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1
Português
09
Aula 
Estratégias 
argumentativas I
3C
O Brasil ainda não conseguiu se desprender das 
amarras da sociedade patriarcal. Isso se dá porque, 
ainda no século XXI, existe uma espécie de deter-
minismo biológico em relação às mulheres. Contra-
riando a célebre frase de Simone de Beauvoir “Não 
se nasce mulher, torna-se mulher”, a cultura brasi-
leira, em grande parte, prega que o sexo feminino 
tem a função social de se submeter ao masculino, 
independentemente de seu convívio social, capaz 
de construir um ser como mulher livre. Dessa for-
ma, os comportamentos violentos contra as mu-
lheres são naturalizados, pois estavam dentro da 
construção social advinda da ditadura do patriar-
cado. Consequentemente, a punição para este tipo 
de agressão é dificultada pelos traços culturais exis-
tentes, e, assim, a liberdade para o ato é aumentada.
Além disso, já o estigma do machismo na socie-
dade brasileira. Isso ocorre porque a ideologia da 
superioridade do gênero masculino em detrimen-
to do feminino reflete no cotidiano dos brasileiros. 
Nesse viés, as mulheres são objetificadas e vistas 
apenas como fonte de prazer para o homem, e são 
ensinadas desde cedo a se submeterem aos mesmos 
e a serem recatadas. Dessa maneira, constrói-se uma 
cultura do medo, na qual o sexo feminino tem medo 
de se expressar por estar sob a constante ameaça de 
sofrer violência física ou psicológica de seu progeni-
tor ou companheiro. Por conseguinte, o número de 
casos de violência contra a mulher reportados às au-
toridades é baixíssimo, inclusive os de reincidência.
Pode-se perceber, portanto, que as raízes históri-
cas e ideológicas brasileiras dificultam a erradicação 
da violência contra a mulher no país. Para que essa 
erradicação seja possível, é necessário que as mídias 
deixem de utilizar sua capacidade de propagação de 
informação para promover a objetificação da mulher 
e passe a usá-la para difundir campanhas governa-
mentais para a denúncia de agressão contra o sexo 
feminino. Ademais, é preciso que o Poder Legislativo 
crie um projeto de lei para aumentar a punição de 
agressores, para que seja possível diminuir a reinci-
dência. Quem sabe, assim, o fim da violência contra a 
mulher deixe de ser uma utopia para o Brasil.
Extraído de: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/leia-
redacoes-do-enem-2015-que-tiraram-nota-maxima.ghtml>. 
Acesso em: 13/02/18
Amanda Carvalho Maia Castro
Apresentação
Nas aulas 07 e 08, trabalhamos a estruturação do 
texto dissertativo-argumentativo de forma geral, dentro 
das convenções tradicionais que fazem parte desse tipo 
de redação. Agora, nas aulas 09, 10, 11 e 12, iremos nos 
concentrar na ampliação do repertório de recursos de 
organização textual, por meio de alguns exemplos de 
técnicas argumentativas.
Argumentação com base no 
raciocínio “causa/consequência”
Quando o tema da redação propõe um problema 
(seja de ordem social, cultural etc.), uma forma eficaz 
de organização argumentativa é a demonstração 
das causas que geram esse problema. Trata-se de um 
recurso muito frequente em textos dissertativos, afinal, 
argumentar é essencialmente explicar os porquês que 
nos levam a adotar determinado ponto de vista.
O exemplo a seguir é uma redação feita no ENEM 
2015, cujo tema era “A persistência da violência contra 
a mulher na sociedade brasileira“. Ao ler o texto, pro-
cure identificar como o raciocínio argumentativo está or-
ganizado em duas causas do problema: razões históricas 
(1a. causa) e ideológicas (2a. causa). Além disso, note 
como cada parágrafo de desenvolvimento estabelece 
uma relação causa/consequência dessas razões.
Exemplo de redação
A violência contra a mulher no Brasil tem apre-
sentado aumentos significativos nas últimas déca-
das. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, 
o número de mortes por essa causa aumentou em 
230% no período de 1980 a 2010. Além da física, 
o balanço de 2014 relatou cerca de 48% de outros 
tipos de violência contra a mulher, dentre esses a 
psicológica. Nesse âmbito, pode-se analisar que 
essa problemática persiste por ter raízes históricas 
e ideológicas.
2 Extensivo Terceirão
Testes
Assimilação
Instrução: Leia o texto para responder às questões 09.01. 
a 09.04. 
para o Sudeste, voando ao longo de rios e corredo-
res de mata. Estima-se que um mosquito seja capaz 
de voar 3 km por dia. Tanto o homem quanto o 
macaco, quando picados, só carregam o vírus da 
febre amarela por cerca de três dias. Depois disso, 
o organismo produz anticorpos. Em cerca de dez 
dias, primatas e humanos ou morrem ou se curam, 
tornando-se imunes à doença. 
Para o infectologista Eduardo Massad, profes-
sor da Universidade de São Paulo, o rompimento 
da barragem da Samarco, em Mariana (MG), em 
2015, teve papel relevante na disseminação acele-
rada da doença no Sudeste. A destruição do habitat 
natural de diferentes espécies teria reduzido signi-
ficativamente os predadores naturais dos mosqui-
tos. A tragédia ambiental ainda teria afetado o sis-
tema imunológico dos macacos, tornando-os mais 
suscetíveis ao vírus. 
Por que é importante determinar a “viagem” do 
vírus? Basicamente, para orientar as campanhas de 
vacinação. Em 2014, Eduardo Massad elaborou um 
plano de imunização depois que 11 pessoas mor-
reram vítimas de febre amarela em Botucatu (SP): 
“Eu fiz cálculos matemáticos para determinar qual 
seria a proporção da população nas áreas não vaci-
nadas que deveria ser imunizada, considerando os 
riscos de efeitos adversos da vacina. Infelizmente, 
a Secretaria de Saúde não adotou essa estratégia. 
Os casos acontecem exatamente nas áreas onde eu 
havia recomendado a vacinação. A Secretaria está 
correndo atrás do prejuízo”. Desde julho de 2017, 
mais de 100 pessoas foram contaminadas em São 
Paulo e mais de 40 morreram. 
O Ministério da Saúde afirmou em nota que, 
desde 2016, os estados e municípios vêm sendo 
orientados para a necessidade de intensificar as 
medidas de prevenção. A orientação é que pessoas 
em áreas de risco se vacinem. 
NATHALIA PASSARINHO 
Adaptado de bbc.com, 06/02/2018.
Três teses sobre o avanço da febre amarela
Como a febre amarela rompeu os limites da 
Floresta Amazônica e alcançou o Sudeste, atingin-
do os grandes centros urbanos? A partir do ano 
passado, o número de casos da doença alcançou 
níveis sem precedentes nos últimos cinquenta 
anos. Desde o início de 2017, foram confirmados 
779 casos, 262 deles resultando em mortes. Trata-
-se do maior surto da forma silvestre da doença 
já registrado no país. Outros 435 registros ainda 
estão sob investigação. 
Como tudo começou? Os navios portugueses 
vindos da África nos séculos XVII e XVIII não 
trouxeram ao Brasil somente escravos e merca-
dorias. Dois inimigos silenciosos vieram junto: 
o vírus da febre amarela e o mosquito Aedes ae-
gypti. A consequência foi uma série de surtos de 
febre amarela urbana no Brasil, com milhares de 
mortos. Por volta de 1940, a febre amarela urbana 
foi erradicada. Mas o vírus migrou, pelo trânsito 
de pessoas infectadas, para zonas de floresta na 
região Amazônica. No início dos anos 2000, a fe-
bre amarela ressurgiu em áreas da Mata Atlântica. 
Três teses tentam explicar o fenômeno. 
Segundo o professor Aloísio Falqueto, da 
Universidade Federal do Espírito Santo, “uma 
pessoa pegou o vírus na Amazônia e entrou na 
Mata Atlântica depois, possivelmente na altura de 
Montes Claros, em Minas Gerais, onde surgiram 
casos de macacos e pessoas infectadas”. O vírus 
teria se espalhado porque os primatas da mata 
eram vulneráveis: como o vírus desaparece da re-
gião na década de 1940, não desenvolveram an-
ticorpos. Logo os macacos passaram a ser mortos 
por seres humanos que temem contrair a doença. 
O massacre desses bichos, porém, é um “tiro no 
pé”, o que faz crescer a chance de contaminação 
de pessoas. Sem primatas para picar na copa das 
árvores, os mosquitos procuram sangue humano. 
De acordo com o pesquisador Ricardo Lou-
renço, do Instituto Oswaldo Cruz, os mosquitos 
transmissoresda doença se deslocaram do Norte 
09.01. (UERJ) – Para apresentação das teses que explicam 
o avanço da febre amarela, a autora do texto recorre, princi-
palmente, à seguinte estratégia: 
a) referências a dilemas 
b) alusão a subentendidos 
c) construção de silogismo 
d) argumentos de autoridade 
Aula 09
3Português 3C
Leia: 
Adaptado de Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro (RJ) – 1844 a 1885
09.02. (UERJ) – Os relatos sobre as 
ondas epidêmicas de febre amarela 
na cidade do Rio de Janeiro aparece-
ram com frequência nos periódicos, 
especialmente a partir da década de 
1850. De acordo com o documento 
acima, no início da década de 1870, o 
alastramento da doença era associado 
ao seguinte fator: 
a) elevação de taxas de natalidade 
b) variação das condições climáticas 
c) ingresso de estrangeiros com in-
fecção 
d) insalubridade das residências po-
pulares
09.03. (UERJ) – A frase que contém 
uma explicação do conteúdo da frase 
anterior está sublinhada em: 
a) Desde o início de 2017, foram 
confirmados 779 casos, 262 deles 
resultando em mortes. Trata-se do 
maior surto da forma silvestre da 
doença já registrado no país. 
b) Dois inimigos silenciosos vieram 
junto: o vírus da febre amarela e o 
mosquito Aedes aegypti. A conse-
quência foi uma série de surtos de 
febre amarela urbana no Brasil, com 
milhares de mortos. 
c) O massacre desses bichos, porém, 
é um “tiro no pé”, o que faz crescer 
a chance de contaminação de 
pessoas. Sem primatas para picar 
na copa das árvores, os mosquitos 
procuram sangue humano. 
d) Tanto o homem quanto o macaco, 
quando picados, só carregam o 
vírus da febre amarela por cerca de 
três dias. Depois disso, o organismo 
produz anticorpos. 
09.04. (UERJ) – No quinto parágrafo, são apresentadas duas hipóteses acerca 
da disseminação da febre amarela. A marca verbal que evidencia a formulação 
dessas hipóteses é o uso de: 
a) voz ativa 
b) modo subjuntivo 
c) futuro do pretérito 
d) forma no gerúndio
Aperfeiçoamento
Instrução: Leia o texto para responder às questões 09.05. e 09.06.
O animal satisfeito dorme
Mário Sérgio Cortella 
O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “o animal satis-
feito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais 
fundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na 
redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão 
bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia 
vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira 
como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobili-
zando-se na acomodação. 
A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, 
encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, 
para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A 
satisfação acalma, limita, amortece. 
Por isso, quando alguém diz “fiquei muito satisfeito com você” ou 
“estou muito satisfeita com teu trabalho”, é assustador. O que se quer 
dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é 
meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais 
além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria apavo-
rante; passaria a ideia de que desse jeito já basta. Ora, o agradável é 
quando alguém diz: “teu trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, 
ou texto, ou música etc.) é bom, fiquei muito insatisfeito e, portanto, 
quero mais, quero continuar, quero conhecer outras coisas. 
Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, 
ficamos insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela, enquan-
to passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro não 
é aquele que, quando encerramos a leitura, o deixamos um pouco 
4 Extensivo Terceirão
apoiado no colo, absortos e distantes, pensando 
que não poderia terminar? Uma boa festa, um 
bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia 
não é aquela que queremos que se prolongue? 
Com a vida de cada um e de cada uma tam-
bém tem de ser assim; afinal de contas, não nas-
cemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar 
satisfeito consigo mesmo é considerar-se termi-
nado e constrangido ao possível da condição do 
momento. 
Quando crianças (só as crianças?), muitas 
vezes, diante da tensão provocada por algum 
desafio que exigia esforço (estudar, treinar, EMA-
GRECER etc.) ficávamos preocupados e irritados, 
sonhando e pensando: por que a gente já não 
nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e in-
gênua perspectiva. É fundamental não nascermos 
sabendo e nem prontos; o ser que nasce sabendo 
não terá novidades, só reiterações. Somos seres de 
insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose 
de ambição; todavia, ambição é diferente de ga-
nância, dado que o ambicioso quer mais e me-
lhor, enquanto que o ganancioso quer só para si 
próprio. Nascer sabendo é uma limitação porque 
obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, 
refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, 
mais refém do que já se sabe e, portanto, do pas-
sado; aprender sempre é o que mais impede que 
nos tornemos prisioneiros de situações que, por 
serem inéditas, não saberíamos enfrentar. 
Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na 
ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais 
velha fica; para que alguém quanto mais vivesse 
mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir 
se gastando… Isso não ocorre com gente, e sim 
com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce 
pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta, 
e vai se fazendo. Eu, no ano que estamos, sou a 
minha mais nova edição (revista e, às vezes, um 
pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o 
tempo a medida) está no meu passado e não no 
presente. 
Demora um pouco para entender tudo isso; 
aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não con-
vém fazer escândalo de começo; só aos poucos é 
que o escuro é claro”…
 Excerto do livro “Não nascemos prontos! – provocações filosóficas”. De Mário 
Sérgio Cortella. Disponível em: <http://www.contioutra.com/o-animal-
satisfeito-dorme-texto-de-mario-sergio-cortella/>
b) Para o autor, de acordo com o texto, a sensação de satis-
fação inicia um período de dormência que, infelizmente, 
não pode ser interrompida a não ser pela fome excessiva. 
c) De acordo com as opiniões do autor, o fato de alguém 
dizer “estou muito satisfeita com teu trabalho” deveria ser 
visto de maneira assustadora. 
d) Um bom filme, um bom livro, de acordo com o texto, 
deveriam provocar na audiência, no leitor, a sensação de 
“quero mais”. 
e) Podemos inferir, lendo o texto que, para o autor, o que 
se desgasta são bens como sapatos, geladeiras, eletrodo-
mésticos, por exemplo. Com o homem, o que acontece é 
um constante aprendizado. Tal fato pode ser comprovado 
na passagem: “Nascer sabendo é uma limitação porque 
obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, mo-
dificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já 
se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que 
mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações 
que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.” 
09.06. (UNICENTRO – PR) – Assinale a única alternativa 
incorreta sobre os aspectos formais do texto e sua inter-
pretação: 
a) A linguagem apresentada no texto é acessível, de forma que 
se pode compreender o texto sem maiores dificuldades. 
b) A palavra “emagrecer”, no texto, foi colocada em destaque. 
Tal fato ocorre visto que esse tem sido um dos temas de 
discussão bastante comuns na atualidade. 
c) O autor se vale de comparações (um filme, um livro) 
para reforçar a ideia de que a satisfação pode acomodar 
as pessoas. 
d) O autor conclui seu texto retomando Guimarães Rosa, 
citado na primeira linha do primeiro parágrafo. 
e) O texto é encerrado com a oposição do significado das 
palavras escuro e claro. Essa oposição é incoerente e 
conduz o leitor a uma reflexão errônea de que, depois 
da escuridão, sempre vem a luz.
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
09.07. a 09.09.
Viverem cima do muro é prejudicial à saúde
Élida Ramirez 
Ocre. Sempre me incomodou essa cor. Sabe 
aquele marrom amarelado? O tal burro fugido? 
Exato isso! Quando vejo alguém com roupa ocre, 
tenho maior aflição. Certa feita, entrei em um 
consultório médico to-di-nho ocre. Paredes, chão, 
quadros. Tive uma gastura horrorosa. A sensação 
é que o ocre existe no dilema de não ser amarelo 
nem marrom. Invejando o viço das outras colo-
rações definidas e nada fazendo para mudar sua 
tonalidade. Isso explica meu desconforto. O ocre, 
para mim, ultrapassa o sentido de cor. Ele dá o 
tom da existência do viver em cima do muro. E 
conviver com gente assim é um transtorno.
09.05. (UNICENTRO – PR) – Assinale a única alternativa 
incorreta em relação à leitura e à interpretação do texto. 
a) Podemos inferir que, através de uma metáfora, presente 
no primeiro parágrafo, o autor introduz a ideia principal 
do texto: o indivíduo acomoda-se quando está satisfeito 
com a sua condição atual. 
Aula 09
5Português 3C
É fato que a tal “modernidade líquida”, definida 
por Bauman, favorece o comportamento. Pense-
mos. Segundo o sociólogo, a globalização trouxe o 
encurtamento das distâncias, borrando fronteiras. 
E, ao reconfigurar esses limites geográficos, mudou 
a concepção de si do sujeito bem como sua relação 
com as instituições. Muito rapidamente houve um 
esfacelamento de estruturas rígidas como a família 
e o estado. Essa mudança do sólido para líquido 
detonou o processo de individualização genera-
lizado no mundo ocidental reforçando o concei-
to de que “Nada é para durar” (Bauman). Então, 
desse jeito dá para ser mutante pleno nesse viver 
em cima do muro. Nem amarelo ou marrom. Ocre. 
Por isso, discursos ocos de pessoas com persona-
lidades fluidas ganham espaço. E vão tomando a 
forma do ambiente, assim como a água. Uma fusão 
quase nebulosa que embaça o comprometimento. 
Nota-se ainda certo padrão do viver em cima do 
muro. Como uma receitinha básica. Vejam só: Mis-
ture meias palavras em um discurso politicamente 
correto. Inclua, com ar de respeito, a posição con-
trária. Cozinhe em banho-maria. Deixe descansar, 
para sempre, se puder. Se necessário, volte ao fogo 
brando. Não mexa mais. Sirva morno. Viu? Sim-
ples de fazer. Difícil é digerir. 
É porque, na prática, a legião de ocres cau-
sa a maior complicação. Quem vive do meio de 
campo, sem decidir sua cor publicamente, não 
tem o inconveniente de arcar com as escolhas. 
Quase nunca se tornará um desafeto. Fará pou-
co e, muitas vezes, será visto com um sujeito co-
medido. Quem não escolhe tem mais liberdade 
para mudar de ideia. Não fica preso ao dito an-
teriormente. Exatamente porque não disse nada. 
Não se comprometeu com nada. Apenas proferiu 
ideias genéricas e inconclusivas estando liberado 
para transitar por todos os lados, segundo sua 
necessidade. Ao estar em tudo não estando em 
nada, seja para evitar responsabilidades, não se 
expor à crítica ou fugir de polêmicas, o em cima 
do muro se esconde, sobrecarrega e expõe aqueles 
que bancam opiniões. 
Portanto, conviver com quem não toma posi-
ção, de forma crônica, atrasa a vida. Ao se esquivar 
de escolher, o indivíduo condena o outro a fazê-lo 
em seu lugar. Reconheço que, às vezes, a gente 
leva tempo para se decidir por algo. Todos temos 
medos que nos impedem de agir. Mas ouso dizer: 
nunca tomar partido nas situações é covardia. Pa-
rece, inclusive, que o viver em cima do muro é 
mais confortável que a situação do mau-caráter. É 
que o sacana, ao menos, se define. Embora atue 
na surdina, sua ação reflete um posicionamento. 
Já o indefinido, não. Ele vive na toada do alheio. 
E, curiosamente, também avacalha o próprio per-
curso por delegar ao outro a sua existência. 
Recorro outra vez a Bauman para esclarecer: 
“Escapar da incerteza é um ingrediente fundamen-
tal presumido, de todas e quaisquer imagens com-
pósitas da felicidade genuína, adequada e total, 
sempre parece residir em algum lugar à frente”. Por 
isso, atenção! Viver em cima do muro é prejudi-
cial à sua própria saúde. Facilita a queda e impede 
novos caminhos. Um deles, o da alegria de poder 
ser. Talvez seja isso a que Bauman se refere quando 
trata da fuga da incerteza para alcançar a felicidade 
genuína. E, pensando bem, desconheço imagem 
de alegria predominantemente ocre. 
Texto adaptado e disponível em: <https://www.revistabula.com/16514-viver-
em-cima-do-muro-e-prejudicial-a-saude/>. Acesso em: 14 de ago. 2018. 
09.07. (UNICENTRO – PR) – O título recorre a um enunciado 
que circula cotidianamente nas campanhas/propagandas 
contra o tabagismo. Tal procedimento constitui o que se 
chama de 
a) ambiguidade 
b) pertinência 
c) pressuposição 
d) intertextualidade 
e) homonímia 
09.08. (UNICENTRO – PR) – O texto permite afirmar que 
a) o sujeito indeciso adoece por não ser capaz de enfrentar 
os problemas da vida na modernidade líquida de que fala 
o sociólogo Bauman. 
b) a modernidade líquida, geradora das possíveis doenças 
de pessoas indecisas, contrapõe-se às mudanças trazidas 
pelo processo de globalização em que vivemos.
c) o discurso oco ocorre quando o sujeito passa a ter uma 
posição definida, comprometendo-se com uma única 
opinião, proveniente de outras pessoas. 
d) as pessoas que “vivem em cima do muro” alcançam a “fe-
licidade genuína”, pois não precisam entrar em embates. 
e) a autora se posiciona de modo contrário às pessoas inca-
pazes de formular um posicionamento, embora reconhe-
ça que “todos temos medos que nos impedem de agir”. 
09.09. (UNICENTRO – PR) – De acordo com o texto, um 
dos ingredientes da “receitinha básica” para se viver em 
cima do muro é misturar “meias palavras em um discurso 
politicamente correto”. Disso depreende-se que é necessário 
a) dizer palavras simples e claras como o fazem os políticos. 
b) dizer palavras de fácil entendimento de modo a deixar 
claro o comprometimento. 
c) tentar neutralizar a linguagem, de modo a ir de encontro 
à liberdade de expressão das pessoas. 
d) usar palavras taxativas que desconsideram os princípios 
clássicos da moral, da ética e dos bons costumes. 
e) dizer palavras evasivas, evitando polêmicas e embates.
6 Extensivo Terceirão
Instrução: Leia o texto para responder à questão 09.10.
Festas julinas?
Houve um tempo em que as festas dedicadas 
aos três santos mais populares do Brasil – Santo 
Antônio, São João e São Pedro – eram comemo-
radas nos dias 13, 24 e 29 de junho. Não é por 
acaso que elas caíam sempre nessa quadra do ano; 
na origem, elas eram grandes festas pagãs que 
saudavam a chegada do solstício de verão ao he-
misfério norte, mais tarde fagocitadas pelo calen-
dário católico. Como ninguém pensaria em pular 
fogueira, dançar a quadrilha e encenar um casa-
mento na roça em qualquer outro mês do ano, a 
denominação festa junina servia como uma luva. 
Nos últimos dez anos, contudo, um certo senso 
prático terminou desvinculando a festa do seu dia 
correspondente na folhinha. O certo é que, seja por 
conveniência, seja por necessidade, a festa de São 
João hoje pode ocorrer em outros dias que não o 
24 de junho, às vezes até invadindo o mês seguinte. 
Como era de esperar, essas alterações cronoló-
gicas vieram criar uma indecisão quanto à manei-
ra adequada de designar essas festas. Inimigo do 
“julina” eu não sou – apenas acho que ela, ape-
sar da boa intenção dos que a divulgam, é uma 
criação desnecessária e equivocada. A língua não 
gosta de supérfluos... O argumento dos que de-
fendem julina não é absurdo; bastaria preencher a 
linha pontilhada: se a festa que ocorre em junho 
é junina, a que ocorre em julho deveria ser .... 
Sinto dizer, porém, que não é assim que acontece. 
O adjetivo “junino” há muito deixou de constituir 
uma simples referência ao mês do calendário e 
passou a designar um tipo muito especial de festa, 
com características muito bem definidas. 
Se algum de teus colegas quiser comemorar 
o aniversário de seu filhinho com uma típica fes-
ta junina, tenho certeza de que vai providenciaruma boa fogueira, vai soltar balão (com a devida 
prudência), vai contratar um bom D.J. sanfonei-
ro, servir quentão (para os adultos), pipoca, pé 
de moleque e pinhão (nos estados do Sul) – mes-
mo que o aniversariantezinho tenha nascido em 
maio, em julho ou em setembro. 
Cláudio Moreno. Disponível em: <http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colu-
nistas/claudio-moreno/noticia/2017/06/festas>. Acesso em: 29/06/2017. 
(Fragmento) 
09.10. (FPP – PR) – De acordo com o texto, a palavra “julina” 
em “festa julina” 
a) refere-se a um tipo de celebração que o nome “junina” 
não consegue mais indicar com precisão. 
b) é um neologismo criado para deturpar o mês de come-
moração das festas dos três santos. 
c) passa pela mesma formação que “junina”, o que persuade 
o autor de que seu uso é útil e legítimo. 
d) poderia também se referir às festas de junho, já que se 
refere a festas com as mesmas características. 
e) tem fácil explicação, porém designa uma festividade cujo 
nome original extrapola a relação temporal.
Aprofundamento
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
09.11. e 09.12. 
ALVES, Luis. O verdadeiro otimista. Disponível em: <https://
www.mundodasmensagens.com/mensagens-incentivo/>. 
Acesso em: 11 jul. 2016. 
O verdadeiro otimista tem o dom de 
saber que algo vai dar certo não por 
presunção, mas simplesmente por 
acreditar que a força que define o 
que vai dar certo ou errado em sua 
vida está em seu interior, em suas 
competências, em sua fé. (Luís Alves)
09.11. (UNICENTRO – PR) – Segundo Luís Alves, a 
a) crença no destino faz a pessoa sonhar e, assim, aguardar, 
sem ansiedade, o porvir. 
b) confiança nas próprias aptidões move o indivíduo à ação 
e se traduz em resultados positivos. 
c) responsabilidade das conquistas humanas reside na 
certeza do homem de que nasceu para ser feliz. 
d) esperança dá asas à imaginação, que desperta o desejo 
na pessoa de batalhar para vencer obstáculos. 
e) luta em busca das metas traçadas já é meio caminho 
andado para a consecução do que foi planejado. 
09.12. (UNICENTRO – PR) – Sobre o termo destacado no 
trecho “mas simplesmente por acreditar”, a única afirmativa 
incorreta é a que se faz na alternativa 
a) Expressa a ideia de exclusão. 
b) Possui o mesmo valor morfológico de “não”. 
c) É um modificador de “acreditar”, que exprime modo. 
d) Pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, por me-
ramente. 
e) Indica impossibilidade de deslocamento para depois do 
verbo.
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
09.13. e 09.14.
Quebra a perna
P1 Uma mulher tornou-se moradora de rua 
no Largo do Paiçandu, no centro de São Paulo, 
por ter sido despejada com outros moradores do 
edifício que haviam invadido, ali na praça, e que 
acabou desabando depois de um incêndio. Ela 
Aula 09
7Português 3C
decidiu ficar acampada em frente da ruína. “Só 
saio daqui com a chave da minha casa na mão”, 
declarou. O desabamento, em sua opinião, lhe 
deu o direito de ganhar uma casa “do governo” 
– e ela não estava disposta a procurar outro lugar 
para morar.
P2 Sua reivindicação foi tratada como a coisa 
mais normal do mundo. Não ocorreu a ninguém 
que só a população pode pagar essa e qualquer 
outra despesa feita em nome do público, pois só 
ela trabalha, produz e ganha o dinheiro que o go-
verno lhe arranca para, basicamente, sustentar a 
si mesmo. 
