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Farmacologia 1 A farmacologia é definida como a ciência que estuda a natureza e as propriedades dos fármacos e principalmente a ação dos medicamentos. Origem dos medicamentos Os medicamentos são originados de fontes natural (o reino animal, vegetal e mineral) e sintética (industrializado). Os pesquisadores passaram a utilizar os conhecimentos tradicionais e químicos para desenvolver fontes sintéticas, com a vantagem de os fármacos quimicamente desenvolvidos serem desprovidos de impurezas geralmente encontradas nas subs tâncias naturais. Pode-se através da indústria manipular a estrutura molecular da substância química do medicamento, ocasionando modificações na estrutura química da droga tornando-a mais eficaz contra diferentes microrganismos. Legislação no preparo e administração dos medicamentos O Código de Ética dos profissionais de Enfermagem traz aspectos que direcionam a atuação frente à execução do preparo e da administração dos medicamentos, segundo a resolução COFEN 311/2007 Dos princípios fundamentais A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e a qualidade de vida da pessoa, família e coletiva. O profissional de enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais. Seção I Das Relações com as pessoas, família e coletividade. Direitos Artigo 10 ° Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica, cientifica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, família e coletividade. Responsabilidades e deveres Artigo 12° Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligencia ou imprudência. Artigo 13° Avaliar criteriosamente sua competência técnica, cientifica, ética e legal e somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para outrem. Artigo 14° Aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e culturais, em benefício da pessoa, família e coletividade e do desenvolvimento da profissão. Artigo 21° Proteger a pessoa, família e coletividade contra danos decorrentes de imperícia, negligencia ou imprudência por parte de qualquer membro da equipe de saúde. Artigo 25° Registrar no prontuário do paciente as informações inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar. Proibições Artigo 30° Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem certificar-se da possibilidade de riscos Artigo 31° Prescrever medicamentos e praticar ato cirúrgico, exceto nos casos previstos na legislação vigente e em situação de emergência. Artigo 32° Executar prescrições de qualquer natureza, que comprometam a segurança da pessoa. Seção II Das relações com os trabalhadores de enfermagem, saúde e outros Direitos Farmacologia 2 Artigo 37° Recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica, onde Não conste a assinatura e o número de registro do profissional, exceto em situações de urgência e emergência. Parágrafo único – O profissional de enfermagem poderá recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica em caso de identificação de erro ou ilegibilidade. Proibições Artigo 42° Assinar as ações de enfermagem que não executou, bem como permitir que suas ações sejam assinadas por outro profissional Seção III Das relações com as organizações da categoria Responsabilidades e deveres Artigo 48° Cumprir e fazer os preceitos éticos e legais da profissão. O profissional da equipe de enfermagem que prepara e administra uma medição deve conhecer a legislação que regulamenta o exercício de sua profissão, as normas da instituição que trabalha, realizando a medicação conforme a prescrição medica garantindo a segurança e bem estar de sua clientela FARMACOCINÉTICA A farmacocinética refere-se ao estudo do movimento que o medicamento administrado passa dentro do organismo durante sua absorção, distribuição, metabolismo e excreção. FARMACODINÂMICA A farmacodinâmica refere-se ao estudo dos mecanismos