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Slides de Aula - Unidade II - Psicologia Construtivista

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Unidade II
PSICOLOGIA CONSTRUTIVISTA
Profa. Dra. Mônica Cintrão França Ribeiro
Ementa
 Estudo da teoria do desenvolvimento 
psicológico de Jean Piaget (1896-1980) e 
de seus desdobramentos nas dimensões 
socioafetivas e psicossociais ao longo 
da infância e adolescência.
Unidade I
 O Construtivismo de Jean Piaget: 
vida e obra; noção de inteligência; 
principais conceitos.
 Afetividade e Interação social em Piaget: 
a importância da afetividade e o papel da 
interação social.
 O desenvolvimento cognitivo 
segundo Piaget: 
sensório-motor (0 a 2 anos); pré-
operatório (2 a 6 anos); operatório 
concreto (7 a 11 anos); operatório 
formal (12 a 15 anos).
Unidade II
 O Método Clínico de Piaget: 
fundamentos históricos e metodológicos; 
procedimentos do experimentador; 
respostas e reações dos sujeitos; 
provas operatórias.
 O Jogo em uma perspectiva 
psicogenética: jogo de exercício; jogo 
simbólico; jogo de construção; 
jogo de regras.
 O Desenho em uma perspectiva 
psicogenética: 
desenho segundo Luquet; o desenho 
segundo Lowenfeld.
Método clínico de Piaget
Avaliação da inteligência:
 Abordagem psicométrica.
 Abordagem psicogenética.
Abordagem psicométrica
 Alfred Binet (1857-1911)
 Theodore Simon (1872-1961)
 Psicólogos que elaboram em 1905 o 
primeiro teste de inteligência - Quociente 
Intelectual (QI).
Abordagem psicométrica
 David Wechsler (1896-1981).
 Psicólogo americano que em 1939 
elabora os testes: Escala de Inteligência 
para Crianças (WISC) e a Escala de 
Inteligência para Adultos (WAIS).
Abordagem psicométrica
Objetivos
 Mensuração das habilidades mentais.
 Aplicação dos testes é feita por meio do 
controle de variáveis ambientais, rapport
com o examinador, controle por meio de 
um manual com: perguntas específicas a 
serem feitas, respostas padronizadas a 
serem dadas pelo sujeito e controle do 
tempo (cronômetro). 
 Para que não haja interferência no 
desempenho do sujeito é necessário, 
portanto, a padronização do material e o 
controle do ambiente.
Abordagem Psicogenética
Jean Piaget (1896-1980)
Método clínico
 Piaget utilizou o método clínico como 
método de investigação e elaborou 
provas operatórias em uma abordagem 
psicogenética (avaliação dos processos 
de desenvolvimento da inteligência).
Abordagem psicogenética
Objetivo
 O método clínico de Piaget tem como 
pressuposto uma avaliação da 
inteligência a partir de uma abordagem 
psicogenética (avaliação dos processos 
de desenvolvimento da inteligência), que 
difere da maneira mais tradicional 
utilizada em psicologia, à abordagem 
psicométrica (avaliação ou quantificação 
das respostas corretas dadas pelo 
sujeito ao exame). 
Abordagem psicogenética
Objetivo
 O objetivo do método clínico piagetiano 
é compreender como o sujeito pensa, 
resolve situações-problema e de 
que maneira responde às 
questões elaboradas. 
 O enfoque está na compreensão de 
como e quando o sujeito utiliza 
determinado conhecimento e no 
processo que o leva a dar 
uma determinada resposta. 
 Portanto, a resposta “errada” pode ser 
uma forma de raciocínio do sujeito em 
determinado momento de seu 
desenvolvimento e isso deve 
estar bem claro para o adulto. 
Método clínico
 O investigador, nessa perspectiva, está 
interessado em compreender o processo 
que leva um sujeito a esta ou àquela 
resposta. 
 Para isso deve ter amplo conhecimento 
da teoria piagetiana, que irá nortear as 
perguntas que irá fazer, bem como a 
maneira como irá avaliar as respostas 
dadas pela criança.
Método clínico
 Entrevistas puramente verbais e também 
apresenta situações-problema com 
materiais concretos, a fim de possibilitar 
ao sujeito a antecipação e a explicação, 
após determinada demonstração.
 O controle está no entendimento das 
respostas e instruções (controle 
psicológico), ao invés da padronização 
das mesmas e das situações externas 
(controle fisicalista).
Critério de avaliação das 
respostas dadas pelo sujeito
 Todas as respostas dadas pelo sujeito 
são interpretadas com a finalidade de 
entender o processo que as gerou e as 
diferenças individuais não são avaliadas 
como indicadores de inteligência - como 
na abordagem psicométrica - e sim como 
indicadores do estádio do 
desenvolvimento cognitivo em que o 
sujeito se encontra.
