do nervo olfatório justifica a associação entre cheiros e memória afetiva. Como avaliar? Na anamnese 1. Qual o tipo e o grau do sintoma? 2. É uni ou bilateral? A interpretação do olfato é bilateral: se houver lesão unilateral, o córtex do lado oposto vai “compensar” e a percepção de cheiros continua, porém, reduzida. Ou seja, a anosmia é obrigatoriamente uma lesão bilateral. 3. Duração do quadro 4. Sintomas associados 5. HPP: exposição à toxinas que podem ter levado à perda do olfato, fatores nutricionais (def. de vitamina A, C e B12 podem desencadear esse quadro também), patologia associada, TCE ou infecção prévia No exame físico O objetivo do exame é avaliar a olfação consciente associada ao lobo temporal. · Sempre analisar a narina separadamente e ocluir a que não está sendo avaliada · Iniciar o exame pela narina sintomática · Manter os olhos e a boca do paciente fechados durante o exame: evitar que o exame seja falseado pela associação dos outros sentidos Tapar uma narina e avaliar a outra, intercalar os cheiros fortes e fracos fechar os olhos dos pacientes para observar melhor a identificação. As perdas olfatórias podem estar relacionadas com as alterações de mucosa ou processos neoplásicos. Transtornos Distúrbio de condução: o problema está entre o meio e o epitélio olfativo Alterações anatômicas (desvio de septo), doenças nasossinusais Distúrbio neurossensorial: o problema está nos receptores ou em suas conexões Infecção de vias aéreas superiores, senilidade, toxicidade, uso intranasal de cocaína Patologias de SNC: Alzheimer, DM, esclerose múltipla, Parkinson, TCE. Nervo Óptico (NC2) Terminologias · Cegueira: qualquer condição que leve o paciente a não conseguir enxergar nada, nada, nada · Amaurose: quando uma condição neurológica leva o paciente a perder a visão · Ametropia: problemas de refração que levam a defeitos na visão (miopia, hipermetropia, presbiopia, astigmatismo) · Escotoma: pontos pretos na visão Caminho da Visão Globo ocular → nervo óptico → quiasma óptico → trato óptico → corpo geniculado → medial/lateral → colículo inferior/superior → radiações ópticas → córtex occipital Interpretação da imagem: córtex occipital · Área de Brosman 17: cortéx visual primário, responsável pela formação das imagens · Área 18 e 19: cortéx associativo, permite a contextualização e interpretação das imagens Musculatura da íris: responsável pelo reflexo fotomotor, miose (contração) e midríase (dilatação) pupilar, adequando o diâmetro da pupila à intensidade de luz do ambiente. Como avaliar?Por que avaliar reflexo fotomotor em situações de emergência? A midríase da pupila é feita pela inervação simpática autônoma, que compartilha núcleo com o nervo oculomotor. Assim, uma resposta inadequada ao reflexo fotomotor (anisocoria) indica que a eferência desse NC não está acontecendo da maneira adequada. Isso é sugestivo de aumento da pressão intracraniana, que pode comprimir o nervo oculomotor e prejudicar esse reflexo. A importância disso na emergência é identificar essa hipertensão craniana e iniciar conduta de forma precoce. Queixas: diminuição da acuidade visual Campimetria: análise do campo visual. O examinador se mantém a uma distância do paciente (geralmente 1 braço) e solicita que o paciente feche um dos olhos. O dedo do examinador, que inicialmente estará centralizado, vai se lateralizando. O objetivo é analisar qual o limite do campo visual do paciente, até onde ele consegue perceber seu dedo. Para confirmar se o paciente realmente está enxergando, o examinador pode fazer números com os dedos e perguntar ao paciente quantos são. Caso a resposta seja incorreta, o campo visual pode ser considerado limitado. Fundoscopia: exame de fundo de olho. Analisar a papila/disco óptico (região mais profunda da retina) e buscar lesão vascular, edema de papila (sinal de aneurite óptica, inflamação do nervo) ou sinais de hipertensão intercraniana. · Hipertensão intracraniana: quando há edema