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Avaliação psicológica

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O conceito de avaliação psicológica : “disciplina da psicologia científica que se ocupa da exploração e análise do comportamento (nos níveis de complexidade que se estime oportuno) de um sujeito humano (ou grupo especificado de sujeitos) com objetivos básicos ou aplicados (descrição, diagnóstico, seleção/previsão, explicação, mudança) através de um processo de tomada de decisões no qual se contemplam a aplicação de um conjunto de dispositivos, testes e técnicas de medida ou avaliação”. 
Avaliação Psicológica: estudo científico do comportamento de um sujeito ou grupo de sujeitos.
A evolução histórica da avaliação psicológica
Autores 
Galton (1822-1911):
· Inteligência é inata,
· Interesse pela análise quantitativa (antropométrica) das características e diferenças humanas;
· Menor inteligência -> dificuldade em discriminar temperatura e dor;
· Princípio “As diferenças individuais podem ser explicadas de forma adequada se forem conceptualizadas como contínuos quantitativos que seguem a distribuição de Gauss”;
· Recolha sistemática de dados empíricos (mais 9 mil suj.);
· Aplicação da estatística para interpretar a informação.
Mckeen Cattell (1861-1934)
· 1900: Utiliza pela 1.a vez o termo “teste” no artigo “Mental tests and measurement”;
· Constrói a 1.a bateria de testes psicológicos;
· Problemas de validade dos seus testes: baixa correlação com as classificações escolares e outros testes semelhantes;
· Abandona esta linha de investigação. Centra-se na avaliação de processos psicológicos básicos em contexto laboratorial. 
Binet (1857-1911)
· Avaliação em 3 eixos: médica, pedagógica e psicológica;
· Interesse pelo estudo da inteligência humana- deve ser avaliada a partir de tarefas que impliquem uma heterogeneidade de processos mentais complexos e não através de processos sensoriomotores;
· Princípios: tarefas devem ser simples, devem requerer pouco tempo para a sua aplicação, sejam independentes do avaliador e devem permitir que os seus resultados sejam contrastados por outros observadores;
· Constrói a 1.a escala de inteligência em colaboração com Simon (1905) – problemas compreensão/raciocínio;
· Em 1908 publica a 2.a versão da escala Binet-Simon. Inclui séries de 5 itens agrupados por idades. A idade mental corresponde à série mais elevada resolvida de forma correta pela criança;
· A idade mental é comparada com a idade cronológica, permitindo concluir se a evolução da criança é normal, atrasada ou avançada,
· Em 1916, é publicada a “Escala Stanford-Binet”. É utilizado pela 1.a vez o conceito de Quociente de Inteligência (razão entre a idade mental e a idade cronológica);
· Ao contrário de Galton, pensava que a inteligência era “social”;
· Problemas das suas escalas à luz atual:
· Não se demonstrou que os K avaliados fossem representativos do que se pretendia avaliar (capacidade intelectual);
· Normatização das pontuações com base em amostra não representativo;
· Uso da idade cronológica para graduar a idade mental (implícito: a cada 12 meses há́ mudança na capacidade intelectual?);
· Suposição que todas as crianças têm um desenvolvimento normativo (igual ao do grupo de referência).
 Spearman (1863-1945)
· Utilização dos métodos correlacionais na investigação da inteligência;
· Preocupa-se em perceber as razões para as baixas correlações entre distintos testes de inteligência e formula a teoria do fator G (fator geral vs específicos);
· Publica em 1904 “General intelligence, objectively determined and measured”;
· Bases da teoria psicométrica 
Freud (1856-1939)
· Desenvolvimento de um enfoque de diagnóstico baseado nas técnicas de associação;
· Fundamento para o diagnóstico dinâmico que se virá a desenvolver na década de 30, com o uso das técnicas projetivas.
Desenvolvimento da avaliação psicológica até à I Guerra Mundial 
Construção e aperfeiçoamento das provas de Binet-Simon, tradução das mesmas, aparecimento do conceito de Quociente Intelectual. Importância crescente da educação resultante da entrada em vigor de legislação que torna a escolaridade obrigatória. Este alargamento aumenta o interesse da avaliação psicológica em contexto educativo. Desenvolvimento de metodologias decorrentes dos trabalhos de Pearson e Spearman que lançam os fundamentos da psicometria. 
I Guerra Mundial 
APA - Nomeia um comité responsável por analisar o contributo da psicologia. Preocupação: mostrar que a psicologia pode ter uma vertente aplicada muito importante.
Problema: Seleção dos soldados. Necessidades de provas coletivas. 
Provas construídas: Army Alpha Test; Army Beta Test
Implicações:
· O psicólogo é um profissional qualificado para resolver problemas da vida real;
· Aperfeiçoamento da metodologia de construção de testes e constituição de um banco de dados (N=1.500.000);
· Generalização da avaliação a outros campos (indústria, clínica);
· Consolidação da aplicação de testes e a criação da associação “Psicólogo aplicador de testes”.
Período entre as duas guerras mundiais 
Expansão: Universalização da avaliação psicológica a vários contextos e áreas (inteligência, aptidões, motricidade, interesses, personalidade, ...).
Dissociação
· Crescimento do modelo psicométrico: 
· 1927- Inventário de Interesses Vocacionais de Strong; 
· Thurstone (1935) – Primary Mental Abilities;
· Teste Gestáltico de Bender;
· 1939 Wechsler-Bellevue Intelligence Scale.
· Crescimento da avaliação clínica de enfoque projetivo
· 1921 – Teste de Rorschach;
· 1935 – Teste de Aperceção Temática;
· 1939 (Frank) – Métodos projetivos são “caracterizados por usar um material com uma estrutura mínima e nas quais o sujeito estrutura esse material projetando nesta estruturação o seu modo pessoal de ordenar a realidade”;
· 1936- União Soviética
· Proibida a construção e utilização de testes;
· Elaboração de procedimentos experimentais de avaliação de processos básicos (memória, perceção, atenção) e complexos (pensamento, compreensão e abstração).
II Guerra Mundial 
Incremento na construção e aplicação de testes
· EUA: Army General Classification Tests (leitura, vocabulário, aritmética e relações espaciais);
· Exército Britânico: Matrizes Progressivas de Raven/ Teste dos Dominós;
· Anos 40: Publicação do MMPI- Minnesota Multiphasic Personality Inventory-Avaliação da inteligência- avaliação da personalidade.
