Buscar

Gestação fisiológica e Parto normal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Maria Lídia Nascimento de Resende 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA 
 
 
Ciclo estral das cadelas  
➔ Variação de 6 a 24 meses, sendo as fêmeas menores apresentando cio mais cedo e                             
fêmeas maiores, tendo cio mais tardio.  
➔ Normalmente os primeiros cios são irregulares ou silenciosos, sendo o macho que                       
aponta que a cadela está no cio pela tentativa de monta.  
➔ Após o segundo cio, o cio é mais regular e com mais características detectáveis. 
 
● Proestro: 3 a 17 dias; aumento de estrógeno – aumento vulvar, secreção                       
sanguinolenta, não receptiva 
● Estro:​ 3 a 21 dias; aumento de FSH e LH, ovulação e aceite de monta 
● Diestro: ​em torno de 60 dias, com aumento da progesterona 
● Anestro: ​2 a 6 meses com média de 4 meses. 
● Intervalo interestral: 4 a 12 meses. Se uma cadela tem esse intervalo de 4 meses,                            
quer dizer que ela terá 3 ciclos por ano, por exemplo. 
 
 
 
➔ Estrógeno: na fase de anestro próximo ao proestro, começa a ter uma elevação, com                           
um pico antes do proestro propriamente dito, podendo apresentar falsamente um cio.                       
Começa a cair e aumenta na fase de proestro, para quando chegar ao estro começa a                               
cair de novo. 
➔ LH: no anestro dá sinais de concentração elevadas, chega ao proestro fica baixo e se                             
eleva na transição para o estro (pico de LH e após 48h apresenta a ovulação) e                               
depois cai novamente. 
➔ FSH: nível relativamente alto na fase de anestro, cai ao chegar ao proestro e tem seu                               
pico na transição para o estro 
➔ Progesterona: na transição para o diestro, na presença dos CL, começa a aumentar e                           
vai até o final dessa fase. 
↳ ​após a ovulação, 2-5 dias depois, os ovócitos passam por uma maturação para                          
depois serem fecundados. 
 
1 
GESTAÇÃO FISIOLÓGICA 
Maria Lídia Nascimento de Resende 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA 
Ciclo estral nas gatas 
➔ São poliéstricas sazonais com influência do fotoperíodo, então elas têm ciclos                     
reprodutivos repetidos em dias longos (verão).  
➔ Quando a luminosidade é muito parecida em todas as épocas do ano, o fotoperíodo                           
não interfere no ciclo, sendo poliéstrica contínua.  
➔ Algumas raças são mais sensíveis à luminosidade e outras não. Tem puberdade                       
precoce, entrando em cio por volta dos 4 meses (raças pequenas), podendo se estender                           
até os 12 meses (raças grandes de pelo longo). Quando elas atingem 80% do seu peso                               
corporal, costumam apresentar o primeiro cio. 
➔ Proestro/estro: une as duas fases por ser muito difícil distinguir clinicamente, varia de                         
6 a 10 dias. 
➔ Intervalo interestral:​ 8 a 18 dias de inatividade. 
↳ ​1 semana com sinais de cio, 2 semanas sem sinais, 1 semana com, 2 semanas sem...                                
isso ocorre porque ela só ovula se for induzida. 
 
 
● A: ciclo estral sem cobertura 
● B: gestante – estrogênio elevado no pro/estro, houve estímulo (acasalamento) e                     
fecundação, com estrógeno baixo e progesterona (CL gestacional) alta por volta de                       
60 dias, abaixa e ocorre o parto. Após isso ocorre o chamado anestro lactacional e                             
quando a amamentação terminar, começa o ciclo novamente. 
● C: estímulo da ovulação, mas não ficou gestante – após o pro/estro, ocorre a                           
ovulação, mas sem fecundação, há o aumento de progesterona pelo CL (mas não é                           
o gestacional),apresentando sinais de pseudogestação. Após 40 dias, a                 
progesterona cai e ela volta a ciclar. 
 
