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Questões amamentação

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1) Considerando as relações entre Neonatologia e Fonoaudiologia, especialmente no que se refere à Motricidade Orofacial, cite os critérios fonoaudiológicos para iniciar intervenção no lactente de risco, explicando os motivos pelos quais tais critérios devem ser respeitados.
R – 1- Balanço calórico maior de 90 cal/kg/dia: indica, minimamente, certa maturidade gastrintestinal do lactente para que, caso a intervenção seja bem-sucedida, seja possível iniciar alimentação por via oral (VO) e o bebê tenha condições de digerir o alimento sem dificuldades. 
2- Ausência de apoio respiratório: revela maturidade pulmonar e respiratória, já que, para que a alimentação ocorra de maneira segura e eficaz, é necessário haver coordenação entre sucção, deglutição e respiração. Caso o lactente apresente dificuldades respiratórias, o risco de aspirações, engasgos, apneias, queda de saturação de oxigênio, entre outras intercorrências que podem piorar o quadro clínico, pode acontecer. 
3- Prontidão para mamar: que se caracteriza por manter-se em alerta no horário da alimentação, chorar, mostrar sinais de fome, sugar a sonda, a própria mão, a língua, apresentar reflexo de procura completo, entre outros, revela a maturidade neurológica para a alimentação. Bebês sonolentos, letárgicos, com reflexos orais ausentes ou reduzidos mostram que não estão em condições de sugar.
2) Explique qual deve ser a intervenção do Fonoaudiólogo nas seguintes situações de neonatologia:
a) Recém-nascido com hipertonia de ponta de língua. A mãe está tentando amamentar, porém refere que não sente o lactente sugar, ainda que sua boca esteja bem aberta, abocanhando boa parte da aréola, pois a língua fica na papila no momento da mamada e não em postura inferior, para sugar.
R – Delicadamente, introduzir o dedo mínimo enluvado na boca do bebê e abaixar a língua algumas vezes. Em seguida, utilizar a técnica do treino de sucção. Após a intervenção colocar a criança na mama para ver se a postura é mantida ou se será necessárias novas intervenções.
b) Bebê com reflexo de procura incompleto, que abocanha a mama materna, porém permanece com a língua posteriorizada e a mãe refere dor ao amamentar.
R – Inicialmente, estimular suavemente o reflexo de procura, tocando os pontos cardeais. Realizar treino de sucção com anteriorização de língua, até que esta apareça à frente da gengiva, no lábio inferior. Corrigindo a pega para evitar traumas e dores na mama. Após estimulação colocar o bebê em aleitamento materno e verificar se o padrão é mantido ou se será necessário novo exercício. 
c) Bebê com incoordenação entre sucção, deglutição e respiração que inicia aleitamento materno, porém apresenta cianose e taquipneia durante a mamada por não respirar e não apresentar pausas para descansar.
R – Estimular sucção com o dedo e sabor, fazendo pausas rítmicas, utilizar a técnica de finger feeding. 
3) Analise o papel da sucção para o lactente e explique:
a) Os tipos de sucção que o lactente realiza para saciar necessidade fisiológica e neural, destacando suas implicações no crescimento das estruturas e desenvolvimento das funções do Sistema Estomatognático (SE).
R – A sucção não nutritiva e sucção nutritiva.
A sucção garante a sobrevivência do recém-nascido e tem um papel decisivo no crescimento das estruturas e desenvolvimento das funções estomatognáticas. Mobiliza e prepara a musculatura para a futura função mastigatória, promover o crescimento ósseo e craniofacial, permitir as corretas posturas orais e musculares (língua, lábios e mandíbula) e preparar para as demais funções de mastigação, deglutição, respiração e fala.
b) As modificações que devem ocorrer na anatomia facial do recém-nascido, caso ele receba aleitamento materno exclusivo por 6 meses e aleitamento materno com alimentação complementar até dois anos ou mais. 
R – A amamentação melhora o desenvolvimento mandibular, fortalece a musculatura do queixo, amolda o palato duro (em forma de U, pela flexibilidade do tecido mamário humano), alinha os dentes corretamente e reduz a incidência de má-oclusão, além de prevenir a ocorrência de alterações na deglutição, já que a ação da língua no aleitamento materno é caracterizada por movimentos peristálticos. O adequado crescimento das estruturas e desenvolvimento das funções do SE contribuem para a fala da criança, uma vez que a boca é o principal órgão articulador. Alguns aspectos para a ocorrência da fala adequada poderão depender da posição e mobilidade da língua, presença e posição dos dentes, mobilidade de lábios e bochechas e posição mandibular, na promoção de um espaço intraoral adequado para articulação e ressonância. Além disso, no aleitamento materno, ao contrário da alimentação artificial, o bebê apresenta respiração nasal, sendo que esta é vital, tendo como finalidade o fornecimento de oxigênio às células e a retirada de dióxido de carbono do sangue. Além disso, o nariz possui as funções de filtrar partículas, transportar o ar através de mucocílios, umidificar o ar, promover o olfato, proteger as vias aéreas, favorecer a proteção imunológica, e, mais, possui papel importante na ressonância da voz.
