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JECRIM - Juliano Yamakawa

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1 
 
 
JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS (LEI Nº 9.099/95) 
 
PRINCÍPIOS 
O	art.	62	da	Lei	nº	9.099/95	apresenta	os	princípios	que	orientam	o	processo	no	JECRIM.	
	
Art.	62.		O	processo	perante	o	Juizado	Especial	orientar-se-á	pelos	critérios	
da	 oralidade,	 simplicidade,	 informalidade,	 economia	 processual	 e	
celeridade,	 objetivando,	 sempre	 que	 possível,	 a	 reparação	 dos	 danos	
sofridos	pela	vítima	e	a	aplicação	de	pena	não	privativa	de	liberdade.		
	
Nesse	sentido,	é	possível	extrair	os	seguintes	princípios:	
	
	
	
IMPORTANTE 
	
Da	 leitura	 do	mencionado	 dispositivo	 legal,	 percebe-se	 que	 todos	 os	 princípios	 elencados	 são	
voltados	a	desburocratizar	o	procedimento	do	JECRIM,	priorizando	a	simplicidade	dos	procedimentos	
e	celeridade	do	andamento	processual.	
	
Nesse	sentido,	o	aluno	não	precisa	decorar	cada	um	dos	princípios	apresentados	no	dispositivo	
legal,	basta	associar	ao	binômio	SIMPLICIDADE/CELERIDADE.	
	
FINALIDADE 
É	no	art.	62	da	Lei	nº	9.099/95	que	constam,	também,	as	finalidades	do	JECRIM:	
PRINCÍPIOS
ORALIDADE
SIMPLICIDADE
INFORMALIDADE
ECONOMIA 
PROCESSUAL
CELERIDADE
 
 
 
 
2 
 
	
	
Sem	dúvidas,	a	Lei	do	JECRIM	priorizou	a	proteção	da	vítima,	buscando,	sempre	que	possível,	a	
reparação	dos	danos	sofridos	como	principal	meio	de	solução	do	conflito.	
	
Por	outro	lado,	é	bem	nítido	que	a	intenção	do	legislador	foi	encontrar	uma	solução	diversa	do	
encarceramento	do	 agente	 infrator,	 com	medidas	diversas	da	prisão	 como	 forma	de	 reprimenda	do	
ilícito	praticado.	
	
Não	é	por	outro	motivo	que	a	Lei	nº	9.099/95	trouxe	diversos	institutos	inéditos	para,	de	todas	as	
formas,	evitar	a	pena	privativa	de	liberdade,	inclusive,	algumas	vezes,	até	mesmo	o	processo	criminal.	
	
OBS: Ao estudar o JECRIM, tenha sempre em mente sua finalidade, lembre-se 
de que a intenção do legislador foi a reparação dos danos sofridos pela vítima e evitar 
a pena privativa de liberdade. 
	
INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO 
CONCEITO 
O	rito	processual	do	JECRIM	é	aplicável	às	infrações	de	menor	potencial	ofensivo.	
	
Por	isso,	o	art.	61	da	Lei	nº	9.099/95	apresenta	seu	conceito:	
	
Art.	61.		Consideram-se	infrações	penais	de	menor	potencial	ofensivo,	para	
os	 efeitos	 desta	 Lei,	 as	 contravenções	 penais	 e	 os	 crimes	 a	 que	 a	 lei	
comine	pena	máxima	não	superior	a	2	(dois)	anos,	cumulada	ou	não	
com	multa.	
	
	
	
É	 importante	 registrar	 que	 o	 conceito	 de	 infração	 de	 menor	 potencial	 ofensivo	 tem	 grande	
incidência	nos	concursos	públicos.	
	
FINALIDADE
Reparação 
dos danos 
Pena não 
privativa de 
liberdade
INFRAÇÕES DE 
MENOR POTENCIAL 
OFENSIVO
Crime com 
pena máxima 
não superior a 
02 anos
Contravenções 
penais
 
 
 
 
3 
 
	
DÚVIDA: O art. 28 da Lei de Drogas pode ser considerado infração de menor 
potencial ofensivo? 
	
A	resposta	é	SIM.	
	
