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1 
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MAGISTRATURA E MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAIS 
Alexandre Gialluca 
Direito Empresarial 
Aula 11 
 
 
ROTEIRO DE AULA 
 
 
1. Legislação aplicável 
 
a) Letra de cambio ou Nota Promissória: Decreto 57.663/66 (Lei uniforme de Genebra) 
 
b) Duplicata: Lei 5.474/68 
 
c) Cheque: Lei 7.357/85 
 
Art. 903 do CC/02: Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de 
crédito pelo disposto neste Código. 
 
- O Código Civil tem aplicação subsidiária no tocante aos títulos de crédito 
 
2. Princípios cambiários: 
 
a) Princípio da Cartularidade 
 
 
 
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“A expressão cartularidade advém do latim “chartula” (papel pequeno, pedaço de papel, escrito de pouca 
extensão), que remonta a ideia de papel, no sentido de que a apresentação do documento seria essencial para o 
exercício do direito.” (Marlon Tomazette) 
 
- O pedaço de papel que costumamos identificar como o título, materializa o crédito, representando-o. Por esta 
razão, o exercício de qualquer direito representado no título pressupõe a sua posse legítima, já que quem tem o 
título presume-se credor. 
 
- Não basta endossar para que o endossatário seja credor. É necessário a tradição da cártula de uma mão para 
outra. 
 
Art. 784 do NCPC: São títulos executivos extrajudiciais: 
 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
 
- Tal princípio encontra inúmeras aplicações, dentre elas, a exigência de apresentação do original para instruir 
ação executiva. A apresentação de cópia autêntica não garante que o apresentante seja o efetivo possuidor do 
título, ou seja, não garante que o mesmo tenha o direito de exigir o crédito consubstanciado no mesmo. 
 
- Além disso, quem paga o título deve exigir que o título lhe seja entregue, ou seja, inutilizado, a fim de evitar a 
circulação do crédito para terceiro de boa-fé, que terão o direito de cobrar-lhe a importância consignada no título. 
 
Art. 889, §3º do CC/02: O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em 
computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, 
observados os requisitos mínimos previstos neste artigo. 
 
- O Código Civil admitiu o título de crédito eletrônico. Um exemplo típico disso é a chamada duplicata virtual. O 
credor que tem a duplicata virtual não consegue protestar esse tipo de título da mesma forma que os títulos em 
geral, motivo pelo qual a Lei de Protestos permitiu a realização do chamado protesto por indicações. Nele, o 
credor preenche um documento indicando os dados essenciais do título e assina uma declaração atestando a 
veracidade destas, sob as penas da lei civil e penal. 
 
Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou pagamento. 
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 436, de 27.1.1969) 
 
 
 
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§ 1º Por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, o protesto será tirado, conforme 
o caso, mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou, ainda, por simples 
indicações do portador, na falta de devolução do título. 
 
Art. 8º Os títulos e documentos de dívida serão recepcionados, distribuídos e entregues 
na mesma data aos Tabelionatos de Protesto, obedecidos os critérios de quantidade e 
qualidade. 
 
Parágrafo único. Poderão ser recepcionadas as indicações a protestos das Duplicatas 
Mercantis e de Prestação de Serviços, por meio magnético ou de gravação eletrônica 
de dados, sendo de inteira responsabilidade do apresentante os dados fornecidos, 
ficando a cargo dos Tabelionatos a mera instrumentalização das mesmas. 
 
Exemplo: imagine que a Petrobrás fornece ao Posto de Gasolina “X” combustíveis e outros produtos, emitindo 
uma duplicata virtual. O posto, por sua vez, deixa de pagar a duplicata, podendo a Petrobrás realizar o protesto 
por indicação. Uma vez feito o protesto e persistente a situação de inadimplemento, a Petrobrás poderá propor 
ação de execução, instruindo a petição inicial com o boleto bancário emitido anteriormente para pagamento. Vale 
lembrar que a contratação de Bancos para intermediar relações desse gênero é muito comum, sendo função do 
Banco emitir o boleto enquanto forma de aviso de pagamento. 
 
