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INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA Um quadro de insuficiência renal é dito agudo quando sua evolução é rápida, ao longo de horas ou dias. Na maioria das vezes, é um diagnóstico laboratorial, feito pelo reconhecimento da elevação da ureia e creatinina plasmáticas (azotemia). Definição de insuficiência renal: queda na taxa de filtração glomerular. Definição (KDIGO) ⇨ Aumento da creatinina >= 0,3mg em menos de 48h ⇨ Aumento da creatinina >= 1,5x o valor de base, dentro dos últimos 7 dias ⇨ Débito urinário <0,5ml/kg/h por mais que 6h Entretanto, a azotemia (Cr >1,5/1,3mg) costuma aparecer somente quando a TFG está pelo menos 50% abaixo do valor normal. A IRA pode ser dividida em 3 subtipos, de acordo com o débito urinário: 1. IRA oligúrica a. Débito urinário <500/400mL/24h 2. IRA não oligúrica a. >500/400 3. IRA anúrica a. <50/100mL/24h ● Mais de 50% das IRA cursa de maneira não oligúrica. Estadiamento de gravidade da IRA (KDIGO) ⇨ IRA estágio 1 o Aumento da Cr >= 0,3mg o Aumento da Cr 1,5-1,9x o Débito <0,5mL/kg/h por 6-12h ⇨ IRA estágio 2 o Aumento da Cr 2-2,9x o Débito <0,5mL/kg/h por >= 12h ⇨ IRA estágio 3 o Cr >= 4mg o Aumento da Cr 3x o Débito <0,3mL/kg/h por >= 24h o Anúria >= 12h o Início da terapia de substituição renal o Queda da TFG para <35mL/min ▪ Para pacientes <18yo AS FUNÇÕES DO RIM Das três principais, duas podem ameaçar a vida de maneira imediata se forem perdidas. ⇨ Função de filtro (função excretória) ⇨ Regulação do equilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico ⇨ Função endócrina (EPO e calcitriol) Função de filtro O rim tem a função de eliminar do organismo a maior parte das substâncias tóxicas derivadas do metabolismo. As principais toxinas, formadas diariamente, são derivadas do metabolismo proteico. Essas substâncias contêm nitrogênio em suas moléculas, pois se originam da quebra de aminoácidos, sendo chamadas de ‘’escórias nitrogenadas’’. ⇨ O aumento das escórias nitrogenadas é chamado de azotemia. Boa parte das moléculas não é conhecida, mas sabe-se que seu acúmulo em grandes quantidades tem forte participação no desenvolvimento da síndrome urêmica (uremia). ⇨ A ureia, quando em concentrações muito elevadas (>380mg/dL), também apresenta efeitos tóxicos, como anorexia, náuseas, vômitos e sangramento. A taxa de filtração é o parâmetro que quantifica a função renal. Seu valor normal depende da idade, sexo e tamanho do indivíduo, mas gira em torno de 120mL/min. ● Algumas substâncias, além de filtradas no glomérulo, ainda podem ser eliminadas na urina pelo processo de secreção tubular. Medida da função excretória renal A única maneira de se medir a função excretória renal é pela quantificação da filtração glomerular. ⇨ A sd urêmica costuma ocorrer quando a TFG está abaixo de 15-30mL/min, o que corresponde a: o Ureia >120mg/dL o Cr >4mg/dL Os principais métodos de avaliação da função renal são: 1. Ureia sérica a. É formada no fígado a partir da amônia; b. É eliminada quase que exclusivamente pelo rim c. Se elevam acima da referência em TFG <50mL/min d. Grande parte da ureia filtrada é reabsorvida; i. Condições que aumentam a reabsorção (como a hipovolemia) podem superestimar a ureia em relação à queda da TFG. e. Aumento do catabolismo proteico (ou dieta hiperproteica), como na sepse e uso de corticoide, eleva a ureia independente da função renal. f. Pode estar diminuída na insuficiência hepática e desnutrição. 