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Maria Lídia Nascimento de Resende UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA Ciclo estral das cadelas ➔ Variação de 6 a 24 meses, sendo as fêmeas menores apresentando cio mais cedo e fêmeas maiores, tendo cio mais tardio. ➔ Normalmente os primeiros cios são irregulares ou silenciosos, sendo o macho que aponta que a cadela está no cio pela tentativa de monta. ➔ Após o segundo cio, o cio é mais regular e com mais características detectáveis. ● Proestro: 3 a 17 dias; aumento de estrógeno – aumento vulvar, secreção sanguinolenta, não receptiva ● Estro: 3 a 21 dias; aumento de FSH e LH, ovulação e aceite de monta ● Diestro: em torno de 60 dias, com aumento da progesterona ● Anestro: 2 a 6 meses com média de 4 meses. ● Intervalo interestral: 4 a 12 meses. Se uma cadela tem esse intervalo de 4 meses, quer dizer que ela terá 3 ciclos por ano, por exemplo. ➔ Estrógeno: na fase de anestro próximo ao proestro, começa a ter uma elevação, com um pico antes do proestro propriamente dito, podendo apresentar falsamente um cio. Começa a cair e aumenta na fase de proestro, para quando chegar ao estro começa a cair de novo. ➔ LH: no anestro dá sinais de concentração elevadas, chega ao proestro fica baixo e se eleva na transição para o estro (pico de LH e após 48h apresenta a ovulação) e depois cai novamente. ➔ FSH: nível relativamente alto na fase de anestro, cai ao chegar ao proestro e tem seu pico na transição para o estro ➔ Progesterona: na transição para o diestro, na presença dos CL, começa a aumentar e vai até o final dessa fase. ↳ após a ovulação, 2-5 dias depois, os ovócitos passam por uma maturação para depois serem fecundados. 1 GESTAÇÃO FISIOLÓGICA Maria Lídia Nascimento de Resende UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA Ciclo estral nas gatas ➔ São poliéstricas sazonais com influência do fotoperíodo, então elas têm ciclos reprodutivos repetidos em dias longos (verão). ➔ Quando a luminosidade é muito parecida em todas as épocas do ano, o fotoperíodo não interfere no ciclo, sendo poliéstrica contínua. ➔ Algumas raças são mais sensíveis à luminosidade e outras não. Tem puberdade precoce, entrando em cio por volta dos 4 meses (raças pequenas), podendo se estender até os 12 meses (raças grandes de pelo longo). Quando elas atingem 80% do seu peso corporal, costumam apresentar o primeiro cio. ➔ Proestro/estro: une as duas fases por ser muito difícil distinguir clinicamente, varia de 6 a 10 dias. ➔ Intervalo interestral: 8 a 18 dias de inatividade. ↳ 1 semana com sinais de cio, 2 semanas sem sinais, 1 semana com, 2 semanas sem... isso ocorre porque ela só ovula se for induzida. ● A: ciclo estral sem cobertura ● B: gestante – estrogênio elevado no pro/estro, houve estímulo (acasalamento) e fecundação, com estrógeno baixo e progesterona (CL gestacional) alta por volta de 60 dias, abaixa e ocorre o parto. Após isso ocorre o chamado anestro lactacional e quando a amamentação terminar, começa o ciclo novamente. ● C: estímulo da ovulação, mas não ficou gestante – após o pro/estro, ocorre a ovulação, mas sem fecundação, há o aumento de progesterona pelo CL (mas não é o gestacional),apresentando sinais de pseudogestação. Após 40 dias, a progesterona cai e ela volta a ciclar. 2 Maria Lídia Nascimento de Resende UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA Desenvolvimento embrionário ➔ Desenvolvimento inicial: por volta de 1 a 19 dias de gestação, nas cadelas ➔ Ovulação: ela apresenta um ovócito primário na tuba uterina, com maturação de 3 a 4 dias após a ovulação, se transformando em ovócito secundário. Esses ovócitos estão na ampola da tuba uterina prontos para a fecundação (em torno de 5 dias após a ovulação). ➔ Divisão: ainda na tuba, os zigotos começam a se dividir. ● 8-10 dias após a ovulação: chegando a mórula compacta ou blastocisto inicial, caminham para o útero ● 19 dias da ovulação: forma-se o blastocisto expandido e eclosão do blastocisto com formação do saco vitelínico