Informativo nº 0467, STJ - aceitação a execução de duplicata virtual – STJ Terceira Turma EXECUÇÃO. DUPLICATA 
VIRTUAL. BOLETO BANCÁRIO. As duplicatas virtuais – emitidas por meio magnético ou de geração eletrônica – 
podem ser protestadas por indicação (art. 13 da Lei n. 5.474/1968), não se exigindo, para o ajuizamento da 
execução judicial, a exibição do título. Logo, se o boleto bancário que serviu de indicativo para o protesto retratar 
fielmente os elementos da duplicata virtual, estiver acompanhado do comprovante de entrega das mercadorias 
ou da prestação dos serviços e não tiver seu aceite justificadamente recusado pelo sacado, poderá suprir a 
ausência física do título cambiário eletrônico e, em princípio, constituir título executivo extrajudicial. Assim, 
a Turma negou provimento ao recurso. (REsp 1.024.691-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/3/2011). 
 
Enunciado nº 461 DA V JORNADA DE DIREITO CIVIL: “As duplicatas eletrônicas podem ser protestadas por 
indicação e constituirão título executivo extrajudicial mediante a exibição pelo credor do instrumento de protesto, 
acompanhado do comprovante de entrega das mercadorias ou de prestação de serviços”. 
 
Enunciado n° 462 DA V JORNADA DE DIREITO CIVIL: “Art. 889, § 3º: Os títulos de crédito podem ser emitidos, 
aceitos, endossados ou avalizados eletronicamente, mediante assinatura com certificação digital, respeitadas as 
exceções previstas em lei.”. 
 
 
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b) Princípio da literalidade (“o que não consta do título, não é considerado pelo Direito Cambiário”) 
 
• só tem eficácia para o direito cambiário o que está literalmente escrito no título de crédito. 
• o que não se encontra expressamente consignado no título de crédito não produz consequências na 
disciplina das relações jurídico-cambiais. 
• assegura certeza quanto á natureza, ao conteúdo e a modalidade de prestação prometida ou ordenada. 
• Impede que meros ajustes verbais possam influir no exercício do direito ali mencionado. 
 
- Não se deve dar aval; endosso ou termo de quitação em documento separado do título, ou ainda, verbalmente. 
Tudo deve constar do título. 
 
Súmula 387 do STF: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor 
de boa-fé antes da cobrança ou do protesto. 
 
- Tal princípio não se aplica integralmente à duplicata (Lei 5.474/68). 
 
• Na duplicata são admitidas: 
 
• Quitação em separado (Art. 9) 
• Compensação de valores não previstos no título (Art.10) 
 
c) Princípio da autonomia 
 
- As relações jurídico-cambiais são autônomas e independentes entre si. 
 
- Assim, o vício em uma das relações não atinge as demais obrigações assumidas no título. 
 
Ex.: o endosso ou o aval dado por pessoa incapaz não atinge as demais obrigações assumidas no título de crédito. 
 
- Em consequência, o portador que adquire o título de forma regular e em boa fé, é garantido pelo teor de seus 
direitos, ainda que possa haver vícios anteriores à circulação do 
 
 
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Ex.: assinatura de incapaz!!! 
 
• Inoponibilidade Exceções Pessoais a Terceiros de Boa-fé 
 
É o aspecto processual do princípio da autonomia, pois descreve as matérias que poderão ser arguidas como 
defesa pelo devedor. Dessa forma, uma pessoa que seja executada judicialmente em face de um título de crédito 
não poderá alegar matéria diversa daquela que não tenha relação direta com o exequente. 
 
