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J825 - RELAÇÕES ETINICO RACIAIS NO BRASIL_

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22/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Módulo 3 - Educação escolar Quilombola e Ensino de história e
Cultura Afro-brasileira
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na
Educação Básica.
As comunidades quilombolas, assim como as etnias indígenas, devem ser
respeitadas nas suas diversidades e devem ter os direitos de educação garantidos
pelo Estado, para tanto foi elaborada a Resolução nº 8 de 20 de Novembro de
2012 estalebece que a Educação escolar quilombola deve seguir as seguintes
diretrizes
Art. 1º Ficam estabelecidas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Escolar Quilombola na Educação Básica, na forma desta Resolução.
§ 1º A Educação Escolar Quilombola na Educação Básica:
I - organiza precipuamente o ensino ministrado nas instituições educacionais
fundamentando-se, informando-se e alimentando-se:
a) da memória coletiva;
b) das línguas reminiscentes;
c) dos marcos civilizatórios;
d) das práticas culturais;
e) das tecnologias e formas de produção do trabalho;
f) dos acervos e repertórios orais;
g) dos festejos, usos, tradições e demais elementos que conformam o patrimônio
cultural das comunidades quilombolas de todo o país;
h) da territorialidade.
II - compreende a Educação Básica em suas etapas e modalidades, a saber:
Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação do Campo,
Educação Especial, Educação Profissional Técnica de Nível Médio, Educação de
Jovens e Adultos, inclusive na Educação a Distância;
III - destina-se ao atendimento das populações quilombolas rurais e urbanas em
suas mais variadas formas de produção cultural, social, política e econômica;
IV - deve ser ofertada por estabelecimentos de ensino localizados em
comunidades reconhecidas pelos órgãos públicos responsáveis como quilombolas,
rurais e urbanas, bem como por estabelecimentos de ensino próximos a essas
comunidades e que recebem parte significativa dos estudantes oriundos dos
territórios quilombolas;
V - deve garantir aos estudantes o direito de se apropriar dos conhecimentos
tradicionais e das suas formas de produção de modo a contribuir para o seu
reconhecimento, valorização e continuidade;
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VI - deve ser implementada como política pública educacional e estabelecer
interface com a política já existente para os povos do campo e indígenas,
reconhecidos os seus pontos de intersecção política, histórica, social, educacional
e econômica, sem perder a especificidade.
Art. 2º Cabe à União, aos Estados, aos Municípios e aos sistemas de ensino
garantir:
I) apoio técnico-pedagógico aos estudantes, professores e gestores em atuação
nas escolas quilombolas;
II) recursos didáticos, pedagógicos, tecnológicos, culturais e literários que
atendam às especificidades das comunidades quilombolas; c) a construção de
propostas de Educação Escolar Quilombola contextualizadas.
Art. 3º Entende-se por quilombos: 
I - os grupos étnico-raciais definidos por auto-atribuição, com trajetória histórica
própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de
ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica;
II - comunidades rurais e urbanas que:
a) lutam historicamente pelo direito à terra e ao território o qual diz respeito não
somente à propriedade da terra, mas a todos os elementos que fazem parte de
seus usos, costumes e tradições;
b) possuem os recursos ambientais necessários à sua manutenção e às
reminiscências históricas que permitam perpetuar sua memória.
III - comunidades rurais e urbanas que compartilham trajetórias comuns,
possuem laços de pertencimento, tradição cultural de valorização dos
antepassados calcada numa história identitária comum, entre outros.
Art. 4º Observado o disposto na Convenção 169 da Organização Internacional do
Trabalho (OIT) sobre Povos Indígenas e Tribais, promulgada pelo Decreto nº
5.051, de 19 de abril de 2004, e no Decreto nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007,
que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e
Comunidades Tradicionais, os quilombolas entendidos como povos ou
comunidades tradicionais, são:
I - grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais;
II - possuidores de formas próprias de organização social;
III - detentores de conhecimentos, tecnologias, inovações e práticas gerados e
transmitidos pela tradição;
IV - ocupantes e usuários de territórios e recursos naturais como condição para
sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica.