relacionados à ação do medicamento e suas alterações bioquímicas ou fisiológicas no organismo. A resposta decorrente dessa ação é o efeito do medicamento, propriamente dito. TERMINOLOGIAS Drogas: quaisquer substâncias químicas, simples ou composta, de múltiplas origens, que são utilizadas com várias finalidades. Quando administradas em organismos vivos (os corpos), são capazes de provocar alterações somáticas e funcionais. Medicamentos: sinônimo de fármaco. Quando administrado no corpo, é capaz de produzir efeitos terapêuticos. Efeitos Terapêuticos: está relacionado ao efeito benéfico ao organismo, esperado quando da sua administração. Por exemplo, o efeito terapêutico de um fármaco antitérmico é a diminuição da temperatura. Dose Terapêutica: é a quantidade mínima de um fármaco administrado no corpo para ser capaz de desenvolver seu efeito terapêutico. Um exemplo de dose terapêutica é a dose de 100 mg diários de AAS para atuar no organismo como antiagregante plaquetário. Efeito Colateral: frequentemente encontrado na administração dos fármacos, principalmente naqueles de atividade seletiva, corresponde a um efeito que se percebe paralelamente ao efeito terapêutico. Ele poderá se manifestar no mesmo sistema em que se desejava alcançar o efeito terapêutico ou em outro sistema do corpo. Esse tipo de efeito é rotineiramente esperado, mas não é desejado. Normalmente, não trazem maiores prejuízos ao organismo. Um exemplo muito frequente de efeito colateral é a tosse provocada pela a administração de alguns inibidores da ECA, como o CAPTOPRIL. Farmacologia 3 Efeito Adverso: efeito geralmente nocivo e incômodo que resulta da administração de um fármaco. É também conhecido como reação adversa. É menos frequente que o efeito colateral e, diferentemente deste, sua ocorrência não é esperada nem desejada. Reação Alérgica: algumas vezes esperada pela própria natureza do fármaco, é um tipo de reação que está intimamente relacionada com a sensibilidade alérgica de cada indivíduo. Esse tipo de reação poderá variar de uma simples reação local, caracterizada por vermelhidão (rubor), coceira intensa (prurido) e inchaço (edema), a quadros alérgicos mais graves, como os casos de anafilaxia, podendo inclusive levar o indivíduo à morte em poucos instantes. Efeito Idiossincrásico: também conhecido idiossincrasia, é a manifestação de um efeito contrário ao efeito terapêutico. Acontece quando administramos um fármaco e o efeito que se apresenta é completamente contrário ao efeito que se deseja obter. Um tipo de idiossincrasia muito comumente observado acontece com a administração de sedativos, principalmente os benzodiazepínicos (em particular o Diazepam), que ao invés de sedarem o indivíduo, induzindo-o ao sono, acabam fazendo com que fiquem ainda mais excitados. Agonista e Antagonista: agonista é um fármaco ou hormônio que, ocupando receptores celulares específicos, produz um efeito biológico. O antagonista é toda substância, incluindo fármacos, que se opõe à estimulação de um sistema biológico efetuador. Por exemplo, a diminuição da frequência cardíaca induzida por catecolaminas pelo propranolol. O antagonismo fisiológico ocorre quando outro sistema efetor e outros receptores são ativados, por exemplo, a adrenalina opondo-se ao broncoespasmo induzido pela histamina. AÇÃO QUÍMICA DOS MEDICAMENTOS É a ação química que pode ser profilática, curativa, paliativa e diagnóstica: Profilática: o medicamento tem ação preventiva contra as doenças. Exemplo: As vacinas podem atuar na prevenção de doenças. Curativa: o medicamento tem ação curativa, pode curar a patologia. Exemplo: Os antibióticos tem ação terapêutica curando a doença. Paliativa: O medicamento tem capacidade de diminuir os sinais e sintomas dadoença, mas não promove a cura. Exemplo: Os anti-hipertensivos diminuem a Pressão Arterial, mas não curam a