Buscar

Osteoporose

Prévia do material em texto

Osteoporose
- A osteoporose é uma doença caracterizada por diminuição da massa óssea e deterioração na micro arquitetura do tecido ósseo, levando à fragilidade mecânica e consequente predisposição a fraturas, com trauma mínimo, e dor.
- REMODELAÇÃO ÓSSEA: osteoclastos (reabsorção óssea) e osteoblastos (síntese óssea). 
EPIDEMIOLOGIA
- as tendências demográfica são de envelhecimento e as fraturas osteoporóticas ocorrem muito mais frequentemente entre as mulheres (71% de todos os casos) do que nos homens e o grupo de mulheres de 65 anos ou mais foram as mais afetadas (74%) na população feminina.
- Nas mulheres, a densidade (ou massa) óssea aumenta progressivamente até cerca dos 30 anos, quando os ossos são mais fortes. Depois desse período, a densidade óssea diminui gradualmente. A taxa de perda óssea se acelera após a menopausa, que ocorre em média em torno dos 51 anos.
FATORES DE RISCO
OSTEOPOROSE PRIMÁRIA
- Mais de 95% da osteoporose em mulheres e, provavelmente, cerca de 80% em homens, é primária.
- Uma das principais causas da osteoporose é a falta de estrogênio, particularmente a redução rápida que ocorre na menopausa.
- baixos níveis de estrogênio estão associados com a osteoporose em homens e mulheres.
- A deficiência de estrogênio aumenta a degradação óssea e resulta em rápida perda óssea.
- A perda óssea é ainda maior se os níveis de ingestão de cálcio ou de vitamina D forem baixos.
- o aumento da atividade das glândulas paratireoides faz com que secretem hormônio da paratireoide em excesso, que também pode estimular a decomposição dos ossos.
- determinados medicamentos, uso de tabaco, consumo excessivo de álcool, histórico familiar de osteoporose (por exemplo, se o pai ou a mãe da pessoa sofreu fraturas de quadril) e estatura corporal pequena, aumentam o risco de perda óssea e o desenvolvimento de osteoporose principalmente em mulheres.
OSTEOPOROSE SECUNDÁRIA
- Menos de 5% dos casos de osteoporose em mulheres e cerca de 20% em homens são secundários.
- podem causar osteoporose secundária: doença renal crônica e distúrbios hormonais (especialmente doença de Cushing, hiperparatireoidismo, hipertireoidismo, hipogonadismo, níveis elevados de prolactina e diabetes mellitus). Certos tipos de câncer, como mieloma múltiplo, podem causar osteoporose secundária e outras doenças, como a artrite reumatoide, podem também causar.
- medicamentos que podem causar osteoporose secundária são progesterona, corticosteroides, hormônios da tireoide, certos quimioterápicos e anticonvulsivantes.
- O consumo excessivo de álcool ou de cafeína e o tabagismo podem contribuir para a osteoporose.
OSTEOPOROSE IDIOPÁTICA
- é um tipo raro de osteoporose.
- Esse tipo de osteoporose ocorre em mulheres na pré-menopausa, em homens com menos de 50 anos e em crianças e adolescentes que têm níveis normais de hormônios, níveis normais de vitamina D e nenhuma razão óbvia para terem ossos fracos.
SINTOMAS
- No início, a osteoporose não causa sintomas, pois a perda da densidade óssea ocorre muito gradualmente.
- quando a osteoporose causa a quebra de ossos (fraturas), as pessoas podem sentir dor dependendo do tipo de fratura. As fraturas tendem a consolidar lentamente em pessoas com osteoporose e podem resultar em deformidades, como uma coluna encurvada.
- Nos ossos longos, como os ossos dos braços e das pernas, a fratura ocorre normalmente nas extremidades dos ossos.
- Os ossos da coluna vertebral (vértebras) estão particularmente em risco de fratura. Essas fraturas ocorrem geralmente no meio ou na parte inferior das costas.
- Fraturas por compressão vertebral podem
ocorrer em pessoas com qualquer tipo de osteoporose. São as fraturas mais comuns relacionadas à osteoporose. As vértebras enfraquecidas podem quebrar espontaneamente ou após uma pequena lesão. A maioria não causam dor. Pode se desenvolver dor, que, geralmente, começa repentinamente, permanece em uma determinada área das costas e piora quando a pessoa se levanta ou anda. A área pode fica sensível. Normalmente, a dor e a sensibilidade começam a desaparecer gradualmente após uma semana. Se várias vértebras quebrarem, uma curvatura anormal da coluna vertebral (corcunda de viúva) pode se desenvolver, causando tensão muscular e dor, bem como deformidade.
- Fraturas por fragilidade são fraturas que resultam de uma queda ou de um esforço relativamente pequeno, como uma queda da altura em pé ou menos, incluindo cair da cama, que normalmente não causaria a fratura de um osso saudável. Geralmente ocorrem na parte superior do osso do antebraço (rádio), parte superior do osso da coxa (fêmur), coluna vertebral (fraturas por compressão vertebral) e proeminência óssea (trocânter) na extremidade superior do osso da coxa.