Exemplo: imagine que “A” adquira de “B” um celular, emitindo em favor deste uma Nota Promissória no valor de 
R$ 1000,00 com vencimento para o dia 20/04/2020. Neste caso, se “A” nota que o celular estácom vários 
problemas e deseja devolver o celular, “B” pode recusar a devolução e, não obstante, executar a nota promissória. 
Em sua defesa na ação de execução, “A” pode apresentar uma exceção pessoal alegando a existência de um 
desacordo comercial. Todavia, é possível também que “B” transfira a Nota para um terceiro de boa-fé, recebendo 
determinado valor deste em troca. Nesta última hipótese, o terceiro tem direito ao crédito escriturado na nota, 
não sendo possível que “A” apresente exceção pessoal com base no desacordo havido em face do novo portador 
do título, dado que as relações são independentes entre si. A autonomia das relações faz com que a exceção 
pessoal possa ser apresentada apenas para o credor primitivo, jamais ao terceiro de boa-fé. Em resumo, quando 
a nota promissória é transferida ao terceiro de boa-fé ela se desvincula de sua relação causal, que é a compra e 
venda. 
 
• Abstração 
 
- O título de crédito se desvincula do negócio jurídico que lhe deu origem, isto é, questões relativas a esse negócio 
jurídico subjacente não têm o condão de afetar o cumprimento da obrigação do título de crédito. Não importa a 
origem do título, ele existe abstratamente, completamente desvinculado da relação originária. 
 
- O que autoriza a execução é exclusivamente o título e não a obrigação que o gerou. 
 
- O POSSUIDOR DE BOA-FÉ EXERCITA UM DIREITO PRÓPRIO QUE NÃO PODE SER RESTRINGIDO OU DESTRUÍDO 
PELAS RELAÇÕES OCORRIDAS ENTRE OS POSSUIDORES anteriores E O DEVEDOR 
 
 
 
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- Qualquer pessoa de boa-fé, que adquira a condição de credora do título de crédito, adquire um direito novo 
como se fosse um credor originário, não ocupando a posição do antigo credor. 
 
- Tal princípio é uma garantia de negociabilidade do título na medida em que a pessoa que o adquire não precisa 
saber se o credor anterior teria ou não direito de receber o valor do título. 
 
Súmula 233 do STJ: O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-corrente, 
não é título executivo. 
 
Súmula 247 do STJ: O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de 
débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória. 
 
Súmula 298 do STJ: “A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em 
razão da iliquidez do título que a originou” 
 
- A Súmula 298 do STJ foi editada para evitar a prática costumeira de troca de notas promissórias entre os Bancos, 
a qual era feita com o objetivo de se aproveitar do princípio da autonomia do título de crédito, impedindo que os 
devedores arguissem as exceções pessoais decorrentes do contrato a elas vinculados, dado que o banco que 
recebia a nota promissória era tido como 3º de boa-fé em relação ao devedor. Diante da edição da súmula, os 
bancos passaram a se utilizar do instrumento de confissão de dívida, sobretudo após as renegociações, o que foi 
entendido como hábil a ensejar ação de execução segundo o STJ. 
 
Súmula 300 do STJ: O instrumento de confissão de dívida, ainda que originário de contrato de abertura de crédito, 
constitui título executivo extrajudicial. 
 
(MPE-SP - 2015 - MPE-SP - Promotor de Justiça) No tocante aos títulos de crédito, assinale a alternativa correta. 
 
a) A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito goza de autonomia em razão da liquidez do 
título que originou. 
b) Como instituto típico do direito cambiário, o aval é dotado de autonomia substancial, de sorte que a sua 
existência, validade e eficácia não estão jungidas à da obrigação avalizada. 
c) A duplicata mercantil é exemplo típico de título não causal. 
 
 
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d) A omissão de qualquer requisito legal que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, implicará, por 
consequência, a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem. 
e) O título de crédito poderá ser reivindicado do portador que o adquiriu de boa-fé, desde que a transmissão 
tenha origem ilícita. 
 