Época pós II Guerra Mundial 
· Emigração de psicólogos da Europa para os EUA;
· Desenvolvimento da Psicologia nos EUA;
· Necessidade de avaliação individual e de reabilitação (integração dos soldados na vida civil);
· Crise na avaliação psicológica:
· Abuso e uso indiscriminado dos testes;
· Questionamento da eficácia preditiva;
· Desejabilidade social dos questionários de personalidade;
· Pouca utilidade dos testes para a intervenção psicológica;
· Métodos projetivos questionados do ponto de vista de fidelidade e validade;
· Aspetos positivos: Refinamento nos procedimentos de validação dos testes e recomendações para a elaboração de testes 
Década de Sessenta: Movimento antitestes:
· Limitações dos testes (conceptuais, metodológicas e humanas);
· Abusos resultantes de uma aplicação indiscriminada e inadequada;
· Reação defensiva da sociedade face a sentimentos de invasão de privacidade (personalidade);
· Uso dos resultados;
· Proibição de aplicação de testes no Estado da Califórnia e nas escolas da cidade de Nova York 
Meados Séc. XX - Avaliação Comportamental
· Inutilidade dos testes psicométricos, projetivos e dos sistemas de classificação;
· Enfâse nos aspetos observáveis;
· Avaliação e tratamento intimamente relacionados;
· Consolidação na década de setenta. 
Anos 80-Questionamento da avaliação comportamental 
Imperfeição das técnicas de avaliação comportamental: Ausência de acordo entre diferentes medidas do mesmo comportamento; Dificuldades no uso de algumas medidas na prática; Proliferação de procedimentos não estandardizados.
Desenvolvimentos Posteriores 
Interesse pelo sujeito “normal”; Interesse pela prevenção da doença; Diversificação do campo de ação (neuropsicologia, avaliação do tráfego e da segurança rodoviária,psicologia do trabalho e das organizações, psicologia da justiça, avaliação de programas de intervenção); Inclusão da psicologia nos serviços sociais (psicologia comunitária): abordagem de grupo/ponto de vista social.
Tendências Atuais 
· Necessidade de fundamentação teórica da avaliação psicológica, com a eliminação da ideia de que a avaliação psicológica é sinónimo de aplicação de testes;
· Necessidade de integração de diversas técnicas e instrumentos;
· Recuperação da confiança nos testes;
· Aumento da relevância das variáveis biológicas;
· Cresce uma visão evolutiva da avaliação;
· Expansão da avaliação a novos âmbitos (ambientes e organizações);
· Enfâse na relação entre avaliação e tratamento;
· Utilização dos computadores na avaliação;
· Consideração das repercussões sociais da avaliação e das garantias éticas. 
O processo de avaliação psicológica 
Processo correlacional (descritivo) 
1. Fase: Recolha de informação sobre o caso
a. Especificar o pedido e fixar objetivos para o caso;
b. Especificar as condições históricas e atuais potencialmente relevantes (biológicas, sociais e ambientais).
2. Fase: Formulação de hipóteses e dedução de enunciados verificáveis:
a. Em função das observações da fase anterior; conhecimento sobre a problemática:
i. Quantificação: em que medida se dá o fenómeno?
ii. Semelhança: k semelhantes aos de determinada categoria (ex: PHDA)?
iii. Associação preditiva: as condutas permitem estabelecer predições apoiadas em associações contrastadas empiricamente?
iv. Relação funcional/explicativa: causas para o problema... baseados na verificação da associação preditiva.
3. Fase: Contrastação inicial
a. Aplicação de técnicas;
b. Elaboração de resultados (inclui conversão para dados normalizados);
c. Se hipóteses não verificadas.... Volta-se à fase 2.
4. Fase: Resultados: descrição, classificação, predição e tomada de decisões:
a. Informar sobre os resultados pertinentes que deem resposta aos objetivos e metas propostas;
b. Pode reduzir-se a descrição/classificação do sujeito;
c. Pode implicar predições sobre a conduta;
Fim Do Processo No Método Correlacional 
Processo experimental 
5. Fase: Formulação de hipóteses funcionais:
a. Estabelecer os dispositivos de medida que atuarão como VD (mudança);
b. Seleção e medição da VI a manipular;
c. Seleção das técnicas de manipulação das VI ou seja, da intervenção a aplicar.
6. Fase: Tratamento: recolha de dados pertinentes e hipóteses de aplicação do tratamento
a. Selecionar o design de intervenção;
b. Seleção e aplicação das técnicas de avaliação e controlo de possíveis variáveis contaminadoras ou estranhas (ex: expectativas dos sujeitos);
c. Avaliação contínua do progresso.
7. Fase: Contrastação de hipóteses e avaliação da intervenção:
a. Nova avaliação dos comportamentos-alvo a fim de perceber se as metas foram alcançadas;
b. Verificação - os dados suportam as hipóteses iniciais?;
c. Avaliação da eficácia da intervenção.
8. Fase: Resultados:
a. Informação ao sujeito ou outros sobre os resultados obtidos.
9. Fase: Seguimento (follow-up) 
A avaliação psicológica e a prática do psicólogo 
Psicólogo é profissional altamente especializado, capaz de: 
1. Compreender e interpretar o pedido de avaliação
a. Dimensão implícita e explícita;
b. Quem pede ajuda e porquê?;
c. Qual é o sentido e motivo da avaliação? 
2. Determinar o contexto da avaliação:
a. Avaliação em contexto forense, clínico, etc.
3. Estabelecer uma relação e conduzir uma entrevista:
a. O que perguntar? Como fazê-lo?
b. Selecionar as informações relevantes;
c. Observar o K do cliente;
d. Delinear hipóteses e selecionar os instrumentos de avaliação 
4. Administrar, cotar e interpretar os resultados de uma grande variedade de testes:
a. Conhecer as suas finalidades e avaliar as suas propriedades psicométricas.
5. Dominar as teorias do desenvolvimento e da personalidade, ter conhecimentos relevantes de psicopatologia e noções de neuropsicologia;
6. Interpretar as pontuações dos testes e integrar os resultados com outras informações:
a. Responder às questões levantadas pelo pedido de avaliação;
b. Reformular as hipóteses iniciais, se necessário.
7. Desenhar planos de intervenção e escrever um relatório integrador, evitando o jargão;
8. Conhecer os estatutos éticos e legais que regulamentam a sua prática.
Outras considerações:
· Deve ter em conta que o resultado da avaliação psicológica é situado temporalmente;
· Deve ponderar as consequências que a avaliação vai ter na vida do cliente;
· Deve equacionar fatores culturais a serem tidos em conta no processo de avaliação;
· Deve vigiar os seus preconceitos, estereótipos, etc. 