O	art.	28	da	Lei	de	Drogas	tem	a	seguinte	redação:	
	
Art.	28.	Quem	adquirir,	guardar,	tiver	em	depósito,	transportar	ou	trouxer	
consigo,	para	consumo	pessoal,	drogas	sem	autorização	ou	em	desacordo	
com	 determinação	 legal	 ou	 regulamentar	 será	 submetido	 às	 seguintes	
penas:	
I	-	advertência	sobre	os	efeitos	das	drogas;	
II	-	prestação	de	serviços	à	comunidade;	
III	-	medida	educativa	de	comparecimento	a	programa	ou	curso	educativo.	
	
Segundo	a	jurisprudência	dos	Tribunais	Superiores,	é	possível	a	aplicação	dos	institutos	previstos	
na	Lei	nº	9.099/95	para	o	crime	de	posse	para	consumo.	
	
CONCURSO DE CRIMES 
O	concurso	de	crimes	ocorre	quando	o	agente	pratica	uma	ou	mais	condutas,	resultando	em	mais	
de	um	crime.	
	
São	 as	 modalidades	 de	 concurso	 de	 crimes:	 concurso	 material,	 concurso	 formal,	 e	 crime	
continuado.	
	
DÚVIDA: No caso de concurso de crimes, é possível aplicar a Lei nº 9.099/95 
se a soma dos crimes (em qualquer de suas modalidades) for superior a 02 anos de 
prisão? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
MUITO IMPORTANTE 
	
Segundo	 o	 STJ,	 não	 se	 aplica	 os	 institutos	 da	 Lei	 nº	 9.099/95	 (transação	 penal	 e	 suspensão	
condicional	do	processo)	quando	o	cálculo	das	penas,	em	qualquer	modalidade	de	concurso	de	crimes,	
supere	02	anos	de	prisão.	
	
FASE PRELIMINAR 
TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA (TCO) 
	
MUITO IMPORTANTE 
 
 
 
 
4 
 
	
Por	se	tratar	de	um	processo	simplificado,	não	se	exige	a	instauração	de	inquérito	policial	
na	fase	investigatória,	bastando	lavrar	o	termo	circunstanciado	de	ocorrência	(TCO).	
	
Art.	 69.	 A	 autoridade	 policial	 que	 tomar	 conhecimento	 da	 ocorrência	
lavrará	termo	circunstanciado	e	o	encaminhará	imediatamente	ao	Juizado,	
com	o	autor	do	fato	e	a	vítima,	providenciando-se	as	requisições	dos	exames	
periciais	necessários.	
	
DÚVIDA: O inquérito policial é proibido no JECRIM? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
É	importante	ressaltar	que	a	desnecessidade	do	inquérito	policial	não	impede	sua	instauração	no	
âmbito	do	JECRIM.		
	
Por	 exemplo,	 se	 a	 investigação	 de	 uma	 infração	 de	menor	 potencial	 ofensivo	 for	 complexa,	 a	
autoridade	policial	pode	optar	pela	instauração	do	inquérito	policial.	
	
PRISÃO EM FLAGRANTE E FIANÇA 
No	âmbito	do	JECRIM,	não	se	impõe	prisão	em	flagrante	e,	por	consequência,	não	se	arbitra	fiança.	
	
Art.	69,	Parágrafo	único.	Ao	autor	do	fato	que,	após	a	lavratura	do	termo,	
for	imediatamente	encaminhado	ao	juizado	ou	assumir	o	compromisso	de	a	
ele	 comparecer,	 não	 se	 imporá	 prisão	 em	 flagrante,	 nem	 se	 exigirá	
fiança.	 Em	 caso	 de	 violência	 doméstica,	 o	 juiz	 poderá	 determinar,	 como	
medida	de	cautela,	seu	afastamento	do	lar,	domicílio	ou	local	de	convivência	
com	a	vítima.			
	
Portanto:	
	
 
	
LAVRATURA DO TCO PELA PRF 
MUITO IMPORTANTE 
Trata-se	 de	 um	 tema	bastante	 polêmico,	mas	 que,	 no	 final	 de	 2020,	 foi	 pacificado	pelo	 CNJ	 e,	
posteriormente,	ratificado	pela	jurisprudência.	
	