Gabarito: B 
 
3. Conceito de Título de crédito 
 
Cesare Vivante – “título de crédito é o documento necessário (cartularidade) para o exercício do direito, literal 
(literalidade) e autônomo (autonomia) nele mencionado”. 
 
Art. 887, CC/02; “O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito, 
literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos 
da lei.” 
 
(TJ-SC - 2013 - TJ-SC - Juiz) Sobre os princípios básicos dos títulos de crédito, analise as proposições abaixo e 
assinale a alternativa correta: 
 
I. Pelo princípío da cartularidade, trazido na expressão “documento necessário ao exercício do direito”, o título de 
crédito é representado por uma cártula, documento sem o qual não poderá o devedor ser cobrado. 
II. Pelo princípio da literalidade o título tem sua existência regulada pelo teor de seu conteúdo, ou seja, em um 
escrito, e somente se leva em conta o que nele está estampado. 
III. A abstração importa na circulação do título sem qualquer ligação com a causa que lhe deu gênese. 
IV. O título de crédito é autônomo em virtude de que o seu possuidor, pouco importando se de boa-fé ou má-fé, 
exercita um direito próprio, o qual não pode sofrer empecilhos frente a adredes relações reinantes entre os 
anteriores possuidores e a parte devedora. 
 
a) Somente as proposições I e IV estão corretas. 
b) Somente as proposições II, III e IV estão corretas. 
c) Somente as proposições II e III estão corretas. 
d) Somente as proposições I, II e III estão corretas. 
e) Todas as proposições estão corretas. 
 
 
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(MPE-PI - CESPE - 2019 - Promotor de Justiça Substituto) O Código Civil estabelece como título de crédito o 
documento necessário ao exercício literal e autônomo nele contido, somente produzindo efeito quando 
preenchidos os requisitos previstos em lei. Com referência a esse conceito e aos princípios que tratam dos títulos 
de crédito, é correto afirmar que: 
 
a) documento necessário se refere ao princípio da literalidade, pelo qual o cumprimento do direito expresso no 
documento só se faz com a sua apresentação. 
b) O princípio da cartularidade pode ser relativizado quando o credor receber o título de crédito em fotocópia, 
desde que devidamente autenticada em cartório. 
c) o princípio da autonomia preconiza que, para que o crédito possa circular, a obrigação representada pelo título 
não dependa de mais nada do que esteja escrito no documento, desvinculando-se o negócio jurídico inicialmente 
firmado da cártula originada. 
d) os títulos de crédito não estão sujeitos a outros princípios ou requisitos jurídicos inespecíficos, bastando que 
atendam aos requisitos de validade previstos em lei. 
e) a legislação, além da literalidade de uma cártula, permite, em regra, que outros elementos constem no título 
de crédito, desde que expressamente escritos, como 
 
4. Características 
 
4.1 – Negociabilidade 
 
- O título de crédito é estruturado de forma a ser negociável, isto é, facilitar a circulação do título. 
 
4.2 – Bens móveis (arts. 82 a 84 do CC) 
 
4.3 - Executividade – art. 784 do NCPC 
 
5. Classificação 
 
5.1. Quanto ao modelo: 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-pi
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-mpe-pi-promotor-de-justica-substituto
 
 
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a) Vinculado: é aquele cuja forma/formatação, deve observar uma rígida padronização fixada pela legislação 
cambiária. 
 
Exemplo: cheque, duplicata, etc... 
 
b) Livre: é aquele para o qual a lei não estabelece uma padronização obrigatória. 
 
Exemplo: nota promissória 
 
5.2. Quanto à sua estrutura 
 
a) Ordem de pagamento 
 
• Aquele que dá a ordem 
• Aquele que recebe a ordem (destinatário) 
• Tomador/beneficiário 
 
Exemplo: cheque, duplicata, letra de câmbio,etc... 
 
b) Promessa de pagamento 
 
• Promitente (quem faz a promessa) 
• Tomador Beneficiário (beneficiado pela promessa) 
 
Exemplo: nota promissória. 
 
