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1
Português
09
Aula 
Estratégias 
argumentativas I
3C
O Brasil ainda não conseguiu se desprender das 
amarras da sociedade patriarcal. Isso se dá porque, 
ainda no século XXI, existe uma espécie de deter-
minismo biológico em relação às mulheres. Contra-
riando a célebre frase de Simone de Beauvoir “Não 
se nasce mulher, torna-se mulher”, a cultura brasi-
leira, em grande parte, prega que o sexo feminino 
tem a função social de se submeter ao masculino, 
independentemente de seu convívio social, capaz 
de construir um ser como mulher livre. Dessa for-
ma, os comportamentos violentos contra as mu-
lheres são naturalizados, pois estavam dentro da 
construção social advinda da ditadura do patriar-
cado. Consequentemente, a punição para este tipo 
de agressão é dificultada pelos traços culturais exis-
tentes, e, assim, a liberdade para o ato é aumentada.
Além disso, já o estigma do machismo na socie-
dade brasileira. Isso ocorre porque a ideologia da 
superioridade do gênero masculino em detrimen-
to do feminino reflete no cotidiano dos brasileiros. 
Nesse viés, as mulheres são objetificadas e vistas 
apenas como fonte de prazer para o homem, e são 
ensinadas desde cedo a se submeterem aos mesmos 
e a serem recatadas. Dessa maneira, constrói-se uma 
cultura do medo, na qual o sexo feminino tem medo 
de se expressar por estar sob a constante ameaça de 
sofrer violência física ou psicológica de seu progeni-
tor ou companheiro. Por conseguinte, o número de 
casos de violência contra a mulher reportados às au-
toridades é baixíssimo, inclusive os de reincidência.
Pode-se perceber, portanto, que as raízes históri-
cas e ideológicas brasileiras dificultam a erradicação 
da violência contra a mulher no país. Para que essa 
erradicação seja possível, é necessário que as mídias 
deixem de utilizar sua capacidade de propagação de 
informação para promover a objetificação da mulher 
e passe a usá-la para difundir campanhas governa-
mentais para a denúncia de agressão contra o sexo 
feminino. Ademais, é preciso que o Poder Legislativo 
crie um projeto de lei para aumentar a punição de 
agressores, para que seja possível diminuir a reinci-
dência. Quem sabe, assim, o fim da violência contra a 
mulher deixe de ser uma utopia para o Brasil.
Extraído de: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/leia-
redacoes-do-enem-2015-que-tiraram-nota-maxima.ghtml>. 
Acesso em: 13/02/18
Amanda Carvalho Maia Castro
Apresentação
Nas aulas 07 e 08, trabalhamos a estruturação do 
texto dissertativo-argumentativo de forma geral, dentro 
das convenções tradicionais que fazem parte desse tipo 
de redação. Agora, nas aulas 09, 10, 11 e 12, iremos nos 
concentrar na ampliação do repertório de recursos de 
organização textual, por meio de alguns exemplos de 
técnicas argumentativas.
Argumentação com base no 
raciocínio “causa/consequência”
Quando o tema da redação propõe um problema 
(seja de ordem social, cultural etc.), uma forma eficaz 
de organização argumentativa é a demonstração 
das causas que geram esse problema. Trata-se de um 
recurso muito frequente em textos dissertativos, afinal, 
argumentar é essencialmente explicar os porquês que 
nos levam a adotar determinado ponto de vista.
O exemplo a seguir é uma redação feita no ENEM 
2015, cujo tema era “A persistência da violência contra 
a mulher na sociedade brasileira“. Ao ler o texto, pro-
cure identificar como o raciocínio argumentativo está or-
ganizado em duas causas do problema: razões históricas 
(1a. causa) e ideológicas (2a. causa). Além disso, note 
como cada parágrafo de desenvolvimento estabelece 
uma relação causa/consequência dessas razões.
Exemplo de redação
A violência contra a mulher no Brasil tem apre-
sentado aumentos significativos nas últimas déca-
das. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, 
o número de mortes por essa causa aumentou em 
230% no período de 1980 a 2010. Além da física, 
o balanço de 2014 relatou cerca de 48% de outros 
tipos de violência contra a mulher, dentre esses a 
psicológica. Nesse âmbito, pode-se analisar que 
essa problemática persiste por ter raízes históricas 
e ideológicas.
2 Extensivo Terceirão
Testes
Assimilação
Instrução: Leia o texto para responder às questões 09.01. 
a 09.04. 
para o Sudeste, voando ao longo de rios e corredo-
res de mata. Estima-se que um mosquito seja capaz 
de voar 3 km por dia. Tanto o homem quanto o 
macaco, quando picados, só carregam o vírus da 
febre amarela por cerca de três dias. Depois disso, 
o organismo produz anticorpos. Em cerca de dez 
dias, primatas e humanos ou morrem ou se curam, 
tornando-se imunes à doença. 
Para o infectologista Eduardo Massad, profes-
sor da Universidade de São Paulo, o rompimento 
da barragem da Samarco, em Mariana (MG), em 
2015, teve papel relevante na disseminação acele-
rada da doença no Sudeste. A destruição do habitat 
natural de diferentes espécies teria reduzido signi-
ficativamente os predadores naturais dos mosqui-
tos. A tragédia ambiental ainda teria afetado o sis-
tema imunológico dos macacos, tornando-os mais 
suscetíveis ao vírus. 
Por que é importante determinar a “viagem” do 
vírus? Basicamente, para orientar as campanhas de 
vacinação. Em 2014, Eduardo Massad elaborou um 
plano de imunização depois que 11 pessoas mor-
reram vítimas de febre amarela em Botucatu (SP): 
“Eu fiz cálculos matemáticos para determinar qual 
seria a proporção da população nas áreas não vaci-
nadas que deveria ser imunizada, considerando os 
riscos de efeitos adversos da vacina. Infelizmente, 
a Secretaria de Saúde não adotou essa estratégia. 
Os casos acontecem exatamente nas áreas onde eu 
havia recomendado a vacinação. A Secretaria está 
correndo atrás do prejuízo”. Desde julho de 2017, 
mais de 100 pessoas foram contaminadas em São 
Paulo e mais de 40 morreram. 
O Ministério da Saúde afirmou em nota que, 
desde 2016, os estados e municípios vêm sendo 
orientados para a necessidade de intensificar as 
medidas de prevenção. A orientação é que pessoas 
em áreas de risco se vacinem. 
NATHALIA PASSARINHO 
Adaptado de bbc.com, 06/02/2018.
Três teses sobre o avanço da febre amarela
Como a febre amarela rompeu os limites da 
Floresta Amazônica e alcançou o Sudeste, atingin-
do os grandes centros urbanos? A partir do ano 
passado, o número de casos da doença alcançou 
níveis sem precedentes nos últimos cinquenta 
anos. Desde o início de 2017, foram confirmados 
779 casos, 262 deles resultando em mortes. Trata-
-se do maior surto da forma silvestre da doença 
já registrado no país. Outros 435 registros ainda 
estão sob investigação. 
Como tudo começou? Os navios portugueses 
vindos da África nos séculos XVII e XVIII não 
trouxeram ao Brasil somente escravos e merca-
dorias. Dois inimigos silenciosos vieram junto: 
o vírus da febre amarela e o mosquito Aedes ae-
gypti. A consequência foi uma série de surtos de 
febre amarela urbana no Brasil, com milhares de 
mortos. Por volta de 1940, a febre amarela urbana 
foi erradicada. Mas o vírus migrou, pelo trânsito 
de pessoas infectadas, para zonas de floresta na 
região Amazônica. No início dos anos 2000, a fe-
bre amarela ressurgiu em áreas da Mata Atlântica. 
Três teses tentam explicar o fenômeno. 
Segundo o professor Aloísio Falqueto, da 
Universidade Federal do Espírito Santo, “uma 
pessoa pegou o vírus na Amazônia e entrou na 
Mata Atlântica depois, possivelmente na altura de 
Montes Claros, em Minas Gerais, onde surgiram 
casos de macacos e pessoas infectadas”. O vírus 
teria se espalhado porque os primatas da mata 
eram vulneráveis: como o vírus desaparece da re-
gião na década de 1940, não desenvolveram an-
ticorpos. Logo os macacos passaram a ser mortos 
por seres humanos que temem contrair a doença. 
O massacre desses bichos, porém, é um “tiro no 
pé”, o que faz crescer a chance de contaminação 
de pessoas. Sem primatas para picar na copa das 
árvores, os mosquitos procuram sangue humano. 
De acordo com o pesquisador Ricardo Lou-
renço, do Instituto Oswaldo Cruz, os mosquitos 
transmissoresda doença se deslocaram do Norte 
09.01. (UERJ) – Para apresentação das teses que explicam 
o avanço da febre amarela, a autora do texto recorre, princi-
palmente, à seguinte estratégia: 
a) referências a dilemas 
b) alusão a subentendidos 
c) construção de silogismo 
d) argumentos de autoridade 
Aula 09
3Português 3C
Leia: 
Adaptado de Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro (RJ) – 1844 a 1885
09.02. (UERJ) – Os relatos sobre as 
ondas epidêmicas de febre amarela 
na cidade do Rio de Janeiro aparece-
ram com frequência nos periódicos, 
especialmente a partir da década de 
1850. De acordo com o documento 
acima, no início da década de 1870, o 
alastramento da doença era associado 
ao seguinte fator: 
a) elevação de taxas de natalidade 
b) variação das condições climáticas 
c) ingresso de estrangeiros com in-
fecção 
d) insalubridade das residências po-
pulares
09.03. (UERJ) – A frase que contém 
uma explicação do conteúdo da frase 
anterior está sublinhada em: 
a) Desde o início de 2017, foram 
confirmados 779 casos, 262 deles 
resultando em mortes. Trata-se do 
maior surto da forma silvestre da 
doença já registrado no país. 
b) Dois inimigos silenciosos vieram 
junto: o vírus da febre amarela e o 
mosquito Aedes aegypti. A conse-
quência foi uma série de surtos de 
febre amarela urbana no Brasil, com 
milhares de mortos. 
c) O massacre desses bichos, porém, 
é um “tiro no pé”, o que faz crescer 
a chance de contaminação de 
pessoas. Sem primatas para picar 
na copa das árvores, os mosquitos 
procuram sangue humano. 
d) Tanto o homem quanto o macaco, 
quando picados, só carregam o 
vírus da febre amarela por cerca de 
três dias. Depois disso, o organismo 
produz anticorpos. 