2. Cr sérica a. Substância derivada da creatina produzida pelo tecido muscular; b. Ao contrário da Ur, a Cr não é reabsorvida. c. Dependem da massa muscular e ingesta de carne. d. Bem como a Ur, para que seus níveis ultrapassem a referência, é necessário uma queda de 50% da TFG. i. Os estágios iniciais da IR podem não ser detectados por esse exame. e. Algumas drogas podem aumentar a Cr sem queda na TFG 3. Clearence de creatinina a. Mensura a velocidade em que o plasma se ‘’livra’’ da creatinina; b. É uma estimativa da TFG, porém costuma superestimá-la em cerca de 10%. i. Isso ocorre pois cerca de 10% da Cr é eliminada por secreção tubular e nçao por filtração. c. O paciente deve coletar toda a urina em 24h, onde é comparado, por cálculo, o valor sérico e o valor urinário. d. É o melhor em estimar o estágio inicial da IRA. e. Pode ser cálculado pela fórmula de Cockcroft-Gault, onde a idade, peso e sexo são levados em consideração. 4. Clearence de radiotraçadores 5. Clearence de inulina ETIOPATOGENIA A injúria renal aguda pode ser causada por três mecanismos básicos: 1. Hipofluxo renal (azotemia pré-renal) – 55-60% 2. Lesão/disfunção no próprio parênquima renal (azotemia renal intrínseca) – 35-40% a. A causa mais comum é a necrose tubular aguda (NTA), com 90% dos casos intrínsecos. b. Nos doentes críticos, é 50% dos casos de todas as IRA. 3. Obstrução do sistema uroexcretor (azotemia pós-renal) – 5-10% Azotemia pré-renal É a elevação das escórias nitrogenadas causada pela redução do fluxo sanguíneo renal, caracterizada clinicamente pela reversibilidade, uma vez que restaurado o fluxo renal. As principais causas são: ⇨ Hipovolemia ⇨ Estados de choque ⇨ Insuficiência cardíaca ⇨ Cirrose hepática com ascite O que todas essas entidades têm em comum é a queda do volume circulante efetivo, ou seja, aquele que preenche o leito arterial e perfunde os órgãos. FISIOPATOLOGIA Quando a PAM cai, as arteríolas aferentes vasodilatam, reduzindo a resistência vascular do rim, de modo a evitar o hipofluxo. ⇨ Em condições normais, o fluxo é preservado até uma PAS de 80mmHg. o Caso a PAS caia abaixo desse nível, a autorregulação não será mais capaz de evitar o hipofluxo. o Neste ponto, instala-se a azotemia pré-renal. ⇨ Indivíduos com reserva funcional prejudicada podem desenvolver azotemia mesmo quando a PAS está acima de 80mmHg. o Hipertensos, idosos, diabéticos de longa data (condições que comumente lesam a arteríola aferente). O mecanismo de vasodilatação aferente depende de dois fatores: 1. Estímulo de barorreceptores 2. Liberação intrarrenal de vasodilatadores a. PGE, sistema calicreína-cinina, NO A TFG ainda pode ser regulada de maneira independente do fluxo renal, por ação da AT2, um potente vasoconstritor eferente. ⇨ Assim, aumenta a pressão de filtração glomerular, contribuindo para a manutenção da TFG. ⇨ Os AINE, IECA e BRA prejudicam a autorregulação do fluxo renal e da TFG. A redução do volume circulante efetivo é um forte estímulo para a ativação do sistema renina-at-aldosterona, do sistema adrenérgico e para a liberação de ADH. Na tentativa da conservação hidrossalina, a angiotensina 2 aumenta a reabsorção de sódio e água pelo néfron proximal, enquanto a aldosterona aumenta a reabsorção de sódio e água no néfron distal. A vasopressina aumenta a reabsorção de água livre no néfron distal. Resultado final: oligúria, urina hiperconcentrada e pobre em sódio. ETIOLOGIA ⇨ Redução do volume circulante efetivo o Causa mais comum o Hemorragia o Diarreia o Vômitos o Poliuria o Sudorese intensa o Perda para o 3º espaço ▪ Pancreatite – retroperitônio ▪ Ascite – peritônio ▪ Rabdomiólise – tecido muscular ⇨ Estados de choque o Redução generalizada do fluxo ⇨ IC descompensadao Redução