Diante dessa resolução percebe-se a intenção de reconhecimento e valorização da
diversidade cultural existente no país, e que a escola que atende a comunidade
esteja contextualizada e respeite não só os direitos, como também a história, a
língua e as tradições da comunidade estabelecendo diálogos entre as várias
culturas. No mais, a comunicação entre o ensino na escola quilombola e as
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escolas e comunidades não quilombolas é essencial para compreendermos a
história, cultura e patrimônio afro-brasileiro.
A escola tem como princípio respeito e reconhecimento dos quilombos, o direito à
educação e ao desenvolvimento, bem como os direitos humanos, a superação do
racismo, garantia de participação na sociedade e a inserção da realidade
quilombola em todo material didático-pedagógico. 
O calendário escolar das escolas quilombolas deve respeitar o ritmo de vida da
comunidade bem como suas datas comemorativas. A escola também deve
garantir alimentação de qualidade respeitando os hábitos alimentares de cada
comunidade.
A inserção das crianças de zero a 3 nos é opcional, para as crianças de 4 e 5 anos
o estado é obrigado a oferecer o ensino de qualidade respeitando e dialogando
com pais, avós, professores e líderes comunitários, envolvendo assim a
comunidade no processo de escolarização de suas crianças. Cabe ao Ministério da
Educação a manutenção e distribuição de material didático adequado.
O ensino fundamental também é obrigação do estado e um direito da comunidade
e deve dar continuidade a valorização da cultura local em articulação com
diferentes conhecimentos e contextos sociais. O Ensino Médio deve dar
continuidade ao processo educativo e preparar o aluno para o trabalho e a
cidadania de modo a ser capaz de se adaptar a novas condições de ocupação. A
escola quilombola deve estar sempre em diálogo e em colaboração com o sistema
de ensino nacional.
Art. 32 O projeto político-pedagógico da Educação Escolar Quilombola deverá
estar intrinsecamente relacionado com a realidade histórica, regional, política,
sociocultural e econômica das comunidades quilombolas.
§ 1º A construção do projeto político-pedagógico deverá pautar-se na realização
de diagnóstico da realidade da comunidade quilombola e seu entorno, num
processo dialógico que envolva as pessoas da comunidade, as lideranças e as
diversas organizações existentes no território.
§ 2º Na realização do diagnóstico e na análise dos dados colhidos sobre a
realidade quilombola e seu entorno, o projeto político-pedagógico deverá
considerar:
I - os conhecimentos tradicionais, a oralidade, a ancestralidade, a estética, as
formas de trabalho, as tecnologias e a história de cada comunidade quilombola;
II - as formas por meio das quais as comunidades quilombolas vivenciam os seus
processos educativos cotidianos em articulação com os conhecimentos escolares e
demais conhecimentos produzidos pela sociedade mais ampla.
§ 3º A questão da territorialidade, associada ao etnodesenvolvimento e à
sustentabilidade socioambiental e cultural das comunidades quilombolas deverá
orientar todo o processo educativo definido no projetopolítico-pedagógico.
Art. 33 O projeto político-pedagógico da Educação Escolar Quilombola deve incluir
o conhecimento dos processos e hábitos alimentares das comunidades
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quilombolas por meio de troca e aprendizagem com os próprios moradores e
lideranças locais.
Para conhecer mais e tirar dúvidas quanto ao funcionamento das escolas
quilombolas leia a resolução na íntegra acessando o documento a seguir: 
 
Ensino de história e cultura afro-brasileira
O parecer nº003/2004 do Conselho Nacional de Educação (CNE) fala das diretrizes
para a inclusão de História e Cultura Afro-brasileira e Africana na educação
nacional.
O parecer visa:
 visa regulamentar a alteração trazida pela Lei 10.639/200, que estabelece a
obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na
Educação Básica.
 assegurar o direito à igualdade de condições de vida e de cidadania
 garantem igual direito às histórias e culturas que compõem a nação
brasileira, além do direito de acesso às diferentes fontes da cultura nacional a
todos brasileiros.