09.04. (UERJ) – No quinto parágrafo, são apresentadas duas hipóteses acerca 
da disseminação da febre amarela. A marca verbal que evidencia a formulação 
dessas hipóteses é o uso de: 
a) voz ativa 
b) modo subjuntivo 
c) futuro do pretérito 
d) forma no gerúndio
Aperfeiçoamento
Instrução: Leia o texto para responder às questões 09.05. e 09.06.
O animal satisfeito dorme
Mário Sérgio Cortella 
O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “o animal satis-
feito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais 
fundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na 
redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão 
bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia 
vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira 
como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobili-
zando-se na acomodação. 
A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, 
encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, 
para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A 
satisfação acalma, limita, amortece. 
Por isso, quando alguém diz “fiquei muito satisfeito com você” ou 
“estou muito satisfeita com teu trabalho”, é assustador. O que se quer 
dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é 
meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais 
além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria apavo-
rante; passaria a ideia de que desse jeito já basta. Ora, o agradável é 
quando alguém diz: “teu trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, 
ou texto, ou música etc.) é bom, fiquei muito insatisfeito e, portanto, 
quero mais, quero continuar, quero conhecer outras coisas. 
Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, 
ficamos insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela, enquan-
to passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro não 
é aquele que, quando encerramos a leitura, o deixamos um pouco 
4 Extensivo Terceirão
apoiado no colo, absortos e distantes, pensando 
que não poderia terminar? Uma boa festa, um 
bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia 
não é aquela que queremos que se prolongue? 
Com a vida de cada um e de cada uma tam-
bém tem de ser assim; afinal de contas, não nas-
cemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar 
satisfeito consigo mesmo é considerar-se termi-
nado e constrangido ao possível da condição do 
momento. 
Quando crianças (só as crianças?), muitas 
vezes, diante da tensão provocada por algum 
desafio que exigia esforço (estudar, treinar, EMA-
GRECER etc.) ficávamos preocupados e irritados, 
sonhando e pensando: por que a gente já não 
nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e in-
gênua perspectiva. É fundamental não nascermos 
sabendo e nem prontos; o ser que nasce sabendo 
não terá novidades, só reiterações. Somos seres de 
insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose 
de ambição; todavia, ambição é diferente de ga-
nância, dado que o ambicioso quer mais e me-
lhor, enquanto que o ganancioso quer só para si 
próprio. Nascer sabendo é uma limitação porque 
obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, 
refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, 
mais refém do que já se sabe e, portanto, do pas-
sado; aprender sempre é o que mais impede que 
nos tornemos prisioneiros de situações que, por 
serem inéditas, não saberíamos enfrentar. 
Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na 
ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais 
velha fica; para que alguém quanto mais vivesse 
mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir 
se gastando… Isso não ocorre com gente, e sim 
com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce 
pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta, 
e vai se fazendo. Eu, no ano que estamos, sou a 
minha mais nova edição (revista e, às vezes, um 
pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o 
tempo a medida) está no meu passado e não no 
presente. 
Demora um pouco para entender tudo isso; 
aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não con-
vém fazer escândalo de começo; só aos poucos é 
que o escuro é claro”…
 Excerto do livro “Não nascemos prontos! – provocações filosóficas”. De Mário 
Sérgio Cortella. Disponível em: <http://www.contioutra.com/o-animal-
satisfeito-dorme-texto-de-mario-sergio-cortella/>
b) Para o autor, de acordo com o texto, a sensação de satis-
fação inicia um período de dormência que, infelizmente, 
não pode ser interrompida a não ser pela fome excessiva. 
c) De acordo com as opiniões do autor, o fato de alguém 
dizer “estou muito satisfeita com teu trabalho” deveria ser 
visto de maneira assustadora. 
d) Um bom filme, um bom livro, de acordo com o texto, 
deveriam provocar na audiência, no leitor, a sensação de 
“quero mais”. 
e) Podemos inferir, lendo o texto que, para o autor, o que 
se desgasta são bens como sapatos, geladeiras, eletrodo-
mésticos, por exemplo. Com o homem, o que acontece é 
um constante aprendizado. Tal fato pode ser comprovado 
na passagem: “Nascer sabendo é uma limitação porque 
obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, mo-
dificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já 
se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que 
mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações 
que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.” 
09.06. (UNICENTRO – PR) – Assinale a única alternativa 
incorreta sobre os aspectos formais do texto e sua inter-
pretação: 
a) A linguagem apresentada no texto é acessível, de forma que 
se pode compreender o texto sem maiores dificuldades. 
b) A palavra “emagrecer”, no texto, foi colocada em destaque. 
Tal fato ocorre visto que esse tem sido um dos temas de 
discussão bastante comuns na atualidade. 
c) O autor se vale de comparações (um filme, um livro) 
para reforçar a ideia de que a satisfação pode acomodar 
as pessoas. 
d) O autor conclui seu texto retomando Guimarães Rosa, 
citado na primeira linha do primeiro parágrafo. 
e) O texto é encerrado com a oposição do significado das 
palavras escuro e claro. Essa oposição é incoerente e 
conduz o leitor a uma reflexão errônea de que, depois 
da escuridão, sempre vem a luz.
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
09.07. a 09.09.
Viverem cima do muro é prejudicial à saúde
Élida Ramirez 
Ocre. Sempre me incomodou essa cor. Sabe 
aquele marrom amarelado? O tal burro fugido? 
Exato isso! Quando vejo alguém com roupa ocre, 
tenho maior aflição. Certa feita, entrei em um 
consultório médico to-di-nho ocre. Paredes, chão, 
quadros. Tive uma gastura horrorosa. A sensação 
é que o ocre existe no dilema de não ser amarelo 
nem marrom. Invejando o viço das outras colo-
rações definidas e nada fazendo para mudar sua 
tonalidade. Isso explica meu desconforto. O ocre, 
para mim, ultrapassa o sentido de cor. Ele dá o 
tom da existência do viver em cima do muro. E 
conviver com gente assim é um transtorno.
09.05. (UNICENTRO – PR) – Assinale a única alternativa 
incorreta em relação à leitura e à interpretação do texto. 
a) Podemos inferir que, através de uma metáfora, presente 
no primeiro parágrafo, o autor introduz a ideia principal 
do texto: o indivíduo acomoda-se quando está satisfeito 
com a sua condição atual. 
Aula 09
5Português 3C
É fato que a tal “modernidade líquida”, definida 
por Bauman, favorece o comportamento. Pense-
mos. Segundo o sociólogo, a globalização trouxe o 
encurtamento das distâncias, borrando fronteiras. 
E, ao reconfigurar esses limites geográficos, mudou 
a concepção de si do sujeito bem como sua relação 
com as instituições. Muito rapidamente houve um 
esfacelamento de estruturas rígidas como a família 
e o estado. Essa mudança do sólido para líquido 
detonou o processo de individualização genera-
lizado no mundo ocidental reforçando o concei-
to de que “Nada é para durar” (Bauman). Então, 
desse jeito dá para ser mutante pleno nesse viver 
em cima do muro. Nem amarelo ou marrom. Ocre. 
Por isso, discursos ocos de pessoas com persona-
lidades fluidas ganham espaço. E vão tomando a 
forma do ambiente, assim como a água. Uma fusão 
quase nebulosa que embaça o comprometimento. 
Nota-se ainda certo padrão do viver em cima do 
muro. Como uma receitinha básica. Vejam só: Mis-
ture meias palavras em um discurso politicamente 
correto. Inclua, com ar de respeito, a posição con-
trária. Cozinhe em banho-maria. Deixe descansar, 
para sempre, se puder. Se necessário, volte ao fogo 
brando. Não mexa mais. Sirva morno. Viu? Sim-
ples de fazer. Difícil é digerir. 
É porque, na prática, a legião de ocres cau-
sa a maior complicação. Quem vive do meio de 
campo, sem decidir sua cor publicamente, não 
tem o inconveniente de arcar com as escolhas. 
Quase nunca se tornará um desafeto. Fará pou-
co e, muitas vezes, será visto com um sujeito co-
medido. Quem não escolhe tem mais liberdade 
para mudar de ideia. Não fica preso ao dito an-
teriormente. Exatamente porque não disse nada. 
Não se comprometeu com nada. Apenas proferiu 
ideias genéricas e inconclusivas estando liberado 
para transitar por todos os lados, segundo sua 
necessidade. Ao estar em tudo não estando em 
nada, seja para evitar responsabilidades, não se 
expor à crítica ou fugir de polêmicas, o em cima 
do muro se esconde, sobrecarrega e expõe aqueles 
que bancam opiniões. 
Portanto, conviver com quem não toma posi-
ção, de forma crônica, atrasa a vida. Ao se esquivar 
de escolher, o indivíduo condena o outro a fazê-lo 
em seu lugar. Reconheço que, às vezes, a gente 
leva tempo para se decidir por algo. Todos temos 
medos que nos impedem de agir. Mas ouso dizer: 
nunca tomar partido nas situações é covardia. Pa-
rece, inclusive, que o viver em cima do muro é 
mais confortável que a situação do mau-caráter. É 
que o sacana, ao menos, se define. Embora atue 
na surdina, sua ação reflete um posicionamento. 
Já o indefinido, não. Ele vive na toada do alheio. 
E, curiosamente, também avacalha o próprio per-
curso por delegar ao outro a sua existência. 
Recorro outra vez a Bauman para esclarecer: 
“Escapar da incerteza é um ingrediente fundamen-
tal presumido, de todas e quaisquer imagens com-
pósitas da felicidade genuína, adequada e total, 
sempre parece residir em algum lugar à frente”. Por 
isso, atenção! Viver em cima do muro é prejudi-
cial à sua própria saúde. Facilita a queda e impede 
novos caminhos. Um deles, o da alegria de poder 
ser. Talvez seja isso a que Bauman se refere quando 
trata da fuga da incerteza para alcançar a felicidade 
genuína. E, pensando bem, desconheço imagem 
de alegria predominantemente ocre. 
Texto adaptado e disponível em: <https://www.revistabula.com/16514-viver-
em-cima-do-muro-e-prejudicial-a-saude/>. Acesso em: 14 de ago. 2018. 
09.07. (UNICENTRO – PR) – O título recorre a um enunciado 
que circula cotidianamente nas campanhas/propagandas 
contra o tabagismo. Tal procedimento constitui o que se 
chama de 
a) ambiguidade 
b) pertinência 
c) pressuposição 
d) intertextualidade 
e) homonímia 
09.08. (UNICENTRO – PR) – O texto permite afirmar que 
a) o sujeito indeciso adoece por não ser capaz de enfrentar 
os problemas da vida na modernidade líquida de que fala 
o sociólogo Bauman. 
b) a modernidade líquida, geradora das possíveis doenças 
de pessoas indecisas, contrapõe-se às mudanças trazidas 
pelo processo de globalização em que vivemos.
c) o discurso oco ocorre quando o sujeito passa a ter uma 
posição definida, comprometendo-se com uma única 
opinião, proveniente de outras pessoas. 
d) as pessoas que “vivem em cima do muro” alcançam a “fe-
licidade genuína”, pois não precisam entrar em embates. 
e) a autora se posiciona de modo contrário às pessoas inca-
pazes de formular um posicionamento, embora reconhe-
ça que “todos temos medos que nos impedem de agir”. 