5.3. Quanto às hipóteses de emissão: 
 
a) CAUSAL: é aquele que somente pode ser emitido nas hipóteses definidas em lei. 
 
Exemplo: a duplicata, por exemplo, é causal, já que ela só pode ser emitida quando se verificarem uma de suas 
duas causas, a saber, (i) a compra e venda mercantil ou a (ii) prestação de serviços. 
 
 
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b) Não CAUSAL/ABSTRATO: é aquele cuja emissão não está vinculada a nenhuma causa preestabelecida em lei 
 
Exemplo: cheque 
 
(VUNESP – JUIZ SUBSTITUTO - TJ/SP- 2017) Qual dos títulos de crédito a seguir é necessariamente causal? 
 
(A) O cheque. 
(B) A promissória. 
(C) A letra de câmbio. 
(D) A duplicata. 
 
Gabarito: D 
 
5.4. Quanto à sua circulação 
 
a) Ao portador: é aquele que não identifica o beneficiário. O titulo ao portador circula por mera tradição, sendo 
esta suficiente para realizar a transferência do título ao portador da esfera jurídica de uma pessoa para a da outra. 
 
ATENÇÃO: desde a Lei 8021/1990, não se admite mais títulos ao portador, EXCETO se com previsão expressa em 
lei especial. 
 
b) Nominal: é aquele que identifica o beneficiário. E pode ser: 
 
b.1. Nominal à ordem: é necessário tradição e endosso para que a transferência seja realizada. 
 
b.2. Nominal não à ordem: a transferência se dá por meio da tradição e da cessão civil. 
 
 
 
 
 
 
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- Havendo omissão, a presunção é de que o título é nominal à ordem. Se o desejo é que o título não seja à ordem, 
deve haver cláusula não a ordem expressa. 
 
(CESPE – JUIZ SUBSTITUTO –TJ/PR -2017) O ato cambiário pelo qual o credor transmite a outrem seus direitos 
sobre título nominal à ordem é denominado 
 
(A) aceite. 
(B) aval. 
(C) endosso. 
(D) cessão civil de crédito. 
 
Gabarito: C 
 
b.2. Nominativo (art. 921 do CC/02) 
 
“Art. 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro 
do emitente.” 
 
- O nome do beneficiário não está no título, mas deve estar no registro do emitente. 
 
- A distinção está justamente no termo de cessão ou transferência que se faz em outro documento, enquanto os 
á ordem se transferem pelo mero endosso, que é a colocação da assinatura no verso, não se impondo que se 
refira a quem é cedido. 
 
- Diferentemente do título nominal, o nominativo não requer que se decline o nome da pessoa a quem se destina, 
sendo suficiente o mero registro no livro do emitente. 
Endosso Cessão civil 
Quem endossa o título, responde pelo 
pagamento desse título, isto é, pela 
sua solvência. 
Quem transfere por cessão civil não 
responde pelo pagamento do título. 
 
 
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Ex.: bônus do tesouro, apólices públicas, etc... 
 
(MPAL – FCC – 2012 – PROMOR DE JUSTIÇA) A circulação dos títulos de crédito à ordem se dará 
 
(A) por endosso, que não pode ser cancelado e independentemente da tradição do título. 
(B) apenas por endosso em preto. 
(C) pela aposição de aval. 
(D) por endosso, completando-se a transferência com a tradição do título. 
(E) pela simples tradição, uma vez que o título se considera coisa móvel. 
 
Gabarito: D 
 
6. Endosso 
 
- É o ato pelo qual o credor de um título de crédito à ordem transmite o direito ao valor constante do título a outra 
pessoa, sendo acompanhado da tradição da cártula, que transfere a posse desta. 
 