?Aos mesmos objetivos juntam-se Constituições Estaduais, Leis Orgânicas, Leis
Municipais e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
O público alvo desse documento são administradores, mantenedoras,
estabelecimentos de ensino, professores, famílias e estudantes e a todos os
cidadãos comprometidos com a educação dos brasileiros. A intenção é buscarem
orientações no que diz respeito às relações étnico-raciais, ao reconhecimento e
valorização da história e cultura dos afro-brasileiros, à diversidade da nação
brasileira, ao igual direito à educação de qualidade.
O objetivo é garantir odireito dos negros se reconhecerem na cultura nacional,
expressarem visões de mundo próprias, manifestarem com autonomia, individual
e coletiva, seus pensamentos; bem como o direito dos negros, assim como de
todos cidadãos brasileiros, cursarem cada um dos níveis de ensino, em escolas
devidamente instaladas e equipadas, orientados por professores qualificados para
o ensino das diferentes áreas de conhecimentos.
Existe uma demanda da população afro-descendente por políticas públicas e de
reparação e de ações afirmativas para reconhecer e valorizar a história a cultura e
a identidade afro-brasileira. O Parecer é uma política curricular de combate ao
racismo e à discriminação que atinge principalmente aos negros. No mais, propõe
divulgar e produzir conhecimento, formar atitudes, posturas e valores que
eduquem os cidadãos orgulhosos de suas origens étnicas e para interagirem na
construção de uma sociedade democrática.
A introdução da temática é vista como uma política de reparação visto que o
Estado e a sociedade devem tomar medidas para ressarcir os descendentes de
africanos negros, dos danos psicológicos, materiais, sociais, políticos e
educacionais sofridos sob o regime escravista, bem como em virtude das políticas
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explícitas ou tácitas de branqueamento da população, de manutenção de
privilégios exclusivos para grupos com poder de governar e de influir na
formulação de políticas, no pós-abolição.
Visa também a que tais medidas se concretizem em iniciativas de combate ao
racismo e a todo tipo de discriminação. Cabe ao Estado promover e incentivar
políticas de reparações, no que cumpre ao disposto na Constituição Federal, Art.
205. O sistema meritocrático agrava a desigualdade e gera injustiça, sendo um
critério de exclusão preconceituoso e de manutenção dos privilégios.
Políticas de reconhecimento se refere a uma:
mudanças nos discursos, raciocínios, lógicas, gestos, posturas, modo de
tratar as pessoas negras;
desconstrução do mito da democracia racial na sociedade brasileira; mito
este que difunde a crença de que, se os negros não atingem os mesmos
patamares que os não negros, é por falta de competência ou de interesse,
desconsiderando as desigualdades seculares que a estrutura social
hierárquica cria com prejuízos para os negros.
Adoção de políticas educacionais e de estratégias pedagógicas de valorização
da diversidade, a fim de superar a desigualdade étnico-racial presente na
educação escolar brasileira, nos diferentes níveis de ensino.
?Segundo o parecer, reconhecer é:
questionar relações étnico-raciais baseadas em preconceitos que
desqualificam os negros e salientam estereótipos depreciativos, palavras e
atitudes que, velada ou explicitamente violentas, expressam sentimentos de
superioridade em relação aos negros, próprios de uma sociedade hierárquica
e desigual;
 valorizar, divulgar e respeitar os processos históricos de resistência negra
desencadeados pelos africanos escravizados no Brasil e por seus
descendentes na contemporaneidade, desde as formas individuais até as
coletivas;
 ser sensível ao sofrimento causado por tantas formas de desqualificação:
apelidos depreciativos, brincadeiras, piadas de mau gosto sugerindo
incapacidade, ridicularizando seus traços físicos, a textura de seus cabelos,
fazendo pouco das religiões de raiz africana. 
