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Administração Interdisciplinar Prof.ª Esp. Telma Lúcia E-mail: professoratelmalucia@gmail.com mailto:professoratelmalucia@gmail.com A diversidade de tópicos mostra o caráter da presente disciplina, que objetiva um diálogo interdisciplinar, verificando áreas de intersecção, de complementação e de transferência de conhecimento no campo da Administração. Objetivo da Disciplina: A presente disciplina é útil para o estudante das áreas de Administração e Contabilidade na medida em que explora conceitos do cotidiano do profissional, chamando a atenção para o fato de que “interdisciplinaridade não se ensina nem se aprende, apenas vive-se e exerce-se” no dizer de Fazenda (1996). Acreditando que a prática é fundamental, o presente curso contém inúmeros desafios que devem ser enfrentados pelo aluno. Unidade I A Unidade I começa abordando o racionalismo técnico, chamando a atenção para os aspectos da eficácia e da eficiência que se baseiam na redução de custos (Tópico 2) hoje fundamentalmente buscada na Logística. O terceiro tópico chama a atenção para aspectos relacionados a acidentes de trabalho e discorre sobre a análise de acidente de trabalho por meio do Método Árvore de Causas. Por fim, são abordados os custos ambientais e destaca-se a prática de gestão da responsabilidade socioambiental. Unidade II A Unidade II inicia-se tratando da decisão multicritério por meio do software T-ODA e segue discorrendo sobre outro tipo de tomada de decisão, desta vez por meio da Lógica Paraconsistente. Uma aplicação desse tipo de decisão é exibida no tópico “Mercado de capitais”, que mostra como o mercado funciona e também apresenta técnicas para seleção de ações, além de discorrer sobre a racionalidade do investidor. Por fim, complementando esse tópico, mostra-se como o aluno pode obter informações completas sobre o mercado de capitais (por meio do BDI). A interdisciplinaridade é a grande mola para a preparação da era pós-industrial, eliminando compartimentos estanques, limitadores do ato de educar. Estamos diante da complexidade a qual exige novas maneiras de perceber, nova postura e novo parâmetro de pensar. O complexo nos convida a um novo modo de pensar e a uma ordem nova, de grande beleza, profunda, irreversível (WERNECK, 1998, p. 20). Apresentação: Pode ser a integração dos conhecimentos entre indivíduos. De acordo com Fazenda (1991) é importante para a interdisciplinaridade o processo de Aprendizagem e não seu resultado, podendo ser aplicada a qualquer nível de ensino, como sendo uma atitude ou postura interdisciplinar INTERDISCIPLINARIDADE De acordo com as posições que ocupa na empresa, o administrador deverá desenvolver habilidades, que estão divididas em três categorias principais. Todo administrador precisa das três habilidades para poder executar seus papéis e buscar as melhores formas e modelos de gestão. Essas habilidades são: Habilidades Técnicas - estão relacionadas à ideia de saber executar ou colocar o conhecimento em prática. Neste sentido, o conhecimento técnico é aplicado, colocado em prática (pertencem ao Nível Operacional). Habilidades Humanas - são aquelas relacionadas à capacidade de lidar e comandar pessoas (pertencem ao Nível Tático). Habilidades Conceituais - ter noção ou ideia da que será realizado. Nesta lógica, o administrador estuda, busca informações que vão agregar valor aos objetivos da empresa (pertencem ao Nível Estratégico). Adjetivo que qualifica o que é comum a duas ou mais disciplinas. Processo de ligação entre as disciplinas. Ainda que distintas. Lück (2002) afirma que a interdisciplinaridade não é a superação apenas de uma visão fragmentada das disciplinas, mas também da realidade, e atribui como causa dessa visão fragmentada o racionalismo técnico. INTERDISCIPLINARIDADE É uma forma de pensamento que se preocupa em procurar, estabelecer e propor caminhos fundamentados na lógica, na razão para alcançar determinados fins. Modo de pensar que atribui valor somente à razão, ao pensamento lógico. Racionalismo: É uma parte da filosofia