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Distúrbios Endócrinos Profª Drª Wálleri Reis Diabetes Roberta, 45 anos, DM2 • Dificuldades para controlar a glicemia → sempre alta (>250 mg/dl), e quando baixa mais do que isso passa mal • Metformina 850 mg (café-almoço-jantar) • Glibenclamida 5 mg (café-almoço) → começou a tomar e passou mal, por isso parou HbA1c: 8,5% Prevalência 175 milhões não sabem! O que é? • Hiperglicemia, resultante de insuficiência relativa ou absoluta da secreção de insulina e/ou vários graus de resistência periférica à ação da insulina Célula β Célula α Célula Delta Célula PP Polipeptídeo Pancreático Somatostatina Glucagon Insulina O que acontece no organismo? E se a insulina falta ou se ela não funciona? • Redução na captação da glicose pelo músculo, fígado e tecido adiposo; • Aumento da produção hepática de glicose; • Hiperglicemia, no jejum e no pós-prandial; • Aumento na produção de ácidos graxos livres a partir da lipólise; • Depleção de proteínas e aumento de aminoácidos plasmáticos. Se o DM está descompensado os valores de triglicerídeos do paciente permanecem elevados E se a insulina falta ou se ela não funciona? Ácidos graxos + def. insulina Lipoproteínas Conversão hepática de ácidos graxos em fosfolipídios e colesterol Classificação DM1 DM2 Gestacional Outros >99% DOS CASOS Pâncreas Normal DM1 DM2 Insulina Glicose Diabetes tipo 1 O pâncreas perde a capacidade de produzir insulina (rápida ou lentamente – LADA) • Destruição das células β pancreáticas • Deficiência absoluta de insulina • O paciente precisará invariavelmente de insulina Diabetes tipo 2 Graus variáveis de resistência e deficiência insulínica • Inicialmente ocorre aumento da quantidade de insulina • Em longo prazo pode ocorrer disfunção das células β pancreáticas • O paciente PODE precisar de insulina Diabetes gestacional Intolerância a carboidratos de gravidade variável, que se inicia durante a gestação atual e não preenche os critérios diagnósticos de diabetes mellitus franco. OMS, 2013 Fatores de risco para DG • Idade materna avançada • Sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual • Deposição central excessiva de gordura corporal • História familiar de diabetes em parentes de primeiro grau • Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual • Antecedentes obstétricos de abortamentos de repetição, malformações, morte fetal ou neonatal, macrossomia ou DMG • Síndrome de ovários policísticos • Baixa estatura (menos de 1,5 m) Diabetes gestacional Diagnóstico • Glicemia de jejum na primeira consulta pré-natal < 92 mg/dL > 126 mg/dL Diabetes gestacional Diabetes tipo 1 ou 2 Reavaliação no segundo semestre Teste de oral de tolerância à glicose (TOTG) Jejum 92 a 125 mg/dL 1 hora 180 mg/dL 2 horas 153 a 199 mg/dL Diabetes gestacional Tratamento • Insulinas • Antidiabéticos orais → pouco utilizados • Tratamento suspenso após parto • Mantido o acompanhamento da glicemia da mãe após o parto DM1 (5-10%) • Destruição autoimune das células beta (tipo 1A) ▪ Rápida (crianças / jovens) ▪ Lenta (LADA) • Idiopática (tipo 1 B) ▪ Início abrupto ▪ Cetoacidose diabética DM2 (90-95%) • Hiperglicemia, resistência à insulina, e deficiência parcial na secreção de insulina • Prevalência aumenta com obesidade Como acontece? Resistência a insulina tecidos periféricos + hiperinsulinemia compensatória Ilhotas de Langerhans perdem gradualmente sua habilidade de responder às flutuações na glicemia (PP) Liberação basal de insulina é afetada Falência DM 2 (90-95%) DM 2 – Fatores de risco Clínicos o Estilo de vida o Gordura visceral o Obesidade o Etnia o História familiar o Condições clínicas o Medicamentos Metabólicos o Hemoglobina glicada de 5 a 6,5% o Glicemia de jejum alterada o Tolerância a glicose diminuída Outros o Amamentação o Hormônios sexuais F a to re s d e R is c o D M 2 100 X com IMC >35kg/m2 Síndrome metabólica Coexistência de um conjunto de fatores de risco cardiovasculares, usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina. Estes fatores incluem a obesidade abdominal, a hiperglicemia, a dislipidemia e a hipertensão. Síndrome metabólica A síndrome metabólica ocorre quando pelo menos 3 critérios são observados simultaneamente DM 2 – Rastreamento e Prevenção • Consulta /campanha na Unidades de saúde • Questionário: Escores (FINDRISC) / ADA • > 45 anos, sobrepeso/obesidade*, HAS ou história familiar de DM2. • Medicamentos (corticoides, diuréticos tiazídicos e antipsicóticos) • Periodontite, infecções fúngicas superficiais e hepatite C . *IMC > 25 kg\m²; asiáticos IMC > 23 kg\m² • Benefícios da redução do peso (se sobrepeso ou obesidade) e da prática de atividades físicas regulares (150 minutos/semana) na prevenção do diabetes • Dieta alimentar (objetivo é reduzir 0,5-1kg/mês) • Necessidade de controle de comorbidades que aumentam o risco cardiovascular (hipertensão, dislipidemia, tabagismo, doença renal) • Medicamentos • Metformina • Obesos IMC >35 kg\m², DMG prévia, HbA1c >6% ou pacientes que não controlam somente com MEV. DM 2 – Rastreamento e Prevenção RASTREAMENTO • Etapa 1 RASTREAMENTO • Etapa 2 Resumindo Diagnóstico DM • Glicemia casual ≥200 mg/dl + sintomas (sede, poliúria, perda de peso, visão embaçada) Glicemia jejum ≥126 TOTG ≥200 HbA1c ≥6,5% Um resultado anormal deve ser confirmado OU OU Pré-DM Glicemia jejum 100 - 125 TOTG 140 - 199 HbA1c 5,7 – 6,4% OU OU Complicações Agudas • Infecções • Condições críticas • Medicamentos (Corticosteroides, α e β bloqueadores, pentamidina, agentes simpatomiméticos, diuréticos) • Privação de tratamento Hipoglicemia Complicações Agudas Glicemia (mg/dl) 90 36 18 54 Normoglicemia Sintomas de hipoglicemia Neuroglicopenia Neuroglicopenia severa Classificação Contrarregulação ou consequência fisiológica ↓ insulina endógena Hipoglicemia GH: hormônio do crescimento Liberação glucagon e adrenalina Liberação GH Liberação cortisol Início sintomas autonômicos Prejuízo da cognição Coma, convulsão Complicações Agudas Hipoglicemia na farmácia: o que fazer? • Sintomas do paciente e esta deve preferencialmente confirmados por teste de glicemia capilar; • Administração de tabletes de glicose via oral ou carboidratos de absorção rápida tais como balas, suco de frutas com açúcar, refrigerantes, mel, açúcar puro, entre outros; • Para pacientes inconscientes, caso os familiares disponham de kit para injeção de glucagon (intramuscular ou subcutânea), administrar. Apesar das evidências conflitantes, a maioria dos especialistas recomendam a aplicação de açúcar diretamente sobre a mucosa oral do paciente, massageando a fim de promover a absorção local. Complicações crônicas Nefropatia • Principal causa de doença renal crônica • Rastreamento a partir do diagnóstico • Microalbuminúria e é marcador precoce para o desenvolvimento de doença renal crônica Nefropatia • Prevenção → controle da glicemia e PA • IECA e BRA (redução albuminúria) • Hipolipemiantes • AAS • Cessação tabagismo Retinopatia • A retinopatia diabética é uma complicação crônica do DM que, após 20 anos de duração da doença, ocorre em 99% dos pacientes com diabetes tipo 1 e em 60% dos pacientes com diabetes tipo 2 • Níveis de glicemia e PA elevados, junto com longo tempo de duração do DM, são os principais fatores de risco ▪ Exame oftalmológico completo ▪ Tratamento medicamentoso controverso ▪ Fotocoagulação – Cx a laser Neuropatia • A polineuropatia diabética é a complicação mais frequente e tem sua prevalência aumentada de acordo com o tempo de diagnóstico (50%) Neuropatia • Controle metabólico • Tratamento da dor → ADP tricíclicos (amitriptilina: 25-150mg/d), pregabalina (150-600mg/d), gabapentina (900-1800mg/d) Manifestação clínica: dormência ou queimação,formigamento, pontadas, choques, agulhadas, desconforto ou dor ao toque e diminuição ou perda de sensibilidade tátil. Autonômica: hipotensão