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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DAS EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA DE PRESIDENTE BERNARDES – SP Execução nº XXXXXXX MÁRCIO _______, já qualificado nos autos alusivos, por seu advogado a que esta subscreve, vem respeitosamente, à presença de V. Exa., não se conformando com a respeitável decisão de fls. XX que indeferiu o pedido de livramento condicional, interpor o presente AGRAVO EM EXECUÇÃO, com fundamento no art. 197, da Lei nº 7.210/84, de Execução Penal. Caso V. Exa., mantenha decisão, requer a remessa dos autos à 2ª instância para reexame. Seguem anexas as razões de recurso em XX laudas. Termos em que, Pede deferimento. Bragança Paulista, 23 de novembro de 2020. Advogado XXXXX OAB/UF nº XXXXX RAZÕES DE RECURSO EM AGRAVO DE EXECUÇÃO Agravante: MÁRCIO _______ Agravado: JUSTIÇA PÚBLICA Execução nº XXXXX / Comarca de Presidente Bernardes – SP Egrégio Tribunal, Colenda Câmara, Inclícitos Julgadores. Em que pese o brilhantismo do Meritíssimo Juiz de Primeira instância, desta vez não decidiu com o costumeiro acerto, senão vejamos: I – DOS FATOS Marcio, brasileiro, solteiro, pedreiro, atualmente recluso no Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes – SP, foi condenado, pelo juiz da 2ª Vara Criminal de São Paulo – SP, a 8 anos de reclusão, em regime fechado, pela prática do crime previsto no art. 157, § 2º, incisos I e II do CP. Recentemente, progrediu ao regime semiaberto, razão pela qual ainda não faz jus à progressão ao regime aberto. Márcio, que já cumpriu 5 anos do total da pena, tem profissão certa e definida e está trabalhando, com carteira assinada, como pedreiro, demonstra intenção de fixar residência na Colônia Agrícola Águas Lindas, lote 1, Guará – DF, em companhia de seus pais, bem como de constituir uma família tão logo seja colocado em liberdade. Em razão disso, por meio da Defensoria Pública, pleiteou ao juízo competente a concessão do livramento condicional. O juiz indeferiu o pedido de livramento condicional, visto que, no relatório carcerário expedido pelo diretor daquele estabelecimento prisional, consta uma tentativa de fuga em 22/04/14, na qual Márcio estivera envolvido. Entretanto, no mesmo relatório, a autoridade carcerária informa que, atualmente, o detento, não reincidente em crime doloso, ostenta bom comportamento e exerce trabalho externo. Entretanto, a respeitável decisão não deve prosperar, face aos argumentos a seguir expostos. II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS MM Juiz há um equívoco quanto ao indeferimento do pedido de livramento condicional, é inegável que o delito praticado por Marcio foi o delito elencado no artigo 157, §2º, Inc. I e II, do CP, tal conduta corresponde ao roubo, não havendo o que se falar de crime hediondo, senão vejamos. O artigo 1º da Lei 8.072, elenca os crimes hediondos, sendo hediondo tanto na modalidade culposa, quando na dolosa. Ocorre que, em seus incisos o delito praticado por Marcio, delito de roubo, não é sequer elencado muito menos mencionado, não havendo o que se falar de hediondo ao crime do artigo 157, §2º, inc. I e II, do CP. Da mesma forma o artigo 2º da Lei 8.072, trata os crimes equiparados aos crimes hediondos, sendo estes, tráfico, tortura e terrorismo, não havendo nesta hipótese o delito de roubo do artigo 157, §2º, inc. I e II, do CP. Na mesma linha, Marcio foi condenado em 08 anos de reclusão em regime fechado, sendo certo que já foram cumpridos 05 anos de pena, ou seja, correspondendo a mais da metade da pena. O artigo 83, I, do CP, diz que, nas penas privativas de liberdade maiores ou iguais a dois anos, o juiz poderá conceder o livramento condicional, desde que o réu cumpra mais de 1/3 da pena, quando este não for reincidente em crime doloso e ostentar bons antecedentes. Ao tratarmos dos maus antecedentes de Márcio, deverá este ser afastado por conta do princípio da presunção de inocência, elencado no artigo 5º LVII da CRFB/88 e Súmula 444 do STJ. Quanto ao exame criminológico, só será admitido se justificada a necessidade, nas peculiaridades do caso concreto. Por fim, em que pese constar possível envolvimento em tentativa de fuga em sua certidão de comportamento carcerário, nada foi comprovado. Ademais, no presente caso é notável que Márcio ostenta bom comportamento dentro da prisão como também não é reincidente e nunca tinha sido preso antes desta pena, sendo desnecessário tal exame, conforme a Súmula 439 do STJ. Logo, presentes os requisitos para a concessão do presente pedido. III – DOS PEDIDOS Ante o exposto requer, após ouvido o representante do Ministério Público, seja concedido o benefício do livramento condicional ao Requerente, expedindo-se a competente carta de livramento. Termos em que, Pede e espera deferimento. Bragança Paulista, 23 de novembro de 2020. Advogado XXXXXX OAB/UF nº XXXXXX
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