2 
Maria Lídia Nascimento de Resende 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA 
Desenvolvimento embrionário 
➔ Desenvolvimento inicial: ​ por volta de 1 a 19 dias de gestação, nas cadelas 
➔ Ovulação​: ela apresenta um ovócito primário na tuba uterina, com maturação de 3                         
a 4 dias após a ovulação, se transformando em ovócito secundário. Esses ovócitos                         
estão na ampola da tuba uterina prontos para a fecundação (em torno de 5 dias após                               
a ovulação).  
➔ Divisão:​ ainda na tuba, os zigotos começam a se dividir.  
● 8-10 dias após a ovulação: chegando a mórula compacta ou blastocisto inicial,                
caminham para o útero  
● 19 dias da ovulação: forma-se o blastocisto expandido e eclosão do blastocisto com                    
formação do saco vitelínico primitivo, adesão do embrião no endométrio e nidação.  
➔ Implantação do embrião: ​ a partir do vigésimo dia, numa gestação de 60 dias 
● A implantação é igualitária entre os cornos, em torno dos 23 dias e só a partir dos                                 
25 dias de gestação que ocorre a formação da placenta.  
● Há formação de vesículas embrionárias com distensão esférica (figura abaixo) até                     
aproximadamente 35 dias.  
● Após isso, já são fetos com os cornos uterinos com distensão tubular. 
 
 
 
➔ Organogênese ​: ​após 35 dias de gestação. É nessa fase que se deve ter maior cuidado                            
com certos tipos de medicamentos.  
➔ Acredita-se que a prolactina e proteínas específicas fazem o reconhecimento materno. 
➔ A nutrição do embrião antes da implantação é feita a partir de uma secreção, que                             
chamam de “leite uterino”.  
 
 
Membranas fetais 
➔ Saco vitelínico: ​anexo transitório do período embrionário inicial​. É uma placenta                    
rudimentar coriovitelínica, servindo de reservatório de resíduos embrionários. Regride                 
após a formação da placenta corioalantoideana. 
3 
Maria Lídia Nascimento de Resende 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA 
➔ Córion: ​membrana mais externa​, com áreas específicas que invadem a membrana                     
fetal (região zonária – trofoblasto) fazendo contato entre membrana fetal e                     
endométrio. 
 
➔ Alantóide: ​membrana intermediária vascularizada​, fundido com o cório. O líquido                   
alantoideano é formado basicamente por urina fetal via úraco (uréia, glicose e                       
minerais), de cor amarelo claro, com aspecto transparente e pH 6,5 a 7,5. 
↳ o volume final de líquido pode variar de 10 a 50 ml por feto nas cadelas e nas                                     
gatas, varia de 3 a 15 ml. 
 
➔ Âmnio: ​é a ​membrana mais próxima do feto e líquido (secreção nasofaríngea,                      
saliva, descamação fetal, urina via uretra – coloração mais amarelada) em íntimo                       
contato com o feto. A bolsa amniótica envolve completamente o feto. Volume de 8 a                             
30 ml. 
 
 
 
➔ O líquido amniótico é ingerido pelo feto, de forma a manter a hidratação do feto. O                               
que rompe na hora do parto é a bolsa alantoideana e depois a bolsa amniótica que                               
tem característica de lubrificação.  
 
➔ Funções dos líquidos fetais 
● Promovem a justaposição do corioalantóide com o endométrio 
● Armazena excretas e resíduos fetais, protegem o feto de traumatismos,                   
desidratação e variação de temperatura 
● Permitem o crescimento fetal e seus movimentos 
● Auxiliam na dilatação da via fetal mole no parto 
● Lubrificam o canal do parto 
● Inibem crescimento bacteriano e aderências 
● Auxiliam o feto a adotar posição eutócica para o parto (menor importância).  
 
➔ Cordão umbilical: estrutura funicular de ligação do feto à placenta, formado pelas                      
membranas do âmnio e do alantóide.  
4 
Maria Lídia Nascimento de Resende 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA 
● Compostopelo úraco, 2 artérias (ramos das ilíacas internas) e 2 veias, que são                           
envolvidos pela geléia de Wharton.  
● A circulação é ao contrário da circulação sistêmica, sendo as veias umbilicais ricas                         
em oxigênio que vem da mãe e as artérias umbilicais ricas em CO2 e produtos do                               
metabolismo fetal.  
● É um tecido muito resistente de mais ou menos 10 cm de comprimento. 
 