postural, arritmias, retenção urinária, gastroparesia, pele seca, redução do reflexo fotomotor e miose Disfunção erétil • 6-75% de acordo com a idade • Tratamento Mecanismo que sinaliza o estímulo erétil pode ser afetado por alterações vasculares, neurológicos, hormonais e psicológicas ▪ Controle da glicemia ▪ Mudança de estilo de vida, aconselhamento psicossocial, abandono do tabagismo e terapia de reposição hormonal ▪ Inibidores de fosfodiesterase Pé diabético • Transtornos tróficos que ocorrem na pele e estrutura osteoarticular do pé de indivíduos diabéticos podendo levar a ulceração, infecção e gangrena • Até 25% dos pacientes desenvolvem ulceração no pé em alguma fase da evolução da doença ▪ Neuropatia periférica ▪ Vasculopatia periférica ▪ Alteração biomecânica do pé Pé diabético Doença vascular periférica Neuropatia periféricaNeuropatia autonômica Ateros- clerose Embolia distal Aporte reduzido de oxigênio, nutrientes, antibióticos Gangrena extensa Síndrome do dedo azul Retardo na cicatrização Infecção Gangrena Amputação Déficit reação de alerta Déficit sudorese Auto- simpatectomia Pele seca Redução fluxo Sanguíneo Aumento reabsorção óssea Colapso articular Pé de Charcot Novos pontos de pressão Sensitiva Motora Perda da sensibilidade protetora Predisposição a trauma Atrofia de inter-ossos Deformidades dos dedos Ulceração Pé diabético • Exame pés 1x/ano ou a cada visita a profissional de saúde O que investigar? ▪ Dor ▪ Câimbras ▪ Parestesia ▪ Eritema ▪ calosidades ou algum problema ou alteração nos pés ou nas unhas ▪ dificuldade de marcha ou no equilíbrio Pé diabético • Tratamento ▪ Retirar carga: evitar estresse mecânico sobre a área afetada ▪ Debridamento ▪ Curativo: solução salina 3-4 x/dia ▪ Tratamento da infecção: não indicar neomicina+bacitracina (ineficaz e pode prejudicar o tratamento) ▪ Reconstrução vascular ▪ Amputação Pé diabético • Orientações ▪ Cigarro: restrição absoluta ▪ Sapatos ▪ Couro macio, salto baixo, frente folgada e profundidade suficiente para acomodar a deformidade dos dedos. Tênis para caminhada, com essas mesmas características, também são adequados. ▪ Examinar os sapatos antes de calçá-los a fim de identificar presença de objetos estranhos. ▪ Não usar sandálias abertas, com tiras entre os dedos, nem sandálias ou sapatos de plástico. Nunca andar descalço. Pé diabético • Orientações ▪ Higiene dos pés ▪ Usar espelho para ver região plantar ▪ Lavar os pés diariamente enxugando bem entre os dedos ▪ Procurar por calos, bolhas, frieiras, ferimentos ▪ Aplicar hidratante neutro (ex. Ureia 10% creme), exceto entre os dedos. ▪ Temperaturas extremas ▪ Evitar bolsa de água quente, evitar deixar os pés de molho em água quente ou exposição ao frio excessivo. Pé diabético • Orientações ▪ Unhas e calos ▪ Cortar as unhas retas ▪ Não cortar calos ou usar calicidas ▪ Não tirar cutícula ▪ Unhas encravadas e calosidades devem ser avaliadas por equipe de saúde ▪ Evitar tratar pés/unhas em salão de beleza ▪ Não usar lixa metálica ▪ Cuidado com animais e insetos: evitar ferimentos e picadas Doenças Macrovasculares Fatores Patogênicos • Disfunção endotelial • Microangiopatia diabética • Dislipidemia • Resistência a insulina • Estresse oxidativo • Glicação não-enzimática • Alteração da hemostasia Doenças Macrovasculares • O risco cardiovascular de um paciente diabético aumenta na medida em que se soma a presença de fatores de risco • IAM ▪ Apenas diabetes - 2,5X ▪ Diabetes + hipertensão – 8X ▪ Diabetes + hipertensão + dislipidemia – 19X Doenças Macrovasculares Doenças Macrovasculares AAS E ESTATINA Doenças Macrovasculares • Prevenção secundária ▪ Hipoglicemiantes ▪ Estatina ▪ AAS ▪ Betabloqueador ▪ IECA ou BRA Tratamento DM Gestão da doença por equipe multiprofissional Farmacoterapia anti- hiperglicemiante Educação do paciente para autocuidado e monitoramento Mudança de estilo de vida Não-farmacológico • Redução de peso • Atividade física • Dieta ▪ Reduzir consumo de gordura (exceto poli-insaturados – ômega 3 e 6) ▪ Reduzir consumo de carboidratos ▪ 30 a 45 gramas de carboidratos nas refeições e 15 a 20 gramas de carboidratos para lanches, com o objetivo de não menos de 130 gramas de carboidratos/dia. Preferir alimentos com menor índice glicêmico (impacto relativo de alimentos contendo carboidratos na glicose sanguínea) Não-farmacológico • Dieta Não-farmacológico • Exercício físico - Idoso Antidiabéticos orais • Hipoglicemiantes 1. Medicamentos que aumentam a secreção de insulina • Anti-hiperglicemiantes 2. Medicamentos que não aumentam a secreção de insulina 3. Medicamentos que aumentam a secreção de insulina de forma dependente • Inibidores SGLT2 4. Medicamentos que promovem glicosúria • Dependente de glicose • Supressão de glucagon Medicamentos que aumentam a secreção de insulina Hipoglicemiantes • Sulfoniluréias Célula Hiperglicemia ATP ADP Canais K+ATP fechados Ca++ Ca++ Sulfoniluréias e Glinidas Liberação de insulina Redução de 50-60 mg/dl e de 1,5-2% na HbA1c Hipoglicemiantes • Sulfoniluréias Atenção para a indicação de bula!! Hipoglicemiantes • Sulfoniluréias Reações Adversas 1. Hipoglicemia 2. Ganho de peso Hipoglicemiantes • Sulfoniuréias Orientações aos pacientes ▪ Monitorar sinais/sintomas de hiperglicemia ou hipoglicemia e relatar dificuldades no controle glicêmico, especialmente durante períodos de estresse causado por infecção, febre, trauma ou cirurgia ▪ Hipoglicemia, que pode prejudicar a concentração e os tempos de reação, o paciente deve ter cuidado ao fazer atividades que exigem prontidão ou coordenação mental, tais como dirigir ou operar máquinas pesadas Hipoglicemiantes • Sulfoniuréias Orientações aos pacientes ▪ Não ingerir bebidas alcoólicas enquanto estiver tomando este medicamento, pois isso pode aumentar o risco e a gravidade da hipoglicemia ▪ Tomar o medicamento após a refeição e não permanecer em jejum por períodos prolongados, a fim de evitar hipoglicemia ▪ Se o paciente pular uma refeição, não deve tomar a dose do medicamento neste horário. Hipoglicemiantes • Glinidas ▪ Início de ação rápido (30 min) e curta duração (até 4h) – Útil para reduzir a glicemia pós-prandial ▪ Redução na glicemia pós-prandial entorno de 50 mg/dl, e da HbA1c em 1,0- 1,5% ▪ Menos episódios de hipoglicemia ▪ 3 tomadas por dia Hipoglicemiantes • Glinidas Reações Adversas 1. Hipoglicemia (16-31%) **Cautela com pacientes com doença renal Por quê não pegou? Medicamentos que não aumentam a secreção de insulina Anti-hiperglicemiantes • Inibidores da alfa-glucosidase (Acarbose) ▪ Retardam a absorção de carboidratos no intestino delgado, com resultados principalmente na glicemia pós-prandial ▪ Redução de 15-130 mg/dl na glicemia PP e 0,5-1,0% de HbA1c ▪ Modesta redução nos níveis de triglicerídeos ▪ Devido à baixa eficácia, são raramente utilizados isoladamente e não são recomendados como terapia inicial em pacientes com hiperglicemia moderada a grave (HbA1c ≥9%) ▪ Dose: 25mg 1-2x ao dia → 100mg 3x ao dia (máximo) Anti-hiperglicemiantes • Inibidores da alfa-glucosidase (Acarbose) Reações Adversas 1. Desconforto abdominal (11%-21%) 2. Diarreia (28%-33%) 3. Flatulência (41%-77%) Anti-hiperglicemiantes • Inibidores da alfa-glucosidase (Acarbose) Orientações aos pacientes ▪ O paciente deve ingerir o medicamento com a primeira porção de comida em cada refeição principal ▪ Se a dose for esquecida e a refeição já foi completa, o paciente deve ignorar a dose Anti-hiperglicemiantes • Glitazonas ▪ Alteração na função dos adipócitos (metabolismo de ácidos graxos) ▪ Redução de 20-40% (reduz lipotoxicidade) ▪ Melhora a açãoda insulina nos músculos (efeito sensibilizador) ▪ Reduz glicemia de jejum em 35-40 mg/dl e HbA1c em 1,0-1,5% ▪ Reduz triglicerídeos ▪ Pioglitazona: 15mg 1x ao dia → 45 mg/d (dose máxima) ▪ Rosiglitazona: 4-8 mg/d Anti-hiperglicemiantes • Glitazonas Reações Adversas 1. Ganho de peso (2 kg) 2. Edema em