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Livro- Texto - Unidade IV literatura brasileira - prosa

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7 A CONTEMPORANEIDADE
As mudanças ocorridas no mundo e no Brasil na segunda metade do século XX foram marcantes 
para a produção cultural da época. Os fatos políticos que alterariam o panorama sociopolítico da 
contemporaneidade acabaram por provocar uma interação entre as nações.
A humanidade viveu na segunda metade do século XX a perda das liberdades individuais em função 
dos regimes ditatoriais e dos governos militares, os quais foram marcados pela rigorosa censura às 
manifestações artísticas e culturais.
Em resposta à repressão, alguns movimentos populares aconteceram em diversos lugares do 
mundo, como a Revolução Cubana, em 1959; a greve geral de Maio de 1968, em Paris, que mobilizou 
aproximadamente dez milhões de trabalhadores; ou ainda a conhecida Primavera de Praga, que foi 
liderada por intelectuais do Partido Comunista tcheco e violentamente reprimida.
A partir dessas manifestações que tiveram eco no mundo todo, as pessoas começaram a questionar 
as ideias fundamentalistas dos governos ditatoriais.
No Brasil, acontecimentos de igual importância no âmbito da política tiveram repercussão importante, 
foram eles:
• Fim do governo de Juscelino Kubitschek, em 1960, e a eleição de Jânio Quadros e sua prematura 
renúncia em 1961.
• O golpe militar de 1964 e, posteriormente, os 20 anos de governo militar.
• O movimento Diretas Já, em 1984.
• As eleições pelo voto popular em 1989 do presidente Fernando Collor de Melo e seu impeachment, 
em 1992.
• A vitória do primeiro presidente proveniente da classe operária, Luís Inácio Lula da Silva, em 
2003.
Essa agitação no âmbito político foi acompanhada por diversos movimentos artísticos esporádicos 
que, a exemplo do que aconteceu em Praga, foram repreendidos e proibidos pelo golpe militar de 1964 e 
pelo Ato Institucional número 5, o AI‑5, que coloco fim às manifestações culturais que não passassem pelo 
crivo da censura federal. Assim, durante mais de 20 anos, o Brasil conheceu a total perda de liberdade.
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LITERATURA BRASILEIRA: PROSA
Esses movimentos políticos vão refletir, mais tarde, na literatura dita contemporânea, constituindo 
um período de intensa produção literária.
Na produção em prosa, observa‑se uma mistura de gêneros, característica que já se notava em 
Guimarães Rosa e em Clarice Lispector. Além disso, é possível detectar uma narrativa mais direta 
“intencionalmente brutalista”, como diria Alfredo Bosi (1980), de um realismo cru, que reflete 
significativamente a dureza vivida nas últimas décadas do século XX.
Essa produção se caracterizou pela busca de uma literatura autêntica que refletia questões 
sociais e aprofundos traços psicológicos, associando ficção e memória e trazendo à tona a história 
do Brasil. Notadamente concentrada nos grandes centros urbanos, essa literatura evidenciou o 
isolamento e a vulnerabilidade do homem moderno, que não encontrava suas raízes, diluídas por 
completo no meio urbano. Assim, a cidade passou a ser o habitat da literatura brasileira a partir 
dos anos 1960 do século XX.
Lygia Fagundes Telles (1923)
Lygia Fagundes Telles nasceu em São Paulo e iniciou sua carreira em 1938, publicando o livro de 
contos Porão e sobrado.
Sua obra é um registro das experiências humanas, especialmente das experiências psicológicas. A 
solidão permeia a maioria de suas personagens e serve de mote para que ela nos apresente o conflito 
entre o mundo objetivo e o mundo subjetivo, entre o real e o ideal, que atinge o leitor por meio da 
análise que a autora faz dos sentimentos e das percepções de suas personagens.
Lygia também faz uso dos monólogos interiores (ou do fluxo de consciência) como um meio de 
conhecimento das personagens. O desenrolar das tramas é bem estruturado e detalhadamente calculado, 
de modo a permitir que cada gesto transmita marcas de uma personalidade ou de uma dada situação. 
O cenário passa, então, a ser secundário no enredo, pois o foco de atenção está no posicionamento 
interior assumido por cada personagem diante dos fatos.
Esse direcionamento já pode ser percebido em Ciranda de pedra (1954), primeiro romance da autora. 
A personagem principal, Virgínia, é uma garota solitária, filha de pais separados. Após a separação dos 
pais, vai morar com sua mãe, que logo adoece. Virgínia passa, então, a morar com o pai e as duas irmãs, 
num ambiente movimentado e hostil. O título do livro faz referência a uma roda de anões de pedra que 
ornamenta o jardim da casa, remetendo‑nos à ciranda da qual Virgínia nunca poderá participar. Dessa 
forma, podemos vislumbrar que a ciranda de pedra é uma representação simbólica do mundo interior da 
personagem, encerrando, em si mesma, o núcleo do tema, que é o sentimento de rejeição.
O tema da rejeição também aparece no segundo romance da autora, Verão no aquário (1963), em 
que a família aparece novamente como o centro das tensões.
Outra característica presente em suas obras é o fato de o foco da análise psicológica profunda 
estar sempre voltado para as personagens femininas. As personagens masculinas da literatura de Lygia 
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Fagundes Telles são, em sua maioria, uma espécie de representantes de funções sociais, de poder, riqueza 
ou status, não possuindo contornos marcantes e atuando mais como uma espécie de símbolo.
O livro de contos Antes do baile verde, o qual reúne histórias sobre a relação homem/mulher, 
exploradas de acordo com o realismo fantástico, foi publicado em 1970 e lhe rendeu seu maior sucesso 
de vendas. A partir desse livro, é possível observar outra constante em Lygia Fagundes Telles: a existência 
de uma ambiguidade em suas personagens, que as faz oscilar entre o bem e o mal, sem se definirem por 
nenhum dos lados.
Seus textos adotam uma perspectiva antirrealista, explorando os desvios da alma humana. Sua prosa 
busca falar do indivíduo dentro de seio familiar, cujo espaço se aproxima da clausura. Seus personagens 
estão comumente envolvidos em culpa ou ressentimento e resvalam para uma espécie de devaneio 
ou alucinação, que muitas vezes se aproxima do realismo fantástico, como podemos observar no 
personagem do conto a seguir, que adota a perspectiva de um cachorro.