Hipertensão Arterial; os antitérmicos e analgésicos diminuem febre e dor, porém não curam a patologia causadora dos sinais e sintomas. Diagnóstica: O medicamento auxilia no diagnóstico, elucidando exames radiográficos. Exemplo: Os contrastes são medicamentos que, associados aos exames radiográficos, auxiliam em diagnósticos de patologias. AÇÃO DOS MEDICAMENTOS Ação local: A medicação age onde é administrada, sem passar pela corrente sanguínea. Exemplo: Pomadas e Colírios. Ação Sistêmica: Significa que a medicação é primeiramente absorvida, depois entra na corrente sanguínea para atuar no local de ação desejado. Exemplo: Antibióticos. Farmacologia 4 REGRAS GERAIS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Somente o Médico e Odontólogo podem prescrever medicamentos. Essa prescrição deve ser escrita e assinada. Somente em caso de emergência, a Enfermagem pode atender prescrição verbal, que deve ser transcrita pelo médico logo que possível; É obrigatório conter na prescrição: data, nome do cliente, registro, enfermaria, leito, idade, nome do medicamento, dosagem, via de administração, frequência, carimbo e assinatura do médico; Lavar as mãos antes de preparar e administrar o medicamento; Fazer a desinfecção da bandeja antes do preparo e depois da administração dos medicamentos; Manter o local de preparo de medicamento limpo e em ordem; Anotar qualquer anormalidade após a administração do medicamento (vômito, diarreia, erupções, urticária etc.); Não conversar durante o preparo do medicamento para não desviar a atenção; A prescrição do cliente ou cartão de medicamento deve ser mantida à vista do executante; Ao preparar e ao administrar, seguir a regra dos “Onze Certos”: PRESCRIÇÃO MÉDICA CERTA, PACIENTE CERTO, MEDICAÇÃO CERTA, VALIDADE CERTA, DILUIÇÃO CERTA, DOSE CERTA, HORA CERTA, VAZÃO (FLUXO) CERTA, VIA CERTA, TÉCNICA CERTA e REGISTRO CERTO. Certificar-se das condições de conservação do medicamento (sinais de decomposição, turvação, deterioração, precipitação, etc.); Nunca administrar medicamento sem rótulo; Ler o rótulo do medicamento três vezes: antes de retirar o recipiente do local onde estiver (farmácia, armário, etc.); antes de preparar o medicamento; antes de guardar o recipiente no local apropriado. Sempre verificar a data de validade do medicamento; Em caso de dúvida, nunca administrar o medicamento até que ela seja esclarecida; Antibióticos devem ser administrados no máximo 15 minutos antes ou 15 minutos depois do horário prescrito; Utilizar técnica asséptica ao manusear material esteri lizado; Não administrar medicamentos preparados por outras pessoas, evitando assim danos ao cliente; Manter sob refrigeração medicamentos, como: insulina, vacinas, soro e outros; Farmacologia 5 Alguns medicamentos, como antibióticos, hormônios, vitaminas e sulfas precisam ser guardados corretamente, pois se alteram na presença de luz, ar ou calor; Manter controle rigoroso sobre medicamentos disponíveis; Controlar rigorosamente os narcóticos e seus derivados, guardando-os em gaveta fechada com chave ou de acordo com normas do hospital; Registrar todos os narcóticos e guardar as ampolas utilizadas; Manter a bandeja de medicamento sempre à vista do funcionário responsável pela administração de medicamentos; Orientar o cliente quanto a: nome do medicamento, ação da medicação, procedimento, autocuidado (horário, doses, cuidados gerais); Orientar quanto ao perigo de automedicação; Posicionar o cliente adequadamente, mantendo-o confortável; Evitar movimentos desnecessários na administração de medicamentos, o que acarreta erros de postura e desconforto físico; Identificar a seringa ou recipiente de via oral: quarto, leito, via, nome do medicamento; Inteirar-se sobre as diversas drogas, para conhecer cuidados específicos ao administrá- las: melhor horário; diluição; formas; tempo de validade; ingestão