primitivo, adesão do embrião no endométrio e nidação. ➔ Implantação do embrião: a partir do vigésimo dia, numa gestação de 60 dias ● A implantação é igualitária entre os cornos, em torno dos 23 dias e só a partir dos 25 dias de gestação que ocorre a formação da placenta. ● Há formação de vesículas embrionárias com distensão esférica (figura abaixo) até aproximadamente 35 dias. ● Após isso, já são fetos com os cornos uterinos com distensão tubular. ➔ Organogênese : após 35 dias de gestação. É nessa fase que se deve ter maior cuidado com certos tipos de medicamentos. ➔ Acredita-se que a prolactina e proteínas específicas fazem o reconhecimento materno. ➔ A nutrição do embrião antes da implantação é feita a partir de uma secreção, que chamam de “leite uterino”. Membranas fetais ➔ Saco vitelínico: anexo transitório do período embrionário inicial. É uma placenta rudimentar coriovitelínica, servindo de reservatório de resíduos embrionários. Regride após a formação da placenta corioalantoideana. 3 Maria Lídia Nascimento de Resende UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA ➔ Córion: membrana mais externa, com áreas específicas que invadem a membrana fetal (região zonária – trofoblasto) fazendo contato entre membrana fetal e endométrio. ➔ Alantóide: membrana intermediária vascularizada, fundido com o cório. O líquido alantoideano é formado basicamente por urina fetal via úraco (uréia, glicose e minerais), de cor amarelo claro, com aspecto transparente e pH 6,5 a 7,5. ↳ o volume final de líquido pode variar de 10 a 50 ml por feto nas cadelas e nas gatas, varia de 3 a 15 ml. ➔ Âmnio: é a membrana mais próxima do feto e líquido (secreção nasofaríngea, saliva, descamação fetal, urina via uretra – coloração mais amarelada) em íntimo contato com o feto. A bolsa amniótica envolve completamente o feto. Volume de 8 a 30 ml. ➔ O líquido amniótico é ingerido pelo feto, de forma a manter a hidratação do feto. O que rompe na hora do parto é a bolsa alantoideana e depois a bolsa amniótica que tem característica de lubrificação. ➔ Funções dos líquidos fetais ● Promovem a justaposição do corioalantóide com o endométrio ● Armazena excretas e resíduos fetais, protegem o feto de traumatismos, desidratação e variação de temperatura ● Permitem o crescimento fetal e seus movimentos ● Auxiliam na dilatação da via fetal mole no parto ● Lubrificam o canal do parto ● Inibem crescimento bacteriano e aderências ● Auxiliam o feto a adotar posição eutócica para o parto (menor importância). ➔ Cordão umbilical: estrutura funicular de ligação do feto à placenta, formado pelas membranas do âmnio e do alantóide. 4 Maria Lídia Nascimento de Resende UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA ● Compostopelo úraco, 2 artérias (ramos das ilíacas internas) e 2 veias, que são envolvidos pela geléia de Wharton. ● A circulação é ao contrário da circulação sistêmica, sendo as veias umbilicais ricas em oxigênio que vem da mãe e as artérias umbilicais ricas em CO2 e produtos do metabolismo fetal. ● É um tecido muito resistente de mais ou menos 10 cm de comprimento. Classificação da placenta ➔ Quanto às condições do endométrio ● Decídua ou placenta verdadeira: aquela em que ocorre uma dissolução prévia da mucosa, onde as vilosidades do córion penetram na mucosa uterina formando uma interdigitação lamelar para a troca materno fetal. ↳ Os anexos tende a ser eliminados próximo ao parto e ela é eliminada rapidamente. ➔ Quanto ao aspecto anatômico ● zonária (lamelar): a troca materno-fetal acontece nessa região, sendo apenas essa área que tem contato com a mãe. ↳ as cadelas apresentam hematomas marginais bem definidos, com a função de fornecer ferro ao feto. ↳ já nas gatas, esses hematomas são pequenos e difusos e o anel zonário pode ser incompleto. ➔ Quanto ao aspecto histológico ● endoteliocorial: perda do epitélio e do conjuntivo materno. Funções da placenta ➔ Órgão respiratório do feto: troca gasosa, transferência de O2 e CO2 e fazem os exercícios respiratórios para pós-parto ➔ Nutrição fetal: difusão de água materno-fetal, substâncias inorgânicas como Ca, P, I e Fe e orgânicas como glicose, aminoácidos e ácidos graxos ➔ Filtração: forma barreira para algumas substâncias, impermeável a algumas células como leucócitos e algumas bactérias ➔ Secreção hormonal: ajuda no processo gestacional, produzindo progestágenos principalmente nas gatas no final da gestação, estrógenos no final da gestação também, relaxina no terço médio da gestação e prostaglandina ➔ Imunoprotetor: transmissão passiva de imunoglobulinas 5 Maria Lídia Nascimento de Resende UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA Perfil hormonal ➔ 40 dias de gestação ● CL produz a progesterona ● O estrógeno começa a se elevar, até o momento do parto que cai. ● O corticóide não participa diretamente do processo gestacional, fica em níveis basais e só se eleva no momento do parto. A prolactina vai se elevando até o momento da produção láctea. ● Laboratorialmente, a fêmea apresenta uma anemia relativa por causa do aumento do volume plasmático e hemodiluição, hematócrito abaixo de 40% aos 35 dias, há leucocitose, pode ter hipercolesterolemia e hiperproteinemia. ● Nas gatas, essas alterações laboratoriais são discretas. ● Inversão dos níveis de progesterona e estrógeno (um alto e o outro baixo). ➔ Clinicamente, a fêmea tem aumento do apetite na segunda metade da gestação, mas como o estômago está comprimido pelo útero, o fornecimento deve ser em pequenas porções para que ela consiga se alimentar sem apresentar vômito. ➔ Final da gestação ● Aumento de peso (25 a 55%), tanto pela quantidade maior de alimento ingerido quanto pelos componentes fetais ● Maior distensão abdominal no terço final, acompanhado de intumescimento mamário (variável, podendo se apresentar apenas na última semana). ● Após o primeiro mês de gestação, começa a aparecer um corrimento vulvar mucoso límpido. ● Hematócrito cai mais ainda (+40%) no momento do parto 6 Maria Lídia Nascimento de Resende UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA ➔ Duração da gestação ● Cadelas: varia entre 56 a 70 dias, com média de 63 dias. Sabendo a data da cobertura, esse tempo pode ser jogado para mais ou menos 7 dias. ● Gatas: fica em torno dos 63 dias também, com variação de 58 a 70 dias. ➔ Interferência na duração da gestação ● Idade da mãe: primíparas têm gestações mais curtas e idosas têm gestação mais longa ● Tamanho dos fetos: fetos grandes tem gestação reduzida, exceto na síndrome do feto único que tende a ter um prolongamento da gestação ● Número de fetos: muitos fetos, em gestação menor e poucos fetos, dura mais ➔ Superfecundação: pode ocorrer em fêmeas que estão na fase de ovulação e são acasaladas por dois machos diferentes e ocorre a fecundação de ambos reprodutores. Os fetos concebidos no mesmo período estral apresentam características diferentes, como por exemplo, Labradores e SRD. ↳ o que não pode ser confundido é ninhada de filhotes de pais SRD, por não apresentarem características raciais definidas. ➔ Superfetação: a fêmea está num processo gestacional e apresenta um cio, nisso ocorre a ovulação, acontece o acasalamento e há fecundação. Nesse caso, a fêmea terá fetos de diferentes idades. ● Fetos da primeira gestação (G1) com 30 dias ● Acontece a cópula e fecundação e gera fetos da segunda gestação (G2). ● Quando os G1 estiverem com 60 dias, os G2 estarão com 30 dias. ● O que pode ser feito é parir os fetos G1, manter a gestação e após 30 dias, apresentar mais um parto para expulsar os fetos G2. ↳ mais difícil de acontecer e ainda questionável (apenas 10% das gatas e nas cadelas menos que isso). ↳ deve-se atentar à fetos mumificados e não confundir com superfetação, por ter 2 gerações. 