09.09. (UNICENTRO – PR) – De acordo com o texto, um 
dos ingredientes da “receitinha básica” para se viver em 
cima do muro é misturar “meias palavras em um discurso 
politicamente correto”. Disso depreende-se que é necessário 
a) dizer palavras simples e claras como o fazem os políticos. 
b) dizer palavras de fácil entendimento de modo a deixar 
claro o comprometimento. 
c) tentar neutralizar a linguagem, de modo a ir de encontro 
à liberdade de expressão das pessoas. 
d) usar palavras taxativas que desconsideram os princípios 
clássicos da moral, da ética e dos bons costumes. 
e) dizer palavras evasivas, evitando polêmicas e embates.
6 Extensivo Terceirão
Instrução: Leia o texto para responder à questão 09.10.
Festas julinas?
Houve um tempo em que as festas dedicadas 
aos três santos mais populares do Brasil – Santo 
Antônio, São João e São Pedro – eram comemo-
radas nos dias 13, 24 e 29 de junho. Não é por 
acaso que elas caíam sempre nessa quadra do ano; 
na origem, elas eram grandes festas pagãs que 
saudavam a chegada do solstício de verão ao he-
misfério norte, mais tarde fagocitadas pelo calen-
dário católico. Como ninguém pensaria em pular 
fogueira, dançar a quadrilha e encenar um casa-
mento na roça em qualquer outro mês do ano, a 
denominação festa junina servia como uma luva. 
Nos últimos dez anos, contudo, um certo senso 
prático terminou desvinculando a festa do seu dia 
correspondente na folhinha. O certo é que, seja por 
conveniência, seja por necessidade, a festa de São 
João hoje pode ocorrer em outros dias que não o 
24 de junho, às vezes até invadindo o mês seguinte. 
Como era de esperar, essas alterações cronoló-
gicas vieram criar uma indecisão quanto à manei-
ra adequada de designar essas festas. Inimigo do 
“julina” eu não sou – apenas acho que ela, ape-
sar da boa intenção dos que a divulgam, é uma 
criação desnecessária e equivocada. A língua não 
gosta de supérfluos... O argumento dos que de-
fendem julina não é absurdo; bastaria preencher a 
linha pontilhada: se a festa que ocorre em junho 
é junina, a que ocorre em julho deveria ser .... 
Sinto dizer, porém, que não é assim que acontece. 
O adjetivo “junino” há muito deixou de constituir 
uma simples referência ao mês do calendário e 
passou a designar um tipo muito especial de festa, 
com características muito bem definidas. 
Se algum de teus colegas quiser comemorar 
o aniversário de seu filhinho com uma típica fes-
ta junina, tenho certeza de que vai providenciaruma boa fogueira, vai soltar balão (com a devida 
prudência), vai contratar um bom D.J. sanfonei-
ro, servir quentão (para os adultos), pipoca, pé 
de moleque e pinhão (nos estados do Sul) – mes-
mo que o aniversariantezinho tenha nascido em 
maio, em julho ou em setembro. 
Cláudio Moreno. Disponível em: <http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colu-
nistas/claudio-moreno/noticia/2017/06/festas>. Acesso em: 29/06/2017. 
(Fragmento) 
09.10. (FPP – PR) – De acordo com o texto, a palavra “julina” 
em “festa julina” 
a) refere-se a um tipo de celebração que o nome “junina” 
não consegue mais indicar com precisão. 
b) é um neologismo criado para deturpar o mês de come-
moração das festas dos três santos. 
c) passa pela mesma formação que “junina”, o que persuade 
o autor de que seu uso é útil e legítimo. 
d) poderia também se referir às festas de junho, já que se 
refere a festas com as mesmas características. 
e) tem fácil explicação, porém designa uma festividade cujo 
nome original extrapola a relação temporal.
Aprofundamento
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
09.11. e 09.12. 
ALVES, Luis. O verdadeiro otimista. Disponível em: <https://
www.mundodasmensagens.com/mensagens-incentivo/>. 
Acesso em: 11 jul. 2016. 
O verdadeiro otimista tem o dom de 
saber que algo vai dar certo não por 
presunção, mas simplesmente por 
acreditar que a força que define o 
que vai dar certo ou errado em sua 
vida está em seu interior, em suas 
competências, em sua fé. (Luís Alves)
09.11. (UNICENTRO – PR) – Segundo Luís Alves, a 
a) crença no destino faz a pessoa sonhar e, assim, aguardar, 
sem ansiedade, o porvir. 
b) confiança nas próprias aptidões move o indivíduo à ação 
e se traduz em resultados positivos. 
c) responsabilidade das conquistas humanas reside na 
certeza do homem de que nasceu para ser feliz. 
d) esperança dá asas à imaginação, que desperta o desejo 
na pessoa de batalhar para vencer obstáculos. 
e) luta em busca das metas traçadas já é meio caminho 
andado para a consecução do que foi planejado. 
09.12. (UNICENTRO – PR) – Sobre o termo destacado no 
trecho “mas simplesmente por acreditar”, a única afirmativa 
incorreta é a que se faz na alternativa 
a) Expressa a ideia de exclusão. 
b) Possui o mesmo valor morfológico de “não”. 
c) É um modificador de “acreditar”, que exprime modo. 
d) Pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, por me-
ramente. 
e) Indica impossibilidade de deslocamento para depois do 
verbo.
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
09.13. e 09.14.
Quebra a perna
P1 Uma mulher tornou-se moradora de rua 
no Largo do Paiçandu, no centro de São Paulo, 
por ter sido despejada com outros moradores do 
edifício que haviam invadido, ali na praça, e que 
acabou desabando depois de um incêndio. Ela 
Aula 09
7Português 3C
decidiu ficar acampada em frente da ruína. “Só 
saio daqui com a chave da minha casa na mão”, 
declarou. O desabamento, em sua opinião, lhe 
deu o direito de ganhar uma casa “do governo” 
– e ela não estava disposta a procurar outro lugar 
para morar.
P2 Sua reivindicação foi tratada como a coisa 
mais normal do mundo. Não ocorreu a ninguém 
que só a população pode pagar essa e qualquer 
outra despesa feita em nome do público, pois só 
ela trabalha, produz e ganha o dinheiro que o go-
verno lhe arranca para, basicamente, sustentar a 
si mesmo. 
P3 Eis aí uma ilustração do delírio a que foi re-
duzida a “questão social” neste País. Aqui se gri-
ta cada vez mais alto em favor da igualdade – e 
aqui se faz cada vez mais o contrário de tudo o 
que poderia tornar as pessoas menos desiguais 
entre si. Não haverá esperança para essa mulher, 
e para todos os que vivem no mesmo abismo, 
enquanto praticamente todas as forças políticas e 
ideológicas insistirem em impor a ideia de que a 
“igualdade” e os “direitos iguais” para todos são 
“prioridades”. Por essa maneira de ver o mundo, 
a igualdade tem de ser obtida já, por cobrança de 
mais impostos e atuação do governo, e não, se-
gundo exigem as realidades da vida, como conse-
quência do trabalho – da criação de riquezas, de 
avanços na educação, da multiplicação das opor-
tunidades. A única coisa que se consegue por esse 
caminho é uma quantidade cada vez maior de leis 
mandando os cidadãos serem iguais – e, ao mes-
mo tempo, dificuldades cada vez mais perversas 
para a liberdade de produzir e gerar progresso. 
Resultado: em vez de ficar mais perto, a igualdade 
fica mais longe. 
P4 Circula atualmente nas redes sociais um ví-
deo muito interessante a esse respeito. Nele, o 
autor* de uma palestra para jovens nos Estados 
Unidos observa que, hoje, a essência da moral, 
tanto nas ideias como nas ações da vida pública, é 
a pregação da igualdade entre todos. Para isso, se-
gundo esses pregadores, tudo vale – inclusive co-
meter atos de violência contra os que estão num 
nível acima. São os que têm mais talento, mais ha-
bilidade, mais inteligência – e nem sempre mais 
estudos acadêmicos. São as pessoas que criam, 
que brilham, que têm sucesso. No fundo, são as 
que mais contribuem para o conjunto da socieda-
de – e, em consequência de seus méritos, geram 
muito mais riqueza e conforto que os demais. No 
mundo intelectual e político de hoje, a visão pre-
dominante é que tal situação é uma injustiça que 
tornará inviável a sobrevivência das sociedades. 
O maior dever que um cidadão pode ter na vida 
é exigir a diminuição da distância entre “os que 
têm” e “os que não têm”. 
P5 Para ilustrar o problema, o palestrante men-
ciona o maior astro do basquetebol do momento, 
LeBron James – e diz ironicamente que, em nome 
da igualdade, ele teria o direito de entrar numa 
quadra de basquete com LeBron e exigir chan-
ces iguais de vitória numa partida entre os dois. 
Como? Obviamente ele não teria condições de fa-
zer um único ponto contra o campeão. Também 
não pode aprender grande coisa de basquete se 
não tem talento para esse esporte. A solução para 
uma disputa igual só poderia ser quebrar as duas 
pernas de LeBron, possivelmente também um 
braço – isso sim, seria fazer justiça. Engraçado, 
não é mesmo? Pois isso se observa todos os dias. 
Como não podem quebrar de verdade as pernas 
dos que estão acima, socam impostos neles, cada 
vez mais. É assim que pretendem criar igualdade 
para a mulher do Largo do Paiçandu. 
(*) Yaron Brook. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch>.Acesso em: 28 jun. 2018 
(Adaptado de: GUZZO, J.R. Veja, 28 jun. 2018)
09.13. (FEMPAR – PR) – Avalie as afirmativas com relação 
aos conteúdos e à estrutura do texto. 
( ) O exemplo de P1 ilustra o discurso desenvolvido pelas 
classes populares contra as classes dominantes. 
( ) Em P2, o pronome ela refere-se à sociedade produtiva. 
( ) Em P3, o autor sugere que a tentativa de promover 
igualdade socioeconômica entre os indivíduos é cami-
nho para o aumento da pobreza na sociedade. 
( ) Em P4, o autor do texto afirma que os trabalhadores em 
geral são a fonte da produção de riquezas na sociedade. 