P3 Eis aí uma ilustração do delírio a que foi re-
duzida a “questão social” neste País. Aqui se gri-
ta cada vez mais alto em favor da igualdade – e 
aqui se faz cada vez mais o contrário de tudo o 
que poderia tornar as pessoas menos desiguais 
entre si. Não haverá esperança para essa mulher, 
e para todos os que vivem no mesmo abismo, 
enquanto praticamente todas as forças políticas e 
ideológicas insistirem em impor a ideia de que a 
“igualdade” e os “direitos iguais” para todos são 
“prioridades”. Por essa maneira de ver o mundo, 
a igualdade tem de ser obtida já, por cobrança de 
mais impostos e atuação do governo, e não, se-
gundo exigem as realidades da vida, como conse-
quência do trabalho – da criação de riquezas, de 
avanços na educação, da multiplicação das opor-
tunidades. A única coisa que se consegue por esse 
caminho é uma quantidade cada vez maior de leis 
mandando os cidadãos serem iguais – e, ao mes-
mo tempo, dificuldades cada vez mais perversas 
para a liberdade de produzir e gerar progresso. 
Resultado: em vez de ficar mais perto, a igualdade 
fica mais longe. 
P4 Circula atualmente nas redes sociais um ví-
deo muito interessante a esse respeito. Nele, o 
autor* de uma palestra para jovens nos Estados 
Unidos observa que, hoje, a essência da moral, 
tanto nas ideias como nas ações da vida pública, é 
a pregação da igualdade entre todos. Para isso, se-
gundo esses pregadores, tudo vale – inclusive co-
meter atos de violência contra os que estão num 
nível acima. São os que têm mais talento, mais ha-
bilidade, mais inteligência – e nem sempre mais 
estudos acadêmicos. São as pessoas que criam, 
que brilham, que têm sucesso. No fundo, são as 
que mais contribuem para o conjunto da socieda-
de – e, em consequência de seus méritos, geram 
muito mais riqueza e conforto que os demais. No 
mundo intelectual e político de hoje, a visão pre-
dominante é que tal situação é uma injustiça que 
tornará inviável a sobrevivência das sociedades. 
O maior dever que um cidadão pode ter na vida 
é exigir a diminuição da distância entre “os que 
têm” e “os que não têm”. 
P5 Para ilustrar o problema, o palestrante men-
ciona o maior astro do basquetebol do momento, 
LeBron James – e diz ironicamente que, em nome 
da igualdade, ele teria o direito de entrar numa 
quadra de basquete com LeBron e exigir chan-
ces iguais de vitória numa partida entre os dois. 
Como? Obviamente ele não teria condições de fa-
zer um único ponto contra o campeão. Também 
não pode aprender grande coisa de basquete se 
não tem talento para esse esporte. A solução para 
uma disputa igual só poderia ser quebrar as duas 
pernas de LeBron, possivelmente também um 
braço – isso sim, seria fazer justiça. Engraçado, 
não é mesmo? Pois isso se observa todos os dias. 
Como não podem quebrar de verdade as pernas 
dos que estão acima, socam impostos neles, cada 
vez mais. É assim que pretendem criar igualdade 
para a mulher do Largo do Paiçandu. 
(*) Yaron Brook. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch>.Acesso em: 28 jun. 2018 
(Adaptado de: GUZZO, J.R. Veja, 28 jun. 2018)
09.13. (FEMPAR – PR) – Avalie as afirmativas com relação 
aos conteúdos e à estrutura do texto. 
( ) O exemplo de P1 ilustra o discurso desenvolvido pelas 
classes populares contra as classes dominantes. 
( ) Em P2, o pronome ela refere-se à sociedade produtiva. 
( ) Em P3, o autor sugere que a tentativa de promover 
igualdade socioeconômica entre os indivíduos é cami-
nho para o aumento da pobreza na sociedade. 
( ) Em P4, o autor do texto afirma que os trabalhadores em 
geral são a fonte da produção de riquezas na sociedade. 
( ) Em P5, “quebrar as pernas” é metáfora que ilustra o au-
mento de impostos sobre os que produzem mais ou 
têm mais talento nas relações produtivas.
09.14. (FEMPAR – PR) – Considere as frases abaixo. 
( 1 ) O desabamento, em sua opinião, lhe deu o direito de 
ganhar uma casa “do governo” – e ela não estava dis-
posta a procurar outro lugar para morar. 
( 2 ) Aqui se grita cada vez mais alto em favor da igualdade 
– e aqui se faz cada vez mais o contrário de tudo o que 
poderia tornar as pessoas menos desiguais entre si. 
( 3 ) Por essa maneira de ver o mundo, a igualdade tem de 
ser obtida já, por cobrança de mais impostos e atua-
ção do governo, e não, segundo exigem as realidades 
da vida, como consequência do trabalho – da criação 
de riquezas, de avanços na educação, da multiplicação 
das oportunidades. 
( 4 ) O autor de uma palestra para jovens nos Estados Uni-
dos observa que, hoje, a essência da moral, tanto nas 
ideias como nas ações da vida pública, é apregação da 
igualdade entre todos. 
( 5 ) Ele não teria condições de fazer um único ponto contra 
o campeão. Também não pode aprender grande coisa 
de basquete se não tem talento para esse esporte. A 
solução para haver uma disputa igual só poderia ser 
quebrar as duas pernas de LeBron. 
8 Extensivo Terceirão
Os itens a seguir estão relacionados, respectivamente, às 
frases acima. Todas as versões propostas têm como referência 
a norma culta. Avalie as afirmativas. 
( ) Outra redação correta, com o mesmo sentido – Como 
o desabamento lhe deu o direito de ganhar uma casa 
“do governo”, ela não estava disposta a procurar outro 
lugar para morar.
( ) Uma versão correta, com o sentido essencial da frase 
– Embora por aqui se clame cada vez mais pela igual-
dade, faz-se cada vez mais o oposto do que poderia 
reduzir as desigualdades entre as pessoas. 
( ) Uma versão correta, com o sentido essencial da frase 
– Nessa perspectiva, a redução das desigualdades tem 
de ser obtida já, por aumento de tributação e ação po-
lítica, e não por meio da criação de riquezas, de avan-
ços na educação, da multiplicação das oportunidades. 
( ) Outra versão correta, com o mesmo sentido – O autor 
de uma palestra de jovens nos Estados Unidos observa 
que, hoje, tanto a essência da moral das ideias como 
das ações da vida pública é a pregação da igualdade 
entre todos. 
( ) Outra versão correta – Ele não teria condições de fazer 
um único ponto contra o campeão, nem de aprender 
grande coisa de basquete, se não tem talento para esse 
esporte. A solução, para uma disputa “justa”, só poderia 
ser quebrar as duas pernas de LeBron.
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
09.15. a 09.17.
Cientistas da Universidade Federal do Rio 
de Janeiro (UFRJ) descobriram uma forma de 
diagnosticar e tratar o Mal de Alzheimer, doença 
degenerativa que mais afeta pessoas no mundo, 
especialmente na velhice. Em animais, o método 
interrompeu o processo de perda de funções do 
cérebro causado pela doença. A descoberta foi um 
dos destaques na revista Journal of Neuroscience, 
uma das principais publicações científicas. De 
acordo com reportagem do jornal O Globo, o alvo 
do estudo foram os astrócitos, tipo de célula ce-
rebral considerada secundária até há alguns anos. 
Sem eles, as mensagens químicas que fazem o cé-
rebro comandar o organismo não são enviadas. 
As mensagens químicas são destruídas por 
uma substância inflamatória chamada oligôme-
ro ab e os pesquisadores descobriram que eles 
atacam os astrócitos. O resultado é que as célu-
las deixam de produzir uma substância essencial 
para a comunicação chamada TGF-b1, uma mo-
lécula que pode ser sintetizada e, quando dada 
aos camundongos, fez com que a memória deles 
voltasse. “O que descobrimos não significa a cura, 
mas uma estratégia para conter o avanço da doen-
ça. Também pode ser um indicador do Alzheimer, 
quando as perdas de função cognitiva ainda não 
são evidentes”, disse ao GLOBO a coordenadora 
do estudo, Flavia Alcântara Gomes, do Instituto 
de Ciências Biomédicas da Universidade Federal 
do Rio de Janeiro (ICB/UFRJ). 
(Disponível em: https: br.noticias.yahoo.com/cientistas-brasileiros-
descobrem-maneira-de-deter-o-mal-de-alzheimer. Acesso em: 23 jun. 2017.) 
09.15. (UEL – PR) – Assinale a alternativa que apresenta, 
corretamente, um fato confirmado pelo texto.
a) Cientistas brasileiros descobriram a cura do mal de 
Alzheimer.
b) A pesquisa serve como medida preventiva da doença.
c) O Alzheimer é uma doença degenerativa, de origem 
inflamatória.
d) A pesquisa da UFRJ é pioneira no mundo.
e) O Brasil é líder mundial do mal de Alzheimer.
09.16. (UEL – PR) – Sobre os recursos linguístico-semânticos 
utilizados no texto, considere as afirmativas a seguir. 
I. As aspas revelam o depoimento da pesquisadora e indi-
cam o discurso direto. 
II. As informações entre parênteses são indispensáveis, pois 
acrescentam dados imprescindíveis. 
III. A palavra “quando”, destacada no texto, apresenta um 
sentido condicional. 
IV. O termo “eles”, destacado no texto, concorda com a ideia 
de plural do seu referente. Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
09.17. (UEL – PR) – Em relação aos recursos linguísticos e 
morfossintáticos do texto, considere o trecho a seguir. 
De acordo com reportagem do jornal O Glo-
bo, o alvo do estudo foram os astrócitos, tipo de 
célula cerebral considerada secundária até há al-
guns anos. Sem eles, as mensagens químicas que 
fazem o cérebro comandar o organismo não são 
enviadas. 
Assinale a alternativa correta. 
a) O sujeito do verbo “foram” está implícito, já que é impos-
sível identificá-lo na oração. 
b) A expressão “tipo de célula cerebral considerada secun-
dária” é um aposto do termo anterior. 
c) O uso do termo “até” junto à palavra “há” é inadequado, 
segundo a norma padrão da língua. 
d) O pronome “eles” faz referência aos “pesquisadores”, cita-
dos anteriormente no texto. 
e) O termo “que” pode ser substituído por “o qual”, pois 
retoma “o cérebro”.
Aula 09
9Português 3C
Instrução: Leia o texto para responder à questão 09.18.
Jovens de 19 anos são tão 
sedentários quanto idosos de 60
50% dos garotos e 75% das garotas não 
alcançam nível de atividade mínimo da OMS
Um estudo realizado pela Escola de Saúde 
Pública Johns Hopkins Bloomberg, em Baltimo-
re, Maryland, revelou dados alarmantes sobre a 
prática de atividade física dos jovens americanos. 
Na faixa etária de 19 anos, os níveis de atividade 
física são comparáveis aos idosos com 60 anos. 
Os resultados, publicados no início do mês no 
periódico “Preventive Medicine”, jogam luz sobre 
uma das principais causas da epidemia de obe-
sidade que atinge os EUA, principalmente entre 
crianças e adolescentes. 
Os níveis de atividade no fim da adolescên-
cia são alarmantemente baixos e, por volta dos 
19 anos, são comparáveis com os de pessoas com 
60 anos — pontua Vadim Zipunnikov, professor 
assistente de bioestatística da Johns Hopkins e 
autor sênior da pesquisa. Para crianças em idade 
escolar, a primeira janela para a atividade física é a 
parte da tarde entre 14h e 18h. A questão é como 
podemos modificar as agendas diárias, na escola, 
por exemplo, para aumentar a atividade física. 
Disponível em:<HTTPS://oglobo.globo.com/sociedade/jovens-de-19-anos-
sao-tao-sedentarios-quanto-idosos-de-60> . Acesso em: 19/06/17. 
09.18. (FPP – PR) – Considerando a problematização e as 
situações explicitadas pelo texto, uma ação que poderia 
auxiliar na minimização dos impactos apresentados está 
adequadamente descrita em: 
a) Inserir as aulas de Educação Física no período vespertino, 
momento mais adequado à realização de esportes pelas 
crianças em idade escolar. 
b) Promover maior contato entre crianças em idade escolar 
e idosos, considerando que estes serão mais capazes de, 
por inspiração, manter a forma física. 
c) Conscientizar as famílias de que as crianças precisam se 
movimentar nos finais de semana, já que a escola dispõe 
de poucos horários de atividades semanais. 
d) Programar passeios em diferentes ambientes de cultura, o 
que possibilita às crianças em idade escolar conhecerem 
metodologias de ensino diversas. 
e) Adequar as atividades escolares a fim de que a cultura 
corporal de movimento faça parte das ações desenvol-
vidas nos períodos matutino e vespertino. 
Cap. XI O menino é pai do homem
Sim, meu pai adorava-me. Tinha-me esse 
amor sem mérito, que é um simples e forte impul-
so da carne; amor que a razão não contrasta nem 
rege. Minha mãe era uma senhora fraca, de pouco 
cérebro e muito coração, assaz crédula, sincera-
mente piedosa, – caseira, apesar de bonita, e mo-
desta, apesar de abastada; temente às trovoadas e 
ao marido. O marido era na Terra oseu deus. Da 
colaboração dessas duas criaturas nasceu a minha 
educação, que, se tinha alguma coisa boa, era no 
geral viciosa, incompleta, e, em partes, negativa.
Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Quarta-feira, 10 de julho.
Meu pai é muito querido na família. Todos 
gostam dele e dizem que é muito bom marido e 
um homem muito bom. Eu gosto muito disso, 
mas fico admirada de todo mundo só falar que 
meu pai é bom marido e nunca ninguém dizer 
que mamãe é boa mulher. No entanto, no fundo 
do meu coração, eu acho que só Nossa Senhora 
pode ser melhor que mamãe.
Helena Morley, Minha vida de menina.
a) Os trechos acima se assemelham por serem retratos 
dos pais realizados por seus filhos: no primeiro deles, o 
menino Brás Cubas; no segundo, a pequena Helena. Você 
concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta 
com base nos tempos verbais e na linguagem empregada 
em cada um deles.
Desafio
09.19. (FUVEST – SP) – Considere os textos para responder 
às questões a e b.
10 Extensivo Terceirão
b) Nos trechos acima, as expressões “O marido era na Terra o seu deus” e “só Nossa Senhora pode ser melhor que mamãe” 
dão, respectivamente, exemplos de duas formas contrastantes de organização familiar, o patriarcado e o matriarcado. Você 
concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta com base em ambas as passagens. 
09.20. (FUVEST – SP) – Leia os textos.
– Eu acho que nós, bois, – Dança-
dor diz, com baba – assim como 
os cachorros, as pedras, as árvores, 
somos pessoas soltas, com beira-
das, começo e fim. O homem, não: 
o homem pode se ajuntar com as 
coisas, se encostar nelas, crescer, 
mudar de forma e de jeito… O ho-
mem tem partes mágicas… São as 
mãos… Eu sei…
João Guimarães Rosa, “Conversa de bois”. Sagarana.
Um boi vê os homens
Tão delicados (mais que um arbusto) e correm
e correm de um para o outro lado, sempre esquecidos
de alguma coisa. Certamente falta-lhes
não sei que atributo essencial, posto se apresentem nobres
e graves, por vezes. Ah, espantosamente graves,
até sinistros. Coitados, dir-se-ia não escutam
nem o canto do ar nem os segredos do feno,
como também parecem não enxergar o que é visível
e comum a cada um de nós, no espaço. E ficam tristes
e no rasto da tristeza chegam à crueldade.
(...)
Carlos Drummond de Andrade, “Um boi vê os homens”. Claro enigma.
a) Em ambos os textos, o assombro de quem vê decorre das avaliações contrastantes sobre quem é visto. Justifique essa 
afirmação com base em cada um dos textos.
b) O conto de Rosa e o poema de Drummond valem-se de uma mesma figura de linguagem. Explicite essa figura e justifique 
sua resposta. 
Aula 09
11Português 3C
Produção de textos
Proposta 01 
Leia o texto a seguir:
“[...] em a Condição Humana, Arendt ressalta que os direitos humanos pressupõem a cidadania como um 
princípio, pois a privação da mesma repercute na condição humana, isto porque o ser humano, privado de 
proteção conferida por um estatuto político, esvazia-se da sua substância de ser tratado pelos outros como 
semelhante. Dessa forma, destaca-se que o primeiro direito humano é o direito a ter direitos, o que só é 
possível mediante o pertencimento, pelo vínculo da cidadania, a algum tipo de comunidade juridicamente 
organizada e ser tratado dentro dos parâmetros definidos pelos princípios da legalidade.” 
(Disponível em: <http://online.unisc.br/acadnet/anais/index.php/sidspp/article/view/16043/3933> com adaptações)
(UNICENTRO – PR) – A situação alarmante de milhares de exilados na Europa traz a lume a necessidade de reflexão, novamente, 
sobre a situação dos apátridas no mundo. Nacionalismos exaltados e xenofobia convivem em um cenário que tem gradati-
vamente marginalizado a manutenção dos direitos humanos, pois eles se tornam frágeis quando o apego ao nacionalismo 
extremado cresce. Onde há nacionalismos, também há xenofobia. 
Após refletir sobre o tema e, com base nas ideias apontadas pelo fragmento em destaque, escreva, na norma-padrão da 
língua portuguesa, um texto dissertativo, argumentando de forma crítica e contextualizada sobre a situação de pessoas 
em condição de exílio no mundo, em pleno século XXI. Relacione esse ato de violência a ações de xenofobia, a partir de 
exemplos concretos sobre esta questão. 
12 Extensivo Terceirão
Proposta 02 
Considere os textos a seguir como referência para o desenvolvimento de sua redação. 
Texto 01 
O que há de errado com a desigualdade do ponto de vista ético? É óbvio que a desigualdade não é um mal 
em si – o que importa é a legitimidade do caminho até ela. A questão crucial é a seguinte: a desigualdade ob-
servada reflete essencialmente os talentos, esforços e valores diferenciados dos indivíduos ou, ao contrário, 
resulta de um jogo viciado na origem – de uma profunda falta de equidade nas condições iniciais de vida, da 
privação de direitos elementares? [...] 
O Brasil continua sendo um dos países mais desiguais do planeta. No ranking da distribuição de renda, 
somos a segunda nação mais desigual do G-20, a quarta da América Latina e a 12º do mundo. Esse quadro 
é fruto de uma grave anomalia: a brutal disparidade nas condições iniciais de vida e nas oportunidades de 
nossas crianças e jovens de desenvolverem adequadamente suas capacidades e talentos, de modo a ampliar 
seu leque de escolhas possíveis e eleger seus projetos, apostas e sonhos de vida. 
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Igualdade de quê?. Disponível em: <www.folha.uol.com.br>. Acesso em: 27 jul. 2018) 
Texto 02 
Qual a alternativa para a desigualdade? Alguém vê alguém igual a alguém? Há uma grande confusão acer-
ca da ideia de igualdade. A Declaração diz “todos os homens são criados igualmente”. Mas em que sentido 
o termo “igualdade” é referido pelos “pais fundadores” (Founding Fathers, em referência aos fundadores 
dos Estados Unidos)? Igualdade de resultados? Obviamente que não. Igualdade de oportunidades? Os pais 
fundadores julgavam que tínhamos que ter oportunidades iguais? Mas não há igualdade de oportunidades 
no mundo real. 
O que os pais fundadores estavam afirmando era a igualdade perante a lei. Todos nós temos direitos; 
temos direito à vida, direito ao livre arbítrio, a escolher os meios de alcançar a própria felicidade. Isso não 
garante igualdade de resultados nem igualdade de oportunidades; mas garante liberdade, porque toda a 
outra forma de igualdade – de oportunidade, de resultados – requer o quê? Requer o uso da força, o uso da 
coerção; requer tirar de alguns para dar a outros. Requer dar ao Estado esse poder. E os resultados estão à 
vista de todos nos últimos dois séculos. 
Como lidar com o fato de que pessoas têm talentos e inteligências totalmente diferentes? Alguns nascem 
em famílias pobres, outros em famílias ricas; uns têm mais vontade e determinação, outros menos; alguns 
têm pais bacanas, outros não tanto; há aqueles que nasceram no Alasca, outros em Nova York, outros em 
tribos indígenas. A tentativa de igualar requer que você viole os direitos de algumas pessoas, tornando-as 
menos iguais perante a lei, para dar a outras pessoas, dando a elas tratamento preferencial perante a lei. E é 
exatamente a isso que os pais fundadores se opunham. 
(Adaptado de: BROOK, Yaron. A virtude da desigualdade. Disponível em: <www.youtube.com.br>. Acesso em: 27 jul. 2018) 
Aula 09
13Português 3C
Texto 03 
O leito de Procusco
Procusto, personagem da mitologia grega, vivia perto da estrada de Eleusis, a alguns quilômetros de 
Atenas. De acordo com a lenda, construiu um leito metálico do exato tamanho de seu corpo. Aos hóspedes 
que fossem maiores que o leito, Procusto amputava-lhes o excesso. Aos que fossem menores, esticava-os até 
ficarem de conformidade com o móvel. 
O viajante nunca se adaptava porque, secretamente, Procusto possuía duas camas de tamanho diferente 
(duas medidas). O horror só teve fim quando o herói Teseu lhe aplicou o mesmo suplício: colocou-o na cama 
em sentido transversal, de forma a sobrarem a cabeça e os pés, que foram amputados pelo herói.(Adaptado do disponível em: <www.mitologica.blogs.sapo>. Acesso em: 15 jun. 2018) 
(FEMPAR – PR) – Redija um texto dissertativo-argumentativo (20 a 35 linhas; mínimo 4 parágrafos) sobre a questão que se 
segue. Assuma um posicionamento e argumente-o devidamente. 
Qual a legitimidade do combate às desigualdades na estrutura social?
14 Extensivo Terceirão
Proposta 03
Leia a charge e as letras das músicas a seguir.
Amor de Malandro
Francisco Alves (Gravação de 1929)
Vem, vem
Que eu dou tudo a você
Menos vaidade
Tenho vontade
Mas é que não pode ser
O amor é o do malandro
Oh! Meu bem
Melhor do que ele ninguém
Se ele te bate
É porque gosta de ti
Pois bater-se em quem
Não se gosta
Eu nunca vi
(Disponível em: < www.cifraclub.com.br/franciscoalves/ 1743969/letra/>. 
Acesso em: 18 jul 2017).(Revista Kodak, ano II, nº 44, 15 de junho de 1918.)
Aula 09
15Português 3C
Minha nega na janela
Germano Mathias (Gravação de 1956)
Não sou de briga
Mas estou com a razão
Ainda ontem bateram na janela
Do meu barracão
Saltei de banda
Peguei da navalha e disse
Pula muleque abusado
Deixa de alegria pro meu lado
Minha nega na janela
Diz que está tirando linha
Eta nega tu é feia
Que parece macaquinha
Olhei pra ela e disse
Vai já pra cozinha
Dei um murro nela
E joguei ela dentro da pia
Quem foi que disse
Que essa nega não cabia?
(Disponível em: <https://www.letras.mus.br/germano-mathias/ 1483511/>. 
Acesso em: 18 jul. 2017).
Um tapinha não dói
Bonde do Tigrão (Gravação de 2004)
Vai glamurosa
Cruza os braços no ombrinho
Lança eles pra frente e desce bem devagarinho
Dá, dá, dá uma quebradinha e sobe devagar
Se te bota maluquinha
Um tapinha eu vou te dar porque
Dói, um tapinha não dói
Um tapinha não dói
Um tapinha não dói
Um tapinha não dói, só um tapinha
(Disponível em: <www.kboing.com.br/bonde-do-tigrao/ 1-60149/>. Acesso 
em: 18 jul 2017).
(UEL – PR) – As letras das músicas e a charge abordam uma temática que tem raízes históricas e ideológicas. Redija um texto 
opinativo, de 10 a 14 linhas, que discuta o tema em questão. Não há a necessidade de assinar o seu texto.
16 Extensivo Terceirão
09.01. d
09.02. d
09.03. c
09.04. c
09.05. b
09.06. e
09.07. d
09.08. e
09.09. e
09.10. e
09.11. b
09.12. e
09.13. F-V-V-F-V
09.14. F-V-F-F-V
09.15. c
09.16. b
09.17. b
09.18. e
09.19. a) Nos trechos citados no enunciado, os retratos dos pais realizados 
por seus filhos diferem na perspectiva temporal dos narradores, 
na linguagem e na visão da figura paterna no contexto familiar 
de cada um. Em “Memórias póstumas de Brás Cubas”, o narrador 
é um homem adulto, com linguagem elaborada e intencional-
mente irônica, que relembra a sua infância de forma distante, 
através de verbos, predominantemente, no pretérito imperfei-
to do indicativo. Em “Minha vida de menina”, o narrador é uma 
criança que o leitor identifica na linguagem simples de frases 
curtas e repetição de vocábulos com que tece considerações 
sobre ambas as figuras paternas, através do uso de verbos no 
presente do indicativo.
b) As expressões “O marido era na Terra o seu deus” e “só Nossa Se-
nhora pode ser melhor que mamãe” não podem ser considera-
das, respectivamente, como exemplos de visões contrastantes 
da organização familiar, o patriarcado e o matriarcado. No texto 
I, o narrador desvaloriza a figura materna no contexto familiar 
(“Minha mãe era uma senhora fraca, de pouco cérebro”,” caseira, 
apesar de bonita”, “temente às trovoadas e ao marido”). Também 
no texto II, o narrador, apesar da ligação afetiva que o aproxima 
mais da mãe, reconhece que, socialmente, a figura paterna é 
mais reverenciada e elogiada do que a materna. 
09.20. a) Tanto o excerto de “Conversa de bois” como o de “Um boi vê os 
homens” transcrevem reflexões dos animais sobre a condição 
humana. No primeiro, o boi Dançador constata a supremacia do 
Homem sobre os irracionais pelo fato de ser provido de mãos: 
“O homem tem partes mágicas… São as mãos”. Já no segun-
do, as reflexões recaem sobre a natureza íntima do ser humano, 
desprovida de atributos essenciais que pudessem torná-lo mais 
sensível ao mundo que o rodeia:” Certamente falta-lhes/não sei 
que atributo essencial”, “não escutam/ nem o canto do ar nem os 
segredos do feno”. 
b) O conto de Rosa e o poema de Drummond, por apresentarem 
conceitos elaborados por seres irracionais, valem-se da proso-
popeia ou personificação, figura de linguagem pela qual o autor 
atribui características humanas a seres inanimados ou a animais. 
Gabarito
17Português 3C
Aula 10
Português
1B3C
Estratégias argumentativas II
Argumentação com base em 
exemplos
Uma forma de fortalecer a argumentação é 
fundamentá-la por meio de exemplos concretos. Para 
isso, é importante saber selecionar exemplos fortes, pre-
ferencialmente fatos de conhecimento geral. O exemplo a 
seguir é uma redação feita no ENEM 2016, cujo tema era 
“Caminhos para combater a intolerância religiosa no 
Brasil”. Perceba, na leitura do texto, como os argumentos 
vêm sempre reforçados com exemplos concretos.
Exemplo de redação
Crédito: Júlia Oya
O Brasil é um país com uma das maiores diver-
sidades do mundo. Os colonizadores, escravos e 
imigrantes foram essenciais na construção da iden-
tidade nacional, e também, trouxeram consigo 
suas religiões. Porém, a diversidade religiosa que 
existe hoje no país entra em conflito com a intole-
rância de grande parte da população e, para com-
bater esse preconceito, é necessário identificar suas 
causas, que estão relacionadas à criação de estere-
ótipos feita pela mídia e à herança do pensamento 
desenvolvido ao longo da história brasileira.
Primeiramente, é importante lembrar que o 
ser humano é influenciado por tudo aquilo que 
ouve e vê. Então, quando alguém assiste ou lê 
uma notícia sobre políticos da bancada evangé-
lica que são contra o aborto e repudiam homos-
sexuais, esse alguém tende a pensar que todos os 
seguidores dessa religião são da mesma maneira. 
Como já disse Adorno, sociólogo que estudou a 
Indústria Cultural, a mídia cria certos estereó-
tipos que tiram a liberdade de pensamento dos 
espectadores, forçando imagens, muitas vezes 
errôneas, em suas mentes. Retomando o exem-
plo dos evangélicos, de tanto que são ridiculari-
zados por seus costumes e crenças na televisão 
e na internet e pelos jornais destacarem a opi-
nião de uma parte dos seguidores dessa religião, 
criou-se um modelo do “típico evangélico”, que 
é ignorante, preconceituoso e moralista, o que, 
infelizmente, foi generalizado para todos os fiéis.
