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DOENÇAS PULMONARES • ATELECTASIA • LESÃO PULMONAR AGUDA • DOENÇAS PULMONARES OBSTRUTIVAS VS RESTRITIVAS O PULMÃO • Sua principal função é a de suprir oxigênio e excretar dióxido de carbono do sangue. • Esse processo de hematose pulmonar ocorre nos alvéolos pulmonares. ALVÉOLO A estrutura microscópica das paredes alveolares (ou septos alveolares) são compostas por: • Endotélio capilar e membrana basal; • Interstício pulmonar - composto por fibras elásticas delgadas, pequenos feixes de colágeno, células musculares lisas, mastócitos e raras células mononucleares; • Epitélio alveolar - camada contínua composta por dois tipos de células principais: ➢ Pneumócitos tipo I, que revestem 95% da superfície alveolar; ➢ Pneumócitos tipo II, que sintetizam surfactante pulmonar e é o principal tipo de célula envolvida no reparo do epitélio alveolar após o dano aos pneumócitos do tipo I. • Poucos macrófagos alveolares, no adulto, tais macrófagos contêm partículas de carbono fagocitadas. DOENÇAS PULMONARES PRIMÁRIAS Existem inúmeras doenças pulmonares primárias que podem ser amplamente divididas naquelas que afetam primariamente: 1. As vias aéreas 2. O interstício 3. O sistema vascular pulmonar. A divisão em compartimentos distintos é enganosa. A realidade é: a doença em um compartimento frequentemente causa alterações secundárias na morfologia e função de outras áreas. ATELECTASIA • Reabsorção • Compressão • Contração ATELECTASIA Também chamada de colapso, é a perda de volume pulmonar causada pela expansão inadequada dos espaços aéreos. Resultando em um desvio de sangue oxigenado inadequadamente das artérias pulmonares às veias, dando origem a um desequilíbrio na ventilação-perfusão e hipóxia. Com base no mecanismo subjacente ou na distribuição do colapso alveolar, a atelectasia pode ser classificada em três formas. ATELECTASIA DE REABSORÇÃO Ocorre quando uma obstrução previne a entrada de ar nas vias aéreas distais. O ar presente anteriormente sofre reabsorção gradual seguida de colapso alveolar. Dependendo do nível de obstrução das vias aéreas, pode haver envolvimento de um pulmão completo, um lobo completo ou um ou mais segmentos. ATELECTASIA DE COMPRESSÃO Às vezes é chamada de atelectasia passiva ou por relaxamento, está associada a acúmulo de fluido, sangue ou ar no interior da cavidade pleural que colapsa os pulmões. Ocorre frequentemente nos casos de efusão pleural causada comumente por: •Insuficiência cardíaca congestiva (ICC). •Pneumotórax - vazamento de ar para o interior da cavidade pleural. ATELECTASIA DE COMPRESSÃO A atelectasia basal é resultante do posicionamento elevado do diafragma ocorre comumente em: •Pacientes acamados; •Pacientes com ascite; •Durante e após procedimentos cirúrgicos. ATELECTASIA DE CONTRAÇÃO Também chamada de atelectasia de cicatrização, ocorre nos casos em que há fibrose local ou generalizada no pulmão ou pleura, a qual dificulta a expansão e aumenta o recolhimento elástico durante a expiração. ATELECTASIA A atelectasia (exceto a contração) é potencialmente reversível e deve ser tratada prontamente para prevenir hipoxemia e infecção superimposta no tecido pulmonar colapsado. LESÃO PULMONAR AGUDA • Síndrome da Angústia Respiratória Aguda SÍNDROME DA ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA AGUDA - SARA É uma síndrome clínica causada por dano capilar e epitelial alveolar difuso. A evolução usual é caracterizada por: •Início rápido de insuficiência respiratória com risco de morte; •Cianose; •Hipoxemia arterial severa refratária à oxigenioterapia e que pode progredir para falência múltipla de órgãos. As alterações histológicas da SARA nos pulmões são denominadas dano alveolar difuso (DAD). A SARA pode ocorrer em uma série de contextos clínicos e está associada à lesão direta ao pulmão ou lesão indireta em processos