( ) Em P5, “quebrar as pernas” é metáfora que ilustra o au-
mento de impostos sobre os que produzem mais ou 
têm mais talento nas relações produtivas.
09.14. (FEMPAR – PR) – Considere as frases abaixo. 
( 1 ) O desabamento, em sua opinião, lhe deu o direito de 
ganhar uma casa “do governo” – e ela não estava dis-
posta a procurar outro lugar para morar. 
( 2 ) Aqui se grita cada vez mais alto em favor da igualdade 
– e aqui se faz cada vez mais o contrário de tudo o que 
poderia tornar as pessoas menos desiguais entre si. 
( 3 ) Por essa maneira de ver o mundo, a igualdade tem de 
ser obtida já, por cobrança de mais impostos e atua-
ção do governo, e não, segundo exigem as realidades 
da vida, como consequência do trabalho – da criação 
de riquezas, de avanços na educação, da multiplicação 
das oportunidades. 
( 4 ) O autor de uma palestra para jovens nos Estados Uni-
dos observa que, hoje, a essência da moral, tanto nas 
ideias como nas ações da vida pública, é apregação da 
igualdade entre todos. 
( 5 ) Ele não teria condições de fazer um único ponto contra 
o campeão. Também não pode aprender grande coisa 
de basquete se não tem talento para esse esporte. A 
solução para haver uma disputa igual só poderia ser 
quebrar as duas pernas de LeBron. 
8 Extensivo Terceirão
Os itens a seguir estão relacionados, respectivamente, às 
frases acima. Todas as versões propostas têm como referência 
a norma culta. Avalie as afirmativas. 
( ) Outra redação correta, com o mesmo sentido – Como 
o desabamento lhe deu o direito de ganhar uma casa 
“do governo”, ela não estava disposta a procurar outro 
lugar para morar.
( ) Uma versão correta, com o sentido essencial da frase 
– Embora por aqui se clame cada vez mais pela igual-
dade, faz-se cada vez mais o oposto do que poderia 
reduzir as desigualdades entre as pessoas. 
( ) Uma versão correta, com o sentido essencial da frase 
– Nessa perspectiva, a redução das desigualdades tem 
de ser obtida já, por aumento de tributação e ação po-
lítica, e não por meio da criação de riquezas, de avan-
ços na educação, da multiplicação das oportunidades. 
( ) Outra versão correta, com o mesmo sentido – O autor 
de uma palestra de jovens nos Estados Unidos observa 
que, hoje, tanto a essência da moral das ideias como 
das ações da vida pública é a pregação da igualdade 
entre todos. 
( ) Outra versão correta – Ele não teria condições de fazer 
um único ponto contra o campeão, nem de aprender 
grande coisa de basquete, se não tem talento para esse 
esporte. A solução, para uma disputa “justa”, só poderia 
ser quebrar as duas pernas de LeBron.
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
09.15. a 09.17.
Cientistas da Universidade Federal do Rio 
de Janeiro (UFRJ) descobriram uma forma de 
diagnosticar e tratar o Mal de Alzheimer, doença 
degenerativa que mais afeta pessoas no mundo, 
especialmente na velhice. Em animais, o método 
interrompeu o processo de perda de funções do 
cérebro causado pela doença. A descoberta foi um 
dos destaques na revista Journal of Neuroscience, 
uma das principais publicações científicas. De 
acordo com reportagem do jornal O Globo, o alvo 
do estudo foram os astrócitos, tipo de célula ce-
rebral considerada secundária até há alguns anos. 
Sem eles, as mensagens químicas que fazem o cé-
rebro comandar o organismo não são enviadas. 
As mensagens químicas são destruídas por 
uma substância inflamatória chamada oligôme-
ro ab e os pesquisadores descobriram que eles 
atacam os astrócitos. O resultado é que as célu-
las deixam de produzir uma substância essencial 
para a comunicação chamada TGF-b1, uma mo-
lécula que pode ser sintetizada e, quando dada 
aos camundongos, fez com que a memória deles 
voltasse. “O que descobrimos não significa a cura, 
mas uma estratégia para conter o avanço da doen-
ça. Também pode ser um indicador do Alzheimer, 
quando as perdas de função cognitiva ainda não 
são evidentes”, disse ao GLOBO a coordenadora 
do estudo, Flavia Alcântara Gomes, do Instituto 
de Ciências Biomédicas da Universidade Federal 
do Rio de Janeiro (ICB/UFRJ). 
(Disponível em: https: br.noticias.yahoo.com/cientistas-brasileiros-
descobrem-maneira-de-deter-o-mal-de-alzheimer. Acesso em: 23 jun. 2017.) 
09.15. (UEL – PR) – Assinale a alternativa que apresenta, 
corretamente, um fato confirmado pelo texto.
a) Cientistas brasileiros descobriram a cura do mal de 
Alzheimer.
b) A pesquisa serve como medida preventiva da doença.
c) O Alzheimer é uma doença degenerativa, de origem 
inflamatória.
d) A pesquisa da UFRJ é pioneira no mundo.
e) O Brasil é líder mundial do mal de Alzheimer.
09.16. (UEL – PR) – Sobre os recursos linguístico-semânticos 
utilizados no texto, considere as afirmativas a seguir. 
I. As aspas revelam o depoimento da pesquisadora e indi-
cam o discurso direto. 
II. As informações entre parênteses são indispensáveis, pois 
acrescentam dados imprescindíveis. 
III. A palavra “quando”, destacada no texto, apresenta um 
sentido condicional. 
IV. O termo “eles”, destacado no texto, concorda com a ideia 
de plural do seu referente. Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
09.17. (UEL – PR) – Em relação aos recursos linguísticos e 
morfossintáticos do texto, considere o trecho a seguir. 
De acordo com reportagem do jornal O Glo-
bo, o alvo do estudo foram os astrócitos, tipo de 
célula cerebral considerada secundária até há al-
guns anos. Sem eles, as mensagens químicas que 
fazem o cérebro comandar o organismo não são 
enviadas. 
Assinale a alternativa correta. 
a) O sujeito do verbo “foram” está implícito, já que é impos-
sível identificá-lo na oração. 
b) A expressão “tipo de célula cerebral considerada secun-
dária” é um aposto do termo anterior. 
c) O uso do termo “até” junto à palavra “há” é inadequado, 
segundo a norma padrão da língua. 
d) O pronome “eles” faz referência aos “pesquisadores”, cita-
dos anteriormente no texto. 
e) O termo “que” pode ser substituído por “o qual”, pois 
retoma “o cérebro”.
Aula 09
9Português 3C
Instrução: Leia o texto para responder à questão 09.18.
Jovens de 19 anos são tão 
sedentários quanto idosos de 60
50% dos garotos e 75% das garotas não 
alcançam nível de atividade mínimo da OMS
Um estudo realizado pela Escola de Saúde 
Pública Johns Hopkins Bloomberg, em Baltimo-
re, Maryland, revelou dados alarmantes sobre a 
prática de atividade física dos jovens americanos. 
Na faixa etária de 19 anos, os níveis de atividade 
física são comparáveis aos idosos com 60 anos. 
Os resultados, publicados no início do mês no 
periódico “Preventive Medicine”, jogam luz sobre 
uma das principais causas da epidemia de obe-
sidade que atinge os EUA, principalmente entre 
crianças e adolescentes. 
Os níveis de atividade no fim da adolescên-
cia são alarmantemente baixos e, por volta dos 
19 anos, são comparáveis com os de pessoas com 
60 anos — pontua Vadim Zipunnikov, professor 
assistente de bioestatística da Johns Hopkins e 
autor sênior da pesquisa. Para crianças em idade 
escolar, a primeira janela para a atividade física é a 
parte da tarde entre 14h e 18h. A questão é como 
podemos modificar as agendas diárias, na escola, 
por exemplo, para aumentar a atividade física. 
Disponível em:<HTTPS://oglobo.globo.com/sociedade/jovens-de-19-anos-
sao-tao-sedentarios-quanto-idosos-de-60> . Acesso em: 19/06/17. 
09.18. (FPP – PR) – Considerando a problematização e as 
situações explicitadas pelo texto, uma ação que poderia 
auxiliar na minimização dos impactos apresentados está 
adequadamente descrita em: 
a) Inserir as aulas de Educação Física no período vespertino, 
momento mais adequado à realização de esportes pelas 
crianças em idade escolar. 
b) Promover maior contato entre crianças em idade escolar 
e idosos, considerando que estes serão mais capazes de, 
por inspiração, manter a forma física. 
c) Conscientizar as famílias de que as crianças precisam se 
movimentar nos finais de semana, já que a escola dispõe 
de poucos horários de atividades semanais. 
d) Programar passeios em diferentes ambientes de cultura, o 
que possibilita às crianças em idade escolar conhecerem 
metodologias de ensino diversas. 
e) Adequar as atividades escolares a fim de que a cultura 
corporal de movimento faça parte das ações desenvol-
vidas nos períodos matutino e vespertino. 
Cap. XI O menino é pai do homem
Sim, meu pai adorava-me. Tinha-me esse 
amor sem mérito, que é um simples e forte impul-
so da carne; amor que a razão não contrasta nem 
rege. Minha mãe era uma senhora fraca, de pouco 
cérebro e muito coração, assaz crédula, sincera-
mente piedosa, – caseira, apesar de bonita, e mo-
desta, apesar de abastada; temente às trovoadas e 
ao marido. O marido era na Terra oseu deus. Da 
colaboração dessas duas criaturas nasceu a minha 
educação, que, se tinha alguma coisa boa, era no 
geral viciosa, incompleta, e, em partes, negativa.
Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Quarta-feira, 10 de julho.
Meu pai é muito querido na família. Todos 
gostam dele e dizem que é muito bom marido e 
um homem muito bom. Eu gosto muito disso, 
mas fico admirada de todo mundo só falar que 
meu pai é bom marido e nunca ninguém dizer 
que mamãe é boa mulher. No entanto, no fundo 
do meu coração, eu acho que só Nossa Senhora 
pode ser melhor que mamãe.
Helena Morley, Minha vida de menina.
a) Os trechos acima se assemelham por serem retratos 
dos pais realizados por seus filhos: no primeiro deles, o 
menino Brás Cubas; no segundo, a pequena Helena. Você 
concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta 
com base nos tempos verbais e na linguagem empregada 
em cada um deles.
Desafio
09.19. (FUVEST – SP) – Considere os textos para responder 
às questões a e b.
10 Extensivo Terceirão
b) Nos trechos acima, as expressões “O marido era na Terra o seu deus” e “só Nossa Senhora pode ser melhor que mamãe” 
dão, respectivamente, exemplos de duas formas contrastantes de organização familiar, o patriarcado e o matriarcado. Você 
concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta com base em ambas as passagens. 
