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Patologia Geral - etiologia geral das lesões. pdf

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1 Patologia Geral 2018.1 Marcela Cavalcanti 
Patologia – Aula 02 
Etiologia geral das lesões 
➔ Causas das lesões e doenças 
✓ Exógenas: agentes físicos, químicos e biológicos e desvios da nutrição 
✓ Endógenas: patrimônio genético, resposta imunitária, fatores emocionais – características intrínsecas do 
individuo 
✓ Lesão criptogenética ou idiopática: doenças sem causa conhecida 
 
➔ Mecanismos dos agentes 
• Ação direta: causam diretamente uma lesão 
✓ Inibição de enzimas 
✓ Quebra de macromoléculas (carboidratos, lipídeos, ácidos nucleicos...) 
✓ Alteração da conformação espacial 
✓ Ação detergente sobre membranas 
• Ação indireta: seus produtos ou sua fisiopatologia causam lesões 
✓ Diminuição do fornecimento de oxigênio 
✓ Alteração na produção e inativação de radicais livres 
✓ Dano mitocondrial: redução de ATP, aumento de ERO (danos a lipídios) 
✓ Aumento de cálcio intracelular (armazenado no RE e na mitocôndria) 
✓ Dano à membrana plasmática e lisossômica 
✓ Proteínas mal dobradas 
➔ Principio das lesões celulares 
A resposta a estímulos nocivos depende do tipo da lesão, duração e gravidade 
As consequências da lesão celular dependem do tipo, estado e grau de adaptação da célula danificada (ex: resposta 
de neurônios – 3 min - e células miocárdicas - 30min - à privação de O2, também se aplica ao organismo em geral, 
bem nutrido e mal nutrido, por exemplo) 
A lesão celular resulta de anormalidades funcionas e bioquímicas em um ou mais componentes celulares essências 
Gráfico lesão celular reversível x irreversível 
É mostrado o efeito em função da duração da 
lesão. As lesões reversíveis são aquelas que, 
quando retirado o estimulo nocivo, a célula 
consegue voltar ao seu estado natural. Já uma 
lesão irreversível é aquela que, mesmo retirando o 
estimulo nocivo, a célula não consegue mais voltar 
ao seu estado inicial – quando a célula entra no 
processo de morte celular (necrose ou apoptose) 
Quando uma célula está em uma lesão reversível, 
quanto mais ela é exposta ao agente nocivo, mais 
sua função celular reduz até atingir o limite de sua 
faixa de normalidade. Ao ultrapassar essa faixa, 
a lesão se torna irreversível e a célula não 
conseguirá mais voltar ao seu máximo de função 
celular mesmo com a retirada do estimulo nocivo. 
Numa lesão irreversível, quanto mais a célula é 
exposta, maior o efeito lesivo. Os efeitos serão 
bioquímicos, ultraestruturais, microscópicos e macroscópicos, nessa ordem. 
 
 
2 Patologia Geral 2018.1 Marcela Cavalcanti 
➔ Principais alvos bioquímicos 
 
Hipóxia: baixa pressão de O2 
Estímulo nocivo gera: redução de ATP, dano à membrana (plasmática e lisossômica), aumento de Ca++ intracelular, 
espécies reativas de O2 
• Redução de ATP 
▪ Relacionada à lesões de hipóxia, anóxia e químicas 
▪ Respiração aeróbica envolvendo a fosforilação mitocondrial oxidativa e a produção de ATP 
▪ A diminuição de ATP está associada a lesões hipóxicas e químicas 
▪ Efeitos da redução do ATP 
✓ Diminuição da atividade da bomba de sódio da membrana plasmática dependente de energia 
✓ Aumento da glicólise e acumulo de ácido lático (abaixa pH) – sempre que diminui o ATP, o glicogênio 
começa a ser quebrado, o acido lático liberado, reduz o pH da célula gerando lesões. 
✓ Deficiência na bomba de Ca++ - o cálcio deixa de ser armazenado no interior do REL e das 
mitocôndrias, ficando livre no citoplasma – tóxico, leva a morte da célula 
✓ Redução da síntese de proteínas – aumenta glicólise, reduz pH, ribossomos se desacoplam e a fita de 
RNA desnaturam. 
Exemplo: isquemia resultante da obstrução de um vaso 
obstrução de um vaso por uma massa 
intravascular sólida – trombo – o que reduz o 
fluxo sanguíneo, reduzindo a pressão sanguínea 
(isquemia) que leva a uma hipóxia. 
A mitocôndria precisa do oxigênio para realizar 
a fosforilação oxidativa (é o aceptor final de 
elétrons), reduzindo o oxigênio, portanto, reduz 
a fosforilação oxidativa e reduz a produção de 
ATP. 
Com a redução do ATP, reduz a atuação da 
bomba de sódio na célula, a concentração de K 
começa a aumentar, aumentando as cargas 
positivas no interior da célula gerando sua 
despolarização, o que leva a expressão de 
aquaporinas. Desse modo, entra agua na célula 
gerando sua tumefação. 
A redução do ATP também gera aumento da 
glicólise anaeróbica, diminuindo o glicogênio e 
aumentando a produção de ácido lático que 
 