Aproximação nomotética 
· Desenvolvimento de leis científicas gerais, através da descoberta de semelhanças entre os fenómenos;
· Na psicologia: psicometria, média da população, predição através de deteção de tendências;
· Na avaliação psicológica: dados quantitativos, resultados dos testes 
Aproximação Ideográfica
· Identificação das características únicas do fenómeno;
· Na psicologia: design de caso único, descrição informal e qualitativa, estudos de caso;
· Na avaliação psicológica: dados individuais e qualitativos, julgamento clínico 
Exemplo: Criança referenciada por problemas de ajustamento comportamental e emocional 
Observação:
Observação do K da criança em contexto – IDIOGRÁFICO
K da criança é contrastado com o dos pares – NOMOTÉTICO
Instrumentos de autorrelato e rating Scales
Analise qualitativa dos itens para perceber especificidades na criança – IDIOGRÁFICO
Cálculo de percentis – NOMETÉTICO 
A avaliação psicológica e a investigação 
Avaliação psicológica é meio e é objeto da investigação;
Resumo de 125 meta-análises e 800 amostras de estudos com avaliação psicológica multimétodo (Meyer et al., 2001):
· A validade dos testes psicológicos é forte e convincente;
· A validade dos testes psicológicos é comparável à dos testes médicos;
· Distintos métodos de avaliação fornecem fontes únicas de informação;
· Profissionais que confiam apenas nas entrevistas sujeitam-se a um entendimento incompleto do caso. 
Avaliação Multi-método, Multi-fonte e Multi-contexto
Avaliação multimétodo aumenta a validade da avaliação, diminuindo a variância devida a erro. 
Modelos de Avaliacao Psicologica
Abordagem psicométrica
Origem: Final do séc. XIX; Expoente: década 50-60 (séc. XX); Autores de referência: Galton, Binet e Cattell.
Objetivo: Estudo científico da inteligência; descrição e predição da conduta.
Características: 
· A inteligência é uma habilidade mental inata, fixa, abstrata e geral;
· O comportamento é função de variáveis organísmicas do sujeito (ação das diferenças individuais);
· As diferenças individuais são estáveis no tempo e contextos. É possível proceder a previsões para o comportamento futuro dos sujeitos;
· Procura avaliar-se de que modo é que as pessoas diferem entre si ao nível de um conjunto de características, bem como determinar a causa dessas diferenças e de que forma essas diferenças se distribuem na população;
· Apoia-se em instrumentos (testes psicológicos estandardizados) que têm por objetivo avaliar (indiretamente) as diferenças individuais e analisar a forma como se encontram distribuídas por uma amostra representativa da população;
· Tendo por base a pontuação do sujeito, é possível situá-lo em relação à população. 
Designações associadas:
· Correlacional: referencia às estatísticas usadas. Sustentada na análise fatorial;
· Psicométrico - Centrado na medição psicológica;
· Diferencial - Centra-se nas diferenças individuais;
· Modelo do Atributo - Enfatiza as variáveis que são objeto de estudo, as quais são intrapsíquicas. 
Métodos de avaliação
· Testes individuais: ex. escalas de inteligência de Wechsler;
· Testes coletivos: ex. Matrizes progressivas de Raven.
Abordagem Comportamental
Origem: Meados séc. XX; Dominância do positivismo; Autores de referência: Watson, Skinner, Bandura.
Características: Rejeição do internalismo, subjetivismo e internalização. Defesa da objetividade. 
Persupostos
· Operacionalizaçãoe objetivismo: O comportamento humano é descrito em unidades discretas, objetivas e observáveis;
· Regulação da aprendizagem: Todo o comportamento pode ser explicado com base nos princípios e nas leis da aprendizagem. Uma vez identificados, podem ser generalizados para vários sujeitos, contextos e situações;
· Determinismo extremo: O comportamento depende das variáveis externas e contextuais e não das variáveis internas;
· Conceito de personalidade: Padrões de respostas ou comportamentos e não um traço latente;
· Inferências: prática mais descritiva do inferencial. O objetivo da avaliação psicológica é a compreensão e modificação de comportamentos disfuncionais diretamente observáveis (análise EORC- estímulo, organismo, resposta, consequências.);
· Variabilidade do comportamento: Os Estados variam em função das situações;
· Procedimento experimental: a procura das causas e dos fenómenos de manutenção é feita através do método experimental;
· Articulação avaliação e intervenção: avaliação centrada na recolha de dados e na formulação de hipóteses sobre a interação indivíduo-meio, no controlo de mudanças nas variáveis dependentes (respostas) e independentes (stressores ambientais) E finalmente no estabelecimento de uma relação entre todas estas variáveis e nas queixas do individuo. Esses alimentos constituem o foco do treino da intervenção visando a modificação do comportamento;
Métodos de Avaliação
1. Diretos:
a. Autoavaliação: O sujeito é ensinado a utilizar técnicas de auto-observação ou de auto-registo na descrição do seu comportamento Objetivo: Estabelecer uma “linha de base”. Caracterizar os aspetos antecedentes, concomitantes e consequentes a um comportamento específico;
b. Observação direta: Registo direto do comportamento; Registo de acontecimentos críticos ou incidentes importantes; Aspetos contemplados: o comportamento, agentes e alvos, contexto.
2. Indiretos:
a. Entrevista: Obtenção de informação precisa no sentido da modificação do comportamento;
b. Listas de verificação de comportamentos (checklists): Listas descritivas de comportamentos diretamente observáveis; Regista-se a presença/ausência de um dado comportamento, não se considerado o grau (intensidade, frequência);
c. Escalas de avaliação (ratin/ranking scales): Resposta usando uma escala graduada de pontos Apreciação quantitativa da presença de um dado comportamento, numa escala de pontos (rating) ou numa escala de ordenação (ranking). 
Abordagem Cognitiva
Origem: meados séc. XX; Dominância do positivismo 
Características: Baseada nos trabalhos da psicologia experimental e nos estudos da psicologia social cognitiva. 
Princípios genéricos:
· A atividade cognitiva influência o comportamento;
· A atividade cognitiva pode ser monitorizada e modificada;
· As alterações comportamentais desejadas podem ser conseguidas através de mudanças cognitivas.
