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2013
Ética Profissional em 
serviço social
Profª. Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
Copyright © UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Profª. Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
362.850981
 P615e Pieritz, Vera Lúcia Hoffmann
 Ética profissional em serviço social/ Vera Lúcia Hoffmann Pieritz. 
Indaial : Uniasselvi, 2013.
 197 p. : il
 ISBN 978-85-7830-817-9
 I. Ética profissional.
 1.Centro Universitário Leonardo da Vinci.
III
aPresentação
Caro(a) acadêmico(a)!
Iniciamos os estudos de Ética Profissional em Serviço Social. 
Entraremos no mundo intrínseco do relacionamento e do comportamento 
humano e suas regras de conduta, no qual trabalharemos a questão 
da formação dos princípios morais e éticos dos homens que vivem em 
sociedade. Portanto, esta disciplina aborda a compreensão dos significados 
dos princípios norteadores da ética, além de propiciar um conhecimento dos 
fundamentos ético-morais do exercício profissional do Assistente Social e 
promover uma reflexão e uma discussão sobre as questões ético-morais, na 
relação indivíduo e sociedade. 
Esta disciplina pretende, também, fomentar o debate sobre as 
diversas dimensões ético-morais da vida social e profissional, promover uma 
consciência crítica referente aos valores e princípios norteadores do exercício 
profissional e apresentar os fundamentos e significados do código de ética 
dos Assistentes Sociais.
Para que você possa compreender estes conceitos de ética, valores e 
moral e os assuntos pertinentes às questões éticas do cotidiano profissional 
do Assistente Social, proporcionaremos uma reflexão acerca do espaço da 
ética na relação indivíduo e sociedade, de modo que você possa trabalhar 
estes conceitos, permitindo que os mesmos interajam nas dimensões ético-
morais da vida social e profissional.
De modo prático, sobre os assuntos abordados, esta disciplina será 
dividida em três unidades principais.
Na primeira unidade, você discutirá questões em torno das principais 
definições da ética, no intuito de compreender o seu significado e os seus 
princípios norteadores; aprofundar os conhecimentos acerca dos princípios 
e valores morais de nossa sociedade e identificar as diversas questões éticas 
contemporâneas.
No Tópico 1, discutiremos os significados da ética profissional do 
Assistente Social, trabalhando os aspectos básicos, correlacionados à ética e à 
moral do comportamento humano em sociedade.
No Tópico 2, abordaremos as questões referentes à ética como um 
modo de viver e conviver, no qual trabalhamos as diferenças entre ética e 
moral; as origens ou bases fundamentais da existência humana e a conduta 
moral, ou seja, trabalhamos o significado do bem e mal, do certo e errado.
IV
No Tópico 3, procuraremos trabalhar a compreensão dos conceitos e 
características dos valores e virtudes morais, que formam os princípios norteadores 
da ética. Além de tratarmos da questão da essência da moral, com embasamentos 
éticos para a vida cotidiana e os valores e princípios morais dos seres humanos.
No Tópico 4, abordaremos as questões da ética no nosso dia a dia, 
ou seja, como se processam as questões éticas, na contemporaneidade, além 
de trabalharmos a questão da escolha e da responsabilidade, por meio da 
liberdade, como a capacidade humana.
Na segunda unidade, você conhecerá os fundamentos ético-morais 
do exercício profissional dos Assistentes Sociais; promoverá a reflexão e 
discussão sobre as questões ético-morais na relação indivíduo e sociedade; 
fomentará o debate sobre as diversas dimensões ético-morais da vida social 
e profissional e promoverá uma consciência crítica referente aos valores e 
princípios norteadores do exercício profissional do Assistente Social.
No Tópico 1, abordaremos, com detalhes, a natureza, o significado 
e as características fundamentais da ética profissional, além de trabalhar 
as questões relativas ao cotidiano da prática profissional e das finalidades 
ético-morais da reprodução social.
No Tópico 2, trabalharemos como se processa o espaço da ética 
na relação indivíduo versus sociedade, no qual perpassamos por alguns 
aspectos históricos da construção ética-moral da sociedade. Demonstramos, 
ainda, a inter-relação natural do comportamento moral entre os homens, 
principalmente na questão da construção subjetiva do homem, ou seja, o 
homem como ser individual.
No Tópico 3, trabalharemos os vários aspectos das relações entre o 
trabalho, a ética e o ser social, verificando as relações éticas no mundo do 
trabalho.
No Tópico 4, abordaremos a questão da ética profissional do serviço 
social e seu projeto ético-político, no qual se trabalhou como se processam as 
intervenções éticas na prática profissional do Assistente Social e seu objeto 
de trabalho, as expressões da questão social.
Na terceira unidade, você compreenderá os fundamentos e 
significados do código de ética dos Assistentes Sociais. Além de ter um link 
com os Conselhos de Fiscalização do Serviço Social.
No Tópico 1, abordaremos os principais fundamentos e significados 
do código de ética dos Assistentes Sociais. 
No Tópico 2, abordaremos uma discussão referente aos direitos e 
deveres gerais do Assistente Social. Direitos e deveres assegurados pelo 
Código de Ética do Assistente Social.
V
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
No Tópico 3, somente apresentaremos, na íntegra, o Código de Ética 
do Assistente Social.
No Tópico 4, apresentaremos os diversos Conselhos de Fiscalização 
do Serviço Social, o CFESS – Conselho Federal do Serviço Social e o CRESS 
– Conselho Regional do Serviço Social.
Prontos para começar a compreender o significado da ética 
profissional em serviço social?
Então, mãos à obra!
Bons estudos, e sucesso!
Profª. Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
VI
VII
UNIDADE 1 – A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS ......................................................................... 1
TÓPICO 1 – O QUE É ÉTICA? .............................................................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................3
2 PROBLEMAS MORAIS E ÉTICOS ................................................................................................... 3
3 O CAMPO DA ÉTICA: SEU SIGNIFICADO E A FORMAÇÃO DO SUJEITO ÉTICO-
MORAL .................................................................................................................................................. 5
4 OS IDEAIS ÉTICOS: UMA INVESTIGAÇÃO DOS FUNDAMENTOS ÉTICOS .................. 8
LEITURA COMPLEMENTAR 1 ............................................................................................................ 9
LEITURA COMPLEMENTAR 2 ............................................................................................................ 10
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 16
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 17
TÓPICO 2 – ÉTICA: UM MÉTODO DE VIVER E CONVIVER ..................................................... 19
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19
2 DIFERENÇA ENTRE ÉTICA E MORAL .......................................................................................... 19
3 A GÊNESE DA CONSCIÊNCIA MORAL: A NECESSIDADE DO DESENVOLVIMENTO 
HUMANO .............................................................................................................................................. 21
4 CONDUTA MORAL: O BEM E O MAL, O CERTO E O ERRADO ........................................... 23
LEITURA COMPLEMENTAR 1 ............................................................................................................ 26
LEITURA COMPLEMENTAR 2 ............................................................................................................ 27
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 34
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 35
TÓPICO 3 – OS VALORES E A MORAL COMO PRINCÍPIOS NORTEADORES DA ÉTICA . 37
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 37
2 A ESSÊNCIA DA MORAL COM EMBASAMENTOS ÉTICOS PARA A VIDA COTIDIANA .37
3 OS VALORES E PRINCÍPIOS MORAIS ......................................................................................... 40
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 45
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 48
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 50
TÓPICO 4 – A ÉTICA NA CONTEMPORANEIDADE ................................................................... 51
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 51
2 ALGUMAS QUESTÕES ÉTICAS POLÊMICAS DA ATUALIDADE ........................................ 51
2.1 FAMÍLIA ........................................................................................................................................... 52
2.2 SOCIEDADE CIVIL ......................................................................................................................... 52
2.3 ESTADO ............................................................................................................................................ 53
3 ÉTICA E LIBERDADE: A LIBERDADE COMO CAPACIDADE HUMANA ........................... 54
LEITURA COMPLEMENTAR 1 ............................................................................................................ 54
LEITURA COMPLEMENTAR 2 ............................................................................................................ 58
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 61
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 62
sumário
VIII
UNIDADE 2 - A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO 
ASSISTENTE SOCIAL ................................................................................................. 63
TÓPICO 1 – OS FUNDAMENTOS ÉTICO-MORAIS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DO 
ASSISTENTE SOCIAL ..................................................................................................... 65
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 65
2 A NATUREZA E OS FUNDAMENTOS DA ÉTICA PROFISSIONAL ...................................... 65
3 O SIGNIFICADO DA ÉTICA PROFISSIONAL ............................................................................ 67
4 ÉTICA, O COTIDIANO E A PRÁTICA PROFISSIONAL ........................................................... 69
LEITURA COMPLEMENTAR 1 ............................................................................................................ 72
LEITURA COMPLEMENTAR 2 ............................................................................................................ 73
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 77
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 79
TÓPICO 2 – O ESPAÇO DA ÉTICA NA RELAÇÃO INDIVÍDUO E SOCIEDADE ................. 81
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 81
2 AS BASES HISTÓRICAS DA SOCIEDADE NA CONSTRUÇÃO DA ÉTICA ....................... 81
LEITURA COMPLEMENTAR 1 ............................................................................................................ 84
LEITURA COMPLEMENTAR 2 ............................................................................................................ 85
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 90
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 91
TÓPICO 3 – A RELAÇÃO ENTRE TRABALHO, SER SOCIAL E ÉTICA ................................... 93
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 93
2 O QUE É TRABALHO? ........................................................................................................................ 93
3 A ÉTICA DO TRABALHO .................................................................................................................. 94
LEITURA COMPLEMENTAR 1 ............................................................................................................ 97
LEITURA COMPLEMENTAR 2 ............................................................................................................ 98
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................101
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................103
TÓPICO 4 – AÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E SEU PROJETO ÉTICO-
POLÍTICO .........................................................................................................................105
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................105
2 AS INTERVENÇÕES ÉTICAS NA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE 
SOCIAL .............................................................................................................................................................105
3 O OBJETO DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL ..............................106
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................111
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................123
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................125
UNIDADE 3 – O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS 
CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO ........................................................................127
TÓPICO 1 – FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS 
ASSISTENTES SOCIAIS ...............................................................................................129
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................129
2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO CÓDIGO DE ÉTICA ......................................................130
2.1 LIBERDADE ...................................................................................................................................130
2.2 DIREITOS HUMANOS .................................................................................................................132
2.3 CIDADANIA ..................................................................................................................................134
2.4 DEMOCRACIA ..............................................................................................................................136
IX
2.5 EQUIDADE E JUSTIÇA SOCIAL ................................................................................................137
2.6 RESPEITO À DIVERSIDADE .......................................................................................................138
2.7 PLURALISMO ................................................................................................................................139
2.8 PROJETO PROFISSIONAL ..........................................................................................................140
2.9 MOVIMENTOS SOCIAIS .............................................................................................................141
2.10 QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS..........................................................................142
2.11 INDISCRIMINAÇÃO ..................................................................................................................143
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................145
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................150
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................154
TÓPICO 2 – DOS DIREITOS E DAS RESPONSABILIDADES GERAIS DO ASSISTENTE 
SOCIAL ............................................................................................................................157
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................157
2 DOS DIREITOS GERAIS DO ASSISTENTE SOCIAL ...............................................................157
3 DOS DEVERES GERAIS DO ASSISTENTE SOCIAL ................................................................158
4 O QUE O ASSISTENTE SOCIAL NÃO PODE FAZER ...............................................................159
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................161
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................162
TÓPICO 3 – O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL BRASILEIRO ....................163
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................163
2 O CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DOS/DAS ASSISTENTES SOCIAIS ...................166
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................179
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................180
TÓPICO 4 – OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL .........................181
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................181
2 CFESS – CONSELHO FEDERAL DO SERVIÇO SOCIAL .........................................................181
3 CRESS – CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL ..........................................184
4 OUTRAS ENTIDADES CORRELACIONADAS AO SERVIÇO SOCIAL ...................186
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................187
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................193
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................194
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................195
X
1
UNIDADE 1
A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• compreender o significado da ética e seus princípios norteadores;
• aprofundar os conhecimentos acerca dos princípios e valores morais de 
nossa sociedade;
• identificar as diversas questões éticas contemporâneas.
A Unidade 1 está dividida em quatro tópicos. Ao final de cada um deles, 
você terá a oportunidade de fixar seus conhecimentos, realizando as 
atividades propostas.
TÓPICO 1 – O QUE É ÉTICA?
TÓPICO 2 – ÉTICA: UM MÉTODO DE VIVER E CONVIVER
TÓPICO 3 – OS VALORES E A MORAL COMO PRINCÍPIOS 
NORTEADORES DA ÉTICA
TÓPICO 4 – A ÉTICA NA CONTEMPORANEIDADE
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
O QUE É ÉTICA?
1 INTRODUÇÃO
No processo de compreensão dos significados da ética profissional do 
Assistente Social, faz-se necessário discutir, primeiramente, alguns aspectos básicos 
correlacionados à ética e à moral do comportamento humano em sociedade.