- A fratura de quadril é uma das fraturas mais sérias, uma das principais causas de incapacidade e perda de independência em idosos. As fraturas de pulso ocorrem com frequência, especialmente em pessoas com osteoporose pós-menopausa.
- Pessoas que tiveram uma fratura em que a osteoporose havia sido um fator correm um risco muito maior de terem mais dessas fraturas.
- Fraturas do nariz, costelas, clavícula e ossos dos pés não são consideradas fraturas relacionadas a
osteoporose.
DIAGNÓSTICO
- O médico pode solicitar o exame de densidade óssea, o nível de vitamina D e exames para causas de osteoporose secundária.
- pode suspeitar de osteoporose nas seguintes pessoas:
	• Todas as mulheres com 65 anos ou mais
• Mulheres entre a menopausa e 65 anos que apresentam fatores de risco para osteoporose
• Todos os homens e mulheres que tiveram uma fratura anterior causada por pouca ou nenhuma força, mesmo que a fratura tenha ocorrido quando jovem
• Adultos com idade a partir de 65 anos com dores nas costas ou perda de, pelo menos, cerca de 3 centímetros de altura do corpo sem explicação
• Pessoas cujos ossos parecem fino na radiografia ou cuja radiografia mostre fraturas por compressão vertebral
• Pessoas com risco de desenvolver osteoporose secundária
- > Exame de densidade óssea:
- utilizado para detectar ou confirma a suspeita de osteoporose, mesmo antes de ocorrer uma fratura.
- resultados de testes de triagem rápida devem ser confirmados com DXA convencional, que mede a densidade óssea na coluna e no quadril, que são os locais com maior probabilidade de ocorrerem fraturas importantes.
- indolor, envolve muito pouca radiação e pode ser realizado em cerca de 10 a 15 minutos.
- pode ser útil para monitorar a resposta ao tratamento, bem como para se fazer o diagnóstico.
- também pode revelar osteopenia, um quadro clínico no qual a densidade óssea está diminuída, mas não tão intensamente como na osteoporose.
- A definição de osteoporose da OMS baseia-se nos resultados de DMO por DXA (absorciometria de raios-x de dupla energia).
- Os valores de DMO habitualmente são expressos sob a forma de T-score (comparação com um grupo jovem do mesmo género) e de Z-score (comparação com um grupo da mesma idade e género). COMO USAR? T-score: Homens >= 50 anos e mulheres pós-menopausa ou na transição menopausal. Z-score: Homens =< 50 anos, mulheres no menacme e crianças e adolescentes.
- > Radiografia simples:
- Os ossos mostram radiodensidade diminuída e perda da estrutura trabecular, porém não até que cerca de 30% do osso tenha sido perdido.
- são importantes para documentar as fraturas decorrentes da perda óssea.
- Perda da altura corporal vertebral e maior biconcavidade caracterizam as fraturas por compressão vertebral.
- Em ossos longos a superfície do periósteo permanece lisa. 
- Radiografia simples da coluna vertebral devem ser consideradas em pacientes mais velhos com lombalgia e sensibilidade localizada na coluna vertebral.
- O hiperparatireoidismo pode ser diferenciado quando produz reabsorção subperióstea ou lesões ósseas císticas (raramente).
- A osteomalácia pode produzir anormalidades em raios X e densitometria similares às da osteoporose.
- Na osteoporose, há diminuição da massa óssea com taxa normal de mineral ósseo na matriz óssea. Já na osteomalacia, a taxa de mineralósseo na matriz óssea é mais baixa.
- > Outros exames:
- Uma avaliação das causas secundárias da perda óssea deve ser considerada para um paciente com um classificação Z = -2,0 ou se houver suspeita clínica de causa secundária de perda óssea secundária.
- Testes laboratoriais devem incluir: 
• Cálcio, magnésio e fósforo séricos
• Nível de 25-hidroxi-vitamina D
• Provas da função hepática, para identificar diminuição da fosfatase alcalina (hipofosfatasia)
• Níveis de PTH (hiperparatireoidismo)
• Níveis séricos de testosterona nos homens (hipogonadismo)
• Dosagem de cálcio e creatinina em urina de 24 h (hipercalciúria)
- Outros testes como hormônio estimulante da tireoide ou toxina livre afim de verificar os níveis de hipertireoidismo, medições de urina livre, cortisol, hemogramas e outros testes para descartar câncer, especialmente mieloma (p. ex., eletroforese de urina e proteína séricas), devem ser considerados com base na apresentação clínica.
- Os pacientes com perda ponderal devem ser testados para distúrbios gastrintestinais (p. ex., má absorção, doença celíaca e doença intestinal inflamatória), bem como câncer.
- biópsia óssea é reservada para os casos incomuns (p. ex., pacientes jovens com fraturas de fragilidade e sem nenhuma causa aparente, pacientes com doença renal crônica e que podem ter outros distúrbios ósseos, pacientes com níveis persistentemente muito baixos de vitamina D com suspeita de osteomalacia).
PREVENÇÃO
