Buscar

Semiotécnica da Cefaleia (anamnese + exame físico)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Laís Kemelly - M13 DOR 
P4 Intermediária 
 
 
Introdução 
O diagnóstico da cefaleia e dores faciais depende 
da história clínica, do exame clínico, exame 
neurológico, e de exames complementares para a 
investigação apropriada quando necessário. 
Anamnese 
• Idade do paciente no início do quadro 
• Presença de aura ou pródromos 
• Caráter da dor (aperto/pressão ou latejante) 
• Intensidade da dor 
o Leve: não atrapalha as atividades 
rotineiras 
o Moderada: dor mais intensa, que 
atrapalha as atividades rotineiras, mas 
não impede sua realização 
o Forte: dor que impede o indivíduo de 
prosseguir com atividades rotineiras 
muito forte ou excruciante 
• Momento e circunstâncias da instalação 
• Horário e velocidade de início 
• Quanto tempo a cefaleia leva para atingir 
sua intensidade máxima (o pico) 
• Duração do episódio de dor 
o Idade de início ou há quanto tempo o 
paciente apresenta a dor; se a dor é 
contínua ou episódica, duração de 
cada episódio, frequência das crises e 
modo de início (súbito ou insidioso). 
• Localização 
o Definir se a dor é holocraniana, 
bilateral, unilateral, retro-orbital, 
occipital, cervical ou localização mais 
específica; avaliar se é sempre no 
mesmo lugar ou muda conforme a 
crise. 
• Irradiação 
• Frequência 
• Número de dias com cefaleia por mês 
 
 
 
 
• Sintomas neurológicos e físicos associados 
o Identificar sintomas prodrômicos, 
duração e se persistem com a dor. 
o Avaliar se fatores como luz, barulho ou 
cheiros pioram ou atrapalham o 
paciente durante a dor. 
o Questionar outros sintomas 
associados, como náusea ou vômito, 
congestão nasal, lacrimejamento, olho 
vermelho, diplopia, sintomas visuais, 
tontura, perda de força, parestesia, 
febre, tosse, etc. 
• Variações sazonais 
• Progressão dos sintomas 
• Fatores desencadeantes, de melhora e de 
piora 
Identificar sintomas desencadeantes, como 
estresse, privação de sono, jejum prolongado, 
álcool, cafeína, período menstrual, uso de 
medicamentos, tipos de alimentos ou outros, 
fatores agravantes e de alívio 
• Alterações recentes da visão 
• Associação com traumatismo recente 
• Tratamentos atuais e prévios, insatisfatórios 
ou efetivos 
• Evidência sobre abuso de analgésicos ou de 
cafeína 
o Identificar tratamentos utilizados e se 
fez tratamento profilático para 
cefaleia. Se paciente está usando 
analgésico duas ou mais vezes por 
semana, suspeitar de cefaleia por 
abuso de analgésico. 
• História familiar de cefaleia 
• Relação da cefaleia com o sono 
• Ocupação do paciente 
• Estado de saúde geral do paciente 
• Mudanças no trabalho ou no estilo de vida 
• Mudanças nos métodos contraceptivos 
• Problemas emocionais 
• Impacto da cefaleia nas atividades da vida 
diária, familiar, social e profissional. 
 
Semiotécnica da Cefaleia 
Laís Kemelly - M13 DOR 
P4 Intermediária 
Exame Físico 
Gente, aqui é basicamente todo aquele exame 
neurológico que já discutimos no P2, então vou 
colocar só em tópicos o que é mais relevante para 
um paciente com cefaleia. 
• Avaliar pressão arterial e frequência 
cardíaca 
• Oroscopia, otoscopia e avaliação dos seios 
da face na presença de sintomas associados, 
• Palpação de cabeça e pescoço, buscando: 
o hipertonia muscular cervical 
o pontos dolorosos 
• Palpação da articulação 
temporomandibular (ATM). 
• Exame neurológico 
o Exame do estado mental: nível de 
consciência normal, deprimida ou 
hiperalerta. 
• Exame dos pares cranianos: 
o (I) Olfatório, 
o (II) Óptico: acuidade visual e campo 
visual; 
o (III e IV) reflexo pupilar 
o (V) Trigêmeo: sensibilidade facial, 
reflexo corneano, teste motor facial 
e simetria facial. 
• Exame motor: prova dedo-nariz; 
• Exame sensorial: Romberg; 
• Reflexos: Babinski. 
• Sinais de irritação meníngea: a rigidez de 
nuca pode estar associada à meningite ou 
hemorragia subaracnóidea 
 
 
 
 
 
 
 
Correlacionando com o caso 
Dona Alzira, 35 anos, lavadeira, queixa-se há 6 
anos de cefaleia (idade do paciente no início do 
quadro). Tem geralmente 2 episódios mensais 
(número de episódios mensais) de dor forte, 
latejante, (característica da dor) principalmente do 
lado esquerdo da cabeça (localização da dor), quase 
sempre acompanhada de náuseas e vômitos 
(sintomas associados). As crises perduram por 
horas e às vezes por dias (duração). Deixa de 
trabalhar (impacto nas atividades da vida diária) e 
procura o repouso em ambiente tranquilo durante 
as crises (fatores de melhora). Faz uso de “litros” 
de dipirona e paracetamol (evidência sobre abuso 
de analgésicos). 
Para piorar, há seis meses (idade do paciente no 
início do quadro), vem apresentando também dor 
de cabeça diária (número de dias com cefaleia por 
mês), fraca a moderada (intensidade da dor) e tipo 
aperto (característica da dor) na região temporal 
(localização da dor). Acha que é “dor psicológica”, 
pois é só ficar preocupada ou ansiosa que ela 
aparece (fatores desencadeantes) 
Temos uma investigação bem direcionada aos 
sintomas, mas se você comparar com a listona de 
anamnese do lado vai ver que faltaram algumas 
coisas. As demais perguntas podem ajudar a pensar 
em uma etiologia específica para investigação e 
conduta. O problema ainda não traz dados de 
exame físico.

Continue navegando