Pressupostos
· O organismo humano responde primordialmente às representações cognitivas sobre o seu meio e não diretamente ao meio;
· A maior parte da aprendizagem humana é mediada cognitivamente;
· Os pensamentos, sentimentos e comportamentos são causalmente interativos - Variáveis cognitivas não são VD como no modelo psicométrico, mas VI (E-C-R).
Métodos de Avaliação:
· Métodos de registo: O cliente deve registar os seus pensamentos de modo espontâneo;
· Pensamento em voz alta: O cliente é solicitado a verbalizar todos os pensamentos que lhe passam pela cabeça;
· Discurso interno: O cliente regista o diálogo ou monólogo interno por ele mantido por um determinado período de tempo ou no contexto do seu confronto como uma determinada atividade;
· Método de endosso: confrontação da pessoa com um conjunto de itens ou questionários que permitem avaliar o nível/ grau de determinadas dimensões cognitivas em função de perturbações específicas. Ex: questionário de autorrelato para as disfunções de ansiedade, disfunções de depressão, problemas conjugais e desordens alimentares;
· Métodos de produção: O método mais conhecido ela de pensamento, que se processa em duas fases: Na primeira o cliente regista os seus pensamentos para uma terminada situação no contexto particular de modo proceder na fase seguinte, a categorização dos pensamentos de acordo com diversas dimensões.
Confronto de Modelos 
Psicométrico 
· K determinado por atributos internos;
· Respostas são indicadores de características subjacentes;
· K é consistente e estável devido às K depende da situação ou da interação dimensões externas do sujeito;
· Inconsistência teste-reteste é erro de medida;
· Avaliação indireta;
· Os itens não têm especificidade: descrições gerais da conduta;
· Enfâse na validade de critério e constructo;
· Avaliação pré-estabelecida; baterias de testes;
· Relação com intervenção, quando existe, é indireta;
· Menores custos (avaliador e avaliado).
(Cognitivo)-Comportamental
· K determinado por variáveis ambientais atuais e “organismo”;
· Respostas são amostras de K;
· K depende da situação ou da interação pessoa-situação;
· A estabilidade do K consegue-se com a estabilidade dos estímulos;
· Avaliação direta;
· Itens são específicos do contexto;
· Enfâse na validade de conteúdo;
· Avaliação ideográfica;
· Relação direta e contínua entre avaliação e intervenção;
· Maior custo (avaliador e avaliado).
Confluência de modelos
Adoção de uma postura eclética, i.e. utilizar qualquer técnica que possa ser útil na prática, independentemente do modelo teórico de partida. Adoção de uma postura integradora (e.g., aplicação dos princípios psicométricos às técnicas do modelo comportamental). Adoção de uma postura interdisciplinar, com especialização e colaboração entre distintos modelos.
Tipologias De Classificação De Instrumentos
Os instrumentos de avaliação englobam o conjunto de procedimentos, tarefas e medidas “que um investigador pode utilizar como fonte legítima de dados acerca de um sujeito. Conjunto de procedimentos que, derivados das técnicas metódicas, permitem a obtenção concreta de informação e de dados” 
Questionários: Incluem um conjunto estruturado de questões abertas, dicotómicas, formato likert, ordenação. Avaliam: factos (morada, idade, sexo, estado civil), atitudes, opiniões, valores. Limitações: desejabilidade social e pouca precisão na informação fornecida).
Testes: Medida objetiva e padronizada de uma amostra de comportamentos, que permite medir diferenças entre sujeitos, ou entre as reações de um mesmo sujeito em situações distintas. Consiste num procedimento que, não só́, permite observar de forma sistemática comportamentos, como também descrevê-los através da ajuda de escalas numéricas ou categorias estabelecidas. Características: Amostra comportamental, de um possível conjunto de comportamentos que permite avaliar determinado constructo e predizer alguma consequência; A amostra comportamental deve ser, sempre, obtida sob as mesmas condições, ou seja, sob os mesmos estímulos e instruções, bem como sob procedimentos de pontuação e interpretação consistentes; Proporcionar informação quantitativa acerca do comportamento, de modo a que os resultados sejam claramente observáveis e verificáveis por qualquer sujeito. Critérios De Classificação De Testes: Conteúdo (funções psicológicas que pretendem ser avaliadas como o pensamento, linguagem, perceção, memória, emoções, motivação) Material (papel e lápis, manipulação), População alvo (crianças, adultos), Aspetos formais (modo de aplicação, coletivo/individual) e tipos de resposta), Tipos de realização (máxima, habitual) e Tipificação (referenciando normas, referenciando critérios). Limitações: Devem ser tidas em conta as suas propriedades psicométricas; Fornecem informação limitada sobre a forma como os indivíduos aprendem (processo vs produto); Podem ser influenciados pela motivação, cansaço, ansiedade. 
Inventários: técnicas de avaliação da personalidade. É pedido aos sujeitos que descrevam os seus sentimentos, pensamentos, atitudes, interesses, sintomas e bem-estar. Resposta: dicotómica, format likert.
Escalas: Construção baseada nos princípiosda psicometria. Inclui um conjunto de itens cujas respostas se classificam e combinam de modo a produzir uma nota nessa mesma escala.
Observação: Permite quantificar o comportamento espontâneo dos sujeitos no momento em que este ocorre e no contexto natural, sem introduzir elementos de distorção. Limitação: presença do observador pode alterar os comportamentos.
Auto-observação: O sujeito que observa e regista as vezes em que ocorrem determinado comportamento (ações motoras externas e aspetos cognitivos internos); Diário de comportamento, Registo de frequências, Amostragem no tempo, Procedimentos mecânicos de auto-registo.
Grupos Focais: Incluiu um grupo de discussão informal e de tamanho reduzido (7 a 10 pessoas). Os sujeitos são recrutados tendo por base a semelhança demográfica, atitudinal, comportamental, ou outra, reunidos com o propósito de obter informações de carácter qualitativo em profundidade. A discussão é moderada por um moderador treinado. 
Entrevista: É a técnica que permite através do contacto cara a cara com o/os entrevistado (s) obter informação com alguma finalidade pré-estabelecida, baseando-se tanto no comportamento verbal como não verbal”. Principal limitação: obtenção de informação do ponto de vista do informante.