do fluxo por baixo débito o Ativação do SRAA com a intenção de reter sal e água e aumentar retorno venoso; porém, nos estados mais avançados, a retenção é excessiva, sobrecarrega o ventrículo doente e causa congestão. ⇨ Cirrose hepática com ascite o Estado de hipovolemia relativa; a vasodilatação esplâncnica reduz o fluxo arterial. o A hipertensão portal, em associação à disfunção hepatocelular, prejudica a depuração de NO produzido pelo endotélio do leito mesentérico, desviando o fluxo. o Pode causar sd hepatorrenal. ⇨ Nefropatia isquêmica o Ocorre na estenose bilateral de artéria renal o O mecanismo da isquemia pode ser por trombose, hipovolemia ou uso de IECA/AINE em paciente com estenose grave. ⇨ AINE ⇨ IECA/BRA SÍNDROME HEPATORRENAL É uma forma de IRA que acomete portadores de cirrose hepática avançada. ⇨ Caracteriza-se pela ausência de alterações estruturais no parênquima renal; ⇨ O mecanismo da IRA é uma intensa vasoconstrição nas arteríolas pré-glomerulares (isquemia de córtex). Nas hepatopatias graves, há vasodilatação esplâncnica progressiva, com tendência à hipotensão. No início, o aumento do débito cardíaco consegue suprir as necessidades. Entretanto, a piora da função hepática leva a um aumento absurdo da vasodilatação esplâncnica, fazendo com que os mecanismos compensatórios não consigam mais regular a homeostase circulatória. ⇨ A hipertensão portal causa danos na mucosa, facilitando a entrada de bactéria do lúmen intestinal em linfonodos mesentéricos; lá, ocorre uma resposta inflamatória onde agentes vasoativos promovem a vasodilatação local e desvio de sangue para a circulação esplâncnica. ⇨ O excesso de AT2, além de contribuir para a vasoconstrição, induz hipersecreção de aldosterona; o Aumenta a retenção salina. ⇨ Secreção não osmótica de vasopressina é ativada em casos muito extremos, tentando reter água-sal; causa vasoconstrição. No fim, teremos uma queda da TFG por diminuição do volume circulante efetivo e vasoconstrição. Diagnóstico Tipo 1 ⇨ Cr >2,5mg/dL em menos de duas semanas ⇨ Associado a evento deflagrador (o mais comum é a peritonite bacteriana espontânea) ⇨ IRA oligúrica Tipo 2 ⇨ Cr >2,5mg/dL aumentando de maneira gradual e lenta (>2 semanas) ⇨ Geralmente, não há evento deflagrador ⇨ Ascite refratária Critérios diagnósticos (International Ascites Club) ⇨ Hepatopatia grave com hipertensão portal ⇨ Cr >1,5 ⇨ Ausência de melhora da Cr após expansão volêmica ⇨ Ausência de choque circulatório ⇨ Ausência de uso de drogas nefrotóxicas ⇨ Ausência de sinais de doença parenquimatosa renal o Ptn <500mg/dia o Hemácia <50 por campo o USG de vias urinárias e rins normal Azotemia Renal Intrínseca É a disfunção renal aguda causada por lesão no próprio parênquima renal. É responsável por 35-40% dos casos de IRA. ⇨ É uma entidade clínica comum entre pacientes críticos. Pode assumir um dos três polos: ⇨ Oligúrico o Necrose tubular aguda isquêmica o Rabdomiólise o GN o Nefropatias microvasculares ⇨ Anúrico o Necrose cortical aguda o GN ⇨ Não oligúrico/poliúrico o NTA por aminoglicosídeo Causas de IRA por lesão intrínseca ⇨ NTA o Isquêmica ▪ Choque ▪ Sepse ▪ SIRS ▪ Pós-operatório o Rabdomiólise o Hemólise intravascular o Medicamentos ▪ Aminoglicosídeos, anfotericina B, contraste iodado, ciclosporina, aciclovir, etc o Venenos ▪ Etilenoglicol, jararaca, loxsoceles (aranha marrom) o Sd da lise tumoral (ácido úrico) ⇨ Leptospirose ⇨ Nefrite intersticial aguda ‘’alérgica’’ o Penicilina, cefalosporinas, sulfas, tetraciclinas, rifampicina, etambutol, diuréticos, AINE, etc ⇨ GNDA ⇨ GNRP ⇨ Nefroesclerose hipertensiva maligna ⇨ Ateroembolismo