Respostas do sujeito 
 Não se faz pela contagem de acertos e 
erros, mas sim pela compreensão do 
raciocínio utilizado pelo sujeito para 
chegar àquela resposta, na compreensão 
da perspectiva a partir da qual o 
sujeito responde.
 Nesse sentido, o erro é tão importante, 
ou mais, que o acerto, uma vez que 
indica, para nós, o processo de 
pensamento ou raciocínio do sujeito 
durante o processo de construção 
de conhecimento. 
 Erro Construtivo.
Níveis de erros
Nível I
 Nível I - corresponde àquele em que a 
criança não resolve o problema, nem 
sequer o entende, ou então, responde 
erroneamente, mas com convicção.
Níveis de erros
Nível II
 Nível II - corresponde ao conflito, 
ambivalência, dúvida, em que a criança 
oscila em suas respostas, apresentando 
flutuações. 
 Percebe o erro somente depois de ter 
cometido, não sendo capaz de antecipá-
lo, por isso as ações da criança se 
baseiam em ensaio e erro, na tentativa, 
na solução empírica.
Níveis de erros
Nível III
 Nível III - corresponde àquele em que a 
criança apresenta uma solução 
suficiente à questão e a compreensão do 
problema como é colocado. 
 Os erros podem ocorrer, mas o que 
muda é a maneira como o sujeito lida 
com eles: podem ser antecipados, 
neutralizados, pré-corrigidos ou 
compensados.
Interatividade
Está incorreto em relação ao método 
piagetiano:
a) O examinador busca a confirmação de 
suas inferências sobre o raciocínio das 
crianças durante o exame. 
b) Busca analisar o “como” o sujeito 
pensa.
c) Busca estudar o processo que leva o 
sujeito a dar determinada resposta.
d) Considera o erro construtivo. 
e) Avalia as respostas quantitativamente.
Resposta
Alternativa: “e”
 Não avalia as respostas 
quantitativamente, mas sim 
qualitativamente.
Reações dos sujeitos
 Não importismo: a criança responde 
qualquer coisa e de qualquer forma.
 Fabulação: a criança responde à pergunta 
inventando uma história. 
 Crença Sugerida: a criança busca 
simplesmente contentar o examinador, 
sem considerar sua própria reflexão. 
 Crença Desencadeada: a criança 
responde com reflexão, extraindo a 
resposta de seus próprios recursos, 
sem sugestão. 
 Crença Espontânea: a criança não tem 
necessidade de raciocinar para responder 
à questão, mas pode dar uma resposta 
imediata à questão. 
Provas operatórias
Prova de conservação de 
quantidade de matéria
Prova de conservação de 
quantidade de líquido
Conservação de pequenos 
conjuntos discretos de elementos 
Conservação de comprimento
Quantificação de 
inclusão de classes 
Intersecção de classes 
Seriação de palitos 
Situação-problema
 Um dia eu vi uma menina de nove anos 
dividindo um tablete de chicletes de bola 
para si e seu irmão. O irmãozinho, de 
cinco anos, reclamou: “O seu é maior, 
você tem mais!”. A menina pegou o 
pedaço dele, espichou bem até ficar 
mais comprido que o dela. “Olhe agora”. 
E o menino, todo contente, foi embora: 
“É, o meu é maior”. A menina havia 
descoberto um modo de receber e dar o 
maior pedaço a cada um.
Interatividade
A menina de 9 anos e o menino de 5 anos 
apresentam a noção de conservação de 
quantidades?
a) Somente a menina de 9 anos.
b) Somente o menino de 5 anos.
c) Os dois apresentam a noção de 
conservação. 
d) Os dois não apresentam a noção de 
conservação.
e) Não é possível responder. 
Resposta
Alternativa: “a”
 A menina de 9 anos encontra-se no 
estádio operatório, apresenta a noção de 
conservação de quantidades, por isso 
resolve a situaçãodessa maneira.
 O menino de 5 anos encontra-se no 
estádio pré-operatório e não apresenta a 
noção de conservação de quantidade.
 Pensamento intuitivo / pré-lógico.
O jogo em uma perspectiva 
psicogenética
Piaget apresenta em seus estudos três 
grandes tipos de estruturas que 
caracterizam os jogos infantis:
 Jogo de Exercício
 Jogo Simbólico
 Jogos de Construção
 Jogo de Regra
Jogo de exercício
 Estádio Sensório-Motor 
(0-2 anos)
 O prazer que a criança 
extrai de exercitar 
uma função.
 Repetir exercícios motores (gestos, 
movimentos) - sugar/mamar, agitar os 
braços, sacudir objetos, emitir sons, 
caminhar, pular, correr etc...
Jogo simbólico
 Estádio Pré-Operatório (2-6 anos)
 O prazer em simbolizar, imaginar, criar 
significados para os objetos e situações.
 O jogo de faz de conta possibilita à 
criança a realização de sonhos e 
fantasias, revela conflitos, medos e 
angústias, aliviando tensões e 
frustrações. É a fase das brincadeiras de 
boneca, casinha, escolinha, 
personagens, super-heróis etc.