com água, leite, sucos; antes, durante ou após as refeições; incompatibilidade ou não de mistura de drogas; Monitorar, anotar qualquer anormalidade após administração do medicamento (vômito, erupções, urticária, etc.); Após a administração do medicamento, checar a prescrição imediatamente, evitando administração dobrada; Após a administração do medicamento, desprezar o material usado na técnica em seus devidos lugares (seringas no recipiente de perfurocortante, algodão no lixo branco, recipientes recicláveis, como copos, para o devido destino conforme rotina da entidade). VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS As principais vias de administração dos medicamentos: • Via gastrointestinal; • Via oral; • Via sublingual; • Via gástrica; • Via retal; • Via vaginal; • Via tópica ou cutânea • Via inalatória; • Via nasal; • Via ocular; • Via auricular; Farmacologia 6 • Vias parenterais (injetáveis): intradérmica, subcutânea, intramuscular e endovenosa. As vias de administração intra-arterial e intratecal são realizadas por médicos. 1 – VIA GASTRINTESTINAL É a administração de medicamentos por via digestiva. Objetivos: Obter efeitos locais no trato digestivo; Produzir efeitos sistêmicos após a absorção na circulação sanguínea. 2 – VIA ORAL É a administração de medicamentos pela boca. Objetivos: Administrar medicamentos cuja absorção ocorram no sistema digestório. Apresentado nas formas líquidas (xarope, suspensão, elixir e outros) e na forma sólida (comprimidos, drágeas, cápsulas e outros). Medidas caseiras: 15 ml = 1 colher de sopa = 1 medida adulta 10 ml = 1 colher de sobremesa 5 ml = 1 colher de chá = 1 medida infantil ml = 1 colher de café 1 ml = 20 gotas 3 – VIA SUBLINGUAL Consiste em colocar o medicamento sob a língua do cliente. Observação: A via sublingual possui ação mais rápida do que a via oral; Não administrar por via oral porque o suco gástrico inativo a ação do medicamento. 4 – VIA GÁSTRICA É a introdução do medicamento através da sonda gástrica. 5 – VIA RETAL É a introdução de medicamento no reto, em forma de supositórios ou clister medicamentoso. Observação: O cliente pode colocar o supositório sem auxílio da Enfermagem, desde que seja esclarecido e orientado; Em se tratando de criança, comprimir levemente as nádegas para evitar o retorno do supositório. 6 – VIA VAGINAL É a introdução e absorção de medicamentos no canal vaginal. O medicamento pode ser introduzido sob a forma de: o Vela, tampão, supositório, comprimido; o Óvulo; o Lavagem e irrigação; o Creme ou gel. Objetivos: Diminuir a infecção vaginal; Prevenir infecção vaginal; Preparar o cliente para cirurgia dos órgãos genitais. Farmacologia 7 7 – VIA TÓPICA OU CUTÂNEA É a aplicação de medicamentos na pele. Sua ação pode ser local ou geral, como: pomada, linimento, antisséptico, e etc. Objetivo: Obter ação local, principalmente sistêmica, eventualmente. 8 – VIA NASAL Consiste em levar à mucosa nasal um medicamento líquido. Objetivo: Facilitar a drenagem de secreções e a aeração. 9 – VIA OCULAR É a aplicação de colírio ou pomada na conjuntiva ocular. 10 – VIA AURICULAR É a introdução de medicamento no canal auditivo. Objetivos: Prevenir ou tratar processos inflamatórios e infecciosos; Facilitar a saída do cerúmen e corpo estranho. 11 – VIA PARENTERAL É a administração de um agente terapêutico por outra via que não seja a do trato alimentar (aparelho digestório). Vantagens: Absorção mais rápida e completa; Maior precisão em determinar a dose desejada; Obtenção de resultadosmais seguros; Possibilidade de administrar determinadas drogas que não são destruídas pelos sucos digestivos. Desvantagens: Dor, geralmente causada pela picada da agulha ou pela irritação da droga; Em caso de engano pode provocar lesão considerável; Devido ao rompimento da pele, pode ocorrer risco de adquirir infecção; Uma vez administrada