Crachá nos dentes
Começo por me identificar, eu sou um cachorro. Que não vai responder a nenhuma 
pergunta, mesmo porque não sei as respostas, sou um cachorro e basta. Tantas raças vieram 
desaguar em mim como os afluentes de pequenos rios se perdendo e se encontrando no 
tempo e no acaso, mas qual dessas raças acabou por vigorar na soma, isto eu não sei dizer. 
Melhor assim. Fico na superfície sem indagar da raiz, agora não. Aqui onde estou posso 
passar quase despercebido em meio de outros que também levam os crachás dependurados 
no pescoço como os rótulos das garrafas de uísque. Que ninguém lê com atenção, estão 
todos muito ocupados para se interessar de verdade por um próximo que é único e múltiplo 
apesar da identidade. Às vezes, fico raivoso, meu pêlo se eriça e cerro os maxilares rolando e 
ganindo, quero fugir, morder. Mas as fases de cachorro louco passam logo. Então, componho 
o peito, conforme ouvi o treinador dizer, não sei em que consiste isso de compor o peito, 
não sei, mas é o que faço quando desconfio que não estou agradando: componho o peito 
e volto à normalidade de um cachorro manso. Doce. O dono do circo, um hábil treinador 
de roupa vermelha com botões dourados, acabou por me ensinar muitas coisas, tais como 
falar no telefone, fazer piruetas e dançar. Quando resisto, ele vem queimar as minhas patas 
dianteiras com a ponta de um cigarro aceso, percebe de longe que estou vacilando na 
posição vertical e vem correndo e chiiii... – queima as patas transgressoras até fazer aqueles 
furos. Então me levanto depressa e saio dançando com meusaiote de tule azul. Mas fui 
humano quando me apaixonei e virei um mutante que durou enquanto durou a paixão. 
Abrasadora. E breve. Escondi os pequenos objectos reveladores e que não eram muitos, a 
coleira, o osso e o saiote das noites de gala. Olhei de frente para o sol. Devo lembrar que 
eu varava feito uma seta salivando de medo os grandes arcos de fogo e eis que o medo 
desapareceu completamente quando me descobri em liberdade, todo o fogo vinha apenas 
aqui de dentro do meu coração… fiquei flamejante. Penso agora que flamejei demais e o 
meu amor que parecia feliz acabou se assustando, era um amor frágil, assustadiço. Tentei 
disfarçar tamanha intensidade, o medo de ter medo. Vem comigo! Eu queria gritar e apenas 
sussurrava. Passei a falar baixinho, escolhendo as palavras, os gestos e ainda assim o amor 
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começou a se afastar. Delicadamente, é certo, mas foi se afastando enquanto crescia o 
meu desejo numa verdadeira descida aos infernos. É que estou amando por toda uma vida! 
eu podia ter dito. Mas me segurei, ah, o cuidado com que montava nesse corpo que se 
fechava, ficou uma concha. Não me abandone! Cheguei a implorar aos gritos no nosso 
último encontro. Desatei a escrever‑lhe cartas tão ardentes, bilhetes, repeti o mesmo texto 
em vários telegramas: Imenso Inextinguível Amor Ponto De Exclamação. Era noite quando 
fiquei só. Tranquei‑me no quarto e olhei a lua cheia com sua face de pedra esclerosada. 
As estrelas. Abracei com tanta força a mim mesmo e comecei a procurar, onde? Fui até à 
larga cama branca, ali nos juntamos tantas vezes, tanto fervor e agora aquele frio, fucei o 
travesseiro, as cobertas, onde? Onde. A busca desesperada continuou no sonho, sonhei que 
escavava a terra. Acordei exausto e enlameado, aos uivos. Nem precisei ir ao espelho para 
saber que tinha virado de novo um cachorro. Amanhecia. Tomei o crachá nos dentes e voltei 
ao circo. O treinador me examinou atentamente e fez uma observação bem‑humorada, que 
eu estava ficando velho. De resto, tudo correu sem novidade, como se não tivesse havido 
nenhuma interrupção. Dei valor aos meus dedos só depois que os perdi, podiam me servir 
agora para catar pulgas. Ou para coçar lá dentro do ouvido ou limpar o ranho do focinho 
quando estou resfriado. Com aqueles dedos toquei flauta, mas não me masturbei, nunca me 
masturbei enquanto fui um ser humano, não é estranho isso? Há ainda outras estranhezas, 
não importa. Aprendi também a rezar. Gosto muito de ouvir música e de ficar olhando as 
nuvens. Mas sou um cachorro e quando alguém duvida, mostro as palmas das minhas patas 
queimadas (TELLES, 2009).
O personagem se assume cachorro desde a primeira linha, talvez tentando se adaptar ao mundo 
cão, aproximado ao circo. Vemos aqui o fantástico e/ou surrealista, perspectiva adotada pelo narrador 
em primeira pessoa para falar de suas próprias emoções, um homem/cachorro que se sente diluído na 
massa esmagadora da sociedade.
Onde estou posso passar quase despercebido em meio de outros que também 
levam os crachás dependurados no pescoço como os rótulos das garrafas de 
uísque (TELLES, 2009).
Entretanto, a partir do momento que se apaixona ele se torna uma pessoa, como se a única coisa 
capaz de fazer com que se sentisse humano fosse o amor. O cotidiano, o diário, a vida comum animaliza 
o homem, que só redime sua humanidade através do amor.
Rubem Fonseca (1925)
Rubem Fonseca figura entre os mais ilustres escritores da ficção brasileira contemporânea. Inaugurou 
uma nova corrente na literatura contemporânea que, em 1975, ficou conhecida como brutalista, 
característica que lhe foi atribuída por Alfredo Bosi.
Seus contos e romances refletem um estilo sucinto e direto no qual apresenta personagens‑narradores. 
Suas histórias seguem uma estrutura similar a de uma narrativa policial com elementos de oralidade, o 
que demonstra que sua maior influência vem dos EUA, do thriller ou romance negro (noir) reconhecido, 
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aqui, como romance policial, mas visceralmente submergido nas questões urbanas, na deterioração da 
civilização moderna. Os crimes funcionam apenas como um disfarce para as críticas a uma sociedade 
que se apresenta como opressora do indivíduo.
Seu eixo central privilegia a cena, a ação em vez da reflexão e o impacto em vez do detalhe.
Em Bufo & Spallanzani (1985), Rubem Fonseca vai além das características de romance policial, 
intensificando o caráter metaficcional de sua narrativa utilizando estratégias como a de um 
narrador‑escritor em crise, que dialoga com a literatura clássica e chega, por fim, a uma discussão de 
questões relacionadas com autoria, o mercado, entre outras.