que estuda o fundamento, a estrutura e as expressões humanas do conhecimento. O pensamento é a manifestação do conhecimento, e que o conhecimento busca a verdade, é preciso estabelecer algumas regras para que essa meta possa ser atingida. Assim, a lógica é o ramo da filosofia que cuida das regras do bem pensar, ou do pensar correto, sendo, portanto, um instrumento do pensar. O que é Lógica? Administração de Empresas orienta-se pela busca de eficácia e eficiência. Processos e projetos são pensados e repensados de forma que alcancem seus objetivos (eficácia) com o menor uso possível de recursos (eficiência), sejam estes humanos, patrimoniais, tecnológicos ou informacionais. Ser eficaz e eficiente é ser racional, orientar-se pela razão. 1 RACIONALISMO TÉCNICO Observação Uma organização é um conjunto de pessoas que, balizado por crenças e valores, fazendo uso de recursos materiais e patrimoniais, busca um resultado. Às organizações cujo objetivo é o lucro, dá-se o nome de empresa. Eficiência: podemos definir eficiência como a relação existente entre o resultado obtido e os recursos consumidos para consegui-lo. Trata de como fazer, não do que fazer. Eficácia: ser eficaz é atingir os objetivos propostos. A eficácia está ligada ao objetivo em si. Quando ao mesmo tempo se é eficaz (atinge-se a meta) e eficiente (faz-se uma boa utilização dos recursos), dizemos que se é efetivo é uma proposta econômico-administrativa que busca prover a eficiência com a concomitante redução de custos. Daí a visão anatômica da organização em termos formais, isto é, a síntese dos diferentes órgãos que compõem a estrutura organizacional, suas relações formais (que podem ser vistas no organograma) e suas funções (atividades) dentro do todo, que assegurem a máxima eficiência. Uma visão anatômica da organização considera apenas os seus órgãos, seus departamentos RACIONALISMO TÉCNICO Um órgão é um conjunto de pessoas que tem um chefe e cumpre uma dada função. Qualquer divisão da empresa, por menor que seja, é um departamento. É o que afirma a teoria da departamentalização, que é mais uma forma de especialização: as pessoas são agrupadas em departamentos. ESTRUTURA: é a forma como as pessoas se ligam umas às outras na organização. A estrutura empresarial é expressa pelo organograma. À parte física da empresa, isto é, às instalações e máquinas, pode-se dar o nome de infraestrutura Em nome de uma maior eficiência, a Administração cria funções (por exemplo: Marketing , Produção, Vendas, RH, Logística, entre outras). Henri Fayol (1841-1925) expôs sua Teoria de Administração no livro Administration lndustrielle et Générale , publicado em 1916, que o elevou à condição de um dos maiores colaboradores da Teoria Administrativa. Fayol (1975) apontava as seguintes funções na Administração: ▪ Técnicas (produção, fabricação ou transformação); ▪ Comerciais (compra e venda, mercadologia); ▪ Financeiras (procura e gerência de capitais); ▪ Desegurança (proteção e preservaçãodos bens e das pessoas); ▪ Contábeis (inventários,balanços, custos e estatísticas); ▪ Administrativas (previsão, organização, comando, coordenação e controle). Princípios Gerais da Administração: basicamente expressam o pensamento de Taylor em Administração Científica. Esses princípios básicos são: Cada trabalhador faria, de acordo com suas aptidões, a tarefa mais elevada possível; Cada trabalhador deveria produzir em quantidade igual ou superior a um padrão estabelecido (com base na produção de um trabalhador hábil, não excepcional, da sua classe e no horário normal de trabalho); Remuneração por unidade produzida. Esses princípios gerais continham implicitamente os seguintes pressupostos: — Planejamento, o que implicava substituir a improvisação pela ciência; — Decisão para selecionar os trabalhadores (além de máquinas, equipamentos e ambiente), treinando-os para produzir mais e melhor; — Controlar cientificamente a produção, de acordo com as normais estabelecidas; — Na execução, dividir atribuições e responsabilidades. Interdisciplinaridade Que disciplinas estão envolvidas nos assuntos