Além disso, percebe-se que certos preconceitos 
estão enraizados no pensamento dos brasileiros 
há muito tempo. Desde as grandes navegações, 
por exemplo, que os portugueses chamavam al-
guns povos africanos de bruxos. Com a vinda dos 
escravos ao Brasil, a intolerância só aumentou e 
eles foram proibidos de praticarem suas religiões, 
tendo que se submeter ao cristianismo imposto 
pelos colonos. É por isso que as práticas das re-
ligiões afro-brasileiras são vistas como “bruxaria” 
e “macumba” e seus fiéis são os que mais denun-
ciam atos de discriminação (75 denúncias entre 
2011 e 2014).
Portanto, é possível dizer que, mesmo exis-
tindo o artigo 208 do código penal, que pune os 
crimes de intolerância religiosa, ela ainda é muito 
presente. Para combatê-la, é preciso acabar com 
os estereótipos, ensinando desde cedo a respeitar 
todas as religiões. Então, o governo federal deve 
deixar obrigatória para todos os colégios (públi-
cos e privados) a disciplina Ensino Religioso du-
rante o Ensino Fundamental. Outro caminho é o 
incentivo das prefeituras para que a população 
conheça as religiões como elas realmente são, e 
não a imagem criada pela mídia nem aquela her-
dada desde a época colonial, promovendo visitas 
aos centros religiosos, palestras e programas na 
televisão e no rádio.”
Extraído de: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/leia-redacoes-
nota-mil-do-enem-2016.ghtml>. Acesso em: 13/02/18
Observações importantes
No exemplo de redação desta aula, duas estratégiasar-
gumentativas são destacadas: note que há, no texto, tanto 
o raciocínio causa/consequência como o uso de exemplos 
que ilustram a argumentação nela desenvolvida.
Isso mostra que, embora não seja plausível, numa 
redação em torno de 30 linhas, utilizar todos os recursos 
argumentativos existentes, é possível misturar algumas 
dessas estratégias.
18 Extensivo Terceirão
Assimilação
Instrução: Leia o texto para responder às questões 10.01. 
a 10.03.
Testes
10.01. (UERJ) – A flutuação do gosto em relação aos poetas 
é normal, como é normal a sucessão dos modos de fazer 
poesia. (1º. parágrafo). A relação que se estabelece entre essa 
declaração inicial do crítico Antonio Candido e o restante de 
seu texto pode ser definida pela seguinte sequência: 
a) problema – solução 
b) abstração – realidade 
c) pressuposição – asserção 
d) generalização – particularização 
10.02. (UERJ) – A articulação do primeiro com o segundo 
parágrafo revela o seguinte eixo principal da argumentação 
do crítico: 
a) valorização de versos coloquiais 
b) descrição de uma poética singular 
c) contestação de artistas modernos 
d) exaltação de uma obra convencional 
10.03. (UERJ) – Com base nas ideias apresentadas no texto, 
a metáfora um raro malabarista sugere que o poeta articula 
os seguintes aspectos em sua poesia: 
a) humor e seriedade 
b) tradição e inovação 
c) erudição e formalismo 
d) musicalidade e silêncio
Instrução: Leia o fragmento que segue para responder à 
questão 10.04.
Um poema de Vinicius de Moraes
A flutuação do gosto em relação aos poe-
tas é normal, como é normal a sucessão dos 
modos de fazer poesia. Pelo visto, Vinicius de 
Moraes anda em baixa acentuada. Talvez o seu 
prestígio tenha diminuído porque se tornou can-
tor e compositor, levando a opinião a considerá-lo 
mais letrista do que poeta. Mas deve ter sido tam-
bém porque encarnou um tipo de poesia oposto 
a certas modalidades para as quais cada palavra 
tende a ser objeto autônomo, portador de manei-
ra isolada (ou quase) do significado poético. 
Na história da literatura brasileira ele é um 
poeta de continuidades, não de rupturas; e o 
nosso é um tempo que tende à ruptura, ao triun-
fo do ritmo e mesmo do ruído sobre a melodia, 
assim como tende a suprimir as manifestações 
da afetividade. Ora, Vinicius é melodioso e não 
tem medo de manifestar sentimentos, com uma 
naturalidade que deve desgostar as poéticas de 
choque. Por vezes, ele chega mesmo a cometer o 
pecado maior para o nosso tempo: o sentimenta-
lismo. Isso lhe permitiu dar estatuto de poesia a 
coisas, sentimentos e palavras extraídos do mais 
singelo cotidiano, do coloquial mais familiar e até 
piegas, de maneira a parecer muitas vezes um se-
resteiro milagrosamente transformado em poeta 
maior. João Cabral disse mais de uma vez que sua 
própria poesia remava contra a maré da tradição 
lírica de língua portuguesa. Vinicius seria, ao con-
trário, alguém integrado no fluxo da sua corrente, 
porque se dispôs a atualizar a tradição. Isso foi 
possível devido à maestria com que dominou o 
verso, jogando com todas as suas possibilidades. 
Ele consegue ser moderno usando metrifica-
ção e cultivando a melodia, com uma imaginação 
renovadora e uma liberdade que quebram as con-
venções e conseguem preservar os valores colo-
quiais. Rigoroso como Olavo Bilac, fluido como 
o Manuel Bandeira dos versos regulares, terra a 
terra como os poemas conversados de Mário de 
Andrade, esse mestre do soneto e da crônica é um 
raro malabarista. 
ANTONIO CANDIDO Adaptado de Teoria e debate, nº. 49. São Paulo: Fundação 
Perseu Abramo, out-dez, 2001.
No Brasil, um dos principais mecanismos de 
apoio às vítimas de violência contra a mulher é 
o Ligue 180, acessado gratuitamente de qualquer 
lugar. O canal registrou, em 2016, aumento de 
51% no número de denúncias em todo o país, 
em relação ao ano anterior. No total, 1 milhão e 
300 mil denúncias foram registradas: 50% sobre 
violência física, 31% sobre violência psicológica e 
5% sobre violência sexual. Em 65% dos casos, a 
violência foi praticada por homens contra as com-
panheiras. E em 38%, o relacionamento entre a 
vítima e o agressor tem mais de 10 anos de dura-
ção (dados divulgados pela Agência Brasil). 
Disponível em:<HTTP://sociologia.uol.com.br/a-violencia-contra-a-mulher> . 
Acesso em: 20/06/17. (Excerto) 
10.04. (FPP – PR) – Com base na análise dos dados forne-
cidos pelo texto, é possível constatar que 
a) os parceiros representam o maior número de agressores 
em registro de violência conta a mulher no Brasil. 
b) a figura do agressor de mulheres está intimamente ligada 
a relacionamentos casuais. 
Aula 10
19Português 3C
c) o número de agressões contra a mulher registradas pelo 
Ligue 180 teve aumento pouco expressivo em 2016. 
d) a maior incidência de agressões a mulheres em relacio-
namentos duradouros é a psicológica. 
e) há uma glamourização dos casos de assédio, o que leva 
um maior número de mulheres a denunciá-los.
Aperfeiçoamento
Instrução: Considere o excerto a seguir para responder à 
questão 10.05. 
tire da dieta. Isso porque alimentos considerados 
bons para a saúde, como a farinha de trigo, de 
centeio e da cevada, por exemplo, contêm glúten. 
Nesse caso, pessoas não celíacas podem acabar 
se privando de bons produtos para a saúde por 
acharem que também devem dispensar o glúten. 
A equipe dirigida por Andrew T. Chan, nos Esta-
dos Unidos, aponta que o consumo de glúten não 
aumenta o risco de doenças cardiovasculares em 
pessoas não celíacas. 
LEMOS, Agatha. Dieta sem glúten não é para todos, Revista Vida e Saúde, 
17/05/2017. Disponível em:<www.revistavidaesaude.com.br> . 
Acesso em: 27/05/2017. 
Cientistas dos EUA desenvolveram aquela que 
pode ser a melhor solução para quem tem medo 
de agulha, mas quer se vacinar contra a gripe. 
Trata-se de uma vacina em forma de adesivo. 
Olhando de pertinho, veem-se 100 microagulhas 
prontinhas para perfurar a pele e lá permanecer. 
Enquanto são dissolvidas pelo organismo, elas 
liberam os vírus inativados (mortos), que com-
põem a vacina. 
Cem pacientes participaram dos primeiros tes-
tes, conduzidos por pesquisadores do Instituto de 
Tecnologia da Georgia e da Universidade Emory 
(ambas nos EUA). 
Os voluntários foram divididos em quatro gru-
pos: 1) vacina injetável tradicional; 2) vacina em 
adesivo aplicada por um profissional de saúde; 3) 
vacina em adesivo aplicada pelo próprio paciente 
e 4) placebo (só o adesivo, sem as microagulhas). 
Folha de S. Paulo, 28/06/17. 
10.05. (FPP – PR) – Ao serem publicados em periódicos 
de grande circulação entre leitores diversos, os textos que 
divulgam descobertas científicas lançam mão de vocabulário 
não especializado. Exemplo disso pode ser encontrado no 
seguinte excerto do texto: 
a) “Olhando de pertinho, veem-se 100 microagulhas [...]”. 
b) “Trata-se de uma vacina em forma de adesivo”. 
c) “Os voluntários foram divididos em quatro grupos”. 
d) “placebo (só o adesivo, sem as microagulhas)”. 
e) “Cem pacientes participaram dos primeiros testes”.
Instrução: Leia o texto que segue para responder à questão 
10.06. 
Artigo publicado pela revista médica British 
Medical Journal divulgou novo estudo da Escola 
de Medicina de Harvard que diz que as pessoas 
não devem deixar de consumir glúten, a não ser 
aquelas que são intolerantes a ele. As pessoas ce-
líacas realmente sofrem restrição alimentar quan-
to à ingestão do glúten. Contudo, para quem não 
tem esse problema, o estudo desaconselha que se 
10.06. (FPP – PR) – Observe os termos sublinhados no 
excerto anterior e analise as questões a seguir. 
I. Os termos do texto “aquelas” e “ele” correspondem, 
respectivamente, às palavras “pessoas” e “glúten”, citadas 
anteriormente. 
II. “Contudo” inicia uma advertência relativa à eliminação do 
glúten por pessoas sem restrições ao alimento. 
III. “Novo”, no contexto, significa que não há pesquisas cien-
tíficas sobre o assunto.
IV. “Por acharem” denota um posicionamento apoiado em 
pesquisas científicassobre os malefícios do glúten na 
alimentação das pessoas em geral. 
V. O verbo “aponta” introduz o resultado da pesquisa da 
equipe do Dr. Andrew T. Chan em relação ao risco do 
aumento de doenças cardiovasculares em pessoas não 
celíacas ao consumirem glúten.
a) I, III e V. 
d) III e V.
b) III, IV e V. 
e) I, II e V.
c) I e II. 
Instrução: Leia o texto a seguir para responder à questão 
10.07. 
A Domino’s definitivamente está decidida a en-
tregar pizzas sem humanos. A empresa se juntou à 
Ford nos Estados Unidos para começar a entregar 
os pedidos em carros sem motoristas. Os autôno-
mos da Domino’s/Ford circularão, a princípio, em 
uma região do Michigan. Os pedidos que serão en-
tregues desta forma serão aleatórios, por sorteio. O 
consumidor receberá uma mensagem de que sua 
pizza está chegando e um código para abrir o carro 
e pegar seu pedido. Os carros deverão tomar as ruas 
nos próximos meses. Não é a primeira investida da 
Domino’s no mundo robotizado. A rede criou uma 
unidade altamente automatizada em Brisbane, na 
Austrália, onde robôs levam os pedidos até a mesa 
dos consumidores. Na Nova Zelândia, a pizzaria 
tem uma unidade que entrega o acepipe por drone 
(mas as pessoas precisam ter um jardim para rece-
ber sua redondinha). 
GAZETA DO POVO. Pizza robotizada, 2 a 8 de set. de 2017, p.14. 
20 Extensivo Terceirão
10.07. (FPP – PR) – Assinale a alternativa que contempla a 
ideia principal do texto acima. 
a) A Domino’s consolida a investida em robótica, em parceria 
com a Ford, ao entregar pizza em carros sem motoristas 
e, sem a Ford, ao empregar robôs para servir os clientes 
e utilizar drone para entregar acepipe. 
b) A Domino’s decidiu investir em robótica ao fazer uma parceria 
com a Ford para entregar pizzas sem o auxílio de humanos, 
nos Estados Unidos, na Austrália, e na Nova Zelândia. 
c) A Domino’s entregará pizzas com carros sem motoristas e 
utilizará robôs e drone para atender os clientes. 
d) A robotização do serviço de entrega de pizzas, em parceria 
com a Ford, com carros sem motorista, foi consolidada pela 
Domino’s, antes de qualquer outra inciativa nesse setor. 
e) A última atividade da Domino’s em servir pizza, sem o 
auxílio de humanos, foi o uso de drone e robôs para a 
entrega do produto em domicílio.
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
10.08. e 10.09.
II. A intensidade do fenômeno de uma erupção solar é 
calculada em laboratório pelos estudiosos, em um tra-
balho de equipe. 
III. Quando os alertas sobre uma tempestade solar são 
acionados, é necessário tomar precauções para evitar 
acidentes e explosões na Terra. 
IV. O segundo parágrafo aponta medidas possíveis para 
evitar explosões no universo, relativas aos satélites e aos 
geradores. V. Duas preparações diminuem o risco de ra-
diação: os astronautas se recolhem para partes protegidas 
do laboratório orbital e a rota de aviões é refeita.
A sequência que apresenta a avaliação CORRETA das afirma-
ções anteriores é: 
( ) V – F – F – V – V. 
( ) V – F – V – F – V. 
( ) V – V – V – F – F. 
( ) F – F – V – V – V. 
( ) F – V – F – V – F. 
10.09. (FPP – PR) – As expressões o próximo passo (primei-
ro parágrafo), quando (segundo parágrafo), outra medida 
e frequentemente (terceiro parágrafo), estabelecem com 
as ideias do texto, respectivamente, uma relação de 
( ) sequência, tempo, alteração e intensidade. 
( ) soma, possibilidade, adição e modo. 
( ) adição, tempo, alternância e meio. 
( ) soma, dúvida, possibilidade e intensidade. 
( ) adição, tempo, adição e tempo.
Instrução: Leia o texto para responder à questão 10.10.
Ao avistar uma erupção solar que possa ge-
rar uma tempestade aqui na Terra, pesquisadores 
precisam estimar a sua direção, para saber se ela 
realmente chegará ao planeta. O próximo passo 
é estimar a sua intensidade, tarefa de um satélite 
que fica localizado no meio do caminho até o Sol. 
E então, ao chegar aqui, a tempestade pode, ou 
não interagir com o nosso campo magnético. 
Quando soam os alertas sobre uma tempes-
tade solar, algumas preparações devem ser feitas 
para evitar desastres. Satélites de comunicação 
diminuem as suas atividades e alguns geradores 
de eletricidade (especialmente nos polos da Terra, 
onde a carga de radiação recebida é mais intensa), 
para que não haja risco de explosão. 
Além disso, astronautas da Estação Espacial 
Internacional precisam se recolher para partes 
mais protegidas dentro do laboratório orbital, 
para não ficarem muito expostos à radiação. Ou-
tra medida necessária é refazer a rota de aviões 
que viajam entre a Ásia e a América do Norte que, 
frequentemente, passam pelo Polo Norte – por 
causa da radiação, os sistemas de localização e 
de rádio das aeronaves podem parar de funcio-
nar, colocando os passageiros e os tripulantes em 
grande risco. 
Disponível em: <www.revistagalileu.globo.com>. Acesso em: 14/07/2018. 
Você já deve ter experimentado algum refrige-
rante de guaraná, presença quase certa nas festas 
de aniversário. Mas você já parou para imaginar 
qual a origem do fruto?
O guaraná é originário da Amazônia e é funda-
mental na cultura e nos rituais dos Sateré Mawé, 
grupo indígena que vive no Amazonas, e que se 
consideram os “filhos do Guaraná”. Toda a socie-
dade se envolve nas etapas de beneficiamento do 
fruto, desde a colheita, no período das chuvas, 
entre novembro e março.
Este é um período de vida social intensa, 
quando os Sateré Mawé restauram as suas forças. 
Entre eles, o guaraná é consumido ralado na água 
e bebido em grandes quantidades por adultos e 
crianças. O preparo fica a cargo de uma mulher 
(esposa ou filha do anfitrião) que, quando che-
ga à quantidade correta de guaraná ralado, passa 
a cuia com a bebida para o seu marido, que em 
seguida passa para todos os presentes – primeira-
mente os mais velhos ou visitantes ilustres – se-
guindo de mão em mão até retornar ao dono da 
casa e à sua mulher. Ela, então, prepara mais uma 
rodada da bebida.
<https://tinyurl.com/zy6cmm6> Acesso em: 10.02.2017. Adaptado.
10.08. (FPP – PR) – Leia as afirmações a seguir e marque 
com V as opções verdadeiras e com F as falsas, de acordo 
com o excerto. 
I. Ao detectar a possibilidade de uma tempestade solar na 
Terra, os pesquisadores precisam calcular sua direção para 
então tomar medidas preventivas. 
Aula 10
21Português 3C
uma tática de sobrevivência desses povos, por 
vezes nômades. “Como vai carregar uma pessoa 
com deficiência [na mata]? Para pagar esse peca-
do, é melhor eliminar logo. Entendi dessa forma 
[o ritual]”, disse Macuxi, ao ressaltar que animais 
e cipós são obstáculos para um índio deficiente. 
P6 Em algumas tribos, as crianças são enfor-
cadas. “Quem decide é a própria mãe. Segura o 
pescoço e já enterra”, conta Jonas Ianomâmi, de 
Barcelos (AM). Em dois anos, foram registradas 
96 mortes de bebês indígenas de até seis dias de 
idade em Barcelos, Caracaraí e Alto Alegre (RR), 
segundo o “Mapa da violência 2015”. Não é possí-
vel saber se esse número já foi maior, porque não 
há registros seguros. Para Jonas e Ozélio, a morte 
dos bebês faz parte da vida cultural desses povos 
e não cabe ao homem branco entender ou interfe-
rir. A governadora do Estado, Suely Campos (PP), 
diz que quase nunca fica sabendo das mortes. “É 
uma questão deles, que começa e acaba lá.” 
P7 Mas o assunto está na pauta do Senado des-
de setembro, após a Câmara aprovar um projeto 
de lei que prevê criminalizar, por omissão de so-
corro, quem não informar o infanticídio ou qual-
quer outra prática que atente contra a saúde e a 
integridade dos índios. A medida inclui ONGs, 
poder público, Funai e qualquer cidadão. Pelo 
projeto, o índio não é punido. Mas cabe ao poder 
público proteger e auxiliar o índio que “decidir 
não permitir, expor ou submeter crianças a práti-
cas que coloquem em risco a vida.” 
P8 A proposta, conhecida como Lei Muwaji 
– em homenagem a uma mãe da tribo dos su-
ruwahas que não permitiu a morte da filha defi-
ciente –,levou quase oito anos para ser aprovada 
na Câmara. A Associação Brasileira de Antropolo-
gia e ONGs ligadas aos índios dizem que o pro-
jeto tira a garantia desses povos à sua identidade. 
Argumentam ainda que o infanticídio é residual. 
“Por que deputados e senadores discutem isso 
sem consultar os indígenas?”, questiona Maurício 
Yekuana, da ONG Hutukara. 
(Adaptado de: TOLEDO, Marcelo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.
com.br/cotidiano/2015/12/21>. Acesso em: 14 maio 2016) 
10.10. (UEPG – PR) – Conforme o texto, é correto afirmar que 
a) o período da colheita do guaraná é de vida social intensa 
e, durante esse processo, os Sateré Mawé se revigoram. 
b) o consumo da bebida preparada com o guaraná ralado 
é restrito aos homens adultos e aos visitantes ilustres. 
c) os Sateré Mawé, do Pantanal, inventaram o refrigerante 
de guaraná a partir do fruto ralado na água. 
d) os homens mais velhos entre os Sateré Mawé preparam 
a bebida que dá energia aos mais jovens. 
o guaraná é um fruto colhido na primavera, quando cessam as chuvas na floresta amazônica. 
Aprofundamento
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
10.11. e 10.12.
Muwaji
P1 Em uma aldeia indígena de Caracaraí, pe-
quena cidade de Roraima, a jovem de 21 anos 
dava à luz seu quarto filho, e desesperou-se ao 
notar que o recém-nascido tinha uma má-forma-
ção na perna. Mesmo já sabendo o que ia aconte-
cer, consultou os líderes de sua aldeia ianomâmi. 
P2 O bebê não chegou a ser amamentado. Pas-
sou por um ritual em que foi queimado vivo. 
As cinzas foram usadas para preparar um min-
gau, oferecido a todos da tribo. A índia contou 
a parentes que ficou triste, pois queria cuidar da 
criança. Mas entendeu que era a tradição de sua 
gente. 
P3 A morte de bebês, geralmente com até seis 
dias de vida, é praticada, segundo registros e tes-
temunhos, em pelo menos 13 etnias indígenas, 
com maior ou menor contato com o homem 
branco. Ocorre, na maioria dos casos, quando a 
criança nasce com alguma deficiência física. Mas 
há também mortes de gêmeos ou por suspeita de 
que a mãe cometeu adultério ou foi estuprada. 
Isso ocorre no Brasil e não tem sido considerado 
crime, pois nossa Constituição assegura a grupos 
indígenas o direito à prática do infanticídio, em 
respeito à autonomia cultural. 
P4 O antropólogo Mércio Pereira Gomes, ex-
-presidente da Funai, admitiu que sofreu “um di-
lema muito grande” no órgão diante da questão 
do infanticídio. Como cidadão, é contrário à prá-
tica, mas como antropólogo e funcionário do ór-
gão rejeita uma política intervencionista. Já para o 
sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, autor do “Mapa 
da violência” no Brasil, as mortes de bebês índios 
não deixam de ser assassinato, por mais que a 
prática seja vinculada à cultura indígena. “Não se 
deve criminalizar o índio, mas tem de agir para 
salvar essas vidas.” 
P5 Secretário do Índio de Roraima, Ozélio Ma-
cuxi discorda. Para ele, o ato é, acima de tudo, 
10.11. (FEMPAR – PR) – Avalie as afirmativas com relação 
aos conteúdos e à estrutura do texto. 
a) ( ) Em P1 e P2, o autor apresenta sua tese por meio de 
exemplo. 
b) ( ) Dos posicionamentos apresentados em P4, é coerente 
a postura do antropólogo Mércio Pereira Gomes, pois 
não há qualquer prática intervencionista por parte do 
Estado brasileiro nas comunidades indígenas. 
c) ( ) Deduz-se de P5: no contexto tribal a deficiência é 
de certo modo “uma falta capital” contra o grupo e o 
próprio indivíduo. 
22 Extensivo Terceirão
d) ( ) Considerando a perspectiva da Funai, não caberia 
incluir as mortes de bebês indígenas no Mapa da 
Violência de 2015. 
e) ( ) Os termos cultura indígena, integridade dos índios 
e identidade apresentam uma relação de sinonímia 
no texto. 
10.12. (FEMPAR – PR) – Considere as frases a seguir.
( 1 ) A índia contou a parentes que ficou triste, pois queria 
cuidar da criança. Mas entendeu que era a tradição de 
sua gente.
( 2 ) Há também mortes de gêmeos ou por suspeita de que 
a mãe cometeu adultério ou foi estuprada. 
( 3 ) Não se deve criminalizar o índio, mas tem de agir para 
salvar essas vidas. 
( 4 ) A morte dos bebês faz parte da vida cultural desses 
povos e não cabe ao homem branco entender ou in-
terferir. 
( 5 ) O projeto tira a garantia desses povos à sua identidade. 
Os itens a seguir estão relacionados, respectivamente, às 
frases acima. Todas as versões propostas têm como referência 
a norma culta. Avalie as afirmativas. 
a) ( ) Uma redação correta: A índia contou a parentes que 
ficou triste; queria cuidar da criança, mas entendeu 
que o ritual era a tradição de sua gente. 
b) ( ) Uma redação correta: Há também mortes de gêmeos 
por suspeita de que a mãe tenha cometido adultério 
ou sido estuprada. 
c) ( ) Uma versão correta: Não se deve criminalizar o índio, 
mas há que agir para salvar essas vidas.
d) ( ) Uma redação correta: O infanticídio faz parte da vida 
cultural desses povos e não cabe ao homem branco 
entendê-lo ou nela interferir. 
e) ( ) Outra redação correta: O projeto tira a esses povos a 
garantia a sua identidade.
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
10.13. a 10.16.
mão do contemporâneo. Enquanto o mundo se 
expande, se reproduz e acelera, a literatura con-
trai, pedindo que paremos para um mergulho 
“sem resultados” em nosso próprio interior. Sim: 
a literatura – no sentido prático – é inútil. Mas ela 
apenas parece inútil. 
A literatura não serve para nada – é o que 
se pensa. A indústria editorial tende a reduzi-la 
a um entretenimento para a beira de piscinas e 
as salas de espera dos aeroportos. De outro lado, 
a universidade – em uma direção oposta, mas 
igualmente improdutiva – transforma a literatu-
ra em uma “especialidade”, destinada apenas ao 
gozo dos pesquisadores e dos doutores. Vou dizer 
com todas as letras: são duas formas de matá-la. 
A primeira, por banalização. A segunda, por um 
esfriamento que a asfixia. Nos dois casos, a lite-
ratura perde sua potência. Tanto quando é vista 
como “distração”, quanto quando é vista como 
“objeto de estudos”, a literatura perde o princi-
pal: seu poder de interrogar, interferir e desesta-
bilizar a existência. Contudo, desde os gregos, a 
literatura conserva um poder que não é de mais 
ninguém. Ela lança o sujeito de volta para dentro 
de si e o leva a encarar o horror, as crueldades, a 
imensa instabilidade e o igualmente imenso vazio 
que carregamos em nosso espírito. Somos seres 
“normais”, como nos orgulhamos de dizer. Culti-
vamos nossos hábitos, manias e padrões. Empres-
tamos um grande valor à repetição e ao Mesmo. 
Acreditamos que somos donos de nós mesmos! 
Mas leia Dostoievski, leia Kafka, leia Pessoa, leia 
Clarice – e você verá que rombo se abre em seu es-
pírito. Verá o quanto tudo isso é mentiroso. Vivemos 
imersos em um grande mar que chamamos de rea-
lidade, mas que – a literatura desmascara isso – não 
passa de ilusão. A “realidade” é apenas um pacto que 
fazemos entre nós para suportar o “real”. A realidade 
é norma, é contrato, é repetição, ela é o conhecido 
e o previsível. O real, ao contrário, é instabilidade, 
surpresa, desassossego. O real é o estranho. 
(...) 
A literatura não tem o poder dos mísseis, dos 
exércitos e das grandes redes de informação. Seu 
poder é limitado: é subjetivo. Ao lançá-lo para 
dentro, e não para fora, ela se infiltra, como um 
veneno, nas pequenas frestas de seu espírito. Mas, 
nele instalada pelo ato da leitura, que escândalos, 
que estragos, mas também que descobertas e que 
surpresas ela pode deflagrar. Não é preciso ser um 
especialista para ler uma ficção. 
Não é preciso ostentar títulos, apresentar cur-
rículos, ou credenciais. A literatura é para todos. 
Dizendo melhor: é para os corajosos ou, pelo me-
nos, para aqueles que ainda valorizam a coragem. 
(...) 