O público brasileiro tomou maior contato com Rubem Fonseca quando o romance A grande arte foi 
filmado por Walter Salles Jr., com o roteiro do próprio Rubem e de Mattew Chapman. O romance conta 
a história de um fotógrafo norte‑americano, no filme interpretado por Peter Coyote, que, ao realizar um 
ensaio fotográfico no Rio de Janeiro, conhece uma prostituta. Esta é assassinada e ele resolve investigar 
o caso por conta própria.
Rubem Fonseca tem prazer em deixar as coisas para o leitor completar. O autor supõe um interlocutor 
inteligente e atento e tem como matéria‑prima os dois extremos da nação: os que vivem à margem e os 
que constituem o núcleo privilegiado.
Seus textos constroem um amoralismo perverso, deixando muito tênue a diferença entre o mocinho 
e o bandido e fazendo com que ambos os tipos transitem pelos dois papéis.
Sua temática é a violência, cuja leitura gera por vezes, uma brutalidade tão dura que chega 
a ser insuportável. Suas personagens são dominadas por uma atmosfera de violência latente. 
O autor revela uma violência que se pulveriza em nossa sociedade nos dias de hoje, devido ao 
aumento das contradições sociais, sobretudo nos grandes centros urbanos do Brasil, a partir da 
década de 1970.
Veja agora um trecho do trabalho que Fernanda Cardoso1 desenvolve sobre o trabalho de Rubem 
Fonseca com a linguagem.
“Outra forma de violência que está presente nas obras de Rubem Fonseca é a violência do 
autor contra o leitor. Mediante a análise das relações entre violência e linguagem, podemos 
sentir a hostilidade no contato com o leitor.
Esta hostilidade se traduz pela violência discursiva, por meio de expedientes formais 
(estilo seco e entrecortado, frases curtas) e dos recursos de conteúdo,nas situações‑limite 
em que envolve as personagens. Supondo que a linguagem em geral tenha escondido 
o que justamente importa revelar, Rubem Fonseca propõe o inverso: da “matéria bruta” 
1 O trabalho de Fernanda Cardoso, originalmente apresentado na UNICAMP, pode ser conferido na página < http://
www.brasilescola.com/literatura/rubens‑fonseca.htm>. Acesso em: 5 ago. 2011.
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concernente à realidade para a sua representação na narrativa, uma série de desmistificações 
se faz necessárias e, na base delas, está, sobretudo, a desmistificação da linguagem.
A linguagem violenta tem uma função definida frente ao seu leitor: a de presentificar a 
violência de modo a que ele não tenha mais condições de questioná‑la.
Entretanto, somos acostumados a abrandar, através de mecanismos vários (como o 
silêncio, por exemplo), o efeito do que tem que ser dito pelo modo de o dizer, ficamos 
surpresos diante de uma linguagem tão avessa a atenuações.”
A linguagem do autor é marcada por uma dureza na sintaxe que reflete a rispidez das 
tensões sociais, como se pode ver no conto Feliz ano novo, que faz parte do livro de mesmo 
nome.
Dalton Trevisan (1925)
Nascido no dia 14 de junho de 1925 em Curitiba, Trevisan se formou em direito e, ainda estudante, 
divulgava seus contos em edições modestas, assumindouma postura avessa à mídia. Foi editor da revista 
Joaquim que publicava críticas literárias de escritores como Antônio Cândido, Otto Maria Carpeaux, 
Mário de Andrade e Carlos Drummond de Andrade.
Considerado um dos mestres do conto da literatura brasileira contemporânea, o autor busca uma 
escrita sintética que culmina numa larga produção de microcontos, cuja temática gira em torno de 
personagens frustrados inseridos no cotidiano das metrópoles.
Veja, a seguir, um microconto do autor, que simula um bilhete, mas que implica numa história na 
qual se sabe pouco dos personagens, mas sabe‑se o necessário: “João, tua mulher é amante do doutor 
Pedro e não é de hoje. – Um amigo” (TREVISAN, 2002).
Sua escrita prioriza a forma reduzida na tentativa de captar o fragmento, o instantâneo de uma 
sociedade doente e depravada inserida em uma realidade estilhaçada que reflete a alienação do sujeito 
moderno e de seus impulsos maníacos.
Em Dalton Trevisan, a repetição é a forma essencial do mundo. O que parece 
um defeito é na verdade o traço fundamental da literatura de Dalton, o seu 
peso e a sua metafísica (TEZZA, 2002).
Hilda Hilst (1930 – 2004)
Hilda Hilst nasceu na cidade de Jaú, interior do estado de São Paulo, no dia 21 de abril de 1930.
Estudou no colégio interno Santa Marcelina, na cidade de São Paulo, em 1937. No ano de 1945, 
matriculou‑se no curso clássico da Escola Mackenzie.
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Em 1948, iniciou seus estudos de direito na Faculdade do Largo do São Francisco. A partir de então, 
levaria uma vida boêmia que se prolongaria até 1963. Hilda comportava‑se de maneira que escandalizava 
a alta sociedade paulista. Em 1949, foi escolhida entre outros alunos para saudar a escritora Lygia 
Fagundes Telles, por ocasião do lançamento de seu livro de contos O cacto vermelho.
Desde 1950, Hilda escreveu inúmeros livros de poemas pelos quais recebeu alguns prêmios. Em 1970, 
a autora lançou sua primeira obra em prosa, Fluxo‑Floema, passou a fazer parte do Programa do Artista 
Residente da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em 1982 e, em seguida, lançou A obscena 
senhora D. Em 1934, os Poemas malditos, gozosos e devotos são publicados e O caderno rosa de Lori 
Lamby consagra a fase iniciada com A obscena senhora D. Em 1990, a escritora anunciou o lançamento 
de Adeus à literatura séria, obra que provoca “espanto e indignação” em seus amigos e na crítica. Em 
seguida, veio o lançamento de Contos d’escárnio/textos grotescos e alcoólicos e, em 1991, a publicação 
de Cartas de um sedutor.
Hilda Hilst passou então a colaborar com crônicas semanais para o Correio Popular, jornal diário 
de Campinas (SP), trabalho este que se estenderia até 1995. No ano seguinte, publicou Rútilo nada, 
livro que também continha A obscena senhora D e Qadós. O livro recebeu o prêmio Jabuti na categoria 
Contos.