membros inferiores (redução na excreção renal de sódio e aumento da retenção de água) **Precauções em doença hepática e ICC Anti-hiperglicemiantes • Glitazonas Orientações aos pacientes ▪ Aconselhar mulheres na pré-menopausa e pacientes anovulatórias a utilizar método contraceptivo, pois o medicamento pode estimular a ovulação ▪ Instruir o paciente para relatar imediatamente sinais/sintomas suspeitos de insuficiência cardíaca congestiva(por exemplo, falta de ar, edema, rápido ganho de peso), disfunção hepática, ou qualquer tipo de alteração visual Anti-hiperglicemiantes • Glitazonas Orientações aos pacientes ▪ Indicar ao paciente que o controle glicêmico pode não ocorrer durante cerca de 2 semanas e o efeito completo não pode ser realizado até 2-3 meses de terapia ▪ Aconselhar o paciente para monitorar sinais/sintomas de hipoglicemia e relatar dificuldades com o controle glicêmico Anti-hiperglicemiantes • Biguanidas ▪ Diminui a produção hepática de glicose ▪ Aumenta a utilização de glicose mediada por insulina em tecidos periféricos (tais como músculos e fígado) ▪ Reduz eventos cardiovasculares ▪ 50-80 mg/L e HbA1c de 1,5-2% ▪ Primeira escolha para o tratamento oral da diabetes do tipo 2 ▪ Redução de mortalidade cardiovascular e por todas as causas Metformina: 850mg 1x ao dia → 3 x ao dia/ 500mg XR 1x ao dia → 2g 1x ao dia (ou fracionado em 2 doses) Anti-hiperglicemiantes • Biguanidas Reações Adversas 1. Gastrointestinais (20-30%) 2. Acidose Lática **Precauções em doença renal : Não recomendado quando ClCr 30-45ml/min e contra-indicado quando ClCr <30ml/min O que fazer se o paciente tem intolerância GI? Agentes que aumentam a secreção de insulina dependente de glicose e que diminuem a secreção de glucagon Incretinas • Sistema de incretinas GIP: Polipeptídeo inibitório gástrico GLP-1: Peptídeo semelhante ao glucagon 1 Análogos do GLP-1 Reações Adversas 1. Náuseas e vômitos 2. Pancreatite e IR (raros) **não deve ser utilizada em pacientes com clearance de creatinina inferior a 30 mL/min Análogos do GLP- 1 • Exenatina-4 ▪ dose-dependente e glicose-dependente ▪ 1% HbA1C ▪ SC ▪ Redução de peso 5-10mcg a cada 12 horas Análogos do GLP-1 • Exenatida Orientações aos pacientes ▪ Instruir o paciente a procurar atendimento médico imediato em casos de sintomas de pancreatite: dor abdominal intensa, quase sempre de início abrupto, na região superior do abdômen, que pode se irradiar para as costas ▪ Aconselhar o paciente a relatar reações no local da injeção (por exemplo: nódulos, abscesso, celulite, ou necrose) ▪ Caso uma dose tenha sido omitida, instruir que o paciente pule a dose. Não administrar a dose após uma refeição Análogos do GLP-1 • Dulaglutida • Aplicação SC • Não é primeira linha de tratamento • Administração: a dose inicial recomendada é de 0,75 mg uma vez por semana. A dose pode ser aumentada para 1,5 mg uma vez por semana. • Doses perdidas: se uma dose for perdida, administrá-la o quanto antes se restarem no mínimo 3 dias (72 horas) até a próxima dose planejada. Se restarem menos de 3 dias para a próxima dose, a dose perdida deve ser pulada e a dose seguinte administrada no dia marcado. • Mudando o esquema posológico semanal: o dia da administração semanal pode ser mudado, se necessário, desde que a última dose tenha sido administrada há 3 dias ou mais. Análogos do GLP-1 • Liraglutida ▪ 1% HbA1C ▪ Não é tratamento de 1° Linha ▪ SC ▪ 0.6mg 1x ao dia → 1,2mg 1x ao dia → 1,8mg 1x ao dia Inibidores da DPP-IV (Gliptinas) ▪ Dipeptidil peptidase-4 (DPP-4) → desativa peptídeos bioativos ▪ Sitagliptina, saxagliptina, linagliptina, vildagliptina e alogliptina ▪ Redução de HbA1C 0,6-0,8% Inibidores da DPP-IV (Gliptinas) Reações Adversas 1. Dor de cabeça 2. Infecção do trato respiratório superior 3. Pancreatite aguda (raro) Agentes que promovem glicosúria Inibidores do co-transportador glicose-sódio do tipo 2 (SGLT2) ▪ Promovem a excreção renal de glicose ▪ Reduzem modestamente a elevação dos níveis de glicose (0,5-1,0%) ▪ Efeito limitado pela quantidade de filtração de glicose renal ▪ Dapaglifozina (5-10mg 1x/d) ▪ Empaglifozina (10-25mg 1x/d) ▪ Canaglifozina (100-300mg 1x/d) Glifozinas Glifozinas • Inibidores do co-transportador glicose-sódio do tipo 2 (SGLT2) Reações Adversas 1. Candidíase 2. ITU 3. Câncer de bexiga (raro) Casos clínicos Mulher, 40 anos, sobrepeso, diabetes tipo 2 há 3 anos, em uso de Gliclazida 80mg no café há 1 ano. Glicemia em jejum 120mg/dL, HbA1c=8,5%, glicemia pós-prandial 200mg/dL. Dieta ajustada. a. O que podemos fazer por ela? Casos clínicos Homem, 50 anos, obeso, diabetes tipo 2 há 2 anos, em uso de Metformina 850mg 2x dia. Glicemia em jejum 170mg/dL, HbA1c=8,0%. Queixa-se de muita náusea, dor de estômago, sempre que toma a metformina, por isso deixa de tomar algumas vezes na semana. Não vai ao médico há 1 ano. a. Quais perguntas adicionais você gostaria de fazer a este paciente? b. Quais são orientações importantes a este paciente? Casos clínicos Homem, 65 anos, em uso de Glibenclamida 5mg no café e almoço; Metformina 850mg no café, almoço e janta. Relata apresentar períodos de tremores e suor em alguns momentos da semana, quando não leva lanche para o trabalho. Tem insuficiência cardíaca diagnosticada há 4 anos, porém está controlado, tem adesão correta a toda a sua farmacoterapia. HMP: DAC (2 infartos há mais de 10 anos), ICC (há 4 anos), DM 2 (há 6 anos) Exames: HbA1c = 6,0% Casos clínicos Mulher, 45 anos, 75 Kg, 1,65m de altura. Diabética tipo 2 diagnosticada há 7 anos, desde então controla a condição clínica. Faz uso de: • Metformina 850 mg 3x ao dia (desde diagnóstico) • Canaglifozina 300 mg 1x ao dia (há 8 meses) • Gliclazida 60 mg ao dia (há 5 anos) • HbA1c = 7,1%; Glicemia de jejum = 107 mg/dL (há 2 semanas) • Relata em consulta que está com a imunidade ruim, pois tem apresentado muitos episódios de resfriado nos últimos meses, além de ter aumentado as vezes que teve infecção urinária, já apresentou 3 esse ano. Como escolher o tratamento? TRATAMENTO • A escolha do medicamento deve levar em consideração: • Estado geral, peso e idade do paciente; • Comorbidades presentes (complicações do diabetes ou outras); • Valores das glicemias de jejum e pós-prandial, bem como da HbA1c; • Eficácia do medicamento; • Risco de hipoglicemia; • Possíveis interações com outros medicamentos, reações adversas e contraindicações; • Custo do medicamento; • Preferência do paciente. Quadro clínico • Obesidade, hipertrigliceridemia, baixo HDL, HAS – RI • Anti-hiperglicemiantes - melhoram resistência a insulina e controle glicêmico sem ganho de peso • Paciente obeso controle inadequado em monoterapia ou TC • Exenatida, Liraglutida, Lixisenatida ou dulaglutida • Sinais de insulinopenia (Hiperglicemia e perda de peso) • Secretagogos (Sulfonilureia e Glinidas) • Glicemia de jejum normal Hb1Ac acima da meta • Anti-hipergicemiantes (MTF e Glitazonas) • Gliptinas, acarbose ou glinidas • Inibidores SGLT-2 • Insulina basal antes do jantar ou na HD Monitoramento Metas GLICEMIA DE JEJUM GLICEMIA PRÉ- PRANDIAL GLICEMIA PÓS PRANDIAL HbA1C ADA/EASD <100 mg/dl <130mg/dl <180mg/dl <7% <6,5% em populações específicas* <8% em populações específicas** SBD <100mg/dl <130mg/dl** <100mg/dl <130mg/dl** < 160mg/dl < 180mg/dl** Em torno de 7% em adultos, entre 7,5- 8,5% em idosos dependendo do estado de saúde** ADA: American Diabetes Association; EASD: European Association for the Study of Diabetes; SBD: Sociedade Brasileira de Diabetes.