7 Maria Lídia Nascimento de Resende UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA ➔ É o conjunto de eventos fisiológicos que levam o útero a expulsar os fetos a termo e seus anexos. ➔ O obstetra tem a função de diagnosticar se está tudo nos conformes, se há distocia e assim intervir corretamente. ➔ Condições para o parto normal: dilatação e patência da via fetal, contrações uterinas e abdominais e adequado posicionamento fetal. Período prodrômico ➔ Fase que antecede o parto ➔ Queda da temperatura corporal: variando de 1,5 a 3ºC entre 8-24h anteriores ao parto. ● Ao final da gestação, no momento do parto, há uma queda abrupta de progesterona (termorregulação), que faz com que tenha uma hipotermia transitória. Essa queda varia com o porte da fêmea, podendo atingir os 35ºC em fêmeas pequenas e 37ºC, nas raças grandes. As gatas não apresentam queda significativa de temperatura. ↳ o que pode ser feito para acompanhar essa queda e consequentemente, saber a hora do parto, é aferir a temperatura 2 vezes por dia (manhã e à noite). ➔ Aumento da prolactina: levando a alterações comportamentais. A fêmea pode reduzir as atividades físicas, começar a construir ninhos, pode ficar inquieta, tentando cavar, taquipnéia, há isolamento e entram em hiporexia (diminuição da ingestão nas primeiras 24h antes do parto). ➔ Modificações morfofuncionais : ● Edema da via fetal mole coincidindo com o aumento do estrogênio ● Hiperemia da mucosa ● Intumescimento mamário nas 2 semanas anteriores aos parto (não é um bom fator de predição do parto) ↳ ficar atento a pseudociese ● Presença de colostro/leite variando de 1 semana a 1 dia antes do partoe observação de movimentação fetal na última semana ● Relaxamento da musculatura pélvica e abdominal ● Região de flanco destacado ● Vulva edemaciada e corrimento vulvar mucoso claro (tampão mucoso). Fases do parto ➔ Estágio 1: fase de dilatação e insinuação ● Essa fase vai até a ruptura da bolsa corioalantoideana ou início da expulsão fetal. ● Há dilatação cervical, com início das contrações uterinas e abdominais, inquietação, desconforto abdominal (cólica), olhando para o flanco, tremores, temperatura tende a voltar a normalidade, movimentação e insinuação fetal no canal do parto. ● Duração de 6 a 12h , podendo chegar a 36h nas primíparas. 8 PARTO NORMAL Maria Lídia Nascimento de Resende UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA ● Diagnóstico: dilatação da via fetal por palpação ➔ Estágio 2: fase de expulsão fetal ● Contrações uterinas mais intensas e mais constantes associadas às contrações abdominais vigorosas. Apresentam posição de cifose e elevação da cauda como método para ampliação da abertura pélvica. A temperatura corporal tende a normalizar ou aumentar discretamente. ● Há ruptura da bolsa corioalantoideana com extravasamento de líquido. ● É comum o feto nascer coberto por uma membrana (bolsa amniótica). A fêmea tende a romper a membrana que envolve o feto e mastigar o cordão umbilical. ● O corno mais repleto de fetos é o primeiro a iniciar a expulsão e depois alterna entre os cornos. Com o passar das expulsões, as contrações reduzem. ↳ 60% dos filhotes apresentam-se longitudinal cranial (com a cabeça para a cérvix) e o restante em caudal longitudinal (de ré). ● A expulsão do primeiro feto pode durar 1-4h após o início do estágio 2 e o intervalo entre cada feto pode durar de 15 min a 3h (aumentando o tempo de acordo com o aumento dos fetos já expulsos). ● Duração de 3 a 12h nas cadelas e de 2-6h nas gatas (preferência pelo período noturno). ➔ Estágio 3: fase de expulsão das placentas ● As duas formas mais comuns de expulsão das placentas são: ↳ feto envolvido pelas duas membranas e o conjunto da placenta (área zonária) é expulso junto ↳ feto envolvido pela membrana amniótica e o restante da placenta ser expulso depois. ↳ pode ter a expulsão do feto sem envolvimento de membranas e sem aderência ao cordão umbilical. 