TCO
Sem prisão 
em flagrante
Sem 
arbitramento 
de fiança
 
 
 
 
5 
 
Nesse	sentido,	na	sua	prova	da	PRF,	assinale	como	correta	a	afirmação	de	que	é	possível	
a	lavratura	de	TCO	por	policial	rodoviário	federal.	
	
	
COMPOSIÇÃO CÍVEL 
CONCEITO 
Após	 lavrado	 o	 TCO,	 será	 designada	 uma	 audiência	 preliminar	 para	 que	 as	 partes	 envolvidas	
busquem	uma	composição	cível,	ou	seja,	reparação	de	danos	à	vítima	da	infração	de	menor	potencial	
ofensivo.	
	
Art.	 72.	Na	 audiência	 preliminar,	 presente	 o	 representante	 do	Ministério	
Público,	 o	 autor	 do	 fato	 e	 a	 vítima	 e,	 se	 possível,	 o	 responsável	 civil,	
acompanhados	por	seus	advogados,	o	Juiz	esclarecerá	sobre	a	possibilidade	
da	composição	dos	danos	e	da	aceitação	da	proposta	de	aplicação	imediata	
de	pena	não	privativa	de	liberdade.	
	
Caso	as	partes	cheguem	em	um	acordo,	o	juiz	homologará	por	meio	de	uma	sentença	irrecorrível,	
que	terá	eficácia	de	título	executivo	cível.	
	
Art.	74.	A	composição	dos	danos	civis	será	reduzida	a	escrito	e,	homologada	
pelo	 Juiz	 mediante	 sentença	 irrecorrível,	 terá	 eficácia	 de	 título	 a	 ser	
executado	no	juízo	civil	competente.	
	
Portanto:	
	
	
	
TRANSAÇÃO PENAL 
CONCEITO 
Não	sendo	possível	a	composição	cível	e	feita	a	representação	pelo	ofendido,	o	Ministério	Público	
poderá	apresentar	proposta	de	transação	penal.	
	
Art.	 76.	 Havendo	 representação	 ou	 tratando-se	 de	 crime	 de	 ação	 penal	
pública	 incondicionada,	 não	 sendo	 caso	 de	 arquivamento,	 o	 Ministério	
COMPOSIÇÃO 
CÍVEL
Com a 
Vítima
Reparação 
dos danos
Sem efeito 
penal
 
 
 
 
6 
 
Público	poderá	propor	a	aplicação	imediata	de	pena	restritiva	de	direitos	
ou	multas,	a	ser	especificada	na	proposta.	
	
Portanto:		
	
	
DÚVIDA: Caso o agente aceite a composição cível ou a transação penal, haverá 
consequências (efeitos) penais em seu desfavor? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
É	 importante	 salientar	 que	 a	 transação	 penal	 aceita	 pelo	 infrator	 não	 gera	 efeitos	 penais	 ou	
extrapenais,	ou	seja,	não	se	trata	de	reconhecimento	de	culpa	ou	qualquer	tipo	de	confissão	por	parte	
do	acusado.	
	
Na	verdade,	é	exatamente	essa	característicaque	torna	os	dois	institutos	tão	interessantes	para	
quem	opta	por	sua	adesão.	
	
Por	exemplo,	imagine,	você,	concurseiro,	respondendo	por	uma	infração	penal	de	menor	potencial	
ofensivo,	caso	seja	condenado,	tal	informação	vai	constar	de	seus	assentos	pessoais	e,	certamente,	vai	
dificultar	seu	acesso	ao	cargo	público,	principalmente,	se	for	na	área	de	segurança	pública.	
	
Contudo,	 caso	 adira	 à	 composição	 cível	 ou	 transação	 penal,	 para	 todos	 os	 efeitos,	 você	 será	
considerado	primário.	
	
REQUISITOS 
A	 transação	 penal	 exige	 o	 preenchimento	 de	 requisitos	 previstos	 no	 art.	 76,	 §2º,	 da	 Lei	 nº	
9.099/95.	
	