apresentados? Foram diversos os assuntos abordados neste tópico, a começar pela Escola Clássica da Administração, incluindo Princípios Gerais da Administração, divisão do trabalho, especialização, unidade de comando, amplitude de controle, organização formal e máxima eficiência • Vendas ou Comercial: aplicação específica; • Recursos Humanos: dimensionamento de subordinados; • Sociologia e Psicologia: complexidade das relações; • Matemática:análise combinatória e permutações; • Decisão: critério para definir; • Teoria da Administração:divisão do trabalho; especialização; unidade de comando; amplitude de controle. O presente tópico destaca a importância do porte da empresa na redução de custos e como a Logística pode contribuir também para isso 2 CUSTOS E LOGÍSTICA De acordo com Porter (1986), a competição entre empresas intensificou-se de forma drástica ao longo das últimas décadas, em praticamente todas as partes do mundo. Por razões de sobrevivência, as empresas tornam-se maiores.V As vantagens são: 2.1 Redução de custos As empresas passam a usar seus recursos com mais eficiência, com o intuito de reduzir seus custos; O desperdício de recursos passa a ser menor buscando maior eficiência; A qualidade do produto tende a ser melhorada continuamente, atendendo as necessidades, sempre mutantes, do mercado consumidor. Para se conseguir mais dinheiro produzindo ou vendendo algo, nem sempre é necessário aumentar preços, pois é possível o mesmo efeito de “aumentar o lucro” ainda que vendendo pelo mesmo preço, mas desde que com um “custo” reduzido. 2 CUSTOS E LOGÍSTICA O que é Logística? • A logística é uma especialidade da administração responsável por prover recursos e informações para a execução de todas as atividades de uma organização. É de vital importância à redução de custos e ao aumento da competitividade. • A Logística empresarial nasceu da importância da redução de custos nas empresas e na maior importância que se dá hoje em atendimento das necessidades dos clientes • Quando todos os produtos se tornam iguais, a empresa mais competitiva será aquela que conseguir ser mais eficiente e eficaz, se antecipando a prováveis problemas que possa vir a enfrentar. Some-se a isso, que o mundo está se tornando cada vez mais um mercado global, as fronteiras geográficas estão desaparecendo e a expectativa é que as empresas estejam preparadas para enfrentar as realidades desse novo desafio. Na prática o que é Logística? Em termos atuais, pode-se dizer que a Logística: É a arte da preparação da produção que cuida do planejamento dos materiais, da obtenção de materiais, do planejamento da linha de produção, da alimentação da linha de produção e da distribuição dos produtos finais. A logística moderna passa a ser a maior preocupação dentro das empresas. Ela deve abranger toda a movimentação de materiais, interna e externa à empresa, incluindo matéria-prima, estoques, produção e distribuição até o momento em que o produto é colocado nas prateleiras a disposição do consumidor final. Diferenças entre Produção e Produtividade 1 – Produção Falar de produção é falar de um processo que reúne informações e dados a respeito dos resultados da determinada empresa em relação ao desempenho dela para um produto ou serviço específico. Produção tem a ver com o que é feito e entregue pelos colaboradores de maneira quantitativa. 2 – Produtividade Já a produtividade tem a ver com habilidades. A produtividade está intrinsecamente ligada a capacidade dos colaboradores e equipes em executar suas funções em um menor período de tempo. A produtividade de uma equipe é medida pelo tempo que foi gasto para produzir e entregar resultados. Matéria-prima é o material processado para fabricar o produto, enquanto insumo é o bem ou serviço utilizado no processo de transformação (mão de obra, máquinas, instalações e outros O algodão pode ser transformado em fio (também considerado uma matéria-prima), que pode ser transformado em tecido, um material semi-acabado. ... Em resumo, matéria-prima é o material base de um produto. Insumo, é o conjunto de