9 Maria Lídia Nascimento de Resende UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA ● Situações mais raras como expulsão de vários fetos ou de todos (mais rara) e depois a placenta inteira. ● A eliminação pode ocorrer até 15 minutos após a expulsão fetal. É pouco comum a retenção de placenta, mas sempre observando a expulsão da placenta após cada filhote. Deve-se evitar a placentofagia excessiva (apenas 1 ou 2 e remover o restante, isso porque pode gerar distúrbios gástricos e entéricos). ● Há possibilidade de um corrimento após a separação placentária na cadela, de característica esverdeada escuro (uteroverdina). É advinda dos hematomas uterinos, sendo normal se preceder a primeira expulsão fetal. Se após 4h do corrimento, pode ter sofrimento fetal. ● Duração variável, podendo chegar até 2h após o último filhote. Mecanismo neuroendócrino ➔ De forma geral, quem determina o momento do nascimento são os fetos. ➔ FETO ● Com a maturação no SNC fetal, ele consegue perceber mudanças que são estressantes para ele, sendo o gatilho para o parto e estão aptos a perceber uma inabilidade placentária e manter o processo gestacional. ● Essa inabilidade é reflexo de uma hipóxia (maior quantidade de CO2), acompanhada de hipotensão e hipoglicemia. ● O feto já maduro dentro do útero, capaz de responder a esses fatores estressantes, tem o Hipotálamo estimulado ↳ até a liberação de corticoide, são atuações de hormônios fetais ● O hipotálamo é incentivado a liberar o hormônio liberador de corticotrofinas – HLC , que por sua vez, vai até a hipófise dos fetos, que liberam o ACTH . Esse hormônio atua nas adrenais fetais, que liberam adrenalina e incentivam a produção de corticóides. ● Tanto o aumento de corticóide e de adrenalina pela adrenal e do próprio ACTH, atuam na maturação fetal final (tireóide, pâncreas - para produção de insulina, fígado, pulmão - para ação do surfactante). ➔ MÃE ● Uma vez que foi liberado corticóide na circulação materna, há incentivo ao aumento do estrogênio e diminuição da progesterona. ● Esse estrógeno aumentado atua no relaxamento da via fetal mole e ligamentos, com associação da relaxina. Em algumas espécies, há também a ação da PGE. ● Além de atuar no relaxamento, ele incentiva a produção de prostaglandina pela útero, que vai levar a lise do CL , diminuindo ainda mais a progesterona e aumentando a excitabilidade do miométrio e consequentemente, na contração 10 Maria Lídia Nascimento de Resende UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA miometrial , junto com a diminuição do limiar de ocitocina feita pela prostaglandina. ↳ o próprio corticóide incentiva a transformação de progesterona em estrógeno ● O útero começa a ter contrações, mas sem prensa abdominal. ● Nisso, há dois tipos de reflexo: ↳ a medida que a placenta está chegando na via fetal mole, passa por receptores que estão na cérvix e vagina, que por estímulo aferente, manda uma mensagem para o hipotálamo e hipófise materno, para a produção de ocitocina, levando a contração uterina. O Reflexo de Ferguson manda estímulos a partir dos receptores. Esse primeiro reflexo leva apenas a contração de útero. ↳ o segundo reflexo é o Arco reflexo espinhal, que tem função de contração abdominal . Ela ocorre através de fibras sensoriais que mandam mensagem para a coluna materna, mas não vão até o hipotálamo. Conjuntamente, esses dois reflexos culminam em expulsão fetal. ➔ A fase de relaxamento inicia-se na fase prodrômica e no estágio 1. A contração miometrial é a fase 1 (insinuação fetal) ➔ É uma sequência de eventos, anterior ao parto e no momento do parto. 11 Maria Lídia Nascimento de Resende UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA Perfil hormonal em cadelas ➔ CL: produz a progesterona que fica elevada até 40 dias de gestação e depois cai no terço final da gestação. ➔ Estrógeno: aos 40 dias começa a se elevar, até o momento do parto. ➔ Corticóide: não participa diretamente do processo gestacional, fica em níveis basais e só se eleva no momento do parto. ➔ Prolactina: vai se elevando até o momento da produção láctea. ➔ Aos 40 dias de gestação, há uma inversão dos níveis de progesterona e estrógeno (um alto e o outro baixo). ➔ No momento do parto, há uma queda abrupta do estrógeno e da progesterona. Mudanças morfofisiológicas no recém nascido ➔ A circulação do feto dentro da vida uterinaocorre através da veia umbilical com sangue oxigenado. ➔ Como o fígado ainda não tem atuação no