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INTRODUÇÃO → Causado pelo vírus Epstein-Barr (EBV). → Conhecida como doença do beijo ou das mil faces (devido as formas variadas de apresentação clínica). EPIDEMIOLOGIA → Mais de 95% da população mundial já foi infectada. (vírus de distribuição universal) → Nos países em desenvolvimento – maior parte das infecções ocorrem em lactentes e pré-escolares. → Nos pais desenvolvimentos – maior parte em indivíduos de 15 a 25 anos. → Entretanto, todas as faixas etárias podem ser infectadas. → As infecções são mais graves em: fetos, neonatos, idosos e imunocomprometidos. ETIOLOGIA → 90% dos casos: Epstein-Barr Vírus (herpesvírus DNA); → Período de incubação: 4 a 6 semanas (1 mês a 1m e 15d). TRANSMISSÃO → A contaminação é feita pela saliva: o Beijo o Tosse o Espirro o Objetos compartilhados (copos, talheres) → Também ocorre por secreções vaginais. → Os infectados podem eliminar o vírus até 6 meses após a fase aguda da doença e também, de forma intermitente durante a vida. → O vírus não é muito contagioso, fazendo com que seja possível o contato com a pessoa infectada e não se infectar. → Não é um problema de saúde pública: o Não é extremamente contagiosa; o Maioria dos casos ocorre na infância – manifestação branda. FISIOPATOLOGIA AÇÃO DO VÍRUS: → A infecção é realizada pela entrada no vírus na orofaringe pela saliva contaminada. → O vírus infecta preferencialmente os linfócitos B, pelo receptor CD21. → Na célula, o genoma viral é transcrito em RNA e se alojará no DNA do hospedeiro. o Com isso inicia a produção de várias proteínas virais. RESPOSTA DO HOSPEDEIRO: → Linfócitos T citotóxicos e células natural killer. → Após a destruição dos linfócitos B infectados, há o controle da infecção com o desaparecimento dos sintomas. → Ocorre após 2 a 6 semanas. → Alguns linfócitos B (chamados de células B de memória) escapam dos linfócitos T citotóxicos, com isso, constitui um reservatório do vírus no estado de latência (expressão do vírus praticamente ausente). → Com isso, quando recrutados para o centro germinativo dos linfonodos, os linfócitos B de memória sofrem alteração do seu estado de latência, levando a ativação do vírus. o Isso leva a novos episódios de eliminação do vírus pela saliva, só que em níveis mais baixos. o Episódio assintomático. RESPOSTA EM IMUNODEPRIMIDOS: → O hospedeiro não tem controle sobre a replicação do vírus. → Com isso pode dar origem a doenças linfoproliferativas das células B: o Carcinoma de nasofaringe; o Linfoma de Burkitt; o Doença de Hodgkin; o Outras doenças neoplásicas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS → Polimorfismo clínico; → Quadros assintomáticos e quadros com evolução para óbito. → Fatores de risco: o Idade; o Status imunológico; o Presença de comorbidades. → Período de incubação: 4 a 6 semanas (1 mês a 1m e 15d). → Resolução dos sintomas: 2 a 4 semanas após a manifestação dos sintomas. → Tríade Clássica: febre alta e prolongada (> 1 semana), faringite e linfonodomegalia. → Outros sintomas: cansaço, mal-estar, mialgia, dor abdominal. (sintomas pródromo – geralmente aparecem uma a duas semanas antes dos sintomas clássicos). Descrevendo os sintomas: ✓ Linfonodomegalia (90%): cadeias cervicais anteriores, posteriores e submandibular. Dolorosos. ✓ Faringite/ dor de garganta: o Acompanhado de aumento das amigdalas, com ou sem exsudato branco-acinzentado. o E petéquias em palato. ✓ Esplenomegalia (50%): o 2 a 3cm abaixo do rebordo costal. o Causada pela infiltração de células mononucleares. o Causa desconforto no hipocôndrio esquerdo, causa de dor para alguns pacientes. o Pode levar a complicação – ruptura do baço ✓ Hepatomegalia (10%): o Hepatite e icterícia são raras. o Causada pela infiltração de células mononucleares. o 50% dos pacientes há aumento das enzimas hepáticas. ✓ Exantema maculopapular (até 15%): o Comum em crianças > 4 anos. Obs 1. → Em crianças: frequentemente assintomática. → Jovens e adultos: quadro clássico de mononucleose. Obs 2. → 80% dos pacientes com mononucleose que receberam ampicilina ou amoxicilina indevidamente irão apresentar exantema.; → Não é alergia. COMPLICAÇÕES: → Hemorragia esplênica subcapsular; → Ruptura do baço; → Trombocitopenia