 
Classificação da placenta 
➔ Quanto às condições do endométrio 
● Decídua ou placenta verdadeira: aquela em que ocorre uma dissolução prévia da                  
mucosa, onde as vilosidades do córion penetram na mucosa uterina formando uma                       
interdigitação lamelar para a troca materno fetal.  
↳ ​Os anexos tende a ser eliminados próximo ao parto e ela é eliminada                          
rapidamente. 
➔ Quanto ao aspecto anatômico 
● zonária (lamelar)​: a troca materno-fetal acontece nessa região, sendo apenas essa                    
área que tem contato com a mãe.  
↳ ​as cadelas apresentam hematomas marginais bem definidos, com a função de                      
fornecer ferro ao feto.  
↳ j​á nas gatas, esses hematomas são pequenos e difusos e o anel zonário pode ser                              
incompleto. 
➔ Quanto ao aspecto histológico 
● endoteliocorial:​ perda do epitélio e do conjuntivo materno. 
 
 
Funções da placenta  
➔ Órgão respiratório do feto: troca gasosa, transferência de O2 e CO2 e fazem os                      
exercícios respiratórios para pós-parto 
➔ Nutrição fetal: difusão de água materno-fetal, substâncias inorgânicas como Ca, P, I e                        
Fe e orgânicas como glicose, aminoácidos e ácidos graxos 
➔ Filtração: forma barreira para algumas substâncias, impermeável a algumas células                   
como leucócitos e algumas bactérias 
➔ Secreção hormonal: ajuda no processo gestacional, produzindo progestágenos              
principalmente nas gatas no final da gestação, estrógenos no final da gestação                       
também, relaxina no terço médio da gestação e prostaglandina 
➔ Imunoprotetor:​ transmissão passiva de imunoglobulinas 
 
 
 
 
5 
Maria Lídia Nascimento de Resende 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA 
Perfil hormonal 
➔ 40 dias de gestação 
● CL produz a progesterona 
● O estrógeno começa a se elevar, até o momento do parto que cai.  
● O corticóide não participa diretamente do processo gestacional, fica em níveis                     
basais e só se eleva no momento do parto. A prolactina vai se elevando até o                               
momento da produção láctea.  
● Laboratorialmente, a fêmea apresenta uma anemia relativa por causa do                   
aumento do volume plasmático e hemodiluição, hematócrito abaixo de 40% aos                     
35 dias, há leucocitose, pode ter hipercolesterolemia e hiperproteinemia.  
● Nas gatas, essas alterações laboratoriais são discretas.  
● Inversão dos níveis de progesterona e estrógeno (um alto e o outro baixo). 
 
 
 
➔ Clinicamente, a fêmea tem aumento do apetite na segunda metade da gestação, mas                         
como o estômago está comprimido pelo útero, o fornecimento deve ser em pequenas                         
porções para que ela consiga se alimentar sem apresentar vômito.  
 
➔ Final da gestação 
● Aumento de peso (25 a 55%), tanto pela quantidade maior de alimento ingerido                         
quanto pelos componentes fetais 
● Maior distensão abdominal no terço final, acompanhado de intumescimento                 
mamário (variável, podendo se apresentar apenas na última semana).  
● Após o primeiro mês de gestação, começa a aparecer um corrimento vulvar                       
mucoso límpido.  
● Hematócrito cai mais ainda (+40%) no momento do parto 
 
 
 
 
6 
Maria Lídia Nascimento de Resende 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA 
➔ Duração da gestação 
● Cadelas: varia entre 56 a 70 dias, com média de 63 dias.                       
Sabendo a data da cobertura, esse tempo pode ser jogado para                     
mais ou menos 7 dias.  
● Gatas: fica em torno dos 63 dias também, com variação de 58 a                         
70 dias.  
 