O caderno rosa de Lori Lamby, por sua vez, foi levado ao palco sob a direção de Bete Coelho e teve 
como papel principal a atriz Iara Jamra.
Em 2003, foi agraciada pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), na área de literatura, 
com o Grande Prêmio da Crítica pela reedição de suas Obras completas. Hilda Hilst faleceu no dia 04 de 
fevereiro de 2004, na cidade de Campinas (SP).
 Saiba mais
Acesse o site oficial da escritora para saber um pouco mais sobre sua 
obra, disponível em:
<http://www.angelfire.com/ri/casadosol/hhilst.html>. Acesso em: 02 
ago. 2011.
Na prosa, parte que nos interessa aqui, a autora opera uma renovação no repertório ficcional, fundindo 
diferentes gêneros de forma paradoxal: une o grotesco ao “sublime, o escatológico ao espiritual, o gozo 
ao martírio”, como bem observa Manuel da Costa Pinto (2005).
É possível notar em sua literatura pontos de contato com Clarice Lispector, pois suas personagens 
também são mergulhadas na sua própria interioridade, como se observa em A Obscena senhora D, que, 
depois da morte do amante, passa a viver no vão da escada, isolando‑se num mundo de lamentos e 
epifanias.
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LITERATURA BRASILEIRA: PROSA
Sua prosa especula a perda amorosa e a derrelição, isto é, o sentimento do abandono de Deus, por 
isso, mistura violência e ternura e, não raro percebemos a presença do nonsense e do humor negro.
A obra de Hilda Hilst funciona como uma ponte entre a última fase do modernismo e a literatura 
contemporânea, pois junta o intimismo e a busca da identidade da terceira fase à subjetividade 
desacorçoada, característica da literatura contemporânea.
Teologia natural
A cara do futuro ele não via. A vida, arremedo de nada. Então ficou pensando em ocos 
de cara, cegueira, mão corroída e pés, tudo seria comido pelo sal, brancura esticada da 
maldita, salgadura danada, infernosa salina, pensou óculos luvas galochas, ficou pensando 
vender o que, Tiô inteiro afundado numa cintilância, carne de sol era ele, seco salgado 
espichado, e a cara‑carne do futuro onde é que estava? Sonhava‑se adoçado, corpo de 
melaço, melhorança se conseguisse comprar os apetrechos, vende uma coisa, Tiô. Que 
coisa? Na cidade tem gente que compra até bosta embrulhada, se levasse concha, ostra, 
ah, mas o pé não aguentava o dia inteiro na salina e ainda de noite à beira d’água salgada, 
no crespo da pedra, nas facas onde moravam as ostras. Entrou em casa. Secura, vaziez, 
num canto ela espiava e roia uns duros no molhado da boca, não era uma rata não, era 
tudo o que Tiô possuia, espiando agora os singulares atos do filho, Tiô encharcando uns 
trapos, enchendo as mãos de cinza, se eu te esfrego direito tu branqueia um pouco e fica 
linda, te vendo lá, e um dia te compro de novo, macieza na língua foi falando espaçado, 
sem ganchos, te vendo, agora as costas, vira, agora limpa tu mesma a barriga, eu me viro e 
tu esfrega os teus meios, enquanto limpas teu fundo pego um punhado de amoras, agora 
chega, espalhamos com cuidado essa massa vermelha na tua cara, na bochecha, no beiço, 
te estica mais pra esconder a corcova, óculos luvas galochas é tudo o que eu preciso, se 
compram tudo devem comprar a ti lá na cidade, depois te busco, e espanadas, cuidados, 
sopros no franzido da cara, nos cabelos, volteando a velha, examinando‑a como faria 
exímio conhecedor de mães, sonhado comprador, Tiô amarrou às costas numas cordas 
velhas, tudo o que possuía, muda, pequena, delicada, um tico de mãe, e sorria muito 
enquanto caminhava (HILST, 2003).
O conto mostra o narrador em terceira pessoa que, em meio às falas do personagem, mistura‑se a 
consciência deste.
As falas tanto do personagem, Tiô, quanto do narrador constroem uma consciência fragmentada 
que se assemelha a recortes da realidade. O personagem parece falar e rivalizar consigo mesmo.
A temática do conto é áspera de uma realidade doída e incômoda. Nosso personagem, num desespero 
de causa que só a sua inconsciência pode explicar, tem a ideia de vender a própria mãe porque precisa 
de dinheiro.
“Tiô. Que coisa? Na cidade tem gente que compra até bosta embrulhada” (HILST, 2003).
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A violência certamente está na aproximação da mãe com a palavra “bosta”, com uma 
mercadoria ou com qualquer coisa que se possa vender na feira. Entretanto, a ternura aparece 
quando o personagem insiste em repetir que um dia vai buscar a mãe de volta. A dureza da cena 
entra em paradoxo frente ao cuidado com que o personagem carrega a mãe nas costas para 
vendê‑la na feira.
Tiô amarrou às costas numas cordas velhas, tudo o que possuía, muda, 
pequena, delicada, um tico de mãe, e sorria muito enquanto caminhava 
(HILST, 2003).
A consciência entrecortada por imagens e por pensamentos revelam um personagem do qual 
podemos duvidar da sanidade mental. Sua loucura coaduna com uma realidade fragmentada, múltipla 
e ao mesmo tempo difícil, o retrato dos anos finais do séculoXX.
8 O QUE É PÓS‑MODERNO E PÓS‑HUMANO
Pós‑modernismo é a denominação dada às mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e nas 
sociedades avançadas desde 1950 até os dias de hoje, quando, por convenção, se encerrou o 
Modernismo. Tem como algumas características a invasão da tecnologia, a revolução da comunicação 
e a informática.
O homem pós‑moderno vive num mundo que se encerra em signos e, portanto, prefere a imagem ao 
objeto, o simulacro ao real. É o hiper‑realista, expressão da perplexidade contemporânea.
O hiper‑realista é a mentira da verdade, que se traduz em uma espécie de potencialização 
de sentimentos, impressões e percepções. É a notícia como espetáculo e manipulação de seu 
conteúdo.
O indivíduo pós‑moderno é um sujeito fragmentado porque o Pós‑modernismo leva às últimas 
consequências as pequenas liberdades individuais, uma forma de compensação dos grandes períodos 
repressores.