6.1. Efeitos 
 
(i) Transferência da titularidade do crédito do endossante para o endossatário, o qual passa a ser credor 
do título. 
(ii) O endossante se tornará codevedor/coobrigado do título de crédito. A Lei do Cheque, bem como 
outras legislações especiais trazem essa regra. O Código Civil, por outro lado, dispõe de modo diverso 
em seu Art. 914, como se vê: 
 
Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso, não 
responde o endossante pelo cumprimento da prestação constante do título. 
 
- Logo, para o Código Civil, o endossante não responde pela solvência do título. 
 
6.2. Como se dá o endosso 
 
- O endosso se dá por meio de uma simples assinatura no verso do título. 
 
 
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• É possível endosso no anverso do título (em frente)? 
 
Sim. Neste caso, porém, é necessário não apenas a assinatura, mas também uma expressão identificadora 
(Exemplo: endossa a .....; pague-se a ...., dentre outras). 
 
6.3. Endosso 
 
a) em branco: não identifica o endossatário 
 
b) em preto: tem identificação do endossatário 
 
6.4. Endosso parcial 
 
- O endosso parcial é aquele no qual o credor transfere apenas parte do título. Como o endosso se aperfeiçoa com 
a tradição, o endosso parcial é impossível do ponto de vista prático. Não há como rasgar o título e entregar ao 
endossatário metade. 
 
- Conforme o art. 12 do DL 57.663: é nulo, não se admitindo o endosso parcial. 
 
6.5. Endosso sem data 
 
- Quando inexiste data: presunção de que o endosso foi dado antes do protesto. 
 
6.6. O endosso póstumo 
 
- Também chamado de endosso tardio, o endosso póstumo é aquele que, sendo dado após o vencimento do título 
protestado ou quando o prazo para o protesto já expirou, tem efeito de mera cessão civil. Ou seja, aquele que 
transfere o título na condição de endosso póstumo, não responde pelo pagamento. 
 
- Quando um título está vencido, é possível o endosso. Por outro lado, se além de vencido, o título foi protestado 
ou expirou o prazo para protesto, o endosso pode ser dado, mas não operará os seus efeitos regulares enquanto 
 
 
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endosso, produzindo apenas os efeitos inerentes a mera cessão civil. A ideia é facilitar a negociação de títulos de 
crédito nestas condições, sobretudo no caso das empresas de cobrança. São os chamados “títulos podres.” 
 
6.7. Endosso sem garantia - Art. 15 do Dec. 57.663/66 
 
Art. 15 - O endossante, salvo cláusula em contrário, é garante tanto da aceitação como 
do pagamento da letra. 
 
- O endossante pode proibir um novo endosso, e, neste caso, não garante o pagamento as pessoas a quem a letra 
for posteriormente endossada. O endossante, portanto, não responde pela solvência neste caso. 
 
6.8. Cláusula proibitiva de endosso 
 
- O portador do título que resolver endossá-lo poderá proibir que o endossatário efetue novo endosso. Tendo em 
vista que o endossante por ser codevedor poderá responder por eventual inadimplência de futuros e posteriores 
endossatários, com a inclusão desta cláusula, o endossante ao proibir novo endosso, não garante o pagamento as 
pessoas a quem a letra for posteriormente endossada. 
 
(TJ-SC - CESPE - 2019 - Juiz Substituto) Determinado título de crédito foi emitido com eficácia sujeita às normas 
previstas no Código Civil, não sendo aplicável, na espécie, nenhuma norma especial. A respeito desse título, é 
correto afirmar que será possível a realização do: 
 
a) aval, que será válido com a simples assinatura do avalista no anverso do título. 
b) endosso, que deverá ser dado exclusivamente no anverso do título. 
c) endosso, na forma parcial. 
d) aval, na forma parcial. 
e) endosso condicional e o aval cancelado. 
 