todos os “fatores” necessários para a fabricação de um produto. • Economia de escala: ocorre quando o custo médio de produção fica mais barato à medida que aumenta a quantidade de produtos produzidos. Isso representa vantagens para startups. Economias de escala são os fatores que conduzem à redução do custo médio de produção de um determinado bem à medida que a quantidade produzida aumenta Há algumas economias originadas pelo crescimento das empresas: Pequena empresa em seu período inicial pode ser considerada uma startup. Outros defendem que uma startup é uma empresa com custos de manutenção muito baixos, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores. Mas há uma definição mais atual, que parece satisfazer a diversos especialistas e investidores: Startups Uma startup, termo da língua inglesa sem tradução oficial para a língua portuguesa, é uma "empresa emergente" que tem como objetivo principal desenvolver ou aprimorar um modelo de negócio. De acordo com KUPFER & HASENCLEVER (2002), existe economia de escopo quando é mais barato produzir dois produtos juntamente (produção conjunta) do que produzi-los separadamente. Diz respeito ao panorama no qual o custo total de uma firma para produzir conjuntamente, pelo menos dois produtos/serviços, é menor do que o custo de duas ou mais firmas produzirem separadamente estes mesmos produtos/serviços, a preços dados de insumos Economia de escopo: A economia de escopo é também conhecida como economia de gama. Para Kupfer e Hasenclever (2002), a economia de gama ocorre, por exemplo, pela presença de matérias-primas comuns na fabricação de dois ou mais produtos, assim como de outras complementaridades na sua produção. A economia de escopo ou economia de gama acontece quando a empresa produz bens variados, sempre por um preço abaixo das outras fábricas. Ou seja, enquanto outras indústrias se concentram na fabricação de um só produto, a economia de escopo trabalha com vários. Economia de Escopo: Economia de Escopo: Um grande exemplo disso é o McDonald’s, que é o maior produtor de brinquedos do mundo e o segundo maior no ramo alimentício. Assim podemos dizer por exemplo que ele é maior que a estrela, na produção de brinquedos e maior que o BurguerKing na produção de hambúrguer. O McDonald’s é um bom exemplo, porque ele não venderia tanto mc lanche feliz se não tivesse um brinquedo junto. Assim uma loja só de lanche, vende menos lanche que o McDonald’s. E o McDonald’s também vende mais brinquedo porque vem com o lanche. Economia de Escala A diferença entre economia de escopo e economia de escala está na produção dos produtos. Enquanto a primeira concentra-se em uma variedade de produtos, a econômica de escala produz somente um produto É aquela que organiza o processo produtivo de maneira que se alcance a máxima utilização dos fatores produtivos envolvidos no processo, procurando como resultado baixos custos de produção e o incremento de bens e serviços. MAIS EXEMPLOS: Refere-se à capacidade de ajustar-se às necessidades dos clientes. Por exemplo: uma empresa não flexível em horário faz entregas apenas de segunda a sexta; uma mais flexível pode entregar seus produtos aos sábados e domingos; uma empresa pouco flexível só vende peças em lotes mínimos de cem unidades; uma mais flexível vende de cinco em cinco unidades, e assim por diante. As empresas precisam possuir Flexibilidade: ✓Diversificação de riscos: Uma empresa diversifica riscos quando amplia seus tipos de negócio: em linguagem coloquial, diz-se que “não coloca todos os ovos na mesma cesta, POIS, se deixar cair...”;Reputação: é a opinião do público em relação à empresa. ❖Fique atento às novas demandas: se os seus clientes frequentemente procuram por um produto que você ainda não oferece, pode ser um alerta de problema à frente. ❖Se os seus concorrentes descobrirem como atender a esta demanda antes de você, sua empresa pode ficar para trás. Não basta oferecer um serviço de reclamação virtual, como o SAC. O ideal, segundo Picchiai, é aplicar questionários para que os consumidores possam dizer como foram atendidos