4) Explique a anatomia e a fisiologia da lactação, sintetizando as possíveis interferências na produção e liberação do leite.
R – As mamas são estruturas anexas à pele especializadas na produção de leite. Existem em ambos os sexos mas são rudimentares nos homens. Nas mulheres desenvolvem-se e diferenciam-se na puberdade, atingindo o seu maior desenvolvimento na gravidez e na lactação. Composto pelas células produtoras de leite, 63% do total, o tecido glandular está na sua maioria localizado a cerca de 3 cm da base do mamilo. O tecido adiposo distribui-se imediatamente abaixo da pele (tecido adiposo subcutâneo), no interior da glândula mamária (intra-glandular) e atrás do tecido glandular (retro-mamário) à frente do músculo peitoral. O tecido subcutâneo na base do mamilo é mínimo. Quanto à sua forma podem ser hemisféricas, cónicas, piriformes, cilíndricas ou discóides. Os ácinos ou alvéolos mamários, unidades ultraestruturais da glândula mamária, são constituídos por células secretoras rodeadas por tecido mioepitelial. Estão organizados em 7 a 10 lobos que se dividem em lóbulos e estão separados por septos fibrosos (ligamentos de Cooper) que se estendem da faixa profunda à pele. O tecido conjuntivo interlobular contém depósitos de adipócitos. Cada um dos seus ductos excretores termina de forma independente no mamilo. Por serem revestidos por uma camada de células mioepiteliais, os ductos são igualmente sensíveis à ação da oxitocina, reagindo com «movimentos peristálticos» que contribuem na ejecção do leite. 
Durante a gravidez ocorre uma significativa neoformação de ácinos, responsável pelo aumento de volume da glândula mamária. O tecido conjuntivo em redor das unidades secretoras é invadido por plasmócitos, linfócitos e eosinófilos. No estádio final da gestação, o desenvolvimento da mama é evidente e a secreção do colostro identificada pela maioria das grávidas (lactogénese I). Após o parto e a dequitadura, o declínio rápido dos estrogénios (responsáveis pelo desenvolvimento dos ductos e deposição de gordura), seguido da diminuição gradual dos progestagéneos (responsáveis pelo desenvolvimento dos alvéolos e diferenciação das células secretoras), suspende o efeito inibidor da lactação, promovido pela placenta durante a gravidez. Cerca de 30 a 40 horas após o parto tem então início a secreção de leite (lactogénese II) com um pico, «subida de leite», por volta das 70 horas. Esta função endócrina é diretamente dependente da interação hormonal e independente da estimulação da mama. A prolactina produzida pela adenohipófise e presente em níveis elevados pode então atuar junto dos receptores mamários e desencadear a produção. A oxitocina produzida pela neurohipófise é a responsável pela ejecção ou «descida do leite». A estimulação pelo bebé das múltiplas terminações nervosas presentes no mamilo produz impulsos sensitivos somáticos que são conduzidos aohipotálamo e induz a rápida produção de oxitocina. Por sua vez, o esvaziamento e a consequente diminuição da pressão intra-alveolar contribuem para que o reflexo neuro-endócrino desencadeie nova atividade secretora. A lactogénese III corresponderá depois à manutenção da secreção láctea e é já uma função autócrina, dependente da frequência e eficácia com que for removido o leite.
https://rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/download/10631/10367 - Apontamentos de anatomia e fisiologia da lactação. Adelaide Órfão,* Cristina Gouveia**
As possíveis interferências na produção e liberação do leite podem ser desde fatores emocionais e ambientais, como fatores físicos, dentre eles ingurgitamento mamário, fissura mamilar, mastite, abscesso, mamilo plano ou invertido. Todos estes fatores podem ser prevenidos com orientações e condutas corretas na amamentação.
5) Desenvolva um plano de intervenção fonoaudiólogica no caso de uma mãe com fissura mamilar bilateral que iniciou alimentação artificial com uso de mamadeira em um lactente de 10 dias de vida, porém procurou atendimento porque deseja voltar a amamentar. 
R – Corrigir a pega e o posicionamento do lactente, alternar diferentes posições nas mamadas, aplicar o leite posterior nos mamilos após as mamadas e, se necessário, aplicar agentes tópicos e analgésicos sistêmicos, sob prescrição médica, além de deixar de utilizar produtos favorecedores da fissura, como cremes e sabonetes.
Utilizar o método de Translactação, para nova adaptação do bebê com a mama, padrão de sucção, deglutição e respiração até que o bebê possa voltar a sugar toda sua dieta sem perder peso.
6) Com relação ao uso do copo:
a) Descreva a técnica e os cuidados necessários para o oferecimento seguro de leite por tal método. 
1. Aquecer o leite materno previamente ordenhado e refrigerado. 
2. Posicionar o bebê confortavelmente, cuidando para que seus braços não derrubem o copo. Ele deve estar tranquilo e não deve estar chorando. 