 buscar, compreender seus valores e lutas; 
 exigir a valorização e respeito às pessoas negras, à sua descendência
africana, sua cultura e história;
 criar condições para que os estudantes negros não sejam rejeitados em
virtude da cor da sua pele, menosprezados em virtude de seus antepassados
terem sido explorados como escravos, não sejam desencorajados de
prosseguir estudos, de estudar questões que dizem respeito à comunidade
negra;
 exigir que os estabelecimentos de ensino, frequentados em sua maioria por
população negra, contenham instalações e equipamentos sólidos,
atualizados, com professores competentes no domínio dos conteúdos de
ensino, comprometidos com a educação de negros e brancos, no sentido de
que venham a relacionar-se com respeito, sendo capazes de corrigir
posturas, atitudes e palavras que impliquem desrespeito e discriminação.
?
E por Ações Afirmativas entende-se: 
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Ações políticas de reparação e reconhecimento dirigidas à correção de
desigualdades raciais e sociais, correção de desvantagens e marginalização
criadas e mantidas por uma estrutura discriminatória. 
Ações afirmativas estão atreladas a um movimento mundial de Direitos
Humanos e de combate ao racismo e discriminação.
Inclusão de História e Cultura dos afro-brasileiros é uma das ações
afirmativas.
O sucesso das políticas públicas depende da reeducação das relações entre
brancos e negros, as relações étnico-raciais, e do trabalho conjunto entre
processo educativo escolar, políticas públicas e movimentos sociais.
A diferença entre "raça" e relações étnico-raciais, segundo Petronilha Beatriz
Silva, relatora do parecer se é:
Aqui se entende por “raça” a relação social forjada nas tensas relações entre
brancos e negros, simuladas como harmoniosas. 
 O conceito biológico de “raça” do século XVIII já foi superado. 
 O termo “raça” na sociedade brasileira se refere a características físicas
como cor de pele, tipo de cabelo, traços fisionómicos, etc.
 Dentro dos movimentos sociais tem um sentido político de valorização do
legado africano.
 “Étnico-racial” se refere às relações tensas devido a cor de pele e traços
fisionômicos oriundos da raiz cultural africana que difere dos valores e
princípios de origem indígena, asiática e europeia.
 No Brasil existe um padrão estético e cultural branco europeu que ignora, ou
pouco valoriza, as outras estéticas - indígenas, africanas e asiáticas.
?
Se não é fácil ser descendente de seres humanos escravizados e
forçados à condição de objetos utilitários ou a semoventes,
também é difícil descobrir-se descendentedos escravizadores,
temer, embora veladamente, revanche dos que, por cinco séculos,
têm sido desprezados e massacrados. 
Para reeducar as relações étnico-raciais, no Brasil, é necessário
fazer emergir as dores e medos que têm sido gerados. É preciso
entender que o sucesso de uns tem o preço da marginalização e da
desigualdade impostas a outros. E então decidir que sociedade
queremos construir daqui para frente.
Os descendentes dos mercadores e dos senhores de ontem, não
têm, hoje, de assumir culpa pelas desumanidades provocadas por
seus antepassados. No entanto, têm eles a responsabilidade moral
e política de combater o racismo, as discriminações e, juntamente
com os que vêm sendo mantidos à margem, os negros, construir
relações raciais e sociais sadias, em que todos cresçam e se
realizem enquanto seres humanos e cidadãos.
Assim sendo, a educação das relações étnico-raciais impõe
aprendizagens entre brancos e negros, trocas de conhecimentos,
quebra de desconfianças, projeto conjunto para construção de uma
sociedade justa, igual, equânime.
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(Parecer CNE/CP 3/2004, p. 5-6)
Papel da escola nas relações étnico-raciais
Combater o racismo não é tarefa exclusiva da escola, mas o racismo
perpassa pela escola;
 Para educar é necessário que as instituições se constituam em um espaço
democrático de produção e divulgação do conhecimento e de posturas justas;
 A escola tem papel preponderante para eliminação das discriminações e para
emancipação dos grupos discriminados;
 A escola e seus professores não podem improvisar;
 Têm que desfazer mentalidade racista e discriminadora secular, superando o
etnocentrismo europeu, reestruturando relações étnico-raciais e sociais,
desalienando processos pedagógicos;
 Não pode ficar reduzido a palavras e a raciocínios desvinculados da
experiência de ser inferiorizados vivida pelos negros, tampouco das baixas
classificações que lhe são atribuídas nas escalas de desigualdades sociais,
econômicas, educativas e políticas.