Neste sentido, segundo Tomelin e Tomelin (2002, p. 89) “a ética é uma das 
áreas da filosofia que investiga sobre o agir humano na convivência com os outros 
[...]”, ou seja, pode-se compreender que os nossos costumes e as nossas ações 
humanas em sociedade formam uma consciência moral do certo e do errado, do 
bem e do mal.
NOTA
A Filosofia, de modo geral, investiga a racionalidade dos princípios fundamentais 
dos seres humanos.
Assim, pretendemos apresentar algumas ponderações no que tange aos 
principais significados da ética e da moral.
2 PROBLEMAS MORAIS E ÉTICOS
Com relação aos problemas éticos emorais do comportamento humano, 
observamos que a ética não é facilmente explicável, ao sermos indagados, mas 
todos nós sabemos o que é, pois está diretamente relacionada aos nossos costumes 
e às ações em sociedade, ou seja, ao nosso comportamento, ao nosso modo de 
vida e de convivência com os outros integrantes da sociedade.
Observa-se que todos nós possuímos princípios e valores que foram e são 
constituídos por nossa sociedade. E, com relação a estes valores, cada um de nós 
possui uma visão do que é certo e errado, do que é o bem e o mal. 
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
4
Contudo, esta consciência moral é determinada por um consenso coletivo 
e social, ou seja, o conjunto da sociedade é que formula e compõe as normas 
de conduta que o regem. Como exemplo, temos a nossa Constituição Federal e 
outras regras e normas de nossa sociedade.
IMPORTANT
E
Caro(a) acadêmico(a), para aprofundar os seus conteúdos sobre os princípios e 
valores, sugerimos a leitura dos artigos 1º, 3º e 5º da Constituição da República Federativa do 
Brasil, promulgada em 1988. Ele está disponível no seguinte site: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm>.
Didaticamente, segundo Valls (2003, p. 8) 
[...] costuma-se separar os problemas teóricos da ética em dois 
campos: num, os problemas gerais e fundamentais (como liberdade, 
consciência, bem, valor, lei e outros); e no segundo os problemas 
específicos, de aplicação concreta, como os problemas da ética 
profissional, de ética política, de ética sexual, de ética matrimonial, de 
bioética etc.
FIGURA 1 – O BEM E O MAL
FONTE: Disponível em: <www.dialogosuniverstarios.com.br>. Acesso 
em: 25 fev. 2009.
TÓPICO 1 | O QUE É ÉTICA?
5
UNI
Contudo, como saber: o que é certo e errado, se estamos fazendo o bem ou o mal?
Finalizando este item, podemos observar que: 
[...] os problemas éticos se distinguem da moral pela sua característica 
genérica, enquanto que a moral se caracteriza pelos problemas da 
vida cotidiana. O que há de comum entre elas é fazer o homem pensar 
sobre a responsabilidade das consequências de suas ações. A ética faz 
pensar sobre as consequências universais, sempre priorizando a vida 
presente e futura, local e global. A moral faz pensar as consequências 
grupais, adverte para normas culturalmente formuladas ou pode estar 
fundamentado num princípio ético. A ética pode, desta forma, pautar 
o comportamento moral. (TOMELIN; TOMELIN, 2002, p. 90).
AUTOATIVIDADE
PROBLEMAS DA VIDA COTIDIANA
VALORES E PRINCÍPIOS PROBLEMAS ÉTICO-MORAIS
LIBERDADE
IGUALDADE
DEMOCRACIA
3 O CAMPO DA ÉTICA: SEU SIGNIFICADO E A FORMAÇÃO 
DO SUJEITO ÉTICO-MORAL
Todos os homens fazem parte de uma sociedade, de um grupo social, 
portando, podemos dizer que os homens em sociedade convivem em grupo. Cada 
grupo social possui diferentes características culturais e morais, como, por exemplo: 
os povos indígenas, os orientais, os africanos, os alemães, os franceses, os italianos, os 
americanos, os brasileiros, entre muitos outros. Cada sociedade possui suas normas de 
conduta comportamental e seus princípios morais, ou seja, cada grupo social constituiu 
o que é certo e errado, o que é o bem e o mal para o seu povo, portanto, nem sempre o 
que é certo para nós pode ser certo para um outro grupo social e vice-versa.
Podemos pegar como exemplo a cultura do nascimento de crianças. Existem 
algumas sociedades indígenas em que a mãe, ao dar à luz, se embrenha na mata 
sozinha e se o filho não for perfeito, segundo os seus princípios morais, ela o abandona 
à sua própria sorte. À luz de nossos princípios morais, esta ação seria considerada um 
crime de abandono.
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
6
Como você pode observar na seguinte figura, cada povo possui sua 
tradição, hábitos, costumes e cultura, desencadeando valores e princípios morais 
diferentes, que conduzem o seu comportamento social e moral.
FIGURA 2 – DIFERENTES CULTURAS
FONTE: A autora
UNI
Se você quiser saber mais sobre o comportamento moral destes grupos sociais/
povos, pesquise, na internet, sobre a CULTURA de cada povo. Assim, você poderá observar as 
diferenças culturais de cada um e identificar seus princípios morais.
FIGURA 3 – INDECISÃO
FONTE: Disponível em: <www.dificilescolher.blogspot.com>. Acesso 
em: 25 fev. 2009.
TÓPICO 1 | O QUE É ÉTICA?
7
UNI
Afinal o que é ética?
De acordo com Tomelin e Tomelin (2002, p. 89), “a palavra ética provém 
do grego ethos e significa hábitos, costumes e se refere à morada de um povo 
ou sociedade. A palavra moral provém do latim morális e significa costume, 
conduta.” 
A principal função da ética é sugerir qual o melhor comportamento 
que cada pessoa ou grupo social tem ou venha a ter. Indicando o que é certo 
ou errado, o que é bom ou mau. Porém, este comportamento sempre partirá do 
ponto de vista dos princípios morais de cada sociedade, ou seja, seu grupo social. 
A ética auxilia no esclarecimento e na explicação da realidade cotidiana de cada 
povo, procurando sempre elaborar seus conceitos conforme o comportamento 
correspondente de cada grupo social.
IMPORTANT
E
“O ético transforma-se assim numa espécie de legislador do comportamento 
moral dos indivíduos ou da comunidade.” (VÁZQUEZ, 2005, p. 20).
Complementando, Vazquez (2005, p. 21) coloca-nos que “a ética é teoria, 
investigação ou explicação de um tipo de experiência humana ou forma de 
comportamento dos homens [...]”, ou seja, o valor de ética está naquilo que ela 
explica – o fato real daquilo que foi ou é –, e não no fato de recomendar uma ação 
ou uma atitude moral.
Como todos sabem, existem grandes transformações históricas no decorrer 
dos tempos em nossa sociedade. E com estas mudanças, o nosso comportamento 
também muda e, consequentemente, os nossos princípios morais também. 
Outro fator que não podemos esquecer é a questão de julgar o 
comportamento dos outros grupos sociais, pois a realidade cotidiana destes foi 
formada por outro conjunto de normas e princípios morais, diferente dos nossos. 
Mesmo que em alguns aspectos estes princípios se pareçam com os nossos.
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
8
4 OS IDEAIS ÉTICOS: UMA INVESTIGAÇÃO DOS 
FUNDAMENTOS ÉTICOS
Agora, prezado(a) acadêmico(a), apresentamos mais alguns aspectos 
correlacionados à etica, realizando assim uma investigação dos fundamentos que 
norteiam a ética.
A ética não se restringe a normas! [...] A moral expressa uma resposta 
as necessidades, mas [...] de onde vem a possibilidade de determinar o 
que é bom ou ruim, ou ainda de onde vem a possibilidade de escolher 
entre coisas diferentes? Para responder a essas questões, devemos 
agora entender os valores e escolhas com capacidades humanas. 
(BARROCO, 2000, p. 53-54).
Como realmente podemos definir as questões morais em nossa sociedade, 
ou seja, quais os critérios da conduta moral humana? Como ela se constitui?
IMPORTANT
E
“Será que agir moralmente significaria agir de acordo com a própria consciência?” 
(VALLS, 2003, p. 43).
Pois bem, partindo do princípio de que a conduta humana é formada 
por um conjunto de ações no intuito de obter alguma coisa, ou atingir alguma 
meta, observamos que nós, homens, agimos de acordo com os nossos interesses 
e os interesses do coletivo. Portanto, só agimos quando somos motivados ou 
impulsionados por um desejo ou na busca constante da realização e do prazer, 
pois é o caráter das pessoas e seus costumes, hábitos e virtudes que determinam 
a sua conduta social, a sua maneira de viver. E é neste comportamento que a ética 
regula o agir humano.
TÓPICO 1 | O QUE É ÉTICA?
9
AS TRÊS PENEIRAS DE SÓCRATES
Certa vez um homem chegou até Sócrates e disse:
— Mestre, escute-me, pois tenho que contar-lhe algo importante a respeito 
de seu amigo!
— Esperaum pouco – interrompe o sábio – fez passar aquilo que quer 
contar pelas três peneiras?
— Que três peneiras, Mestre?
— Então escute bem! A primeira é a peneira da Verdade. Está convicto de 
que tudo que quer me dizer é verdade?
— Não exatamente, Mestre. Somente o ouvi de outros.
— Mas então certamente fez passar pela segunda peneira. Trata-se da 
peneira da Bondade.
— O homem ficou ruborizado e respondeu:
— Devo confessar-lhe que não, Mestre.
— E pensou na terceira peneira? Seria-me útil o que quer falar a respeito 
de meu amigo? Seria esta a peneira da Utilidade.
— Útil? Na verdade, não.
—Vê? – disse-lhe o sábio – se aquilo que quer contar-me não é Verdadeiro, 
nem Bom, nem Útil, então é melhor que o guarde somente para si.
FONTE: TOMELIN, Janes Fidélis; TOMELIN, Karina Nones. Do mito para a razão: uma dialética 
do saber. 2. ed. Blumenau: Nova Letra, 2002. p. 92-93.
LEITURA COMPLEMENTAR 1
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
10
LEITURA COMPLEMENTAR 2
ÉTICA E MORAL
Sandro Dennis
Existe alguma confusão entre o Conceito de Moral e o Conceito de Ética. 
A etimologia destes termos ajuda a distingui-los, sendo que Ética vem do grego 
“ethos” que significa modo de ser, e Moral tem sua origem no latim, que vem de 
“mores”, significando costumes.
Esta confusão pode ser resolvida com o estudo em paralelo dos dois temas, 
sendo que Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem 
em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo 
cotidiano. É a “ciência dos costumes”. A Moral tem caráter normativo e obrigatório.
Já a ÉTICA é “conjunto de valores que orientam o comportamento do 
homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, 
assim, o bem-estar social”, ou seja, ÉTICA É A FORMA QUE O HOMEM DEVE 
SE COMPORTAR NO SEU MEIO SOCIAL.
A MORAL sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência 
Moral que o leva a distinguir o bem do mal no contexto em que vive. Surgindo 
realmente quando o homem passou a fazer parte de agrupamentos, isto é, 
surgiu nas sociedades primitivas, nas primeiras tribos. A Ética teria surgido com 
Sócrates, pois se exige maior grau de cultura. Ela investiga e explica as normas 
morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas 
principalmente por convicção e inteligência. Ou seja, enquanto a Ética é teórica e 
reflexiva, a Moral é eminentemente prática. Uma completa a outra.
Em nome da amizade, deve-se guardar silêncio diante do ato de um 
traidor? Em situações como esta, os indivíduos se deparam com a necessidade 
de organizar o seu comportamento por normas que se julgam mais apropriadas 
ou mais dignas de ser cumpridas. Tais normas são aceitas como obrigatórias, e 
desta forma, as pessoas compreendem que têm o dever de agir desta ou daquela 
TÓPICO 1 | O QUE É ÉTICA?
11
maneira. Porém o comportamento é o resultado de normas já estabelecidas, 
não sendo, então, uma decisão natural, pois todo comportamento sofrerá um 
julgamento. E a diferença prática entre Moral e Ética é que esta é o juiz das morais, 
assim ÉTICA É UMA ESPÉCIE DE LEGISLAÇÃO DO COMPORTAMENTO 
MORAL DAS PESSOAS.
Ainda podemos dizer que a ética é um conjunto de regras, princípios ou 
maneiras de pensar que guiam, ou chamam para si a autoridade de guiar, as 
ações de um grupo em particular, ou, também, o estudo da argumentação sobre 
como nós devemos agir.
Também a simples existência da moral não significa a presença explícita 
de uma ética, entendida como filosofia moral, pois é preciso uma reflexão que 
discuta, problematize e interprete o significado dos valores morais.
Podemos dizer, a partir dos textos de 
PLATÃO e ARISTÓTELES, que no Ocidente, a 
ética ou filosofia moral inicia-se com Sócrates.
Para SÓCRATES, o conceito de ética iria além 
do senso comum da sua época, o corpo seria a prisão 
da alma, que é imutável e eterna. Existiria um “bem 
em si” próprio da sabedoria da alma e que podem 
ser rememorados pelo aprendizado. Esta bondade 
absoluta do homem tem relação a uma ética anterior 
à experiência, pertencente à alma e que o corpo para 
reconhecê-la terá que ser purificado.