e se gostaram ou não do serviço oferecido. “É aí que aparecem os pequenos problemas”. Esteja em contato direto com os clientes http://exame.abril.com.br/topicos/servi%C3%A7os Se algum parceiro da sua companhia começa a questionar muito o seu produto, ou até mesmo devolvê-lo, é um sinal vermelho. Observe o comportamento de seus parceiros Atendimento personalizado a cliente Se a sua empresa trabalha com algum produto que está diretamente ligado a outras fabricados externamente, é bom acompanhar como anda o mercado para os complementares. “É o caso de o fim da máquina de escrever ter causado o desaparecimento das fábricas de fitas. É preciso mapear o ecossistema em que o produto está inserido”, exemplifica Laban Preste atenção em produtos complementares Muito antes de qualquer reclamação formal, a insatisfação das pessoas com algum produto ou serviço, sempre aparece na internet. Por isso, é bom ter um sistema que monitore o que andam postando sobre a sua empresa. Veja o que estão falando sobre a sua empresa nas redes sociais Uma das formas de uma organização obter economia tanto de escala quanto de escopo e ter flexibilidade é por meio da logística. Vamos ligar o que já vimos com a logística para um melhor custo/benefício para organização. É comum a ideia de que logística é o mesmo que transporte, mas esses termos têm significados diversos. Felizmente, a diferença está bem- traçada pela Fiesp (2011): Logística: é o processo de planejar, implementar e controlar eficientemente, ao custo correto, o fluxo e armazenagem de matérias-primas e estoque durante a fabricação de produtos acabados, e as informações relativas a essas atividades, desde o ponto de origem até o local de consumo, visando atender aos requisitos do cliente. Transporte: é o deslocamento de bens de um ponto a outro da rede logística, respeitando as restrições de integridade da carga e de confiabilidade de prazos. Não agrega valor aos produtos, mas é fundamental para que os mesmos cheguem ao seu ponto de aplicação, de forma a garantir o melhor desempenho dos investimentos dos diversos agentes econômicos envolvidos no processo (FIESP, 2011). As empresas estão valorizando cada vez mais a logística, por várias razões, tais como: Ser um elemento essencial no que se refere aos serviços prestados aos clientes; Produzir consideráveis reduções de custos para a empresa e para os consumidores; A imensa variedade de produtos, criando a necessidade de um aprimorado gerenciamento de logística; E, por fim, o aprimoramento da Tecnologia da Informação, criando a oportunidade de maior eficiência na distribuição. De acordo com Kotler e Armstrong (1999, p. 285) Machado e Rodrigues (2006) apresentaram um trabalho que discute os custos totais com logística sob a ótica da Teoria de Custos. A Teoria dos Custos determina a forma de se produzir com custo mínimo. Aborda conceitos como: custo econômico, custo total, custo marginal e custo médio. Custos logísticos A logística de suprimentos: Ocupa-se da matéria-prima e dos insumos. Considera o desenvolvimento, a especificação e o projeto do produto, a previsão de demanda (quanto os clientes devem comprar), o planejamento das necessidades de novas fontes de fornecimento, as compras, o recebimento, a estocagem de matérias-primas e componentes e seus respectivos controles (FLEURY 2000) Acidentes de trabalho Fundada em 1919 com o objetivo de promover a justiça social, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) é a única das agências do Sistema das Nações Unidas que tem estrutura tripartite, na qual os representantes dos empregadores e dos trabalhadores têm os mesmos direitos que o governo. Uma das funções mais importantes da OIT é estabelecer e adotar normas internacionais de trabalho sob a forma de convenções ou recomendações. ACIDENTES DE TRABALHO Acidente do trabalho: é aquele que ocorre no exercício de atividade a serviço da empresa e provoca lesão corporal ou perturbação funcional, que pode causar a morte, a perda ou a redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho (PANTALEÃO, 2011a) Entendimento