O termo pós‑humano provoca ambiguidade e confusão no conceito que deseja exprimir, vem 
ganhando espaço no meio intelectual e acadêmico ao substituir o já tão desgastado termo pós‑moderno 
e ao estar cada vez mais presente nos cadernos de cultura e nas discussões filosóficas e socioculturais 
que se encontram em evidência.
Há uma dificuldade muito comum quando nos deparamos com algo cujo processo ainda segue em 
curso e que não tem um resultado muito claro, o que permite especulações.
O pós‑humano faz referência a uma série de transformações de caráter generalizante e diz respeito 
tanto à relação do homem com o mundo quanto à relação do homem com os dispositivos que 
regulamentam suas culturas. Por outro lado, é fato que encobre uma sequência de visões muito diversas 
e quase sempre antitéticas.
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8.1 Literatura latino‑americana e a literatura contemporânea no Brasil
A história da literatura latino‑americana tem seu marco no século XVI, mais precisamente durante a 
época dos conquistadores, e pode ser dividida em quatro períodos:
• período colonial: visto como uma espécie de apêndice das produções literárias estrangeiras;
• segundo período: surge a partir dos movimentos de independência do início do século XIX, 
traduzido por uma temática bem específica: a patriótica;
• terceiro período: reflete a consolidação nacional e experimenta seu apogeu;
• quarto período: é a maturidade, chegando mesmo a se destacar e ganhar espaço dentro da 
literatura universal.
Com a revolução mexicana, iniciada em 1910, vemos um retorno dos escritores latino‑americanos a 
suas diferentes características e a seus próprios problemas sociais. A partir dessa data e numa proporção 
cada vez maior, os escritores latino‑americanos começaram a inserir temas universais em sua produção 
literária, produzindo, no decorrer dos anos, uma literatura que foi capaz de despertar a admiração 
internacional.
A literatura produzida na América de colonização espanhola exerce hoje influência direta na nova 
geração de escritores da literatura contemporânea. Veremos a seguir alguns dos mais importantes 
escritores da literatura latino‑americana no cenário literário mundial.
Julio Cortázar (1914‑1984)
O argentino Julio Cortázar foi um dos escritores que, por seu talento, originalidade e por seu 
antirromance experimental Rayuela (1963), obteve imediato reconhecimento internacional, sendo 
considerado um dos grandes nomes da literatura contemporânea.
Aos 37 anos, discordando da ditadura imposta na Argentina, Julio Cortázar seguia para a França, 
passando a ser, então, um escritor portenho nacionalizado francês.
Seu estilo alia o atrevimento literário e a aventura estética ao compromisso político em defesa dos 
povos do terceiro mundo, tendo por intuito subverter não apenas a linguagem, mas sim a nossa visão de 
mundo, propondo‑nos novos e inusitados universos, bem diferentes daqueles que a nossa visão comum 
habituou‑se a enxergar.
Apesar de Cortázar ter feito parte do boom da literatura hispano‑americana contemporânea, ele 
não foi o primeiro a se lançar no universo literário. O pioneiro dessa façanha foi o escritor responsável 
pela revolução do conto na América hispânica ao explorar mundos históricos, incluindo os que fazem 
referências a mitos: Jorge Luis Borges, o escritor que foi imortalizado em O Nome da rosa, de Umberto 
Eco, ao ser transformado de uma forma fabulosa em personagem.
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Jorge Luis Borges (1899‑1986)
Natural da Argentina, Jorge Luis Borges Acevedo foi escritor notável e leitor insaciável. A vastidão da 
sua obra reflete suas inumeráveis e inesperadas fontes de leitura. Uma de suas principais características 
é a habilidade de manipular o ceticismo, considerada uma das ferramentas que mais o auxiliam a criar 
suas ficções.
Borges escreveu sobre temas portenhos locais e ensaios sobre o encadeamento temporal dos fatos. 
Por trás da máscara da prosa ficcional, ele alojava os problemas filosóficos que perturbam a existência 
humana.
Seus textos expressam a existência de um diálogo íntimo com pensadores e autores de todas as 
línguas e de todas as épocas. Borges também descreveu um mundo de sonhos, enlaçando diferentes 
aspectos de tempo e de espaço preferindo trabalhar com a noção de tempo circular a trabalhar com a 
noção de tempo linear.
Borges morreu como um dos monstros sagrados da literatura universal. Deixou‑nos um legado de 
obras em língua espanhola incomparável, que se destaca por sua inventividade e por suas poderosas 
metáforas, capazes de atingir a transcendência filosófica.
Gabriel García Márquez (1928)
Natural da Colômbia, Gabriel García Márquez iniciou sua carreira como jornalista e, desde então, 
estabeleceu‑se como romancista e contista. Márquez possui um estilo próprio que o identifica: o 
“realismo mágico”, no qual a realidade se combina com a fantasia. Em 1982, recebeu o Prêmio Nobel de 
Literatura e se tornou internacionalmente conhecido com o seu romance Cem anos de solidão (1967). 
Nele, por meio de uma mágica e atemporal unidade, Gabriel García Márquez conseguiu transcender 
os limites do espaço físico em que se desenvolve a trama narrativa. É a obra que sintetiza a vertente 
do realismo mágico e essa mescla de planos da realidade e da imaginação marcará escritores de vários 
países, entre eles, Borges e Cortázar.
Cem anos de solidão é um relato da fundação da aldeia Macondo. A partir da saga dos Aurelianos e 
José Arcádios, vemos surgir um cenário que desfila fantasias, arbitrariedades, guerras e tragédias. Além 
disso, esse romance fala de amor, de poder, de morte e da interminável marcha do ser humano rumo à 
mais completa solidão.
Como vemos, apenas as obras desses três escritores foram suficientes para fazer com que o romance 
latino‑americano escrito em espanhol alcançasse não só sua maioridade, mas também o prestígio de 
um público internacional que, a cada dia, torna‑se mais numeroso.
8.1.1 Tendências da prosa contemporânea
A prosa contemporânea, por sua vez, surge dando destaque a outros gêneros literários, como a prosa 
autobiográfica, a crônica e o conto. Além disso, traz uma novidade: o conto e a crônica passam a ser 
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vistos como os modelos de uma literatura moderna, pois a modernidade dá dinamicidade aos textos 
assim, a adoção desses gêneros como símbolos da atualidade não ocorre por acaso.