➔ Interferência na duração da gestação 
● Idade da mãe: primíparas têm gestações mais curtas e idosas têm gestação mais                      
longa 
● Tamanho dos fetos: fetos grandes tem gestação reduzida, exceto na síndrome do                    
feto único que tende a ter um prolongamento da gestação 
● Número de fetos:​ muitos fetos, em gestação menor e poucos fetos, dura mais 
 
➔ Superfecundação: pode ocorrer em fêmeas que estão na fase de ovulação e são                         
acasaladas por dois machos diferentes e ocorre a fecundação de ambos reprodutores.                       
Os fetos concebidos no mesmo período estral apresentam características diferentes,                   
como por exemplo, Labradores e SRD.  
↳ ​o que não pode ser confundido é ninhada de filhotes de pais SRD, por não                              
apresentarem características raciais definidas.  
 
➔ Superfetação: a fêmea está num processo gestacional e apresenta um cio, nisso ocorre                         
a ovulação, acontece o acasalamento e há fecundação. Nesse caso, a fêmea terá fetos                           
de diferentes idades.  
● Fetos da ​primeira gestação (G1) com 30 dias 
● Acontece a ​cópula e fecundação​ e gera fetos da segunda gestação (G2).  
● Quando os ​G1 estiverem com 60 dias, os G2 estarão com 30 dias.  
● O que pode ser feito é parir os fetos G1, manter a gestação e após 30 dias,                                 
apresentar mais um parto para expulsar os fetos G2. 
↳ ​mais difícil de acontecer e ainda questionável (apenas 10% das gatas e nas cadelas                            
menos que isso).   
↳ ​deve-se atentar à fetos mumificados e não confundir com superfetação, por ter 2                          
gerações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
Maria Lídia Nascimento de Resende 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA 
 
➔ É o conjunto de eventos fisiológicos que levam o útero a expulsar os fetos a termo e                                 
seus anexos. 
➔ O obstetra tem a função de diagnosticar se está tudo nos conformes, se há distocia e                               
assim intervir corretamente. 
➔ Condições para o parto normal: dilatação e patência da via fetal, contrações                
uterinas e abdominais e adequado posicionamento fetal. 
 
Período prodrômico 
➔ Fase que antecede o parto 
➔ Queda da temperatura corporal: variando de 1,5 a 3ºC entre 8-24h anteriores ao                    
parto.  
● Ao final da gestação, no momento do parto, há uma queda abrupta de                         
progesterona (termorregulação), que faz com que tenha uma hipotermia                 
transitória. Essa queda varia com o porte da fêmea, podendo atingir os 35ºC em                           
fêmeas pequenas e 37ºC, nas raças grandes. As gatas não apresentam queda                       
significativa de temperatura. 
↳ ​o que pode ser feito para acompanhar essa queda e consequentemente, saber a                          
hora do parto, é aferir a temperatura 2 vezes por dia (manhã e à noite). 
➔ Aumento da prolactina: levando a alterações comportamentais. A fêmea pode                
reduzir as atividades físicas, começar a construir ninhos, pode ficar inquieta, tentando                       
cavar, taquipnéia, há isolamento e entram em hiporexia (diminuição da ingestão nas                       
primeiras 24h antes do parto). 
➔ Modificações morfofuncionais ​:  
● Edema da via fetal mole coincidindo com o aumento do estrogênio 
● Hiperemia da mucosa 
● Intumescimento mamário nas 2 semanas anteriores aos parto (não é um bom fator                         
de predição do parto) 
↳ ​ficar atento a pseudociese 
● Presença de colostro/leite variando de 1 semana a 1 dia antes do partoe                           
observação de movimentação fetal na última semana 
● Relaxamento da musculatura pélvica e abdominal 
● Região de flanco destacado 
● Vulva edemaciada e corrimento vulvar mucoso claro (tampão mucoso). 
 