6.9. Modalidades de endosso 
 
a) Endosso (próprio) translativo 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-sc
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-tj-sc-juiz-substituto
 
 
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b) Endosso impróprio: no endosso impróprio não há transferência do crédito. A ideia é legitimar a posse de 
terceiro em relação ao título. 
 
• Endosso-mandato: é a cláusula cambiária pela qual o endossante constitui o endossatário seu mandatário 
para a prática de todos os atos necessários ao recebimento da soma cambiária, e para tal lhe transfereo 
exercício de todos os direitos de correntes do título. No geral, o endossante-mandante é o portador do 
título, o qual transfere a posse legítima do título a uma empresa de cobrança. Essa empresa, na condição 
de endossatária-mandatária realiza a cobrança do crédito de titularidade do endossante, já que este não 
detém expertise para tanto. 
 
Exemplo de cláusula: “endosso em mandato”; endosso por procuração; “endosso para cobrança”, etc... 
 
• Endosso-caução: consubstancia penhor dos direitos dele decorrentes em garantia de obrigação de 
natureza contratual contraída pelo portador perante terceiro 
 
Exemplo de cláusula: “endosso em caução”; “endosso em garantia”, etc... 
 
Art. 917. A cláusula constitutiva de mandato, lançada no endosso, confere ao 
endossatário o exercício dos direitos inerentes ao título, salvo restrição expressamente 
estatuída. 
 
§ 1º O endossatário de endosso-mandato só pode endossar novamente o título na 
qualidade de procurador, com os mesmos poderes que recebeu. 
 
§ 2º Com a morte ou a superveniente incapacidade do endossante, não perde eficácia o 
endosso-mandato. 
 
§ 3º Pode o devedor opor ao endossatário de endosso-mandato somente as exceções 
que tiver contra o endossante. 
 
Súmula 476 do STJ: O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos decorrentes 
de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário. 
 
Art. 918. A cláusula constitutiva de penhor, lançada no endosso, confere ao endossatário 
o exercício dos direitos inerentes ao título. 
 
 
 
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§ 1º O endossatário de endosso-penhor só pode endossar novamente o título na 
qualidade de procurador. 
 
7. Aval 
 
7.1. Conceito 
 
- É o ato cambiário decorrente de uma manifestação unilateral de vontade pela qual uma pessoa física ou jurídica, 
denominada avalista, se compromete a pagar título de crédito nas mesmas condições que um devedor ou 
codevedor do título (avalizado). Por isso, é usual denominar o avalista de garantidor da obrigação e entender o 
aval como instrumento de reforço de pagamento. 
 
7.2. Como se dá aval 
 
- O endosso pode ser dado no verso, com uma simples assinatura, e no anverso, com assinatura acompanhada de 
expressão identificadora. 
 
- O aval é o contrário do endosso, podendo ser dado com uma simples assinatura no anverso, e no verso, com a 
assinatura acompanhada de expressão identificadora (Exemplo: com aval a ...; avalizo a ...; dentre outras). 
 
7.3. Formas de aval 
 
a) Em branco: não identifica o avalizado; 
 
b) Em preto: tem identificação do avalizado 
 
7.4. Aval total, e aval parcial. É possível o aval parcial? 
 
- A Lei Especial que trata da matéria afirma ser perfeitamente possível o aval parcial. O problema é que o Código 
Civil proíbe o aval parcial no Art. 897, parágrafo único. Por isso, deve-se ter atenção nas provas de concurso a qual 
diploma legal o enunciado faz alusão. 
 
 
 
 
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7.5. Aval posterior ao vencimento 
 
- Mesmo após de vencido o título e protestado, é possível dar aval. O efeito do aval dado após o vencimento é o 
mesmo do aval dado em título ainda não vencido. 
 