O conto reflete a síntese e a rapidez que a modernidade inspira, tornando a leitura mais ágil, embora 
mais complexa. A crônica, por sua vez, conquista seu espaço nos principais veículos de comunicação, 
como as revistas e os jornais, veiculando a fluência e atropelamento das ideias no mundo contemporâneo 
registrando irreverência e ironia.
A prosa contemporânea produz um ser humano cada vez mais solitário e marginalizado, fruto de 
uma sociedadevitimada por um mundo violento na qual o indivíduo progressivamente vai se fechando 
e confronta‑se com o outro e consigo mesmo.
A prosa é trabalhada com concisão e fragmentada de modo que rompe com a linearidade por 
analogia de ritmo à vida moderna, evidenciando a rapidez e o absurdo da modernidade.
8.1.2 A nova geração de escritores
A internet trouxe mudanças marcantes à literatura brasileira. Depois de quase uma década, surgiu 
um novo tipo de autor, que transpõe a tela do computador.
Esse processo fez com que a distância entre o escritor e o leitor diminuísse, pois, se antes o escritor 
tinha que se dirigir às editoras ou sair em busca de alguém que pudesse ajudá‑lo a colocar seu talento 
em evidência, agora ele mesmo pode fazer com que seu texto chegue até seu leitor.
Daniel Galera (1979)
Daniel Galera, escritor e tradutor literário brasileiro, foi um dos precursores do uso da Internet em 
prol da literatura, editando e publicando textos em portais e fanzines eletrônicos entre os anos de 1997 
e 2001. Seu ingresso na internet deu‑se como editor do site Proa da Palavra (1997‑2000).
O autor foi colunista de uma das revistas eletrônicas mais famosas do Brasil, o Cardos Online 
(1998‑2001), fundando posteriormente em Porto Alegre, em parceria com Daniel Pellizzari e 
Guilherme Pilla, uma editora que virou referência em matéria de autores estreantes: a Livros do Mal 
(2001‑2004).
 Saiba mais
Consulte um dos blogs de Daniel Galera para conferir seus textos: 
<http://www.exquisite.com.br/galera/>, e assista ao filme indicado a seguir, 
que foi baseado em uma de suas obras:
CÃO sem dono. Dir. Beto Brant, 82 min, Brasil, 2007.
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Galera publicou, até o momento, quatro livros, além de já ter participado de algumas antologias de 
contos.
Vale destacar ainda que seu último livro, Mãos de cavalo (2006), ganhou em 2008, o Prêmio Machado 
de Assis de Romance, concedido pela Fundação Biblioteca Nacional.
Clarah Averbuck (1979)
Registrada com o nome de Clara Averbuck Gomes, a autora incluiu o “h” em seu primeiro nome 
quando cursava o primeiro ano do segundo grau, em função de uma brincadeira entre colegas, passando 
então a ser conhecida como Clarah Averbuck.
Clarah começou sua trajetória literária na internet e, em junho de 1998, escreveu pela primeira vez 
para a Não‑til, revista digital da Casa de Cinema de Porto Alegre. Um ano depois, tornou‑se uma das 
colunistas do Cardos Online, no qual atuou em 2001, revelando, entre outros, os escritores Daniel Galera 
e Daniel Pellizari.
Em julho de 2001, mudou‑se para São Paulo e começou a escrever sua primeira novela, Máquina de 
pinball, que seria publicada no ano seguinte. Em setembro do mesmo ano, criou o blog “brazileira!preta”, 
com mais de 1.800 acessos diários. Em maio de 2006, retomando mais uma vez sua trajetória, voltou 
a manter um blog, desta vez como o nome Adiós Lounge. Desde então, publicou mais dois livros: Das 
coisas esquecidas atrás da estante (2003) e Vida de gato (2004).
Seus escritos atingem tal popularidade que chama a atenção de importantes diretores do 
teatro e do cinema e, assim, Máquina de pinball ganhou uma adaptação para o teatro tendo por 
roteiristas Antônio Abujamra e Alan Castelo, realizada em 2003. Além desse, outros dois livros seus 
inspiraram o diretor cinematográfico Murilo Salles, que, com a ajuda da autora e das roteiristas 
Elena Soárez e Melanie Dimantas, produziu o filme Nome próprio (2006), que tem Leandra Leal no 
papel principal.
Atualmente, Clarah está trabalhando em três livros, Toureando o Diabo (romance), Eu quero ser 
eu (novela infanto‑juvenil) e Cidade grande no escuro (crônicas), e lançou recentemente o livro‑LP de 
tiragem limitada Nossa Senhora da Pequena Morte. O livro é composto pela reprodução de páginas 
escritas à mão ou datilografadas, organizadas dentro das clássicas capas dos velhos long‑plays (LPs), 
com direito a vinis de rock, blues, jazz, clássicos e até raríssimos vinis mexicanos.
Podemos conferir o estilo da autora no conto Psycho, no qual ela cria uma personagem que adota 
uma postura desolada diante do seu micro universo e assume uma postura de embriaguez constante. “Eu 
era uma escritora bêbada, perdida em uma cidade enorme e sem nenhum lugar decente” (AVERBUCK, 
2003).
Seus personagens assumem essa mesma postura diante da vida, mostrando‑se vazios e conturbados 
diante de um futuro que os assusta.
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Lourenço Mutarelli (1964)
Lourenço Mutarelli nasceu em São Paulo e é, além de escritor, ator, dramaturgo e autor de histórias 
em quadrinhos. Dá início a sua produção literária com histórias em quadrinhos em um fanzine que ele 
mesmo produzia e distribuía. Também já recebeu diversos prêmios e é aclamado por sua participação 
no cinema e no teatro.
Mutarelli criou um grande número de heróis com características atípicas das encontradas nas histórias 
em quadrinhos. Trata‑se de personagens que nos remetem à nossa própria vida, pois parecem viver em 
uma dimensão muito próxima à nossa, envoltos por uma depressão urbana quando são capturados 
pela narrativa para viverem momentos que serão cruciais de suas vidas, o que pode ser conferido no 
personagem sem nome de O cheiro do ralo, romance que ganhou adaptação para o cinema pelas mãos 
engenhosas de Heitor Dhalia.
Com uma série de histórias, notamos que o desenhista e romancista conquista o espaço da tristeza, 
da solidão e da ilusão por onde caminham seus “escolhidos”, de tal forma que os heróis criados pelo 
artista são uma espécie de sinônimo da dor existencial e da reflexão acerca da miséria humana.
Fui até o balcão, dei a bala para a moça, como é mesmo seu nome, perguntei. 