Entrevista
Características
· Adapta-se a qualquer contexto (clínico, escolar, trabalho, etc.);
· Pode diferir no grau de estruturação, adaptando-se a cada caso;
· Participação pessoal do avaliador (vantagens e desvantagens) Permite registar a comunicação não verbal;
· Técnica que guia todo o processo de avaliação: primeira a aplicar-se e que permite estabelecer as primeiras hipóteses;
· Utilização longitudinal: presente ao longo de todo o processo de av/int;
· Requer reunião, cara a cara, entre pelo menos duas pessoas;
· Tem um propósito/finalidade, que a diferencia da “conversa informal”;
· Distribuição de papéis: uma parte pretende informação, a outra fornece-a (relação hierárquica ou assimétrica);
· Influência recíproca;
· Foco no intercâmbio verbal, com observação do K não verbal
Vantagens e Limitações da entrevista
Vantagens: 
A relação Interpessoal: permite ao sujeito ser recebido, compreendido, ouvido com o valoe empático e emocional que isso encarrega.
Flexibilidade: O entrevistador pode adaptar-se ao sujeito, solicitando esclarecimentos, avançar ou recuar, aprofundar, de acordo com as necessidades do caso.
Possibilidade de observação: o entrevistador tem oportunidade para observar o comportamento do entrevistado, podendo também observar as relações entre comportamento verbal e o comportamento não verbal.
Possibilidade de registar grandes quantidades de informação: informação esta que pode ser variada, nomeadamente subjetiva (acesso a pensamentos, emoções e. outros objetos/aspetos de subjetividade) e informação de natureza biográfica (anamnese e historia vital, situação atual de vida e perspetivas futuras).
Possibilidade de avaliar pessoas que não puderam ser avaliadas por outro tipo de instrumentos.
Limitações
Custo relativamente alto: investimento de tempo e esforço do entrevistador (incluindo a sua preparação) , quando apropriado ao entrevistado, despesas de viagens e outras. 
A intreferencias de viés: Podem ter origens variadas, nomeadamente o entrevistador, o entrevistado, a situação, a relação, sendo que estes podem ter um impacto serio na qualidade das informações recolhidas.
Tipos de estruturação
Não estruturada- O entrevistador decide quais as áreas que pretende explorar, bem como a formulação das questões e o seu registo. Vantagens: Adaptação caso a caso e experiência do avaliador. Desvantagens: Risco de não recolher informação sobre áreas relevantes, áreas sobrevalorizadas (orientação do avaliador) e dificuldades no acordo inter-entrevistador (fidelidade). 
Estruturada- O grau de estruturação pode referir-se à especificação a priori das áreas a explorar ou à sequência e forma como se formulam as questões. Entrevista totalmente estruturada. Vantagens: Entrevistador não introduz variações (fidelidade). Desvantagem: ausência de flexibilidade 
Semiestruturada: O entrevistador possui um guião relativo a áreas que deve explorar obrigatoriamente; no entanto, possui liberdade para decidir a forma de abordar as questões, a sua sequência, o seu grau de generalidade. Vantagens: Equilibra as vantagens da flexibilidade e a relativa perda de fidelidade.
Classificação em função da finalidade 
1. Investigação;
2. Intervenção: 
a. Entrevista inicial - A identificação do sujeito e do problema que o levou a procurar ajuda;
b. Entrevista anamnésica - visa a reconstrução dos aspetos de vida mais marcantes do sujeito, fazendo referência à evolução do problema que apresenta na atualidade;
c. Entrevista de planificação que corresponde a uma sessão com o sujeito na qual se abordam as possibilidades de desenvolvimento da intervenção, objetivos a alcançar, estratégias terapêuticas a utilizar;
d. Entrevista terapêutica - o objetivo ultrapassa a obtenção de informação para se alargar ao desenvolvimento da terapia 
Fases da Entrevista
1. Preparação: Flexibilidade ≠ improvisação contínua; O que se vai avaliar? Dominar as variáveis que irão ser tratadas. Examinar a informação que já se possui. Planificar a entrevista (esboço, tendo em conta o tempo disponível);
2. Fase inicial: Apresentação breve: aspetos entrevistador, entrevistado, situação, processo que se vai desenvolver e objetivos. Esclarecimento de expectativas. Elaborar um “contrato” sobre como se processará a entrevista: assegurar a confidencialidade e garantir o compromisso. Pode levar à referenciação para outro serviço;
3. Corpo: Fase inicial, aberta, facilitadora. Fase média: especificação e clarificação dos tópicos. Fase final: síntese e confrontação. Perguntas abertas---fechadas. Problema e outras informações preliminares leva que seja necessária a descrição “topográfica” dos comportamentos problemáticos; Descrição do que os acompanha nomeadamente das circunstâncias em que apareceram, os aspetos transversais (circunstâncias atuais e variáveis organísmicas), os aspetos longitudinais (condições ambientais passadas, fatores biológicos, projetos e expetativas). Poder-se-á passar à formulação de hipóteses funcionais; Recomendações para entrevistas pouco estruturadas: Não fazer nenhuma pergunta sem saber porquê e evitar distorções, manipulações e “profecias auto-cumpridas”: fazer perguntas de “verificação” e “falsificação” das hipóteses; Registo da informação: tomada de notas durante a entrevista ou registo à posteriori? Pedir autorização para tomar notas e explicar a importância. Gravações (salvaguardar questões éticas; tempo para a sua análise e transcrição; K não verbal);
4. Conclusão: Fazer um resumo da informação com o entrevistado (ambiguidades, info incompleta, etc.) Orientar a conversa para o futuro: Visão que a pessoa tem para o futuro e expectativas e tarefas que a pessoa deve realizar até ao próximo contacto. Terminar a entrevista num momento “positivo” e quando todas as questões estejam “fechadas”. 
Critérios para assegurar uma boa entrevista
1. Assegurar que o sujeito está cómodo: tempos de espera e ansiedade do entrevistado. interrupções e disposição do mobiliário;
2. Obter informação de modo eficaz: Sujeito deve expressar-se pelas próprias palavras, sem interrupções desnecessárias. Repetir questões ou simplificá-las. Adaptar a linguagem ao sujeito (idade, nível de escolaridade). Usar encorajamentos mínimos. Pedidos de amplificação. Clarificação de ideias (“não sei se percebi o que quer dizer com...”);
3. Manutenção do Controlo: Conduzir a entrevista tendo em conta o tempo disponível: importância do ritmo. Transições entre questões: resumo e apresentação da próxima, reforçando o interesse de abertura de nova área de conteúdo. Refocalizar as questões quando o discurso é errático. Pausas facilitadoras das respostas. Confrontação com as inconsistências: mesmo aspeto comentado de forma distinta em dois momentos; entre as hipóteses e a info dada pela pessoa; K verbal e não verbal;
4. Manutençãoda “sintonia”: contacto ocular, postura, demonstrar interesse no sujeito. 
5. Conclusão adequada.
Papel do entrevistador
· Mais crítico nas entrevistas semi- ou não estruturadas; 
· Garantir que a informação pedida está acessível ao entrevistado (crianças, idosos, pessoas com alteração do estado mental, etc.);
· Conhecimento e compreensão por parte do sujeito do seu papel como fonte de informação e dos modos de transmissão da mesma;
· Motivação para assumir este papel (fatores de cooperação e de inibição);
· Aspetos que podem atuar como fonte de erro na entrevista:
· Desejabilidade social;
· Falta de compreensão;
· Lapsos de memória;
· Experienciar a situação de ser “interrogado” como algo stressante;
· Ocultar as verdadeiras opiniões;
· Variabilidade de perceções sobre a situação e sobre o objetivo da entrevista.