- Medidas preventivas são recomendadas para qualquer pessoa com perda óssea ou que tenha fatores de risco para a perda óssea, independentemente de terem tido ou não uma fratura por osteoporose.
- Gerenciar os fatores de risco (por exemplo, parar de fumar e evitar o consumo exagerado de bebidas alcoólicas e cafeína).
- Consumir quantidades adequadas de cálcio e vitamina D.
- Praticar exercícios com suporte de peso (como fazer caminhadas, subir escadas ou levantamento de peso).
- Tomar determinados medicamentos (para certas pessoas).
- Modificar o ambiente familiar por segurança e trabalhar com um fisioterapeuta para desenvolver um programa de exercícios pode ajudar.
- Exercícios de fortalecimento, incluindo fortalecimento do tronco (“core”), podem ajudar a melhorar o equilíbrio.
TRATAMENTO
- envolve garantir a ingestão adequada de cálcio e vitamina D e fazer exercícios com suporte de peso (como caminhar, subir escadas ou treinamento com pesos).
- Cálcio e vitamina D: cálcio e vitamina D, é útil, especialmente antes de a densidade óssea máxima ser atingida (cerca de 30 anos de idade), mas também após esse período. A vitamina D ajuda o corpo a absorver cálcio.
- Exercícios com suporte de peso: caminhar e subir escadas, aumenta a densidade óssea. Exercícios que não envolvem suporte de peso, como natação, não aumentam a densidade óssea, mas aumentam a força do tronco (“core”) e o equilíbrio, e reduzem o risco de quedas. Cerca de 30 minutos de exercícios de sustentação de peso por dia. Um fisioterapeuta pode desenvolver um programa de exercícios que seja seguro para
minimizar o risco de quedas e de fraturas vertebrais.
- > Medicamentos:
- tanto para prevenção como para tratamento.
- Bifosfonatos: (alendronato, risedronato, ibandronato e ácido zoledrônico) 
. são úteis na prevenção e tratamento de todos os tipos de osteoporose e geralmente são os primeiros medicamentos utilizados. 
. Reduzem o turnover ósseo e, assim, reduzem a perda óssea e o risco de fraturas.
. O alendronato e o risedronato podem ser administrados pela boca (por via oral).
. O ácido zoledrônico pode ser administrado pela veia (por via intravenosa).
. O ibandronato pode ser tomado por via oral ou por via intravenosa.
. O bifosfonato oral deve ser tomado em jejum com um copo cheio de água (240 ml) logo após a pessoa despertar pela manhã. Nenhum outro alimento, bebida ou medicamento deve ser consumido por 30 a 60 minutos após o bifosfonato ser tomado, pois os alimentos no estômago podem diminuir a absorção do medicamento.
. a pessoa não deve se deitar por, pelo menos, 30 minutos (60 minutos para o ibandronato) depois de tomar uma dose.
. as seguintes pessoas não devem tomar bifosfonatos: • Mulheres grávidas ou que estejam amamentando; • Pessoas que têm baixos níveis de cálcio no sangue; • Pessoas que têm doença renal grave.
- Calcitonina: 
. inibe a decomposição óssea. 
. Pode ser usado no tratamento, mas não é prescrito com frequência. Não foi provado que a calcitonina diminua o risco de fraturas, mas pode ajudar a aliviar a dor causada pelas fraturas vertebrais.
. geralmente é administrada através de um spray nasal. Seu uso pode diminuir os níveis sanguíneos de cálcio, assim, esses níveis devem ser monitorados.
- Terapia hormonal: 
	. ajuda a manter a densidade óssea em mulheres e pode ser usada para prevenção ou tratamento.
	. é mais eficaz quando iniciada em até quatro a seis anos após a menopausa.
	. como os riscos da terapia hormonal podem exceder seus benefícios para muitas mulheres, em geral, a terapia hormonal não é a opção de tratamento utilizada.
- Raloxifeno: 
	. medicamento semelhante ao estrogênio, que pode ser útil na prevenção e tratamento da perda óssea, mas não tem alguns dos efeitos colaterais negativos do estrogênio.
	. utilizado em pessoas que não podem ou preferem não tomar bifosfonatos.
	. pode reduzir o risco de fraturas vertebrais e pode reduzir o risco de câncer de mama invasivo.
- Denosumabe: 
	. previne a perda óssea.
	. administra do como uma injeção sob a pele em um consultório médico duas vezes ao ano.
	. muito raramente causa osteonecrose da mandíbula e pode aumentar o risco de desenvolver fraturas incomuns no osso da coxa.
	. é mais seguro do que os bifosfonatos para pessoas com doença renal crônica.
	. parar esse medicamento pode causar perda da densidade óssea e pode aumentar o risco de fraturas vertebrais.
- Agentes anabólicos ((teriparatida e abaloparatida): 
	. aumentam a formação de osso novo, aumentam a densidade óssea e diminuem a probabilidade de fraturas.
	. usada em algumas pessoas que: • Desenvolvem perda óssea significativa ou novas fraturas durante o tratamento com um bifosfonato; • Não podem tomar bifosfonatos; • Têm osteoporose excepcionalmente grave ou muitas fraturas (especialmente fraturas vertebrais); • Têm osteoporose causada devido ao uso de corticosteroides.

Continue navegando

Outros materiais