09.20. (FUVEST – SP) – Leia os textos.
– Eu acho que nós, bois, – Dança-
dor diz, com baba – assim como 
os cachorros, as pedras, as árvores, 
somos pessoas soltas, com beira-
das, começo e fim. O homem, não: 
o homem pode se ajuntar com as 
coisas, se encostar nelas, crescer, 
mudar de forma e de jeito… O ho-
mem tem partes mágicas… São as 
mãos… Eu sei…
João Guimarães Rosa, “Conversa de bois”. Sagarana.
Um boi vê os homens
Tão delicados (mais que um arbusto) e correm
e correm de um para o outro lado, sempre esquecidos
de alguma coisa. Certamente falta-lhes
não sei que atributo essencial, posto se apresentem nobres
e graves, por vezes. Ah, espantosamente graves,
até sinistros. Coitados, dir-se-ia não escutam
nem o canto do ar nem os segredos do feno,
como também parecem não enxergar o que é visível
e comum a cada um de nós, no espaço. E ficam tristes
e no rasto da tristeza chegam à crueldade.
(...)
Carlos Drummond de Andrade, “Um boi vê os homens”. Claro enigma.
a) Em ambos os textos, o assombro de quem vê decorre das avaliações contrastantes sobre quem é visto. Justifique essa 
afirmação com base em cada um dos textos.
b) O conto de Rosa e o poema de Drummond valem-se de uma mesma figura de linguagem. Explicite essa figura e justifique 
sua resposta. 
Aula 09
11Português 3C
Produção de textos
Proposta 01 
Leia o texto a seguir:
“[...] em a Condição Humana, Arendt ressalta que os direitos humanos pressupõem a cidadania como um 
princípio, pois a privação da mesma repercute na condição humana, isto porque o ser humano, privado de 
proteção conferida por um estatuto político, esvazia-se da sua substância de ser tratado pelos outros como 
semelhante. Dessa forma, destaca-se que o primeiro direito humano é o direito a ter direitos, o que só é 
possível mediante o pertencimento, pelo vínculo da cidadania, a algum tipo de comunidade juridicamente 
organizada e ser tratado dentro dos parâmetros definidos pelos princípios da legalidade.” 
(Disponível em: <http://online.unisc.br/acadnet/anais/index.php/sidspp/article/view/16043/3933> com adaptações)
(UNICENTRO – PR) – A situação alarmante de milhares de exilados na Europa traz a lume a necessidade de reflexão, novamente, 
sobre a situação dos apátridas no mundo. Nacionalismos exaltados e xenofobia convivem em um cenário que tem gradati-
vamente marginalizado a manutenção dos direitos humanos, pois eles se tornam frágeis quando o apego ao nacionalismo 
extremado cresce. Onde há nacionalismos, também há xenofobia. 
Após refletir sobre o tema e, com base nas ideias apontadas pelo fragmento em destaque, escreva, na norma-padrão da 
língua portuguesa, um texto dissertativo, argumentando de forma crítica e contextualizada sobre a situação de pessoas 
em condição de exílio no mundo, em pleno século XXI. Relacione esse ato de violência a ações de xenofobia, a partir de 
exemplos concretos sobre esta questão. 
12 Extensivo Terceirão
Proposta 02 
Considere os textos a seguir como referência para o desenvolvimento de sua redação. 
Texto 01 
O que há de errado com a desigualdade do ponto de vista ético? É óbvio que a desigualdade não é um mal 
em si – o que importa é a legitimidade do caminho até ela. A questão crucial é a seguinte: a desigualdade ob-
servada reflete essencialmente os talentos, esforços e valores diferenciados dos indivíduos ou, ao contrário, 
resulta de um jogo viciado na origem – de uma profunda falta de equidade nas condições iniciais de vida, da 
privação de direitos elementares? [...] 
O Brasil continua sendo um dos países mais desiguais do planeta. No ranking da distribuição de renda, 
somos a segunda nação mais desigual do G-20, a quarta da América Latina e a 12º do mundo. Esse quadro 
é fruto de uma grave anomalia: a brutal disparidade nas condições iniciais de vida e nas oportunidades de 
nossas crianças e jovens de desenvolverem adequadamente suas capacidades e talentos, de modo a ampliar 
seu leque de escolhas possíveis e eleger seus projetos, apostas e sonhos de vida. 
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Igualdade de quê?. Disponível em: <www.folha.uol.com.br>. Acesso em: 27 jul. 2018) 
Texto 02 
Qual a alternativa para a desigualdade? Alguém vê alguém igual a alguém? Há uma grande confusão acer-
ca da ideia de igualdade. A Declaração diz “todos os homens são criados igualmente”. Mas em que sentido 
o termo “igualdade” é referido pelos “pais fundadores” (Founding Fathers, em referência aos fundadores 
dos Estados Unidos)? Igualdade de resultados? Obviamente que não. Igualdade de oportunidades? Os pais 
fundadores julgavam que tínhamos que ter oportunidades iguais? Mas não há igualdade de oportunidades 
no mundo real. 
O que os pais fundadores estavam afirmando era a igualdade perante a lei. Todos nós temos direitos; 
temos direito à vida, direito ao livre arbítrio, a escolher os meios de alcançar a própria felicidade. Isso não 
garante igualdade de resultados nem igualdade de oportunidades; mas garante liberdade, porque toda a 
outra forma de igualdade – de oportunidade, de resultados – requer o quê? Requer o uso da força, o uso da 
coerção; requer tirar de alguns para dar a outros. Requer dar ao Estado esse poder. E os resultados estão à 
vista de todos nos últimos dois séculos. 
Como lidar com o fato de que pessoas têm talentos e inteligências totalmente diferentes? Alguns nascem 
em famílias pobres, outros em famílias ricas; uns têm mais vontade e determinação, outros menos; alguns 
têm pais bacanas, outros não tanto; há aqueles que nasceram no Alasca, outros em Nova York, outros em 
tribos indígenas. A tentativa de igualar requer que você viole os direitos de algumas pessoas, tornando-as 
menos iguais perante a lei, para dar a outras pessoas, dando a elas tratamento preferencial perante a lei. E é 
exatamente a isso que os pais fundadores se opunham. 
(Adaptado de: BROOK, Yaron. A virtude da desigualdade. Disponível em: <www.youtube.com.br>. Acesso em: 27 jul. 2018) 
Aula 09
13Português 3C
Texto 03 
O leito de Procusco
Procusto, personagem da mitologia grega, vivia perto da estrada de Eleusis, a alguns quilômetros de 
Atenas. De acordo com a lenda, construiu um leito metálico do exato tamanho de seu corpo. Aos hóspedes 
que fossem maiores que o leito, Procusto amputava-lhes o excesso. Aos que fossem menores, esticava-os até 
ficarem de conformidade com o móvel. 
O viajante nunca se adaptava porque, secretamente, Procusto possuía duas camas de tamanho diferente 
(duas medidas). O horror só teve fim quando o herói Teseu lhe aplicou o mesmo suplício: colocou-o na cama 
em sentido transversal, de forma a sobrarem a cabeça e os pés, que foram amputados pelo herói.(Adaptado do disponível em: <www.mitologica.blogs.sapo>. Acesso em: 15 jun. 2018) 
(FEMPAR – PR) – Redija um texto dissertativo-argumentativo (20 a 35 linhas; mínimo 4 parágrafos) sobre a questão que se 
segue. Assuma um posicionamento e argumente-o devidamente. 
Qual a legitimidade do combate às desigualdades na estrutura social?
14 Extensivo Terceirão
Proposta 03
Leia a charge e as letras das músicas a seguir.
Amor de Malandro
Francisco Alves (Gravação de 1929)
Vem, vem
Que eu dou tudo a você
Menos vaidade
Tenho vontade
Mas é que não pode ser
O amor é o do malandro
Oh! Meu bem
Melhor do que ele ninguém
Se ele te bate
É porque gosta de ti
Pois bater-se em quem
Não se gosta
Eu nunca vi
(Disponível em: < www.cifraclub.com.br/franciscoalves/ 1743969/letra/>. 
Acesso em: 18 jul 2017).(Revista Kodak, ano II, nº 44, 15 de junho de 1918.)
Aula 09
15Português 3C
Minha nega na janela
Germano Mathias (Gravação de 1956)
Não sou de briga
Mas estou com a razão
Ainda ontem bateram na janela
Do meu barracão
Saltei de banda
Peguei da navalha e disse
Pula muleque abusado
Deixa de alegria pro meu lado
Minha nega na janela
Diz que está tirando linha
Eta nega tu é feia
Que parece macaquinha
Olhei pra ela e disse
Vai já pra cozinha
Dei um murro nela
E joguei ela dentro da pia
Quem foi que disse
Que essa nega não cabia?
(Disponível em: <https://www.letras.mus.br/germano-mathias/ 1483511/>. 
Acesso em: 18 jul. 2017).
Um tapinha não dói
Bonde do Tigrão (Gravação de 2004)
Vai glamurosa
Cruza os braços no ombrinho
Lança eles pra frente e desce bem devagarinho
Dá, dá, dá uma quebradinha e sobe devagar
Se te bota maluquinha
Um tapinha eu vou te dar porque
Dói, um tapinha não dói
Um tapinha não dói
Um tapinha não dói
Um tapinha não dói, só um tapinha
(Disponível em: <www.kboing.com.br/bonde-do-tigrao/ 1-60149/>. Acesso 
em: 18 jul 2017).
(UEL – PR) – As letras das músicas e a charge abordam uma temática que tem raízes históricas e ideológicas. Redija um texto 
opinativo, de 10 a 14 linhas, que discuta o tema em questão. Não há a necessidade de assinar o seu texto.
16 Extensivo Terceirão
09.01. d
09.02. d
09.03. c
09.04. c
09.05. b
09.06. e
09.07. d
09.08. e
09.09. e
09.10. e
09.11. b
09.12. e
09.13. F-V-V-F-V
09.14. F-V-F-F-V
09.15. c
09.16. b
09.17. b
09.18. e
09.19. a) Nos trechos citados no enunciado, os retratos dos pais realizados 
por seus filhos diferem na perspectiva temporal dos narradores, 
na linguagem e na visão da figura paterna no contexto familiar 
de cada um. Em “Memórias póstumas de Brás Cubas”, o narrador 
é um homem adulto, com linguagem elaborada e intencional-
mente irônica, que relembra a sua infância de forma distante, 
através de verbos, predominantemente, no pretérito imperfei-
to do indicativo. Em “Minha vida de menina”, o narrador é uma 
criança que o leitor identifica na linguagem simples de frases 
curtas e repetição de vocábulos com que tece considerações 
sobre ambas as figuras paternas, através do uso de verbos no 
presente do indicativo.
b) As expressões “O marido era na Terra o seu deus” e “só Nossa Se-
nhora pode ser melhor que mamãe” não podem ser considera-
das, respectivamente, como exemplos de visões contrastantes 
da organização familiar, o patriarcado e o matriarcado. No texto 
I, o narrador desvaloriza a figura materna no contexto familiar 
(“Minha mãe era uma senhora fraca, de pouco cérebro”,” caseira, 
apesar de bonita”, “temente às trovoadas e ao marido”). Também 
no texto II, o narrador, apesar da ligação afetiva que o aproxima 
mais da mãe, reconhece que, socialmente, a figura paterna é 
mais reverenciada e elogiada do que a materna. 