Jamais seria capaz de pronunciá‑lo. Ela não sorriu. Ela guardou a bala no 
bolso. Eu queria pedir para que ela virasse mais uma vez.
Voltei ao trabalho. Eu queria querer parar de fumar (MUTARELLI, 1999).
No romance O cheiro do ralo, o personagem é obcecado pelas nádegas da garçonete da lanchonete 
que frequenta. Dono de uma loja de peças usadas, exercita seu sadismo na relação com o outro. Com o 
intuito de “obter” as nádegas como mais um objeto que possui, tenta comprá‑las.
Lourenço mostra uma linguagem que nasceu dos quadrinhos, pois suas palavras e imagens caminham 
lado a lado e, juntas, constroem uma narrativa envolvente, quase uma armadilha.
8.1.3 Tendências contemporâneas do teatro brasileiro
O teatro brasileiro, que estava perdendo terreno para o rádio e o cinema, também teve de passar 
por uma revolução a partir da década de 1940. As peças teatrais de Oswald de Andrade, como O rei da 
vela e A morta, não conseguiram ser encenadas após serem escritas e caíram no esquecimento até a 
década de 1960. Considerando‑se a possibilidade de esse fato ter ocorrido em função do perfil dessas 
peças – vistas como revolucionárias demais para sua época –, podemos convencionar que a estreia da 
peça Vestido de Noiva (1943), de Nelson Rodrigues, foi o marco da modernidade do teatro brasileiro, 
uma vez que promoveu uma verdadeira renovação no que se refere à ação, às personagens, ao espaço 
e ao tempo.
Já nas décadas de 1960 e 1970, vemos surgir um teatro mais político, expressando um forte 
nacionalismo preocupado em revelar e denunciar a realidade agonizante vivida pelo país em função do 
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regime militar. Além disso, notamos que existiu uma tendência de se buscar uma ligação e até mesmo 
uma participação na peça.
No entanto, como Macunaíma foi encenada em 1978 e, uma vez que a validade do Ato 
Institucional nº 5 só seria rompida em 13 de dezembro de 1968, talvez o marco da contemporaneidade 
possa ser definido nessa data. Além disso, foi nesse período que vimos nascer o domínio dos 
encenadores‑criadores a partir de uma montagem deAntunes Filho para a adaptação cênica de 
Rapsódia, de Mario de Andrade, ao mesmo tempo em que vimos um abrandamento da censura, 
que inspirou mudanças da linha da dramaturgia que vinha sendo seguida desde o Golpe Militar 
de 1964. Entre os autores que fizeram parte do panorama contemporâneo do teatro brasileiro, 
podemos citar: Jorge de Andrade (1922‑1983), Ariano Suassuna (1927), Plínio Marcos (1935‑1999), 
Dias Gomes (1922‑1999), entre outros.
Ariano Suassuna foi escritor, dramaturgo, professor aposentado e um verdadeiro aliado da cultura 
popular, pois foi apaixonado por todas as formas de arte genuinamente brasileiras. Como viveu as 
influências do ambiente ideológico brasileiro do pós‑guerra, quando se reforçou a importância da 
existência de uma supremacia da posição política nacionalista, considerou veementemente que era 
necessário construir uma arte e uma literatura nacionais que, mesmo eruditas, fossem baseadas 
em raízes populares. Apresentou como modelo exemplar para a construção dessa cultura erudita o 
romanceiro popular nordestino, considerando que este fosse um espaço que preservava as aspirações 
do povo brasileiro.
As seleções temáticas de Ariano Suassuna foram, em sua maioria, coletadas da tradição popular 
transmitida por meio de folhetos e dos folguedos nordestinos. O auto da compadecida (1955) é um 
bom exemplo dessa coleta, uma vez que permitiu que identificássemos várias figuras do imaginário 
nordestino, como o valentão covarde, a morte fingida, o animal que defeca ouro, o enterro, o testamento 
do cachorro e as trocas.
O mesmo se dá com as figuras de João Grilo e Canção, dois “amarelos” ou “quengos” a incorporar 
um sertanejo esperto e maltrapilho. São sabichões que nos remetem aos “pícaros”, personagens que 
atuam em um tipo específico de romance de astúcias, bem conhecido e divulgado na literatura popular 
europeia. Dada a sua condição, esses tipos permitem uma série de reflexões sobre as questões das 
desigualdades sociais, uma vez que o uso da astúcia surge como um mecanismo que permite compensar 
o poder dos patrões ou de seus senhores.
Embora Dias Gomes, ou Alfredo de Freitas Dias Gomes, tenha se revelado como dramaturgo no início 
dos anos 1940, seu sucesso só será observado a partir dos anos 1960, depois que artistas e intelectuais 
brasileiros aprenderam a compartilhar de uma maneira muito mais ampla e intensa os sentimentos de 
transformação da realidade brasileira. Num sentido mais revolucionário, aprenderam a conscientizar o 
povo da existência de uma força transformadora que se nutria da interação entre arte e política. Suas 
peças, como, por exemplo, A invasão (1960), A revolução dos beatos (1961), O bem‑amado (1962), 
O berço do herói (1963) e O santo inquérito (1966), acompanham esse processo de tal forma que 
elas foram consideradas pelo dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho (Vianinha) e por Paulo Pontes, como 
exemplos do esquema dramático realista adequado ao gosto popular.
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Dias Gomes nos apresentou uma reconstrução do cotidiano brasileiro a partir de imagens que 
traziam angulações imprevistas e inquietantes. Seu trabalho conseguiu desvendar as visões de mundo 
e as expectativas coletivas de um modo afirmativo sem, com isso, ter que se desviar das temáticas 
que compunham as feridas nacionais. O resultado é que suas obras parecem compor uma espécie de 
sequência de janelas de onde se pode contemplar o Brasil. Para cumprir esse intento, valeu‑se, por vezes, 
dos novos recursos estéticos oferecidos pelo realismo fantástico.
 Exercícios
Questão 1. O escritor Dalton Trevisan é conhecido pelo seu estilo conciso. Seu livro Ah, é? é composto 
por minicontos. Leia um deles, reproduzido a seguir:
Rataplã é o gato siamês. Olho todo azul. Magro de tão libidinoso. Pior que um piá de mão no bolso. 
Vive no colo, se esfrega e ronrona.
— Você não acredita. Se eu ralho, sai lágrima azul daquele olho.
Hora de sua volta do colégio, ele trepa na cadeira e salta na janela. Ali à espera, batendo o rabinho 
na vidraça.