à droga, é impossível retirá -la. Farmacologia 8 MATERIAIS DAS VIAS PARENTERAIS SCALPS Farmacologia 9 TÉCNICAS DAS VIAS PARENTERAIS Técnica para o procedimento de aspiração da medicação injetável Ler a prescrição médica; Lavar as mãos antes do procedimento; Reunir o material necessário (sempre pelo lado do êmbolo sem rasgar); Abrir o invólucro da seringa na técnica: Para medicação ID seringa de 1 ml ou 3 ml, Para medicação SC seringa de 1 ml ou 3 ml, Para medicação IM seringa de 3 ou 5 ml Para medicação EV seringa de 10 ou 20 ml; Abrir o invólucro da agulha na técnica (sempre pelo lado do canhão sem rasgar) Para injeção ID 13/4,5 ou 13/4,0; Para injeção SC 13/4,5 ou 13/4,0; Para injeção IM 25/8 ou 30/8; Scalp Farmacologia 10 Para injeção EV 30/7 ou 25/7. Encaixar o canhão da agulha no bico da seringa, utilizando a técnica; Usar agulha adequada para aspiração 40/12, 40/10 ou 40/16; Retire o ar da seringa empurrando o êmbolo para o bico, já com a agulha conectada (agulha com proteção); Para continuar o procedimento, proteja a seringa na sua embalagem, ou em bandeja de inox previamente desinfetada com água e sabão e após álcool 70%; Abrir a ampola envolvendo-a com algodão para evitar acidente; Retire a capa de proteção da agulha, deixando-a sobre a embalagem da seringa; Realize a aspiração da medicação, tendo o devido cuidado para não contaminar o material. Caso isto aconteça, despreze todo o material e inicie o procedimento novamente. 11. 1 – Via intradérmica (ID) É a introdução de pequena quantidade de medicamento entre a pele e o tecido subcutâneo. Objetivo: Teste de sensibilidade alérgica e aplicação de vacinas. Área de aplicação: Na face interna do antebraço ou região escapular – locais onde a pilosidade é menor e oferece acesso fácil à leitura da reação aos alergenos; Volume máximo: Até 0,5 ml Vacina BCG intradérmica é aplicada na área de inserção inferior do deltoide direito. A administração intradérmica (ID) de medicações é empregada, sobretudo para fins diagnósticos, quando se testam alergias ou reação para tuberculose. Essa via resulta em pouca absorção sistêmica produz efeito principalmente local. Ao realizar a técnica de aplicação, deve-se certificar de não injetar o medicamento profundo, evitando iatrogenia na administração ID. Técnica para procedimento de aplicação da via intradérmica Lavar as mãos antes e após o procedimento e disponibilizar uma bandeja com seguintes itens: Luva de procedimento; Seringa de l ml= 100UI ou 3 ml; Agulha para aspiração da medicação 25/6 ou 25/8; Medicação a ser aspirada; Agulha para aplicação da medicação 13/4,5 ou 13/4,0; Bolas de algodão e álcool a 70%. Preparar o medicamento; Orientar o cliente quanto ao procedimento; Calçar as luvas de procedimentos; Escolher local de fácil visualização, como a região anterior de antebraço, livre de vasos sanguíneos. Para testes de alergia, pode ser utilizada a região dorsal; Realizar antissepsia do local, sempre com o algodão embebido em álcool no sentido distal para proximal, virando os lados do algodão; Aguardar secar o local da aplicação; 10º a 15º, introduza em torno de 3mm da agulha, não realize a aspiração, aplique o medicamento de forma lenta e suave ; demarcação da área para futura avaliação; de enfermagem. Farmacologia 11 11. 2 – Via subcutânea (SC) É a introdução de uma droga no tecido subcutâneo ou hipoderme. Objetivo: Terapêutica lenta, contínua e segura pela tela subcutânea. Volume suportado: Até 2 ml Administração Via Subcutânea (SC) A administração via subcutânea (SC) faz com que o líquido seja absorvido lentamente a partir do tecido subcutâneo, prolongando assim seus efeitos. Essa via não pode ser usada quando o cliente tem doença vascular oclusiva e má perfusão tecidual, pois a circulação periférica diminuída retarda a absorção da medicação. É uma via utilizada com frequência na aplicação