de papila, mas o paciente ainda enxerga · Neurite óptica: quando há edema de papila e o paciente não enxerga Reflexo fotomotor: miose sob luz excessiva. Direto: quando se avalia o olho que recebe o estímulo Consensual: faz o estímulo em um olho e avalia a resposta do outro Exame de acuidade visual: o do oftalmo com as letrinhas Conceitos Topográficos Paciente com lesão em quiasma óptico: perda de visão nas têmporas de forma bilateral Lesão na região calcarina: não percebe que perdeu a visão Motricidade Ocular: NC3, NC4, NC6 Quando há prejuízo, paciente queixa de diplopia, visão dupla. Cada nervo inerva músculos específicos. · Nervo oculomotor (NC3) · Reto superior · Reto medial · Oblíquo inferior · Nervo troclear (NC4) · Oblíquo superior · Nervo abducente (NC6) · Reto lateral Como avaliar? Paciente com a cabeça fixa enquanto vc move algo. Se houverem alterações, analisar em qual músculo isso aconteceu e relacionar com o NC. (Essa foi a parte + frisada na aula) Nervo Trigêmeo (NC5) Inervação sensitiva da face e motora da mastigação. O trigêmeo sai da porção média da ponte, mas seu núcleo é mais extenso, envolvendo mesencéfalo e porção medular alta. Isso acontece porque ele inerva várias estruturas.Possui função sensorial em Cavidade oral e nasal, dentes, face, couro cabeludo, dura-máter intracraniano e propriocepção muscular. O ramo bucal do mandibular inerva os dois terços anteriores da língua · Ramo oftálmico (V1) · Frontal · Lacrimal · Nasociliar · Ramo maxilar (V2) · Infraorbital · Zigomático · Alveolar superior · Pterigopalatino · Ramo mandibular (V3) · Bucal · Lingual · Alveolar inferior · Auriculotemporal · Mentual Exame Físico A avaliação ao exame físico é feita pela palpação superficial dos três ramos, comparando a sensibilidade bilateral do paciente e buscando alterações. · Reflexo mandibular/massetérico: percussão leve no mento, o normal é uma leve contração do masseter. · Reflexo esternutatório: passar algodão de forma leve ao redor do nariz, o esperado é uma reação leve de espirro. · Reflexo corneano/corneopalpabral: colocar um algodão na pálpebra do paciente e observar se ele fecha. Aferência do trigêmeo, eferência facial. Importante não deixar que o paciente veja o algodão, o examinador deve iniciar essa manobra lateralmente. Manobras da função motora 1. Palpar a musculatura da mastigação enquanto o paciente cerra dos dentes, na porção dos molares. O esperado é que o dedo da palpação seja anteriorizado. 2. Protração e retração da mandíbula 3. Lateralizar a mandíbula: uso dos pterigoides (lembrar que esse músculo tem ação antagônica: a contração do lado esquerdo lateraliza a mandíbula do ladodireito). Assim, se o paciente tiver lesão do trigêmeo esquerdo, terá dificuldade em lateralizar a mandíbula à direita. 4. Morder o abaixador de língua: ação do masseter, tentar puxar o instrumento. O ideal é não conseguir pela força que esse músculo tem. Nervo Facial (NC7) Inervação da face: expressões Paciente A: rima labial desviada enrugando a testa, lesão central. Eventos vasculares cerebrais, tumores... Paciente B: rima labial desviada sem enrugar a testa, lesão periférica. Traumas, lesões infecciosas Pede pro paciente sorrir e mostrar os dentes (rima labial) Pede pro paciente levantar a sobrancelha (enrugar a testa) Nervo Vestíbulo-Troclear Testar audição: esfregar os dedos nos dois lados e pergunta se o paciente escuta igual. Diapasão no vertex: Se o ouvido ruim é o que ele percebe melhor, isso é uma lesão de condução, envolve os ocículos Se aponta para o lado contralateral, é uma disfunção da cóclea Teste de Weber Teste de Rinne++, Nervo Glossofaríngeo e Nervo Vago (NC9 e NC10) Alterações na deglutição e da voz. Investigar a parte motora: Nervo Acessório (NC11) Função: força do ECM. Exame físico: avaliação das escápulas. Nervo Hipoglosso (NC12) Nervo exclusivamente motor. Inervação da língua. Pode ter lesões bilaterais ou unilaterais: o desvio é para o lado afetado.