09.20. a) Tanto o excerto de “Conversa de bois” como o de “Um boi vê os 
homens” transcrevem reflexões dos animais sobre a condição 
humana. No primeiro, o boi Dançador constata a supremacia do 
Homem sobre os irracionais pelo fato de ser provido de mãos: 
“O homem tem partes mágicas… São as mãos”. Já no segun-
do, as reflexões recaem sobre a natureza íntima do ser humano, 
desprovida de atributos essenciais que pudessem torná-lo mais 
sensível ao mundo que o rodeia:” Certamente falta-lhes/não sei 
que atributo essencial”, “não escutam/ nem o canto do ar nem os 
segredos do feno”. 
b) O conto de Rosa e o poema de Drummond, por apresentarem 
conceitos elaborados por seres irracionais, valem-se da proso-
popeia ou personificação, figura de linguagem pela qual o autor 
atribui características humanas a seres inanimados ou a animais. 
Gabarito
17Português 3C
Aula 10
Português
1B3C
Estratégias argumentativas II
Argumentação com base em 
exemplos
Uma forma de fortalecer a argumentação é 
fundamentá-la por meio de exemplos concretos. Para 
isso, é importante saber selecionar exemplos fortes, pre-
ferencialmente fatos de conhecimento geral. O exemplo a 
seguir é uma redação feita no ENEM 2016, cujo tema era 
“Caminhos para combater a intolerância religiosa no 
Brasil”. Perceba, na leitura do texto, como os argumentos 
vêm sempre reforçados com exemplos concretos.
Exemplo de redação
Crédito: Júlia Oya
O Brasil é um país com uma das maiores diver-
sidades do mundo. Os colonizadores, escravos e 
imigrantes foram essenciais na construção da iden-
tidade nacional, e também, trouxeram consigo 
suas religiões. Porém, a diversidade religiosa que 
existe hoje no país entra em conflito com a intole-
rância de grande parte da população e, para com-
bater esse preconceito, é necessário identificar suas 
causas, que estão relacionadas à criação de estere-
ótipos feita pela mídia e à herança do pensamento 
desenvolvido ao longo da história brasileira.
Primeiramente, é importante lembrar que o 
ser humano é influenciado por tudo aquilo que 
ouve e vê. Então, quando alguém assiste ou lê 
uma notícia sobre políticos da bancada evangé-
lica que são contra o aborto e repudiam homos-
sexuais, esse alguém tende a pensar que todos os 
seguidores dessa religião são da mesma maneira. 
Como já disse Adorno, sociólogo que estudou a 
Indústria Cultural, a mídia cria certos estereó-
tipos que tiram a liberdade de pensamento dos 
espectadores, forçando imagens, muitas vezes 
errôneas, em suas mentes. Retomando o exem-
plo dos evangélicos, de tanto que são ridiculari-
zados por seus costumes e crenças na televisão 
e na internet e pelos jornais destacarem a opi-
nião de uma parte dos seguidores dessa religião, 
criou-se um modelo do “típico evangélico”, que 
é ignorante, preconceituoso e moralista, o que, 
infelizmente, foi generalizado para todos os fiéis.
Além disso, percebe-se que certos preconceitos 
estão enraizados no pensamento dos brasileiros 
há muito tempo. Desde as grandes navegações, 
por exemplo, que os portugueses chamavam al-
guns povos africanos de bruxos. Com a vinda dos 
escravos ao Brasil, a intolerância só aumentou e 
eles foram proibidos de praticarem suas religiões, 
tendo que se submeter ao cristianismo imposto 
pelos colonos. É por isso que as práticas das re-
ligiões afro-brasileiras são vistas como “bruxaria” 
e “macumba” e seus fiéis são os que mais denun-
ciam atos de discriminação (75 denúncias entre 
2011 e 2014).
Portanto, é possível dizer que, mesmo exis-
tindo o artigo 208 do código penal, que pune os 
crimes de intolerância religiosa, ela ainda é muito 
presente. Para combatê-la, é preciso acabar com 
os estereótipos, ensinando desde cedo a respeitar 
todas as religiões. Então, o governo federal deve 
deixar obrigatória para todos os colégios (públi-
cos e privados) a disciplina Ensino Religioso du-
rante o Ensino Fundamental. Outro caminho é o 
incentivo das prefeituras para que a população 
conheça as religiões como elas realmente são, e 
não a imagem criada pela mídia nem aquela her-
dada desde a época colonial, promovendo visitas 
aos centros religiosos, palestras e programas na 
televisão e no rádio.”
Extraído de: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/leia-redacoes-
nota-mil-do-enem-2016.ghtml>. Acesso em: 13/02/18
Observações importantes
No exemplo de redação desta aula, duas estratégiasar-
gumentativas são destacadas: note que há, no texto, tanto 
o raciocínio causa/consequência como o uso de exemplos 
que ilustram a argumentação nela desenvolvida.
Isso mostra que, embora não seja plausível, numa 
redação em torno de 30 linhas, utilizar todos os recursos 
argumentativos existentes, é possível misturar algumas 
dessas estratégias.
18 Extensivo Terceirão
Assimilação
Instrução: Leia o texto para responder às questões 10.01. 
a 10.03.
Testes
10.01. (UERJ) – A flutuação do gosto em relação aos poetas 
é normal, como é normal a sucessão dos modos de fazer 
poesia. (1º. parágrafo). A relação que se estabelece entre essa 
declaração inicial do crítico Antonio Candido e o restante de 
seu texto pode ser definida pela seguinte sequência: 
a) problema – solução 
b) abstração – realidade 
c) pressuposição – asserção 
d) generalização – particularização 
10.02. (UERJ) – A articulação do primeiro com o segundo 
parágrafo revela o seguinte eixo principal da argumentação 
do crítico: 
a) valorização de versos coloquiais 
b) descrição de uma poética singular 
c) contestação de artistas modernos 
d) exaltação de uma obra convencional 
10.03. (UERJ) – Com base nas ideias apresentadas no texto, 
a metáfora um raro malabarista sugere que o poeta articula 
os seguintes aspectos em sua poesia: 
a) humor e seriedade 
b) tradição e inovação 
c) erudição e formalismo 
d) musicalidade e silêncio
Instrução: Leia o fragmento que segue para responder à 
questão 10.04.
Um poema de Vinicius de Moraes
A flutuação do gosto em relação aos poe-
tas é normal, como é normal a sucessão dos 
modos de fazer poesia. Pelo visto, Vinicius de 
Moraes anda em baixa acentuada. Talvez o seu 
prestígio tenha diminuído porque se tornou can-
tor e compositor, levando a opinião a considerá-lo 
mais letrista do que poeta. Mas deve ter sido tam-
bém porque encarnou um tipo de poesia oposto 
a certas modalidades para as quais cada palavra 
tende a ser objeto autônomo, portador de manei-
ra isolada (ou quase) do significado poético. 
Na história da literatura brasileira ele é um 
poeta de continuidades, não de rupturas; e o 
nosso é um tempo que tende à ruptura, ao triun-
fo do ritmo e mesmo do ruído sobre a melodia, 
assim como tende a suprimir as manifestações 
da afetividade. Ora, Vinicius é melodioso e não 
tem medo de manifestar sentimentos, com uma 
naturalidade que deve desgostar as poéticas de 
choque. Por vezes, ele chega mesmo a cometer o 
pecado maior para o nosso tempo: o sentimenta-
lismo. Isso lhe permitiu dar estatuto de poesia a 
coisas, sentimentos e palavras extraídos do mais 
singelo cotidiano, do coloquial mais familiar e até 
piegas, de maneira a parecer muitas vezes um se-
resteiro milagrosamente transformado em poeta 
maior. João Cabral disse mais de uma vez que sua 
própria poesia remava contra a maré da tradição 
lírica de língua portuguesa. Vinicius seria, ao con-
trário, alguém integrado no fluxo da sua corrente, 
porque se dispôs a atualizar a tradição. Isso foi 
possível devido à maestria com que dominou o 
verso, jogando com todas as suas possibilidades. 
Ele consegue ser moderno usando metrifica-
ção e cultivando a melodia, com uma imaginação 
renovadora e uma liberdade que quebram as con-
venções e conseguem preservar os valores colo-
quiais. Rigoroso como Olavo Bilac, fluido como 
o Manuel Bandeira dos versos regulares, terra a 
terra como os poemas conversados de Mário de 
Andrade, esse mestre do soneto e da crônica é um 
raro malabarista. 
ANTONIO CANDIDO Adaptado de Teoria e debate, nº. 49. São Paulo: Fundação 
Perseu Abramo, out-dez, 2001.
No Brasil, um dos principais mecanismos de 
apoio às vítimas de violência contra a mulher é 
o Ligue 180, acessado gratuitamente de qualquer 
lugar. O canal registrou, em 2016, aumento de 
51% no número de denúncias em todo o país, 
em relação ao ano anterior. No total, 1 milhão e 
300 mil denúncias foram registradas: 50% sobre 
violência física, 31% sobre violência psicológica e 
5% sobre violência sexual. Em 65% dos casos, a 
violência foi praticada por homens contra as com-
panheiras. E em 38%, o relacionamento entre a 
vítima e o agressor tem mais de 10 anos de dura-
ção (dados divulgados pela Agência Brasil). 
Disponível em:<HTTP://sociologia.uol.com.br/a-violencia-contra-a-mulher> . 
Acesso em: 20/06/17. (Excerto) 
10.04. (FPP – PR) – Com base na análise dos dados forne-
cidos pelo texto, é possível constatar que 
a) os parceiros representam o maior número de agressores 
em registro de violência conta a mulher no Brasil. 
b) a figura do agressor de mulheres está intimamente ligada 
a relacionamentos casuais. 