de medicamentos em tratamentos de longa duração (Diabetes), em pós-operatórios, na profilaxia de ocorrências vasculares obstrutivas. Material necessário para preparo do medicamento e injeção SC Bandeja contendo: Luva de procedimento; Seringa de l ml = 100UI ou 3 ml; Agulha para aspiração da medicação 25/6 ou 25/8; Medicação a ser aspirada; Agulha para aplicação da medicação 13/4,5 ou 13/4,0; Bolas de algodão e álcool a 70%; Técnica para o procedimento da aplicação subcutânea Lavar as mãos antes e após o procedimento; Preparar o medicamento; Orientar o cliente quanto ao procedimento; Calçar as luvas de procedimentos; Escolher local de fácil visualização conforme figura. Atenção: nesta via deve ser realizado rodízio dos locais de aplicação com rigor, evitando iatrogenias; Realizar antissepsia do local, sempre com o algodão embebido em álcool 70% no sentido distal para proximal, virando os lados do algodão; Com sua mão não dominante, segure a pele ao redor do local da injeção e eleve firmemente o tecido subcutâneo para formar uma dobra adiposa; Realize a aplicação no ângulo de 90º com agulha 13x4,0 ou 13x4,5 e ângulo de 45º com agulha 25x7, 25x8; Farmacologia 12 Não realize aspiração, no caso de Heparina, pois pode ocorrer a formação de hematomas no local de aplicação; Para outras medicações, inclusive Insulina, é recomendada a aspiração, após a introdução da agulha, certificando-se de que não houve punção de vaso sanguíneo. Caso tenha ocorrido, deve ser interrompida a aplicação, desprezado o medicamento, novamente preparado e aplicado; Realize a aplicação do medicamento após aspiração local; Não realize massagem no caso de Insulina, pois pode ocorrer aceleração no processo de absorção do medicamento; Não realize massagem no caso de Heparina, pois podem ocorrer hematomas locais; Em caso de medicamentos que não tenham ação prolongada e que não atuem na coagulação sanguínea, uma massagem leve pode propiciar melhor distrib uição e absorção do medicamento; Descarte o material, seguindo as precauções padrão, lave as mãos e proceda à sua anotação de enfermagem, descrevendo o local da aplicação para rodízio na próxima aplicação. Face posterior do deltoide; flancos D e E; região periumbilical; glúteos, vasto lateral. 11. 3 – Via intramuscular (IM) É a introdução de medicamentos nas camadas musculares. Objetivo: Terapêutico de efeito relativamente rápido. Área de aplicação: A. Braço - Deltoide, por o cliente sentado ou deitado, com o braço em posição anatômica. Farmacologia 13 Volume indicado é de até 3 ml. B. Glúteo – Dorso-glúteo ou Ventro-glúteo, cliente em decúbito dorsal ou lateral. Volume Dorso-glúteo é de até 5 ml e Ventro-glúteo é de até 3 ml. C. Coxa – Face antero-lateral (Vasto lateral), cliente em decúbito dorsal ou lateral. Volume indicado é de até 3 ml. Observação: Na escolha do local, sempre devem ser consideradas as condições musculares e, se possível, a preferência do cliente. Administração via intramuscular (IM) A administração via intramuscular (IM) permite que você injete o medicamento diretamente no músculo em graus de profundidade variados. É usada para administrar suspensões aquosas e soluções oleosas, garantindo sua absorção a longo prazo. Devemos estar atentos quanto à quantidade a ser administrada em cada músculo. Um cliente adulto com massa muscular dentro de parâmetrosde normalidade pode tolerar bem 3 ml e idosos ou crianças podem tolerar bem 2 ml; as literaturas indicam que, no deltoide, o volume máximo é de 2 ml; a região glútea e o vasto lateral da coxa podem tolerar bem até 5ml, é necessário que o profissional realize uma avaliação da área de aplicação, certificando-se do volume que esse local possa receber. Atenção: Não esquecer que esse volume irá depender da massa muscular do cliente, quanto menor a dose aplicada, menor o risco de possíveis complicações. Material