ARISTÓTELES subordina sua ética à política, acreditando que na 
monarquia e na aristocracia se encontraria a alta virtude, já que esta é um 
privilégio de poucos indivíduos. Também diz que na prática ética, nós somos o 
que fazemos, ou seja, o Homem é moldado na medida em que faz escolhas éticas 
e sofre as influências dessas escolhas.
O Mundo Essencialista é o mundo da contemplação, ideia compartilhada 
pelo filósofo grego antigo Aristóteles. No pensamento filosófico dos antigos, os seres 
humanos aspiram ao bem e à felicidade, que só podem ser alcançados pela conduta 
virtuosa. Para a ética essencialista o homem era visto como um ser livre, sempre 
em busca da perfeição. Esta por sua vez, seria equivalente aos valores morais que 
estariam inscritos na essência do homem. Dessa forma – para ser ético – o homem 
deveria entrar em contato com a própria essência, a fim de alcançar a perfeição.
Costuma-se resumir a ética dos antigos, ou ética essencialista, em três 
aspectos: 1) o agir em conformidade com a razão; 2) o agir em conformidade 
com a natureza e com o caráter natural de cada indivíduo; 3) a união permanente 
entre ética (a conduta do indivíduo) e política (valores da sociedade). A ética era 
uma maneira de educar o sujeito moral (seu caráter) no intuito de propiciar a 
harmonia entre o mesmo e os valores coletivos, sendo ambos virtuosos.
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
12
Com o cristianismo romano, através de S. 
TOMÁS DE AQUINO e SANTO AGOSTINHO, 
incorpora-se a ideia de que a virtude se define a 
partir da relação com Deus e não com a cidade ou 
com os outros. Deus nesse momento é considerado 
o único mediador entre os indivíduos. As duas 
principais virtudes são a fé e a caridade.
Através deste cristianismo, se afirma na ética 
o livre-arbítrio, sendo que o primeiro impulso da 
liberdade dirige-se para o mal (pecado). O homem 
passa a ser fraco, pecador, dividido entre o bem e o 
mal. O auxílio para a melhor conduta é a lei divina. 
A ideia do dever surge nesse momento. Com isso, 
a ética passa a estabelecer três tipos de conduta; 
a moral ou ética (baseada no dever), a imoral ou 
antiética e a indiferente à moral.
As profundas transformações que o mundo 
sofre a partir do século XVII com as revoluções 
religiosas, por meio de LUTERO; científica, com 
COPÉRNICO e filosófica, com DESCARTES, oprimem 
um novo pensamento na era Moderna, caracterizada 
pelo Racionalismo Cartesiano – agora a razão é o 
caminho para a verdade, e para chegar a ela é preciso 
um discernimento, um método. Em oposição à fé surge 
agora o poder exclusivo da razão de discernir, distinguir 
e comparar. Este é um marco na história da humanidade 
que a partir daí acolhe um novo caminho para se chegar 
ao saber: o saber científico, que se baseia num método e 
o saber sem método é mítico ou empírico.
A ética moderna traz à tona o conceito de que os 
seres humanos devem ser tratados sempre como fim da 
ação e nunca como meio para alcançar seus interesses. Essa 
ideia foi contundentemente defendida por Emmanuel 
Kant. Ele afirmava que: “não existe bondade natural. 
Por natureza somos egoístas, ambiciosos, destrutivos, 
agressivos, cruéis, ávidos de prazeres que nunca nos 
saciam e pelos quais matamos, mentimos, roubamos”.
TÓPICO 1 | O QUE É ÉTICA?
13
De acordo com esse pensamento, para nos tornarmos seres morais era 
necessário nos submetermos ao dever. Essa ideia é herdada da Idade Média na 
qual os cristãos difundiram a ideologia de que o homem era incapaz de realizar o 
bem por si próprio. Por isso, ele deve obedecer aos princípios divinos, cristalizando 
assim a ideia de dever. Kant afirma que se nos deixarmos levar pornossos 
impulsos, apetites, desejos e paixões não teremos autonomia ética, pois a Natureza 
nos conduz pelos interesses de tal modo que usamos as pessoas e as coisas como 
instrumentos para o que desejamos. Não podemos ser escravos do desejo.
No século XIX, FRIEDRICH HEGEL traz uma 
nova perspectiva complementar e não abordada pelos 
filósofos da Modernidade. Ele apresenta a perspectiva 
Homem – Cultura e História, sendo que a ética 
deve ser determinada pelas relações sociais. Como 
sujeitos históricos culturais, nossa vontade subjetiva 
deve ser submetida à vontade social, das instituições 
da sociedade. Desta forma, a vida ética deve ser 
“determinada pela harmonia entre vontade subjetiva 
individual e a vontade objetiva cultural”.
Através desse exercício, interiorizamos os valores culturais de tal maneira 
que passamos a praticá-los instintivamente, ou seja, sem pensar. Se isso não 
ocorrer é porque esses valores devem estar incompatíveis com a nossa realidade 
e por isso devem ser modificados. Nesta situação podem ocorrer crises internas 
entre os valores vigentes e a transgressão deles.
Já na atualidade o conceito de ética se fundiu nestas duas correntes de 
pensamento:
A ÉTICA PRAXISTA, em cuja visão o homem tem a capacidade de 
julgar, ele não é totalmente determinado pelas leis da natureza, nem possui uma 
consciência totalmente livre. O homem tem uma corresponsabilidade frente as 
suas ações.
A ÉTICA PRAGMÁTICA, Com raízes na apropriação de coisas e espaços, 
na propriedade, tem como desafio à alteridade (misericórdia, responsabilização, 
solidariedade), para transformar o Ter, o Saber e o Poder em recursos éticos para 
a solidariedade, contribuindo para a igualdade entre os homens: “distribuição 
equitativa dos bens materiais, culturais e espirituais”.
O homem é visto, como sujeito histórico-social, e como tal, sua ação não 
pode mais ser analisada fora da coletividade. Por isso, a ética ganha novamente um 
dimensionamento político: uma ação eticamente boa é politicamente boa, e contribui 
para o aumento da justiça, distribuição igualitária do poder entre os homens. Na 
ética pragmática o homem é politicamente ético, – “todos os aspectos da condição 
humana, têm alguma relação com a política” – há uma corresponsabilidade em 
prol de uma finalidade social: a igualdade e a justiça entre os homens.
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
14
Na Contemporaneidade, NIETZSCHE atribui 
a origem dos valores éticos, não à razão, mas à emoção. 
Para ele, o homem forte é aquele que não reprime 
seus impulsos e desejos, que não se submete à moral 
demagógica e repressora. E para coroar essa mudança 
radical de conceitos, surge FREUD com a descoberta 
do inconsciente, instância psíquica que controla o 
homem, burlando sua consciência para trazer à tona 
a sexualidade represada e que o neurotiza. Porém, 
FREUD, em momento algum afirma dever o homem 
viver de acordo com suas paixões, apenas buscar 
equilibrar e conciliar o id com o superego, ou seja, o 
ser humano deve tentar equilibrar a paixão e a razão.
Hoje, em uma era em que cada vez mais se 
fala de globalização, da qual somos todos funcionários 
e insumos de produção, o conhecimento de nossa 
cultura passa inevitavelmente pelo conhecimento de 
outras culturas. Entretanto essa tarefa antropológica 
não é suficiente para o homem comum superar a crise 
da ética atual conhecendo o outro e suas necessidades 
para se chegar a sua convivência harmônica. Ao 
contrário, ser feliz hoje é dominar progresso técnico e 
científico, ser feliz é ter. Não há mais espaço para uma 
ética voltada para uma comunidade. Hoje se aposta no 
individualismo, no consumo, na rapidez de produção.
No momento histórico em que vivemos existe um problema ético-político 
grave. Forças de dominação têm se consolidado nas estruturas sociais e econômicas, 
mas através da crítica e no esclarecimento da sociedade seria possível desvelar 
a dissimulação ideológica que existe nos vários discursos da cultura humana, 
sabendo disso, essas mesmas forças têm procurado controlar a mídia.
Em lugar da felicidade pura e simples há a obrigação do dever e a ética 
fundamenta-se em seguir normas. Trata-se da “Ética da Obediência”. Que impede o 
Homem de pensar, e descobrir uma nova maneira de se ver, e assim encontrar uma 
saída em relação ao conformismo de massa que está na origem da banalidade do mal, 
do mecanismo infernal em que estão ausentes o pensamento e a liberdade do agir.
Pois assim determina Vasquez (1998) ao citar Moral como um “sistema de 
normas, princípios e valores, segundo os quais são regulamentados as relações mútuas 
entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas, 
dotadas de um caráter histórico e social, sejam acatadas livres e conscientemente, por 
uma convicção íntima, e não de uma maneira mecânica, externa ou impessoal”.
Enfim, Ética e Moral são os maiores valores do homem livre. O homem, 
com seu livre arbítrio, vai formando seu meio ambiente ou o destruindo, ou ele 
TÓPICO 1 | O QUE É ÉTICA?
15
apoia a natureza e suas criaturas, ou ele subjuga tudo que pode dominar, e assim 
ele mesmo se forma no bem ou no mal neste planeta.
FONTE: DENIS, Sandro. Ética e moral. Círculo Cúbico. Endereço Eletrônico: <Http://
Circulocubico.Wordpress.Com/2008/04/04/Tica-E-Moral/>. Acesso em: 9 set. 2011.
1 Qual a função das regras e normas em nossa sociedade?
2 Procure identificar a diferença entre ética e moral.
3 Como podemos aplicar a fábula das “três peneiras de 
Sócrates”, em nosso dia a dia?
DICAS
Para um aprofundamento destes temas, sugiro que você leia os seguintes livros 
e assista ao filme indicado:
VALLS, Álvaro L. M. O que é 
Ética. São Paulo: Brasiliense, 
2003. (Coleção Primeiros 
Passos, 177).
VÁSQUEZ, Adolfo S. Ética. 26. 
ed. Rio de Janeiro: Civilização 
Brasileira, 2005.
COACHI CARTER: Treino para a vida. 
Título Original: Coach Carter. 
Gênero: Drama. 
Tempo de Duração: 136 minutos. 
Ano de Lançamento (EUA / 
Alemanha): 2005. 
Site Oficial: <www.coachcarter
movie.com>. 
Estúdio: MTV Films / Tollin/
Robbins Productions / MMDP 
Munich Movie Development & 
Production GmbH & Co. 
Distribuição: Paramount Pictures 
/ UIP. Direção: Thomas Carter.
TOMELIN, Janes Fidélis; TOMELIN, Karina Nones. Do mito 
para a razão: uma dialética do saber. 2 ed. Blumenau: 
Novaletra, 2002.
AUTOATIVIDADE
16
Neste tópico, podemos observar uma discussão acerca do significado da 
ética, no qual foram abordados os seguintes itens:
 A ética investiga o agir humano, o seu comportamento em sociedade.
 Nossas ações, hábitos e costumes formam uma consciência moral do que nos 
faz bem ou mal e o do que é certo ou errado.
 Todos os seres humanos possuem valores e princípios diferentes, porque 
vivem em sociedades diferentes, que possuem características culturais e morais 
diferentes.
 Cada um de nós possui uma visão do que é certo e errado, do bem e do mal. 
 Todos os homens fazem parte de uma sociedade, um grupo social, portanto, 
podemos dizer que os homens em sociedade convivem em grupo.
 A principal função da ética é sugerir qual o melhor comportamento que cada 
pessoa ou grupo social tem ou venha a ter.
 A ética auxilia no esclarecimento e explicação da realidade cotidiana de cada 
povo, procurando sempre elaborar seus conceitos conforme o comportamento 
correspondente de cada grupo social.
 O valor de ética está naquilo que ela explica – o fato real daquilo que foi ou é – e 
não no fato de recomendar uma ação ou uma atitude moral.
 São o caráter das pessoas e seus costumes, hábitos e virtudes que determinam 
a conduta social, a sua maneira de viver. E é neste comportamento que a ética 
regula o agir humano.
RESUMO DO TÓPICO 1
17
1 Pesquise a diferença entre comportamento amoral e comportamento imoral.
2 Quais as diferençasentre cultura e valores?
3 Como você vê a ética em sua profissão?
AUTOATIVIDADE
18
19
TÓPICO 2
ÉTICA: UM MÉTODO DE VIVER E CONVIVER
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Sabemos que vivemos em sociedade, mas para que possamos viver 
harmoniosamente com os outros, necessitamos compreender o como viver e 
conviver com o outro. Neste sentido, este tópico realizará algumas reflexões 
pertinentes a esta questão, pois:
Quando começamos a questionar a sensatez, ou mesmo a sanidade, de 
alguns de nossos mais acalentados modos de pensar – por exemplo, 
considerar o conhecimento como poder, em vez de sabedoria; afirmar 
a conveniência do progresso material, apesar de sua influência 
corrosiva em nossas almas, ou justificar a manipulação antropocêntrica 
da natureza, mesmo à custa de destruir o sistema de proteção de vida, 
a consciência primordial emerge como fonte inspiradora. (TU WEI-
MING apud TOMELIN; TOMELIN, 2002, p. 89).
Assim, a compreensão das diferenças entre ética e moral, proporcionará 
a você prezado(a) acadêmico(a), maior compreensão da realidade social em que 
vivemos.