*Sem risco de hipoglicemia ou outros efeitos colaterais da medicação, com duração curta de DM, expectativa de vida longa e poucas comorbidades. **Com história de hipoglicemia grave, expectativa de vida limitada, complicação micro ou macrovascular avançada, muitas comorbidades associadas ou duração prolongada de DM. OBSERVAÇÃO: Jejum definido como 8 horas sem ingestão calórica; pré-prandial definido como imediatamente antes de uma refeição; pós-prandial definido como 1-2 após o horário do início de uma refeição Como monitorar a GC? Tipo 1 ou 2 usuários de insulina, 2 testes /dia horários diferentes Tipo 2, 2 testes /semana horários diferentes Pacientes NÃO INSULINIZADOS Pacientes INSULINIZADOS Aplicativos • Glic (recomendado pela SBD) • Glicemias • Episódios de hipoglicemia • Gráficos e médias de glicemias • Refeições • Cálculo de unidades de insulina • Contagem de carboidratos Insulinas Caso clínico Luis, professor, procura o farmacêutico e pede para falar com o farmacêutico “João, to precisando de ajuda com a insulina, de uns tempos para cá parece que isso não funciona mais” • Identificação (ID): 50 anos, caucasiano, 1.82m, 85kg (IMC 25,86 – Sobrepeso) • História Médica Pregressa (HMP): Diabetes tipo 2 (DM2), diagnosticada há 5 anos e dislipidemia, diagnosticada há 2 anos. • Condições e hábitos de vida: nega tabagismo ou etilismo, e refere restringir açúcares e gorduras. • Medicamentos em uso: o Insulina NPH – 30U manha e 10U após jantar o Insulina regular – 7U após almoço e 3U após jantar o AAS 100mg após o almoço o Sinvastatina 40mg antes de dormir. HbA1C = 8,2% Caso clínico Monitoramento Glicêmico (mg/dl) Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom Jejum 109 143 124 99 133 103 128 Após café 180 168 185 134 Antes almoço 178 214 190 205 Após almoço 265 250 199 248 Antes jantar 125 101 138 129 112 141 109 Após jantar 241 293 281 232 Hora de dormir 214 273 242 208 Madrugada Insulinas - Origem Tipo/duração da ação Origem Nome comercial® Lispro / Ultra Rápida Análoga Humalog Aspart / Ultra Rápida Análoga NovoRapid Regular / Rápida Humana Novolin R, Humulin R, Insuman R, Biohulin R Suína Purificada / Mista* Neosulin R, Iolin R Suína monocompetente Actrapid MC NPH / Intermediária Humana Novolin N, Humulin NPH, Insuman N, Biohulin N Suína Purificada / Mista* Neosulin N, Iolin N Zíncica / Intermediária Humana Novolin L§ Ultralenta / Longa Humana Novolin U§ Detemir Análoga Levemir Glargina Análoga Lantus Degludeca Análoga TresibaTM Insulinas - Ação Insulinas humanas Perfil de ação* Preparação/ação Aparência Início da ação Pico Duração Ultra-rápida Lispro Límpida 15-30 min 0,5-3 h 3-5 h Aspart Límpida 15-30 min 0,5-3 h 3-5 h Glulisina Límpida 15-30 min 0,5-3 h 3-4 h Inalada - 10-20 min 0,5-3 h ~6 h Rápida (R) Regular (cristalina) Límpida 30-60 min 2-4 h 6-8 h Intermediária NPH§ (Isofana) Turva 1-2 h 6-12 h 18-24 h Lenta (Zíncica) Turva 1-3 h 6-12 h 18-26 h Insulinas - Ação Longa Aparência Início de ação Pico de ação Duração Ultralenta Turva 4-6 h 10-16 h 24-48 h Protamina zinco (PZI) Turva 3-8 h 14-24 h 24-40 h Detemir Límpida 3-4 h Mínimo > 24 h Glargina (Lantus®) Límpida 4-6 h Mínimo¤ > 24 h Degludeca (Tresiba®) Límpida Após 2h Sem pico > 40 h Insulinas animais Perfil de ação* Preparação/ação Aparência Início da ação Pico Duração Rápida (R) 0,5-2 h 3-4 h 6-10 h NPH (N) 4-6 h 8-14 h 20-24 h Lenta (L) 4-6 h 8-14 h 20-24 h Ultralenta (U) 8-14 h Mínimo 24-36 h INSULINAS Início de terapia insulina • Primeira linha • Pacientes com HbA1C >10,0% • Glicemia jejum >250 mg/dl • Glicemia casual >300 mg/dl • Cetonúria • Perda de peso • Estresse metabólico agudo (Pacientes críticos) • Segunda linha • Pacientes com HbA1C >8,5% • Não alcançam metas com associação de ADO Como iniciar a insulinoterapia? NPH 10U/dia ou 0,1 - 0,2 UI/Kg/dia à noite Aumentar a dose, 10 a 15% OU 2-4 UI a cada 1 ou 2 semanas, até atingir níveis em jejum na faixa alvo (<100mg/dl). A1c < 7% após 2-3 meses? Hipoglicemia ou glicemia <70 mg/dl reduzir a insulina da hora de dormir em ≥4U ou 10-20% se a dose for > 60U. Sim NãoChecar HbA1c a cada 3 meses Geralmente, com metformina ± outros agentes não insulínicos Verificar GJ – Se fora da meta (<100mg/dL) Como ajustar a insulina? Não Se a glicemia em jejum está na faixa alvo (<100 mg/dl), monitorar glicemia pré-prandial (almoço e jantar) e na hora de dormir. Se resultados estiverem acima das metas, adicionar uma segunda injeção diária. Pode- se iniciar com 4UI, 0,1UI/Kg ou 10% da dose basal por refeição, e ajustar 1 - 2UI ou 10 a 15% a cada 3 dias até alcançar a meta. Glicemia pré-almoço fora da faixa: adicionar insulina de ação rápida no café da manhã* Glicemia pré-jantar fora da faixa: de ação rápida no almoço* Glicemia na hora de dormir fora da faixa: adicionar insulina de ação rápida antes do jantar* INSULINAS – ESQUEMAS INDICADOS Dose noturno diminuir a produção hepática de glicose, com efeito principal na glicemia de jejum Hiperglicemia pós prandial, esquema basa- plus após a principal refeição. INSULINAS – ESQUEMAS INDICADOS Hiperglicemia pós prandial em mais de uma refeição, esquema basa-plus deve ser ampliado. Paciente não responde aos esquemas anteriores, insulinização plena. INSULINAS – ESQUEMAS INDICADOS Opção 1: Cobertura mais uniforme de insulina basal 24h. Opção 2: Ultra-longa basal e cobertura prandial análogos de curta. Ajuste de insulina INÍCIO DE TRATAMENTO Uma injeção diária de insulina de ação intermediária à noite, para reduzir a hiperglicemia matinal OU antes do desjejum, para minimizar a hiperglicemia pós-prandial do almoço e pré-prandial do jantar. 0,2 X 90 → 18 UI NPH noite ou após desjejum (T ½ vida 20-24h) 90Kg Esquemas comuns PACIENTE MONITORADO 18 UI → 20 UI → 25 UI/dia (antes de dormir) 90 Kg Não melhorei! GJ = 187 mg/dL Aumento da dose gradativo a cada 2 a 3 dias!! 10 - 15% ou 2-4 unidades, por 1 ou 2 semanas para atingir a meta de glicemia de jejum Esquemas comuns PACIENTE MONITORADO 25 UI / dia 22UI NPH (noite) e 3UI regular (antes da principal refeição) 90 Kg Não melhorei! A1C > 7% 28 UI / dia 25UI NPH (noite) e 3UI regular (antes da principal refeição) Se A1C < 8% Se A1C > 8% 4 UI, 0,1UI / Kg ou 10% da dose basal Esquemas comuns PACIENTE MONITORADO 28 UI / dia 22UI NPH (noite) e 6UI regular (antes da principal refeição) 90 Kg Não melhorei! GPP = 210 mg/dL Aumento de 1 ou 2 unidades, 1-2 vezes por semana até atingir a meta glicêmica. Se hipoglicemia Descobrir e tratar a causa; na ausência de causa conhecida para a hipo, diminuir a dose correspondente em 2-4 U ou 10-20%. Esquemas comuns PACIENTE MONITORADO 31 UI / dia 25UI NPH (noite) e 6UI regular (antes da principal refeição) 90 Kg 10 - 15% ou 2-4 unidades, por 1 ou 2 semanas para atingir a meta de glicemia de jejum Se hipoglicemia Descobrir e tratar a causa; na ausência de causa conhecida para a hipo, diminuir a dose correspondente em 2-4 U ou 10-20%. Não melhorei! A1C = 9,5% 10 - 15% ou 2-4 unidades, por 1 ou 2 semanas para atingir a meta de glicemia de jejum Esquemas comuns PACIENTE MONITORADO 31 UI / dia 23UI NPH (noite) e 6UI regular (antes do almoço) e 2UI regular (antes do jantar) 90 Kg Não melhorei! A1C = 8,2% 33 UI / dia 25UI NPH (noite) e 6UI regular (antes do almoço) e 2UI regular (antes do jantar) Se A1C < 8% Se A1C > 8% 4 UI, 0,1UI / Kg ou 10% da dose basal Esquemas comuns CONTINUANDO O TRATAMENTO Divisão de doses entre 2/3 da dose (manhã) e 1/3 da dose (noite) NÃO É RECOMENDADO → RECOMENDADO É AJUSTAR CONFORME O DIÁRIO GLICÊMICO 90 kg 0,5 X 90 → 45 UI/dia 2/3 manhã 1/3 noite 2/3 NPH 1/3 Reg 1/2 NPH 1/2 Reg 30 UI 20 UI 10 UI 8 UI 7 UI INSULINAS • Vias de aplicação e velocidade de absorção • SC>IM>IV • Insulina H*• Análogos IH INSULINAS • Rodízio pontos de aplicação • Prega cutânea • Ângulo de aplicação ID: absorção lenta e risco de perda da dose: hiperglicemia IM: absorção acelerada: hipoglicemia INSULINAS INSULINAS Insulinas Caso • Luis, professor, procura o farmacêutico e pede para falar com o farmacêutico “João, to precisando de ajuda com a insulina, de uns tempos para cá parece que isso não funciona mais” • Identificação (ID): 50 anos, caucasiano, 1.82m, 85kg (IMC 25,86 – Sobrepeso) • História Médica Pregressa (HMP): Diabetes tipo 2 (DM2), diagnosticada há 5 anos e