necessário para preparo do medicamento e injeção IM Bandeja contendo: Luva de procedimento; Seringa de 3ml ou 5ml; Agulha para aspiração da medicação 40/12; Medicação a ser aspirada; Agulha para aplicação da medicação 25/8 ou 30/8; Bolas de algodão e álcool a 70%. Farmacologia 14 Técnicas para o procedimento da aplicação intramuscular Lavar as mãos antes e após o procedimento; Reunir o material para aplicação IM; Explicar ao cliente o que será realizado; Deixar o cliente em posição confortável, escolher o local para aplicação, se possível permitir que o cliente faça a escolha com você, deixe a área de aplicação relaxada; Calçar as luvas de procedimento; Fazer antissepsia do local; Com sua mão não dominante, segure firmemente o músculo para aplicação da injeção; Realizar aplicação no músculo escolhido, sempre com o bisel latera lizado, introduzir a agulha no ângulo de 90º; Realize aspiração, é recomendado após a introdução da agulha, certificando-se de que não houve punção de vaso sanguíneo. Caso tenha ocorrido, deve ser interrompida a aplicação, desprezado o medicamento, novamente preparado e aplicado; Realize a aplicação do medicamento após aspiração local; Realize massagem leve, isso pode propiciar melhor distribuição e absorção do medicamento; Não realize massagem em medicamentos com contraindicações por ação prolongada (Exemplo: Anticoncepcionais injetáveis); Descarte o material, seguindo as precauções padrão, lave as mãos e proceda à anotação de enfermagem, descrevendo o local da aplicação, para rodízio na próxima aplicação. Ventro Glútea ou Glútea Ventral É a aplicação nos músculos glúteo médio e mínimo, é uma aplicação profunda, distante de vasos sanguíneos calibrosos e nervos grandes. O profissional de enfermagem deve colocar a mão não dominante espalmada sobre a região trocanteriana no quadril do cliente, apontar o polegar para a virilha e os outros dedos para a cabeça do cliente, colocar o indicador sobre a crista ilíaca anterior e o dedo médio para trás ao longo da crista ilíaca; essa posição formará um V, o centro da letra V é o local para aplicação. Aplicação Método Trajeto Z E uma técnica IM utilizada na aplicação de drogas irritativas para proteção da pele e de tecidos subcutâneos, é um método eficaz na vedação do medicamento dentro dos tecidos musculares. Deve ser realizada em grandes e profundos músculos, como glúteo dorsal ou ventral. Técnica para aplicação Z Segure a pele esticada com não mão dominante. Realize introdução da agulha no músculo; Aspire a seringa após introdução da agulha no músculo sem soltar a pele; Atenção para o retorno do sangue que implica nova aplicação; Injete o medicamento lentamente, ao término na injeção permaneça com a agulha introduzida aproximadamente por 10 segundos, permitindo melhor distribuição do medicamento; Retire a agulha e solte a pele. A soltura da pele implicará vedação do orifício da injeção, impedindo a saída do medicamento. Farmacologia 15 11. 4 – Via Endovenosa (EV) ou Intravenosa (IV) É a introdução do medicamento diretamente na corrente sanguínea. Objetivos: Terapêutica com efeito sistêmico rápido; Possibilitar aplicação de medicação que irrita o tecido muscular. Finalidade: o Infusão de grande volume de líquido; o Repor líquidos, sangue; o Administrar nutrientes. Administração via endovenosa (EV) A administração via endovenosa EV permite a aplicação de medicações diretamente na corrente sanguínea através de uma veia. A administração pode variar desde uma única dose até uma infusão contínua. Como o medicamento ou a solução é absorvido imediatamente, a resposta do cliente também é imediata. A biodisponibilidade instantânea transforma a via EV na primeira opção para ministrar medicamentos durante uma emergência. Como a absorção pela corrente sanguínea é completa, grandes doses de substâncias podem ser fornecidas em fluxo