2 DIFERENÇA ENTRE ÉTICA E MORAL
Com relação à ética e à moral, já estudadas no tópico 1 desta Unidade, 
podemos afirmar que a ética estuda e investiga o comportamento moral dos seres 
humanos. E esta moral é constituída pelos diferentes modos de viver e agir dos 
homens em sociedade, que é formada por suas diretrizes morais da vida cotidiana, 
transformando-se no decorrer dos tempos.
Nesta perspectiva, apresentamos as suas principais diferenças a seguir:
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
20
QUADRO 1 – DIFERENÇAS ENTRE ÉTICA E MORAL
ÉTICA MORAL
• É a ciência que estuda a moral.
• É a reflexão sistemática sobre o 
comportamento moral.
• É a parte da filosofia que trata da 
reflexão dos princípios universais da 
humanidade.
• São os valores humanos universais e 
fundamentais.
• É a teoria do comportamento moral.
• É a compreensão subjetiva do ato moral.
• É o modo de viver e agir de cada povo, 
em cada cultura.
• É o conjunto de normas, prescrição e 
valores reguladores da ação cotidiana.
• Varia no tempo e no espaço.
• São os valores concernentes ao bem e ao 
mal, permitindo ou proibindo.
• Conjunto de normas e regras reguladoras 
da relação entre os homens de uma 
determinada comunidade.
• Nasce da necessidade de ajudar cada 
membro aos interesses coletivos do 
grupo.
FONTE: TOMELIN, Janes Fidélis; TOMELIN, Karina Nones. Do mito para a razão: uma dialética 
do saber. 2. ed. Blumenau: Nova Letra, 2002. p. 89-90.
Ou seja, podemos verificar que existe uma distinção entre ética e moral e 
cada qual possui suas características norteadoras, que de acordo com Paulo Netto 
(apud BONETTI et al, 2010, p. 23) a:
FIGURA 4 – MORAL E ÉTICA
FONTE: Adaptado de: Tomelin e Tomelin, 2002, p.89-90.
TÓPICO 2 | ÉTICA: UM MÉTODO DE VIVER E CONVIVER
21
Assim, podemos expor que a moral vem se constituindo historicamente, 
mudando no decorrer da própria evolução do homem em sociedade. Em que 
seus hábitos e costumes são constituídos por esta relação social, em que a essência 
humana é pautada por estes princípios morais. E estes por sua vez constituem o 
ser social que somos. E a ética nesta questão chega para simplesmente regular e 
analisar estes preceitos morais.
A ética é percussora da TRANSFORMAÇÃO SOCIAL dos diversos 
sistemas ou estruturas sociais. Sistemas estes que imprimiam suas mudanças 
sociais, tais como:
• Capitalismo.
• Socialismo.
Então, podemos dizer que quando é constituída uma nova estrutura 
social, a ética, os vilões e princípios morais são modificados para constituir assim 
esta nova concepção de sociedade. Em outros termos, o sistema de valores morais 
se transforma no processo de constituição de um novo padrão sócio-histórico.
Mas, nos diversos processos e projetos de transformações sociais devem 
permear os valores da solidariedade, igualdade e fraternidade, para assim poder 
constitui uma sociedade mais justa e democrática.
3 A GÊNESE DA CONSCIÊNCIA MORAL: A NECESSIDADE DO 
DESENVOLVIMENTO HUMANO
Neste item, trabalharemos algumas questões que apresentam as origens 
ou bases fundamentais da existência humana, ou seja, a gênese da consciência 
moral, aquilo que possibilita os seres humanos a serem considerados homens.
Lembre-se, o ditado popular cita que “O HOMEM É HOMEM, PORQUE É UM 
SER RACIONAL!” A questão não é tão simples assim, pois não podemos dizer que a ética só 
depende da razão e que a racionalidade é o seu fator constituinte.
ATENCAO
Entretanto, antes de tudo, precisamos compreender o significado das 
ações ético-morais na vida dos seres humanos, indagando se o simples fato 
de pensar e estabelecer normas de conduta da realidade cotidiana pode ser 
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
22
compreendido como a realização de uma atividade prática em sua vida, ou seria 
possível que a vida dos homens fosse estabelecida apenas por sua racionalidade 
ou pela composição de regras, normas e valores sociais?
Partindo desta indagação, podemos afirmar que o homem vive num 
mundo real, estabelecendo diversas relações com a natureza, transformando-a 
segundo às suas necessidades reais, sobrevivendo, ao longo de sua história, a 
partir dessas relações.
DICAS
Como sugestão, inicialmente leia o seguinte livro:
FURNARI, Eva. Lolo Barnabé. São Paulo: Moderna, 2000.
Os seres humanos estão ligados à natureza e dela dependem para se 
constituírem como seres sociais, pois, à medida que utilizam sua consciência sobre 
a natureza, desenvolvem necessidades práticas de sobrevivência, ou seja, não basta 
apenas pensar e observar, faz-se necessário que os homens ajam sobre sua realidade 
cotidiana, realizem seus desejos e vontades e transformem a sua vida conforme 
suas necessidades e as necessidades de sua sociedade.
Marx e Engels (1987, p. 22) colocam-nos que:
[...] o primeiro pressuposto de toda existência humana e, portanto, de 
toda história, é que os homens devem estar em condições de viver para 
poder fazer história. Mas, para viver, antes de tudo comer, beber, ter 
habitação, vestir-se e algumas coisas a mais. O primeiro ato histórico 
é, portanto, a produção dos meios que permitam a satisfação destas 
necessidades, a produção da própria vida material, e de fato este é um 
ato histórico, uma condição fundamental de toda a história, que ainda 
hoje, como há milhares de anos, deve ser cumprida todos os dias e 
todas as horas, simplesmente para manter os homens vivos.
TÓPICO 2 | ÉTICA: UM MÉTODO DE VIVER E CONVIVER
23
Assim, podemos observar que a realização de nossas necessidades é 
compreendida como um fato social e histórico, primordial para compreendermos 
a própria existência humana. E estas necessidades, conforme a história do “Lolo 
Barnabé” (FURNARI, 2000), são criadas e recriadas constantemente, fazendo parte 
da constituição histórica dos seres humanos. Por consequência, determinando o 
modo de vida, os princípios, hábitos e valores sociais.
Este desenvolvimento humano, pela busca da realização das suas 
necessidades, é feito primordialmente por meio do trabalho, no qual, o homem 
além de se adaptar à natureza, começa a agir sobre ela, transformando-a de 
acordo com seus propósitos e necessidades.
Então, podemos concluir que é por meio do trabalho que os seres humanos 
colocam em prática suas capacidades humanas. Assim, o trabalho é a base 
fundamental na formação da consciência moral de todos os seres humanos, 
pois, segundo Barroco (2000, p. 45) “[...] o trabalho é uma atividade social, cuja 
realização cria valores e costumes, desenvolve habilidades e sentimentos, formas 
de comunicação, de intercâmbio e de conhecimento, em outras palavras, cria a 
cultura e sua própria história.” É por meio do trabalho que os homens desenvolvem 
seus princípios esua cultura, consequentemente, seus valores sociais e éticos.
1 A partir da história do “Lolo Barnabé” (FURNARI, 2000), reflita sobre as 
determinações da construção social através do trabalho, na constituição dos 
seres humanos.
2 Por que é o trabalho que permite a construção dos valores éticos?
3 Qual é o papel da ação humana na produção e reprodução da vida em 
sociedade?
4 CONDUTA MORAL: O BEM E O MAL, O CERTO E O 
ERRADO
Com relação ao comportamento moral dos homens, chegamos numa 
encruzilhada que é a nossa própria consciência moral, pois como saber o que 
devemos fazer? O que é certo ou errado perante a sociedade? O que é o bem e 
como evitar o mal?
De acordo com Valls (2003, p. 67-68): 
[...] agir eticamente é agir de acordo com o bem. A maneira de como 
se definirá o que seja este bem, é um segundo problema, mas a opção 
entre o bem e o mal, distinção levantada já há alguns milênios, parece 
continuar válida. [...] Neste sentido, poderíamos continuar dizendo 
AUTOATIVIDADE
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
24
que uma pessoa ética é aquela que age sempre a partir da alternativa 
bem ou mal, isto é, aquela que resolveu pautar seu comportamento 
por uma tal opção, uma tal disjunção. E quem não vive dessa maneira, 
optando sempre, não vive eticamente.
Pois bem, para efetuarmos um julgamento concreto sobre alguma 
situação da vida em sociedade, devemos nos pautar sobre todos os pressupostos 
éticos daquela sociedade em si, ou seja, seus princípios morais e seus costumes. 
Entretanto, sem esquecer que o que todo ser humano busca em suas ações 
cotidianas na sociedade é fazer sempre e somente o bem, pois é por causa e em 
nome deste bem maior que eles realizam tudo. 
Todas as nossas ações possuem um propósito, ou seja, um fim. Este fim 
somente é alcançado quando os homens realizam uma atividade para alcançá-lo, 
vão em busca de seus objetivos e metas. Portanto, se realmente existe um motivo 
que visa tudo o que fazemos, este fim só poderá ser realizado se nós, seres humanos, 
o realizarmos através de ações/atividades. Elas, por sua vez, sempre estão na busca 
constante da realização do bem e da verdade e procurando a felicidade e o prazer.
Em nome de um bem maior, da realização de um prazer ou em nome da 
felicidade, as pessoas realizam muitas ações na sociedade. Às vezes, estas ações 
podem prejudicar outras pessoas. Procure identificar pelo menos uma destas 
ações que você conhece, que, em nome deste bem maior, acaba prejudicando 
as outras pessoas.
DICAS
Como sugestão de leitura para fixação deste conteúdo, leia o seguinte livro e 
assista aos filmes a seguir:
PERREIRA, Otaviano. O que é moral. 
São Paulo: Brasiliense, 1991.
AUTOATIVIDADE
TÓPICO 2 | ÉTICA: UM MÉTODO DE VIVER E CONVIVER
25
ADMIRÁVEL MUNDO NOVO (Brave New World)
Direção: Leslie Libman e Larry Williams. 
Elenco: Peter Gallagher, Leonard Nimoy, Tim 
Guinee, Rya Kihlstedt, Sally Kirkland, Patrick J. 
Dancy, Daniel Dae Kim, Miguel Ferrer. 
Gênero: Ficção Científica.
SÁ, Antônio Lopes de. Ética e valores 
humanos. São Paulo: Juruá, 2011.
BLADE RUNNER: O CAÇADOR DE ANDROIDES
Diretor: Ridley Scott.
Elenco: FORD, HARRISON, HAUER, RUTGER, 
HANNAH, DARYL, e YOUNG, SEAN. 
Gênero: Ficção Científica.
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
26
LEITURA COMPLEMENTAR 1
OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tornado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
-garrafa, prato, facão
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxada, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
-------------------------
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que os seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução
---------------------------------
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.
(Vinícius de Moraes)
FONTE: MORAES, Vinícius de. In: TOMELIN, Janes Fidélis; TOMELIN, Karina Nones. Do mito para 
a razão: uma dialética do saber. 2. ed. Blumenau: Nova Letra, 2002. (p.24)
TÓPICO 2 | ÉTICA: UM MÉTODO DE VIVER E CONVIVER
27
LEITURA COMPLEMENTAR 2
ÉTICA E MORAL
UMA REFLEXÃO SOBRE A ÉTICA E OS PADRÕES DE MORALIDADE 
OCIDENTAL
Israel Alexandria
1. A MORALIDADE ENQUANTO OBJETO DA ÉTICA
Gosto não se discute. Correntemente essa frase é utilizada quando se quer 
estabelecer a ideia de que gosto é algo radicalmente subjetivo e imutável. Ora, 
a imensa variedade de sujeitos com preferências e opiniões distintas entre si e o 
fato de um mesmo sujeito mudar de preferências e opiniões fazem prova de que 
a complexa estrutura psíquica humana é capaz de aprender e de modificar o que 
se aprendeu. SUBJETIVIDADE não combina com IMUTABILIDADE, logo a frase 
em questão é contraditória.
Diz-se também que PERSONALIDADE vem da natureza. Quando atribuímos 
à natureza a existência de alguma coisa, estamos simplesmente dizendo que 
esta coisa não foi criada pela cultura, nasce-se com ela. Não há necessidade de 
aprender o que é natural. O natural é inato. Essa coisa chamada personalidade 
é inerente à pessoa. Pessoa e personalidade vêm da mesma palavra: persona. 
Ninguém nasce pessoa. Ninguém se refere a um bebê como "aquela pessoa", pois 
sabe-se que personalidade tem a ver com um sistema mais ou menos definido de 
gostos, preferências que se vai adquirindo com o tempo.