Aula 10
19Português 3C
c) o número de agressões contra a mulher registradas pelo 
Ligue 180 teve aumento pouco expressivo em 2016. 
d) a maior incidência de agressões a mulheres em relacio-
namentos duradouros é a psicológica. 
e) há uma glamourização dos casos de assédio, o que leva 
um maior número de mulheres a denunciá-los.
Aperfeiçoamento
Instrução: Considere o excerto a seguir para responder à 
questão 10.05. 
tire da dieta. Isso porque alimentos considerados 
bons para a saúde, como a farinha de trigo, de 
centeio e da cevada, por exemplo, contêm glúten. 
Nesse caso, pessoas não celíacas podem acabar 
se privando de bons produtos para a saúde por 
acharem que também devem dispensar o glúten. 
A equipe dirigida por Andrew T. Chan, nos Esta-
dos Unidos, aponta que o consumo de glúten não 
aumenta o risco de doenças cardiovasculares em 
pessoas não celíacas. 
LEMOS, Agatha. Dieta sem glúten não é para todos, Revista Vida e Saúde, 
17/05/2017. Disponível em:<www.revistavidaesaude.com.br> . 
Acesso em: 27/05/2017. 
Cientistas dos EUA desenvolveram aquela que 
pode ser a melhor solução para quem tem medo 
de agulha, mas quer se vacinar contra a gripe. 
Trata-se de uma vacina em forma de adesivo. 
Olhando de pertinho, veem-se 100 microagulhas 
prontinhas para perfurar a pele e lá permanecer. 
Enquanto são dissolvidas pelo organismo, elas 
liberam os vírus inativados (mortos), que com-
põem a vacina. 
Cem pacientes participaram dos primeiros tes-
tes, conduzidos por pesquisadores do Instituto de 
Tecnologia da Georgia e da Universidade Emory 
(ambas nos EUA). 
Os voluntários foram divididos em quatro gru-
pos: 1) vacina injetável tradicional; 2) vacina em 
adesivo aplicada por um profissional de saúde; 3) 
vacina em adesivo aplicada pelo próprio paciente 
e 4) placebo (só o adesivo, sem as microagulhas). 
Folha de S. Paulo, 28/06/17. 
10.05. (FPP – PR) – Ao serem publicados em periódicos 
de grande circulação entre leitores diversos, os textos que 
divulgam descobertas científicas lançam mão de vocabulário 
não especializado. Exemplo disso pode ser encontrado no 
seguinte excerto do texto: 
a) “Olhando de pertinho, veem-se 100 microagulhas [...]”. 
b) “Trata-se de uma vacina em forma de adesivo”. 
c) “Os voluntários foram divididos em quatro grupos”. 
d) “placebo (só o adesivo, sem as microagulhas)”. 
e) “Cem pacientes participaram dos primeiros testes”.
Instrução: Leia o texto que segue para responder à questão 
10.06. 
Artigo publicado pela revista médica British 
Medical Journal divulgou novo estudo da Escola 
de Medicina de Harvard que diz que as pessoas 
não devem deixar de consumir glúten, a não ser 
aquelas que são intolerantes a ele. As pessoas ce-
líacas realmente sofrem restrição alimentar quan-
to à ingestão do glúten. Contudo, para quem não 
tem esse problema, o estudo desaconselha que se 
10.06. (FPP – PR) – Observe os termos sublinhados no 
excerto anterior e analise as questões a seguir. 
I. Os termos do texto “aquelas” e “ele” correspondem, 
respectivamente, às palavras “pessoas” e “glúten”, citadas 
anteriormente. 
II. “Contudo” inicia uma advertência relativa à eliminação do 
glúten por pessoas sem restrições ao alimento. 
III. “Novo”, no contexto, significa que não há pesquisas cien-
tíficas sobre o assunto.
IV. “Por acharem” denota um posicionamento apoiado em 
pesquisas científicassobre os malefícios do glúten na 
alimentação das pessoas em geral. 
V. O verbo “aponta” introduz o resultado da pesquisa da 
equipe do Dr. Andrew T. Chan em relação ao risco do 
aumento de doenças cardiovasculares em pessoas não 
celíacas ao consumirem glúten.
a) I, III e V. 
d) III e V.
b) III, IV e V. 
e) I, II e V.
c) I e II. 
Instrução: Leia o texto a seguir para responder à questão 
10.07. 
A Domino’s definitivamente está decidida a en-
tregar pizzas sem humanos. A empresa se juntou à 
Ford nos Estados Unidos para começar a entregar 
os pedidos em carros sem motoristas. Os autôno-
mos da Domino’s/Ford circularão, a princípio, em 
uma região do Michigan. Os pedidos que serão en-
tregues desta forma serão aleatórios, por sorteio. O 
consumidor receberá uma mensagem de que sua 
pizza está chegando e um código para abrir o carro 
e pegar seu pedido. Os carros deverão tomar as ruas 
nos próximos meses. Não é a primeira investida da 
Domino’s no mundo robotizado. A rede criou uma 
unidade altamente automatizada em Brisbane, na 
Austrália, onde robôs levam os pedidos até a mesa 
dos consumidores. Na Nova Zelândia, a pizzaria 
tem uma unidade que entrega o acepipe por drone 
(mas as pessoas precisam ter um jardim para rece-
ber sua redondinha). 
GAZETA DO POVO. Pizza robotizada, 2 a 8 de set. de 2017, p.14. 
20 Extensivo Terceirão
10.07. (FPP – PR) – Assinale a alternativa que contempla a 
ideia principal do texto acima. 
a) A Domino’s consolida a investida em robótica, em parceria 
com a Ford, ao entregar pizza em carros sem motoristas 
e, sem a Ford, ao empregar robôs para servir os clientes 
e utilizar drone para entregar acepipe. 
b) A Domino’s decidiu investir em robótica ao fazer uma parceria 
com a Ford para entregar pizzas sem o auxílio de humanos, 
nos Estados Unidos, na Austrália, e na Nova Zelândia. 
c) A Domino’s entregará pizzas com carros sem motoristas e 
utilizará robôs e drone para atender os clientes. 
d) A robotização do serviço de entrega de pizzas, em parceria 
com a Ford, com carros sem motorista, foi consolidada pela 
Domino’s, antes de qualquer outra inciativa nesse setor. 
e) A última atividade da Domino’s em servir pizza, sem o 
auxílio de humanos, foi o uso de drone e robôs para a 
entrega do produto em domicílio.
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
10.08. e 10.09.
II. A intensidade do fenômeno de uma erupção solar é 
calculada em laboratório pelos estudiosos, em um tra-
balho de equipe. 
III. Quando os alertas sobre uma tempestade solar são 
acionados, é necessário tomar precauções para evitar 
acidentes e explosões na Terra. 
IV. O segundo parágrafo aponta medidas possíveis para 
evitar explosões no universo, relativas aos satélites e aos 
geradores. V. Duas preparações diminuem o risco de ra-
diação: os astronautas se recolhem para partes protegidas 
do laboratório orbital e a rota de aviões é refeita.
A sequência que apresenta a avaliação CORRETA das afirma-
ções anteriores é: 
( ) V – F – F – V – V. 
( ) V – F – V – F – V. 
( ) V – V – V – F – F. 
( ) F – F – V – V – V. 
( ) F – V – F – V – F. 
10.09. (FPP – PR) – As expressões o próximo passo (primei-
ro parágrafo), quando (segundo parágrafo), outra medida 
e frequentemente (terceiro parágrafo), estabelecem com 
as ideias do texto, respectivamente, uma relação de 
( ) sequência, tempo, alteração e intensidade. 
( ) soma, possibilidade, adição e modo. 
( ) adição, tempo, alternância e meio. 
( ) soma, dúvida, possibilidade e intensidade. 
( ) adição, tempo, adição e tempo.
Instrução: Leia o texto para responder à questão 10.10.
Ao avistar uma erupção solar que possa ge-
rar uma tempestade aqui na Terra, pesquisadores 
precisam estimar a sua direção, para saber se ela 
realmente chegará ao planeta. O próximo passo 
é estimar a sua intensidade, tarefa de um satélite 
que fica localizado no meio do caminho até o Sol. 
E então, ao chegar aqui, a tempestade pode, ou 
não interagir com o nosso campo magnético. 
Quando soam os alertas sobre uma tempes-
tade solar, algumas preparações devem ser feitas 
para evitar desastres. Satélites de comunicação 
diminuem as suas atividades e alguns geradores 
de eletricidade (especialmente nos polos da Terra, 
onde a carga de radiação recebida é mais intensa), 
para que não haja risco de explosão. 
Além disso, astronautas da Estação Espacial 
Internacional precisam se recolher para partes 
mais protegidas dentro do laboratório orbital, 
para não ficarem muito expostos à radiação. Ou-
tra medida necessária é refazer a rota de aviões 
que viajam entre a Ásia e a América do Norte que, 
frequentemente, passam pelo Polo Norte – por 
causa da radiação, os sistemas de localização e 
de rádio das aeronaves podem parar de funcio-
nar, colocando os passageiros e os tripulantes em 
grande risco. 
Disponível em: <www.revistagalileu.globo.com>. Acesso em: 14/07/2018. 
Você já deve ter experimentado algum refrige-
rante de guaraná, presença quase certa nas festas 
de aniversário. Mas você já parou para imaginar 
qual a origem do fruto?
O guaraná é originário da Amazônia e é funda-
mental na cultura e nos rituais dos Sateré Mawé, 
grupo indígena que vive no Amazonas, e que se 
consideram os “filhos do Guaraná”. Toda a socie-
dade se envolve nas etapas de beneficiamento do 
fruto, desde a colheita, no período das chuvas, 
entre novembro e março.
Este é um período de vida social intensa, 
quando os Sateré Mawé restauram as suas forças. 
Entre eles, o guaraná é consumido ralado na água 
e bebido em grandes quantidades por adultos e 
crianças. O preparo fica a cargo de uma mulher 
(esposa ou filha do anfitrião) que, quando che-
ga à quantidade correta de guaraná ralado, passa 
a cuia com a bebida para o seu marido, que em 
seguida passa para todos os presentes – primeira-
mente os mais velhos ou visitantes ilustres – se-
guindo de mão em mão até retornar ao dono da 
casa e à sua mulher. Ela, então, prepara mais uma 
rodada da bebida.
<https://tinyurl.com/zy6cmm6> Acesso em: 10.02.2017. Adaptado.
10.08. (FPP – PR) – Leia as afirmações a seguir e marque 
com V as opções verdadeiras e com F as falsas, de acordo 
com o excerto. 
I. Ao detectar a possibilidade de uma tempestade solar na 
Terra, os pesquisadores precisam calcular sua direção para 
então tomar medidas preventivas. 