contínuo. Indicam-se diluições em seringas de 20 e 10 ml, ou seja, com 20 ou 10 ml de água destilada ou para injeção. Para medicamentos com altas concentrações, indicam-se diluições em frascos de soluções salinas (Solução Fisiológica 0,9%) ou glicosadas (solução Glicosada 5%). Atenção: clientes com restrição hídrica podem ter PM com diluições menores. Locais mais indicados para punção endovenosa Região cefálica: utilizada com frequência em pediatria, quando não há possibilidade de realizar a punção em regiões periféricas. Farmacologia 16 Região dos membros superiores: área em que encontramos vários locais disponíveis para realizar a punção, tais como: veia cefálica acessória; veia cefálica; veia basílica; veia intermédia do cotovelo; veia intermédia do antebraço. Região do dorso da mão: área em que encontramos veias superficiais de fácil acesso, porém, atenção à punção de longa duração nesse local, pois pode limitar os movimentos. veia basílica; veia cefálica; veias metacarpianas dorsais. Região dos membros inferiores (veias de última escolha): veia safena magna. Material necessário para punção venosa: Bandeja contendo: Luva de procedimento; Garrote; Bolas de algodão e álcool a 70%; Cateter periférico (cateter agulhado [tipo scalp] para punções de curta duração em torno de 24 horas e cateteres sobre agulha [tipo insyte/jelco] para punções de curta duração em torno de 72 horas); Farmacologia 17 Adesivo para fixação do cateter. Técnica para o procedimento da punção periférica Lavar as mãos antes e após o procedimento; Reunir o material para punção; Explicar ao cliente o que será realizado; Deixar o cliente em posição confortável com a área de punção apoiada; Escolher o local para punção, se possível permitir que o cliente faça a escolha com você; Calçar as luvas de procedimento; Garrotear o local para melhor visualizar a veia; Fazer antissepsia do local com algodão embebido em álcool 70% no sentido do proximal para distal; Realizar punção com o cateter escolhido, sempre com o bisel voltado para cima, introduzir a agulha no ângulo de 25º; Desgarrotear o braço; Após a punção realizar fixação adequada com adesivo disponível; Realizar dobraduras nas laterais do adesivo para facilitar a sua troca diária; Identificar o adesivo com data, nome do realizador do procedimento e hora, para controle de uma nova punção ou para troca da fixação do cateter; Reunir o material e deixar o ambiente em ordem; Realizar anotação de enfermagem do procedimento, descrevendo local e intercorrências. Acidentes que podem ocorrer durante e após aplicações dos medicamentos 1. Não reencape as agulhas após realizar o procedimento de aplicação injetável de medicamentos (ID, SC, IM e EV), risco de auto contaminação, 2. Atenção para não esquecer perfuro cortantes no leito ou no quarto do cliente, risco para o cliente e para a equipe, de auto contaminação. 3. Durante a administração das medicações podem ocorrer alguns acidentes relacionados à manutenção e permanência do dispositivo venoso. 3.1. Extravasamento: ocorre uma infiltração da medicação ou solução que está sendo injetada, causando a formação de edema e dor local. A Infusão deve ser interrompida e o cateter deve ser retirado. 3.2. Obstrução: ocorre quando a infusão é interrompida por algum motivoe o dispositivo fica sem fluxo ou fechado durante muito tempo, impedindo a infusão da solução, indica-se a injeção de solução salina ou água destilada (10 ml em seringa de 10ml, em bolus), garantindo assim a permeabilidade do cateter, conforme protocolo da instituição. 3.3. Flebite: ocorre uma inflamação na veia, após a punção venosa e administração da medicação; o cliente apresenta dor local, calor, edema, sensibilidade ao toque e hiperemia (vermelhidão). A infusão deve ser interrompida e o cateter deve ser retirado.
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