Doente incurável. O veterinário propõe sacrificá‑lo. A moça deita‑o no colo. Ela mesma enfia a 
agulha na patinha. E ficam se olhando até o último suspiro nos seus braços. Nem quando o pai se foi 
ela sentiu tanto.
Disponível em: <http://www.releituras.com/daltontrevisan_ahe.asp>. Acesso em: 1 abr. 2014.
Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas que seguem:
I – A concisão é conseguida com a economia de palavras e com a simplicidade estrutural dos períodos.
II – No conto, observam‑se o narrador em terceira pessoa e o uso de discurso direto.
III – O autor é um exemplo do realismo fantástico no Brasil, movimento literário que teve ampla 
aceitação na América Latina.
Está correto o que se afirma apenas em:
A) I.
B) II.
C) III.
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D) I e II.
E) II e III.
Resposta correta: alternativa D.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: o autor constrói períodos curtos, a maioria com uma única oração. Além disso, 
economiza no uso de adjetivos e advérbios, e mesmo de artigos e preposições.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: o narrador não participa da história e há discurso direto, marcado pelo travessão.
III – Afirmativa incorreta.
Justificativa: a obra do autor não se encaixa no realismo fantástico, caracterizado por acontecimentos 
não plausíveis na nossa realidade. Trevisan narra histórias do nosso mundo urbano, como as violências 
cotidianas.
Questão 2. Leia o trecho a seguir, extraído do conto Natal na barca, de Lygia Fagundes Telles:
Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo 
era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas 
quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com 
uma criança e eu. O velho, um bêbado esfarrapado, deitara‑se de comprido no banco, dirigira palavras 
amenas a um vizinho invisível e agora dormia. A mulher estava sentada entre nós, apertando nos braços 
a criança enrolada em panos. Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria a 
cabeça dava‑lhe o aspecto de uma figura antiga.
Pensei em falar‑lhe assim que entrei na barca. Mas já devíamos estar quase no fim da viagem e até 
aquele instante não me ocorrera dizer‑lhe qualquer palavra. Nem combinava mesmo com uma barca tão 
despojada, tão sem artifícios, a ociosidade de um diálogo. Estávamos sós. E o melhor ainda era não fazer 
nada, não dizer nada, apenas olhar o sulco negro que a embarcação ia fazendo no rio. Debrucei‑me na 
grade de madeira carcomida. Acendi um cigarro. Ali estávamos os quatro, silenciosos como mortos num 
antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo, estávamos vivos. E era Natal.
A caixa de fósforos escapou‑me das mãos e quase resvalou para o rio. Agachei‑me para 
apanhá‑la. Sentindo então alguns respingos no rosto, inclinei‑me mais até mergulhar as pontas 
dos dedos na água.
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LITERATURA BRASILEIRA: PROSA
— Tão gelada – estranhei, enxugando a mão.
— Mas de manhã é quente.
Disponível em: <http://www.releituras.com/lftelles_natal.asp>. Acesso em: 31 mar. 2014.
Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas que seguem:
I – Uma das características pós‑modernas presentes na narrativa de Lygia Fagundes Telles é o 
vocabulário rebuscado, especialmente o uso de hipérbatos.
II – No conto o narrador é em primeira pessoa.
III – Lygia Fagundes Telles dedicou‑se exclusivamente à produção do gênero conto.
Está correto o que se afirma apenas em:
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) II e III.
Resolução desta questão na plataforma.
166
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
IMAGES.JPG. Disponívelem: <http://is.gd/45h8hw>. Acesso em: 10 ago. 2011.
Figura 2
250PX‑CARAVAGGIO_‑_THE_INCREDULITY_OF_SAINT_THOMAS.JPG. Disponível em: <http://
pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Tom%C3%A9_(ap%C3%B3stolo)>. Acesso em: 10 ago. 2011.
Figura 3
781PX‑RUGENDAS_‑_RIO_PANAHYBA.JPG. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:
Rugendas_‑_Rio_Panahyba.jpg>. Acesso em: 5 ago. 2011.
Figura 4
20081027103712!INDEPEND%C3%AANCIA_OU_MORTE.JPG. Disponível em: <http://en.wikipedia.
org/wiki/File:Independ%C3%AAncia_ou_Morte.jpg>. Acesso em: 28 jul. 2011.
Figura 5
Les Criblueses de blé, 1854. Disponível em: <http://www.museedesbeauxarts.nantes.fr/lang/en/Accueil/
Collections/pid/14720> Acesso em: 9 ago. 2011.
Figura 6
At the Moulin Rouge: The Dance. Disponível em: <http://www.philamuseum.org/collections/
permanent/82776.html?mulR=26885|2>. Acesso em: 02 jul. 2011.
Figura 7
IMAGES?Q=TBN:AND9GCSDAEMT‑JQB7V9WB3SEATSRT3UVAY_UBFZWSNB_YVOJGVWAP7DTQ. 
Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=9326>. Acesso em: 
10 ago. 2011.
Figura 8
PABLO PICASSO’S LES DEMOISELLES D’AVIGNON.JPG. Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/
wallyg/563354141/>. Acesso em: 05 jul. 2011.
167
Figura 9
GIACOMO_BALLA%2C_SCULPTURAL_CONSTRUCTION_OF_NOISE_AND_SPEED_%281914‑1915%2C_
RECONSTRUCTED_1968%29.JPG. Disponível em: <http://hirshhorn.si.edu/dynamic/collection_images/
full/72.21.jpg>. Acesso em: 03 ago. 2011.
Figura 10
MUNCH_O_GRITO.JPG. Disponível em: <http://static.infoescola.com/wp‑content/uploads/2009/08/
munch_o_grito.jpg>. Acesso em: 06 ago. 2011.
Figura 11
URINOL_FONTE.JPG. Disponível em: <http://www.vivercidades.org.br/publique_222/web/cgi/cgilua.
exe/sys/start.htm?infoid=1253&sid=22&tpl=printerview>. Acesso em: 10 ago. 2011.
Figura 12
SALVADORDALI‑YOUNGVIRGINAUTOSODOMISEDBYHEROWNCHASTITY1954.JPG. Disponível em: 
<http://www.surrealists.co.uk/artistsimages/SalvadorDali‑Youngvirginautosodomisedbyherownchastity
1954.jpg>. Acesso em: 10 ago. 2011.
Figura 13
MD.0000030706.JPG. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/
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