(<http://blogs.oglobo.globo.com/jose-castello/post/o-poder-da-
literatura444909.html>. Acesso em: 21 fev 2017)
O poder da literatura
JoséCastello 
Em um século dominado pelo virtual e pelo 
instantâneo, que poder resta à literatura? Ao con-
trário das imagens, que nos jogam para fora e 
para as superfícies, a literatura nos joga para den-
tro. Ao contrário da realidade virtual, que é com-
partilhada e se baseia na interação, a literatura é 
um ato solitário, nos aprisiona na introspecção. 
Ao contrário do mundo instantâneo em que vive-
mos, dominado pelo “tempo real” e pela rapidez, 
a literatura é lenta, é indiferente às pressões do 
tempo, ignora o imediato e as circunstâncias. 
Vivemos em um mundo dominado pelas res-
postas enfáticas e poderosas, enquanto a literatura 
se limita a gaguejar perguntas frágeis e vagas. A 
literatura, portanto, parece caminhar na contra-
Aula 10
23Português 3C
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
10.17. e 10.18.
10.13. (EPCAR – MG) – Da leitura global do texto, só NÃO 
é correto afirmar que a literatura
a) dá ao homem condições de autoconhecimento por meio 
de perguntas aparentemente frágeis e vagas.
b) coloca o homem em contato com sua verdade mais 
profunda e aterrorizante.
c) deve desequilibrar o leitor, roubando-lhe a certeza e 
instaurando a desconfiança.
d) atinge a todos, desmascarando suas mentiras, fragilidades 
e arrogâncias.
10.14. (EPCAR – MG) – Na afirmativa “Mas ela apenas parece 
inútil.” , o advérbio “apenas” e o verbo “parece” reiteram o juízo 
de valor do autor sobre a importância da literatura, que para ele
a) é um entretenimento para a beira de piscinas e para as 
salas de espera dos aeroportos.
b) conserva um poder que não é de mais ninguém, com sua 
capacidade de lançar o sujeito de volta para dentro de si.
c) é uma especialidade destinada ao gozo dos pesquisadores 
e dos doutores.
d) caminha na contramão do contemporâneo, se contraindo, 
enquanto o mundo expande.
10.15. (EPCAR – MG) – Assinale a opção em que NÃO se 
percebe uma ideia adversativa.
a) “Contudo, desde os gregos, a literatura conserva um poder 
que não é de mais ninguém.”
b) “Ela lança o sujeito de volta para dentro de si e o leva a 
encarar o horror, as crueldades...” 
c) “...que escândalos, que estragos, mas também que des-
cobertas e que surpresas ela pode deflagrar.” 
d) “Vivemos imersos em um grande mar que chamamos de 
realidade, mas que – a literatura desmascara isso – não 
passa de ilusão”. 
10.16. (EPCAR – MG) – Assinale a alternativa que apresenta 
uma explicação INCORRETA.
a) Em “Tanto quando é vista como distração, quanto quando 
é vista como objeto de estudos...” os termos em destaque 
estabelecem uma relação de comparação entre as duas 
situações relacionadas.
b) Os dois pontos foram utilizados no excerto “...a literatura 
perde o principal: seu poder de interrogar, interferir e 
desestabilizar...” para introduzir ideias que foram resumidas 
em um termo anterior.
c) A vírgula presente em “...a literatura é um ato solitário, 
nos aprisiona na introspecção.” foi utilizada para marcar 
a elipse de um termo.
d) No período “...mas também que descobertas e que sur-
presas ela pode deflagrar.”, se o sujeito fosse para o plural, 
a locução verbal ficaria: pode deflagrarem.
VIVEMOS O FIM DO MUNDO
Luis Antônio Giron
(...) Bauman é autor do conceito de “modernida-
de líquida”. Com a ideia de “liquidez”, ele tenta 
explicar as mudanças profundas que a civilização 
vem sofrendo com a globalização e o impacto da 
tecnologia da informação. Nesta entrevista, ele fala 
sobre como a vida, a política e os padrões culturais 
mudaram nos últimos 20 anos. As instituições po-
líticas perderam representatividade porque sofrem 
com um “déficit perpétuo de poder”. Na cultura, a 
elite abandonou o projeto de incentivar e patroci-
nar a cultura e as artes. Segundo ele, hoje é moda, 
entre os líderes e formadores de opinião, aceitar 
todas as manifestações, mas não apoiar nenhuma.
(...)
ÉPOCA – As redes sociais aumentaram sua 
força na internet como ferramentas eficazes de 
mobilização. Como o senhor analisa o surgi-
mento de uma sociedade em rede?
Bauman – Redes, você sabe, são interligadas, mas 
também estão descosturadas e remendadas por 
meio de conexões e desconexões... As redes sociais 
eram atividades de difícil implementação entre as 
comunidades do passado. De algum modo, elas 
continuam assim dentro do mundo off-line. No 
mundo interligado, porém, as interações sociais 
ganharam a aparência de brinquedo de crianças 
rápidas. Não parece haver esforço na parcela on-
-line, virtual, de nossa experiência de vida. Hoje, 
assistimos à tendência de adaptar nossas intera-
ções na vida real (off-line), como se imitássemos o 
padrão de conforto que experimentamos quando 
estamos no mundo on-line na internet.
ÉPOCA – Os jovens podem mudar e salvar o 
mundo? Ou nem os jovens podem fazer algo 
para alterar a história?
Bauman – Sou tudo, menos desesperançoso. Con-
fio que os jovens possam perseguir e consertar o 
estrago que os mais velhos fizeram. Como e se 
forem capazes de pôr isso em prática, dependerá 
da imaginação e da determinação deles. Para que 
se deem uma oportunidade, os jovens precisam 
resistir às pressões da fragmentação e recuperar 
a consciência da responsabilidade compartilhada 
para o futuro do planeta e seus habitantes. Os jo-
vens precisam trocar o mundo virtual pelo real.
ÉPOCA – O senhor afirma que as elites adota-
ram uma atitude de máximo de tolerância com 
o mínimo de seletividade. Qual a razão dessa 
atitude?
Bauman – Em relação ao domínio das escolhas 
culturais, a resposta é que não há mais auto-
24 Extensivo Terceirão
confiança quanto ao valor intrínseco das ofertas 
culturais disponíveis. Ao mesmo tempo, as elites 
renunciaram às ambições passadas, de empreen-
der uma missão iluminadora da cultura. A elite 
deixou de ser o mecenas da cultura. Hoje, as elites 
medem sua superioridade cultural pela capacida-
de de devorar tudo.
(...)
ÉPOCA – Como diz o crítico George Steiner, 
os produtos culturais hoje visam ao máximo 
impacto e à obsolescência instantânea. Há uma 
saída para salvar a arte como uma experiência 
humana importante?
Bauman – Bem, esses produtos se comportam 
como o resto do mercado. Voltam-se para as ven-
das de produtos na sociedade dos consumidores. 
Uma vez que a busca pelo lucro continua a ser 
o motor mais importante da economia, há pouca 
oportunidade para que os objetos de arte cessem 
de obedecer à sentença de Steiner...
(...)
(Revista Época nº 819, 10 de fevereiro de 2014, p.68 – 70)
Desafio
10.19. (PUC – RJ) – Há dois aspectos imprescindíveis a qual-
quer discurso que queira, hoje, tratar do significado da nação. 
a) O texto apresenta duas visões distintas que, hoje, encon-
tram-se relacionadas ao conceito de nação. Estabeleça a 
diferença entre elas.
10.17. (EPCAR – MG) – Das respostas dadas por Bauman, 
só NÃO podemos depreender que
a) o comportamento cultural da elite pauta-se hoje na 
indiferenciação dos objetos culturais.
b) as relações virtuais aparentam ser mais fáceis e agradáveis 
que as interações na vida real.
c) o advento da internet permite uma conexão sempre fácil 
e eficiente entre as redes sociais.
d) a arte poderia ser salva, desde que deixasse de se compor-
tar como uma mercadoria regida pelas regras do mercado.
10.18. (EPCAR – MG) – Leia o trecho a seguir: “Com a ideia 
de “liquidez”, ele tenta explicar as mudanças profundas que 
a civilização vem sofrendo com a globalização e o impacto 
da tecnologia da informação”. 
Observe as reescritas sugeridas para esse trecho e assinale 
aquela que está correta.
a) A globalização e o impacto da tecnologia da informação 
têm provocado mudanças profundas na civilização as 
quais ele tenta explicar por meio da ideia de “liquidez”.
b) A ideia de “liquidez” através da qual ele tenta explicar as 
mudanças profundas cuja civilização vem sofrendo em 
decorrência da globalização e do impacto da tecnologia 
da informação.
c) Às mudanças profundas, que a civilização vem sofrendo 
decorrente da globalização e do impacto da tecnologia 
da informação, eletenta explicitar pela ideia de “liquidez”.
d) De acordo com a ideia de “liquidez”, ele tenta esclarecer 
as mudanças profundas às quais a civilização vem experi-
mentando pela globalização e pelo impacto da tecnologia 
da informação.
O primeiro é relativo à dimensão simbólica 
da ideia de nação, entendida menos como ter-
ritório, mais como repertório de recursos iden-
titários. Sobre o papel de constructo cultural e 
simbólico que a ideia de nação representa, temos 
autores que convergem sobre a arbitrariedade de 
sua gênese (a nação como invenção histórica ar-
bitrária, de Gellner; como invenção da tradição, 
de Hobsbawm; como comunidade imaginada, de 
Anderson). Porém, independentemente do reco-
nhecimento de sua função ideológica ou de legiti-
mação política, o que hoje se enfatiza na ideia de 
nação é a forte carga simbólica e o caráter cultural 
que carrega. Dizer, então, que os sentimentos de 
pertencimento são culturalmente construídos não 
significa necessariamente que eles se fundem em 
manipulações mistificadoras ou subficções arbi-
trárias. O acento recai, sobretudo, na sua capaci-
dade de fundar uma comunidade emocional, de 
agir como conectores de um “nós” nacional. 
O segundo aspecto é relativo à separação que se 
verifica, no contexto contemporâneo, dos vínculos 
que pareciam indissoluvelmente ligar sociedade 
e estado nacional. A relação identificatória entre 
estado-nação e sociedade perdeu a obviedade e na-
turalidade, quando, no contexto da globalização, 
tornaram-se manifestas diversas formas de socia-
lidade completamente desvinculadas do estado-
-nação: a “explosão” da complexidade social, no 
momento em que outras agências de produção de 
significados (as religiões, o mercado, a indústria 
cultural, etc.) competem com o estado-nação, o 
que acaba por minar irreversivelmente sua centra-
lidade e capacidade  de integração social.
LOPES, Maria Immacolata Vassallo de. Ficção televisiva e identidade cultural 
da nação. In: Revista Alceu Nº. 20. Rio de Janeiro: Editora PUC--Rio, 2010. p. 
11-12. Disponível em: <http://revistaalceu.com.puc-rio.br/cgi/cgilua.exe/sys/
start.htm?sid=32>. Acesso em: 21 jul. 2015. Adaptado.
Aula 10
25Português 3C
A relação identificatória entre estado-nação e sociedade perdeu a obviedade e naturalidade, quando, no con-
texto da globalização, tornaram-se manifestas diversas formas de socialidade completamente desvinculadas 
do estado-nação.
Valor Setorial, junho de 2015.
a) Tanto a frase quanto a imagem que compõem essa pro-
paganda estão divididas, visualmente, em duas partes. 
Explique resumidamente a relação de sentido que existe 
entre imagem e frase, em cada uma das duas partes.
I. Justifique o emprego da forma verbal “tornaram-se” na 3ª. pessoa do plural.
II. Reescreva o trecho, iniciando-o por “É possível que”. Faça as modificações necessárias. 
10.20. (FGV – RJ) – Examine a seguinte mensagem publicitária de uma empresa do ramo de construção civil:
b) Com relação ao trecho abaixo, faça o que é solicitado a seguir.
b) Identifique algum recurso expressivo, sintático ou semântico, presente na frase do anúncio. 
26 Extensivo Terceirão
Produção de textos
Proposta 01 
Considere a coletânea a seguir como referência para o desenvolvimento de sua redação. 
Texto 01: 
O infanticídio entre indígenas é um tema que já gerou documentários, projetos de lei e muita polêmica 
em torno de saúde pública, cultura, religião e legislação. Ainda utilizado por volta de 20 etnias entre as mais 
de 200 do Brasil, esse princípio tribal leva à morte não apenas gêmeos, mas também filhos de mães solteiras, 
crianças com problema mental ou físico, ou doença não identificada pela tribo. 
[...] 
Tramitando no Congresso, a Lei Muwaji estabelece que “qualquer pessoa” que saiba de casos de uma 
criança em situação de risco e não informe às autoridades responderá por crime de omissão de socorro. A 
pena vai de um a seis meses de detenção ou multa. 
O projeto se inspirou no caso da indígena Muwaji Suruwahá, que lutou pela sobrevivência de sua filha 
Iganani, que tem paralisia cerebral e por isso estava condenada à morte por envenenamento em sua própria 
comunidade. 
 (Adaptado do disponível em: <www.noticias.bol.uol.com.br/brasil>. Acesso em: 20 ago. 2016) 
Texto 02:
Márcia Suzuki, presidente do conselho da organização social Atini, que busca prevenir o infanticídio 
entre índios, lembra que a prática é comum em mais de 20 etnias. 
Folha - Por que a senhora é favorável ao projeto? 
Márcia Suzuki - Da mesma forma que países na África começam a aprovar leis que proíbem a mutilação 
genital feminina, o Congresso avança ao apoiar a Lei Muwaji. Há grupos que se opõem dizendo que os indí-
genas serão criminalizados. A lei não visa em nenhum momento colocar índias na cadeia, nem impor nada. 
Há outras etnias, além dos ianomâmis, que praticam o ritual hoje? 
M. S.: Há farta literatura e documentários que indicam que a prática ainda é comum em mais de 20 
etnias. O Senado mostrará bom senso e sensibilidade à dor das mães indígenas que sofrem ao ver os filhos 
serem enterrados vivos, sufocados com folhas ou abandonados na mata para morrer à míngua. [...] 
Antonio Carlos de Souza Lima, presidente da ABA (Associação Brasileira de Antropologia), entende que 
o projeto faz parte de um plano para retirar direitos dos índios. 
Folha - Como o senhor avalia o projeto? 
Antonio Carlos Lima - Faz parte de um conjunto de medidas que busca criminalizar os povos indígenas. 
O projeto do infanticídio mobiliza o tema infância, moralmente candente; polariza a opinião pública, trata 
índios como bárbaros selvagens, que têm de se transformar naquilo que o homem branco quer, abrindo mão 
de suas terras e recursos. 
O infanticídio é restrito ou várias etnias o praticam? 
A. C. L: Não temos nenhum estudo que mostre que está em prática aqui ou ali. Lembro o seguinte: a 
quantidade de bebês do sexo feminino dados como natimortos na Índia é estupenda, e ninguém chama de 
infanticídio, assim como a gente tem genocídio da população jovem negra no Rio, e ninguém fala nada. Isso 
não vira CPI nem projeto de lei. A quem interessa uma questão que é residual, que fala muito mais de um 
passado que de um presente de povos indígenas? 
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/12/1721455-infanticidio-de-indios-ainda-e-comum-em-aldeias-da-amazonia.shtml>.
©Folhapress
Aula 10
27Português 3C
Texto 03:
Edson Bakairi, hoje líder indígena em Mato grosso e professor licenciado em História, é sobrevivente de 
tentativa de infanticídio; foi abandonado para morrer na mata e foi resgatado e preservado com vida por suas 
irmãs. Em 2008 enviou uma “carta aberta” ao então presidente Luís Inácio Lula da Silva, da qual extraímos 
o texto que se segue. 
O infanticídio não é um fato novo, infelizmente sempre esteve presente na história das culturas indíge-
nas. Entretanto, tem ganhado visibilidade na mídia com a divulgação da história da menina Hakani, da etnia 
Suruwahá, a qual sobreviveu ao infanticídio após o suicídio de seus pais e irmãos. Estamos vivendo um mo-
mento de profunda mudança em nossa cultura e estilo de viver, porque vivemos hoje um novo tempo. A rea-
lidade dentro das comunidades indígenas é outra. Já não vivemos confinados em nossas aldeias, condenados 
ao esquecimento e a tradições inquestionáveis. O mundo está dentro das aldeias, via meios de comunicação, 
internet e escola; o acesso à informação tem colocado o indígena em sintonia com os acontecimentos globais. 
Tudo isso tem alterado nossa visão de mundo. Hoje já não somos meros objetos de estudo, mas prota-
gonistas de nossa própria história, adquirindo novos saberes e conhecimentos que valorizam a vida e nossa 
cultura. 
(Adaptado do disponível em: www.atini.org.br/carta-aberta-de-edson-bakairi. Acesso em: 20 jul, 2016) 
(FEMPAR – PR) - Desenvolva um texto dissertativo-argumentativo sobre a seguinte questão: Que deve predominar? O 
direito à vida, segundo os conceitos humanistas da moderna culturaocidental e as normas da legislação brasi-
leira, ou os costumes e valores das comunidades indígenas, que cultivam há séculos o infanticídio, por razões de 
eugenia ou outras?
28 Extensivo Terceirão
Proposta 02 
Leia os textos e a charge a seguir.
Prefeitura oferece tratamento a menor tatuado na testa
A prefeitura de São Bernardo do Campo (SP) afirmou, nesta segunda-feira, que irá disponibilizar todo 
o procedimento médico e cirúrgico ao menor que teve a frase “eu sou ladrão” tatuada na testa. Segundo a 
prefeitura, uma parceria com a Faculdade de Medicina do ABC irá possibilitar o tratamento físico e psico-
lógico do menor, além de prestar assistência social para o rapaz, de 17 anos. O tatuador Maycon Wesley 
Carvalho dos Reis, de 27 anos, e Ronildo Moreira de Araújo, de 29, que filmou o ato, foram presos na última 
sexta-feira por crime de tortura. Os dois alegaram que queriam “punir” o garoto, que teria tentado furtar a 
bicicleta de um deficiente físico.
(Disponível em: <odia.ig.com.br/brasil/2017-06-12/prefeitura-oferece-tratamento-de-menor-tatuado-na-testa.html>. Acesso em: 15 jun. 2017).
Aula 10
29Português 3C
Justiça com as próprias mãos
Enquanto em São Bernardo, tatuaram a palavra “ladrão” na testa de um 
adolescente, em Ribeirão, um pai foi amarrado e surrado
O caso do adolescente de 17 anos que teve a frase “eu sou ladrão e vacilão” tatuada na testa traz à tona a 
discussão sobre a prática perigosa da justiça com as próprias mãos. Em Ribeirão, o caso mais recente desse 
tipo equivocado de justiça ocorreu anteontem à noite, no bairro Cândido Portinari (zona Leste), quando um 
homem foi amarrado em um ponto de ônibus e espancado, por suspeita de agredir, a chutes, o filho de 10 
anos. Para especialistas, essa prática ocorre por conta do descrédito na Justiça. Nas ruas, metade dos entrevis-
tados pelo A Cidade se diz favorável à violência contra supostos criminosos. “A justiça com as próprias mãos 
era feita na Idade Média, em que a lei era o ‘olho por olho e dente por dente’. Na Idade Moderna recorre-se ao 
Judiciário e lá é processada a vingança institucionalizada”, diz Sérgio Kodato, coordenador do Observatório 
da Violência da USP de Ribeirão Preto. O coordenador da Comissão da Infância e Juventude da OAB, Paulo 
Lepori, reforça que nos últimos anos houve um aumento desses casos.
(Disponível em: <https://www.acidadeon.com/ribeiraopreto/NOT,2,2,1253260,Justica+com+as+proprias+ma s.aspc>. Acesso em: 15 jun. 2017).
Suspeito de furto é espancado até a morte
Um homem suspeito de furto foi amarrado a um poste de iluminação e espancado até a morte, na ma-
drugada do domingo, 11 de junho, na região central de Cunha, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo. De 
acordo com a Polícia Civil, a vítima tinha passagens por crimes contra o patrimônio. O homem foi encon-
trado de manhã, atado ao poste na praça do Rosário, na região central da cidade. Ele foi socorrido por uma 
unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu. Com base em imagens de 
câmeras de monitoramento, a Polícia Civil chegou a um dos autores do crime. De acordo com o delegado 
Paulo Sérgio Barbosa, um adolescente de 17 anos confessou ter ajudado outro suspeito do assassinato a 
dominar e espancar a vítima. “A versão do menor é de que Mateus é viciado em drogas e teria furtado entor-
pecente do outro suspeito, que é maior de idade. Os dois teriam decidido dar uma lição a ele”. 
(Adaptado de: TOMAZELA, José Maria. Suspeito de furto é espancado até a morte. Folha de Londrina, 13 de junho de 2017, p. 7). 
(Disponível em: <www.nanihumor.com/2014/05/justica-com-as-proprias-maos.html>. 
Acesso em: 15 jun. 2017). 
©
N
an
i
30 Extensivo Terceirão
(UEL – PR) – A partir da leitura dos textos e com base nos conhecimentos sobre o tema, redija um texto dissertativo-
-argumentativo, de 12 a 16 linhas, apontando as motivações que levam as pessoas a fazerem justiça com as próprias mãos.
Proposta 03 
Leia a tirinha a seguir. 
(Disponível em: <clubedamafalda.blogspot.com>. Acesso em: 20 jun. 2016.) 
Aula 10
31Português 3C
(UEL – PR) – Na tirinha, Mafalda “conversa” com seu ursinho de pelúcia. Explique, entre 4 e 6 linhas, a mensagem expressa 
na tirinha.
10.01. d
10.02. b
10.03. b
10.04. a
10.05. a
10.06. e
10.07. a
10.08. V-F-V-F-V
10.09. Adição, tempo, adição, tempo.
10.10. a
10.11. F-F-V-V-F
10.12. V-F-V-V-V
10.13. d
10.14. b
10.15. b
10.16. d
10.17. c
10.18. a
10.19. a) A primeira visão relaciona-se aos 
aspectos simbólicos e culturais ca-
pazes de unir emocionalmente uma 
comunidade. A outra diz respeito ao 
fato de que os membros de uma so-
Gabarito
ciedade passam a se organizar a partir 
de questões específicas, revelando a 
diversidade de valores sociais. 
b) I. Ela concorda com o sujeito “diversas 
formas de socialidade”, cujo núcleo 
(formas) está no plural. Isto ocorre por-
que o verbo “tornar-se” é classificado 
como transitivo direto, o qual, quando 
empregado na voz passiva sintética, 
deve concordar com o sujeito.
II. É possível que a relação identificató-
ria entre estado-nação e sociedade 
tenha perdido a obviedade e na-
turalidade, quando, no contexto da 
globalização, tornaram-se manifes-
tas diversas formas de socialidade 
completamente desvinculadas do 
estado-nação. 
10.20. a) O anúncio faz uso de uma fotografia 
e de um desenho. A fotografia repre-
senta a realidade e o desenho repre-
senta o projeto, ou seja, a fotografia e 
o desenho representam duas coisas 
distintas, apesar da correlação ima-
gética que há entre elas: a realidade 
(a fotografia) e o projeto (o desenho) 
que também pode ser entendido 
como um sonho, algo que se almeja 
construir. O slogan da campanha está 
escrito em letra de mão quando em 
cima do desenho, representando o 
projeto; em letra de tipografia quando 
está sobre a fotografia, que representa 
a realidade que “saiu do papel”. A ideia 
do anúncio é vender os serviços de al-
guma grande construtora, através da 
dicotomia sonho e realidade.
b) A palavra “papel” adquire o sentido 
de “trabalho” ou “função” na primeira 
ocorrência e, na segunda, de mate-
rial que serve de suporte ao dese-
nho. Além da polissemia do termo, 
o quiasmo, figura de linguagem que 
resulta da disposição cruzada de ele-
mentos, reforça a expressividade do 
anúncio. 
32 Extensivo Terceirão
Português
3C
Estratégias argumentativas III
Aula 11
Argumentação com base na contra-argumentação
fundamental na vida de uma mulher, de modo 
que a maternidade se torna obrigatória e deve 
seguir os padrões de reprodução (gestação, afeti-
vidade, cuidado e responsabilidade incondicional 
com a prole).
Mas, e a mulher que não escolhe esses papéis 
previamente elaborados para ela?
[...]
Extraído de <http://www.brasildefato.com.br/node/10943> acesso 
em 27/02/18
Nesse artigo, os dois primeiros parágrafos trazem uma 
ideia inicial: o padrão de sexualidade socialmente aceito 
(1o. parágrafo) e o papel sexual imposto às mulheres (2o. 
parágrafo). Observe como, a partir do parágrafo seguinte, 
o período, “Mas, e a mulher que não escolhe esses papéis 
previamente elaborados para ela?”, já começa a indicar 
a contra-argumentação, que virá em seguida. Ou seja, a 
autora, favorável ao aborto, irá, naturalmente, argumen-
tar em sentido contrário a essa condição feminina, que, 
segundo ela, é imposta pela sociedade.
Ainda no mesmo tema, temos a seguir outro exem-
plo. Agora, temos um autor contrário ao aborto, que 
começa seu artigo expondo uma argumentação própria 
dos defensores do aborto.
Um legítimo filho da mãe
Francisco Razzo
Um dos argumentos para descriminalizar o 
aborto consiste em tratar o tema como decisão de 
foro íntimo da mulher. Diz o defensor do aborto: 
“A decisão cabe à gestante. O Estado não deve-
ria se intrometer num assunto da esfera íntima 
do indivíduo”. A força aparente desse tipo de ar-
gumento está na estratégia de não precisar lidar 
com a polêmica acerca do estatuto antropológico 
e moral do embrião e, a partir disso, focarexclu-
sivamente na autonomia do corpo da mulher. A 
mulher, proprietária soberana do seu corpo, é a 
única responsável pela decisão. O embrião não 
passa de um intruso. Se ela deseja abortar, nada 
deverá impedi-la.
ARGUMENTO CONTRA-ARGUMENTOX
Outra forma possível de organização argumentativa, 
entre diversos outros recursos, é a exposição de um 
raciocínio baseado no confronto de ideias opostas. 
Basicamente, esse tipo de argumentação consiste em 
“rebater” a ideia oposta à que está sendo defendida na 
redação.
Para que isso aconteça de forma eficiente, é preciso 
fazer um levantamento de argumentos contrários à tese 
que será defendida no texto. A partir disso, será possível 
montar uma linha de pensamento, na qual você, primei-
ramente, irá expor essa ideia contrária para, em seguida, 
desconstruí-la por meio de seus contra-argumentos.
O trecho a seguir é o início de um artigo de opinião, 
publicado em jornal. Nele, a autora irá se posicionar 
favoravelmente ao aborto. 
A sexualidade é política e o aborto, um 
direito das mulheres
Larisse de Oliveira Rodrigues
Sem dúvidas, a sexualidade é um tema políti-
co. A construção da sexualidade e do corpo não 
está isolada no campo da subjetividade, mas se 
desenvolve historicamente por meio das relações 
de poder e dominação, capitalistas e patriarcais, 
que delineiam o nosso “eu” e a sua relação com o 
outro. O modelo dominante é baseado no contro-
le do corpo e na imposição da heterossexualidade. 
Sendo assim, na construção do gênero, são defini-
dos papéis, a partir das relações de poder, que im-
põem um tipo de corpo, identidade e sexualidade 
para os homens e outro para as mulheres.
Para as mulheres, dois papéis estão colocados em 
torno de sua sexualidade, centrados na subalterni-
dade e na reprodução, fato que vai, inclusive, deli-
mitar a forma como se relacionam com seu corpo. O 
primeiro reduz sua sexualidade ao prazer do outro, 
reproduzindo a passividade que lhe é imposta nas 
demais esferas da vida social. Um segundo papel é 
a maternidade. Ser mãe foi naturalizado como algo
33Português 3C
Aula 11
3C
Português
A analogia padrão usada para sustentar esse 
argumento é a do assaltante: análogo ao caso do 
intruso de uma propriedade privada, a gestante 
estaria no mesmo nível do dono ao expulsar um 
intruso de sua propriedade para se defender. Em 
última instância, liberar o aborto garantiria ao 
indivíduo a total responsabilidade moral e legal 
de se proteger. A sociedade, mediante o poder do 
Estado, não tem nada com isso (pelo menos até a 
hora de pagar a conta). Alega o defensor do abor-
to: assim como a decisão de levar adiante a gravi-
dez implica a responsabilidade exclusiva da mãe 
em relação ao filho, a decisão pelo aborto cabe 
igualmente à gestante.