Entrevista com Crianças 
· Crianças (especialmente, as mais pequenas) apresentam um conjunto de desafios complexos para o processo de avaliação (temperamento, cansaço, hora do dia, contexto, etc) – necessidade de explorar alternativas, reagendar avaliação;
· Entrevistas podem incluir brinquedos e jogos (adultos apenas verbal);
· Dados de anamnese podem ser recolhidos junto dos cuidadores;
· Ponto de vista da criança;
· Modelos mais estruturados são preferíveis;
· Maioria para crianças e adolescentes 6-18 anos (e.g., SCICA);
· Falta de fidelidade com crianças do pré-escolar (?);
· Importância do estabelecimento da relação,
· Explicar o objetivo da entrevista; não exceder as capacidades de verbalização da criança e adequar a linguagem (vocabulário; frases curtas);
· Encorajar a criança a falar e reforçar as verbalizações de forma consistente;
· Atitude neutra face às verbalizações da criança;
· Perguntas mais focadas (e.g. o que gostas mais na escola?/ Como te sentes relativamente à escola?) 
Exemplos específicos de áreas e dos seus conteúdos
1. Problema: A criança consegue identificar o problema principal? A criança vê o problema que a levou a ser referenciada como um problema?;
2. Interesses: O que é que a criança gosta de fazer nos tempos livres? O que a criança gosta de fazer sozinha? Com amigos? Com a família?;
3. Escola: O que a criança gosta mais na escola? E menos? Como a criança se sente acerca dos seus professores? Que tipo de classificações tira na escola?;
4. Pares: Com quem a criança gosta de brincar? Quem são os seus amigos? De quem a criança não gosta e porquê?;
5. Família: Como é que a criança se dá com os pais? O que é que eles fazem que a criança gosta? O que deixa a criança furiosa? Como é que a criança se dá com os irmãos? O que é que eles fazem que a criança gosta/não gosta?;
6. Medos e preocupações: De que tipo de coisas tem a criança medo? Que coisas a fazem ficar nervosa? Com que coisas a criança se preocupa? 
Entrevistas com os pais das crianças
· Cobrir os mesmos conteúdos, mas com maior detalhe (problema e sua história; 
· Disciplina e estilo parental; história médica e desenvolvimental da criança);
· Mesmos cuidados que nas entrevistas com adultos;
· Pode ser acompanhada/parcialmente substituída por questionários/checklists de relato parental;
· Stress/ansiedade por serem questionados relativamente à criança;
· Não sugerir culpa dos pais pelo comportamento/dificuldades da criança;
· Complementar com entrevistas a outros adultos.
ASEBA
Objetivos Achenbach
· Facilitar um desenvolvimento saudável de comportamentos e emoções através da investigação, prevenção, tratamento e educação,
· Proporcionar uma linguagem comum para descrever o funcionamento comportamental e emocional que pode ser utilizado em conjugação com outras abordagens (ex: DSM);
· Facilitar a comunicação entre técnicos de diferentes profissões;
· Permitir aos técnicos de várias áreas recolher, de modo prático, económico e útil, dados de forma estruturada;
· Permitir medir mudanças no funcionamento desde a avaliação inicial até avaliações subsequentes;
· Permitir julgar a significância clínica das mudanças pré- e pós-intervenção;
· Ajudar a reunir informação, de forma rápida, a partir de diferentes informantes, sobrando mais tempo para organizar aspetos da avaliação que não são tão suscetíveis de serem estandardizados.
Características do modelo axial 
Recurso a uma estratégia multi-método. Utilização de uma diversidade de informadores presentes em diferentes contextos de vida da criança e adolescente.
Bateria para o período escolar 
· Pais-CBCL- Inventario- dos 6 aos 18;
· Professores-TRF-Inventário-dos 6 aos 18;
· Adolescente-YSR-Inventário-dos 11 aos 18;
· Criança/adolescente-SICA-Entrevista-dos 6 aos 18;
· Criança-DOF-Grelha de observação-dos 5 aos 14.
Bateria para o período pré-escolar 
· Pais-CBCL-Inventario-um ano e meio aos 5;
· Pais-LDS-Inventário-18-35meses;
· Educadores-C-TRF-Inventário-um ano e meio aos 5.
Caracterização do processo de avaliação 
Podem ser utilizados em diferentes contextos (e.g., clínico, escolar, saúde) podendo contribuir para: 
a. obter uma linha de base sobre o funcionamento da criança/adolescente e indicar se há necessidade de intervenção;
b. identificar problemas e desvios em relação à norma;
c. determinar se há necessidade de aprofundar a avaliação;
d. auxiliar na recolha de informação sobre as semelhanças e diferenças no funcionamento das crianças em situações e interações variadas. 
Podem ainda ser usados na monitorização do processo de intervenção e/ou na avaliação final dos resultados obtidos.
3 níveis de complexidade 
1. Itens ou comportamentos específicos (ex: “rouba”);
2. Subescalas ou síndromes: fatores resultantes da análise fatorial (ex: “comportamento delinquente”);
3. Agregação das subescalas em pontuações de internalização e externalização;
CBCL, TRF, YSR
· Estrutura análoga;
· Contém descrições simples de comportamentos problemáticos da criança (ex: “Discute muito”);
· Considerar os últimos 6 meses (exceto o TRF: últimos 2 meses) 
CBCL (6-18 anos) 
· Problemas comportamentais, emocionais e sociais que caracterizam crianças no período escolar (6-18 anos);
· 112 itens com questões estruturadas relativas a problemas + 1 item aberto para outros problemas;
· As questões abertas dão espaço ao adulto para facultar informação sobre doenças, dificuldades e sobre o que mais o preocupa em relação à criança, bem como sobre o que melhor a descreve;
· Preenchida individualmente e, de preferência, por ambos os pais ou outros cuidadores da criança;
· Informadores com baixas competências de leitura? 