sistêmicos. DESORDENS CLÍNICAS ASSOCIADAS AO DESENVOLVIMENTO DE LESÃO DA ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA AGUDA/SÍNDROME DAS ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS Síndrome da angústia respiratória nos recém- nascidos é patologicamente distinta, ela é causada por deficiência primária do surfactante. Modificada de Ware LB, Matthay MA: Thje ecute respiratory distress syndrome. N EnglJ Med 342:1334, 2000. LESÃO PULMONAR AGUDA A expressão lesão pulmonar aguda engloba um espectro de danos pulmonares bilaterais (endoteliais e epiteliais) que pode ser iniciado por numerosas condições. Clinicamente, a lesão pulmonar aguda manifesta-se como: 1. Início agudo de dispneia; 2. Hipoxemia; 3. Desenvolvimento de infiltrados pulmonares bilaterais nas radiografias torácicas. Uma vez que os infiltrados pulmonares na lesão pulmonar aguda são causados usualmente por danos às membranas capilares alveolares em vez de insuficiência cardíaca esquerda tais acúmulos constituem exemplo de edema pulmonar não cardiogênico. A lesão pulmonar aguda pode progredir para a mais agressiva Síndrome da Angústia Respiratória Aguda - SARA PATOGENIA - SARA As consequências agudas do dano à membrana capilar alveolar incluem: •Aumento da permeabilidade vascular e transudação alveolar; •Perda da capacidade de difusão; •Anormalidades do surfactante Causadas por dano aos pneumócitos tipo II Trabalhos recentes sugerem que, na SARA, a lesão pulmonar é causada por um desequilíbrio dos mediadores pró e anti- inflamatórios. PATOGENIA - SARA Acredita-se que os neutrófilos apresentem um importante papel na patogenia da SARA. Após 30 minutos da lesão aguda há aumento na síntese de interleucina 8 (IL-8) pelos macrófagos pulmonares; IL-8 - é um potente agente quimiotático de neutrófilos. A liberação desses e outros mediadores similares, como a IL-1 e o fator de necrose tumoral, induz a ativação endotelial, o sequestro e a ativação de neutrófilos nos capilares pulmonares. O exame histológico dos pulmões nas fases precoces da doença demonstra aumento no número de neutrófilos no espaço vascular, interstício e alvéolos. PATOGENIA - SARA Os neutrófilos ativados liberam uma série de produtos, por exemplo, oxidantes, proteases, fator ativador de plaquetas, leucotrienos, que causam danos ao epitélio e ao endotélio alveolar. A lesão combinada ao epitélio e ao endotélio perpetua a exsudação vascular, e a perda do surfactante dificulta a expansão da unidade alveolar. A força destrutiva liberada pelos neutrófilo pode ser contrabalanceada por uma série de antiproteases endógenas, antioxidantes e citocinas anti-inflamatórias, que são estimuladas por citocinas pró-inflamatórias No final, é o balanço entre os fatores destrutivos e protetores que determina o grau de lesão tecidual e da severidade clínica da SARA. MORFOLOGIA – SARA Na fase aguda da SARA: Pulmões: vermelho-escuros, firmes, sem ar e pesados. O exame microscópico: •Congestão capilar; •Necrose das células epiteliais alveolares; •Edema e hemorragia intersticial e intra-alveolar •Acúmulo de neutrófilos nos capilares, particularmente na sepse. MORFOLOGIA – SARA O achado mais característico é a presença de membrana hialina revestindo os ductos alveolares distendidos. A membrana hialina consiste em fluido de edema rico em fibrina misturado com remanescentes de células epiteliais necróticas. No estágio de organização, ocorre vigorosa proliferação de pneumócitos do tipo II em uma tentativa de regenerar o revestimento alveolar. Mais comumente há organização dos exsudatos de fibrina com fibrose intra- alveolar. O espessamento marcado dos septos alveolares ocorre em consequência da proliferação das células intersticiais e deposição de colágeno. CLÍNICA • Aproximadamente, 85% dos pacientes desenvolvem a SARA dentro de 72 horas após a lesão inicial; • Com as melhorias na terapia de suporte, a