Esse argumento traz a aparente vantagem de 
contornar o problema do estatuto do embrião: 
tanto a mulher como o feto gozam do direito à 
vida. Ambos são plenamente pessoas. Isso não se 
discute. Porém, mesmo o feto sendo plenamente 
uma pessoa, isso não quer dizer que a mulher 
deverá ser condenada — moral e criminalmente 
— por decidir não levar adiante sua gravidez. 
Sendo assim, a mulher, se assim desejar, teria 
pleno direito de violar o direito do feto à vida 
caso ele violasse o direito da mulher à liberda-
de, à privacidade e à integridade do seu corpo. 
O feto, tal como o intruso de uma propriedade, 
deveria ser igualmente responsabilizado como 
agressor pelo que faz. E cumprir sua inevitável 
sentença de morte. 
Há dois grandes problemas com esse argumento.
[...]
Extraído de <http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/ 
um-legitimo-filho-da-mae-4z1op1mq562962x6hczypfkxl>. 
Acesso em: 27/02/18
©Francisco Razzo. Um Legítimo Filho da Mãe. 
Gazeta do Povo, 19 de abril de 2015
Note que, nos três primeiros parágrafos, o autor 
expôs uma argumentação pró-aborto. Porém, o período 
que inicia o restante do texto, “Há dois grandes proble-
mas com esse argumento”, começa a apontar para os 
contra-argumentos, que virão em seguida.
Caso você conheça argumentos opostos a respeito 
do tema proposto em uma redação, esse raciocínio 
baseado na contra-argumentação é uma forma eficiente 
de organização de um texto dissertativo.
Cuidado com o 
posicionamento!
Quando você utilizar esse tipo de raciocínio para a 
organização de sua redação, cuide para que seu texto 
não se torne apenas a exposição dos dois lados da 
questão. Fazendo isso, a redação corre o risco de ficar 
meramente informativa. Por isso, cuide para que, entre 
os argumentos opostos, haja, na redação, a afirmação de 
um posicionamento a respeito do tema proposto.
Sequência das ideias
Outro cuidado que se deve ter quanto à utilização 
desse tipo de organização dissertativa, está na sequên-
cia das ideias apresentadas. Esse cuidado é fundamental 
para que o texto não pareça confuso entre tantos argu-
mentos opostos. Para evitar isso, procure estabelecer 
uma relação lógica entre essas ideias da seguinte forma: 
apresente primeiro as ideias que serão refutadas, para, 
em seguida, você desenvolver a contra-argumentação. 
Atenção nos recursos 
gramaticais!
Um precioso recurso da língua que pode ajudar 
a organizar esses argumentos opostos são os termos 
que funcionam como conectivos, como as conjunções, 
preposições e demais locuções que, além de manter 
a coesão textual, contribuem para a manutenção de 
relações lógicas entre os argumentos.
No caso em questão, em que estudamos relações 
entre ideias opostas, é possível estabelecê-las com a 
ajuda de termos como:
 • Conjunções adversativas: mas, porém, contudo, 
todavia, entretanto, no entanto.
 • Conjunções concessivas: apesar de, ainda que, 
embora etc.
 • Expressões coesivas em geral que ajudam a sepa-
rar os argumentos: por um lado/por outro; de um 
lado/de outro etc.
Análise de redação
Como exemplo, analisemos um texto feito no ENEM 
2014. Repare, durante a leitura, na forma como o racio-
cínio argumentativo dessa redação está construído com 
base na contra-argumentação.
Proposta de redação
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes 
e com base nos conhecimentos construídos ao longo de 
sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo 
em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema 
Publicidade infantil em questão no Brasil, apresen-
tando proposta de intervenção, que respeite os direitos 
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma 
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu 
ponto de vista.
34 Extensivo Terceirão
(ENEM) – 
TEXTO I
A aprovação, em abril de 2014, de uma resolução que considera abusiva a publicidade infantil, emitida 
pelo Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), deu início a um verdadeiro 
cabo de guerra envolvendo ONGs de defesa dos direitos das crianças e setores interessados na continuidade 
das propagandas dirigidas a esse público.
Elogiada por pais, ativistas e entidades, a resolução estabelece como abusiva toda propaganda dirigida à 
criança que tem “a intenção de persuadi-la para o consumo de qualquer produto ou serviço” e que utilize 
aspectos como desenhos animados, bonecos, linguagem infantil, trilhas sonoras com temas infantis, oferta 
de prêmios, brindes ou artigos colecionáveis que tenham apelo às crianças.
Ainda há dúvidas, porém, sobre como será a aplicação prática da resolução. E associações de anunciantes, 
emissoras, revistas e de empresas de licenciamento e fabricantes de produtos infantis criticam a medida e 
dizem não reconhecer a legitimidade constitucional do Conanda para legislar sobre publicidade e para impor 
a resolução tanto às famílias quanto ao mercado publicitário. Além disso, defendem que a autorregulamen-
tação pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) já seria uma forma de controlar 
e evitar abusos.
IDOETA, P. A.; BARBA, M. D. A publicidade infantil deve ser proibida? Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 23 maio 2014 (adaptado).
TEXTO II
Fontes: OMS e Conar/2013. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br>.Acesso em: 24 jun. 2014 (adaptado).
TEXTO III
Precisamos preparar a criança, desde pequena, para receber as informações do mundo exterior, para 
compreender o que está por trás da divulgação de produtos. Só assim ela se tornará o consumidor do futuro, 
aquele capaz de saber o que, como e por que comprar, ciente de suas reais necessidades e consciente de suas 
responsabilidades consigo mesma e com o mundo.
SILVA, A. M. D.; VASCONCELOS, L. R. A criança e o marketing: informações essenciais para proteger as crianças dos apelos do marketing infantil. São 
Paulo: Summus, 2012 (adaptado).
Aula 11
35Português 3C
Exemplo de redação
Folha em Branco
©Raphael Luan Carvalho de Souza – Niterói/RJ
Durante o século XX, o estímulo à produção industrial, por Getúlio Vargas, e o incentivo à integração na-
cional, de Juscelino Kubitschek, foram fatores que possibilitaram a popularização dos meios de comunicação 
no Brasil. Com isso, cresceu também a publicidade infantil, que busca introduzir nas crianças, desde cedo, 
o princípio capitalista de consumo. No entanto, essa visão negativa pode ser significativamente minimizada, 
desde que acompanhada de uma forte base educacional que auxilia as crianças a discernir por meio do de-
senvolvimento de senso crítico próprio.
É indiscutível a presença de fatores prejudiciais nas propagandas dirigidas a essa faixa etária. Segundo o 
conceito de felicidade, discutido na filosofia da antiguidade por Aristóteles, a eudaimonia é alcançada com 
a união equilibrada entre razão e satisfação de prazeres. Contudo, evidencia-se que, na infância, o indivíduo 
não possui ainda discernimento racional suficiente, o que faz com que a criança, ao ter acesso a publicidades, 
pense que o produto divulgado é extremamente necessário. Isso acarreta, de forma negativa, a formação de 
jovens e adultos excessivamente consumistas.
Entretanto, essa tendência pode ser revertida se somada à instrução adequada do público-alvo do mercado 
publicitário infantil. Segundo a tábula rasa de John Locke, nascemos como uma folha em branco, sem conhe-
cimento, e o adquirimos por meio da experiência. A partir desse pensamento, é possível entender que é função 
dos pais educar as crianças, haja vista que estas são influenciadas pelo meio em que vivem. Com o apoio da base 
familiar, somada à escolar, cria-se o senso crítico, que possibilita a gradativa menor influência da linguagem 
publicitária. Desse modo, evidencia-se que o poder de persuasão do mercado apelativo não é absoluto.
Por fim, entende-se que, embora a publicidade infantil seja preocupante, tal efeito é reduzido com o 
desenvolvimento do senso crítico, seja na base familiar, seja na escolar. A fim de atenuar o problema, o Es-
tado deve implementar, no ensino de base, projetos educacionais de análise de linguagens com o auxílio do 
Ministério da Educação e Cultura e governos municipais, visando a evidenciar, para a faixa etária infantil, 
a suma relevância da consciência sobre reais necessidades de consumo. Dessa forma, a folha em branco ao 
nascer poderá ser preenchida, formando cidadãos, de fato, conscientes.
Extraído de: <https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/enem-e-vestibular/enem-2014-leia-exemplos-de-redacoes-nota-1000-15050154>. 
Acesso em: 04/04/2018
Testes
Assimilação
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 11.01. a 11.03.
A ciência, o bem e o mal
Em 1818, com apenas 21 anos, Mary Shelley publicou o grande clássico da literatura gótica, Frankenstein 
ou o Prometeu Moderno. O romance conta a história de um doutor genial e enlouquecido, que queria usar 
a ciência de ponta de sua época, a relação entre a eletricidade e a atividade muscular, para trazer mortos de 
volta à vida. 
Duas décadas antes, Luigi Galvani havia demonstrado que a eletricidade produzia movimentos em mús-
culos mortos, no caso em pernas de rãs. Se vida é movimento, e se eletricidade pode causá-lo, por que não 
juntar os dois e tentar a ressuscitação por meio da ciência e não da religião, transformando a implausibilida-
de do sobrenatural em um mero fato científico? 
Todos sabem como termina a história, tragicamente. A “criatura” exige uma companheira de seu 
criador, espelhando Adão pedindo uma companheira a Deus. Horrorizado com sua própria criação, 
Victor Frankenstein recusou. Não queria iniciar uma raça de monstros, mais poderosos do que os humanos, 
que pudesse nos extinguir. 
O romance examina a questão dos limites éticos da ciência: será que pesquisadores podem ter liberdade 
total? Ou será que existem certos temas que são tabu, que devem ser bloqueados, limitando as pesquisas dos 
36 Extensivo Terceirão
cientistas? Em caso afirmativo, que limites são es-
ses? Quem os determina? 
Essas são questões centrais da relação entre a 
ética e a ciência. Existem inúmeras complicações: 
como definir quais assuntos não devem ser alvo 
de pesquisa? Em relação à velhice, será que de-
vemos tratá-la como doença? Se sim, e se con-
seguíssemos uma “cura” ou, ao menos, um pro-
longamento substancial da longevidade, quem 
teria direito a tal? Se a “cura” fosse cara, apenas 
uma pequena fração da sociedade teria acesso a 
ela. Nesse caso, criaríamos uma divisão artificial, 
na qual os que pudessem viveriam mais. E como 
lidar com a perda? Se uns vivem mais que outros, 
os que vivem mais veriam seus amigos e familia-
res perecerem. Será que isso é uma melhoria na 
qualidade de vida? Talvez, mas só se fosse igual-
mente distribuída pela população, e não por ape-
nas parte dela. 
Pensemos em mais um exemplo: qual o pro-
pósito da clonagem humana? Se um casal não 
pode ter filhos, existem outros métodos bem mais 
razoáveis. Por outro lado, a clonagem pode estar 
relacionada com a questão da longevidade e, em 
princípio ao menos, até da imortalidade. Imagine 
que nosso corpo e nossa memória possam ser re-
produzidos indefinidamente; com isso, podería-
mos viver por um tempo também indefinido. No 
momento, não sabemos se isso é possível, pois 
não temos ideia de como armazenar memórias 
e passá-las adiante. Mas a ciência cria caminhos 
inesperados, e dizer “nunca” é arriscado. 
Como se observa, existem áreas de atuação 
científica que estão diretamente relacionadas com 
escolhas éticas. O impulso inicial da maioria das 
pessoas é apoiar algum tipo de censura ou res-
trição, achando que esse tipo de ciência é feito a 
Caixa de Pandora*. Mas essa atitude é ingênua. 
Não é a ciência que cria o bem ou o mal. A ciência 
cria conhecimento. Quem cria o bem ou o mal 
somos nós, a partir das escolhas que fazemos. 
MARCELO GLEISER 
Adaptado de Folha de S. Paulo, 29/09/2013. 
* Caixa de Pandora – na mitologia grega, artefato 
que, se aberto, deixaria escapar todos os males do 
mundo. 
11.02. (UERJ) – O conjunto de perguntas formuladas ao 
longo do texto por Marcelo Gleiser produz o seguinte efeito 
de sentido: 
a) levantar objeções políticas 
b) reforçar convicções morais 
c) debater hipóteses religiosas 
d) ilustrar raciocínios investigativos
11.03. (UERJ) – Mas a ciência cria caminhos inespera-
dos, e dizer “nunca” é arriscado. Em relação à parte inicial 
da frase, o trecho sublinhado expressa valor de: 
a) condição 
c) conclusão 
b) concessão 
d) conformidade
11.04. (IFSP – SP) – Leia o texto abaixo para responder à 
questão.
11.01. (UERJ) – Em relação à polêmica abordada pelo autor, 
os três primeiros parágrafos atendem ao objetivo de: 
a) indicar um eufemismo 
b) estabelecer uma analogia 
c) expor um contra-argumento 
d) apresentar uma generalização
Beleza e Amor
Pessoas apaixonadas tendem a considerar sua 
cara-metade bonita, ainda que ela esteja longe de 
se encaixar nos padrões vigentes. Essa percepção 
ocorre porque amor e beleza ativam as mesmas 
regiões do cérebro. É o que sugere um estudo 
publicado na revista PLoS ONE – obras de arte 
estimulam áreas ligadas ao desejo e à sensação de 
euforia e bem-estar. O neurobiólogo Semir Zeki e 
seus colegas do Laboratório de Neurobiologia da 
College London, na Inglaterra, exibiram a21 pes-
soas de diferentes culturas mais de 100 pinturas 
e composições musicais. Elas deveriam dizer se 
achavam as obras bonitas, feias ou indiferentes. 
Em seguida, os cientistas mostraram novamente 
as produções aos voluntários, dessa vez monito-
rando sua atividade cerebral. Constataram que o 
cérebro dos participantes do estudo não apresen-
tou reação significativa quando olhavam ou ou-
viam obras que não achavam bonitas nem feias.
As imagens que eles acharam belas ativaram 
intensamente o córtex medial orbitofrontal, con-
siderado por muitos pesquisadores uma parte do 
sistema límbico, responsável por processos rela-
cionados ao desejo e à avaliação de valor e beleza.
Disponível em: <http://www2.uol.com.br/vivermente>. Acesso em: 18 de 
nov. de 2016. Adaptado.
Com relação ao texto, marque V para verdadeiro ou F para 
falso.
( ) O texto pode ser resumido no seguinte dito popular: 
“Quem meu filho beija minha boca adoça”.
( ) O cérebro ativa as mesmas regiões neurais quando a 
pessoa observa uma imagem que considera bonita e 
quando esta olha para a pessoa amada.
( ) As obras de arte consideradas bonitas ativam a sensa-
ção de prazer no cérebro, fazendo com que seja ativa-
da a libido de quem as observa.
Aula 11
37Português 3C
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. 
a) V – F – V 
b) V – V – F 
c) F – F – V 
d) F – V – F 
e) V – V – V 
Aperfeiçoamento
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
11.05. a 11.07.
É sobre tais alicerces que se edifica o discur-
so da escassez, afinal descoberta pelas massas. A 
população, aglomerada em poucos pontos da su-
perfície da Terra, constitui uma das bases de re-
construção e de sobrevivência das relações locais, 
abrindo a possibilidade de utilização, ao serviço 
dos homens, do sistema técnico atual. 
No plano teórico, o que verificamos é a pos-
sibilidade de produção de um novo discurso, de 
uma nova metanarrativa, um grande relato. Esse 
novo discurso ganha relevância pelo fato de que, 
pela primeira vez na história do homem, se pode 
constatar a existência de uma universalidade em-
pírica. A universalidade deixa de ser apenas uma 
elaboração abstrata na mente dos filósofos para 
resultar da experiência ordinária de cada pessoa. 
De tal modo, em mundo datado como o nosso, 
a explicação do acontecer pode ser feita a partir 
de categorias de uma história concreta. É isso, 
também, que permite conhecer as possibilidades 
existentes e escrever uma nova história. 
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização. 13. ed. São Paulo: Record, 2006. 
p. 20-21. (Adaptado). 
O mundo como pode ser: uma outra globali-
zação
Podemos pensar na construção de um outro 
mundo a partir de uma globalização mais huma-
na. As bases materiais do período atual são, entre 
outras, a unicidade da técnica, a convergência dos 
momentos e o conhecimento do planeta. É nes-
sas bases técnicas que o grande capital se apoia 
para construir uma globalização perversa. Mas 
essas mesmas bases técnicas poderão servir a ou-
tros objetivos, se forem postas a serviço de outros 
fundamentos sociais e políticos. Parece que as 
condições históricas do fim do século XX apon-
tavam para esta última possibilidade. Tais novas 
condições tanto se dão no plano empírico quanto 
no plano teórico. 
Considerando o que atualmente se verifica no 
plano empírico, podemos, em primeiro lugar, re-
conhecer um certo número de fatos novos indi-
cativos da emergência de uma nova história. O 
primeiro desses fenômenos é a enorme mistura 
de povos, raças, culturas, gostos, em todos os 
continentes. A isso se acrescente, graças ao pro-
gresso da informação, a “mistura” de filosofia, em 
detrimento do racionalismo europeu. Um outro 
dado de nossa era, indicativo da possibilidade de 
mudanças, é a produção de uma população aglo-
merada em áreas cada vez menores, o que permite 
um ainda maior dinamismo àquela mistura entre 
pessoas e filosofias. As massas, de que falava Orte-
ga y Gasset na primeira metade do século (A rebe-
lião das massas, 1937), ganham uma nova quali-
dade em virtude de sua aglomeração exponencial 
e de sua diversificação. Trata-se da existência de 
uma verdadeira sociodiversidade, historicamente 
muito mais significativa que a própria biodiversi-
dade. Junte-se a esses fatos a emergência de uma 
cultura popular que se serve dos meios técnicos 
antes exclusivos da cultura de massas, permitin-
do-lhe exercer sobre esta última uma verdadeira 
revanche ou vingança. 
11.05. (UEG – GO) – No enunciado “É sobre tais alicerces 
que se edifica o discurso da escassez, afinal descoberta pelas 
massas”, a parte “afinal descoberta pelas massas” estabelece 
o seguinte pressuposto: 
a) a escassez é um discurso baseado em teorias. 
b) as massas descobriram a existência da escassez. 
c) a escassez já existia antes de as massas a descobrirem. 
d) as massas eram proibidas de conhecer o discurso da 
escassez. 
e) o discurso da escassez existe desde o começo da glo-
balização. 
11.06. (UEG – GO) – Considere o seguinte recorte: 
“As massas, de que falava Ortega y Gasset na pri-
meira metade do século (A rebelião das massas, 
1937), ganham uma nova qualidade em virtude 
de sua aglomeração exponencial e de sua diver-
sificação”. 
O discurso do outro é apresentado nesse trecho por meio 
de uma 
a) representação 
b) implicação 
c) paródia 
d) alusão 
e) cópia 
38 Extensivo Terceirão
11.07. (UEG – GO) – O segundo parágrafo é construído 
a partir da enumeração de uma série de fatos sociais que, 
segundo o autor, indicam possibilidade de emergência de 
uma nova história. Esses fatos são: 
a) racionalismo filosófico; globalização socioeconômica; po-
pularização da tecnologia; recrudescimento das políticas 
e práticas nacionalistas e xenófobas. 
b) precarização da vida urbana como consequência da 
alta demografia; retração e baixa qualidade dos serviços 
públicos essenciais; miscigenação étnica. 
c) aumento dos fluxos migratórios; diversificação de teorias 
filosóficas na educação básica; empobrecimento contínuo 
das periferias urbanas; cultura do consumo. 
d) hibridismo étnico-cultural; mescla filosófica; concentra-
ção e diversificação demográfica em pequenos espaços 
urbanos; apropriação das tecnologias por parte da cultura 
popular. 
e) convergência das mídias; expansão do uso das redes so-
ciais na vida cotidiana; segregação dos espaços urbanos 
por meio da expansão dos condomínios; elitismo político. 
Instrução: Leia o texto para responder às questões 11.08. 
e 11.09.
teratura, em autores absolutamente consagrados, 
que poderiam servir de base para que os gramáti-
cos liberassem seu uso – para os que necessitam 
da licença dos outros.
Vejam-se esses versos de Murilo Mendes: 
“Desse lado tem meu corpo / tem o sonho / tem a 
minha namorada na janela / tem as ruas gritando 
de luzes e movimentos / tem meu amor tão lento 
/ tem o mundo batendo na minha memória / tem 
o caminho pro trabalho. Do outro lado tem outras 
vidas vivendo da minha vida / tem pensamentos 
sérios me esperando na sala de visitas / tem minha 
noiva definitiva me esperando com flores na mão 
/ tem a morte, as colunas da ordem e da desor-
dem.”.
Faltou ao poeta acrescentar: tem uns gramáti-
cos do tempo da onça / de antes do tempo em que 
se começou a andar pra frente.
Não vou citar Drummond de Andrade, com 
seu por demais conhecido “Tinha uma pedra no 
meio do caminho...”, nem o Chico Buarque de 
“Tem dias que a gente se sente / como quem par-
tiu ou morreu...”.
Mas acho que vou citar “Pronominais”, do 
glorioso Oswald de Andrade: Dê-me um cigarro / 
Diz a gramática / Do professor e do aluno / E do 
mulato sabido / Mas o bom negro e o bom branco 
/ Da nação brasileira / Dizem todos os dias / Deixa 
disso camarada / Me dá um cigarro.
Quero insistir: ao contrário do que se poderia 
pensar (e vários disseram), não sou anarquista, 
defensor do tudo pode, ou do vale tudo. Nem es-
tou dizendo que “Nós vai” é igual a “Temmuito 
filho que obedece os pais”. O que estou fazendo é 
cobrar coerência, um pouquinho só: se o padrão 
vem da fala dos bacanas, se os mais bacanas são os 
poetas consagrados, por que, antes das dez, numa 
aula de literatura, podemos curtir seu estilo e em 
outra aula, depois das onze, dizemos aos alunos 
e aos demais interessados: viram o Drummond, o 
Murilo, o Machado, o Guimarães Rosa? Que cria-
tividade!!! Mas vocês não podem fazer como eles.
POSSENTI, Sírio. A cor da língua e outras croniquinhas de linguística. 
Campinas: Mercado de Letras, 2001. p. 111-112. (Adaptado). 
Norma e padrão
Uma das comparações que os estudiosos de 
variação linguística mais gostam de utilizar é a da 
língua com a vestimenta. Esta, como sabemos, é 
bastante variada, indo da mais formal (longo e 
smoking) à mais informal (biquíni e sunga, ou 
camisola e pijama). A ideia dos que fazem essa 
comparação é a seguinte: não existem, a rigor, 
formas linguísticas erradas, existem formas lin-
guísticas inadequadas. Como as roupas: assim 
como ninguém vai à praia de smoking ou de lon-
go, também ninguém casa de biquíni e de sunga, 
ou de camisola e de pijama (sem negar que estas 
sejam vestimentas, e adequadas!), assim ninguém 
diz “me dá esse troço aí” num banquete público e 
formal nem “faça-me o obséquio de passar-me o 
sal” numa situação de intimidade familiar.
Os gramáticos e os sociolinguistas, cada um 
com seu viés, costumam dizer que o padrão lin-
guístico é usado pelas pessoas representativas de 
uma sociedade. Os gramáticos dizem isso, mas 
acabam não analisando o padrão, nem recomen-
dando-o de fato. Recomendam uma norma, uma 
norma ideal. Vou dar uns exemplos: se o padrão é 
o usado pelos figurões, então deveriam ser consi-
derados padrões o verbo “ter” no lugar de “haver”; 
a regência de “preferir x do que y”, em vez de 
“preferir x a y”; o uso do anacoluto (A inflação, 
ela estará dominada quando...); a posição enclí-
tica dos pronomes átonos. O que não significa 
proibir as mais conservadoras. Algumas dessas 
formas “novas” aparecem em muitíssimo boa li-
11.08. (UEG – GO) – O autor defende no texto a seguinte tese: 
a) a norma gramatical, para ser coerente, deve ser baseada 
no padrão de uso de uma língua. 
b) a língua é variável e multiforme, razão pela qual as pessoas 
podem usá-la como quiserem. 
c) as normas de bom uso da língua garantem a quem fala 
e/ou escreve sucesso comunicativo. 
d) as formas linguísticas consideradas corretas são aquelas 
usadas na língua escrita formal. 
e) o padrão de uso de uma língua deve ser cuidadosamente 
preservado pelos gramáticos. 
Aula 11
39Português 3C
11.09. (UEG – GO) – Considere o seguinte trecho:
Eu acredito, por exemplo, que as farmacêuticas 
sejam as responsáveis por essas falsas epidemias 
de TDAH (transtorno do déficit de atenção e hi-
peratividade) e transtorno bipolar.
Cláudia Colucci. “Gastamos muito dinheiro para tratar pessoas normais, diz 
psiquiatra”. <www.folha.uol.com.br>, 11.09.2016.
“Os gramáticos e os sociolinguistas, cada um com 
seu viés, costumam dizer que o padrão linguísti-
co é usado pelas pessoas representativas de uma 
sociedade. Os gramáticos dizem isso, mas acabam 
não analisando o padrão, nem recomendando-o 
de fato. Recomendam uma norma, uma norma 
ideal”. 
Sírio Possenti apresenta nesse trecho uma caracterização da 
atividade dos gramáticos. Para isso, o autor 
a) define a sociolinguística como uma área da linguística 
que visa estudar as formas linguísticas ideais e as formas 
linguísticas que de fato os falantes usam. 
b) faz uma comparação entre a atividade proposta e a 
atividade efetivamente realizada, que consiste na reco-
mendação de uma norma idealizada. 
c) apresenta diversos exemplos de usos cotidianos da língua 
que demonstram, de forma evidente, o fato de que as 
línguas são inerentemente variáveis. 
d) cita uma autoridade acadêmica da área dos estudos da 
linguagem a fim de validar as propostas teóricas e analí-
ticas relativas à variação linguística. 
e) insere um quadro de definição dos vocábulos técnicos 
relacionados à área de estudos sociolinguísticos a fim de 
facilitar a compreensão do leitor. 
11.10. (UNESP – SP) – Leia:
Folha – Qual é a sua maior preocupação com 
o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais, conhecido como a “bíblia 
da psiquiatria”)? Corremos o risco de todos ser-
mos considerados doentes mentais?
Allen Frances – O DSM-5 expandiu ainda mais o 
que já era um sistema de diagnóstico muito vaga-
mente definido. Tristeza normal, como o luto, por 
exemplo, torna-se transtorno depressivo maior; 
comer em excesso, torna-se transtorno da com-
pulsão alimentar; ataques de birras de crianças 
podem se tornar “transtorno do temperamento 
irregular”; o esquecimento na velhice passa a ser 
transtorno neurocognitivo leve; e as crianças nor-
mais são diagnosticadas com déficit de atenção e 
hiperatividade.
Folha – Qual a influência que as grandes farma-
cêuticas exercem nessa tendência?
Allen Frances – As multinacionais farmacêuticas 
não têm qualquer influência direta sobre as deci-
sões do DSM, mas aproveitam qualquer oportu-
nidade para criar novas desordens psiquiátricas. 
De acordo com o texto, 
a) o problema mais importante na área da psiquiatria é a 
universalização do acesso a tratamentos médicos. 
b) o progresso científico no diagnóstico psiquiátrico pressu-
põe a autonomia absoluta de cada indivíduo. 
c) há tendências preocupantes de patologização e medica-
lização de comportamentos cotidianos. 
d) os critérios de diagnóstico da psiquiatria são diretamente 
condicionados pelo mercado farmacêutico. 
e) a medicalização da vida é guiada por critérios científicos 
e filosoficamente indiscutíveis. 