 
Fases do parto 
➔ Estágio 1:​ ​fase de dilatação e insinuação 
● Essa fase vai até a ruptura da bolsa corioalantoideana ou início da expulsão fetal. 
● Há dilatação cervical, com início das contrações uterinas e abdominais,                   
inquietação, desconforto abdominal (cólica), olhando para o flanco, tremores,                 
temperatura tende a voltar a normalidade, movimentação e insinuação fetal no                     
canal do parto.  
● Duração de 6 a 12h ​, podendo chegar a 36h nas primíparas. 
8 
PARTO NORMAL 
Maria Lídia Nascimento de Resende 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA 
● Diagnóstico: dilatação da via fetal por palpação 
 
 
 
➔ Estágio 2: fase de expulsão fetal 
● Contrações uterinas mais intensas e mais constantes associadas às contrações                   
abdominais vigorosas. Apresentam posição de cifose e elevação da cauda como                     
método para ampliação da abertura pélvica. A temperatura corporal tende a                     
normalizar ou aumentar discretamente.  
● Há ruptura da bolsa corioalantoideana com extravasamento de líquido.  
● É comum o feto nascer coberto por uma membrana (bolsa amniótica). A fêmea                         
tende a romper a membrana que envolve o feto e mastigar o cordão umbilical.  
● O corno mais repleto de fetos é o primeiro a iniciar a expulsão e depois alterna                               
entre os cornos. Com o passar das expulsões, as contrações reduzem.  
↳ ​60% dos filhotes apresentam-se longitudinal cranial (com a cabeça para a                      
cérvix) e o restante em caudal longitudinal (de ré). 
● A ​expulsão do primeiro feto pode durar 1-4h após o início do estágio 2 e o                               
intervalo entre cada feto pode durar de 15 min a 3h (aumentando o tempo de                             
acordo com o aumento dos fetos já expulsos). 
● Duração de 3 a 12h nas cadelas e de 2-6h nas gatas ​(preferência pelo período                             
noturno). 
 
➔ Estágio 3: fase de expulsão das placentas 
● As duas formas mais comuns de expulsão das placentas são: 
↳ ​f​eto envolvido pelas duas membranas e o conjunto da placenta (área zonária)                        
é expulso junto 
↳ ​feto envolvido pela membrana amniótica e o restante da placenta ser expulso                        
depois.  
↳ ​pode ter a expulsão do feto sem envolvimento de membranas e sem aderência                          
ao cordão umbilical. 
9 
Maria Lídia Nascimento de Resende 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA 
● Situações mais raras como expulsão de vários fetos ou de todos (mais rara) e                           
depois a placenta inteira. 
● A eliminação pode ocorrer até 15 minutos após a expulsão fetal. É pouco comum a                             
retenção de placenta, mas sempre observando a expulsão da placenta após cada                       
filhote. Deve-se evitar a placentofagia excessiva (apenas 1 ou 2 e remover o                         
restante, isso porque pode gerar distúrbios gástricos e entéricos). 
● Há possibilidade de um corrimento após a separação placentária na cadela, de                       
característica esverdeada escuro (uteroverdina). É advinda dos hematomas               
uterinos, sendo normal se preceder a primeira expulsão fetal. Se após 4h do                         
corrimento, pode ter sofrimento fetal. 
● Duração variável, podendo chegar até 2h após o último filhote. 
 
 
 
 
Mecanismo neuroendócrino 
➔ De forma geral, quem determina o momento do nascimento são os fetos. 
 
➔ FETO 
● Com a ​maturação no SNC fetal​, ele consegue perceber mudanças que são                       
estressantes para ele, sendo o ​gatilho para o parto e estão ​aptos a perceber uma                             
inabilidade placentária e manter o processo gestacional​.  
● Essa inabilidade é ​reflexo de uma hipóxia (maior quantidade de CO2),                     
acompanhada de ​hipotensão e hipoglicemia​.  
● O feto já maduro dentro do útero, capaz de responder a esses fatores estressantes,                           
tem o ​Hipotálamo estimulado  
↳ ​até a liberação de corticoide, são atuações de hormônios fetais  
● O hipotálamo é incentivado a liberar o ​hormônio liberador de corticotrofinas –                       
HLC ​, que por sua vez, vai até a hipófise dos fetos, que liberam o ​ACTH ​. Esse                               
hormônio atua nas adrenais fetais, que liberam adrenalina e incentivam a                     
produção de corticóides.  
● Tanto o aumento de corticóide e de adrenalina pela adrenal e do próprio ACTH,                           
atuam na ​maturação fetal final (tireóide, pâncreas - para produção de insulina,                       
fígado, pulmão - para ação do surfactante). 
 