jurisprudencial Ainda de acordo com esse autor: Consideram-se, também, como acidente do trabalho: ▪ A doença profissional ou do trabalho, produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade; ▪ Acidente típico, que é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa; Um exemplo de trabalho peculiar é a atividade de digitador, cuja prática constante causa a Lesão por Esforço Repetitivo (LER). ▪ Acidente de trajeto, que é aquele que ocorre no percurso do local de residência para o de trabalho ou desse para aquele, considerando a distância e o tempo de deslocamento compatíveis com o percurso do referido trajeto (PANTALEÃO, 2011a). “Imagine a situação: você está indo para o seu trabalho e o veículo em que está sofre uma colisão ao longo do percurso. Antes, esse acidente no trajeto era considerado acidente de trabalho, o que significa que você poderia seguir os protocolos padrão para afastamento e recebimento de auxílio-doença. Mas isso mudou há dois meses, quando entrou em vigência a Medida Provisória (MP) 905, que criou o programa Verde Amarelo." "Acidentes de percurso não são mais enquadrados como acidentes de trabalho porque a MP, além de alterar diversos pontos da CLT, também mudou alguns itens da lei 8.213/1991, que dispõe sobre planos de benefícios da Previdência. O governo de Jair Bolsonaro revogou a alínea “d” do inciso IV do caput do artigo 21. Esse artigo determinava o que era equiparado a acidente de trabalho“ Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/acidente-no-trajeto-mudanca- mp-acidente-de-trabalho/Copyright © 2020, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados. Quando ocorre um acidente de trabalho, este deve ser comunicado. A Lei nº 8.213/91 (BRASIL, 1991) determina, no seu artigo 22, que todo acidente do trabalho ou doença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), sob pena de multa em caso de omissão. Cabe ressaltar a importância da comunicação, principalmente o completo e exato preenchimento do formulário. A legislação sobre segurança, higiene e saúde do trabalhador no Brasil é relativamente nova. Após a edição do Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, que criou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), são fatos marcantes: Cipa – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes Criação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), por meio do Decreto-Lei nº 7.036, de 10 de novembro de 1944; Criação da Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, hoje Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), instituída pela Lei nº 5.161, de 21 de outubro de 1966 (BRASIL, 1966); Integração do seguro de acidentes do trabalho à previdência social, por meio da Lei nº 5.316, de 14 de setembro de 1967; Diniz (2010) afirma que muitas pessoas acham que a Cipa é invenção brasileira, mas não é: ela surgiu de uma recomendação da OIT (Organização Internacional do Trabalho), em 1921 e transformou-se em determinação legal no Brasil no ano de 1944. E só depois de vinte e três anos surgiu um decreto-lei 7.036, artigo 82 com caráter obrigatório nas empresas com mais de 100 funcionários (DINIZ, 2010). Cipa será composta de representantes do empregador e dos empregados [...]. Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles designados. Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados [...]. O mandato dos membros eleitos da Cipa terá a duração de um ano, permitida uma reeleição (MTE, 1999, p. 1). Vejamos o que diz Pantaleão (2011b) a respeito do Equipamento de Proteção: Individual (EPI). O Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado a proteção contra riscos capazes de ameaçar sua segurança e sua saúde EPI – Equipamento de Proteção Individual Os equipamentos de proteção coletiva (EPC) são dispositivos utilizados no ambiente de trabalho com o objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos inerentes aos processos, tais como o enclausuramento acústico de fontes de ruído4 , a ventilação dos locais de trabalho, a proteção de partes móveis de máquinas e equipamentos, a sinalização