por colesterol ⇨ SHU ⇨ Crise renal da esclerodermia ⇨ Trombose de veia renal bilateral NECROSE TUBULAR AGUDA ISQUÊMICA O sistema tubular é mais sensível à lesão isquêmica ou hipóxica do que o glomérulo, pois: 1. Tem um gasto energético maior 2. Recebe menos vascularização Para que a NTA ocorra, é necessária uma isquemia renal grave ou prolongada, mas se o paciente for nefropata ou usuário de medicamentos nefrotóxicos, a NTA pode ocorrer com graus menos severos de isquemia. ⇨ No caso da sepse, o principal mecanismo é a combinação de vasoconstrição renal e vasodilatação sistêmica; ⇨ Além disso, as endotoxinas exercem efeito tóxico direto nos túbulos renais. A NTA isquêmica também tem um forte componente pré-renal. ⇨ Feedback tubuloglomerular o A mácula densa recebe mais sódio e cloreto, o que induz vasoconstrição da arteríola aferente; ⇨ Obstrução do sistema tubular por plugs epiteliais; ⇨ Vazamento das escórias nitrogenadas pela parede tubular para o plasma. A lesão do epitélio tubular prejudica a reabsorção, levando à formação de urina rica em sódio e água. ⇨ Células epiteliais se desprendem para o lúmen, aderem-se à proteína de Tamm-Horsefall e forma cilindros epiteliais; ⇨ Ao se degenerar, essa célula acumula pigmentos, formando o cilindro marrom. RABDOMIÓLISE É uma lesão muscular extensa, liberando na circulação enzimas musculares (CPK, TGO, LDH, aldolase), eletrólitos (potássio, fosfato), ácidos (ácido lático) e pigmentos (mioglobina). A grande quantidade de mioglobina liberada é filtrada e alcança os túbulos. ⇨ Já há um componente pré-renal: há sequestro de líquido para o músculo lesado. Com o componente pré-renal associado, a mioglobina se concentra com facilidade no lúmen. ⇨ O grupamento heme é o pivô da lesão, causando estresse oxidativo; ⇨ A mioglobina também possui efeito vasoconstritor, por depletar o NO intrarrenal. Tratamento ⇨ Nas primeiras 24-48h, a diurese deve ser forçada por hidratação com solução salina isotônica. o Quando o débito chegar a 3ml/kg/h (cerca de 200ml/h) se administra manitol e bicarbonato de sódio. ▪ O manitol mantém o fluxo tubular e ‘’lava’’ a mioglobina. ▪ O bicarbonato alcaliniza a urina e reduz a toxicidade da mioglobina, impedindo a formação de cilindros. ⇨ Se a oligúria for refratária, diálise. NEFROTOXICIDADE POR AMINOGLICOSÍDEOS Algum grau de IRA ocorre em cerca de 15-30% dos usuários de aminoglicosídeos. ⇨ Hipovolemia, ICC, idade e nfropatia crÔnica são fatores de risco. O fármaco é endocitado pelas células do túbulo proximal, promovendo injúria celular direta. Como o principal defeito está na reabsorção tubular, a IRA geralmente é não oligúrica. ⇨ Hipocalemia o O potássio é perdido pela lesão tubular proximal ⇨ Hipomagnesemia o Por lesão da alça de Henle ⇨ Bioquímica urinária típica de NTA o Rica em sódio e água ⇨ Sedimentos o Pode mostrar cilindros epiteliais e granulosos Nas tubulopatias, é possível que não haja oligúria/anúria, pos há uma queda desproporcional da reabsorção tubular! NEFROTOXICIDADE POR OUTROS MEDICAMENTOS Os mecanismos de toxicidade dos medicamentos que levam à NTA são: 1. Toxicidade tubular direta 2. Vasoconstrição arteriolar 3. Obstrução tubular por depósitos/cristais ⇨ Contraste iodado: a toxicidade ocorre principalmente em nefropatas crônicas, mas vários pacientes são de alto risco, como diabéticos, ICC, etc. o Em pacientes de alto risco, é indicada a prevenção: ▪ Expansão volêmica e alcalinização urinária com: ● Solução isotônica de bicarbonato + ● N-acetilcisteínao O principal mecanismo fisiopatológico é a vasoconstrição da arteríola aferente, pela liberação de