dislipidemia, diagnosticada há 2 anos. • Condições e hábitos de vida: nega tabagismo ou etilismo, e refere restringir açúcares e gorduras. • Medicamentos em uso: o Insulina NPH – 30U manha e 10U após jantar o Insulina regular – 7U após almoço e 3U após jantar o AAS 100mg após o almoço o Sinvastatina 40mg antes de dormir. Insulina/dia – ??? HbA1C = 8,2% Caso Monitoramento Glicêmico (mg/dl) Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom Jejum 109 143 124 99 133 103 128 Após café 180 168 185 134 Antes almoço 178 214 190 205 Após almoço 265 250 199 248 Antes jantar 125 101 138 129 112 141 109 Após jantar 241 293 281 232 Hora de dormir 214 273 242 208 Madrugada CASO CLÍNICO Monitoramento Glicêmico (mg/dl) Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom Jejum 109 143 124 99 133 103 128 Após café 180 168 185 134 Antes almoço 178 214 190 205 Após almoço 265 250 199 248 Antes jantar 125 101 138 129 112 141 109 Após jantar 241 293 281 232 Hora de dormir 214 273 242 208 Madrugada ? ? ? ? ? ? ? O que fazer?80%NPH/20%R 50% basal-50% regular 50 UI/dia 0,5 UI/Kg NPH NPH Rastreamento na farmácia • Etapa 1 Rastreamento na farmácia • Etapa 2 Serviço farmacêutico SERVIÇOS FARMACÊUTICOS CLÍNICOS • Contextualizando: Não Adesão aos ADO →Até 64% Não adesão a insulina DM2 →Até 40% 25 estudos PROBLEMAS COMUNS • Paciente não entende a necessidade do medicamento... Ou sua condição clínica. • O paciente desenvolve um evento adverso e entende que o medicamento está fazendo mais mal do que bem. • O paciente tira férias dos seus medicamentos, principalmente nos finais de semana. • O paciente tem uma “experiência prévia”... Que define suas escolhas! Abordagem centrada no paciente →melhor estratégia para ADESÃO!!! Concordar para aderir... Roberta, 45 anos, DM2 • Dificuldades para controlar a glicemia → sempre alta (>250 mg/dl), e quando baixa mais do que isso passa mal • Metformina 850 mg (café-almoço-jantar) • Glibenclamida 5 mg (café-almoço) → começou a tomar e passou mal, por isso parou HbA1c: 8,5% Dislipidemias Fontes 2013 O que são Dislipidemias? • As dislipidemias são distúrbios no metabolismo de lipoproteínas que resultam em uma ou mais das seguintes anormalidades: o Colesterol total (CT) elevado o Níveis séricos aumentados de lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) o Níveis reduzidos de lipoproteína de alta densidade (HDL-C) o Níveis aumentados de triglicerídeos (TG) Entendendo a condição Entendendo a condição LIPOPROTEÍNA FUNÇÃO Quilomícrons São partículas muito grandes que transportam lipídios da dieta. Eles são associados com uma variedade de apolipoproteínas, incluindo AI, A-II, A-IV, B-48, CI, C-II, C-III e E. Lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL) Produzidas no fígado, transportam triglicerídeos endógenos e em menor grau colesterol. As principais apolipoproteínas associadas ao VLDL são CI, C-II, C-III e E. Lipoproteínas de densidade intermédia (IDL) Transportam ésteres de colesterol e triglicerídeos. IDL estão associadas a apolipoproteínas B-100, C-III e E. Lipoproteínas de baixa densidade (LDL) Transporta ésteres de colesterol e estão associadas com apolipoproteínas B-100 e C-III. Lipoproteína de alta densidade (HDL) Transportam ésteres de colesterol para o fígado e estão associadas a apolipoproteínas AI, A-II, CI, C-II, C-III, D e E. Quilo- mícrons VLDL IDL LDL HDL Metabolismo lipídico Entendendo a condição Como ocorre a aterosclerose? Entendendo a condição DSLP: principal fator de risco modificável para o desenvolvimento do aterosclerose Entendendo a condição Quais as consequências da aterosclerose? Entendendo a condição Vasos afetados pela aterosclerose Com as dislipidemias são diagnosticadas? • As dislipidemias são diagnosticadas por avaliação laboratorial de alterações nos valores de lipídeos plasmáticos. • São considerados anormais: o Colesterol total > 190 mg/dl o LDL > 130 mg/dl o Triglicerídeos > 150 mg/dl o HDL < 40 mg/dl Entendendo a condição 12 horas de jejum. Evitar ingestão de álcool e atividade vigorosa em 72-24 horas antes, respectivamente Com as dislipidemias são diagnosticadas? • São considerados anormais: o Colesterol total > 190 mg/dl o LDL > 130 mg/dl o Triglicerídeos > 175 mg/dl o HDL < 40 mg/dl Entendendo a condição Sem jejum (jejum de 12h não reflete o estado metabólico normal) → consenso da European Atherosclerosis Society e da European Federation of Clinical Chemistry and Laboratory Medicine Valores de TG > 440mg/dl, o médico deve solicitar a repetição do exame com jejum de 12h Perfil lipídico: o que significa e como interpretar? Entendendo a condição • Avaliação do risco CV • Não utilizar os valores de CT isoladamenteCT • Calculado pela fórmula de Friedewald: LDL-C = CT – (HDL-C + TG/5); onde TG/5 representa o colesterol ligado à VLDL ou VLDL-C • O uso da fórmula de Friedewald não é indicado com valores de TG > 400 mg/. Nesta condição, o colesterol não-HDL pode ser determinado em substituição LDL-C Perfil lipídico: o que significa e como interpretar? Entendendo a condição • Utilizado para estimar o número total de partículas aterogênicas no plasma (VLDL + IDL + LDL) Calculado subtraindo-se o HDL-C do CT (não-HDL-C = CT - HDL-C) Colesterol não-HDL • Tem propriedades antiaterogênicas, promove efluxo do colesterol dos macrófagos, antioxidação, proteção contra a trombose, manutenção da função endotelial e manutenção de uma baixa viscosidade do sangue. • Relação inversa entre HDL-C e o risco CV HDL • Preditor de risco de doença coronariana. No entanto, ele parece ter poder preditivo relativamente pequeno. • Níveis elevados de TG se associam frequentemente a baixos níveis de HDL-C e a altos níveis de partículas de LDL pequenas e densas TG Como as dislipidemias podem ser classificadas? • As dislipidemias podem ser primárias ou secundárias • As dislipidemias primárias podem ser classificadas genotipicamente ou fenotipicamente: • Na classificação genotípica, as dislipidemias se dividem em monogênicas, e poligênicas, causadas por associações de múltiplas mutações que isoladamente não seriam de grande repercussão • A classificação fenotípica ou bioquímica considera os valores de Colesterol total (CT), colesterol LDL (LDL-C), triglicerídeos (TG) e colesterol HDL (HDL-C) Entendendo a condição Entendendo a condição Hipercolesterolemia isolada Elevação isolada do LDL-C (≥ 160 mg/dl); Hipertrigliceridemia isolada Elevação isolada dos TGs (≥ 150 mg/dl ou ≥ 175mg/dl sem jejum) que reflete o aumento do número e/ou do volume de partículas ricas em TG, como VLDL, IDL e quilomícrons. Classificação fenotípica das dislipidemias Entendendo a condição Classificação fenotípica das dislipidemias Hiperlipidemia mista Valores aumentados de LDL-C (≥ 160 mg/dl) e TG (≥ 150 mg/dl ou 175mg/dl sem jejum). Nesta situação, o colesterol não-HDL também poderá ser usado como indicador e meta terapêutica. Se TGs ≥ 400 mg/dl, o cálculo do LDL-C pela fórmula de Friedewald é inadequado, devendo-se considerar a hiperlipidemia mista quando não-HDL ≥ 190 mg/dl HDL-C baixo Redução do HDL-C (homens < 40 mg/dl e mulheres < 50 mg/dl) isolada ou em associação a aumento de LDL-C ou de TG. Entendendo a condição Dislipidemias Secundárias MEDICAMENTOS EFEITOS ADVERSOS SOBRE O PERFIL LIPÍDICOBetabloqueadores não cardiosseletivos ↑ TG ↓ HDL-C Bloqueadores seletivos Beta1 ↑ TG (nenhum efeito ou ↓ em alguns estudos) Nebivolol ↓ HDL-C (nenhum efeito em alguns estudos) Hidroclorotiazida (≥ 25 mg/dia) ↑ TG ↑ TC Clortalidona ↑ LDL-C Indapamida ↑ LDL-C (nenhum efeito em alguns estudos) Pioglitazona ↑ LDL-C Rosiglitazona ↑ LDL-C ↑ TG Orlistate ↓ HDL-C Sequestrantes de ácidos biliares (resinas) ↑ TG Fibratos ↑ LDL-C (em pacientes com hipertrigliceridemia) Ácidos Graxos Omega-3 ↑ LDL-C (em pacientes com hipertrigliceridemia grave) Antipsicóticos atípicos (clozapina, olanzapina) ↑ TG Inibidores da protease (antirretrovirais) ↑ LDL-C Estrógenos orais (contraceptivos) ↑ CT Como estimar o risco cardiovascular do paciente com dislipidemia? Entendendo a condição V Diretriz Brasileira de DSLP: - Escore de risco Global - Escore de Risco pelo Tempo de Vida ETAPA 1 - CRITÉRIOS DE IDENTIFICAÇÃO DE PACIENTES COM MUITO ALTO RISCO DE EVENTOS CORONARIANOS • Presença de doença aterosclerótica arterial coronária, cerebrovascular ou obstrutiva periférica, com ou sem manifestações clínicas • Obstrução ≥ 50% em qualquer território arterial. O paciente que se enquadrar em uma dessas categorias não requer outras etapas para estratificação de risco, sendo considerado automaticamente de MUITO ALTO RISCO (risco > 20% de apresentar novos eventos cardiovasculares em 10 anos) Como estimar o risco cardiovascular do paciente com dislipidemia? ETAPA 2 - CRITÉRIOS DE IDENTIFICAÇÃO DE PACIENTES COM ALTO RISCO DE EVENTOS CORONARIANOS • Doença aterosclerose subclínica (DASC) • Aneurisma de aorta abdominal • Doença renal crônica • LDL ≥ 190mg/dl (Hipercolesterolemia Familiar) • Diabetes mellitus tipo I ou II E com LDL entre 70 e 189mg/dL E presença de Estratificadores de Risco (ER) OU DASC • LDL-c entre 70 e 189 mg/dL, do sexo masculino com risco calculado pelo Escore de risco global (ERG) > 20% e nas mulheres > 10%. O paciente que se enquadrar em uma dessas categorias não requer outras etapas para estratificação de risco, sendo considerado automaticamente de ALTO RISCO (risco 10-20% de apresentar novos eventos cardiovasculares em 10 anos) Como estimar o risco cardiovascular do paciente com dislipidemia? Estratificadores de risco no DM • Idade ≥ 48 anos no homem e ≥ 54 anos na mulher • Tempo de diagnóstico do diabetes > 10 anos • História familiar de parente de primeiro grau com DCV prematura (< 55 anos para homem e < 65 anos para mulher) • Tabagismo • Hipertensão arterial sistêmica • Síndrome metabólica • Albuminúria > 30 mg/g de creatinina e/ou retinopatia; TFG < 60 mL/min ETAPA 3 - CRITÉRIOS DE IDENTIFICAÇÃO DE PACIENTES COM RISCO INTERMEDIÁRIO DE EVENTOS CORONARIANOS • Indivíduos com ERG entre 5 e 20% no sexo masculino e entre 5 e 10% no sexo feminino • Diabéticos sem DASC ou ER O paciente que se enquadrar em uma dessas categorias não requer outras etapas para estratificação de risco, sendo considerado de RISCO INTERMEDIÁRIO (risco 5- 10% de apresentar novos eventos cardiovasculares em 10 anos) Como estimar o risco cardiovascular do paciente com dislipidemia? ETAPA 4 - CRITÉRIOS DE IDENTIFICAÇÃO DE PACIENTES COM RISCO BAIXO DE EVENTOS CORONARIANOS • Indivíduos com ERG <5% no sexo feminino e masculina BAIXO RISCO (risco <5% de apresentar novos eventos cardiovasculares em 10 anos) Como estimar o risco cardiovascular do paciente com dislipidemia? ETAPA 2 - ATRIBUIÇÃO DE PONTOS DE ACORDO COM O RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL PARA MULHERES Pontos Idade (anos) HDL-C CT PAS (não tratada) PAS (tratada) Fumo Diabetes -3 <120 -2 60+ -1 50-59 <120 0 30-34 45-49 <160 120-129 Não Não 1 35-44 160-199 130-139 2 35-39 <35 140-149 120-139 3 200-239 130-139 Sim 4 40-44 240-279 150-159 Sim 5 45-49 280+ 160+ 140-149 6 150-159 7 50-54 160+ 8 55-59 9 60-64 10 65-69 11 70-74 12 75+ RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL EM 10 ANOS: PARA MULHERES Pontos Risco (%) Pontos Risco (%) < -1 <1 10 6,3 -1 1 11 7,3 0 1,2 12 8,6 1 1,5 13 10,0 2 1,7 14 11,7 3 2,0 15 13,7 4 2,4 16 15,9 5 2,8 17 18,5 6 3,3 18 21,6 7 3,9 19 24,8 8 4,5 20 28,5 9 5,3 21+ >30 Interpretação do Risco (%) em 10 anos (Mulheres): RISCO BAIXO: < 5% RISCO INTERMEDIÁRIO: 5 a 10% RISCO ALTO: >10 % ETAPA 2 - ATRIBUIÇÃO DE PONTOS DE ACORDO COM O RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL PARA HOMENS Pontos Idade (anos) HDL-C CT PAS (não tratada) PAS (tratada) Fumo Diabetes -2 60+ <120 -1 50-59 0 30-34 45-49 <160 120-129 <120 Não Não 1 35-44 160-199 130-139 2 35-39 <35 200-239 140-159 120-139 3 240-279 160+ 130-139 Sim 4 280+ 140-159 Sim 5 40-44 160+ 6 45-49 7 8 50-54 9 10 55-59 11 60-64 12 65-69 13 14 70-74 15+ 75+ RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL EM 10 ANOS: PARA HOMENS Pontos Risco (%) Pontos Risco (%) -3 ou menos <1 8 6,7 -2 1,1 9 7,9 -1 1,4 10 9,4 0 1,6 11 11,2 1 1,9 12 13,2 2 2,3 13 15,6 3 2,8 14 18,4 4 3,3 15 21,6 5 3,9 16 25,3 6 4,7 17 29,4 7 5,6 18+ >30 Interpretação do Risco (%) em 10 anos (Homens): RISCO BAIXO: < 5% RISCO INTERMEDIÁRIO: 5 a 20% RISCO ALTO: >20 % ETAPA 3 - FATORES AGRAVANTES DE RISCO ▪ História familiar de doença arterial coronariana prematura (parente de primeiro grau masculino <55 anos ou feminino <65 anos) ▪ Critérios positivos para síndrome metabólica ▪ Microalbuminúria (30-300 µg/min) ou macroalbuminúria (> 300 µg/min) ▪ Hipertrofia ventricular esquerda ▪ Proteína C reativa de alta sensibilidade >2 mg/l ▪ Espessura íntima-média de carótidas >1,0 ▪ Escore de cálcio coronário >100 ou >percentil 75 para idade ou sexo ▪ Índice tornozelo-braquial (ITB) <0,9 Pacientes classificadas como RISCO INTERMEDIÁRIO na etapa anterior, devem ser reclassificados para a condição de ALTO RISCO na presença de pelo menos um dos fatores agravantes CRITÉRIOS PARA SÍNDROME METABÓLICA (PRESENÇA DE 3 OU + CRITÉRIOS) Critérios Definições Obesidade abdominal Homens Brancos de origem europeia ou negros ≥ 94 cm Sul-asiáticos, ameríndios ou chineses ≥ 90 cm Japoneses ≥ 85 cm Mulheres Brancas de origem europeia, negras, sul-asiáticas, ameríndias ou chinesas ≥ 80 cm Japonesas ≥ 90 cm HDL-colesterol Homens < 40 mg/dl Mulheres < 50 mg/dl Pressão arterial Sistólica ≥130 mmHg ou tratamento para hipertensão arterial Diastólica ≥85 mmHg ou tratamento para hipertensão arterial Triglicérides ≥ 150 mg/dl Glicemia Jejum ≥ 100 mg/dl ASCVD RISK PLUS Estimator Como estimar o risco cardiovascular do paciente com dislipidemia? Quais são as metas terapêuticas – METAS ANTIGAS Entendendo a condição Nível de risco cardiovascular Meta primária: LDL-C (mg/dl) Meta secundária (mg/dl) ALTO LDL-C < 70 Colesterol não-HDL < 100 INTERMEDIÁRIO LDL-C < 100 Colesterol não-HDL< 130 BAIXO Meta individualizada Meta individualizada Não são propostas metas terapêuticas específicas para o HDL-C, embora se reconheça seu valor como fator de risco CV. Busca-se CT < 190 mg/dL, HDL-C > 40 mg/dL e TG < 150 mg/dl Quais são as metas terapêuticas – METAS NOVAS Como tratar as dislipidemias? Entendendo a condição Como tratar as dislipidemias? TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO Entendendo a condição Como tratar as dislipidemias? • Medidas não-farmacológicas • Dieta oRedução da ingestão de ácidos graxos saturados e trans o Ingestão de fitosteróis (2-3 g/dia) → soja, óleo de milho, cereais integrais Entendendo a condição • Medidas não-farmacológicas • Redução do peso oMeta: IMC entre 18,5 e 24,9 Kg/m2, e circunferência abdominal <102 cm p/ homens, e <90 cm p/ mulheres oA participação do paciente em programas específicos para perda de peso deve ser estimulada Entendendo a condição Como tratar as dislipidemias? (IB ) • Medidas não-farmacológicas • Exercício físico o Exercícios aeróbios o Para manter uma boa saúde cardiovascular e qualidade de vida, todo adulto deve realizar, pelo menos três vezes por semana, 30 min de atividade física moderada de forma contínua ou acumuladao Iniciar com atividades leves a moderadas, mantendo entre 70% e 80% da FC máxima ou de pico o FC MÁXIMA = 220 - IDADE Entendendo a condição Como tratar as dislipidemias? TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Entendendo a condição Como tratar as dislipidemias? Entendendo a condição 1 a L IN H A 2 a L IN H A Estatinas Ezetimiba Niacina Fibratos Resinas ou Sequestradores dos ácidos biliares Ácidos graxos ômega-3 TERAPIAS DA DISLIPIDEMIA Como tratar as dislipidemias? IA Rang e Dale, 7ª ed o Aumento compensatório na expressão de LDL -R nas membranas do hepatócito e estimulação do