3 Patologia Geral 2018.1 Marcela Cavalcanti 
reduz o pH da célula. O pH reduzido gera danos principalmente às proteínas e ao material nucleico – condensação 
da cromatina (desnaturada). 
A redução do ATP leva a diminuição do pH q leva ao destacamento dos ribossomos (precisam do pH ideal) levando 
a redução da síntese proteica. 
 
O O2 em níveis normais promove a síntese expressão da prolina hidroxilase que hidroxila o HIF (fator induzido pela 
hipóxia) 
HIF: fator induzido pela hipóxia – faz com que a célula sobreviva em estado de hipóxia 
A prolina hidroxilase hidroxila o HIF-α expondo o sítio de ligação para o vHL (fator de van Hippen-lindau – marca 
para destruição), esse complexo é então destinado à destruição nos proteassomos – condição fisiológica 
Em um quadro de hipóxia, a concentração de prolina hidroxilase reduz (sua síntese necessita de O2), logo, reduz a 
hidroxilação de HIF-α que passa a sofrer ação da CBP (proteína de ligação ao CREB – proteína/gene, ou seja, 
promove a síntese proteica independente de RNA e ribossomos) induzindo a formação do HIF-β que liga-se ao HIF-α e 
o complexo formado é direcionado ao núcleo, onde induz a transcrição de genes para produção de proteínas de 
choque térmico, fatores de crescimento endoteliais vasculares, receptores para glicose, receptores para eritropoietina, 
oxido nítrico, mediadores inflamatórios. Além disso, induz a ativação da via MAPK (SAPK) (proteína cinase ativadora 
de mitose) que combate a destruição da célula na hipóxia e induz sua mitose e também ativa a transcrição dos genes 
anteriores. 
Obs: proteínas de choque térmico impedem que as proteínas desnaturem 
Ocorrendo hipóxia, reduz a quantidade de ATP o que reduz a ativação de bombas, aumentando o volume da célula, 
gera o aumento de cálcio intracelular que gera alterações no citoesqueleto, os ribossomos então, começam a se 
desacoplar, reduzindo a síntese proteica. Diminuído o ATP, aumenta a concentração de AMP, aumento a ativação de 
GLUT aumentando a captação de glicose (O AMP pode ser fosforilado, gerando AMPc que tem os mesmos efeitos). 
Ocorre também o aumento da formação de ácidos graxos e triglicerídeos (favorecido pela redução de O2) 
Com a redução do pH, degrada material genético que reduz a síntese proteica, enfraquecendo a membrana 
plasmática gerando perda de seletividade da membrana e entrada de água. Água entra na mitocôndria gerando 
sua tumefação de cristas mitocondriais que gera depósitos floculares (organelas mitocondriais) que diminuem o ATP, 
retroalimentando a via. 
 
4 Patologia Geral 2018.1 Marcela Cavalcanti 
• Estresse oxidativo 
Espécies reativos de oxigênio: formas de radicais livres geradas a partir da redução do oxigênio molecular que 
danificam os lipídios, as proteínas e os ácidos nucleicos 
▪ Geração de radicais livros 
✓ Absorção de energia radiante (luz, ultravioleta, raiox). 
A agua quando entra em contato com a radiação sofre reações formando dois ions – hidroxil e hidrogênio 
reativo –que são radicais livres 
H2O -> OH* + H* (radicais livres) 
✓ Metabolismo enzimático de substancias químicas exógenas 
CCl4 -> CCl3 + Cl* 
Obs: álcool, quando ingerido sofre reações que também formam o radical hidroxil 
 
✓ Reações de redução-oxidação que ocorrem durante os processos metabólicos normais 
Enzimas do reticulo endoplasmático, citosol, mitocôndria, peroxissomos e lisossomos (O2, H2O2), células 
endoteliais, neurônios... 
 