3. Colocar o leite aquecido em um copo de 30 ml até a marca de 20 ml. O copo deve ser vertido com cuidado. Aumentar progressivamente o volume a ser administrado, de acordo com a habilidade adquirida pelo bebê. 
4. Segurar o bebê no colo em posição elevada e encostar gentilmente o copo em seus lábios.
5. Inclinar o copo de maneira que o leite toque o lábio. Nunca jogar o leite na cavidade oral do bebê. Ele colocará a língua para fora e realizará movimentos de “lamber” o leite. Os bebês a termo podem chegar a “sorver” o leite. 
6. Conversar com o bebê, assim como se faz durante o aleitamento materno ou mesmo no aleitamento por mamadeira.
7. Deixar o bebê sugar de acordo com seu próprio ritmo e sempre retirar a inclinação do copo nos momentos de pausa. 
8. Colocar o bebê para eructar da mesma forma como se faz na alimentação por outros métodos. Continuar oferecendo no copo até que o bebê mostre sinais de saciedade (por exemplo, começar a dormir ou parar de ingerir o leite).
b) Elabore, de acordo com a literatura, uma defesa para o uso do copo como método alternativo ao uso da mamadeira. 
R – A alimentação por meio de copo é utilizada em muitos países em desenvolvimento, não somente por mães que têm dificuldades de acesso aos serviços hospitalares, como também por unidades neonatais e de pediatria. Sua função mais importante é proporcionar um método artificial seguro de alimentar bebês de baixo peso ao nascer e pré-termos, até que eles estejam fortes e/ou maduros o suficiente para mamar exclusivamente no peito.
A alimentação por copo tem como principal objetivo evitar o contato precoce do bebê com outros bicos que não o do peito, evitando a confusão de bicos e favorecendo o aleitamento materno. Algumas vantagens são descritas na literatura, entre as quais se citam: o método evita a confusão de bicos; permite o contato íntimo do bebê com a mãe ou com o cuidador; demonstra à mãe as competências do bebê; é um método simples, prático, de baixo custo e uma forma segura de alimentar; permite fácil esterilização; favorece o início e a manutenção do aleitamento materno, inclusive após a introdução de novos alimentos (do quarto ao sexto mês), diminuindo, consequentemente, a morbidade e o risco de otite média aguda, já que o bebê deverá ser alimentado em decúbito elevado.
			
7) Uma mãe comparece à clínica de Fonoaudiologia com queixa de mamas muito cheias há 5 dias e há 1 dia encontra-se com hipertermia, mal estar, calor e rubor na mama direita, sendo que o bebê não consegue abocanhá-la corretamente. A partir da história relatada pela mãe, responda às questões abaixo:
a) Cite qual a possível patologia mamária apresentada pela mãe? Explique.
R – Mastite, um processo infeccioso provocado por bactéria que atinge o tecido que rodeia os alvéolos e resulta, entre outros fatores, do esvaziamento incompleto das mamas. Os sintomas são: dor, calafrios, febre, mal-estar e eritema localizado.
b) Cite quais encaminhamentos devem ser realizados? Justifique sua resposta.
R – Médico, para avaliação e prescrição de medicamentos anti-inflamatórios ou antibióticos e analgésicos. 
c) Descreva quais orientações devem ser fornecidas à mãe neste caso?
R – A ocorrência da mastite pode ser evitada por meio da pega correta e do esvaziamento adequado das mamas. Avaliar como estão estes aspectos, identificar as falhas do processo e iniciar a intervenção para uma amamentação satisfatória.
8. Durante a vida pré-natal, a região orofacial amadurece antes dos membros, já que a boca se relacionará a diversas funções vitais que devem estar completas antes do nascimento. Faça uma síntese dessas funções vitais ao recém-nascido, com destaque para os reflexos de alimentação (quando surgem, são inibidos ou se transformam em funções).
R - As funções orais já devem estar adequadas ao nascimento, sucção, deglutição, respiração e a coordenação entre elas.
Os reflexos orais iniciam com 9 semanas e meia com a abertura e fechamento da boca, as 11 semanas já há deglutição do líquido amniótico, com 17 semanas o reflexo de sucção e com 34 semanas a coordenação entre sucção e deglutição.
A sucção é essencial até os seis meses de vida, além de garantir a sobrevivência do recém-nascido, a sucção tem um papel decisivo no crescimento das estruturas e desenvolvimento das funções estomatognáticas. Para que a sucção e, consequentemente, a alimentação ocorra, é necessário que o reflexo de procura seja completo, reflexo este que estará presente até 3-6 meses de idade.
Além desses reflexos, considerados de alimentação, há os denominados de proteção à alimentação: náusea, tosse e mordida fásica. Todos esses reflexos são necessários para proteger o recém-nascido e lactente de perigos como aspiração, engasgos ou excesso de alimento. Apenas a mordida fásica é inibida; a tosse e o reflexo de vômito persistem por toda a vida do indivíduo.
Obs: Todas as respostas, com exceção do início do exercício 04, foram retiradas do texto Estimulação do Recém-nascido, fornecido para estudo da matéria.

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