grave; → Pericardite; → Encefalite; → Síndrome de Guillain-Barré; → Outras complicações neurológicas; → Anemia hemolítica autoimune, com resolução em até 2 meses; → Presença de pancitopenia; → Aumentos das tonsilas com obstrução das vias aéreas. Obstrução das vias áreas: ✓ Ocorre em 5% dos casos. ✓ Causada pelo aumento das tonsilas, que obstruem as vias áreas. ✓ Outros sintomas em conjunto: salivação excessiva e dispneia. ✓ Em alguns casos é indicado a internação: o Hidratação venosa o Nebulização de O2 o Corticosteroides sistêmicos o E até intubação orotraqueal Ruptura esplênica: ✓ É rara (0,5%); ✓ Ocorro devido a infiltração de linfócitos no baço, levando ao aumento do órgão; ✓ A ruptura acontece por traumas abdominais e pode causar hemorragia; (tratamento: repouso) ✓ Mais comum: hemorragia esplênica subcapsular. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS → Infecção pelo citomegalovírus; → Toxoplasmose aguda; → Hepatite aguda viral; → Rubéola; → Caxumba; → Reação á droga; → Amigdalite estreptocócica; → Infecção aguda pelo HIV. DIAGNÓSTICO CLÍNICA → Tríade clássica da mononucleose (febre alta, faringite e linfonodomegalia). → Considerar também outros sintomas: cansaço, mal- estar, mialgia, dor abdominal. → Exame físico: exsudato branco-acinzentado nas amigdalas, baço e fígado aumentados e a presença de exantema maculopapular. LABORATORIAL → Leucocitose (leucócitos aumentados) o Vr: 4.000 – 11.000 → Linfocitose atípica (lâmina - >10%); o Linfócitos T grandes e sem núcleo. o Não presente em crianças pequenas. → Neutropenia (neutrófilos reduzidos) o Vr. 1.600-8.000 → Trombocitopenia (redução das plaquetas); o Vr. 150.000 – 450.000 → Anemia; → Transaminases aumentadas: o TGO: 5 a 40 U/L o TGP: 7 a 56 U/L → Bilirrubinas discretamente aumentadas; → Aumento das enzimas hepáticas (AST, ALT, DHL). o AST: H: até 37 u/l M: até 31 o ALT: H: até 41 u/l M: até 31 o DHL: 120 a 246 u/l SOROLOGIA Anticorpos Heterófilos (monoteste) → Diagnóstico específico; → Anticorpo de Paul-Bunnel – imunoglobulinas da classe IgM. → Positivo em 40% dos pacientes na primeira semana da doença. Positivo em até 90% durante a terceira semana. Demora meses para desaparecer. → Algumas crianças e adultos não apresentam esses anticorpos. Por isso, teste negativo não afasta o diagnóstico. Anticorpos Específicos Anti-EBV → Diagnóstico específico, realizado quando a pesquisa de anticorpos heterofilos é negativa. → Usado de primeira forma na investigação de MI em crianças menores de 5 anos. → Os anticorpos que podem ser pesquisados são o anticorpo contra o antígeno do capsídeo viral (anti- VCA), contra o antígeno precoce (anti-EA) e contra o antígeno nuclear do VEB (anti-EBNA). → Fase aguda: anticorpos anti-EA (antígenos precoces). Persiste por meses. → Pós fase aguda: anticorpos anti-EBNa (antiantígeno nuclear). Aparece 3 a 4 meses após o início da doença. Persiste por toda a vida. OUTROS EXAMES → ELISA: o Pesquisado em casos suspeitos com teste de anticorpos heterofilos inconclusivo. o Anticorpos IgM e IgG. → Cultura; → PCR EBV: o Detectado na fase aguda da doença e desaparece no 10° dia. TRATAMENTO → Não há fármaco específico. → Realizado apenas o tratamento sintomático. → Resolução clínica de 1 a 2 meses. FORMAS LEVES → Analgésico para dor– ac. acetilsalicílico (cuidado: reduz a função plaquetária); → Paracetamol e dipirona – febre; → Gargarejo com água e sal – dor de garganta; → Repouso – quadros de mal estar, febre e mialgia; o Também pelo risco de ruptura do baço. FORMAS COMPLICADAS → Tratamento feito com corticoesteroides. → Uso: mal estar intenso, risco de obstrução das vias aéreas. → Prednisona: o 60 a 80mg por 2 a 3x ao dia – por 3 dias. o Redução da dose para 10mg ao dia – por duas semanas. Uso de Antibióticos → Evitar o uso inadequado de antibiótico; → Penicilina e Amoxicilina dão origem a um quadro de exantema maculopapular eritematoso disseminado; → Não é alergia. PROGNÓSTICO → A recuperação completa ocorre em até 2 meses. → Apenas 1 caso em 3.000 evoluem para óbito. → Os casos fatais estão ligados a complicações no SNC. → Na prevenção: o Não existe vacina; o O isolamento não é necessário, visto que a infecção por esse vírus é extremamente comum.
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