 7.6. Diferença entre aval e fiança 
 
 
 
Art. 1.647 do CC: Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem 
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: 
 
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
 
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; 
 
III - prestar fiança ou aval; 
 
Aval Fiança 
 
Só pode se dar nos títulos de créditos 
 
 
Só pode se dar em contrato 
 
Autônomo 
 
Obs.: Em razão dessa autonomia, ainda que o 
avalizado tenha uma falência, incapacidade ou morte, 
o avalista continua responsável 
 
 
 
 
Acessório 
 
Não tem benefício de ordem 
 
 
Tem benefício de ordem 
 
 
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IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam 
integrar futura meação. 
 
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou 
estabelecerem economia separada. 
 
• INFORMATIVO 0604 STJ – 21/06/2017 
 
A discussão se situa em torno da interpretação do art. 1.647, inciso III, do CC/2002, a estabelecer o 
consentimento conjugal como requisito de validade do aval, quando o avalista for casado em outros regimes que 
não o da separação absoluta. Não obstante a literalidade dos artigos 1.647, inciso II e 1.649 do Código Civil levar 
ao entendimento no sentido da nulidade do aval prestado sem a devida outorga conjugal, recentemente a Quarta 
Turma desta Corte Superior, no julgamento do REsp 1.633.399-SP, sob a relatoria do Min. Luis Felipe Salomão, 
propôs interpretação diferenciada desses enunciados normativos em relação àquela que vinha se desenvolvendo. 
Sobrelevaram-se, especialmente, as características imanentes dos institutos do direito cambiário, dentre os quais 
se insere o aval, fazendo-se, ainda, predominar a norma do art. 903 do CC/2002, com a aplicação subsidiária das 
normas do Código Civil aos títulos de crédito regulados por leis especiais. 
Com efeito, no sistema cambiário, voltado à segurança das negociações, o título, em regra, está fadado à 
circulação, podendo colocar, frente a frente, credor e devedor (portador e emitente/sacador) que, no mais das 
vezes, não se ligam por atos negociais, senão eminentemente cambiários, o que impossibilita, sobremaneira, 
qualquer investigação acerca das particularidades dos negócios anteriores, razão, aliás, da vedação legal da 
possibilidade de os devedores suscitarem defesa que pertina a terceiros contra portadores de boa-fé, ou seja, 
defesa alheia àqueles com quem estão diretamente ligados, incluindo-se, aqui, também os garantes, avalistas da 
cadeia de endossos que se poderá estabelecer, característica que decorre da abstração e autonomia. Bem se vê 
que o aval mais ainda se distancia das peculiaridades do negócio que subjaz, pois ele próprio é autônomo em 
relação ao crédito consubstanciado no título que, por sua vez, é autônomo em face da relação jurídica subjacente. 
Nesse sentido, a submissão da validade do aval à outorga do cônjuge do avalista compromete, 
sobremaneira, a garantia que decorre do instituto, enfraquecendo os próprios títulos de crédito, tão aptos à 
circulação em face de sua tranquila aceitação no mercado, tranquilidade essa a decorrer das garantias que 
dimanam de suas características e dos institutos cambiários que os coadjuvam, como o aval. Assim, a 
interpretação do art. 1647, inciso III, do CCB que mais se concilia com o instituto cambiário do aval e, pois, às 
peculiaridades dos títulos de crédito é aquela em que as disposições contidas no referido dispositivo hão de se 
aplicar aos avais prestados nos títulos de crédito regidos pelo próprio Código Civil (atípicos), não se aplicando aos 
títulos de crédito nominados (típicos) regrados pelas leis especiais, que, atentas às características do direito 
 
 
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cambiário, não preveem semelhante disposição, pelo contrário, estabelecem a sua independência e autonomia 
em relação aos negócios subjacentes. Por fim, salienta-se que a presente modificação de entendimento resulta 
na pacificação do tema perante a Terceira e Quarta Turmas do Superior Tribunal de Justiça. 
 
REsp 1.526.560-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, por unanimidade, julgado em 16/3/2017, DJe 
16/5/2017

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