metabolismo, uma pequena porção faz a manutenção do órgão e grande parte do sangue é desviada através do ducto venoso, caindo na veia cava caudal que encontra o sangue vindo da veia cava cranial e vai para o AD. ➔ No AD do feto há o forame oval, fazendo com que uma parte do sangue vá para o AE. Ao chegar ao VD, uma pequena parte vai para o pulmão para manutenção do órgão e o restante vai para a aorta, através do ducto arterioso. ➔ O sangue que atingiu o AE vai para o VE e vai para a aorta também. Ao final da aorta, têm as artérias umbilicais que levam sangue rico em CO2 e metabólitos fetais para fazer a troca materno-fetal. ➔ O úraco leva a urina que sai da bexiga fetal para a bolsa alantoideana. 12 Maria Lídia Nascimento de Resende UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA ➔ Após o nascimento - nos primeiros minutos de vida: ● O cordão umbilical é cortado e assim não há mais passagem de sangue através da veia umbilical. ● O ducto venoso fecha e perde a função, virando um ligamento hepático. ● O sistema porta hepático começa a trabalhar. ● No coração, a pressão do lado esquerdo fica maior ↳ ao contrário no feto ● Fechamento do forame oval e impedindo a passagem de sangue do AD para o AE. ● Através da artéria pulmonar, o sangue passa para o pulmão e o ducto arterioso se fecha virando ligamento arterioso. ● O úraco também se fecha. ● As artérias umbilicais perdem a função e se transformam em ligamento redondo da bexiga , igualmente a veia umbilical, que vira ligamento redondo do fígado. Sinais de maturação fetal ➔ Os fetos devem ter mais de 58 dias de gestação (lembrar que no exame ultrassonográfico, os dias variam de + 3 ou – 3) ➔ Com 100-600g, dependendo do porte da mãe (3% do PC da mãe) ➔ Apresentam pelagem completa, densa e curta podendo ter a região ventral mais escassa, com comprimento vertebral entre 10 a 20 cm. ➔ Só abrem os olhos por volta dos 15 dias. Cuidados com o neonato ➔ Respiração ● Remoção das membranas que envolvem o feto e os líquidos das vias respiratórias altas. ● Pode optar por sucção, elevação do posterior com movimentos sutis ou massagem do tórax para remoção do líquido e estimulação da respiração. ● Fetos com depressão respiratória, normalmente provenientes de cesariana, devem ir para a oxigenioterapia. 13 Maria Lídia Nascimento de Resende UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - UFLA ➔ Manejo do cordão umbilical ● Evitar mastigação excessiva da mãe como forma de evitar hérnia ou lacerações. ● Pode retirar o filhote de perto da mãe para pinçar o cordão umbilical e seccionar (colocadas 2 pinças e seccionado entre elas, mantendo uma delas por uns 10 min para hemostasia). ● Quando a pinça não consegue conter a hemorragia, pode-se partir para a ligadura do cordão. *quando ocorre essa hemorragia, normalmente é por ele ser prematuro ➔ Termorregulação ● Após nascer, a termorregulação ainda é ineficiente por 2 a 4 semanas, tomando sempre o cuidado de deixar mantas e um local aquecido quando o tempo estiver mais frio para evitar hipotermia. ● Em casos de épocas mais quentes, também é necessário controlar a temperatura, para evitar hipertermia. ● Quando o filhote nasce com hipotermia (menos de 35º), deve colocá-lo em incubadora. ➔ Funções imunológica/amamentação ● Ingestão de colostro até 12h de vida para que obtenham uma imunidade reforçada. ● Além de imunidade, deve ficar de olho se todos os filhotes estão tomando o leite, para que mantenham a hidratação e a manutenção da glicemia. ● Quando a fêmea não está produzindo o leite, deve-se correr para o fornecimento de substituto ➔ Observar se há algum neonato com algum defeito anatômico que interfira na vida do animal. Um desses defeitos é a fenda palatina que pode causar aspiração do leite. Pode ter atresia anal, hérnias, eviscerações, desvios de membros, hidrocefalia, anasarca. ➔ Cuidado ao manusear o neonato, para evitar esmagamentos, luxações, amputações e atentar-se à lesões que podem ser feitas pela mãe. 14
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