Embora as preferências e as condições que formam a personalidade sejam 
tão subjetivas e mutáveis, há uma constante que não podemos desprezar. É o 
princípio do prazer. Todo ser dotado de sensibilidade tem a propensão natural 
de afastar o que lhe está associado à dor e buscar o que lhe é prazeroso. O gato 
morde o homem que lhe pisa a cauda e o vegetal cresce em direção ao sol. Para o 
gato é bom que não lhe pisem na cauda. Para a planta, é bom crescer em direção ao 
sol. O ser humano não foge a essa regra. O bebê humano é capaz de manifestar 
sua percepção de prazer e dor e essa capacidade não se perde com a idade. O que 
muda é a forma como se dá essa manifestação e o objeto do prazer ou o da dor 
que, por sua vez, dependem das circunstâncias. O que permanece imutável é o 
fato dos sujeitos estarem sempre buscando o que lhes parece bom, e afastando o 
que lhes parece mal. É sobre esses dois conceitos que trata a ética.
A ética é uma ciência comprometida com a busca aprofundada das 
relações entre o homem e os conceitos de bem e de mal. Trata-se de uma 
ciência da qual não podemos nos esquivar, pois o bem e o mal, o certo e o errado 
impregnam nossa conduta prática. Embora a maioria não pense no assunto, o 
comportamento humano é uma contínua resposta às questões éticas. É nesse 
ponto que nasce a distinção entre ética e moral.
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
28
O dicionarista e pensador Nicola Abbagnano (1901-1990) afirma que 
MORAL é "atinente à conduta" (1982: 652) enquanto a ÉTICA é "a ciência com 
vistas a dirigir e disciplinar a mesma conduta" (1982: 360). A moral seriam 
as regras práticase a ética, o fundamento teórico da moral. Dizem-se moral 
aristotélica, moral kantiana para enfatizar os respectivos aspectos práticos; ética 
aristotélica, ética kantiana estariam mais relacionados aos seus aspectos teóricos. 
Alguns autores, entretanto, ressaltam que, embora haja uma infinidade de morais: 
moral cristã, moral judaica, moral platônica, moral kantiana etc., a ética seria uma 
só. É que, sendo esta uma ciência, trabalha apenas com conceitos universais.
Basicamente, são três os modelos de moralidade: aristocrático, utilitarista 
e kantiano.
2. A MORAL ARISTOCRÁTICA
A moral aristocrática visa fazer com que o indivíduo se aproxime, cada 
vez mais, de um homem ideal e transcendente. Nesse sentido, são morais 
aristocráticas a moral judaica, baseada no modelo de homem de fé (Abraão), 
a moral cristã, no amor ao próximo (Jesus), a moral platônica, no ascetismo 
(filósofo-rei), a moral budista, na eliminação dos desejos (Buda). Mas, na maioria 
das vezes, esses modelos ideais são apenas descrições sem referências a nomes 
de personagens históricos. A moral aristocrática propõe que cada indivíduo seja 
dotado das virtudes adequadas (a palavra virtude vem de virtu, que significa 
força) para imitar o modelo ou um ideal de vida proposto. A felicidade plena é 
obtida quando o indivíduo realiza o ideal proposto. Quanto mais virtuoso for o 
indivíduo, maior o seu grau de felicidade.
Sócrates (470-399 a.C.) inventou o ideal cínico (palavra derivada de canino), 
cuja principal virtude é o desprezo às comodidades, às riquezas e às convenções 
sociais, enfim a tudo aquilo que afasta o homem da simplicidade natural de que 
dão exemplo os animais (no caso o cão). Cínico é aquele que vive o descaramento 
da vida canina. Relata-se que Sócrates caminhava nos mercados apenas para 
saber do que ele não precisava. Outros curiosos relatos envolvendo Diógenes, 
tais como o da "visita do imperador", "a mão e a cuia", "a lanterna" etc. indicam 
que este teria sido o maior cínico da história.
Platão (428-348 a.C.) propôs o ideal asceta. A prática da ascese consiste 
em viver na contemplação do mundo das ideias ao tempo que se afasta de tudo 
o que é corpóreo. "É evidente que o trabalho do filósofo consiste em se ocupar 
mais particularmente que os demais homens em afastar sua alma do contato com o 
corpo" (Platão: Fédon, 65, a). O sábio educa-se para a morte, ou seja, para o dia em 
que sua alma se separará definitivamente do corpo, migrando para o outro mundo.
Aristóteles (384-322 a.C.) definia o homem ideal como aquele que consegue 
pôr em prática tanto a sua animalidade natural como a sua sociabilidade natural, 
pois o homem é um animal social por natureza. "Mesmo quando não precisam 
da ajuda dos outros, os homens continuam desejando viver em sociedade." 
TÓPICO 2 | ÉTICA: UM MÉTODO DE VIVER E CONVIVER
29
(Aristóteles. Política: III, 6). Reprimir a animalidade ou a sociabilidade distancia o 
homem da felicidade. Para encontrar um termo médio entre essas duas naturezas, 
o homem vale-se da razão.
Os estoicos são outro exemplo de moral aristocrática. No séc. IV a.C. 
Acredita-se que o nome estoico tenha sido inspirado no local onde Zenão de Cício 
(335-263 a.C.) ensinava: os pórticos (stoa, em grego). Costuma-se atribuir a razão 
do surgimento dessa doutrina ao fato da cidade de Atenas haver perdido sua 
independência para os macedônicos, prolongada depois pelo império romano. 
O estoicismo foi uma espécie de refúgio espiritual, uma via filosófica para se 
conseguir a independência em nível individual. Não obstante, o estoicismo 
atravessou séculos, sendo adotado pelos cristãos e até pelo imperador romano 
Marco Aurélio (121-180 d.C.). Segundo os estoicos, nenhum evento acontece por 
acaso (teoria da necessidade). Até mesmo o trajeto de uma folha que se desprende 
da árvore já foi milimetricamente traçado pelo Logos, princípio inteligente do 
cosmos. O ideal de sabedoria estoica é a completa apatia: indiferença-acomodação 
diante dos acontecimentos da vida, é o que revela Sêneca (4 a.C. 65 d.C.) um dos 
expoentes do estoicismo.
Toda a vida é uma escravidão. É preciso, pois, acostumar-se à sua condição, 
queixando-se o menos possivel e não deixando escapar nenhuma das vantagens que 
ela possa oferecer: nenhum destino é tão insuportável que uma alma razoável não 
encontre qualquer coisa para consolo. Vê-se frequentemente um terreno diminuto 
prestar-se, graças ao talento do arquiteto, às mais diversas e incríveis aplicações, e 
um arranjo hábil torna habitável o menor canto. Para vencer os obstáculos, apela 
à razão: verás abrandar-se o que resistia, alargar-se o que era apertado e os fardos 
tornarem-se mais leves sobre os ombros que saberão suportá-los. (1973: 216)
Não se interprete indiferença por alienação: um sábio pode engajar-se na 
vida política até mesmo porque estava escrito. Nesse ponto, os povos muçulmanos 
parecem estar em franco acordo com a doutrina estoica pois regularmente repetem 
a expressão maktub (estava escrito), particípio passado do verbo catab (escrever). A 
virtude do sábio é o controle absoluto de suas emoções. Segundo sua parenética 
(termo que diz respeito aos aconselhamentos práticos), quando as circunstâncias 
tornam impossível o controle das emoções, é aconselhável a prática do suicídio.
Epicuro de Samos (341-270 a.C.) criou o modelo de sábio epicurista: o 
homem que pratica plenamente a virtude da ataraxia (despreocupação; ausência 
de aborrecimentos, de dores ou medos). 
Nem a posse das riquezas nem a abundância das coisas nem a obtenção 
de cargos ou o poder produzem a felicidade e a bem-aventurança; produzem-na a 
ausência de dores, a moderação nos afetos e a disposição de espírito que se mantenha 
nos limites impostos pela natureza.
A ausência de perturbação e de dor são prazeres estáveis; por seu turno, 
o gozo e a alegria são prazeres de movimento, pela sua vivacidade. Quando 
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
30
dizemos, então, que o prazer é fim, não queremos referir-nos aos prazeres 
dos intemperantes ou aos produzidos pela sensualidade, como creem certos 
ignorantes, que se encontram em desacordo conosco ou não nos compreendem, 
mas ao prazer de nos acharmos livres de sofrimentos do corpo e de perturbações 
da alma. (Epicuro.1993: 25).
Efetivamente, a ideia de que os epicuristas pregavam a volúpia do corpo 
é falsa. Eles praticavam uma espécie de otimismo profilático que se aproxima 
muito do famoso "jogo do contente" da personagem Poliana. Eram iconoclastas 
em relação aos mitos sobre morte, religião e política. Isolados em jardins afastados 
das agitações da vida citadina, cultivavam a amizade (a prática de viver em 
seletos círculos de amigos era considerada condição fundamental na vida do 
sábio epicurista). O modus vivendi de Epicuro e seus discípulos foi chamado de 
aurea mediocritas (mediocridade dourada) por Horácio.
3. A MORAL UTILITARISTA
A moral utilitarista caracteriza-se pela ausência do transcendente e de 
modelos a priori a serem imitados. Todas as ações devem ser medidas pelo bem maior 
para o maior número. Ao definir o utilitarismo, o filósofo irlandês Francis Hutcheson 
(1694-1746) assim se expressa: "a melhor ação é aquela que produz a maior felicidade 
ao maior número de pessoas." O utilitarismo é a moral dos números.
Nicolau Maquiavel (1469-1527), pensador italiano, tem sobre si a culpa de 
haver defendido que os fins justificam os meios embora, segundo o Dicionário de 
Filosofia de Abbagnano (1962: 614), tal máxima tenha origem jesuíta. A injustiça 
que recai sobre Maquiavel vem da dificuldade que se tem de separar o mero 
descrever e o opinar. Ele tinha horror a governos de ocasiões, golpes sucessivos, 
casuísmos, enfim à política do dia a dia que tanto permeava a agitada vida nos 
bastidores políticos de Florença. Em O Príncipe ele faz uma descrição em forma 
de aconselhamento,com base em seus conhecimentos de história, da conduta 
do governante que pretende permanecer no poder por um tempo relativamente 
longo, mas chega mesmo a confessar que, para atingir tal permanência, o ideal 
seria que as coisas não ocorressem da forma como a história demonstrara. Não 
obstante, a tradição nos legou o termo maquiavélico como designativo de um 
modelo que se firmou como um dos marcantes exemplos de moral utilitarista: a 
que visa um maior número de dias no poder.
Thomas Hobbes (1588-1679), filósofo inglês, parte do princípio de que 
quanto menor for o número de invasões, mortes violentas e desapossamentos 
mútuos, mais feliz será a espécie humana. Esta condição só pode ser arranjada 
com a existência de um contrato social e de um Leviatã. Vamos explicar melhor: Para 
Hobbes, o homem é, naturalmente, o lobo do homem (homo homini lupus), ou seja, 
não é um ser naturalmente cordial e sociável, não está naturalmente aparelhado 
TÓPICO 2 | ÉTICA: UM MÉTODO DE VIVER E CONVIVER
31
para sentir-se incomodado com a dor alheia quando sua sobrevivência está em 
jogo. "Se dois homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo que é impossível 
ela ser gozada por ambos, eles se tornam inimigos." (Hobbes, 1651: 43). Relegados 
ao estado de natureza, os homens promovem uma guerra de todos contra todos 
(bellum omnium contra omnes), guerra inútil porque põe em risco a própria 
conservação humana. Os homens portanto perceberam e admitiram entre si a 
vantagem em cada um reprimir sua animalidade natural em prol de uma mútua 
convivência pacífica, bem mais útil, produtiva, confortável e segura. A civilização 
nasce desse contrato social. Essa nova situação, entretanto, só pode ser mantida 
com a existência de um Leviatã (monstro amedrontador e forte) que se expressa 
preferencialmente na figura de um rei, comandante autoritário e único que gera 
em todos o sentimento generalizado de medo da punição, garantindo assim a 
continuidade do Estado civil.
A base da moral utilitária de Hobbes sofreu inúmeras críticas, a principal 
partiu de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), filósofo suíço, que via na animalidade 
humana não lobos e sim cordeiros. Tais quais cordeiros livres, os homens, no 
estado de natureza, vivem em plena felicidade. Foi a civilização que fez com que 
muitos cordeiros se tornassem violentos e pensassem ser lobos. A soberania do 
Leviatã não é desejável porque além de retirar do homem a sua liberdade natural 
impossibilita a construção de uma liberdade civil, que só é possível quando a 
vontade geral é soberana. A conquista da liberdade civil estaria na reeducação 
por meio de leis "corderiais" que, metaforicamente, fizessem com que os cordeiros 
reconhecessem que são cordeiros.
Ainda a respeito da dicotomia lobo/cordeiro há outras observações 
curiosas. Para Frederich Nietzsche (1844-1900), filósofo alemão, a natureza 
produz homens-lobos e homens-cordeiros e não podemos ignorar que lobos 
estão aparelhados para devorar cordeiros. Quando só restarem lobos, as forças 
naturais produzirão superlobos que devorarão antigos lobos numa progressão 
infinita de vidas cada vez mais fortes. A moral nietzschiana é a da exuberância 
da força e do vitalismo das potências naturais ou superhumanas. É uma moral 
que pretende ir além do bem e do mal (se é que isso é possível). Nietzsche 
afirma que dicotomia entre bem e mal não passa de invencionice resultante do 
ressentimento e da fraqueza dos cordeiros. "Toda moral é [...] uma espécie de 
tirania contra a 'natureza' e também contra a 'razão'". (Nietzsche, 1886: 110).