§	2º	Não	se	admitirá	a	proposta	se	ficar	comprovado:	
I	 -	 ter	 sido	o	autor	da	 infração	condenado,	pela	prática	de	crime,	à	pena	
privativa	de	liberdade,	por	sentença	definitiva;	
II	-	ter	sido	o	agente	beneficiado	anteriormente,	no	prazo	de	cinco	anos,	pela	
aplicação	de	pena	restritiva	ou	multa,	nos	termos	deste	artigo;	
III	-	não	indicarem	os	antecedentes,	a	conduta	social	e	a	personalidade	do	
agente,	bem	como	os	motivos	e	as	circunstâncias,	ser	necessária	e	suficiente	
a	adoção	da	medida.	
TRANSAÇÃO 
PENAL
Com o 
Ministério 
Público
Pena restritiva 
de direitos ou 
multa
Sem efeito 
penal*
 
 
 
 
7 
 
		
Portanto:		
	
	
DÚVIDA: O Ministério Público é obrigado a apresentar proposta de transação 
penal? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
A	transação	penal	não	é	um	direito	subjetivo	do	acusado,	ou	seja,	cabe	ao	Ministério	Público,	num	
juízo	de	conveniência	e	oportunidade,	apresentar	a	proposta	de	transação	penal.	
	
DÚVIDA: O juiz é obrigado a homologar a proposta de transação penal para o 
agente primário e que não tenha utilizado a transação penal nos últimos 05 anos 
(incisos I e II do, §2º, do art. 76)? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
De	fato,	os	requisitos	dos	incisos	I	e	II	são	objetivos,	contudo,	o	inciso	III	afirma	que	o	juiz	deverá	
verificar	a	personalidade	e	conduta	social	do	agente,	dentre	outros	parâmetros,	que	possuem	nítido	
caráter	subjetivo.	
	
Dessa	forma,	caso	o	juiz	entenda	que	não	seja	o	caso	de	aplicação	da	transação	penal,	a	autoridade	
judicial	pode	deixar	de	homologar	o	acordo	de	transação	penal.	
	
TRANSAÇÃO PENAL E COISA JULGADA MATERIAL 
MUITO IMPORTANTE 
	
A	decisão	judicial	que	homologa	a	transação	penal	não	gera	coisa	julgada	material.	
	
	Assim,	caso	o	agente	descumpra	as	condições	impostas	na	transação	penal,	retorna-se	à	situação	
anterior,	permitindo	que	o	Ministério	Público	dê	prosseguimento	à	persecução	penal.	
	
REQUISITOS
NÃO pode ser 
reincidente
NÃO pode ter 
usado o 
benefício nos 
últimos 05 anos
Circunstâncias 
pessoais 
favoráveis
 
 
 
 
8 
 
	
	
Aliás,	tal	entendimento	é,	inclusive,	objeto	de	súmula	vinculante.	
	
Súmula	vinculante	35-STF:	A	homologação	da transação penal prevista	no	
artigo	76	da	Lei	9.099/1995	não	faz	coisa	julgada	material	e,	descumpridas	
suas	 cláusulas,	 retoma-se	 a	 situação	 anterior,	 possibilitando-se	 ao	
Ministério	 Público	 a	 continuidade	 da	 persecução penal mediante	
oferecimento	de	denúncia	ou	requisição	de	inquérito	policial.	
	
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO (SURSIS PROCESSUAL) 
CONCEITO 
Trata-se	de	instituto	previsto	na	Lei	nº	9.099/95,	que	permite	a	suspensão	do	processo,	por	um	
período	de	02	a	04	anos,	que	visa	apurar	crimes	cuja	pena	mínima	cominada	for	igual	ou	inferior	a	um	
ano.	
	
Art.	89.	Nos	crimes	em	que	a	pena	mínima	cominada	for	igual	ou	inferior	a	
um	ano,	abrangidas	ou	não	por	esta	Lei,	o	Ministério	Público,	ao	oferecer	a	
denúncia,	poderá	propor	a	suspensão	do	processo,	por	dois	a	quatro	anos,	
desde	que	o	acusado	não	esteja	sendo	processado	ou	não	tenha	sido	
condenado	 por	 outro	 crime,	 presentes	 os	 demais	 requisitos	 que	
autorizariam	a	suspensão	condicional	da	pena	
	
Portanto:	
	
	
	
TRANSAÇÃO 
PENAL 
NÃO gera 
coisa julgada 
material
SUSPENSÃO 
CONDICIONAL 
DO PROCESSO
SURSIS 
PROCESSUAL
Crimes com 
pena mínima 
igual ou inferior a 
um ano
Período de 
prova de 02 a 04 
anos
Agente não 
processado ou 
condenado por 
outro crime
 
 
 
 
9 
 
	
DÚVIDA: O requisito consistente em não ser processado criminalmente não 
ofende o princípio da presunção de inocência? 
	