YSR (11-18 anos) 
· 112 itens com questões estruturadas relativas a problemas;
· Questões abertas: informação sobre doenças, dificuldades e sobre o que melhor o descreve;
· Caso o jovem não consiga efetuar o preenchimento autonomamente, deve ser apoiado pelo técnico.
TRF (6-18 anos) 
· 112 itens com questões estruturadas relativas a problemas + 1 item aberto para outros problemas;
· itens de resposta aberta para o informador descrever a criança e especificar o que esta tem de melhor;
· Pode ser preenchido por professores, auxiliares educativos ou outras pessoas que observem o funcionamento da criança na escola;
· Poderá́ ser utilizada para avaliar crianças de 5 anos de idade e que estejam no seu primeiro ano de escolaridade ou que se prevê̂ que sejam reavaliadas após o sexto aniversário. 
 Vantagens CBCL, TRF e YSR 
· Comparação das pontuações nos diferentes síndromes (coincidem nos diferentes instrumentos); Comparação mais fina, item a item;
Relação com diagnósticos (DSM) 
Se os perfis obtidos através de múltiplos informadores mostram, de forma consistente, que a criança se situa no intervalo clínico ou borderline numa ou mais escalas orientadas pelo DSM, um diagnóstico poderá́ ser equacionado (e.g., PHDA).
No entanto, os resultados elevados não são suficientes para um diagnóstico formal.
Resultados elevados não suficientes para um diagnóstico formal:
· Os itens das escalas da Bateria ASEBA não equivalem exatamente aos critérios de diagnóstico de cada perturbação do DSM;
· As pontuações não abarcam critérios quanto à idade de início ouduração do problema, informação necessária para a definição de alguns diagnósticos do DSM;
· Cada critério diagnóstico do DSM deve ser avaliado com base na sua presença ou ausência, sendo o seu número determinante para a atribuição de um diagnóstico; nas escalas, os resultados de cada item são somados para obter um resultado total para cada escala;
· Os critérios de diagnóstico do DSM são iguais para crianças de ambos os géneros, com diferentes idades e tendo em conta todas as fontes de informação; no caso do perfil de cotação das escalas ASEBA, obtemos o resultado da criança em cada escala orientada para o DSM, por comparação com uma amostra nacional de pares da mesma idade e género, classificadas de acordo com o mesmo tipo de informador (pais, representantes legais ou educadores). 
Outras especificidades 
Resultados elevados em múltiplas escalas – pode ser equacionada a possibilidade de comorbilidade.
Se diferentes informadores apresentam divergências significativas:
· Variações situacionais nos comportamentos?;
· Desejabilidade social por parte de alguns informadores?;
· Valorização distinta dos comportamentos?;
· Considerar outras fontes de informação.
Possibilita a avaliação da severidade do problema identificado e sua evolução (escalas quantitativas).
Observação
	Observador
	
	
	Natural (acontecimento atual)
	Natural (acontecimento passado)
	Artificiais
	Externo
	Não participante
	
	Registo através de procedimentos mecânicos
	
	Participante
	Observador técnico
	Registo de comportamentos (motores, fisiológicos)
	Material registado no passado: produtos do K
	Tarefas estandardizadas, testes de execução, Role-playing
	
	
	Observador próximo
	Escalas de apreciação sobre respostas; registos de k; Entrevista ao observador.
	Auto-observação
	Auto registo: cognições, k motor, repostas fisiológicas; Experiência subjetiva sobre as mesmas; Escalas de Auto classificação.
	Autorrelato: cognições, k motor, repostas fisiológicas; Experiência subjetiva sobre as mesmas; Escalas de Auto classificação.
	Auto-observação; Autorrelato: experiência subjetiva
Observação sistemática
Procedimento que proporciona resultados significativos sobre um sujeito através do registo, codificação e análise da informação sobre um fenómeno. 
1. O que observar? 
2. Como observar? 
3. Quando e quem observar? 
4. Onde observar?
Unidades de análise (O que observar?) 
Pessoa, grupo, instituição... 
1. Contínuo de comportamento: Não se realiza uma especificação prévia dos K a observar. Observa-se em tempo real e de forma contínua. Aspetos verbais, não verbais e/ou espaciais do K;
2. Atributos/traços: Baseado em construções teóricas. A conduta manifesta não tem interesse por si própria (é elaborada), mas porque é manifestação de atributo intrapsíquico. Pode realizar-se uma observação não estruturada e assistemática. Amplos intervalos temporais. Ex: franzir o sobrolho (conduta observada)-preocupação (inferência)- ansiedade (traço);
3. Condutas: Unidade de análise bem definida – k motor, verbal, fisiológico – especificado previamente. Registar “unidades mínimas”. Formulação das unidades de análise pode ser teórica ou empírica. Inferências mínimas pelo observador. Seleção rigorosa e definição clara dos intervalos de tempo;
4. Interações: Unidade é a relação funcional entre eventos sequenciais produzidos por 2 pessoas ou entre 1 pessoa-ambiente. Especificação prévia dos K a observar. Unidades de tempo previamente estabelecidas, adequadas temporalmente à unidade de observação;
5. Produtos da conduta: Resultado de atividades internas/externas realizadas pelo sujeito em contexto natural ou artificial (passado/presente). Análise de realizações passadas: não afetadas pela reatividade do sujeito. Observação dos produtos em tarefas estandardizadas – comparação dos sujeitos. Elevado grau de inferência e relações causais sobre a origem do produto.
Unidades de medida 
Dependem da unidade a observar 
1. Ocorrência;
2. Frequência (absoluta ou relativa);
3. Duração (duração, latência e intervalo inter-resposta);
4. Dimensões qualitativas (adequação, intensidade ou magnitude) 
Técnicas de registo (como observar?) 