?A discriminação do negro vem tanto da desvalorização da cultura africana como
dos aspectos físicos herdados, por isso é possível alguém de pele branca se
designarem negros, e outros com traços africanos se designarem brancos;
O termo negro era usado pelos senhores de escravos de modo pejorativo e este
sentido se estende até hoje em bocas racistas;
Contudo, o Movimento Negro ressignificou o termo, tornando-o um termo positivo
e político de orgulho das origens, isso aconteceu a partir dos anos 70, 80 e 90,
por meio de propagandas, músicas e slogans: 
Negro é lindo! 
Negra, a cor da raça brasileira! 
Negro que te quero negro! 
Não deixe sua cor passar em branco! (Censo 1990)
100% Negro!
?Sendo assim, Ser “negro” não se trata apenas de características físicas, é
também uma postura política. O termo “Preto” é a classificação do IBGE, ao lado
de “branco”, “pardo” e “indígena”. Para estudos, os dados relativos a “pretos” e
“pardos” compõem a categoria “negro”, pois esses são os que reconhecem sua
ancestralidade africana.
“O negro também discrimina o negro e é racista”, essa afirmação apenas constata
a ideologia do branqueamento (que diz que ser branco é ser mais humano e
superior);
 Após a abolição houve políticas de branqueamento para eliminar simbólica e
materialmente a presença dos negros. Os negros também sofrem a influência da
ideologia do branqueamento, e acabam reproduzindo o racismo do qual são
vítimas.
A luta pela superação do racismo e da discriminação racial é, pois, tarefa de todo
e qualquer cidadão, independentemente do seu pertencimento étnico-racial,
crença religiosa ou posição política. O racismo, o mito da democracia racial e a
ideologia do branqueamento atingem todos os grupos étnicos-raciais presentes no
país.
O objetivo das educação para as relações étnico-raciais positivas é fortalecer entre
os negros e despertar entre os brancos a consciência negra. Entre os negros
oferecer conhecimento e segurança para terem orgulho de sua origem, e entre os
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brancos a identificação das influência, participações, contribuições e importância
da história e da cultura negra na nossa sociedade.
Com isso Estado, sociedade e escola reconhecem a dívida social que temos com a
população negra e uma tomada de posição explícita contra o racismo e a
discriminação racial. Todos temos que corrigir posturas, atitudes e palavras
preconceituosas.
 
Referências:
 
BRASIL. MEC – Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Conselho
Pleno. Parecer CNE/CP 3/2004 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana. Brasília, MEC, 2004. 
BRASIL. MEC – Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara
de Educação Básica. Resolução n. 8, de 20 de novembro de 2012 – Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica.
Brasília, MEC, 2012. 
 
Exercício 1:
“Trata-se de um processo de valorização e resgate da história e cultura africana e
afro-brasileira, a fim de desfazer os estereótipos raciais construídos pelos grupos
dominantes (brancos, homens, proprietários, livres e ricos).” A alternativa que
melhor define este conceito é:
A)
Projeto Nacional de Branqueamento.
B)
Africanidades Brasileiras.
C)
Mito da Democracia Racial.
D)
https://online.unip.br/Arquivo?id=64369.pdf
https://online.unip.br/Arquivo?id=64370.pdf
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Invisibilidade histórica.