taxa de mortalidade casos de SARA, que ocorrem anualmente, diminuiu de 60% para 40% na última década; • Os fatores preditivos de um prognóstico ruim incluem: ➢ idade avançada; ➢ bacteremia subjacente;➢ desenvolvimento de falência multissistêmica (especialmente cardíaca, renal e hepática); SARA Caso o paciente sobreviva ao estágio agudo, pode ocorrer fibrose intersticial difusa com comprometimento contínuo da função respiratória. Entretanto, na maioria dos pacientes que sobrevivem ao episódio agudo e são poupados das sequelas crônicas, a função respiratória normal retorna de 6-12 meses. A - dano alveolar difuso na lesão pulmonar aguda e síndrome da angústia pulmonar aguda. Alguns alvéolos estão colapsados; outros estão distendidos, muito estão revestidos por membranas hialinas róseas e brilhantes. B - o estágio de reparação, é marcado por reabsorção das membranas hialinas com espessamento dos septos alveolares contendo células inflamatórias, fibroblastos e colágeno, numerosos pneumócitos reativos do tipo II são observados nesse estágio. RESUMO - SARA •A SARA é uma síndrome clínica de insuficiência respiratória progressiva causada por dano alveolar difuso no contexto de sepse, trauma severo ou infecção pulmonar difusa. •Os neutrófilos e seus produtos apresentam papel central na patogenia da SARA por causar lesão epitelial e endotelial. •Os achados histológicos característicos são: ➢edema alveolar; ➢necrose epitelial; ➢acúmulo de neutrófilos; ➢presença de membrana hialina revestindo os ductos alveolares. DOENÇAS PULMONARES OBSTRUTIVAS VS RESTRITIVAS • Doenças Obstrutivas • Doenças Restritivas DOENÇAS PULMONARES OBSTRUTIVAS VS RESTRITIVAS AS DOENÇAS PULMONARES DIFUSAS PODEM SER CLASSIFICADAS EM DUAS CATEGORIAS: Doenças obstrutivas (das vias aéreas) Caracterizada pela limitação do fluxo de ar, usualmente resultado do aumento da resistência causada pela obstrução completa ou incompleta em qualquer nível. Doença restritiva Caracterizada por expansão reduzida do parênquima pulmonar acompanhada por diminuição da capacidade pulmonar total. DOENÇAS OBSTRUTIVAS As principais doenças obstrutivas difusas são o enfisema, a bronquite crônica, a bronquiectasia e a asma. Em pacientes com essas doenças, a CVF está normal ou discretamente diminuída, enquanto a VEF1 está significativamente diminuída. Portanto, a razão VEF:CVF está diminuída. A obstrução expiratória pode resultar do estreitamento anatômico das vias aéreas classicamente observada na asma; ou da perda da capacidade de recolhimento elástico, característica do enfisema. VEF - taxa de fluxo expiratório VEF1 - volume expiratório forçado em um segundo CVF – capacidade vital forçada DOENÇAS RESTRITIVAS Doenças restritivas difusas, a CVF está diminuída e a VEF está normal ou reduzida. A razão VEF:CVF está próxima do normal. O defeito restritivo ocorre em duas condições gerais: 1. Desordens da parede torácica na presença de pulmões normais, exemplo: • obesidade severa; • doenças pleurais; • desordens neuromusculares, como a síndrome de Guillain-Barré, que afetam os músculos respiratórios 2. Doenças pulmonares intersticiais agudas ou crônicas. A doença restritiva aguda clássica é a SARA. DOENÇAS RESTRITIVAS As doenças restritivas crônicas incluem: • Pneumoconiose; • Fibrose intersticial de etiologia desconhecida; •A maioria das condições infiltrativas, por exemplo, sarcoidose REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Robbins, patologia básica / Vinay Kumar... [et al] ; [tradução de Claudia Coana... et al.]. - Rio de Janeiro : Elsevier, 9ª Edição, 2013, 460-462 p. OBRIGADO! ADAUTO MENDES DA SILVA FILHO 3771 ADRIANA PATRÍCIA BASÍLIO 3730 ANA LETICIA FERNÁNDEZ GOMEZ 3807 ELIANE MORI RIBEIRO 3611 TEREZINHA CARVALHO OLIVEIRA GALHARDO 3790 VICTORIA RODRIGUES DE CARVALHO 3774 YURI JIVAGGO GONÇALVES 3651
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