de segurança, dentre outros. Como o EPC não depende da vontade do trabalhador para atender suas finalidades, este tem maior preferência pela utilização do EPI, já que colabora no processo minimizando os efeitos negativos de um ambiente de trabalho que apresenta diversos riscos ao trabalhador. Portanto, o EPI será obrigatório somente se o EPC não atenuar os riscos completamente ou se oferecer proteção parcialmente. Conforme dispõe a Norma Regulamentadora 6, a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e c) para atender a situações de emergência. Os tipos de EPIs utilizados podem variar dependendo do tipo de atividade ou de riscos que poderão ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador e da parte do corpo que se pretende proteger, tais como: Proteção auditiva: abafadores de ruídos ou protetores auriculares; Proteção respiratória: máscaras e filtro; Proteção visual e facial: óculos e viseiras; Proteção da cabeça: capacetes; Proteção de mãos e braços: luvas e mangotes; Proteção da cabeça: capacetes; Proteção de mãos e braços: luvas e mangotes; Proteção de pernas e pés: sapatos, botas e botinas; Proteção contra quedas: cintos de segurança e cinturões. Dentre as atribuições exigidas pela NR 6, cabem ao empregador as seguintes obrigações: Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade; exigir seu uso; Fornecer ao trabalhador somente o equipamento aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; Substituir imediatamente o EPI, quando danificado ou extraviado; Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e comunicar o MTE qualquer irregularidade observada. Utilizar o EPI apenas para a finalidade a que se destina; Responsabilizar-se pela guarda e conservação; Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio ao uso; e Cumprir as determinações do empregador sobre o uso pessoal; O empregado também terá de observar as seguintes obrigações: Binder e Almeida (1997, p. 750) afirmam que “os acidentes do trabalho ainda constituem importante problema de saúde pública em nosso país”. Os autores afirmam ainda que: Dada a gravidade do problema, assume grande importância a detecção a priori de riscos, isto é, antes que os acidentes aconteçam. Há vários métodos desenvolvidos com esta finalidade, cabendo destacar que, para sistemas de menor complexidade, o método de escolha é constituído pelas inspeções de ambientes e de condições de trabalho (MONTEAU e FAVARO, 1990b; MONTEAU, 1992), capazes de identificar perigos decorrentes, entre outros, de problemas de segurança de máquinas, postos de trabalho, layout, 6 limpeza, ambiente físico, presentes – e visíveis – de maneira permanente nos ambientes de trabalho (BINDER e ALMEIDA, 1997, p. 750). Análise de Acidente de Trabalho No Brasil foi adotado o Método Árvore de Causas de origem francesa que é utilizado para investigar as causas dos acidentes sem buscar os culpados, mas sim encontrar os fatores que provocaram o mesmo, sendo muito utilizado na investigação de acidentes ocorridos nos setores secundários e terciários (MASSOCO, 2008, p. 7). Massoco (2008) afirma: A empresa incentivar os funcionários na coleta seletiva do lixo; A substituição das lâmpadas comuns pelas econômicas; Ter janelas grandes instaladas, para melhor aproveitarem a luz solar; Campanhas de preservação ambiental, mostrando que, com atitudes simples, o colaborador pode fazer toda a diferença no mundo. Alguns projetos... Por que o meio ambiente é importante? Para Otávio (2000, p. 3) “a gestão de custos ambientais tornou-se um importante instrumento gerencial para a capacitação e criação de condições para as organizações, qualquer que seja o seu segmento econômico”. CUSTOS AMBIENTAIS Segundo Moura (2000), a gestão dos custos ambientais somente pode ser realizada com sucesso, caso se consiga que três áreas da empresa tenham: uma boa compreensão comum das variáveis envolvidas no processo; motivação para realizar um bom trabalho no assunto; apoio da Direção. Essas áreas englobam: O pessoal de gestão ambiental (são especialistas no assunto e servem de interface com