➔ MÃE 
● Uma vez que foi liberado corticóide na circulação materna, há incentivo ao                       
aumento do estrogênio e diminuição da progesterona​.  
● Esse estrógeno aumentado atua no ​relaxamento da via fetal mole e ligamentos​,                       
com associação da relaxina. Em algumas espécies, há também a ação da PGE.  
● Além de atuar no relaxamento, ele incentiva a produção de prostaglandina pela                       
útero, que vai levar a ​lise do CL ​, diminuindo ainda mais a progesterona e                           
aumentando a excitabilidade do miométrio e consequentemente, na ​contração                 
10 
Maria Lídia Nascimento de Resende 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA 
miometrial ​, junto com a diminuição do limiar de ocitocina feita pela                     
prostaglandina.  
↳ ​o próprio corticóide incentiva a transformação de progesterona em estrógeno 
● O ​útero começa a ter contrações​, mas ​sem prensa abdominal​.  
● Nisso, há dois tipos de reflexo: 
↳ ​a medida que a placenta está chegando na via fetal mole, passa por receptores                            
que estão na cérvix e vagina, que por estímulo aferente, manda uma mensagem                         
para o hipotálamo e hipófise materno, para a produção de ocitocina, levando a                         
contração uterina. O ​Reflexo de Ferguson manda estímulos a partir dos receptores.                       
Esse primeiro reflexo leva ​apenas a contração de útero​.  
↳ ​o segundo reflexo é o ​Arco reflexo espinhal​, que tem função de ​contração                          
abdominal ​. Ela ocorre através de fibras sensoriais que mandam mensagem para a                       
coluna materna, mas não vão até o hipotálamo. Conjuntamente, esses dois reflexos                       
culminam em expulsão fetal.  
 
➔ A fase de ​relaxamento inicia-se na fase prodrômica e no estágio 1. A ​contração                           
miometrial​ é a fase 1 (insinuação fetal) 
➔ É uma sequência de eventos, anterior ao parto e no momento do parto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
Maria Lídia Nascimento de Resende 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA 
Perfil hormonal em cadelas  
➔ CL: produz a progesterona que fica elevada até 40 dias de gestação e depois cai no                               
terço final da gestação.  
➔ Estrógeno:​ aos 40 dias começa a se elevar, até o momento do parto.  
➔ Corticóide: não participa diretamente do processo gestacional, fica em níveis basais e                       
só se eleva no momento do parto.  
➔ Prolactina:​ vai se elevando até o momento da produção láctea.  
➔ Aos 40 dias de gestação, há uma inversão dos níveis de progesterona e estrógeno                           
(um alto e o outro baixo). 
➔ No momento do parto, há uma queda abrupta do estrógeno e da progesterona. 
 
 
 
 
Mudanças morfofisiológicas no recém nascido 
➔ A circulação do feto dentro da vida uterinaocorre através da veia umbilical com                           
sangue oxigenado.  
➔ Como o fígado ainda não tem atuação no metabolismo, uma pequena porção faz a                           
manutenção do órgão e grande parte do sangue é desviada através do ducto venoso,                           
caindo na veia cava caudal que encontra o sangue vindo da veia cava cranial e vai                               
para o AD.  
➔ No AD do feto há o forame oval, fazendo com que uma parte do sangue vá para o                                   
AE. Ao chegar ao VD, uma pequena parte vai para o pulmão para manutenção do                             
órgão e o restante vai para a aorta, através do ducto arterioso.  
➔ O sangue que atingiu o AE vai para o VE e vai para a aorta também. Ao final da                                     
aorta, têm as artérias umbilicais que levam sangue rico em CO2 e metabólitos fetais                           
para fazer a troca materno-fetal.  
➔ O úraco leva a urina que sai da bexiga fetal para a bolsa alantoideana. 
12 
Maria Lídia Nascimento de Resende 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA 
 