▪ Efeitos das espécies reativas de oxigênio 
✓ Peroxidação lipidica das membranas 
✓ Modificação oxidativa de proteínas 
✓ Lesões no DNA 
 
▪ Mecanismo de remoção dos radicais livres 
✓ Antioxidantes exógenos -> vitaminas (C, E, D, K e A) 
✓ Proteínas de armazenamento e transporte 
✓ Transferrina, ferritina, lactoferrina, ceruloplasmina 
✓ Catalase 2H2O2 -> O2 + 2H2O 
✓ Superóxido dismutase 2O2 +2H -> H2O2 +O2 
✓ Glutationa redutase 
 
• Integridade das membranas 
Também ocorre dano a membrana dos lisossomos, liberando seu conteúdo enzimático (hidrolases ácidas) 
Um dos efeitos da redução do ATP é a diminuição de fosfolipideos que não são mais formados, gerando a perda dos 
mesmos no interior da membrana. Além disso, a redução do pH devido a redução do ATP faz com que a membrana 
seja dissolvida no meio ácido gerando a liberação do cálcio que estava dentro da membrana para o citoplasma. O 
aumento citoplasmático de cálcio gera a ativação de fosfolipases gerando danos mais persistentes da membrana. O 
cálcio também ativa proteases que geram danos ao citoesqueleto gerando o desacoplamento de ribossomos e 
redução da síntese proteica. 
 
5 Patologia Geral 2018.1 Marcela Cavalcanti 
Também vai ocorrer lesão da membrana dos lisossomos que liberam seu conteúdo enzimático no citoplasma – 
degradação de RNA, proteínas, fosfato, glicosídeos... – 
hidrolases ácidas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Efeitos danosos do aumento de cálcio intracelular 
Nas mitocôndrias, o aumento de cálcio externa leva ao aumento da permeabilidade mitocondrial e a 
mitocôndria passa a liberar ainda mais cálcio. 
 
➔ Principais agentes: 
• Agentes físicos 
▪ Força mecânica 
Produz lesões únicas ou múltiplas conhecidas como lesões traumáticaa 
✓ Abrasão: lesão caracterizada pelo rompimento superficial do tecido epitelial sem comprometimento do tecido 
conjuntivo 
✓ Laceração: lesão em que há exposição tecido muscular 
✓ Incisão: corte único, profundo ou não, no qual não há, necessariamente exposição do tecido muscular 
✓ Contusão: lesão superficial na qual há deposição de fluidos no tecido conjuntivo (soro, sangue, plasma) (ex.: 
hematoma) 
✓ Perfuração: aplicação de um objeto na pele ou em epitélios 
✓ Fraturas: lesões de separação ou quebra de tecido mineralizado 
▪ Variação da pressão atmosférica: 
✓ Síndrome da descompressão 
✓ Efeito das grandes alturas 
▪ Variação de temperatura 
✓ Ação local de baixas temperaturas 
Vasocontrição. Oligoemia, hipóxia e lesões degenerativas 
Necrose de extremidades com persistência de resfriamento 
Perda do controle da motricidade 
✓ Ação sistêmica de baixas temperaturas 
Vasocontrição periférica, palidez e redução da atividade metabólica 
Morte por falência cardia-respiratoria 
Formação de cristais de água que rompem os lisossomos 
✓ Ação local de altas temperaturas 
Liberação de histamina a partir dos mastócitos, com vasodilatação e edema 
Liberação de bradicinina 
Lesão direta da parede vascular 
Ação direta sobre as células 
 
6 Patologia Geral 2018.1 Marcela Cavalcanti 
✓ Ação sistêmica de altas temperaturas 
Obs: hipertermia maligna – hereditária e farmacológica 
▪ Eletricidade 
Efeitos lesivos: disfunção elétrica dos tecidos: miocárdio, musculatra esquelética e tecido nervoso 
Radiações: emissões de energia que se propaga em ondas eletromagnéticas ou como partículas 
Radiações eletromagnéticas mais penetrantes: raios x e raios gama 
• Agentes químicos 
Poluentes do meio ambiente ou do ar, inseticidas, herbicidas, álcool, narcóticos, farmcos 
Precisam ser absorvidos pela corrente sanguínea ou linfática para ser distribuído e nos tecidos gerar algum dano 
 
 
7 Patologia Geral 2018.1 Marcela Cavalcanti 
Mecanismos pelos quais os agentes infecciosos causam lesões 
✓ Ação direta pela invasão das células 
✓ Substancias toxicas liberadas pelo agente infeccioso (ex.: LPS das gram -) 
✓ Componentes estruturais ou substancias armazenadas em seu interior que geram a ativação de sistemas 
proteolíticos nas nossas células, como o sistema complemento – gera resposta inflamatória 
Os vírus são englobados pelas células, 
acoplasm seu material genético ao nosso, 
sendo duplicado junto, duplicando também 
as proteínas virais gerando o enchimento da 
célula que eclode cheia de vírus que a partir 
dai vao parasitar outras células. Os epitopos 
das células mudam e o organismo consegue 
reconhece-las e gerar uma resposta 
imunológica. 
As bactérias possuem uma parede celular 
que pode conter LPS que é um agente pro 
inflamatório gerando inflamação aguda. A 
bactéria pode também liberar antígenos no 
organismo (pode levar à expressão de 
antígenos semelhantes aos antígenos 
próprios, levando a uma doença auto imune).

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