catabolismo e da captação do LDL do sangue o EFEITOS PLEIOTRÓPICOS: Estabilização da placa aterosclerótica, redução da inflamação, da disfunção endotelial e da trombogenicidade Entendendo a condição Como tratar as dislipidemias? Estatinas Entendendo a condição Como tratar as dislipidemias? • Estatinas (IA) o Primeira escolha medicamentosa para prevenção primária e secundária de eventos cardiovasculares em pacientes com dislipidemia o Qualquer paciente com doença vascular aterosclerótica deve ser tratado com estatinas, independente dos valores lipídicos basais Entendendo a condição Como tratar as dislipidemias? Entendendo a condição Como tratar as dislipidemias? INTENSIDADE DA TERAPIA COM ESTATINAS Terapia de alta intensidade Terapia de moderada intensidade Terapia de baixa intensidade Dose diária reduz o LDL em aproximadamente ≥ 50% Dose diária reduz o LDL em aproximadamente 30 a < 50% Dose diária reduz o LDL em aproximadamente < 30% Rosuvastatina 20-40 mg Atorvastatina 40-80 mg Sinvastatina 40mg + ezetimiba 20mg Atorvastatina 10 (20) mg Rosuvastatina (5) 10 mg Sinvastatina 20–40 mg Pravastatina 40 (80) mg Lovastatina 40 mg Fluvastatina XL 80 mg Fluvastatina 40 mg bid Pitavastatina 2–4 mg Sinvastatina 10 mg Pravastatina 10–20 mg Lovastatina 20 mg Fluvastatina 20–40 mg Pitavastatina 1 mg REAÇÕES ADVERSAS ÀS ESTATINAS Mialgia (dor muscular), com ou sem elevação da Creatinoquinase (CK) Cerca de 10% dos pacientes Pode surgir semanas ou anos após o início do tratamento Alterações de CK são observadas em cerca de 3% Rabdomiólise é extremamente rara A mialgia por estatinas é usualmente proximal e simétrica, podendo evoluir com prejuízo funcional ao grupamento muscular afetado, devido à dor. Câimbras, principalmente à noite, podem estar associadas. Estatinas mais lipossolúveis, como a Sinvastatina, Atorvastatina e Lovastatina são capazes de penetrar a membrana celular com mais facilidade, aumentando a miotoxicidade (Pravastatina, Fluvastatina e Rosuvastatina são mais hidrofílicas, causando menos miotoxicidade) Distúrbios gastrintestinais Podem ocorrer com todas as estatinas e incluem sintomas de má digestão, distensão abdominal, flatulência e diarreia, os quais são reduzidos com a ingestão das estatinas com alimentos (7% dos pacientes). REAÇÕES ADVERSAS ÀS ESTATINAS Hepatotoxicidade Elevação significativa das enzimas hepáticas (acima de 3 vezes o valor de referência) ocorre em cerca de 1% dos pacientes, mas é normalmente reversível, mesmo sem interrupção da terapia. Em relação à toxicidade hepática, a suspensão temporária é aconselhada com elevações superiores a três vezes o valor de referência das transaminases (AST e ALT), e a suspensão definitiva em casos com infecção hepática ativa ou disfunção hepática grave . CPK e transaminases hepáticas (em especial a alanina aminotransferase [ALT – antigamente chamada TGP) devem ser dosadas antes de se iniciar o tratamento e após 6-12 semanas. Novos monitoramentos podem ser realizados após a modificação da dose da estatina, ou após associação com outros fármacos com poder de interação Insônia Estatinas mais lipossolúveis (ex. Sinvastatina, Atorvastatina) podem penetrar mais a barreira hematoencefálica e, assim, produzir distúrbios do sono com mais frequência (<1%) E se o paciente desenvolver dores musculares durante o tratamento com estatinas? 1) Os sintomas musculares geralmente começam dentro de algumas semanas ou meses após o início das estatinas; 2) Outras causas devem ser excluídas, como dores associadas a exercícios ou a condições infecciosas (sintomas gripais); 3) Monitoramento dos valores de CK pode ser aconselhado, contudo, mialgias podem existir mesmo na ausência da alteração do parâmetro; 4) Lembre-se: se evidenciada a necessidade da terapia com estatinas, aumentos de até 5 vezes nos valores de CK podem ser tolerados; 5) Caso o paciente não tolere a dor, ou apresente valores de CK aumentados de 5-10 vezes o valor de referência, suspensão do medicamento deve ser aconselhada ao prescritor; 6) Os sintomas tendem a desaparecer após dias ou semanas da interrupção; A reintrodução do tratamento, com uma estatina de menor potência ou em menor dose pode ser aconselhada. Entendendo a condição Como tratar as dislipidemias? Orientações ao paciente – Estatinas • Para estatinas com tempo ½ vida curto (Fluvastatina, Pravastatina, Sinvastatina e Lovastatina), aconselhe que a tomada do medicamento deve ser feita à noite, para que o efeito ocorra mais pela noite, que é quando o metabolismo hepático está mais ativo. Este horário específico de tomada não é necessário para estatinas com meia- vida longa (atorvastatina, rosuvastatina); • De modo geral, as estatinas são melhor toleradas se tomadas com estômago cheio. Por isso, oriente uso do medicamento após a refeição (p.ex. após o jantar). • Aconselhe o paciente a monitorar e relatar imediatamente sinais / sintomas ligados a miopatia (dor muscular inexplicável, sensibilidade ou fraqueza, especialmente quando acompanhada de febre ou mal-estar) ou dano hepático (fadiga inexplicada, anorexia, desconforto abdominal superior direito, urina escura ou icterícia); • Orientar que o consumo excessivo de álcool pode aumentar o risco de lesão hepática e, portanto deve ser evitado. Como tratar as dislipidemias? Medicamentos de segunda linha LDL (% mudança) HDL (% mudança) TG (% mudança) Seq. Ác. biliares ↓ 15-30 0 0 Ezetimibe ↓ 17 (10-25%) ↑ 1 ↓ 7-8 Fibratos ↓ 6-20 ↑ 5-20 ↓ 15-60 Niacina ↓ 10-25 ↑ 15-35 ↓ 25-30 Ômega 3 ↑ 4-49 ↑ 5-9 ↓ 23-45 Entendendo a condição Estatinas ↓ 20-60 ↑ 5-10 ↓ 10-33 • Fibratos o Prevenção de doenças microvasculares (retinopatia e nefropatia) em DM 2 com o uso de fibratos (monoterapia ou associação à estatina): - Eventos cardiovasculares: a monoterapia tem resultados inconsistentes e a associação às estatinas não tem benefício demonstrado nas demais populações. - Nos pacientes com hipertrigliceridemia, particularmente naqueles com HDL-C baixo, é possível que haja benefício macrovascular, mas ainda requer confirmação Entendendo a condição Como tratar as dislipidemias? • Fibratos o Indicadas quando o TG está > 500 mg/d o Caso as taxas de TG estejam abaixo de 500 mg/dL, deve-se iniciar o tratamento com uma estatina. o Não se recomenda o uso de fibrato para reduzir o risco cardiovascular. o Em pacientes com TG acima de 204 mg/dL e HDL < 34 mg/dL, o uso de fibrato, isoladamente ou em associação a estatinas pode ser recomendado. Entendendo a condição Como tratar as dislipidemias? • Fibratos: - Atenção para pacientes com doença renal crônica e doença hepática → monitorar em pacientes de risco! - Contra-indicados em disfunção renal e hepática graves. - Bezafibrato: ajuste de dose ClCr<60ml/min - Ciprofibrato: Insuficiência Renal moderada → 100mg em dias alternados Como tratar as dislipidemias? Orientações ao paciente – Fibratos Aconselhar paciente a monitorar e relatar imediatamente sintomas de miopatia (3%) ou hepatite (náuseas, fraqueza, dor abdominal, urina escura ou fezes claras → 13%) A associação de fibratos e estatinas está associada a aumento no risco de miopatia, principalmente com a sinvastatina Fármacos inibidores do citocromo P450 também podem estar associadosao aumento no risco de reações adversas dose-dependentes aos fibratos, principalmente devido a maior exposição sérica ao medicamento O uso particular de genfibrozila em associação a estatinas é desaconselhado, devido ao aumento importante no risco de rabdomiólise Outros eventos adversos incluem dor abdominal (4,6-9,8%) e alterações de testes da função hepática (3,4-7,5%) RESUMO DAS RECOMENDAÇÕES FARMACOLÓGICAS Recomendação Classe Nível de evidência Estatinas como primeira opção medicamentosa nas prevenções primária e secundária I A Uso de fibratos em monoterapia ou em associação a estatina para prevenção de doenças microvasculares em diabéticos tipo 