Aula 10
21Português 3C
uma tática de sobrevivência desses povos, por 
vezes nômades. “Como vai carregar uma pessoa 
com deficiência [na mata]? Para pagar esse peca-
do, é melhor eliminar logo. Entendi dessa forma 
[o ritual]”, disse Macuxi, ao ressaltar que animais 
e cipós são obstáculos para um índio deficiente. 
P6 Em algumas tribos, as crianças são enfor-
cadas. “Quem decide é a própria mãe. Segura o 
pescoço e já enterra”, conta Jonas Ianomâmi, de 
Barcelos (AM). Em dois anos, foram registradas 
96 mortes de bebês indígenas de até seis dias de 
idade em Barcelos, Caracaraí e Alto Alegre (RR), 
segundo o “Mapa da violência 2015”. Não é possí-
vel saber se esse número já foi maior, porque não 
há registros seguros. Para Jonas e Ozélio, a morte 
dos bebês faz parte da vida cultural desses povos 
e não cabe ao homem branco entender ou interfe-
rir. A governadora do Estado, Suely Campos (PP), 
diz que quase nunca fica sabendo das mortes. “É 
uma questão deles, que começa e acaba lá.” 
P7 Mas o assunto está na pauta do Senado des-
de setembro, após a Câmara aprovar um projeto 
de lei que prevê criminalizar, por omissão de so-
corro, quem não informar o infanticídio ou qual-
quer outra prática que atente contra a saúde e a 
integridade dos índios. A medida inclui ONGs, 
poder público, Funai e qualquer cidadão. Pelo 
projeto, o índio não é punido. Mas cabe ao poder 
público proteger e auxiliar o índio que “decidir 
não permitir, expor ou submeter crianças a práti-
cas que coloquem em risco a vida.” 
P8 A proposta, conhecida como Lei Muwaji 
– em homenagem a uma mãe da tribo dos su-
ruwahas que não permitiu a morte da filha defi-
ciente –,levou quase oito anos para ser aprovada 
na Câmara. A Associação Brasileira de Antropolo-
gia e ONGs ligadas aos índios dizem que o pro-
jeto tira a garantia desses povos à sua identidade. 
Argumentam ainda que o infanticídio é residual. 
“Por que deputados e senadores discutem isso 
sem consultar os indígenas?”, questiona Maurício 
Yekuana, da ONG Hutukara. 
(Adaptado de: TOLEDO, Marcelo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.
com.br/cotidiano/2015/12/21>. Acesso em: 14 maio 2016) 
10.10. (UEPG – PR) – Conforme o texto, é correto afirmar que 
a) o período da colheita do guaraná é de vida social intensa 
e, durante esse processo, os Sateré Mawé se revigoram. 
b) o consumo da bebida preparada com o guaraná ralado 
é restrito aos homens adultos e aos visitantes ilustres. 
c) os Sateré Mawé, do Pantanal, inventaram o refrigerante 
de guaraná a partir do fruto ralado na água. 
d) os homens mais velhos entre os Sateré Mawé preparam 
a bebida que dá energia aos mais jovens. 
o guaraná é um fruto colhido na primavera, quando cessam as chuvas na floresta amazônica. 
Aprofundamento
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
10.11. e 10.12.
Muwaji
P1 Em uma aldeia indígena de Caracaraí, pe-
quena cidade de Roraima, a jovem de 21 anos 
dava à luz seu quarto filho, e desesperou-se ao 
notar que o recém-nascido tinha uma má-forma-
ção na perna. Mesmo já sabendo o que ia aconte-
cer, consultou os líderes de sua aldeia ianomâmi. 
P2 O bebê não chegou a ser amamentado. Pas-
sou por um ritual em que foi queimado vivo. 
As cinzas foram usadas para preparar um min-
gau, oferecido a todos da tribo. A índia contou 
a parentes que ficou triste, pois queria cuidar da 
criança. Mas entendeu que era a tradição de sua 
gente. 
P3 A morte de bebês, geralmente com até seis 
dias de vida, é praticada, segundo registros e tes-
temunhos, em pelo menos 13 etnias indígenas, 
com maior ou menor contato com o homem 
branco. Ocorre, na maioria dos casos, quando a 
criança nasce com alguma deficiência física. Mas 
há também mortes de gêmeos ou por suspeita de 
que a mãe cometeu adultério ou foi estuprada. 
Isso ocorre no Brasil e não tem sido considerado 
crime, pois nossa Constituição assegura a grupos 
indígenas o direito à prática do infanticídio, em 
respeito à autonomia cultural. 
P4 O antropólogo Mércio Pereira Gomes, ex-
-presidente da Funai, admitiu que sofreu “um di-
lema muito grande” no órgão diante da questão 
do infanticídio. Como cidadão, é contrário à prá-
tica, mas como antropólogo e funcionário do ór-
gão rejeita uma política intervencionista. Já para o 
sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, autor do “Mapa 
da violência” no Brasil, as mortes de bebês índios 
não deixam de ser assassinato, por mais que a 
prática seja vinculada à cultura indígena. “Não se 
deve criminalizar o índio, mas tem de agir para 
salvar essas vidas.” 
P5 Secretário do Índio de Roraima, Ozélio Ma-
cuxi discorda. Para ele, o ato é, acima de tudo, 
10.11. (FEMPAR – PR) – Avalie as afirmativas com relação 
aos conteúdos e à estrutura do texto. 
a) ( ) Em P1 e P2, o autor apresenta sua tese por meio de 
exemplo. 
b) ( ) Dos posicionamentos apresentados em P4, é coerente 
a postura do antropólogo Mércio Pereira Gomes, pois 
não há qualquer prática intervencionista por parte do 
Estado brasileiro nas comunidades indígenas. 
c) ( ) Deduz-se de P5: no contexto tribal a deficiência é 
de certo modo “uma falta capital” contra o grupo e o 
próprio indivíduo. 
22 Extensivo Terceirão
d) ( ) Considerando a perspectiva da Funai, não caberia 
incluir as mortes de bebês indígenas no Mapa da 
Violência de 2015. 
e) ( ) Os termos cultura indígena, integridade dos índios 
e identidade apresentam uma relação de sinonímia 
no texto. 
10.12. (FEMPAR – PR) – Considere as frases a seguir.
( 1 ) A índia contou a parentes que ficou triste, pois queria 
cuidar da criança. Mas entendeu que era a tradição de 
sua gente.
( 2 ) Há também mortes de gêmeos ou por suspeita de que 
a mãe cometeu adultério ou foi estuprada. 
( 3 ) Não se deve criminalizar o índio, mas tem de agir para 
salvar essas vidas. 
( 4 ) A morte dos bebês faz parte da vida cultural desses 
povos e não cabe ao homem branco entender ou in-
terferir. 
( 5 ) O projeto tira a garantia desses povos à sua identidade. 
Os itens a seguir estão relacionados, respectivamente, às 
frases acima. Todas as versões propostas têm como referência 
a norma culta. Avalie as afirmativas. 
a) ( ) Uma redação correta: A índia contou a parentes que 
ficou triste; queria cuidar da criança, mas entendeu 
que o ritual era a tradição de sua gente. 
b) ( ) Uma redação correta: Há também mortes de gêmeos 
por suspeita de que a mãe tenha cometido adultério 
ou sido estuprada. 
c) ( ) Uma versão correta: Não se deve criminalizar o índio, 
mas há que agir para salvar essas vidas.
d) ( ) Uma redação correta: O infanticídio faz parte da vida 
cultural desses povos e não cabe ao homem branco 
entendê-lo ou nela interferir. 
e) ( ) Outra redação correta: O projeto tira a esses povos a 
garantia a sua identidade.
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
10.13. a 10.16.
mão do contemporâneo. Enquanto o mundo se 
expande, se reproduz e acelera, a literatura con-
trai, pedindo que paremos para um mergulho 
“sem resultados” em nosso próprio interior. Sim: 
a literatura – no sentido prático – é inútil. Mas ela 
apenas parece inútil. 
A literatura não serve para nada – é o que 
se pensa. A indústria editorial tende a reduzi-la 
a um entretenimento para a beira de piscinas e 
as salas de espera dos aeroportos. De outro lado, 
a universidade – em uma direção oposta, mas 
igualmente improdutiva – transforma a literatu-
ra em uma “especialidade”, destinada apenas ao 
gozo dos pesquisadores e dos doutores. Vou dizer 
com todas as letras: são duas formas de matá-la. 
A primeira, por banalização. A segunda, por um 
esfriamento que a asfixia. Nos dois casos, a lite-
ratura perde sua potência. Tanto quando é vista 
como “distração”, quanto quando é vista como 
“objeto de estudos”, a literatura perde o princi-
pal: seu poder de interrogar, interferir e desesta-
bilizar a existência. Contudo, desde os gregos, a 
literatura conserva um poder que não é de mais 
ninguém. Ela lança o sujeito de volta para dentro 
de si e o leva a encarar o horror, as crueldades, a 
imensa instabilidade e o igualmente imenso vazio 
que carregamos em nosso espírito. Somos seres 
“normais”, como nos orgulhamos de dizer. Culti-
vamos nossos hábitos, manias e padrões. Empres-
tamos um grande valor à repetição e ao Mesmo. 
Acreditamos que somos donos de nós mesmos! 
Mas leia Dostoievski, leia Kafka, leia Pessoa, leia 
Clarice – e você verá que rombo se abre em seu es-
pírito. Verá o quanto tudo isso é mentiroso. Vivemos 
imersos em um grande mar que chamamos de rea-
lidade, mas que – a literatura desmascara isso – não 
passa de ilusão. A “realidade” é apenas um pacto que 
fazemos entre nós para suportar o “real”. A realidade 
é norma, é contrato, é repetição, ela é o conhecido 
e o previsível. O real, ao contrário, é instabilidade, 
surpresa, desassossego. O real é o estranho. 
(...) 
A literatura não tem o poder dos mísseis, dos 
exércitos e das grandes redes de informação. Seu 
poder é limitado: é subjetivo. Ao lançá-lo para 
dentro, e não para fora, ela se infiltra, como um 
veneno, nas pequenas frestas de seu espírito. Mas, 
nele instalada pelo ato da leitura, que escândalos, 
que estragos, mas também que descobertas e que 
surpresas ela pode deflagrar. Não é preciso ser um 
especialista para ler uma ficção. 
Não é preciso ostentar títulos, apresentar cur-
rículos, ou credenciais. A literatura é para todos. 
Dizendo melhor: é para os corajosos ou, pelo me-
nos, para aqueles que ainda valorizam a coragem. 
(...) 
(<http://blogs.oglobo.globo.com/jose-castello/post/o-poder-da-
literatura444909.html>. Acesso em: 21 fev 2017)
O poder da literatura
José

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