A	reposta	é	NÃO.	
	
Segundo	 os	 Tribunais	 Superiores,	 o	 requisito	 trazido	 pela	 Lei	 nº	 9.099/95	 para	 concessão	 da	
suspensão	condicional	do	processo	não	viola	o	princípio	da	presunção	de	inocência.	
	
Trata-se	apenas	da	 impossibilidade	do	agente	se	valer	de	um	instituto	criado	para	aquele	que,	
isoladamente,	praticou	um	fato	delituoso.	
	
Para	todos	os	efeitos,	a	inocência	do	agente	só	será	afastada	após	a	sentença	condenatória	com	
trânsito	em	julgado.	
	
TRANSAÇÃO PENAL X SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO 
MUITO IMPORTANTE 
	
Os	crimes	que	admitem	a	suspensão	condicional	do	processo	não	são,	necessariamente,	infrações	
de	menor	potencial	ofensivo.	
	
Nesse	sentido,	a	sursis	processual	é	aplicável	aos	crimes	cuja	pena	mínima	seja	igual	ou	inferior	
a	01	(um)	ano.	
	
Dessa	forma,	é	possível	que	até	mesmo	um	crime	de	médio	potencial	ofensivo	admita	a	incidência	
da	 suspensão	 condicional	 do	 processo,	 como	 exemplo,	 o	 tipo	 penal	 do	 art.	 288	 do	 Código	 Penal	
(associação	criminosa).	
	
Art.	288.	 	Associarem-se	3	(três)	ou	mais	pessoas,	para	o	fim	específico	de	
cometer	crimes	
Pena	-	reclusão,	de	1	(um)	a	3	(três)	anos.	
	
Portanto:	
	
	
	
PERÍODO DE PROVA 
O	período	de	prova	consiste	num	estágio,	de	observação	(02	a	04	anos),	de	modo	a	verificar	se	o	
agente	irá	cumprir	as	condições	previstas	no	art.	89,	§1º,	da	Lei	nº	9.099/95.	
	
INFRAÇÃO DE 
MENO POTENCIAL 
OFENSIVO
Crimes com 
pena superior 
igual ou inferior 
a 02 anos
SUSPENSÃO 
CONDICIONAL DO 
PROCESSO
Crimes com 
pena mínima 
igual ou inferior 
a um ano
 
 
 
 
10 
 
§	1º	Aceita	a	proposta	pelo	acusado	e	seu	defensor,	na	presença	do	Juiz,	este,	
recebendo	a	denúncia,	poderá	suspender	o	processo,	submetendo	o	acusado	
a	período	de	prova,	sob	as	seguintes	condições:	
I	-	reparação	do	dano,	salvo	impossibilidade	de	fazê-lo;	
II	-	proibição	de	frequentar	determinados	lugares;	
III	-	proibição	de	ausentar-se	da	comarca	onde	reside,	sem	autorização	do	
Juiz;	
IV	 -	 comparecimento	 pessoal	 e	 obrigatório	 a	 juízo,	 mensalmente,	 para	
informar	e	justificar	suas	atividades.	
§	2º	O	 Juiz	poderá	especificar	outras	 condições	a	que	 fica	 subordinada	a	
suspensão,	desde	que	adequadas	ao	fato	e	à	situação	pessoal	do	acusado.	
	
DÚVIDA: Caso o agente descumpra as condições impostas na sursis 
processual, é possível revogá-la? Ou tal instituto faz coisa julgada material? 
	
A	reposta	é	SIM.		
	
Segundo	o	STJ,	caso	o	agente	descumpra	as	condições	impostas	durante	o	período	de	prova	da	
suspensão	condicional	do	processo,	o	benefício	poderá	ser	revogado.	
	
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO E O CONCURSO DE CRIMES 
Da	mesma	 forma	 que	 ocorre	 com	 a	 transação	 penal,	 não	 é	 possível	 a	 aplicação	 da	 suspensão	
condicional	do	processo,	caso	a	cálculo	da	pena,	sob	qualquer	modalidade	de	concurso	de	crimes,	supere	
o	limite	legal.	
	