Dependem do marco teórico. Grau de estruturação pode depender da fase 
1. Registos narrativos: Exemplo: ‘José́ diz repetidamente “Quero um copo de leite”. Pede-o à mãe. A mãe vai ao frigorífico. Está junto ao frigorífico quando, de repente, volta para trás.’. Fontes de erro: Descrições verbais distintas para o mesmo K e dar significados diferentes aos mesmos acontecimentos;
2. Escalas de avaliação: Quantificação ou classificação das atividades de um sujeito de acordo com K, dimensões ou atributos estabelecidos previamente. “Juiz” classifica a intensidade, frequência ou adequação de determinada descrição do sujeito que conhece; 
3. Listas de verificação de comportamentos: K enquadrados ou não em classes, com ou sem indicação de antecedentes/consequentes ambientais. K definidos à priori, em função do caso específico (entrevista). Podem ser listas simples de comportamentos ou matrizes de interação;
4. Códigos de categorias: Mais sofisticados. Enumeração, descrição e classificação dos K e eventos ambientais. Vantagens: Permitem registar um amplo nr de atividades. Informação sobre interações e K complexos. Treino na codificação pode servir vários casos. Procedimento estandardizado – maiores garantias de fidelidade;
5. Avaliação dos produtos de K: observação dos resultados dos testes de aptidão ou outros (e.g., nr de peças produzidas numa hora numa linha de produção;
6. Procedimentos automáticos de registo: Registos psicofisiológicos. Gravadores. Telemóveis, computadores ou outros registos eletrónicos. Salvaguarda das questões éticas. Objetividade (?) 
Amostragem (Quando e quem observar?) 
1. Quanto tempo observar? 
2. Com que frequência? 
3. Em que momentos terminar e iniciar? Constantes? 
4. Intervalos de tempo divididos entre observação e registo? 
5. Vão observar-se distintas situações? 
6. Vão observar-se vários sujeitos? 
Amostragem de tempo 
Dependem do tipo de eventos a registar, complexidade e nr, frequência e duração com que ocorrem, e unidades de medida.
Períodos de tempo representativos do que ocorre com o(s) sujeito(s) habitualmente. 
Guidelines gerais:
· A duração total deve ser inversamente proporcional à frequência do comportamento observado;
· Eventos de frequência média: 1 a 2 semanas de observação;
· Com códigos de 20-30 categorias: 3-4 sessões diárias 10-30 minutos (Haynes, 1978).
Amostragem de situações: Quando se supõe que o comportamento varia em função dos estímulos externos. O comportamento é estável?.
Amostragem de sujeitos Observação de vários sujeitos:
· Seleção localizada de indivíduos – escolha de forma aleatória ou estratificada;
· Seleção de intervalos de observação em função do número de sujeitos a observar– cada intervalo é aplicado a cada sujeito rotativamente (poucos sujeitos);
· Eleição de um critério de razão fixa ou variável – ordenar os sujeitos em função de intervalos e do período total de observação;
· Rotação do critério de eleição dos sujeitos a observar.
Lugar da observação (onde observar?) 
Observação naturalista: Impossibilidade: Sujeitos negam-se a ser observados no contexto real; impossibilidade de deslocação ao contexto e altos custos (horas e nr de observadores). Mais concretizável: Observador – pessoa próxima do sujeito ou faz parte do meio natural e recolha de produtos realizados em ambiente natural. 
Observação artificial: Controlo=Maior validade interna. Aumentar o “realismo” e diminuir a “artificialidade” da situação (salas, role-playing, imagética). 
Garantias científicas da observação 
Fontes de erro provenientes do sujeito observado (reatividade)- Indicadores: Mudança sistemática na frequência com que se manifestam o(s) comportamento(s) objeto de estudo; Aumento da variabilidade do comportamento sem que se verifiquem alterações nas condições ambientais; Expressão verbal de que se está a gerar reatividade (por parte do(s) sujeito(s) observado(s) ou mesmo por partedas pessoas que lhe são próximas); Discrepância entre os dados oriundos da observação e aqueles recolhidos com outros procedimentos (no que respeita a um mesmo comportamento); Diferenças encontradas entre o observado e um critério objetivo previamente conhecido.
Fontes de erro provenientes do sujeito observado (reatividade)- Fatores na reatividade: O processo observacional introduz novos estímulos no ambiente (grau de interação); O grau de reatividade varia consoante o grau em que o sistema de observação modifica o ambiente natural (novidade); Características individuais (sexo, idade, nível social, expectativas, etc) do observado; (?). O tipo de comportamento, bem como as suas propriedades (adequação, frequência, etc.); (?). Fatores inerentes à biologia dos seres vivos (reatividade como propriedade dos organismos vivos). Recomendações para minimização: Utilizar dispositivos ocultos e/ou à distância (câmaras de filmar, gravadores); Minimizar a interação observador-sujeito ou outras propriedades discriminativas; Incentivar os sujeitos para que ajam da forma mais natural possível; Utilizar um extenso período de habituação; Utilizar diversos sistemas de observação e diferentes observadores, de forma a averiguar acerca da validade dos resultados; Utilizar procedimentos de observação livres de reatividade (Ex: medidas de arquivo, produtos da conduta retirados da situação natural, etc). 
Fontes de erro provenientes do observador: Observador não participante- reatividade, + objetividade. Observador próximo- reatividade; - objetividade. Expectativas do observadorobservadores treinados que desconheçam o caso; não comunicar expectativas aos observadores próximos. Treino e características gerais do observador.
Fontes de erro provenientes do sistema de observação • Ameaças à fidelidade e validade dos dados. Indicações para a seleção de medidas: a) clareza nas definições dos comportamentos/condutas; reduzido número de categorias ou condutas; utilização de um código estandardizado, cuja construção deva possuir garantias científicas suficientes; d) conhecimento suficiente do sujeito por parte do observador, no caso de se utilizarem escalas de avaliação ou classificações sobre atributos. 
Questões sobre a fidelidade, validade e precisão da informação 
Índices de concordância: acordo inter- e intra-observadores (ordem de ocorrência, frequência e duração do K); 
Maximização:
1. utilização de claras definições do K;
2. utilização de intervalos de observação;
3. treino adequado e semelhante dos observadores;
4. Em observações do K passado, conhecimento semelhante do sujeito e partilha de marcos teóricos. 
Fidelidade das observações 
1. Correlações obtidas entre duas observações registadas em dois ou mais momentos por meio de coeficientes de fidelidade teste-reteste (correlação de Pearson ou Spearman);
2. Apreciação visual da linha base registada; 
Até que ponto os dados de observação procedentes de uma situação são generalizáveis a outras situações?: Validade ecológica da observação artificial. Confrontação de dados obtidos com diversas amostras de situações. Confrontação com observações em contexto natural. 
Até que ponto os dados avaliam o construto que pretendemos observar?: Grau de inferências que podem ser realizadas sobre a info. Contrastação da info da observação com a obtida noutras fontes.

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