2 I A Associação de ezetimiba ou resinas às estatinas quando a meta de LDL-C não é alcançada IIa C Associação de niacina às estatinas III A Uso de ácidos graxos ômega 3 para prevenção cardiovascular III A GRAU DE RECOMENDAÇÃO: I. Existe consenso e evidência em favor da indicação. IIa. Existe divergência, mas a maioria aprova. IIb. Existe divergência e divisão de opiniões. III. Não se recomenda. NÍVEL DE EVIDÊNCIA: A. Múltiplos ensaios clínicos controlados, aleatorizados. B. Um único estudo clínico controlado e aleatorizado, estudos clínicos não aleatorizados ou estudos observacionais bem desenhados. C. Série ou relato de casos. Novos fármacos Inibidores da proteína PCKS-9 • Aumenta a densidade de receptor de LDL na superfície do hepatócito favorecendo a depuração das partículas de LDL → redução de até 60% no LDL • Alirocumabe: 75-150mg a cada 2 semanas – SC → estudo ODYSSEY • Evolocumabe: 140mg a cada 2 semanas ou 420mg 1x/mês – SC → estudo FOURIER CLASSE DOSE ADMINISTRAÇÃO Estatinas (Inibidores da HMG-CoA-redutase) Pravastatina 10-80 mg/dia Administração em qualquer horário do dia Sinvastatina 5-40 mg/dia Administração noturna (ou antes de dormir para trabalhadores noturnos) Atorvastatina 10-80 mg/dia Administração em qualquer horário do dia Rosuvastatina 5-40 mg/dia Administração em qualquer horário do dia Entendendo a condição Inibidores da absorção de colesterol Ezetimiba 10 mg/dia Administração em qualquer horário do dia Fibratos Genfibrozila 900mg 1x/d -1200 mg/dia (dividido em 2 tomadas) 30-60 min antes das refeições Fenofibrato Micronizada 160-200 mg/dia Administrada preferencialmente com as refeições. Cuidar com insuficiência renal e hepática. Bezafibrato 200mg 2 a 3x/d. Ciprofibrato 100mg/d CLASSE DOSE ADMINISTRAÇÃO Entendendo a condição Ácido nicotínico ou niacina Ácido nicotínico /Niacina /Vitamina B3 Liberação imediata 1-12 g/dia Liberação controlada 500-2000 mg/dia Administrar com as refeições. A dose deve ser titulada paulatinamente. Depois de seis semanas, recomenda-se verificação de lipídios, glicose, função hepática, e ácido úrico. Aumentar a dose conforme necessidade. Sequestrantes de ácidos biliares Colestiramina 4-24 g/dia (dividida em 2-3 tomadas diárias) Administrar 30 min antes das refeições; Entendendo a condição CLASSE DOSE ADMINISTRAÇÃO Prevenção Secundária Entendendo a condição Pacientes com doença arterial coronariana (DAC) estabelecida têm um alto risco de eventos cardiovasculares recorrentes, incluindo infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular encefálico e morte por DCV Mudanças no estilo de vida, com inicio de atividade física (após avaliação médica e com orientação adequada), modificação dietética, perda peso (em pacientes com IMC >30 Kg/m2) e cessação do tabagismo apresentam benefícios comprovados e podem melhorar os resultados, tão rapidamente quanto seis meses Prevenção Secundária Entendendo a condição Terapias medicamentosas de benefício comprovado na redução do risco CV e morbimortalidade: • Ácido acetilsalicílico, como antiagregante plaquetário; • Estatinas, mesmo que os valores de lipídeos estejam dentro da meta, o tratamento é mantido devido aos benefícios antiinflamatórios e de estabilização das placas de ateroma; • Em pacientes com IAM ou insuficiência cardíaca: betabloqueadores, inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), ou bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRA) Prevenção Secundária Entendendo a condição Terapias medicamentosas de benefício comprovado na redução do risco CV e morbimortalidade: • Ácido acetilsalicílico, como antiagregante plaquetário; • Estatinas, mesmo que os valores de lipídeos estejam dentro da meta, o tratamento é mantido devido aos benefícios antiinflamatórios e de estabilização das placas de ateroma; • Em pacientes com IAM ou insuficiência cardíaca: betabloqueadores, inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), ou bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRA) Prevenção Secundária Entendendo a condição Terapias medicamentosas 1) Dupla antiagregação plaquetária após SCA, principalmente após a colocação de stent: - Clopidogrel 75mg por um ano 2) Beta-bloqueadores: 1-3 anos após SCA. Alguns guidelines recomendam indefinidamente (AHA 2014 IAM SSST→ IIa C) - Se ICC: metoprolol, carvedilol ou bisoprolol indefinidamente. 3) iECA ou BRA: indefinidamente (IA )→* ICC, DM, HAS, DRC Caso clínico • Luiza, 67 anos, hipertensa, dislipidêmica e diabética • Relata cansaço e dores no peito quando caminha • HS: casada, aposentada, 2 filhos • HMP: IAM em outubro de 2015 • HF: Mãe teve um AVC aos 50 anos. • Hábitos de vida: • Tabagista, fuma 20 cigarros dia a 10 anos • Nega uso de bebidas alcoólicas. • Não toma café da manhã; almoça miojo; à tarde come pão com mortadela; à noite come arroz com linguiça Caso clínico PRESCRIÇÃO EXAME FÍSICO - Carvedilol 12,5mg 1-0-1 - Enalapril 20mg 1-0-1 - Sinvastatina 20mg 1-0-0 - Metformina 850mg 2x/d - Omeprazol 20mg 1-0-0 - AAS 100mg/d Medida da pressão arterial em ambulatório: 1. 165/95 mmHg FC: 69 bpm 2. 162/106 mmHg FC: 65 bpm 3. 160/93 mmHg FC: 65 bpm Peso: 75 kg Altura: 1,65m Glicemia capilar = 195mg/d (paciente havia almoçado há uma hora) EXAMES 20/03/17 CT = 200 mg/dl HDL = 45 mg/dl TG = 190 mg/dl LDL = 117 mg/dl HbA1C = 8,5% 1) Quais perguntas o farmacêutico deve realizar à paciente? Luiza, 67 anos Cuidado Farmacêutico ao paciente hipertenso Farmacoterapia Atual ENALAPRIL 20mg Posologia Prescrita: 1cp 2xdia Origem Prescrição UBS Tempo de Uso: 5 anos ROTINA DE MEDICAÇÃO CAFÉ ALMOÇO LANCHE JANTAR HD A D A D A D A D - Na última semana: Quantos dias você tomou? Quantas vezes por dia você tomou? Quantos comprimidos tomou em cada vez? Para que você usa este medicamento ? 1 1 7 Às vezes 2, às vezes 1 1 PRESSÃO CARVEDILOL 12,5mg Posologia Prescrita: 1cp 2xdia Origem Prescrição CARDIO Tempo de Uso: 5 meses ROTINA DE MEDICAÇÃO CAFÉ ALMOÇO LANCHE JANTAR HD A D A D A D A D - Na última semana: Quantos dias você tomou? Quantas vezes por dia você tomou? Quantos comprimidos tomou em cada vez? Para que você usa este medicamento ? 1 1 6 Às vezes 2, às vezes 1 1 NÃO SEI 1) Quais perguntas o farmacêutico deve realizar à paciente? Luiza, 67 anos Cuidado Farmacêutico ao paciente hipertenso Farmacoterapia Atual SINVASTATINA 20mg Posologia Prescrita: 1cp 1xdia Origem Prescrição UBS Tempo de Uso: 5 anos ROTINA DE MEDICAÇÃO CAFÉ ALMOÇO LANCHE JANTAR HD A D A D A D A D - Na última semana: Quantos dias você tomou? Quantas vezes por dia você tomou? Quantos comprimidos tomou em cada vez? Para que você usa este medicamento ? 1 7 1 1 COLESTEROL METFORMINA 850mg Posologia Prescrita: 1cp 2xdia Origem Prescrição CARDIO Tempo de Uso: 5 meses ROTINA DE MEDICAÇÃO CAFÉ ALMOÇO LANCHE JANTAR HD A D A D A D A D - Na última semana: Quantos dias você tomou? Quantas vezes por dia você tomou? Quantos comprimidos tomou em cada vez? Para que você usa este medicamento ? 1 1 6 Às vezes 2, às vezes 1 1 DIABETES AAS 100mg Posologia Prescrita: 1cp ao dia Origem Prescrição CARDIO Tempo de Uso: 4 meses CAFÉ ALMOÇOLANCHE JANTAR HD A D A D A D A D - Na última semana: Quantos dias você tomou? Quantas vezes por dia você tomou? Quantos comprimidos tomou em cada vez? Quantas vezes esqueceu de tomar? Para que você usa este medicamento? 1 4 1 1 3 AFINAR SANGUE Luiza, 67 anos OMEPRAZOL 20mg Posologia Prescrita: 1cp ao dia Origem Prescrição CARDIO Tempo de Uso: 4 meses CAFÉ ALMOÇO LANCHE JANTAR HD A D A D A D A D - Na última semana: Quantos dias você tomou? Quantas vezes por dia você tomou? Quantos comprimidos tomou em cada vez? Quantas vezes esqueceu de tomar? Para que você usa este medicamento? 1 5 1 1 2 ESTÔMAGO Distúrbios Endócrinos Profª Drª Wálleri Reis wallerictr@gmail.com @wallerireis @cuidadofarmaceuticoufpb mailto:wallerictr@gmail.com
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