 
➔ Após o nascimento - nos primeiros minutos de vida: 
● O cordão umbilical é cortado e assim não há mais passagem de sangue através da                             
veia umbilical.  
● O ​ducto venoso ​ fecha e perde a função, ​virando um ligamento hepático​.  
● O sistema porta hepático começa a trabalhar.  
● No coração, a ​pressão do lado esquerdo fica maior 
↳ ​ao contrário no feto 
● Fechamento do forame oval e impedindo a passagem de sangue do AD para o                           
AE.  
● Através da artéria pulmonar, o sangue passa para o pulmão e o ​ducto arterioso se                             
fecha ​virando ligamento arterioso.  
● O úraco também se fecha.  
● As ​artérias umbilicais ​perdem a função e se transformam em l​igamento redondo                       
da bexiga ​, igualmente a ​veia umbilical,​ que vira ​ligamento redondo do fígado​. 
 
 
Sinais de maturação fetal 
➔ Os fetos devem ter mais de 58 dias de gestação (lembrar que no exame                           
ultrassonográfico, os dias variam de + 3 ou – 3) 
➔ Com 100-600g, dependendo do porte da mãe (3% do PC da mãe)  
➔ Apresentam pelagem completa, densa e curta podendo ter a região ventral mais                       
escassa, com comprimento vertebral entre 10 a 20 cm.  
➔ Só abrem os olhos por volta dos 15 dias.  
 
 
Cuidados com o neonato 
➔ Respiração 
● Remoção das membranas que envolvem o feto e os líquidos das vias respiratórias                         
altas.  
● Pode optar por sucção, elevação do posterior com movimentos sutis ou massagem                       
do tórax para remoção do líquido e estimulação da respiração.  
● Fetos com depressão respiratória, normalmente provenientes de cesariana, devem                 
ir para a oxigenioterapia. 
13 
Maria Lídia Nascimento de Resende 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA 
 
➔ Manejo do cordão umbilical 
● Evitar mastigação excessiva da mãe como forma de evitar hérnia ou lacerações.  
● Pode retirar o filhote de perto da mãe para pinçar o cordão umbilical e seccionar                             
(colocadas 2 pinças e seccionado entre elas, mantendo uma delas por uns 10 min                           
para hemostasia).  
● Quando a pinça não consegue conter a hemorragia, pode-se partir para a ligadura                         
do cordão. 
*quando ocorre essa hemorragia, normalmente é por ele ser prematuro 
 
➔ Termorregulação 
● Após nascer, a termorregulação ainda é ineficiente por 2 a 4 semanas, tomando                         
sempre o cuidado de deixar mantas e um local aquecido quando o tempo estiver                           
mais frio para evitar hipotermia.  
● Em casos de épocas mais quentes, também é necessário controlar a temperatura,                       
para evitar hipertermia.  
● Quando o filhote nasce com hipotermia (menos de 35º), deve colocá-lo em                       
incubadora. 
 
➔ Funções imunológica/amamentação 
● Ingestão de colostro até 12h de vida para que obtenham uma imunidade                       
reforçada.  
● Além de imunidade, deve ficar de olho se todos os filhotes estão tomando o leite,                             
para que mantenham a hidratação e a manutenção da glicemia.  
● Quando a fêmea não está produzindo o leite, deve-se correr para o fornecimento                         
de substituto 
 
➔ Observar se há algum neonato com algum defeito anatômico que interfira na vida 
do animal. Um desses defeitos é a fenda palatina que pode causar aspiração do leite.                            
Pode ter atresia anal, hérnias, eviscerações, desvios de membros, hidrocefalia,                   
anasarca. 
 
➔ Cuidado ao manusear o neonato, para evitar esmagamentos, luxações, amputações            
e atentar-se à lesões que podem ser feitas pela mãe. 
14

Outros materiais