Aprofundamento
Instrução: Leia o texto para responder às questões 11.11 
e 11.12.
Relatores das Nações Unidas enviaram [...] um 
comunicado ao governo brasileiro manifestando 
preocupações com as propostas de mudança da 
lei de agrotóxicos no país. De acordo com dados 
do Ministério da Saúde, citados pelos especialis-
tas, o Brasil registrou 5.501 casos de intoxicação 
em 2017 (quase o dobro do registrado dez anos 
antes), uma média de 15 pessoas por dia. Mais de 
150 pessoas morreram no Brasil como resultado 
de envenenamento no ano passado. “Trata-se de 
uma estimativa conservadora sobre os impactos 
adversos desses produtos na saúde humana, dian-
te dos dados limitados disponíveis sobre envene-
namentos e impactos na saúde de exposição crô-
nica a pesticidas perigosos”, afirmaram. Segundo 
os especialistas, cinco dos dez pesticidas mais 
vendidos no Brasil [...] não são autorizados em 
diversos outros países devido a seus riscos à saú-
de humana ou ecossistemas. Além disso, notaram 
que os padrões brasileiros existentes permitem 
níveis mais altos de exposição a pesticidas tóxicos 
do que os equivalentes na Europa. Eles lembra-
ram que, enquanto a União Europeia limita em 
0,1 miligrama por litro a quantidade máxima de 
glifosato a ser encontrada na água potável, o Bra-
sil permite 5 mil vezes mais, de acordo com dados 
da academia brasileira. 
ONU. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/mudancas- 
na-lei-de-agrotoxicos-no-brasil-violariam-direitos-humanos-afirmam-
relatores-da-onu/>. Acesso em: 15/07/2018. 
40 Extensivo Terceirão
11.11. (FPP – PR) – Considerando o excerto anterior, escreva 
V para as informações verdadeiras e F para as falsas. 
I. O governo brasileiro manifestou preocupações com as 
propostas de mudança da lei de agrotóxicos no país. 
II. Os casos de intoxicação em 2016 aumentaram em quase 
o dobro do que foi registrado em 2017, apresentando 
uma média de 15 pessoas por dia. 
III. Especialistas das Nações Unidas afirmaram que se trata de 
uma estimativa conservadora sobre os impactos adversos 
dos agrotóxicos na saúde humana. 
IV. Pesticidas que não são autorizados em diversos outros 
países são comercializados no Brasil, sem considerar os 
riscos à saúde humana e aos ecossistemas. 
V.A quantidade máxima permitida de glifosfato na água 
potável nos países que compõem a União Europeia é 
5000 vezes maior que no Brasil. 
A sequência que apresenta a avaliação CORRETA das afir-
mações é: 
( ) V – V – F – V – V. 
( ) V – V – V – F – F. 
( ) F – V – V – F – F. 
( ) F – F – V – V – F. 
( ) V – F – V – F – V.
11.12. (FPP – PR) – O pronome Eles, que introduz a última 
frase do texto, é um pronome pessoal 
a) de caso reto, anafórico, porque faz referência à expressão 
“...os especialistas”, apresentada anteriormente no texto. 
b) de caso oblíquo, anafórico, porque faz referência à ex-
pressão “segundo os especialistas”, citada anteriormente 
no texto.
c) de caso reto, catafórico, pois se refere à expressão “segun-
do os especialistas”, citada na frase anterior do excerto. 
d) de caso reto, anafórico, pois se relaciona à expressão 
“padrões brasileiros”, anteriormente apresentada. 
e) de caso oblíquo, anafórico, pois se refere à expressão 
“padrões brasileiros” que aparece anteriormente no texto.
Instrução: Leia o texto para responder à questão 11.13.
na Austrália, é especializado em estudos e pesqui-
sas sobre os impactos econômicos da violência no 
mundo e, em estudo tomando como base o ano 
de 2014, concluiu que a violência no Brasil con-
sumiu US$ 255 bilhões no ano, equivalente a 8% 
do Produto Interno Bruto (PIB). 
GAZETA DO POVO. Disponível em: <https://www.gazetadopovo. 
com.br/opiniao/editoriais/ocusto-economico-da-violencia 
2filtrbq6h81uxb6naztrsakp>. Acesso em: 15/07/2018.
As perdas econômicas no país decorrentes 
da violência contra a vida e contra o patrimônio 
são facilmente visualizadas. Os criminosos e suas 
atividades ilícitas consomem parte da produção 
nacional de bens e serviços; destroem vidas e coi-
sas; impõem custos individuais e coletivos com 
aparato de policiamento, sistemas de segurança 
(com seus equipamentos, gastos de operação e 
salários do efetivo de pessoal); sistema judicial 
de processamento e julgamento; sistema prisional 
e gastos para manutenção dos encarcerados etc. 
Enxergar esse leque de problemas e seus custos 
não é um exercício difícil, mas a mensuração dos 
reais impactos econômicos é algo complexo. O 
Institute For Economics and Peace (IEP), sediado 
11.13. (FPP – PR) – Assinale a alternativa CORRETA, depois 
de analisar o excerto anterior, sobre um dos impactos dos 
custos da violência no Brasil. 
a) A violência solapa o crescimento econômico, limita a 
liberdade de ir e vir e produz uma verdadeira tragédia 
econômica. 
b) O custo da violência não é apenas o investimento indireto 
que inclui os gastos para combater o crime, mas também 
os valores que poderiam ser investidos em outros setores. 
c) O IEP diz que, se os custos com a violência no mundo 
fossem reduzidos em apenas 10%, a poupança seria de 
US$ 1,43 trilhão, valor suficiente para reduzir parte da 
riqueza no mundo. 
d) Cabe à sociedade brasileira, junto com as organizações 
não governamentais (ONGs) e sem o auxílio do Governo, 
decidir o que fazer com esse flagelo social, que é a violên-
cia, que ameaça fugir de qualquer controle. 
e) O custo da violência no Brasil não impacta em prejuízos 
nos investimentos sociais previstos pelo setor público.
Instrução: Leia o texto a segui para responder às questões 
11.14. e 11.15.
Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suqua-
mish, do Estado de Washington, enviou esta carta 
ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), 
depois de o Governo haver dado a entender que 
pretendia comprar o território ocupado por aque-
les índios. Faz mais de um século e meio. Mas o 
desabafo do cacique tem uma incrível atualidade.
“(...) De uma coisa sabemos, que o homem 
branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso 
Deus é o mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser 
dono Dele da mesma maneira como deseja pos-
suir a nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de 
todos. E quer bem da mesma maneira ao homem 
vermelho como ao branco. A terra é amada por 
Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo 
pelo Criador. O homem branco também vai de-
saparecer, talvez mais depressa do que as outras 
raças. Continua sujando a sua própria cama e há 
de morrer, uma noite, sufocado nos seus pró-
prios dejetos. Depois de abatido o último bisão 
e domados todos os cavalos selvagens, quando as 
matas misteriosas federem à gente, quando as co-
Aula 11
41Português 3C
linas escarpadas se encherem de fios que falam, 
onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E 
as águias? Terão ido embora. Restará dar adeus 
à andorinha da torre e à caça; o fim da vida e o 
começo da luta pela sobrevivência. (...)
Talvez compreendêssemos com que sonha 
o homem branco se soubéssemos quais as espe-
ranças transmite a seus filhos nas longas noites 
de inverno, quais visões do futuro oferecem para 
que possam ser formados os desejos do dia de 
amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do 
homem branco são ocultos para nós. E por serem 
ocultos temos que escolher o nosso próprio cami-
nho. Se consentirmos na venda é para garantir as 
reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos 
viver os nossos últimos dias como desejamos. De-
pois que o último homem vermelho tiver partido 
e a sua lembrança não passar da sombra de uma 
nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do 
meu povo continuará a viver nestas florestas e 
praias, porque nós as amamos como um recém-
-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te 
vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amá-
vamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nun-
ca esqueça como era a terra quando dela tomou 
posse. E com toda a sua força, o seu poder, e todo 
o seu coração, conserva-a para os seus filhos, e 
ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sa-
bemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra 
é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco 
pode evitar o nosso destino comum.”
(<www.culturabrasil.pro.br/seattle1.htm>. Acesso em: 16/04/2016)
c) demonstra incerteza quanto às crenças do homem branco 
e quanto ao futuro da humanidade.
d) sugere insegurança em relação ao valor material oferecido 
pelas terras. 
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
10.16. a 10.18. 
11.14. (EPCAR – MG) – Da leitura do texto, é correto afirmar 
que o locutor/emissor da carta
a) julga que o homem vermelho seja melhor e mais digno 
da piedade divina que o branco, porque ele respeita a 
natureza e as criaturas de Deus.
b) acredita que o homem branco terá um futuro bem pior 
que o dele, pois tem certeza de que a vida na reserva será 
do jeito como ele deseja.
c) preocupa-se com o destino da terra, mesmo quando 
ela deixar de ser sua propriedade, uma vez que a ama 
incondicionalmente.
d) discorda da visão de mundo e da perspectiva de futuro 
que o homem branco passa às gerações futuras, pois sabe 
que elas se baseiam em ideias consumistas.
11.15. (EPCAR – MG) – Percebe-se que, em alguns momen-
tos, ocorre enfaticamente o uso da expressão “talvez”. Esse 
reiterado uso leva o leitor a inferir que o autor
a) expõe de forma hesitante a defesa da terra.
b) argumenta, sem base estatística e comprovação científica, 
sobre o futuro da terra.
Carta da Terra (excerto)
A Carta da Terra é um documento produzido 
no final da década de 1990 com a participação de 
46 países. 
“Ela representa um grito de urgência face às 
ameaças que pesam sobre a biosfera e o projeto 
planetário humano. Significa também um libelo 
em favor da esperança de um futuro comum da 
Terra e Humanidade.” (Leonardo Boff)
PRINCÍPIOS
I. RESPEITAR E CUIDAR DA 
COMUNIDADE DA VIDA
(...)
4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para 
as atuais e as futuras gerações.
a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada 
geração é condicionada pelas necessidades das 
gerações futuras.
b. Transmitir às futuras gerações valores, tradi-
ções e instituições que apoiem, em longo prazo, 
a prosperidade das comunidades humanas e eco-
lógicas da Terra.
II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA
5. Proteger e restaurar a integridade dos siste-
mas ecológicos da Terra, comespecial pre-
ocupação pela diversidade biológica e pelos 
processos naturais que sustentam a vida.
(...)
c. Promover a recuperação de espécies e ecossis-
temas ameaçadas.
d. Controlar e erradicar organismos não-nativos 
ou modificados geneticamente que causem dano 
às espécies nativas, ao meio ambiente, e prevenir 
a introdução desses organismos daninhos.
e. Manejar o uso de recursos renováveis como 
água, solo, produtos florestais e vida marinha de 
forma que não excedam as taxas de regeneração e 
que protejam a sanidade dos ecossistemas.
6. Prevenir o dano ao ambiente como o me-
lhor método de proteção ambiental e, quando 
o conhecimento for limitado, assumir uma 
postura de precaução.
a. Orientar ações para evitar a possibilidade de 
sérios ou irreversíveis danos ambientais mesmo 
42 Extensivo Terceirão
quando a informação científica for incompleta ou 
não conclusiva.
(...)
d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio 
ambiente e não permitir o aumento de substân-
cias radioativas, tóxicas ou outras substâncias pe-
rigosas.
(...)
(Ministério do Meio Ambiente. <www.mma.gov.br/estruturas/ agenda21/_
arquivos/carta-terra.pdf>. Acesso em: 20/05/2016)
a) “Transmitir às futuras gerações valores, tradições e insti-
tuições que apoiem (...)” – Transmiti-las valores, tradições 
e instituições que apoiem (...)
b) “Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológi-
cos da Terra (...)” – Proteger e restaurar-lhes a integridade 
(...)
c) “(...) organismos não-nativos ou modificados genetica-
mente que causem dano às espécies nativas (...)” – orga-
nismos não-nativos ou modificados geneticamente aos 
quais causem danos as espécies nativas.
d) “(...) não excedam as taxas de regeneração e que protejam 
a sanidade dos ecossistemas.” – não excedam as taxas de 
regeneração e que as protejam.”
Desafio
Instrução: Leia os excertos a seguir, retirados da crônica 
Verdades e mentiras sobre as mães, de Martha Medeiros. 
11.16. (EPCAR – MG) – De acordo com os princípios apresen-
tados nesse excerto da “Carta da Terra”, é correto afirmar que
a) os organismos não-nativos ou modificados genetica-
mente são daninhos à integridade ecológica e devem 
ser combatidos.
b) a quantidade de substâncias radioativas ou tóxicas deve 
ser controlada, quando houver possibilidade de sérios 
danos ambientais.
c) a capacidade de regeneração dos recursos renováveis é 
critério básico a ser observado no seu uso, visto que ela 
deve ser sempre maior que a exploração.
d) o homem tem a liberdade de agir no meio ambiente de 
acordo com suas necessidades; são elas que devem balizar 
suas ações em todos os tempos.
11.17. (EPCAR – MG) – Alguns trechos do texto foram re-
escritos. Assinale a única alternativa cuja reescrita mantém a 
correção gramatical e preserva o sentido da informação no 
contexto de que foi extraída.
a) “Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é 
condicionada pelas necessidades das gerações futuras”. 
– Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração 
condiciona as necessidades das gerações futuras.
b) “Transmitir às futuras gerações valores, tradições e ins-
tituições que apoiem, em longo prazo, a prosperidade 
(...)” – Transmitir às futuras gerações e instituições valores e 
tradições que apoiem, em longo prazo, a prosperidade (...)
c) “Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método 
de proteção ambiental e, quando o conhecimento for 
limitado, assumir uma postura de precaução.” – Prevenir 
o dano ao ambiente como o melhor método de proteção 
ambiental, assumindo, nos casos em que o conhecimento 
seja limitado, uma postura de precaução.
d) “Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente 
e não permitir o aumento de substâncias radioativas, 
tóxicas ou outras substâncias perigosas.” – Minimizar a 
poluição de qualquer parte do meio ambiente, além de 
não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas 
ou outras perigosas. 
11.18. (EPCAR – MG) – A seguir, propõe-se a substituição de 
determinados trechos por estruturas pronominais. Assinale a 
única alternativa em que se mantém a correção gramatical 
e o sentido do enunciado.
Mãe é mãe: mentira. 
Mãe foi mãe, mas faz um tempão. Agora mãe 
é jogadora de basquete, é top model, é atriz, é 
superstar. Mãe, além disso, é pediatra, cozinheira, 
lavadeira, psicóloga, motorista. Também é polí-
tica, tirana, ditadora, não tem outro jeito. Mãe é 
pai. Sustenta a casa, fuma charuto e está jogando 
um bolão. Mãe é irmã: empresta as roupas, vai a 
shows de rock e disputa namorado com a filha. 
Mãe é avó: pode ter um neto da mesma idade que 
seu filho. Mãe é deputada, é sem-terra, é desta-
que em escola de samba, é guarda de trânsito, é 
campeã de aeróbica. Só não é santa, casta e pura, 
a não ser que você acredite em milagres. Mãe foi 
mãe, agora é mãe também. 
[...] Mamãe eu quero: verdade. 
Você pode não querer ser uma, mas não co-
nheço ninguém que não queira a sua. 
Maio de 1996 (Adaptado de: MEDEIROS, M. Verdades e mentiras sobre as 
mães. In. Topless. Porto Alegre: L&PM, 2015. p.58-60.) 
11.19. (UEL – PR) – Com base nos excertos e na leitura da 
crônica, responda aos itens a seguir.
a) Explique o período “Mãe foi mãe, agora é mãe também.” 
Aula 11
43Português 3C
b) Explique as diferenças no uso dos pronomes “você” e 
“ninguém”, no período “Você pode não querer ser uma, 
mas não conheço ninguém que não queira a sua”.
Instrução: Leia a reportagem a seguir. 
Cristiano Machado, 29 anos de idade, capri-
cha na caligrafia e enfeita as cartas com desenhos. 
As mensagens são escritas na cela que divide 
com outros rapazes na Penitenciária 3 de Hor-
tolândia (100 km de SP), de onde espera sair no 
final deste ano. Até lá, tentará conquistar alguém 
que aceite dar fim a sete anos de isolamento afeti-
vo com uma visita à unidade prisional. 
Nas mensagens, ele busca uma mulher “fiel e 
sincera” e que acredite na recuperação dele, pre-
so desde 2010 por roubo. “Cansei dessa vida que 
levo desde os 11 anos.” 
A dica do correio do amor veio de um cole-
ga de detenção, que arranjou uma namorada por 
meio da seção. 
Como seduzir alguém em uma situação tão ad-
versa? “Tem que mandar bonito nas cartas. Trocar 
aquela ideia para convencer ela a vir e mostrar que 
a gente é capaz de mudar”, disse ele, ao receber a 
Folha no presídio. 
Sorriso no rosto e com algemas, diz que teve 
respostas às missivas, mas nenhuma visita. 
“As cartas dos privados de liberdade são as que 
mais me emocionam. São pessoas que se sentem 
muito solitárias e, às vezes, procuram apenas uma 
companhia”, diz Lara Pires, uma das jornalistas 
responsáveis pela seção. 
Antes de voltar à cela, o rapaz que cursou até 
a 7ª série escreve um novo texto para que a repor-
tagem entregue ao jornal. “Não tem mulher ideal, 
não tem modelo. Pode ser feia, bonita, gorda, ve-
lha. Sendo sincera, ótimo.” 
(Adaptado de: À espera de uma visita, presidiário escreve bonito. In. 
“CORREIO do namoro” atrai de viúva exigente a presidiário carente em busca 
de novo amor. Folha de S. Paulo, Cotidiano, B6. 12 jun. 2017.) 
Produção de textos
Proposta 01 
11.20. (UEL – PR) – O trecho “Tem que mandar bonito nas 
cartas. Trocar aquela ideia para convencer ela a vir e mostrar 
que a gente é capaz de mudar” apresenta marcas de infor-
malidade. Reescreva-o de modo a eliminar essas marcas sem 
alterar o seu sentido original.
O argumento que “trabalho enobrece” é usado por muitos para defender que crianças e adolescentes 
trabalhem. Mas, é preciso observar que ele não leva em conta os impactos e as consequências a que estão su-
jeitos os milhões de meninos e meninas que trabalham. Adultos e crianças são muito diferentes fisiológica e 
psicologicamente. Na infância, a criança encontra-se num processo grande e muito importante de desenvol-
vimento. Muitas vezes, o que acontece na vida dela pode gerar impactos permanentes. Os impactos variam 
de acordo com a criança, com o trabalho que exerceu, com a aceitação sociocultural, entre outros pontos. 
Muitas dessas crianças eadolescentes estão perdendo a sua capacidade de elaborar um futuro. Isso porque 
podem desenvolver doenças de trabalho que os incapacitam para a vida produtiva, quando se tornarem 
adultos – uma das mais perversas formas de violação dos direitos humanos. Além disso, muitos deles não 
estudam, não têm direito a lazer e a um lar digno e são jogados à sorte, sem perspectiva de vida futura. São 
meninos e meninas coagidos a trabalhar em atividades que envolvem riscos físicos e psicológicos, podendo 
os impactos serem irreversíveis.
(Disponível em:<http://fundacaotelefonica.org.br/promenino/trabalhoinfantil/impactos-e-consequencias/>, com adaptações)
44 Extensivo Terceirão
(UNICENTRO – PR) – Com base no excerto de texto e na sua compreensão sobre o tema, escreva um texto dissertativo, 
argumentando de forma crítica e contextualizada sobre as consequências ocasionadas pela perda de direitos básicos 
à criança e ao adolescente, tais como educação, lazer, dignidade. 
Aula 11
45Português 3C
Pokémon Go vira febre global e faz disparar valor da Nintendo
Cinco anos em cinco dias. Esse foi o tempo neces-
sário para que as ações da Nintendo retornassem aos 
patamares de preço que haviam sido registrados pela 
última vez em 2011. A explicação para a escalada sem 
precedentes é o jogo virtual Pokémon Go. O game, ins-
talado por meio de aplicativo em celulares que operam 
com os sistemas Android e iOS, tornou-se uma febre 
sem precedentes.O jogo faz uso da chamada realidade 
aumentada: é preciso sair para as ruas e colocar o celu-
lar à frente dos olhos para encontrar e caçar pokémons 
que estão escondidos em diferentes locais. Especialistas 
dizem que o sucesso inesperado do Pokémon Go pode 
abrir uma nova era da computação, com a populariza-
ção de games que utilizam a mesma tecnologia e buscam explorar a interação dos usuários com o mundo real.
(Adaptado de:<www.veja.abril.com/economia/pokemon-go-vira-febre-golbal-e-faz-disparar-valor-da-nintendo/> . Acesso em: 26 jul. 2016. Charge disponível em: . 
Acesso em: 5 ago. 2016.)
(UEL – PR) – Com base na notícia e na charge, redija um texto dissertativo-argumentativo, de 10 a 12 linhas, abordando os 
avanços científicos e tecnológicos e seus impactos na vida e no cotidiano da população.
Proposta 02 
Leia a notícia a seguir. 
46 Extensivo Terceirão
Brasil só deve dominar Leitura em 260 anos
Um relatório inédito do Banco Mundial estima que o Brasil vá demorar 260 anos para atingir o nível 
educacional de países desenvolvidos em Leitura e 75 anos em Matemática, destaca o jornal O Estado de São 
Paulo. Isso porque o País tem avançado, mas a passos muito lentos. O cálculo foi feito com base no desem-
penho dos estudantes brasileiros em todas as edições do Pisa, a avaliação internacional aplicada pela OCDE 
(Organização para a Cooperação e Desenvolvimento). 
Esta é a primeira vez que o “World Development Report”, relatório anual que discute questões para o 
desenvolvimento mundial, é dedicado totalmente à educação. A conclusão mais importante do documento 
é que há uma “crise de aprendizagem” no mundo todo. “Nos últimos 30 anos houve grandes progressos em 
colocar as crianças nas escolas na maioria dos países, mas infelizmente muitas não entendem o que leem ou 
não sabem fazer contas”, disse o diretor global da área de educação do Banco Mundial, Jaime Saavedra. Na 
América Latina e Caribe, apenas cerca de 40% das crianças nos anos finais do ensino fundamental chegam 
ao nível considerado mínimo de proficiência em Matemática, enquanto na Europa e Ásia são 80%. 
Na África Subsaariana, só 10% dos alunos têm níveis aceitáveis de Leitura. A Coreia do Sul e, mais re-
centemente, o Peru e o Vietnã são países citados como alguns dos que conseguiram avançar com reformas 
e novas políticas. O Brasil é um dos países que fazem parte dessa crise de aprendizagem, apesar de avanços 
recentes em avaliações. No último Pisa, porém, o País não aumentou sua nota em Leitura e caiu em Mate-
mática. 
Adaptado de CAFARDO, R. Brasil só deve dominar leitura em 260 anos. Folha de Londrina. Folha Geral. 1 de mar. 2018, p. 8.
Proposta 03
Disponível em:< www.facebook.com/lute.cartunista>. 
Brasil fica entre os últimos em ranking mundial do ensino
EU TENHO 
DIFICULDADES EM
INTERPRETAÇÃO! EU ME COMPLICO
EM MATEMÁTICA!
EU TENHO 
DIFICULDADES 
EM INTERPRETAR 
AS QUESTÕES DE 
MATEMÁTICA!
Aula 11
47Português 3C
(UEL – PR) – Com base nos textos, elabore um texto de até 14 linhas, no qual as dificuldades com a leitura no Brasil sejam 
discutidas, e iniciativas para reverter esse quadro sejam propostas.
11.01. b
11.02. d
11.03. c
11.04. d
11.05. c
11.06. d
11.07. d
11.08. a
11.09. b
11.10. c
11.11. F-F-V-V-F
11.12. a
11.13. a
11.14. c
11.15. c
11.16. c
11.17. c
11.18. b
11.19. a) Espera-se que o candidato entenda 
que o uso do verbo “ser” no pretérito 
perfeito não sugere a negação da ma-
ternidade, mas a ampliação dos pa-
Gabarito
péis da mulher. Se antes parecia bas-
tar ser mãe, hoje à mulher se somam 
outros papéis: “jogadora de basquete, 
top model, atriz, superstar [...] pedia-
tra, cozinheira...” Para esse novo perfil 
de mulher e de mãe, cumpre ressaltar 
a importância do “também”, palavra 
denotativa de inclusão, destacada no 
período, pelo uso do itálico. 
b) O pronome “você” foi empregado para 
apontar a quem o texto/a crônica se 
dirige: à leitora, potencial mãe. Isso se 
confirma pelo uso do “uma”, no femi-
nino, e pelo conhecimento de que a 
maternidade é atribuição biológica das 
mulheres. Já o pronome “ninguém”, fe-
chando a oração “mas não conheço nin-
guém” e servindo de antecedente para 
o pronome relativo que inicia a oração 
seguinte “que não queira a sua”, amplia 
a situação descrita no todo da crônica, 
isto é, vai além do público mulher, mãe 
em potencial, para alcançar a todos, ho-
mens e mulheres. O uso de “ninguém” 
em orações negativas (o advérbio “não” 
é usado nas duas orações) resulta na 
afirmação segundo a qual todos que-
rem a sua mãe. Assim, segundo o perí-
odo, a restrição pode ocorrer quanto ao 
desejo da maternidade, mas não existe 
quando se trata do amor às mães.
11.20. Reescrita: É preciso caprichar nas cartas. 
Conversar com a pessoa para convencê-
-la a vir e mostrar que somos capazes de 
mudar. “Tem que mandar bonito nas 
cartas”: aqui a informalidade se situa 
na expressão “mandar bonito”. Assim, o 
candidato deve substituí-la por “capri-
char”, “cuidar” e similares. Opcionalmen-
te, poderá também substituir “tem que” 
por “é preciso”, “é necessário” e similares, 
mantendo a ideia contida nesse uso do 
verbo “ter”. 
48 Extensivo Terceirão
Português
3CAula 12
Estratégias argumentativas IV
Argumentação com base em citações
levados ao Ministério Público ou ao Departamen-
to Geral de Ações Socioeducativas (Novo Dega-
se), quase 8,4 mil, triplicou em relação a 2010. 
Levantamento do Novo Degase mostra que a li-
gação com o tráfico de drogas é responsável por 
41% desses recolhimentos; a prática de roubos e 
furtos, por outros 41%. Com variações de indica-
dores e de perfil das infrações, essa é uma realida-
de que, seguramente, se repete em outros estados.
Em si, são dados assustadores. E eles se agra-
vam ainda mais num país em que vigora uma le-
gislação promulgada com objetivos distintos do 
que a realidade revela. Na verdade, está no pró-
prio escopo do Estatuto da Criança e do Adoles-
cente (ECA) o conjunto de regras que estabele-
ce as relações do Estado e da sociedade com os 
menores de idade, uma chave, das mais emble-
máticas, para desvendar a razão de a curva que 
registra o envolvimento dos jovens com o crime 
permanecer em alta exponencial.
Extraído de <http://oglobo.globo.com/opiniao/eca-nao-recupera-me-
nor-infrator-desprotege-sociedade-15335011l>. Acesso em: 06/03/18
2. Citação de fatos históricos
Muitas vezes, é possível que um tema de redação 
possa ser relacionado a uma das matérias estudadas na 
vida escolar, a História. Veja como isso acontece no trecho 
seguinte, no qual o autor utilizaa história do Primeiro Mi-
nistro inglês Winston Churchill como base argumentativa.
A liderança é um dom, competência, treina-
mento ou herança? Não sei ao certo, mas olhando 
para Winston Churchill podemos vislumbrar um 
pouco daquilo que chamamos de estadista – um 
verdadeiro estadista – aquele que possui em sua 
fala, ação e espírito, uma verdadeira arte de lide-
rar; e para podermos chamá-lo assim – estadista – 
precisamos muito mais que um mero apreço por 
sua pessoa, crenças políticas, gostos peculiares ou 
qualquer outro aspecto superficial de sua vida. É 
preciso olhar a construção desse edifício colossal 
de liberdade e senso moral que foi o ex-Primeiro 
Ministro da Inglaterra. 