Michel Foucault (1926-1984) diria que lobos e cordeiros habitam cada um 
de nós e ambos teriam desenvolvido estratégias de sobrevivência que tornariam 
extremamente complexa a luta entre os dois, uma complexidade tal que o cordeiro, 
em determinados momentos, poderia estar sob a condição de ataque. Nesse caso 
a questão moral só poderia ser definida dentro de um contexto muito específico 
onde se levariam em conta os sujeitos envolvidos, suas estratégias, suas relações 
de poder... Foucault é o criador da microética.
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
32
4. A MORAL KANTIANA
A moral kantiana é a concebida por Immanuel Kant (1724-1804), filósofo 
prussiano. Sua intuição principal foi que o indivíduo deve estar livre para agir 
"não em virtude de qualquer outro motivo prático ou de qualquer vantagem 
futura, mas em virtude da ideia de dignidade de um ser racional que não obedece 
a outra lei senão àquela que ele mesmo simultaneamente se dá" (Kant, 1785: 16). 
A ação moral exige a autonomia do agente. Ser autônomo é obedecer a si mesmo 
ou ao que vem de dentro. É o inverso do heterônomo (o que obedece ordem do 
outro, obedece ao que vem de fora). Não se pode falar em ética sem autonomia 
pois a ação heterônoma (cuja vontade vem de fora) não é uma ação ética. A moral 
aristocrática e a utilitarista não são eticamente válidas porque dependem de algo 
exterior: a primeira, de ideais transcendentes e a segunda, de ideais imanentes.
Para realizar a autonomia, a ação moral deve obedecer apenas ao imperativo 
categórico: o bom senso interior que todos nós temos de perceber que não somos 
instrumentos e sim agentes. Nunca instrumentalizar o homem é a exigência maior 
do imperativo categórico. Kant fornece uma regra para saber se uma decisão 
nossa obedece ou não ao imperativo categórico: indague a si mesmo se a razão 
que te faz agir de determinada maneira pode ser convertida em lei universal, 
válida para todos os homens. Se não puder, esta tua ação não é digna de um ser 
racional, não é eticamente boa porque falta-te a autonomia, estás agindo premido 
por circunstâncias exteriores a ti. O bem ético é um bem em si mesmo.
Ao realçar a exigência da autonomia da ação moral, Kant desperta a 
questão da liberdade ética. O conceito de liberdade ética parte da distinção 
entre ação reflexa e ação deliberada. A ação deliberada é aquela que resulta de 
uma decisão, de uma escolha, é o mesmo que ação autônoma. A ação reflexa é 
"instintiva", independe da vontade do agente. Apenas as ações deliberadas podem 
ser analisadas sob o ponto de vista ético. Voltemos ao exemplo do gato que morde 
o homem que lhe pisou a cauda. O gato tentou afastar o que lhe era um mal, mas 
não podemos dizer que ele escolheu morder o homem. Logo, não se pode dizer 
que o gato agiu de forma imoral ou antiética. A questão da liberdade ética pode 
ser assim resumida: Levando-se em conta que somos animais e ocasionalmente 
agimos de forma reflexa, em que condições nossa ação pode ser considerada uma 
ação deliberada?
Henri Bergson (1859-1941) e Jean-Paul Sartre (1905-1980) respondem a 
essa pergunta de forma radical: O livre-arbítrio é a qualidade que melhor define 
o homem. A própria condição humana exige que todo ato humano seja um ato de 
escolha, seja uma ação deliberada. O homem está condenado à liberdade porque 
nunca pode decidir não escolher. Diante da consciência de que nos vemos forçado 
a realizar algo por imposição exterior, passamos a ter liberdade de escolher entre 
entregar-se à ação ou ir de encontro a ela.
TÓPICO 2 | ÉTICA: UM MÉTODO DE VIVER E CONVIVER
33
Bibliografia Específica
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Trad., coord. e rev. por Alfredo 
Bosi e Maurice Cunio et alii. 2. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1982.
ARISTÓTELES. Política. Livro I, cap. 1. Brasília: UnB, 1988.
EPICURO. Ética. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 25. (Coleção Os Pensadores).
GOLDIM, José Roberto. Ética. moral e direito. Disponível em: <http://orion.ufrgs.
br/HCPA/gppg/eticmor.htm>. Acesso em: 7 jun.2000.
HOBBES, Thomas. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Coleção Os 
Pensadores). 
KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes (1785). São 
Paulo: Abril Cultural, 1980. (Coleção Os Pensadores).
LIMA VAZ, Henrique C. Escritos de Filosofia II: ética e cultura. SãoPaulo: 
Loyola, 1993.
NIETZSCHE, F.W. Além do Bem e do Mal - Prelúdio a Uma Filosofia do Porvir. 
Traduzido por Paulo José de Souza. São Paulo: Cia das Letras, 1996.
PLATÃO. Fédon ou da alma. Tradução por Márcio Pugliesi e Edson Bini. São 
Paulo: Hemus,199?.
SÊNECA. Da tranquilidade da alma. São Paulo: Abril Cultural. 1973. p. 216. 
(Coleção Os Pensadores).
FONTE: ALEXANDRIA, Israel. Ética e moral: uma reflexão sobre a ética e os padrões de 
moralidade ocidental. 2001. Endereço Eletrônico: <http://ialexandria.sites.uol.com.br/textos/
israel_textos/etica_e_moral.htm>. Acesso em: 20 set. 2011.
34
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, trabalhamos a distinção entre ética e moral e como são 
formados os princípios morais humanos, no qual foram abordados os seguintes 
itens:
	Verificamos que a ética estuda e investiga o comportamento moral dos seres 
humanos. 
	Observamos que a moral é constituída pelos diferentes modos de viver e agir 
dos homens em sociedade, no decorrer dos tempos.
	Estudamos que as origens ou bases fundamentais da existência humana, ou 
seja, a gênese da consciência moral, é formada por meio do trabalho.
	O trabalho é a base fundamental na formação da consciência moral de todos os 
seres humanos.
	Para realizarmos um julgamento concreto sobre alguma situação da vida em 
sociedade, devemos nos pautar sobre todos os pressupostos éticos daquela 
sociedade em si, ou seja, seus princípios morais e seus costumes. 
	Todo homem busca em suas ações cotidianas fazer sempre e somente o bem.
	Todas as ações humanas possuem um propósito, um fim.
35
A partir do conhecimento que você adquiriu sobre ética e moral, sugiro que 
você encontre 10 palavras relacionadas ao tópico estudado, neste seguinte 
passatempo.
AUTOATIVIDADE
A C O M P O R T A M E N T O P
K E L D A F P B B J L O S X R
R Q X C E B Q O K P Q R S L I
S A M O R A L Q E L M M O D N
D A F N L E B S R P O A B F C
J Q I D E P S E R A S X F O I
H N U U Q I L I A I P H L L P
C E R T O X B A D B S E Q O I
A S D A N D S B O L U T A S O
R O B L O F A S X U D I A P S
V A L O R E S Q A I O C Q X K
H Q A L I S O C I E D A D E P
36
37
TÓPICO 3
OS VALORES E A MORAL COMO PRINCÍPIOS 
NORTEADORES DA ÉTICA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, procurar-se-á compreender os conceitos e características 
dos valores e virtudes morais, que formam os princípios norteadores da ética.
Porém, o que é a moral?
Segundo Aranha e Martins (2003, p. 301), “a MORAL vem do Latim mos, 
moris, que significa “costume”, “maneira de se comportar regulada pelo uso”, e 
de moralis, morale, adjetivo referente ao que é “relativo aos costumes”. Portanto, 
podemos considerar que a moral é “um conjunto de regras de conduta admitidas 
em determinada época ou por um grupo de pessoas.”
A moralidade dos homens é um reflexo direto do modo de ser e conviver 
em sociedade, no qual o caráter, os sentimentos e os costumes determinam o 
seu comportamento individual e social, que foi ou está sendo perpetuado num 
espaço de tempo.
2 A ESSÊNCIA DA MORAL COM EMBASAMENTOS ÉTICOS 
PARA A VIDA COTIDIANA
Partimos do entendimento de que todo homem pode ser considerado um 
ser ético e que nossas raízes éticas advêm da nossa própria história por meio do 
trabalho, podemos questionar a sua forma de ser, ou seja, qual a natureza da 
moral? Por que a moral é necessária? E como ela é?
Pois sabemos que, “a (re)produção da vida social coloca necessidades de 
interação entre os homens, modos de ser constitutivos da cultura, produtos do 
trabalho, tais como a linguagem, os costumes, os hábitos, as atividades simbólicas, 
religiosas, artísticas e políticas.” (BARROCO, 2000, p. 25). 
A partir disso, podemos destacar alguns exemplos: 
38
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
● Na questão da linguagem, hábitos e costumes: pode-se observar que toda 
região do Brasil forma grupos ligados por seus costumes sociais, tais como: 
o nosso tipo de comida, o estilo de vida, as atitudes, determinando o nosso 
convívio social.
● Na questão das atividades simbólicas: a aplicação de histórias de conto de 
fadas serve para o desenvolvimento emocional de crianças.
● Na questão artística: a dança, a pintura, o teatro possibilitam a liberação da 
imaginação e criatividade dos homens, além de ser utilizada no tratamento 
de algumas questões de recuperação social e moral, como no tratamento de 
dependentes químicos e terapias ocupacionais.
Também devemos compreender que o homem, quando desenvolve e cria 
seus valores sociais e individuais, os classificam em certos ou errados, bons ou maus, 
de acordo com o conjunto de necessidades e possibilidades de cada grupo social.
Contudo, quais são as formas de ser da moral?
Como nos mostra Barroco (2000, p. 25-26): 
[...] o campo da moral é um espaço de criação e realização de normas e 
deveres, de atitudes, desejos e sentimentos de valor. Na vida cotidiana, 
julgamos as ações práticas como corretas ou incorretas; fazemos juízo 
de valor sobre nosso comportamento e dos outros; nos deparamos com 
situações em que ficamos em dúvida sobre a melhor escolha; projetamos 
nossa vida a partir de valores que julgamos positivos e negamos as ações 
que se orientam por valores que consideramos negativos.
Podemos observar, no nosso dia a dia, a existência de pessoas que não 
respeitam as normas de conduta da sociedade em que vivem, por isso, elas 
possuem um comportamento imoral ou antiético, ou seja, negam as normas e 
diretrizes morais constituídas e legitimadas pela própria sociedade.
1 Escreva como você se comporta diante de uma situação na qual certo cidadão 
de seu município transgride alguma norma ou diretriz de conduta social.
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_____________________________________________________________________
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AUTOATIVIDADE
TÓPICO 3 | OS VALORES E A MORAL COMO PRINCÍPIOS NORTEADORES DA ÉTICA
39
2 Como você se sente quando deixa de cumprir com um compromisso, ou 
mente sobre alguma situação, ou quando deixa de lado afazeres e obrigações?
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3 Você fica indignado(a) diante da injustiça e da irresponsabilidade em nossa 
sociedade? ( ) Sim ( ) Não. Justifique. 
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Segundo Barroco (2000, p. 26):
Todos esses julgamentos, sentimentos, escolhas e desejos constituem o 
campo da moral; referem-se a valores, normas e deveres que orientam o 
comportamento dos indivíduos em sociedade, reproduzindo um dever 
ser que possa fazer parte do seu ethos, de seu caráter, determinando 
sua consciência moral, influenciando as escolhas, os projetos, as ações 
práticas dirigidas à realização do que se considera bom. É também 
no âmbito da moral que falamos do senso moral, pois se considera 
que os indivíduos estão socializados quando têm capacidade para se 
autodeterminar em facede situações de conflito, podem distinguir o 
que é bom e o que não é, podem ser responsabilizados pelos seus atos.
AUTOATIVIDADE
● Medite: O que você compreende ser bom ou mau para você e sua família?
Sabemos que a moral sugere, constantemente, a valorização de nossas 
ações e de nossos comportamentos em sociedade, mas é a moral que determina 
quais são os nossos direitos e deveres perante a sociedade em que vivemos. 
Estes deveres são conectados ao nosso modo de ser e conviver em sociedade, 
gerando certas responsabilidades com relação a si próprio e aos outros, tais 
como: 
	sentimentos;
40
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
	escolhas; 
	desejos; 
	atitudes; 
	posicionamentos diante da realidade; 
	juízo de valor; 
	senso moral;
	consciência moral.
AUTOATIVIDADE
● Relacione algumas características ao termo central:
Não podemos esquecer que a moral, seus hábitos, princípios e costumes 
são constituídos em sociedade e no decorrer de nossa história. Estas construções 
são baseadas no dia a dia das relações sociais, que compõem a produção e 
reprodução da vida em sociedade. 
Finalizando o item, entendemos que todos nós, enquanto indivíduos, temos 
um senso moral da realidade em que estamos inseridos, adquirido pelo convívio 
social e assim reproduzido.
3 OS VALORES E PRINCÍPIOS MORAIS
Primeiramente, faz-se necessário compreender o significado de valor, 
pois, ao refletir sobre ética, também falamos sobre os nossos valores e virtudes e, 
consequentemente, no comportamento dos homens. 