Jogo de construção
 Situam-se numa transição entre 
jogo e trabalho, entre jogo 
simbólico e imitação. 
 Construir com blocos, peças de encaixe, 
montar quebra-cabeças etc.
Jogo de regra
 Estádio Operatório (7-15 anos)
 Os jogos de regras pressupõem a 
existência de parceiros e um conjunto de 
obrigações (regras), o que lhe confere 
um caráter eminentemente social.
Jogo de regra
 Assim, o que caracteriza o jogo de 
regras é a existência de um conjunto 
de leis organizadas e planejadas pelo 
grupo, e o não cumprimento dessas 
regras pode levar a conflitos e, muitas 
vezes, a não possibilidade de vitória 
pelo jogador. 
 Os jogos de regras são classificados 
como: jogos sensório-motores (futebol) 
e jogos intelectuais (xadrez, dama, 
baralho).
Como a criança constrói o 
significado das regras?
 Os dilemas morais apresentam temas 
comuns na infância (dano material, 
mentira, roubo) e permitem compreender 
de que maneira ocorre o 
desenvolvimento na construção da regra 
pela criança, o que estará diretamente 
ligado à capacidade da criança participar 
dos jogos de regras aceitando e 
submetendo-se a elas.
Desenvolvimento moral
O desenvolvimento moral ocorre 
em quatro períodos:
1. Anomia (0-2 anos)
2. Heteronomia (2-6 anos)
3. Semiautonomia (6-12 anos)
4. Autonomia (12-15 anos)
Desenvolvimento moral
 Anomia (0 a 2 anos) - Não existe 
consciência da regra pela criança. 
 Heteronomia (2 a 6 anos) - Já existe 
consciência da regra e a criança é 
governada pelo outro, por uma 
autoridade externa, vivendo uma 
condição de respeito unilateral: um 
manda e o outro obedece.
 Semiautonomia (7 a 11 anos) - início da 
autonomia moral, mas a criança ainda 
depende das regras do meio para 
organizar-se, já aparecem características 
de autonomia, mas são mais instáveis 
e frágeis.
Desenvolvimento moral
 Autonomia (12 a 15 anos) - construção 
da autonomia moral: o indivíduo 
obedece à regra, busca formas de 
adequá-la às suas necessidades sem 
modificá-la, ou ele próprio flexibiliza 
seus interesses, pois valoriza a adesão 
e o sentido das regras para as 
relações humanas.
Situação-problema
 Uma escola, localizada na periferia de 
uma cidade de porte médio no interior do 
Estado de São Paulo, faz constante uso 
de recompensas para reforçar os alunos 
a apresentarem comportamentos 
desejáveis. Além disso, algumas vezes, 
quando necessário, pune aqueles alunos 
que apresentam comportamentos 
indesejados. 
Interatividade
Segundo Piaget, esta escola está 
promovendo o desenvolvimento da 
moralidade de:
a) Semiautonomia.
b) Autonomia.
c) Anomia.
d) Heteronomia.
e) Isonomia.
Resposta
Alternativa: “d”
 A escola reforça a heteronomia natural 
das crianças.
O desenho em uma perspectiva 
psicogenética
 É uma das manifestações da função 
simbólica ou semiótica que surge na 
criança por volta dos dois anos (estádio 
pré-operatório) possibilitando a 
representação intencional da realidade 
por meio do grafismo.
 Georges-Henri Luquet (1876-1965).
Etapas do desenho infantil
Luquet
 Realismo Fortuito (2 a 3 anos) 
 Realismo Mal Sucedido (3 a 4 anos)
 Realismo Intelectual (4 a 8 anos)
 Realismo Visual (9 a 12 anos)
Realismo fortuito (2 a 3 anos)
 analogia entre o traço e o objeto, dando 
nome / “sem querer”.
Realismo mal sucedido (3 a 4 anos)
 a criança aprende a representar, mas 
fracassos e sucessos; Badamecogirino 
e Badameco.
Realismo intelectual (4 a 8 anos)
 A criança desenha o que sabe e 
não o que vê.
 Transparência / Plano Deitado / 
Rebatimento.
Realismo visual (9 a 12 anos) 
 a criança desenha o que vê / perda da 
espontaneidade p/ desenhar.
Etapas do desenho infantil
Lowenfeld
 Garatujas - Desordenadas, Controladas, 
Nomeadas e Diagramadas.
 Pré-Esquemática.
 Esquemática.
 Realismo.
Interatividade
Observe o desenho e indique em que fase do 
grafismo se encontra:
De acordo com Luquet, o desenho observado 
anteriormente apresenta características da fase:
a) Realismo Fortuito.
b) Realismo Mal Sucedido.
c) Realismo Intelectual.
d) Realismo Visual.
e) Realismo Gorado.
Resposta
Alternativa: “c”
 Realismo Intelectual.
ATÉ A PRÓXIMA!

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