O uso de citações, nos últimos anos, vem ganhando 
bastante destaque na preparação para as provas de 
redação. Por causa desse destaque, é fácil observar um 
exagero a respeito desse recurso, a ponto de muitos 
acharem que a citação de textos e autores é uma con-
dição necessária para a realização de uma boa redação. 
Ou pior: imaginar que bastam algumas citações para 
que um texto cause boa impressão e, por consequência, 
seja bem avaliado. 
Como qualquer outra estratégia, o uso de citações 
pode ser um ótimo recurso, desde que seja aplicado de 
acordo com o raciocínio argumentativo desenvolvido 
no texto. Em suma, as citações devem, naturalmente, ser 
coerentes com os argumentos e com a tese defendida. 
Utilizadas dessa forma, coesa e coerente, as citações 
transmitem credibilidade à argumentação.
1. Citação de pesquisas e dados 
estatísticos
A citação de dados e estudos é uma estratégia 
bastante convincente de argumentação, pois essa é 
uma forma de comprovar o que se afirma ao longo da 
redação. Trazer para a argumentação estudos, dados 
e pesquisas transmite, no texto, o efeito de sentido de 
possuir uma argumentação mais concreta, ligada mais a 
fatos do que a suposições.
Naturalmente, os estudos a serem mostrados na 
redação devem ter partido de órgãos de reconhecida 
credibilidade. Além disso, ao usar essas informações, 
você precisa citar a devida fonte da qual foram retiradas, 
pois, quanto mais respeitada a fonte, mais credibilidade 
terá a argumentação.
No exemplo a seguir, note como o artigo de opinião 
utiliza dados estatísticos para embasar uma crítica ao 
Estatuto da Criança e do Adolescente.
ECA não recupera menor infrator 
e desprotege sociedade
O Estado do Rio apreende a cada 60 minutos 
uma criança ou adolescente por infração crimi-
nal. Ano passado, o número de jovens infratores
Aula 12
49Português 3C
Dizem que o caráter de um homem é testado 
em tempos de dificuldades, pois bem, não hou-
ve época tão sombria na modernidade quanto a 
era das tiranias nazistas e comunistas; Churchill 
foi erigido, tanto por seus pares, como por Deus, 
a participar de maneira efetiva no front político 
nesse tempo desgraçado e caótico. Entretanto, 
mais do que muitos supunham, a arma principal 
de Churchill não foi seu exército ambivalente, 
mas sim seus discursos que inflamavam, traziam 
esperanças, receios, paz, horror, e principalmente 
a capacidade de unir uma nação em torno de uma 
missão comum, que naquele momento era en-
frentar o imperialismo nazista que avançava com 
suas paranoias e carnificinas sobre os princípios 
do Ocidente. 
Pedro Henrique Alves
Extraído de < http://www.gazetadopovo.com.br/ideias/churchill-e-
-averdadeira-arte-de-liderar-1gvjdl2jjubgfgoqk6esnngs5 >. Acesso 
em: 06/03/18
Atenção!
Embora seja mais comum a citação de fatos 
relacionados à História, não se esqueça de que 
também é possível a utilização de outras matérias 
e áreas do conhecimento na construção de um ra-
ciocínio argumentativo.
3. Citação literária
Ao longo do Ensino Médio e da preparação para os 
exames vestibulares, você teve contato com a Literatura. 
Essa matéria também pode ser base para uma cons-
trução argumentativa. Dessa forma, procure, também, 
durante o planejamento da redação, verificar se o tema 
proposto possui relação com autores e obras literárias 
importantes. No ENEM 2011, cujo tema foi “Viver em 
rede no século XXI: os limites entre o público e o privado”, 
uma das redações avaliadas com nota máxima utilizou, 
o romance “1984”, de George Orwell, como referência 
argumentativa.
O fim do Grande Irmão
Câmeras que gravam qualquer movimento, te-
las transmitindo notícias a todo minuto, o Estado 
e a mídia controlando os cidadãos. O mundo ide-
alizado por George Orwell em seu romance 1984, 
onde aparelhos denominados teletelas controlam 
os habitantes de Oceania vem se tornando reali-
dade. Com a televisão e, principalmente, a inter-
net, somos influenciados – para não dizer mani-
pulados – todos os dias.
INEP. A Redação no ENEM 2012: Guia do participante.
4. Citação de autores, cientistas, 
pensadores: o “argumento de 
autoridade”.
Outra forma de conferir credibilidade a uma argu-
mentação é a citação de opiniões de pessoas considera-
das autoridades no tema a ser discutido. Naturalmente, 
você irá buscar opiniões coerentes com a que será 
defendida na sua redação. 
Assim como na citação de estudos ou dados, 
também é preciso cuidar para que essa “autoridade” 
que será citada em sua redação seja uma figura de 
reconhecimento público, pois, nesse tipo de argu-
mentação, a conclusão se sustenta pela citação de 
uma fonte confiável, que pode ser um especialista no 
assunto, uma frase dita por alguém, líder ou político, 
algum artista famoso ou algum pensador, enfim, uma 
autoridade no assunto abordado.
Veja, como exemplo, uma redação feita para o 
ENEM 2006, cujo tema foi “O poder de transformação 
da leitura. ” Repare como a argumentação é construída 
por meio de citações de grandes autores, cientistas e 
pensadores.
Quadro Negro
Se para Monteiro Lobato um país se faz de ho-
mens e livros, para os governantes diferente não 
poderia ser. O papel da leitura na formação de um 
indivíduo é de notória importância. Basta-nos ob-
servar a relevância da escrita até mesmo na mar-
cação histórica do homem, que destaca, por tal 
motivo, a pré-história.
Em uma esfera mais prática, pode-se perce-
ber que nenhum grande pensador fez-se uma 
exceção e não deixou seu legado através da es-
crita, dos seus livros, das anotações. Exemplos 
não são escassos: de Aristóteles a Nietzsche, de 
Newton a Ohm, sejam pergaminhos fossiliza-
dos ou produções da imprensa de Gutenberg, 
muito devemos a esses escritos. Desta forma, 
iniciarmos o nosso processo de transformação 
adquirindo tamanha produção intelectual que 
nos é disponibilizada.
A aquisição de ideias pelo ser humano apresen-
ta um grande efeito colateral: a reflexão. A leitura 
é capaz de nos oferecer o poder de questionar, 
sendo a mesma frequente em nossas vidas. Ou-
trossim, é impossível que a nossa visão do mundo 
ao redor não se modifique com essa capacidade 
adquirida.
Embora a questão e a dúvida sejam de extrema 
importância a um ser pensante, precisam ter um 
curto prazo de validade. A necessidade de resposta
50 Extensivo Terceirão
nos é intrínseca e gera novas ideias, fechando, 
assim, um círculo vicioso, o qual nos integra e 
nunca terminamos de transformar e sermos trans-
formados.
A leitura é a base para o desenvolvimento e 
a integração na sociedade e na vida, porquanto 
viver não é apenas respirar. Se Descartes estiver 
certo, é preciso pensar. Pensando, poderemos 
mudar o quadro negro do país e construir o Bra-
sil de Monteiro Lobato: quadro negro apenas na 
sala de aula, repleto de ideias, pensamentos, au-
tores, repleto de transformação e de vida.
Exemplo de Redação
Em “O jogo da imitação”, o personagem Alan Turing 
prejudica o avanço da Alemanha nazista, quando conse-
gue decifrar os algoritmos correspondentes ao projeto 
de guerra de Hitler. Diante disso, pode-se observar, 
desde a segunda metade do século XX, a relevância do 
conhecimento tecnológico para atingir certos objetivos. 
Contudo, diferentemente desse contexto, atualmente, 
utiliza-se, muitas vezes, a tecnologia não para o bem 
coletivo, como no filme,mas para vantagens individu-
ais, mediante a manipulação de dados de usuários da 
internet. Destarte, é fundamental analisar as razões que 
tornam essa problemática uma realidade no mundo 
contemporâneo.
Em primeiro lugar, cabe abordar a dificuldade de re-
gulação dos sites quanto ao acesso aos dados de quem 
está inserido no ambiente virtual. Segundo o filósofo 
Kant, a pessoa é um fim em si mesma, e não um meio de 
conseguir atingir interesses particulares. Nesse sentido, 
rompe-se com tal lógica humanista ao verificar-se que, 
hoje, muitas empresas transformam o consumidor em 
um instrumento de lucro. Isso ocorre porque os entraves 
para o controle da manipulação, caracterizados pela 
dificuldade de identificação dos agentes de tal ação, 
inviabilizam a proteção dos usuários, sobretudo nas 
Testes
Assimilação
Instrução: Leia o texto para responder às questões 12.01. a 12.04.
A banalidade do mal
Muito se ouve, se fala e se sente acerca da violência. O ódio se encontra disseminado, como se não fosse 
possível habitar o mesmo espaço do outro que pensa e age diferente. A violência institucional do Estado 
prolifera. Contudo, as práticas sociais agressivas não se resumem à tradicional oposição Estado versus so-
ciedade. Entre cada indivíduo das comunidades, dos bairros, dos mesmos transportes públicos, ronda o 
fantasma da violência. 
redes sociais, que são o principal elo de ligação das pes-
soas com as empresas e suas propagandas publicitárias. 
Por conseguinte, os indivíduos são bombardeados por 
anúncios, que contribuirão para traçar perfis individuais, 
direcionar o consumo e, ainda, influenciar as escolhas e 
os gostos de cada um.
Ademais, outro fator a salientar é a falta de informa-
ção no que tange à internet. Com o advento da Terceira 
Revolução Industrial, nota-se uma população cada vez 
mais rodeada de tecnologia, porém, despreparada 
para lidar com ela. Percebe-se, em grande parte das 
instituições de ensino, que a educação é incompleta, 
visto que, apesar de, desde a infância, ter contato com 
computadores e celulares, a criança cresce sem saber 
discernir corretamente quais dados podem ser públicos 
e como protegê-los de sistemas inteligentes. Logo, é 
mister providenciar uma reconfiguração no ensino para 
formar indivíduos conscientes dos riscos que a internet 
pode oferecer.
Torna-se evidente, portanto, que a manipulação do 
comportamento do usuário é nociva ao direito dele à 
privacidade. Assim, cabe ao Executivo combater a mani-
pulação de dados, mediante o investimento no Ministé-
rio de Ciência e Tecnologia, que aprimorará a fiscalização 
dos sistemas virtuais das empresas e desenvolverá um 
setor de tecnologia da informação, rumo à ampla pro-
teção dos usuários do ambiente cibernético. Outrossim, 
compete ao Legislativo inserir na grade curricular 
disciplinas como Informática e Educação Tecnológica, 
por meio da alteração na Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação, a qual permitirá um suporte de ensino sobre 
as ameaças aos dados virtuais e sobre como lidar com as 
redes sociais, a fim de criar uma maior preocupação com 
a segurança das informações. Dessa forma, será possível 
construir uma sociedade mais autônoma e menos guia-
da pelos interesses empresariais.
Cartilha Redação a Mil - Extraída de: <http://estaticog1.glo-
bo.com/2019/03/27/CartilhaRedacaoaMilLucasFelpi.pdf?_
ga=2.230714207.1381020506.1574694029-237536709.1504522276>. 
Acesso em: 25/11/2019
©Isabel Petrenko Dória
Aula 12
51Português 3C
Certamente, as causas desses fenômenos são múltiplas, talvez tanto quanto o são suas ocorrências. So-
frem mais do dinamismo da continuidade do que das rupturas. Apesar das várias facetas sob as quais pode-
ríamos analisar a violência estrutural, há certos mecanismos e estratégias que se repetem. Como funcionam? 
Mais ainda: quais funções e dispositivos de manutenção dessas práticas se atualizam no mundo do trabalho, 
na sociabilidade desigual e na urbanidade precária? 
A continuidade, permanência e sofisticação dos modos da violência poderiam ser sintetizadas, na expe-
riência brasileira, em duas formas fundamentais e dominantes: o racismo e o machismo. O país cordial e 
democrático, em seu cotidiano, tem três mulheres assassinadas por dia. E a maioria das vítimas é composta 
de mulheres negras. Se o normal é a violência, o racismo e o machismo, de que modo a mulher ou o jovem 
negro podem experimentar uma autodefinição de sua existência, condição necessária para repensar o quadro 
de violência? 
A Constituição de 1988 seria a promessa de novas práticas, da produção de sujeitos universais – interrom-
pendo a história de vitimizações contínuas de mulheres, índios, idosos, adolescentes, quilombolas, trabalha-
dores. A nova lei, legitimada na fundamentação futura de uma outra vida, seria a redenção para esses sujeitos. 
Porém, com a narrativa de construção do Estado de direito, soberano, centralizado, formado pelos “bra-
sileiros”, subjaz franco e atuante, ainda que silencioso e rasteiro, o discurso do conflito, do inimigo, das lutas 
que continuam, que permanecem constitutivas da existência do país. Os vivas à democracia, à Constituição, 
às leis e à ordem convivem com o ódio ao outro via racismo agressivo, preconceito contra o nordestino, 
dentre outros. 
A ideia de sermos um único sujeito, o brasileiro alegre e complacente, convive com a prática da diferença 
não tolerada, com a consideração do outro, do estranho, do estrangeiro, como aquele que não é “nós”. A 
produção do outro e, portanto, a continuidade histórica da violência se devem, em grande medida, à persis-
tência e ao incremento do racismo e do machismo, autorizando a agressão física ou moral. 
Qualquer saída para essa situação somente terá alguma possibilidade de efetivação sob políticas, atos e 
afetos de respeito às mulheres, aos jovens negros e aos que não têm posses, pois são essas as subjetividades 
e as sociabilidades que são alvos das estruturas violentas. 
EDSON TELES 
Adaptado de: <diplomatique.org.br>, 18/09/2017.
12.01. (UERJ) – No texto, o autor discute o fenômeno de 
disseminação do ódio entre as pessoas. Para ele, essa disse-
minação é autorizada pelo seguinte aspecto social: 
a) garantia de direitos às minorias 
b) centralização do poder no Estado 
c) produção de inimigo a ser combatido 
d) redução de estratégias de repressão
12.02. (UERJ) – Na exposição dos fatos que analisa, o 
autor apresenta expectativas que considera frustradas. Um 
recurso linguístico empregado para marcar essa quebra de 
expectativas é: 
a) termo assertivo em “Certamente, as causas desses fenô-
menos são múltiplas,” 
b) expressão enfática em “Mais ainda: quais funções e dis-
positivos de manutenção dessas práticas se atualizam” 
c) sequência gradativa em “A continuidade, permanência e 
sofisticação dos modos da violência” 
d) tempo verbal em “A Constituição de 1988 seria a promessa 
de novas práticas,” 
12.03. (UERJ) – Contudo, as práticas sociais agressivas não 
se resumem à tradicional oposição Estado versus sociedade. 
Entre cada indivíduo das comunidades, dos bairros, 
dos mesmos transportes públicos, ronda o fantasma 
da violência. A frase sublinhada expressa, em relação à 
anterior, o sentido de: 
a) confirmação 
b) relativização 
c) correção 
d) negação 
12.04. (UERJ) – Para desenvolver seu argumento, o autor 
emprega a metalinguagem em: 
a) O ódio se encontra disseminado, como se não fosse 
possível habitar o mesmo espaço do outro.
b) a mulher ou o jovem negro podem experimentar uma 
autodefinição de sua existência.
c) a consideração do outro, do estranho, do estrangeiro, 
como aquele que não é “nós”. 
d) são essas as subjetividades e as sociabilidades que são 
alvos das estruturas violentas. 
52 Extensivo Terceirão
Aperfeiçoamento
Instrução: Leia o texto a seguir para responder às questões 
12.05. a 12.08. 
soul e do funk de uma forma inovadora, execu-
tando passos que lembravam ao mesmo tempo 
uma luta e os movimentos de um robô. [...]
Finalmente, além da música e da dança,pro-
pagava-se pelos guetos, ainda, o hábito de dese-
nhar e escrever em muros e paredes. [...] Nesse 
contexto de efervescência político-cultural, grafi-
teiros, breakers e rappers começaram a se reunir 
para realizar eventos juntos, afinal suas artes es-
tavam relacionadas a uma experiência comum, a 
cultura de rua. [...]
Por volta de 1982, o rap chegou ao Brasil, fi-
xando-se, sobretudo, em São Paulo. [...]
Nos últimos anos da década de 90, o rap brasi-
leiro ultrapassou os limites da periferia dos grandes 
centros e chegou à classe média. [...] O rap de cará-
ter mais comercial passou então a ser amplamente 
difundido pelo país, ao mesmo tempo em que, em 
sua forma marginal, a linguagem continuava a se 
desenvolver nos espaços populares.
Há que se destacar o caráter inovador do rap 
nacional, que reelabora, de forma criadora, a par-
tir de tradições populares brasileiras, a linguagem 
dos guetos norte-americanos, mesclando o ritmo 
do Bronx a gêneros como o samba e a embolada.
[...]
Não se trata, no entanto, de idealizar o hip-
-hop como forma de conhecimento. O movi-
mento, seguramente, não é homogêneo: possui 
tendências mais ou menos politizadas, mais ou 
menos engajadas e críticas. Há, por assim dizer, 
uma vertente cuja tônica é a denúncia, a agitação 
e o protesto. Outra, espontânea, sem uma linha 
política coerente e definida. E outra ainda, talvez 
hegemônica, já assimilada pelo mercado, que re-
produz o modelo de comportamento, aspirações 
e ideais dominantes (consumismo, individualis-
mo e exaltação da vida privada), como a maioria 
das canções ditas “de massa”.
(COUTINHO, Eduardo Granja, ARAÚJO, Marianna. Rap: uma linguagem dos 
guetos. In: PAIVA, Raquel, TUZZO, Simone Antoniaci (Orgs.). Comunidade, 
mídia e cidade: possibilidades comunitárias na cidade hoje. Goiânia: FIC/
UFG, 2014.)
Rap: uma linguagem dos guetos
Entre as vozes que se cruzam na cacofonia 
urbana da sociedade globalizada, há uma que se 
sobressai pela sua radicalidade marginal: o rap. A 
moderna tradição negra dos guetos norte-ameri-
canos é, hoje, cantada pelos jovens das periferias 
de todos os quadrantes do globo. Mas diferen-
temente das estereotipias produzidas pela nação 
hegemônica e difundidas em escala planetária, 
a cultura hip-hop costuma ser assimilada como 
uma fala histórica essencialmente crítica por uma 
juventude com tão escassas vias de fuga ao sem-
pre igual. Quando, por exemplo, jovens de uma 
favela brasileira incorporam esta linguagem tor-
nada universal, por mais que a sua realidade seja 
diferente daquela dos marginalizados do país de 
origem, a forma permanece associada a um con-
teúdo crítico – uma visão de mundo subalterna e 
frequentemente subversiva.
O rap é hoje uma forma de expressão comuni-
tária, por meio da qual se comunicam e afirmam 
sua identidade habitantes dos morros e comuni-
dades populares. [...]
O surgimento do movimento hip-hop nos 
remete ao contexto no qual estavam inseridos 
os Estados Unidos dos anos 60 e 70, no auge da 
Guerra Fria. Foram anos de tensão e muita agi-
tação política. O descontentamento popular com 
a guerra do Vietnã somava-se à pressão das co-
munidades negras segregadas, submetidas a leis 
similares às do apartheid sul-africano. O clima de 
revolta e inconformismo tomava conta dos guetos 
negros. [...]
Na trilha da agitação política ocorriam ino-
vações culturais. Nos guetos, o que se ouvia era 
o soul, que foi importante para a organização e 
conscientização daquela população. [...] No mes-
mo período surge uma variedade de outros rit-
mos, como o funk, marcados por pancadas pode-
rosas que causavam estranhamento aos brancos, 
letras que invocavam a valorização da cultura 
negra e denunciavam as condições às quais eram 
submetidas as populações dos guetos. O soul e o 
funk foram as bases musicais que permitiram o 
surgimento do rap, que virá a ser um dos elemen-
tos do movimento hip-hop.
Por essa época ou um pouco antes, jovens ne-
gros já dançavam [o break] nas ruas ao som do 
12.05. (EPCAR – MG) – Nota-se, no primeiro parágrafo do 
texto, que os autores enfatizam a informação presente no 
título, isto é, a relação do rap com o gueto, com espaços 
desprestigiados. Assinale a única palavra que NÃO foi em-
pregada para reforçar esse aspecto no parágrafo.
a) Marginal 
b) Periferias
c) Favela
d) Subversiva
Aula 12
53Português 3C
12.06. (EPCAR – MG) – De acordo com as informações do 
texto e o modo como ele está organizado, é correto afirmar 
que os autores
a) defendem os ditos movimentos de rua, utilizando-se de 
argumentos sólidos que valorizam o rap.
b) apresentam dados temporais e espaciais para defender 
a divulgação do rap na sociedade.
c) são preconceituosos com relação à cultura de massa, que, 
segundo eles, é hegemônica em aspectos como exaltação 
da individualidade.
d) expõem o tema rap, contextualizando-o em sua origem 
e desenvolvimento ao longo dos anos.
12.07. (EPCAR – MG) – Considerando o contexto em que foi 
empregada, a expressão “cultura de rua” pode ser definida como:
a) conjunto de ritmos musicais típicos dos guetos negros 
dos anos de 1960 e 1970.
b) dança apresentada nas ruas, cujos movimentos lembram 
os passos de um robô.
c) conjunto de artes (música, dança e grafite) que se expressa 
no espaço público, na rua.
d) linguagem artística que mistura vários ritmos, como o 
funk, o samba e a embolada.
12.08. (EPCAR – MG) – Assinale a alternativa que apresenta 
uma leitura correta acerca do texto.
a) A juventude marginalizada, em todos os quadrantes do 
globo, tem no rap uma solução para a sua situação de 
criminalidade.
b) O rap alcançou a classe média fora das comunidades 
populares e atua, hoje, como um importante instrumento 
de conscientização dessa classe, devido a sua linguagem 
rebelde e marginal.
c) A raiz histórica do rap está na tensão e na insatisfação 
geradas pela Guerra Fria, as quais tomaram conta dos 
guetos ao redor do mundo nas décadas de 60 e 70.
d) Embora seja a incorporação de uma linguagem surgida 
em outra realidade, extremamente diferente da deles, o 
rap transformou-se em uma espécie de voz dos jovens 
dos morros e das comunidades brasileiras. 
12.09. (EPCAR – MG) – Assinale a alternativa em que a 
reescrita proposta NÃO está de acordo com a norma padrão 
da Língua Portuguesa.
a) “O rap é hoje uma forma de expressão comunitária, por 
meio da qual se comunicam...” => O rap é hoje uma forma 
de expressão comunitária, com à qual se comunicam.
b) “O descontentamento popular com a guerra do Vietnã 
somava-se à pressão das comunidades negras...” => 
Ao descontentamento popular com a guerra do Vietnã 
somava-se a pressão das comunidades negras.
c) “...submetidas a leis similares às do apartheid...” => ...sub-
metidas a leis similares àquelas do apartheid.
d) “...denunciavam as condições às quais eram submetidas as 
populações dos guetos.” => denunciavam as condições a 
que eram submetidas as populações dos guetos. 
12.10. (EPCAR – MG) – Há, em um dos fragmentos abaixo, 
uma marca evidente da presença dos autores no texto. 
Assinale-o.
a) “O surgimento do movimento hip-hop nos remete ao 
contexto no qual estavam inseridos os Estados Unidos 
dos anos 60 e 70, no auge da Guerra Fria.”
b) “Há, por assim dizer, uma vertente cuja tônica é a denún-
cia, a agitação e o protesto.”
c) “E outra ainda, talvez hegemônica, já assimilada pelo 
mercado...”
d) “Finalmente, além da música e da dança, propagava-se 
pelos guetos, ainda, o hábito de desenhar e escrever em 
muros e paredes.”
Aprofundamento
Instrução: Leia o texto para responder à questão 12.11.
O Facebook é, de longe, a maior rede da 
história da humanidade. Nunca existiu, antes, um 
lugar onde 1,4 bilhão de pessoas se reunissem – 
e 936  milhões entrassem todo santo dia (só no 
Brasil, 59 milhões). Metade de todas as pessoas 
com acesso à internet, no mundo, entra no Face-
book pelo menos uma vez por mês. Ele tem mais 
adeptos do que a maior das religiões (a católica, 
com 1,2 bilhão de fiéis), e mais usuários doque a 
internet inteira tinha dez anos atrás. Em suma: é 
o meio de comunicação mais poderoso do nosso 
tempo, e tem mais alcance do que qualquer coisa 
que já tenha existido. A maior parte das pessoas o 
adora, não consegue conceber a vida sem ele. Tam-
bém pudera: o Facebook é ótimo. Nos aproxima 
dos nossos amigos, ajuda a conhecer gente nova 
e acompanhar o que está acontecendo nos nossos 
grupos sociais. Mas essa história também tem um 
lado ruim. Novos estudos estão mostrando que 
o uso frequente do Facebook produz alterações 
físicas no cérebro. Quando estamos nele, ficamos 
mais impulsivos, mais narcisistas, mais desaten-
tos e menos preocupados com os sentimentos dos 
outros. E, de quebra, mais infelizes.
SANTI, A. Superinteressante, ed. 348, jun. 2015. Disponível em: <http://super.
abril.com.br/tecnologia/>. Acesso em: 27 de set. 2016. (Fragmento).
12.11. (CFTMG) – O modo como o texto apresenta e orga-
niza as informações permite inferir seu objetivo de 
a) destacar os efeitos negativos da rede social. 
b) questionar os benefícios das novas tecnologias. 
c) apresentar dados quantitativos sobre o Facebook. 
d) manifestar opiniões pessoais sobre o mundo virtual. 
54 Extensivo Terceirão
Instrução: Leia o texto para responder à questão 12.12.
Vivemos num mundo confuso e confusamente 
percebido. De fato, se desejamos escapar à crença 
de que esse mundo assim apresentado é verda-
deiro, e não queremos admitir a permanência de 
sua percepção enganosa, devemos considerar a 
existência de pelo menos três mundos num só. O 
primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-
-lo: a globalização como fábula. O segundo seria 
o mundo tal como ele é: a globalização como per-
versidade. E o terceiro, o mundo como ele pode 
ser: uma outra globalização.
Este mundo globalizado, visto como fábu-
la, constrói como verdade um certo número de 
fantasias. 1Fala-se, por exemplo, em aldeia global 
para fazer crer que a difusão instantânea de notí-
cias realmente informa as pessoas. A partir des-
se mito e do encurtamento das distâncias – para 
aqueles que realmente podem viajar – também se 
difunde a noção de tempo e espaço contraídos. 
2É como se o mundo houvesse se tornado, para 
todos, ao alcance da mão. 3Um mercado avassa-
lador dito global é apresentado como capaz de 
homogeneizar o planeta quando, na verdade, as 
diferenças locais são aprofundadas. O mundo se 
torna menos unido, 4tornando também mais dis-
tante o sonho de uma cidadania de fato universal. 
5Enquanto isso, o culto ao consumo é estimulado.
Ao tratar de literatura e de valor estético, esta-
mos em terreno movediço e variável e não em ter-
ras firmes e estáveis. O que se considera literatura 
hoje não é o que se considerava no século XVIII; 
o que se considera uma história bem narrada em 
uma tribo africana não é o que se considera bem 
marcado em Paris; o enredo que emociona uma 
jovem de 15 anos não é o que traz lágrimas aos 
olhos de um professor de 60 anos; o que um críti-
co carioca identifica como uso sofisticado da lin-
guagem não é compreendido por um nordestino 
analfabeto.
ABREU, Márcia. Cultura letrada: literatura e leitura. São Paulo: Editora da 
Unesp, 2016. p. 58.