endotelina. o IRA não oligúrica ou oligúrica; o Sedimento inocente; o Bioquímica com sódio baixo e concentrado (pré-renal); ⇨ Ciclosporina: lesão tubular isquêmica por vasoconstrição da arteriolar aferente e contração do mesângio. o Bioquímica igual por contraste ⇨ Anfotericina B: por lesão tubular direta. o IRA não oligúrica o Perda de potássio e magnésio SÍNDROME DA LISE TUMORAL Resultante da terapia de tumores. A lise das células tumorais liberam ácido úrico, que será filtrado e atingirá o tubular, onde forma cristais obstrutivos que destroem o epitélio e causam NTA. ⇨ Relação urinária ácido úrico/creatinina >1.0 ⇨ Prevenção o Hidratação vigorosa com cristaloide o Alopurinol o Rasburicase (urato-oxidase recombinante) LEPTOSPIROSE É uma hipótese para todo paciente febril que desenvolva IRA com potássio sérico baixo. ⇨ Síndrome de Weil o Icterícia + hemorragia pulmonar + IRA O achado peculiar da leptospirose é: disfunção celular grave, sem necrose ou inflamação significativa. ⇨ A virulência provém da liberação de toxinas; o A mais conhecida é a glicolipoproteína (GLP), que produz capilarite, levando ao extravasamento de líquido e sangue para os tecidos. ⇨ O rim é afetado de 3 maneiras: o Capilarite o NTA o Disfunção celular tubular ⇨ A IRA da leptospirose pode ser ou não oligúrica, porém, mesmo quando é oligúrica cursa com hipocalemia. o A GLP prejudica as bombas de Na-K, prejudicando também a reabsorção tubular de sódio. o Assim, o sódio só será reabsorvido (e se) no túbulo distal, em troca de potássio a ser excretado na urina. ⇨ Colúria, BR D elevada, piúria, hematúria, cilindrúria, ptn. ⇨ A IRA da leptospirose possui forte componente pré-renal: o Episódios eméticos intensos o Diarreia o Perdas insensíveis pela febre alta o Sangramentos o Capilarite > extravasamento de sangue para 3º espaço > queda da perfusão renal ⇨ Tto o Suporte ▪ Hidratação venosa ● Falhou > diálise ▪ ATB NEFRITE INTERSTICIAL AGUDA ⇨ Causada por o Penicilinas o Cefalosporinas o Sulfas o Quinolonas o Rifampicina ⇨ Rash cutâneo eritematoso ⇨ Eosinofilia significativa ⇨ Eosinofilúria ⇨ Hematúria ⇨ Ptn ⇨ Cilindros piocitários ⇨ Oligúria o Pelo edema intersticial e compressão extrínseca dos túbulos O tratamento pode ser apenas a suspensão da droga, apesar de que os corticoides podem acelerar a recuperação nos quadros mais graves. GNDA Em geral se trata de uma reação autoimune, levando à inflamação glomerular, disfunção renal e oligúria. O diagnóstico é suspeitado pela clínica de sd nefrítica (oligúria, hipertensão, ptn e hematúria dismórfica, cilindros hemáticos e piocitários). NEFROESCLEROSE HIPERTENSIVA MALIGNA Esta síndrome é o protótipo das doenças microvasculares agudas do rim, um grupo formado por: 1. NEHM 2. Ateroembolismo por colesterol 3. SGU 4. Crise renal da esclerodermia ⇨ Induzida pelo aumento exagerado e súbito da PA, geralmente acima de 220x120mmHg. ⇨ Pacientes negros ou brancos com hipertensão secundária. ⇨ Fundoscopia com sinais de hipertensão o Hemorragias o Exsudatos o Papiledema ATEROEMBOLISMO Causa de IRA em pacientes com aterosclerose aórtica submetidos a procedimento invasivo ou vítimas de trauma torácico fechado. ⇨ Pequenos fragmentos de colesterol se desprendem e obstruem a microvasculatura renal. O quadro clínico é: ⇨ IRA oligúrica ⇨ Febre ⇨ Eosinofilia ⇨ Livedo reticular ⇨ Isquemia de dígitos (sd do dedo azul) ⇨ Mialgia intensa com aumento da CPK ⇨ Hipocomplementemia SHU Anemia hemolítica microangiopática + trombocitopenia + IRA oligúrica Há hiperatividade plaquetária, com formação de agregados plaquetários e fibrina nos capilares glomerulares. ⇨ A SHU é mais comum em crianças pequenas (1-4 anos); ⇨ Manifesta-se 7-15 dias após uma disenteria por E. coli enterohemorrágica. Conduta deve ser de suporte. CRISE RENAL DA ESCLERODERMIA ⇨ Por vasoespasmo arteriolar renal difuso ⇨ Paciente esclero ⇨ Hipertensão acelerada maligna ⇨ IRA oligúrica ⇨ Anemia hemolítica microangiopática ⇨ Plaquetopenia O tratamento é com IECA. NECROSE CORTICAL AGUDA É uma entidade relacionada à sepse grave e, principalmente, às complicações obstétricas. Sua gênese se baseia na CIVD, determinando lesão endotelial extensa dos vasos do parênquima renal. Azotemia Pós-Renal É uma disfunção renal causada por obstrução aguda do sistema uroexcretor. No subgrupo dos idosos, esta etiologia se torna muito mais prevalente devido à elevada prevalência de doença prostática! A azotemia pós-renal só irá se desenvolver nas obstruções com repercussão renal bilateral, como na: ⇨ Obstrução uretral, do colo vesical, ureteral bilateral ou ureteral em rim único. ⇨ Uma obstrução renal unilateral geralmente não causa azotemia; entretanto, se o rim contralateral não for normofuncionante e capaz de suprir a falta do outro, sim. o Nefropata crônico Causas de azotemia pós-renal ⇨ Obstrução uretral o Congênita ▪ Valva uretral posterior ▪ Estenose ▪ Fimose o Estenose iatrogênica ▪ Por catéter de Foley o Cálculo uretral ⇨ Obstrução do colo vesical e uretra prostática o HPB o CA de próstata o CA de bexiga ⇨ Obstrução dos óstios vesicais o CA de bexiga ⇨ Obstrução ureteral o Bilateral ▪ Carcinoma metastático ▪ Linfoma pélvico ▪ Fibrose retroperitoneal ⇨ Funcional o Bexiga neurogênica o Medicamentos o Mielopatia A hiperplasia prostática benigna é a causa mais comum de IRA pós-renal. ⇨ Eventualmente, a obstrução pode se agravar de maneira súbita (retenção urinária aguda) o Edema de glândula o Espasmo do colo vesical o Disfunção aguda do detrusor ⇨ Os fatores precipitantes de retenção urinária mais frequentes são: o Uso de medicamentos anticolinérgicos (disfunção do detrusor) ▪ Descongestionantes nasais o Uso de simpatomimético (espasmo do colo vesical) ▪ Antidepressivos ▪ Antiarrítmicos ▪ Antiparksonianos ▪ Antipsicóticos ▪ Antihistamínicos ▪ Antihipertensivos o Prostatite o ITU o Infarto prostático Quando suspeitar de IRA pós-renal? ⇨ Paciente idoso ⇨ História de prostatismo ⇨ Anúrico subitamente Fisiopatologia ⇨ Após uma obstrução aguda, a pressão no interior dos túbulos renais aumenta subitamente; ⇨ Havendo produção de PG, inicialmente, a TFG não diminui, pelo contrário... ⇨ Com a vasodilatação da aferente promovida pelas PG, a pressão hidrostática no tufo glomerular aumenta, induzindo à filtração. o Esta é a fase hiperêmica (12-24h) ⇨ Então há a síntese progressiva de substâncias vasoconstritoras, como a AT2 e o tromboxane A2, que irão levar à diminuição da TFG. ⇨ Se a obstrução continuar, o epitélio sob pressão iniciará uma resposta inflamatória, resultando, a longo prazo, em uma nefrite tubulointersticial crônica. Quadro clínicos das IRAs Geralmente, os sinais e sintomas são devidos à condição clínica causal, como hipovolemia, IC, sepse, sd nefrítica, não à injúria renal em si. Nas azotemias mais graves aparecem sinais e sintomas de insuficiência renal, que juntos compõem a chamada sd urêmica aguda ou uremia aguda. ⇨ Acúmulo de toxinas nitrogenadas dialisáveis ⇨ Hipervolemia ⇨ Desequilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico Principais sinais e sintomas da uremiaaguda ⇨ HAS ⇨ Edema pulmonar ⇨ Distúrbios da hemostasia o Disfunção plaquetária ⇨ Encefalopatia ⇨ Hiperreflexia, asterixis e mioclônus ⇨ Sd das pernas inquietas, neuropatia