Nesse	sentido,	as	seguintes	súmulas	dos	Tribunais	Superiores:	
	
Súmula	723-STF:	Não	se	admite	a	suspensão	condicional	do	processo	por	
crime	continuado,	se	a	soma	da	pena	mínima	da	infração	mais	grave	com	o	
aumento	mínimo	de	um	sexto	for	superior	a	um	ano.	
	
Súmula	243-STJ:	O	benefício	da	suspensão	do	processo	não	é	aplicável	em	
relação	 às	 infrações	 penais	 cometidas	 em	 concurso	 material,	 concurso	
formal	ou	continuidade	delitiva,	quando	a	pena	mínima	cominada,	seja	pelo	
somatório,	 seja	pela	 incidência	da	majorante,	ultrapassar	o	 limite	de	um	
(01)	ano.	
	
RECUSA DO MINISTÉRIO PÚBLICO EM OFERECER A SUSPENSÃO CONDICIONAL DO 
PROCESSO 
MUITO IMPORTANTE 
	
Nos	tópicos	anteriores,	foram	abordadas	as	principais	características	da	suspensão	condicional	
do	processo.	
	
Não	há	dúvidas	de	que	o	instituto	é	um	excelente	benefício	para	o	réu,	já	que,	uma	vez	cumprido	
o	período	de	prova,	teráextinta	sua	punibilidade.	
	
Diante	disso,	indaga-se:	qual	seria	a	consequência	jurídica	caso	o	Ministério	Público	deixasse	de	
ofertar	a	suspensão	condicional	do	processo?	
 
 
 
 
11 
 
	
DÚVIDA: O juiz pode suprir, ou seja, pode ofertar a suspensão condicional do 
processo, caso o Ministério Público se recuse a oferta-la? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
A	principal	consequência	de	tal	conclusão	é	que	a	suspensão	condicional	do	processo	não	é	um	
direito	subjetivo	do	réu.	
	
Na	verdade,	trata-se	de	um	poder-dever	do	Ministério	Público	e,	assim,	caso	o	juiz	discorde	da	
recusa	ministerial,	deve	remeter	a	questão	ao	Procurador-Geral	de	Justiça,	aplicando-se	por	analogia	o	
art.	28	do	CPP.	
	
Súmula	696-STF:	Reunidos	os	pressupostos	legais	permissivos	da	suspensão	
condicional	do	processo,	mas	se	recusando	o	Promotor	de	Justiça	a	propô-
la,	o	Juiz,	dissentindo,	remeterá	a	questão	ao	Procurador-Geral,	aplicando-
se	por	analogia	o	art.	28	do	Código	de	Processo	Penal.	
	
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
MUITO IMPORTANTE 
Segundo	 o	 entendimento	 sumulado	do	 STJ,	 não	 é	 possível	 aplicar	 a	 suspensão	 condicional	 do	
processo	para	os	crimes	praticados	com	violência	doméstica	e	familiar	contra	a	mulher.	
	
Súmula	 536-STJ:	 A	 suspensão	 condicional	 do	 processo	 e	
a	transação	penal	não	se	aplicam	na	hipótese	de	delitos	sujeitos	ao	rito	da	
Lei	Maria	da	Penha.	
	
PROCEDIMENTO NO JECRIM 
Ao	apreciar	todos	os	institutos	benéficos	ao	infrator	que	constam	na	Lei	nº	9.099/95,	percebe-se	
que	a	intenção	do	legislador	foi	evitar	o	processo	criminal	e	a	aplicação	da	pena,	prestigiando	a	rápida	
solução	do	conflito	com	a	reparação	dos	danos	à	vítima,	sempre	que	possível.	
	
Para	 facilitar	 a	memorização	 do	 procedimento	 adotado	 no	 âmbito	 do	 JECRIM,	 apresenta-se	 o	
seguinte	esquema.	
	
 
TERMO 
CIRCUNSTANCIADO
AUDIÊNCIA 
PRELIMINAR COMPOSIÇÃO CÍVEL
TRANSAÇÃO PENALSURSIS PROCESSUALPROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
SENTENÇA 
CONDENATÓRIA

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