E)
Processo de abolição da escravatura.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
A) 
E) 
D) 
B) 
Exercício 2:
Ao estudar as questões das Relações etnico raciais no Brasil observamos a importância e o
papel da escola no processo de transformação da realidade e da desigualdade racial no
Brasil, apesar de não ser ela a única responsável, a inclusão da temática das relações etnico-
raciais no ambiente escolar:
A)
possibilita o aumento de estudos sobre a democracia racial e propõe melhorias para que
os diferentes grupos étnicos consigam se inserir na sociedade igualitária e democrática; 
B)
evidencia a existência e permanência do racismo, caberá a cada indivíduo transformar a
própria realidade após essa tomada de consciência;
C)
torna explícito o racismo existente entre professores e alunos e entre os próprios alunos,
podendo assim a vítima tomar as atitudes legais cabíveis, caso se sinta lesada;
D)
impede que essas atitudes racistas se manifestem fora do ambiente escolar uma vez que
serão corrigidas ainda no processo de educação do cidadão;
E)
ajuda a desconstrução da mentalidade racista e discriminatória e a construção de uma
sociedade mais democrática e justa.
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O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
A) 
E) 
Exercício 3:
A política de reparações busca a construção de uma nação democrática em que todos,
igualmente, tenham seus direitos garantidos e sua identidade valorizada. Isso requer a
mudança nos discursos, raciocínios, lógicas, gestos e na desconstrução do mito da
democracia racial na sociedade brasileira. O mito da democracia racial, de acordo com as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações étnico raciais e para o
Ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana:
A)
aponta um avanço considerável na luta pela promoção da igualdade racial principalmente
quando este tema é inserido na agenda política da sociedade brasileira, envolvendo o Estado
na implantaçãode políticas públicas compensatórias e de reparação.
B)
acredita que a discussão sobre a questão racial se limita ao Movimento Negro e aos
estudiosos do tema. 
C)
difunde a idéia de que as pessoas brancas são mais humanas, mais sensíveis, e tem
inteligência superior.
D)
difunde a crença de que, se os negros não atingem os mesmos patamares que os não
negros é por falta de competência ou desinteresse, desconsiderando as desigualdades
seculares que a estrutura social hierárquica cria com prejuízos para os negros.
E)
aponta a postura racista da construção da nacionalidade assumida pelo brasileiro e
determina o lugar do negro nesta sociedade. 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
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Comentários:
A) 
E) 
B) 
C) 
D) 
Exercício 4:
(ENEM 2009) A Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan) desenvolveu o projeto “Comunidades Negras de Santa Catarina”, que tem
como objetivo preservar a memória do povo afrodescendente no sul do País. A
ancestralidade negra é abordada em suas diversas dimensões: arqueológica, arquitetônica,
paisagística e imaterial. Em regiões como a do Sertão de Valongo, na cidade de Porto Belo, a
fixação dos primeiros habitantes ocorreu imediatamente após a abolição da escravidão no
Brasil. O Iphan identificou nessa região um total de 19 referências culturais, como os
conhecimentos tradicionais de ervas de chá, o plantio agroecológico de bananas e os cultos
adventistas de adoração (com adaptações).
 
 
O texto acima permite analisar a relação entre cultura e memória, demonstrando que:
A)
a) As referências culturais da população afrodescendente estiveram ausentes no sul do
País, cuja composição étnica se restringe aos brancos.
B)
a) A preservação dos saberes das comunidades afrodescendentes constitui importante
elemento na construção da identidade e da diversidade cultural do País.
C)
a) A sobrevivência da cultura negra está baseada no isolamento das comunidades
tradicionais, com proibição de alterações em seus costumes.
D)
a) Os contatos com a sociedade nacional têm impedido a conservação da memória e dos
costumes dos quilombolas em regiões como a do Sertão de Valongo.
E)
a) A permanência de referenciais culturais que expressam a ancestralidade negra
compromete o desenvolvimento econômico da região.
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O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
E) 
A) 
B) 
Exercício 5:
ENADE ( 2011)- Em 2008, o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional
(IPHAN) reconheceu a capoeira como Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira,
por seu potencial catalisador e agregador de símbolos nos aspectos fundamentais
da vida (canto, luta, dança, jogo) e da cultura brasileira.