Pois, quando falamos em ética nos reportamos instantaneamente na vida 
moral dos homens, e esta moralidade social é permeada de valores, valores estes 
também constituídos em sociedade. 
TÓPICO 3 | OS VALORES E A MORAL COMO PRINCÍPIOS NORTEADORES DA ÉTICA
41
José Paulo Netto expõe que Agnes Heller cita que “VALOR é tudo 
aquilo que contribui para explicar e para enriquecer o ser genérico do homem, 
entendendo como ser genérico um conjunto de atributos que constituiriam a 
essência humana.” (PAULO NETTO apud BONETTI ET AL, 2010, p. 22-23).
E estes atributos na perspectiva de Heller são:
FIGURA 5 – ATRIBUTOS NA PERSPECTIVA DE HELLER
OBJETIVAÇÃO:
- que expressa prioritariamente 
 por intermédio dotrabalho.
- que proporciona sair do subjetivo 
e passar para o real e concreto.
http://gracynhakellyblogspotcom/2006
_04_01_arc hive.html
 SOCIALIDADE: 
- que se expressa com a convivência 
com o outro, em grupo.
- aprendizagem com o outro.
- assimilação de normas sociais.
<http://tretas_nuas.blogs.sapo.pt/1774.html>.
CONSCIÊNCIA: 
- tomar ciência dos fatos ou de alguma 
coisa.
- reconhecimento da realidade;
- descoberta de algo;
- capacidade de perceber as coisas.
<http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_
info.php?term=Consci%C3%AAncia&lang=3>.
42
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
UNIVERSALIDADE: 
- universal;
- o todo;
- fazer parte de um determinado 
grupo.
<http://numerologiatododia.blogspot.
com/2010_10_01_archive.html>.
LIBERDADE: 
http://www.caiofabio.net/conteudo.
asp?codigo=02158
FONTE: Adaptado de: Paulo Netto (apud BONETTI et al, 2010, p. 23)
IMPORTANT
E
Estes atributos, segundo muitos estudiosos, são os elementos constitutivos do 
ser humano, do ser social.
Portanto, conclui-se que a ética é formada pelo estudo e investigação do 
comportamento e dos juízos de valores, estabelecendo ponderações de valor 
para o que está de acordo ou não com as normas e regras de convivência dos 
homens em sociedade, pontuando o que é certo e errado em cada postura social, 
observando sempre as normas de convivência social de cada sociedade ou povo.
TÓPICO 3 | OS VALORES E A MORAL COMO PRINCÍPIOS NORTEADORES DA ÉTICA
43
IMPORTANT
E
Contudo, o que são os valores sociais?
Diariamente, analisamos e fazemos julgamentos de valores tanto de 
coisas como dos seres humanos. Por exemplo, “Aquela flor tem muitos espinhos, 
pode me machucar”. “Este sabonete é ruim para mim, pois me dá alergia”. “Este 
chocolate é ruim, pois derrete fácil”. “Gosto muito daquele chocolate, porque é 
muito gostoso”. “Acho que a Samanta agiu bem ao ajudar você no trabalho de 
aula”. “Aquele profissional é competente”. Essas afirmações se referem ao juízo 
de valor da realidade em que estamos inseridos, pois quando partimos do fato 
que a flor, o sabonete, o chocolate, a moça e o profissional existem realmente, 
atribuímos algumas qualidades a eles, que podem nos atrair ou repelir.
Empregamos diversos tipos de valores, tais como: utilidade, estético, 
afetividade, do bem e mal, religiosos, aspectos econômicos, sociais e políticos.
Os valores são, num primeiro momento, herdados por nós. Ao 
nascermos, o mundo cultural é um sistema de significados já estabelecido, de tal 
modo que aprendemos desde cedo como nos comportar à mesa, na rua, diante de 
estranhos, como, quando e quanto falar em determinadas circunstâncias; como 
andar, correr, brincar; como cobrir o corpo e quando desnudá-lo; qual o padrão 
de beleza; que direito e deveres temos. Conforme atendemos ou transgredimos 
os padrões, os comportamentos são avaliados como bons ou maus.
A partir da valoração, as pessoas podem achar bonito ou feio o desenho 
que acabamos de fazer, ou criticar-nos por não termos cedido lugar à pessoa 
mais velha no metrô; ou acham bom o preço que pagamos pela bicicleta; ou 
nos elogiam por termos mantido a palavra dada; ou nos criticam por termos 
faltado com a verdade.
Nós próprios nos alegramos ou nos arrependemos de nossas ações 
ou até sentimos remorsos, dependendo do que praticamos. Isso quer dizer 
que o resultado de nossos atos está sujeito à sanção, ou seja, ao elogio ou à 
reprimenda, à recompensa ou à punição, nas mais diversas intensidades: a 
crítica de um amigo, “aquele” olhar da mãe, a indignação ou até a coerção 
física (isto é, a repressão pelo uso da força, por exemplo, quando alguém é 
preso por assassinato).
FONTE: Aranha e Martins (2003, p. 300-301)
Alguns exemplos dos valores e virtudes humanas:
44
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
AMIZADE JUSTIÇA OBEDIÊNCIA RESPEITO SIMPLICIDADE
LEALDADE COMPREENSÃO SINCERIDADE PUDOR GENEROSIDADE
PACIÊNCIA ORDEM HUMILDADE AUTOESTIMA LIBERDADE
Pois:
FIGURA 6 – SOBRE O SER HUMANO
• Entendemos o ser humano como um ser:
- DIALÓGICO
- RELACIONAL 
• Sem perder sua SINGULARIDADE,
 - pois continua sempre sendo um ser único e irrepetível,
• Sua SUBJETIVIDADE
 - é composta dos milhões de relações que ele estabelece durante toda a sua
 existência. 
• A DIMENSÃO ÉTICA
 - se apoia diretamente sobre essa antropologia personalista e dialógica.
• RECONHECEMOS O "OUTRO" como:
 - pessoa com quem esntramos em diálogo, e
 - com um simples "indivíduo" que:
 • está ao nosso lado,
 • com quem entramos em contato pelo simples motivo de sobrevivência,
 e, competição potencial conosco.
• No reconhecimento dessa alteridade
 - "CONSISTE TODA A ETICIDADE DA EXISTÊNCIA".
Que vai se construindo a partir das relações
que vai estabelecendo com os outros seres
humanos.
FONTE: GUARESCHI, Pedrinho A. et al. Psicologia social contemporânea. 3. ed. São Paulo: 
Vozes, 1999, p. 98.
TÓPICO 3 | OS VALORES E A MORAL COMO PRINCÍPIOS NORTEADORES DA ÉTICA
45
LEITURA COMPLEMENTAR
PRINCÍPIOS, VALORES E VIRTUDES
Jerônimo Mendes
Existe uma grande diferença entre princípios, valores e virtudes embora 
sua efetividade seja válida apenas quando os conceitos estão alinhados. No 
mundo corporativo em geral, noto que muitos profissionais são equivocados com 
relação aos conceitos e, apesar de defenderem o significado de um ou outro, a 
prática se revela diferente.
Princípios são preceitos, leis ou pressupostos considerados universais 
que definem as regras pela qualuma sociedade civilizada deve se orientar. Em 
qualquer lugar do mundo, princípios são incontestáveis, pois, quando adotados 
não oferecem resistência alguma. Entende-se que a adoção desses princípios está 
em consonância com o pensamento da sociedade e vale tanto para a elaboração 
da constituição de um país quanto para acordos políticos entre as nações ou 
estatutos de condomínio. Vale no âmbito pessoal e profissional.
Amor, felicidade, liberdade, paz e plenitude são exemplos de princípios 
considerados universais. Como cidadãos – pessoas e profissionais -, esses 
princípios fazem parte da nossa existência e durante uma vida estaremos lutando 
para torná-los inabaláveis. Temos direito a todos eles, contudo, por razões 
diversas, eles não surgem de graça. A base dos nossos princípios é construída no 
seio da família e, em muitos casos, eles se perdem no meio do caminho.
De maneira geral, os princípios regem a nossa existência e são comuns a 
todos os povos, culturas, eras e religiões, queiramos ou não. Quem age diferente 
ou em desacordo com os princípios universais acaba sendo punido pela sociedade 
e sofre todas as consequências. São as escolhas que fazemos com base em valores 
equivocados, não em princípios.
Valores são normas ou padrões sociais geralmente aceitos ou mantidos 
por determinado indivíduo, classe ou sociedade, portanto, em geral, dependem 
basicamente da cultura relacionada com o ambiente onde estamos inseridos. É 
comum existir certa confusão entre valores e princípios, todavia, os conceitos e as 
aplicações são diferentes.
Diferente dos princípios, os valores são pessoais, subjetivos e, acima de 
tudo, contestáveis. O que vale para você não vale necessariamente para os demais 
colegas de trabalho. Sua aplicação pode ou não ser ética e depende muito do 
caráter ou da personalidade da pessoa que os adota.
Pessoas de origem humilde definem valores de maneira diferente das 
pessoas de origem mais abastada. De um lado, a escassez pode gerar a ideia de 
46
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
que dinheiro não traz felicidade, portanto, mesmo sem dinheiro, é possível ser 
feliz utilizando-se valores como amizade, por exemplo. Do outro, o apego ao 
dinheiro e a convivência harmoniosa com o conforto pode gerar a ideia de que 
sem dinheiro não é possível ser feliz, ou seja, o dinheiro traz felicidade, amizade, 
conforto e, se houver mais dinheiro do que o necessário, valores como filantropia 
e voluntariado podem ser praticados.
Essa comparação não define o certo e o errado. Ela apenas levanta uma 
questão interessante sobre o conceito de valores e depende do ponto de vista de 
cada cultura ou de cada pessoa, em particular. Na prática, é muito mais simples 
ater-se aos valores do que aos princípios, pois este último exige muito de nós. Os 
valores completamente equivocados da nossa sociedade – dinheiro, sucesso, luxo 
e riqueza - estão na ordem do dia, infelizmente. Todos os dias somos convidados 
a negligenciar os princípios e adotar os valores ditados pela sociedade. 
Virtudes, segundo o Aurélio, são disposições constantes do espírito, as quais, por 
um esforço da vontade, inclinam à prática do bem. Aristóteles afirmava que há 
duas espécies de virtudes: a intelectual e a moral. A primeira deve, em grande 
parte, sua geração e crescimento ao ensino, e por isso requer experiência e tempo; 
ao passo que a virtude moral é adquirida com o resultado do hábito.
Segundo Aristóteles, nenhuma das virtudes morais surge em nós por 
natureza, visto que nada que existe por natureza pode ser alterado pela força 
do hábito, portanto, virtudes nada mais são do que hábitos profundamente 
arraigados que se originam do meio onde somos criados e condicionados através 
de exemplos e comportamentos semelhantes.
Uma pessoa pode ter valores e não ter princípios. Hitler, por exemplo, 
conhecia os princípios, mas preferiu ignorá-los e adotar valores como a supremacia 
da raça ariana, a aniquilação da oposição e a dominação pela força. Significa que 
também não dispunha de virtudes, pois as virtudes são decorrentes dos princípios 
e o seu legado foi um dos mais nefastos da história. Sua ambição desmedida o 
tornou obcecado por valores que contrastam com os princípios universais.
Diferente de Hitler, Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce e Mahatma 
Gandhi tinham princípios, valores e virtudes integralmente alinhados com a 
sua concepção de vida. Todos lutavam por causas nobres e tinham um ponto 
comum: a dignidade humana. Enquanto Hitler, Milosevic e Karadzic entraram 
para o rol das figuras mais odiadas da humanidade, Madre Teresa, Irmã Dulce 
da Bahia e Gandhi são personalidades singulares que inspiram exemplos para a 
humanidade.
Existem pessoas que nunca seguiram princípio algum e, apesar de 
tudo, continuam enriquecendo, fazendo sucesso na televisão, conquistando 
cargos importantes nas empresas e assumindo papéis relevantes na sociedade. 
Entretanto, riqueza material não é a única medida de sucesso. Avalie, por si 
mesmo, quais os exemplos deixados por elas, a sua contribuição para o mundo e 
o seu triste legado para os descendentes.
TÓPICO 1 | O QUE É ÉTICA?
47
No mundo corporativo não é diferente. Embora a convivência seja, por 
vezes, insuportável, deparamo-nos com profissionais que atropelam os princípios, 
como se isso fosse algo natural, um meio de sobrevivência, e adotam valores 
que nada têm a ver com duas grandes necessidades corporativas: a convivência 
pacífica e o espírito de equipe. Nesse caso, virtude é uma palavra que não faz 
parte do seu vocabulário e, apesar da falta de escrúpulo, leva tempo para destituí-
los do poder.
Valores e virtudes baseados em princípios universais são inegociáveis e, 
assim como a ética e a lealdade, ou você tem, ou não tem. Entretanto, conceitos 
como liberdade, felicidade ou riqueza não podem ser definidos com exatidão. 
Cada pessoa tem recordações, experiências, imagens internas e sentimentos que 
dão um sentido especial e particular a esses conceitos.