p ⇨ Disturbios EL e AB o Retenção hidrossalina o Acidose o Hiponatremia o Hipercalemia o Hipocalcemia + hiperfosfatemia ⇨ Náuseas, vômitos, diarreia ⇨ Pericardite e tamponamento o Dor torácica + atrito + alteração de ECG Diagnóstico diferencial PRÉ-RENAL ⇨ RESPONDE À HIDRATAÇÃO ⇨ Elevação de Ur e Cr diante de quadro de hipovolemia o Particularmente, relação ureia/cr >40 ⇨ Hipotensão postural, taquicardia, sd do choque ⇨ Uso de AINEs ou IECA podem piorar a lesão ou desencadear ⇨ EAS geralmente inocente ⇨ Sódio urinário baixo <20 ⇨ Osmolaridade alta >500 ⇨ Densidade urinária alta >1020 ⇨ FENa baixa <1% ⇨ FEUr baixa <35% PÓS-RENAL ⇨ NÃO RESPONDE À HIDRATAÇÃO ⇨ Paciente agudamente anúrico ou flutuação de débito (anúria x poliúria) ⇨ Bexigoma ⇨ Aumento da próstata o Passar cateter de Foley ⇨ Uso de USG de vias se dúvida o Hidronefrose (obstrução ureteral) ⇨ EAS o Hematuria o Piuria ⇨ Se tardia, pode virar NTA o FENa >1% INTRÍNSECA ⇨ Dão pistas pelo quadro clínico de base o Vasculites, colagenoses, leptospirose, ateroembolismo ⇨ Pela fundoscopia o Nefroesclerose hipertensiva maligna ⇨ Politrauma/isquemia muscular com elevação da CPK o Mioglobinuria ⇨ Uso de medicamentos nefrotóxicos o Aminoglicosideo, anfotericina, aciclovir, ciclosporina o NIA (penicilina, cefalosporina, sulfa, diurético, rifampicina). EAS ⇨ Ptn maciça, hematuria dismorfica e cilindros hematicos direciona p glomerulonefrite ⇨ Piuria, eosinofiluria e cilindros piocitarios direciona para NIA. ⇨ Cilindros marrons/granulosos pigmentares direciona para NTA Bioquímica urinária MUITO ÚTIL! ⇨ Pré renal o Rim avido por sal e água, retêm tudo o FENa <1 o FEUr <35 ▪ Não é falseada pelo uso de diuréticos ⇨ NTA o Rim com dificuldade de reabsorver, perde muito sal e água (urina diluida) o FENa >1 ▪ As NTA que aprecem pré na bioquímica: ● Rabdomiolise ● Hemoglobinuria ● Contraste ● Ciclosporina Tratamento Pré-renal ⇨ Suspender drogas nefrotoxicas/Fr ⇨ Reposição volêmica!!!! Pós-renal ⇨ Cateter de Foley se for prostático ⇨ Cistotomia se n for possivel com cateter ⇨ Obstrução ureteral: duplo J ⇨ Nefrostomia percutânea se o duplo J n der conta Intrínseca ⇨ Prevenção o Manutenção do estado euvolêmico o Ajuste da dose de drogas nefrotóxicas o Prevenção qnd contraste ▪ N-acetilcisteina e solução bicarbonada antes e depois do exame ⇨ Tto o Manutenção do estado euvolêmico ⇨ Nutrição o Suporte nutricional adequado o Ptn de alto valor biológico apenas ▪ 0,8g/kg/dia ▪ Até 1,6 se hemodiálise o Restrição de sódio, potássio e fosfato ⇨ Controle HEL e AB o Contar as perdas insensíveis no ajuste hídrico o Hipercalemia grave com ECG alterado ▪ Gluconato de cálcio + glicoinsulinoterapia Diálise na IRA ⇨ Hemodiálise intermitente o Metodo de escolha em hemodinamicamente estáveis o Hipercalemia grave o Estado hipercatabólico ⇨ Diálise peritoneal o Hemodinamicamente instáveis o Doença abdominal peritoneal TTO NA DIRETRIZ (não precisa ser específico – é o tto da AGUDA) 1. Identificar precocemente 2. Corrigir causa reversível 3. Evitar lesão adicional 4. Manter equilibrio hidroeletrolitico e volume a. Alvo de hematocrito e (?) 5. Terapia interventiva para reduzir tamnaho da lesão 6. Suspender medicação nefrotoxica 7. Evitar hiperhidratação 8. Prevenir hipercalemia 9. Observar o cálcio a. Tta sempre q grave ou sintomática, observando ECG 10. Tomar precaução contra infecções a. Pesquisar foco 11. Nutrir paciente Prevenção 12. Conhecer os maiores riscos a. Sepse b. Criticamente doente c. Pos trauma d. Queimado e. Grande ciruriga f. Contraste e envenenamento+
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