Em 2010, o Estatuto da Igualdade Racial (EIR) destaca que “a capoeira é
reconhecida como desporto de criação acional nos termos do art. 217 da
Constituição Federal”. Primeiro parágrafo: “A atividade de capoeira será
reconhecida em todas as modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como
esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território
nacional”. E segundo parágrafo: “É facultado o ensino da capoeira nas instituições
públicas e privadas pelos mestres tradicionais, pública e formalmente
reconhecidos”.
PERKOV, P. L. Capoeira: instrumento de educação emancipatória junto a jovens de
classes populares?, PPG-Educação, Unisinos, 2011, p. 47.(com adaptação)
De acordo com as idéias do texto acima, a adoção do ensino e da prática da
capoeira no currículo da escola busca desenvolver
I. práticas educacionais de maneira crítica e consciente, ao mesmo tempo em que
aprofunda o conhecimento de uma produção cultural autêntica, acentuando suas
raízes afro-brasileiras como um dos elementos constitutivos da formação do
homem brasileiro.
II. a diminuição dos espaços destinados às modalidades desportivas mais
tradicionais na escola, uma vez que, por meio da capoeira, desenvolvem-se arte,
música, movimento e desporto.
III. o confronto da cultura escolar com a cultura popular afro-brasileira, já que,
com o passar do tempo, corporeidade e espiritualidade ganham espaço na
questão do trato com o tema capoeira, tensionando os limites da escola e da
cultura escolar.
IV. o caráter interdisciplinar do planejamento e do currículo escolar, já que a
capoeira privilegia, ao mesmo tempo, ludicidade, corporeidade e diferentes
linguagens artístico-culturais.
É correto apenas o que se afirma em
 
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A)
II
B)
III
C)
I e II
D)
I e IV
E)
III e IV
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
A) 
B) 
C) 
D) 
Exercício 6:
A política de reparações busca a construção de uma nação democrática em que
todos, igualmente, tenham seus direitos garantidos e sua identidade valorizada.
Isso requer a mudança nos discursos, raciocínios, lógicas, gestos e na
desconstrução do mito da democracia racial na sociedade brasileira. O mito da
democracia racial, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação das relações étnico raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-
brasileira e Africana:
 
A)
aponta um avanço considerável na luta pela promoção da igualdade racial
principalmente quando este tema é inserido na agenda política da sociedade
brasileira, envolvendo o Estado na implantação de políticas públicas
compensatórias e de reparação.
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B)
acredita que a discussão sobre a questão racial se limita ao Movimento Negro e
aos estudiosos do tema.
C)
difunde a ideia de que as pessoas brancas são mais humanas, mais sensíveis, e
tem inteligência superior.
D)
difunde a crença de que, se os negros não atingem os mesmos patamares que os
não negros é por falta de competência ou desinteresse, desconsiderando as
desigualdades seculares que a estrutura social hierárquica cria com prejuízos para
os negros.
E)
aponta a postura racista da construção da nacionalidade assumida pelo brasileiro
e determina o lugar do negro nesta sociedade.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
A) 
E) 
D) 
Exercício 7:
Segundo Munanga e Gomes (2004, p.71-72), a palavra Kilombo é originária da
língua banto umbundo, falada pelo povo ovimbundo, que se refere a um tipo de
instituição sociopolítica militar na África Central. Os autores ainda discorrem que
existem muitas semelhanças entre o quilombo africano e o brasileiro, e entre elas
está:
 
A)
o fato de que foi reconstruído pelos escravizados para se opor a uma estrutura
escravocrata.
B)
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o fato de ser uma estrutura meramente para esconder os escravos fugidos das
fazendas senhoriais.
C)
o fato de ser uma organização militar para o combate contra as formas de
governo colonial escravocrata.
D)
o fato de ser um lugar de encontro de escravos que se auxiliavam e se escondiam
para viverem de modo clandestino.
E)
o fato de ser um ponto de encontro onde os escravos fugidos eram ajudados a
seguir o seu caminho em direção a liberdade e a uma nova vida longe das
fazendas senhoriais.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A)

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