todas as outras áreas da empresa no tocante ao meio ambiente); A área financeira (que provê os recursos para investimentos e para o caixa); A área contábil (que processa os dados dos custos ambientais, fornecendo elementos para análise e decisão). No que tange aos custos ambientais, é necessário ter bem presentes os conceitos de: despesas ambientais, perdas ambientais, custos ambientais, além de ativos e passivos ambientais. ENTERDER: custos, despesas e perdas, e é recomendável saber distinguir esses três termos no âmbito da Administração. Conceitos de custos e custos ambientais São departamentos de transformação, pois convertem os insumos em produto ou serviço final. Tanto em custos como em despesas, a empresa tem o dispêndio, mas recebe algo em troca (produto ou serviço). A perda é um dispêndio, isto é, representa uma saída involuntária no fluxo de caixa, não recebendo a empresa nada em troca. Tecnicamente, são semelhantes: Os custos podem ser definidos como tudo o que se investe para conseguir um produto, um serviço ou uma utilidade (no processo de transformação). Já Leone (1997) afirma que custos dizem respeito ao valor dos fatores de produção consumidos por uma firma para produzir ou distribuir produtos ou serviços, ou ambos. Observar que, neste caso a distribuição se insere no setor de transformação ou de produção. Para Sá (1995): os custos ambientais compreendem todos aqueles gastos relacionados direta ou indiretamente com a proteção do meio ambiente e que serão ativados em função de sua vida útil, ou seja: Segundo Carvalho, Matos e Moraes (2000, p. 15) ➢ Amortização, depreciação e exaustão; ➢ Aquisição de insumos para controle, redução ou eliminação de poluentes; ➢ Tratamento de resíduos de produtos; ➢ Disposição dos resíduos poluentes; ➢ Tratamento de recuperação e restauração de áreas contaminadas; e ➢ Mão de obra utilizada nas atividades de controle, preservação e recuperação do meio ambiente Os custos ambientais podem ser classificados sob diversas perspectivas. A seguir, duas possíveis classificações. Soler (1997) apresenta a seguinte subdivisão para os custos ambientais: • diretos: transporte, tratamento e eliminação dos resíduos; Identificação de custosambientais ocultos: notificações, análises, declarações, medidas de segurança, etiquetas, seguros de acidentes; intangíveis: qualidade do produto, impacto ambiental, imagem da empresa, higiene; futuros: responsabilidade de saneamento do solo, substituição de recursos, causas civis e criminais, danos sanitários • Custos ecológicos: destinados a evitar e prevenir os efeitos nocivos ao meio ambiente, quer os relacionados com pesquisa e desenvolvimento ou com o ciclo produtivo, de distribuição e de aprovisionamento, quer os dos sistemas de controle e informação; normalmente são fáceis de determinar e a sua contabilização não gera grandes problemas; • custos ambientais: custos externos que incluem não só as indenizações pagas ou a pagar a terceiros e determinadas por cálculo exato ou estimativa, mas também os relacionados com a reposição do ambiente, afetado pela atividade da empresa, e com outros prejuízos causados à sociedade; esses custos serão depois trabalhados e imputados de forma que preparem os elementos necessários às informações para a gestão. Muralha (1999) Apresenta a seguinte classificação Custos e despesas relacionados à gestão do ambiente, pela sua importância, exigem que a empresa tenha o que se pode identificar como gestão da responsabilidade socioambiental. Prática de gestão da responsabilidade socioambiental Ética empresarial é o conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta da empresa com seus fornecedores, clientes, funcionários, a comunidade e outras partes interessadas Prática de gestão da responsabilidade socioambiental Gestão ambiental é um sistema de administração empresarial que dá ênfase na sustentabilidade, visando o uso de práticas e métodos administrativos reduzindo ao máximo o impacto ambiental das atividades econômicas nos recursos da natureza.
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