Na verdade, para a maior parte da humani-
dade, a globalização está se impondo como uma 
fábrica de perversidades. O desemprego crescente 
torna-se crônico. A pobreza aumenta e as classes 
médias perdem em qualidade de vida. O salário 
médio tende a baixar. A fome e o desabrigo se 
generalizam em todos os continentes. Novas en-
fermidades se instalam e velhas doenças, suposta-
mente extirpadas, fazem seu retorno triunfal.
Todavia, podemos pensar na construção de 
um outro mundo, mediante uma globalização 
mais humana. As bases materiais do período atual 
são, entre outras, a unicidade da técnica, a con-
vergência dos momentos e o conhecimento do 
planeta. É nessas bases técnicas que o grande ca-
pital se apoia para construir a globalização per-
versa de que falamos acima. Mas essas mesmas 
bases técnicas poderão servir a outros objetivos, 
se forem postas a serviço de outros fundamentos 
sociais e políticos.
MILTON SANTOS
Adaptado de Por uma outra globalização: do pensamento único à 
consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2004. 
12.13. (UERJ) – Fala-se, por exemplo, em aldeia global para 
fazer crer que a difusão instantânea de notícias realmente 
informa as pessoas. (ref. 1)
Ao empregar a expressão destacada neste trecho, o autor 
indica sua discordância em relação a uma ideia difundida 
como verdade inquestionável.
Outra expressão empregada com a mesma finalidade está 
destacada em: 
a) É como se o mundo houvesse se tornado, para todos, ao 
alcance da mão. (ref. 2) 
b) Um mercado avassalador dito global é apresentado como 
capaz de homogeneizar o planeta (ref. 3) 
c) tornando também mais distante o sonho de uma cida-
dania de fato universal. (ref. 4) 
d) Enquanto isso, o culto ao consumo é estimulado. (ref. 5) 
12.14. (UERJ) – No primeiro parágrafo, o autor apresenta 
uma caracterização negativa do mundo atual, ao mesmo 
tempo que propõe um procedimento de análise desse 
contexto que permitiria superá-lo.
Esse procedimento de análise está explicado em: 
a) contestação de práticas históricas que geram injustiças 
sociais 
b) simulação de cenários futuros que possibilitem novas 
relações humanas 
c) formulação de conceitos gerais que simplifiquem uma 
tese controversa 
d) delimitação de aspectos distintos que compõem um 
problema complexo 
12.12. (CFTMG) – No texto, a autora defende o ponto de 
vista de que a noção de literatura é estabelecida por critérios 
a) elitistas. 
b) relativos. 
c) técnicos. 
d) históricos. 
Instrução: Leia o texto para responder às questões 12.13. 
e 12.14.
Aula 12
55Português 3C
Mais velho, poucos amigos?
Um curioso estudo divulgado na última sema-
na mostrou que a redução do número de amigos 
com a idade, tão comum entre os humanos, pode 
não ser exclusivo da nossa espécie. Aparente-
mente, macacos também passariam por processo 
semelhante em suas redes de contatos sociais, o 
que poderia sugerir um caráter evolutivo desse 
fenômeno.
No trabalho desenvolvido pelo Instituto de 
Pesquisa com Primatas em Göttingen, Alemanha, 
se identificou uma redução de grooming (tem-
po dedicado ao cuidado com outros indivíduos, 
como limpar o pelo e catar piolhos) entre os ma-
cacos mais velhos da espécie Macaca sylvanus. 
Além disso, eles praticavam grooming em um nú-
mero menor de “amigos” ou parentes.
Fazer grooming está para os macacos mais ou 
menos como o “papo” para nós. Da mesma forma 
que o “carinho” humano, ele parece provocar a 
liberação de endorfinas. Geram-se, dessa forma, 
sensações de bem-estar tanto em homens como 
em outros animais. 
Na pesquisa, publicada pelo periódico New 
Scientist, os cientistas perceberam que macacos 
de 25 anos tiveram uma redução de até 30% do 
tempo de grooming quando comparados com 
adultos de cinco anos. Se esse fenômeno acontece 
em outros primatas, ele também pode ter chegado 
a nós ao longo do caminho de formação da nos-
sa espécie. Se chegou, qual teria sido a vantagem 
evolutiva?
Durante muito tempo se especulou que esse 
“encolhimento” social em humanos seria, na 
verdade, resultado de um processo de envelhe-
cimento, em que depressão, morte de amigos, li-
mitações físicas, vergonha da aparência e menos 
dinheiro poderiam limitar as novas conexões. 
Mas, pesquisando os idosos, se percebeu que ter 
menos amigos era muito mais uma escolha pesso-
al do que uma consequência do envelhecer.
Uma linha de investigação explica que essa re-
dução dos amigos seria, na verdade, uma seleção 
dos mais velhos de como usar melhor o tempo. 
Mas outros especialistas defendem a ideia de que 
os mais velhos teriam menos recursos e defesas 
para lidar com estresse e ameaças e, assim, esco-
lheriam com mais cautela as pessoas com quem 
se sentem mais seguros (os amigos) para passar 
seu tempo.
BOUER, J. Jornal O Estado de São Paulo, caderno Metrópole,domingo, 26 jun. 
2016, p. A23. Adaptado.
12.15. (FMP – SC) – O argumento de autoridade utilizado 
no texto para discutir o processo de “encolhimento” social é: 
a) Cientistas afirmam que a depressão é consequência da 
morte de amigos e das limitações físicas. 
b) Estudos comprovam que as limitações físicas provocam 
depressão nos animais durante o envelhecimento. 
c) Pesquisadores identificaram redução do tempo de 
grooming e do número de amigos nos macacos mais 
velhos. 
d) Médicos constataram que a liberação de endorfinas é 
causada pelo grooming entre seres humanos. 
e) Pesquisas concluíram que os macacos sentem mais falta 
do contato físico do que os humanos. 
Instrução: Leia o texto para responder à questão 12.16.
Livro e futebol
O leitor a quem se dirige esse livro não é evi-
dente: em geral, quem vive o futebol não está in-
teressado em ler sobre ele mais do que a notícia 
de jornal ou revista, e quem se dedica a ler livros e 
especulações poucas vezes conhece o futebol por 
dentro. Pierre Bourdieu observa, por exemplo, 
que a sociologia esportiva é desdenhada pelos 
sociólogos e menosprezada pelos envolvidos com 
o esporte. A observação pode valer também para 
ensaios como este aqui, embora ele não seja do 
gênero sociológico. No limite, a onipresença do 
jogo de bola soa abusiva e irrelevante para quem 
acompanha a discussão cultural. Assim, mais 
do que um desconhecimento recíproco entre as 
partes, pode-se falar, de fato, de uma dupla resis-
tência. Viver o futebol dispensa pensá-lo, e, em 
grande parte, é essa dispensa que se procura nele. 
Os pensadores, por sua vez, à esquerda ou à di-
reita, na meia ou no centro, têm muitas vezes uma 
reserva contra os componentes anti-intelectuais e 
massivos do futebol, e temem ou se recusam a 
endossá-los, por um lado, e a se misturar com 
eles, por outro. Tudo isso, por si só, já daria um 
belo assunto: o futebol como o nó cego em que a 
cultura e a sociedade se expõem no seu ponto ao 
mesmo tempo mais visível e invisível. E esse não 
deixa de ser o tema deste livro, que talvez possa 
interessar a quem esteja disposto a lê-lo indepen-
dentemente de conhecer o futebol ou de ser ou 
não “intelectual”. 
Não é incomum, também, que intelectuais vi-
vam intensamente o futebol, sem pensá-lo, e que 
resistam, ao mesmo tempo, a admiti-lo na ordem 
do pensamento. Nesse caso, aqueles dois perso-
nagens a que nos referimos no começo podem se 
encontrar numa pessoa só. [...] 
(José Miguel Wisnik. Veneno Remédio: o Futebol e o Brasil. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2008.)
Instrução: Leia o texto para responder à questão 12.15.
56 Extensivo Terceirão
do pelo Cesar, pela Urbana/PE e pela Fiepe, tive 
oportunidade de falar sobre a importância crucial 
do pedestre para o urbanismo contemporâneo. 
Esse seminário regional foi um desdobramento, 
no Recife, do seminário internacional Cidades A 
Pé, realizado em São Paulo, no mês de novembro 
do ano passado. 
Disse que, embora graduado em Arquitetu-
ra e Urbanismo pela UFPE, só fui entender o 
que considero vital na questão urbana atual de-
pois que andei milhares de quilômetros no Recife. 
Depois, portanto, que, na prática, me “pós-gra-
duei” pelos pés. O essencial do que aprendi foi 
que se o pedestre se sente mal no solo é porque 
o urbanismo é ruim e o planejamento urbano, se 
houve, falhou. 
O planejamento urbano tradicional, o que se 
aprende na escola e amiúde se aplica por aí, co-
meça olhando o espaço pelo satélite (ainda mais 
agora com a proliferação das tecnologias de inter-
net…), depois “desce” para o mapa, para a planta, 
para o detalhe, e termina por não chegar ao nível 
do chão, de quem está andando na rua. Depois 
de gastar muita sola de sapato por aí, defendo 
que haja uma inversão de sentido, que o plane-
jamento comece pelo chão, por onde anda o pe-
destre e, aí, vá “subindo” até chegar ao satélite. Se 
isso fosse feito, com certeza, não teríamos muitas 
das atrocidades que suportamos nas cidades bra-
sileiras andando por elas… 
Na Grécia antiga, a filosofia pré-socrática de-
fendia que “o homem é a medida de todas as coi-
sas”. Na cidade, a medida de todas as coisas, sem 
a menor sombra de dúvida, é o pedestre! Não en-
tender isso é ficar na contramão da história con-
temporânea do urbanismo. Que o digam Jan Gerl 
com seu consagrado livro “Cidade para as Pesso-
as”, e Jeff Speck com o seu excelente livro “Cidade 
Caminhável”. Que o digam as cidades da Europa 
e, já, muitas dos EUA, além de praticamente todas 
as capitais latinoamericanas…
Já existem, inclusive, um conceito e um con-
junto de indicadores que ajudam a materializar 
essa tendência. Trata-se, o conceito, do Walkabi-
lity, e o conjunto de indicadores, do Walk Score, 
que mede o quanto “caminhável” é determinado 
local, bairro ou cidade. Temos que seguir por aí. 
Afinal, como repete aquele complemento de co-
mercial de rádio e TV, independente do meio de 
transporte que utilizemos, “na cidade, todos so-
mos pedestres”. 
Francisco Cunha. In: Revista Algomais, Ano 11, n° 124, julho de 2016, p.50. 
Adaptado
12.16. (UFPR) – “Nesse caso, aqueles dois personagens a 
que nos referimos no começo podem se encontrar numa 
pessoa só”. Com isso, o autor reconhece que: 
1. é desejável pensar o esporte por outro viés que não seja 
aquele permeado por admiração e paixão. 
2. admitir o futebol na ordem do pensamento significa fazer 
do torcedor apaixonado uma pessoa capaz de refletir sobre 
seus pontos positivos e negativos. 
3. há intelectuais que, mesmo não admitindo que possam 
haver abordagens intelectualizadas do futebol, são torce-
dores fervorosos. 
4. o torcedor apaixonado é aquele que prefere pensar o 
futebol na sua expressão cultural e, portanto, é o que 
congrega as características de leitor preferencial do livro. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente a afirmativa 3 é verdadeira. 
b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. 
c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. 
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. 
Instrução: Leia o texto para responder à questão 12.17.
Um pensamento liberal moderno, em tudo 
oposto ao pesado escravismo dos anos 1840, pode 
formular-se tanto entre políticos e intelectuais das 
cidades mais importantes quanto junto a bacharéis 
egressos das famílias nordestinas que pouco ou 
nada poderiam esperar do cativeiro em declínio.
(BOSI, Alfredo. Dialética da Colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 
1992, p. 224)
12.17. (PUCCAMP – SP) – Parte da crítica literária dos nossos 
dias acredita na tese de que Machado de Assis, em sua lucidez 
de escritor, realçou a contradição entre ideias liberais e a 
realidade opressiva da época. Essa tese crítica ganhou uma 
síntese expressiva e esclarecedora na seguinte formulação: 
a) Brasil, país do futuro. 
b) Em se plantando, tudo dá. 
c) Só a antropofagia nos une. 
d) São ideias fora do lugar. 
e) Um país essencialmente agrícola. 
12.18. (UPE – PE) – Acerca de algumas relações lógico-
-semânticas presentes no texto “Pedestre, a medida de todas 
as coisas”, analise as afirmações a seguir.
Pedestre, a medida de todas as coisas
Na palestra que fiz mês passado no seminário 
A Mobilidade a Pé e o Futuro do Recife, organi-
zado pelo INTG – Instituto da Gestão – e apoia-
Aula 12
57Português 3C
certas obras a uma elite. Mas essas obras experi-
mentais ou de vanguarda, se de fato expressassem 
zonas inéditas da realidade humana e criassem for-
mas de beleza duradoura, sempre acabavam por 
educar leitores, espectadores e ouvintes, integran-
do-se desse modo no patrimônio comum.
A cultura pode e deve ser, também, experimen-
tação, é claro, desde que as novas técnicas e formas 
introduzidas pela obra ampliem o horizonte da 
experiência da vida, revelando seus segredos mais 
ocultos ou nos expondo a valores estéticos inéditos 
que revolucionem nossa sensibilidade e nos deem 
uma visão mais sutil e nova desse abismo semfundo 
que é a condição humana. A cultura pode ser experi-
mentação e reflexão, pensamento e sonho, paixão e 
poesia e uma revisão crítica constante e profunda de 
todas as certezas, convicções, teorias e crenças. Mas 
não pode afastar-se da vida real, da vida verdadeira, 
da vida vivida, que nunca é a dos lugares-comuns, 
do artifício, do sofisma e da brincadeira, sem risco 
de se desintegrar. Posso parecer pessimista, mas mi-
nha impressão é que, com uma irresponsabilidade 
tão grande como nossa irreprimível vocação para a 
brincadeira e a diversão, fizemos da cultura um da-
queles castelos de areia, vistosos mas frágeis, que se 
desmancham com a primeira ventania.
Mario V. Llosa, A civilização do espetáculo: uma radiografia do nosso tempo e 
da nossa cultura. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013. 
I. No trecho: “Disse que, embora graduado em Arquitetura 
e Urbanismo pela UFPE, só fui entender o que considero 
vital na questão urbana atual depois que andei milhares 
de quilômetros no Recife.” (2º. parágrafo), o segmento 
sublinhado deve ser interpretado como uma ressalva. 
II. Com o trecho: “Depois, portanto, que, na prática, me 
‘pós-graduei’ pelos pés.” (2º. parágrafo), o autor apresenta 
a conclusão do que tinha dito, anteriormente, no texto. 
III. Com o segmento destacado no trecho: “O essencial do 
que aprendi foi que se o pedestre se sente mal no solo 
é porque o urbanismo é ruim” (2º. parágrafo), o autor faz 
uma afirmação categórica. 
IV. O segmento destacado no trecho: “Depois de gastar 
muita sola de sapato por aí”, defendo que haja uma 
inversão de sentido” (3º. parágrafo) situa temporalmente 
o segmento final. 
Estão CORRETAS: 
a) I e III, apenas. 
b) I, II e IV, apenas. 
c) II e IV, apenas. 
d) III e IV, apenas. 
e) I, II, III e IV. 
Desafio
Instrução: Texto para a próxima questão.
A civilização do espetáculo: uma radiografia 
do nosso tempo e da nossa cultura
As ideias de especialização e progresso, insepa-
ráveis da ciência, são inválidas para as letras e as 
artes, o que não quer dizer, evidentemente, que a 
literatura, a pintura e a música não mudem nem 
evoluam. Mas, diferentemente do que se diz sobre 
a química e a alquimia, nelas não se pode dizer 
que aquela abole e supera esta. A obra literária e 
artística que atinge certo grau de excelência não 
morre com o passar do tempo: continua vivendo e 
enriquecendo as novas gerações e evoluindo com 
estas. Por isso, as letras e as artes constituíram até 
agora o denominador comum da cultura, o espaço 
no qual era possível a comunicação entre seres hu-
manos, apesar das diferenças de línguas, tradições, 
crenças e épocas, pois quem hoje se emociona com 
Shakespeare, ri com Molière e se deslumbra com 
Rembrandt e Mozart está dialogando com quem 
no passado os leu, ouviu e admirou.
Esse espaço comum, que nunca se especiali-
zou, que sempre esteve ao alcance de todos, passou 
por períodos de extrema complexidade, abstração 
e hermetismo, o que restringia a compreensão de 
12.19. (FGV – SP) – Com base nos conceitos de “especializa-
ção” e “progresso”, o autor distingue arte de ciência. Explique 
sucintamente o que ele entende por
a) “especialização”;
b) “progresso”. 
58 Extensivo Terceirão
Instrução: Texto para a próxima questão.
Ética
A palavra “ética” vem do grego ethos, tal como “moral” vem do latim mores. Sintomaticamente, tanto 
ethos como mores significam costumes. 
De acordo com essa significação original, as normas de conduta e a definição do que era certo e do que 
era errado eram impostas aos indivíduos pela comunidade, e os indivíduos as aceitavam (tendiam a concor-
dar com o castigo, quando as infringiam). 
Desse modo, podemos dizer que, num tempo muito antigo, os seres humanos já conheciam valores. E 
podemos dizer mais: esses valores, embutidos nas normas de conduta, eram inculcados nos indivíduos pelo 
grupo. A comunidade precedia a individualidade. 
Posteriormente, quando se desenvolveu a atividade mercantil, o comércio exigia a ampliação do espaço 
para a autonomia individual (o comerciante precisava de espaço para se deslocar para o lugar certo na hora 
exata em que podia comprar barato e vender caro, a fim de ser bem sucedido, por sua livre iniciativa pessoal). 
Os indivíduos mais autônomos passaram a se defrontar com situações nas quais não podiam se limitar a 
obedecer às normas pré-fixadas pela comunidade e essas normas começaram a perder o vigor. Os indivíduos 
passaram a enfrentar o desafio de decidir por conta própria o que era certo e o que era errado. 
Por mais autônomos que se tornem, entretanto, os indivíduos não podem subsistir sozinhos, precisam 
da sociedade para sobreviver ao nascer, para crescer, para assimilar uma linguagem. A dimensão social nas 
pessoas é ineliminável.
Por isso, ao tentarem justificar suas escolhas, ao tentarem esclarecer os fundamentos de sua preferência, ao 
tentarem hierarquizar seus valores, os indivíduos são levados a formular princípios que devem valer tanto para 
eles como para os outros. Quer dizer: são levados a elaborar uma ética (uma pauta de conduta) que só pode ser 
proposta seriamente aos outros (à sociedade) se puder se basear naquilo que cada indivíduo tem de universal. 
Toda pessoa é um indivíduo singular, com desejos e interesses particulares, mas é também — potencial-
mente — um representante da humanidade (Kant). Coexistem dentro de cada um de nós, segundo Kant, o 
representante da humanidade e o indivíduo sempre particular. Por isso, o ser humano é “social-insociável”.
Texto modificado de KONDER, Leandro. Ética. In: YUNES, Eliana & BINGEMER, M. Clara Lucchetti. Virtudes. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2001. pp. 86-87. 
12.20. (PUC – RJ) – 
a) Explique o sentido atribuído ao enunciado “A comunidade precedia a individualidade.” no texto.
b) Com relação ao trecho abaixo, extraído do texto, faça o que é pedido a seguir. 
“Os indivíduos mais autônomos passaram a se defrontar com situações nas quais não podiam se limitar a 
obedecer às normas pré-fixadas pela comunidade e essas normas começaram a perder o vigor.”
I. Indique um conectivo que apresente o mesmo valor semântico de e nesse contexto.
II. Observe: “Os indivíduos mais autônomos passaram a se defrontar com situações...” O emprego da locução verbal nessa 
passagem traz uma informação implícita. Diga que informação é essa. 
Aula 12
59Português 3C
(Edibar. Folha de Londrina. 18 jun. 2014. Folha 2. p.2.) 
Produção de textos
Proposta 01 
Leia a tirinha a seguir.
(UEL – PR) – A tirinha apresenta um ruído na comunicação entre as personagens. Explique as circunstâncias que provocaram 
a incompreensão da mensagem por parte da personagem Edibar da Silva e o que poderia ser feito para desfazer o equívoco. 
Para a elaboração de seu texto, utilize de 8 a 10 linhas
60 Extensivo Terceirão
Proposta 02 
(UEL – PR) – Analise a charge a seguir. 
Disponível em: <www.porsimas.blogspot.com> 
Com base na leitura da charge, comente, em até 10 linhas, o que ela denuncia e, ao mesmo tempo, defende.
Aula 12
61Português 3C
Proposta 03 
(PUCPR) – Com base na leitura dos textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um 
texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre O lugar da felicidade em nosso cotidiano.
Para atender à proposta, seu texto deverá apresentar
• tese/ponto de vista bem definido;
• argumentos que sustentem seu ponto de vista.
TEXTO 01 
Sons que confortam
Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um colapso cardíaco. Só estavam os três na casa: o pai, a mãe e 
ele, um garoto de 13 anos. Chamaram o médico da família. E aguardaram. E aguardaram. E aguardaram. Até que 
o garoto escutou um barulho lá fora. É ele que conta, hoje, adulto: Nunca na vida ouvira um som mais lindo, mais 
calmante, do que os pneus daquele carro amassando as folhas de outono empilhadas junto ao meio-fio.
Inesquecível, para o menino, foi ouvir o som do carro do médico se aproximando, o homem que salvariaseu pai. Na mesma hora em que li esse relato, imaginei um sem-número de sons que nos confortam. A co-
meçar pelo choro na sala de parto. Seu filho nasceu. E o mais aliviante para pais que possuem adolescentes 
baladeiros: o barulho da chave abrindo a fechadura da porta. Seu filho voltou.
E pode parecer mórbido para uns, masoquismo para outros, mas há quem mate a saudade assim: ouvin-
do pela enésima vez o recado na secretária eletrônica de alguém que já morreu.
Deixando a categoria dos sons magnânimos para a dos sons cotidianos: a voz no alto-falante do aeroporto 
dizendo que a aeronave já se encontra em solo e o embarque será feito dentro de poucos minutos.
O sinal, dentro do teatro, avisando que as luzes serão apagadas e o espetáculo irá começar.
O telefone tocando exatamente no horário que se espera, conforme o combinado. Até a musiquinha que 
antecede a chamada a cobrar pode ser bem-vinda, se for grande a ansiedade para se falar com alguém distante.
O barulho da chuva forte no meio da madrugada, quando você está no quentinho da sua cama.
Uma conversa em outro idioma na mesa ao lado da sua, provocando a falsa sensação de que você está 
viajando, de férias em algum lugar estrangeiro. E estando em algum lugar estrangeiro, ouvir o seu idioma 
natal sendo falado por alguém que passou, fazendo você lembrar que o mundo não é tão vasto assim.
O toque do interfone quando se aguarda ansiosamente a chegada do namorado. Ou mesmo a chegada 
da pizza.
O aviso sonoro de que entrou um torpedo no seu celular.
A sirene da fábrica anunciando o fim de mais um dia de trabalho.
O sinal da hora do recreio.
A música que você mais gosta tocando no rádio do carro. Aumente o volume.
O aplauso depois que você, nervoso, falou em público para dezenas de desconhecidos.
O primeiro eu te amo dito por quem você também começou a amar.
E o mais raro de todos: o silêncio absoluto.
MEDEIROS, M. Sons que confortam. In: Felicidade Crônica. Porto Alegre: L&PM, 2014.
62 Extensivo Terceirão
TEXTO 02 
O segredo da felicidade segundo a ciência
Ser feliz não é comer sempre o mesmo prato no restaurante que você mais gosta ou gozar de uma vida 
plena e tranquila; a ciência mostra que a chave para a satisfação pessoal é fazer coisas arriscadas, desconfor-
táveis e até mesmo desgastantes
Para nós, psicólogos que estamos sempre viajando de avião, a maneira como descrevemos nossa profissão 
para o vizinho de assento é determinante para saber se passaremos cinco horas ouvindo intrigas, detalhes de 
um casamento decadente, ou sobre o quanto é impossível resistir a uma bomba de chocolate. Mesmo usando 
fones de ouvido enor-mes, é impossível ignorar aquele passageiro decidido a contar sua história de abandono 
na infância. Para os que arris-cam dizer a verdade e admitir que estudamos a felicidade, a resposta é quase 
sempre a mesma: o que eu posso fazer para ser feliz?
O segredo da felicidade é uma preocupação cada vez mais importante na era moderna, já que o aumento 
da estabili-dade financeira proporciona a muitos a oportunidade de se concentrar no crescimento pessoal. 
Uma vez que já não somos mais caçadores preocupados em encontrar a próxima presa, procuramos viver 
nossas vidas da melhor maneira possível.
A busca da felicidade é uma epidemia mundial — em um estudo com mais de 10 mil participantes de 48 
países, os psicólogos Ed Diener, da Universidade de Illinois, e Shigehiro Oishi, da Universidade de Virginia, 
descobriram que pes-soas de todos os cantos do mundo consideram a felicidade mais importante do que 
outras realizações pessoais alta-mente desejáveis, tais como ter um objetivo na vida, ser rico ou ir para o céu. 
A febre da felicidade é estimulada em parte pelo crescente número de pesquisas que sugerem que, além de 
ser boa, a felicidade também faz bem — ela es-tá ligada a muitos benefícios, desde maiores salários e um 
melhor sistema imunológico até estímulo à criatividade.
A maioria das pessoas entende que a felicidade verdadira é mais do que um emaranhado de sentimentos 
intensos e positivos — ela é melhor descrita como uma sensação plena de “paz” e “contentamento”. Não 
importa como seja defi-nida, a felicidade é parcialmente emocional — e por isso está ligada à máxima de 
que cada indivíduo tem um ponto de regulação, como um termostato, definido pela bagagem genética e a 
personalidade de cada um.
A felicidade verdadeira dura mais do que uma dose de dopamina, por isso é muito importante pensar 
nela como algo que vai além da emoção. A sensação de felicidade de cada um também inclui reflexões cog-
nitivas, tais como quando você ri — ou não! — da piada do seu melhor amigo, ou quando analisa o formato 
do seu nariz ou a qualidade do seu casamento. Somente parte desta sensação tem a ver com o que você sente; 
o resto é produto de um cálculo mental, em que você computa suas expectativas, seus ideais, a aceitação 
daquilo que não pode mudar e inúmeros outros fato-res. Assim, a felicidade é um estado mental e, como tal, 
pode ser intencional e estratégico.
Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI341920-17773,00-O+SEGREDO+DA+FELICIDADE+SEGUNDO+A+CIENCIA.html>. Acesso em: 
12/2/18.
Aula 12
63Português 3C
64 Extensivo Terceirão
12.01. c
12.02. b
12.03. a
12.04. c
12.05. a
12.06. c
12.07. b
12.08. d
12.09. d
12.10. a
12.11. a
12.12. b
12.13. a
12.14. d
12.15. c
12.16. a
12.17. d
12.18. b
Gabarito
12.19. a) O autor argumenta que conceitos 
essenciais para as ciências, como a 
especialização, isto é, a necessida-
de da ciência de restringir-se a um 
determinado objeto de pesquisa ou 
mesmo de tornar-se hermética para 
que assim possa progredir. Segundo 
o autor, a ciência nunca esteve nem 
poderá estar ao alcance de todos, di-
ferentemente das artes.
b) O progresso nas ciências depende 
da especialização, da pesquisa para 
que possa progredir, enquanto que as 
artes evoluem ao manter um diálogo 
temporal entre todos os que compar-
tilham uma obra. 
12.20. a) No texto, o enunciado denota a ideia 
de que os valores da comunidade deter-
minavam os do indivíduo. 
b) I. por isso; logo; portanto 
 II. O emprego da locução traz ideia 
de mudança – de que antes os in-
divíduos não tinham se defrontado 
com tais situações.

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