O importante é que você não perca de vista esses conceitos e tenha em 
mente que a sua contribuição, no universo pessoal e profissional, depende da 
aplicação mais próxima possível do senso de justiça. E a justiça é uma virtude tão 
difícil, e tão negligenciada, que a própria justiça sente dificuldades em aplicá-la, 
portanto, lute pelos princípios que os valores e as virtudes fluirão naturalmente. 
O que vale em casa vale no trabalho. Não existe paz de espírito nem crescimento 
interior sem o triunfo dos princípios. Pense nisso e seja feliz!
FONTE: MENDES, Jerônimo. Princípios, valores e virtudes. Gestão de Carreira, 17 de agosto de 
2008. Endereço Eletronico: <http://www.gestaodecarreira.com.br/coaching/reflexao/principios-
valores-e-virtudes.html>. Acesso em: 9 set. 2011.
DICAS
Como sugestão, assista ao filme:
Patch Adams. 
Gênero: Drama. 
Site Oficial: <www.patchadams.com>. 
Direção: Tom Shadyac. 
Elenco: Robin Williams. Daniel London, Monica Potter, 
Philip Seymour Hoffman, Bob Gunton, entre outros.
48
RESUMO DO TÓPICO 3
O tema aqui abordado foi a questão da compreensão dos conceitos 
e características dos valores e virtudes morais, que formam os princípios 
norteadores da ética. Para tanto, discutimos que:
 A moralidade dos homens é um reflexo direto do modo de ser e conviver em 
sociedade, que foi ou está sendo perpetuada num espaço de tempo.
 Todo ser humano pode ser considerado um ser ético.
 As nossas raízes éticas advêm da nossa própria história, por meio do trabalho. 
 Existe uma interação entre os homens, em sua vida social.
 Em cada sociedade, existem diferentes modos constitutivos da cultura, tais 
como: a linguagem, os costumes, os hábitos, as atividades simbólicas, religiosas, 
artísticas e políticas.
 Também devemos compreender que o homem, quando desenvolve e cria seus 
valores sociais e individuais,os classificam como certos ou errados, bons ou maus, 
de acordo com o conjunto de necessidades e possibilidades de cada grupo social.
 No nosso dia a dia, existem pessoas que não respeitam as normas de conduta 
da sociedade em que vivem. Estas pessoas possuem um comportamento imoral 
ou antiético.
 A moral sugere, constantemente, a valorização de nossas ações e de nossos 
comportamentos em sociedade.
 A construção da moral, seus hábitos, princípios e costumes são baseados e 
construídos no dia a dia das relações sociais.
 Todos os indivíduos possuem um senso moral da realidade em que estão 
inseridos.
49
 A ética é formada pelo estudo e investigação do comportamento e dos juízos de 
valores, estabelecendo ponderações de valor para o que está de acordo ou não 
com as normas e regras de convivência dos homens em sociedade, pontuando 
o que é certo e errado em cada postura social e observando sempre as normas 
de convivência social de cada sociedade ou povo.
 Diariamente, analisamos e fazemos julgamentos de valores tanto de coisas 
como dos seres humanos. 
 Empregamos diversos tipos de valores, tais como: utilidade, estético, 
afetividade, do bem e mal, religiosos, aspectos econômicos, sociais e políticos
50
1 Escreva uma lista das suas principais virtudes.
2 Agora, tente identificar as principais virtudes de seu(sua) melhor amigo(a).
AUTOATIVIDADE
51
TÓPICO 4
A ÉTICA NA CONTEMPORANEIDADE
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, abordaremos as questões da ética no nosso dia a dia, ou 
seja, como se processam as questões éticas, na contemporaneidade, além de 
trabalharmos a questão da escolha e responsabilidade por meio da liberdade 
como capacidade humana.
“Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há 
ninguém que explica, e ninguém que não entenda.” (Cecília Meireles).
Mas, também apresentaremos algumas questões polêmicas sobre a ética 
na atualidade, na família, na sociedade civil e no estado, além de traçarmos uma 
discussão acerca da liberdade.
2 ALGUMAS QUESTÕES ÉTICAS POLÊMICAS DA ATUALIDADE
Agora, prezados(as) acadêmicos(as), verificaremos algumas polêmicas 
referentes às questões éticas na contemporaneidade, então vejamos que de acordo 
com Valls (2003, p. 70):
[...] a ética foi reduzida a algo de privado. [...] Ora, nos tempos da 
grande filosofia, a justiça e todas as demais virtudes éticas referiam-
se ao universal (no caso, ao povo ou à polis), eram virtudes políticas, 
sociais. Numa formulação de grande filosofia, poderíamos dizer que o 
lema máximo de ética é o bem comum. E se hoje a ética ficou reduzida 
ao particular, ao privado, isto é um mau sinal.
Porém, não se pode esquecer que os valores, os hábitos e os princípios formam 
a consciência moral dos seres humanos, e esta consciência moral torna-se um fator 
preocupante nos dias de hoje, pois os indivíduos possuem suas responsabilidades 
individuais e coletivas perante a sociedade em que vivem, contudo, muitas vezes, 
o dever ético respalda muito mais no indivíduo do que na coletividade, mesmo que 
os valores éticos sejam constituídos pela sociedade como um todo.
Entretanto, o que é ter uma vida ética?
Nesta esfera, segundo Valls (2003, p. 71) “a liberdade se realiza eticamente 
dentro das instituições históricas e sociais, tais como a família, a sociedade civil 
e o Estado.”
52
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
2.1 FAMÍLIA
Segundo Valls (2003, p. 71): 
Em relação à família, hoje se colocam de maneira muito aguda as 
questões das exigências éticas do amor. O amor não tem de ser livre? 
O que dizer então da noção tradicional do amor livre? Ele é realmente 
livre? E como definir, hoje, o que seja a verdadeira fidelidade, sem 
identificá-la como formas criticáveis de possessividade masculina 
ou feminina? Como fundamentar, a partir dos progressos das 
ciências humanas, os compromissos do amor, como se expressam 
na resolução (no sim) matrimonial? E como desenvolver uma nova 
ética para as novas formas de relacionamento heterossexual? E como 
fundamentar hoje as preferências por formas de vida celibatária, casta 
ou homossexual?
Pois bem, verificamos que estamos em constantes transformações sociais 
e estas mudanças refletem diretamente na relação entre pais e filhos.
Podemos observar estas transformações, quando Valls (2003, p. 72) expõe 
que:
 As transformações histórico-sociais exigem, hoje, igualmente 
reformulações nas doutrinas tradicionais éticas sobre o relacionamento dos 
pais com os filhos. Novos problemas surgiram com a presença maior da escola 
e dos meios de comunicação na vida diária dos filhos. As figuras tradicionais, 
paterna e materna, não exigem, hoje, uma nova reflexão sobre os direitos e os 
deveres dos pais e dos filhos?
Em especial, a reflexão sobre a dominação das chamadas minorias sociais 
chamou a atenção para a necessidade de novas formas de relacionamento 
dentro do próprio casal. O feminismo, ou a luta pela libertação da mulher, traz 
em si exigências éticas, que até agora não encontraram talvez as formulações 
adequadas, justas e fortes. A libertação da mulher, a libertação de todos os 
grupos oprimidos, é uma exigência ética, das mais atuais. E, como lembraria 
Paulo Freire, em seu Pedagogia do Oprimido, a libertação não se dá pela simples 
troca de papéis: a libertação da mulher liberta igualmente o homem.
2.2 SOCIEDADE CIVIL
No que tange às questões da sociedade civil, podemos verificar que, 
atualmente, os principais problemas enfrentados estão correlacionados ao mundo 
do trabalho e à propriedade, pois, de acordo com Valls (2003, p. 72):
TÓPICO 4 | A ÉTICA NA CONTEMPORANEIDADE
53
Como falar de ética num país onde a propriedade é um privilégio 
tão exclusivo de poucos? E não é um problema ético a própria falta 
de trabalho, o desemprego, para não falar das formas escravizadoras 
de trabalho, com salários de fome, nem da dificuldade de uma 
autorrealização no trabalho, quando a maioria não recebe as condições 
mínimas de preparação para ele, e depois não encontram, no sistema 
capitalista, as mínimas oportunidades para um trabalho criativo e 
gratificante? Num país de analfabetos, falar de ética é sempre pensar 
em revolucionar toda a situação vigente.
Nesta perspectiva, observamos que se faz necessário algumas reformas 
políticas e éticas, no que tange às regras de conduta referente ao modo de 
aquisição da propriedade e do trabalho. Esta reforma deve partir da reformulação 
dos nossos princípios morais e éticos e através da vontade política de nossos 
governantes.
Valls (2003, p. 73) expõe ainda que:
A crítica atual insiste muito mais, agora, sobre a injustiça que reside no 
fato de só alguns possuírem os meios da riqueza, e a crítica à propriedade 
se reduz sempre mais apenas aos meios de produção. [...] A propriedade 
particular aparece agora, nas doutrinas éticas, principalmente como 
uma forma de extensão da personalidade humana, como extensão do 
seu corpo, como forma de aumentar sua segurança pessoal, e de afirmar 
a sua autodeterminação sobre as coisas do mundo.
2.3 ESTADO
No que tange aos problemas éticos do Estado, os mesmos denotam ser 
muito mais complexos, pois os ideais políticos são um tanto mais complicados 
de se compreender. Principalmente, quando tratamos da questão liberdade. De 
acordo com Valls (2003, p. 74): 
[...] a liberdade do indivíduo só se completa como liberdade do 
cidadão de um Estado livre e de direito. As leis, a Constituição, as 
declarações de direitos, a definição dos poderes, a divisão destes 
poderes para evitar abusos, e a própria prática das eleições periódicas 
aparecem hoje como questões éticas fundamentais. Ninguém é livre, 
numa ditadura [...]. 
Contudo, qual é a função do Estado?
Complementando, Valls (2003, p. 75) expõe que “os Estados que existem de 
fato são a instância do interessecomum universal, acima das classes e dos interesses 
egoístas privados e de pequenos grupos. [...] Em outras palavras, o Estado real 
resolve o problema das classes, ou serve a um dos lados, na luta de classes?”
54
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
3 ÉTICA E LIBERDADE: A LIBERDADE COMO CAPACIDADE 
HUMANA
De que maneira podemos entender que a liberdade possa ser compreendida 
como uma capacidade humana nestes grupos sociais?
Devemos sempre partir do princípio de que a ética denota regras, normas e 
responsabilidades, mas também não podemos esquecer que a ética é um espaço de 
reflexão sobre a nossa vida cotidiana. Esta vida, que está pautada nos alicerces da 
moral humana em sociedade, deve também supor que todos os homens sejam livres.
A partir disso tudo, o que é liberdade?
Quantas vezes tivemos o sentimento de estarmos presos, ou seja, não tendo 
liberdade para fazer aquilo que realmente desejamos; ou simplesmente poder 
escolher entre uma ou mais opções; ou ainda sentir-se livre para querer realizar 
as nossas mais subjetivas necessidades, tais como: escolher uma boa comida, 
comprar aquela roupa desejada, fazer aquele curso desejado e não imposto pela 
família ou sociedade, andar de bicicleta, fazer um esporte etc.
Então, prezados(as) acadêmicos(as), vejamos no texto a seguir alguns 
aspectos importantes referentes à liberdade e à ética:
LEITURA COMPLEMENTAR 1
LIBERDADE E ÉTICA
Liberdade e ética, binômio fascinante. A mentalidade medíocre vê apenas 
uma face do ser humano. A mentalidade sábia vê o ser humano em todos os seus 
aspectos. A mediocridade é disjuntiva: liberdade ou ética, ética ou liberdade. A 
sabedoria é conjuntiva: liberdade com ética é ética com liberdade. A visão estreita 
fragmenta o ser humano. A visão ampla é arquitetônica. Engloba liberdade e ética.
LIBERDADE E ÉTICA POSSUEM RECIPROCIDADE POSITIVA. 
Intercomunicam-se e interfecundam-se. A liberdade acelera a ética e a ética 
tonifica a liberdade. Interligadas, estimulam a “mútua criação”.
A ética pressupõe a liberdade. A pedra, a planta, o animal e o homem 
coagido não exercem ato ético, porque não dispõem de liberdade para a atividade 
ética. Por outra parte, sem ética, a liberdade pode adotar procedimentos tortuosos. 
A LIBERDADE REQUISITA REFERENCIAIS ÉTICOS PARA MOVER-SE 
COM LEGITIMIDADE. A ética oferece balizas aos passos livres. Valores éticos 
são flechas que apontam rumos à liberdade. A ética sinaliza trânsito aberto ou 
fechado para a arrancada da liberdade. 
TÓPICO 4 | A ÉTICA NA CONTEMPORANEIDADE
55
Liberdade e ética não são infalíveis. Podem tropeçar no percurso da 
vida. Estão sujeitas a falhas e a deformações. O eticismo é vazio de sentido. O 
autoritarismo ético veta inovações. A ética negativa proíbe iniciativas construtivas 
e condena atitudes lícitas. O fundamentalismo ético revela rigorismo patológico. 
Por outra parte, o libertarismo ilimita pretensões abusivas da liberdade. E não 
leva em conta a liberdade e os direitos dos outros. Também a liberdade pode 
ensandecer na irracionalidade. 
A ética ditatorial avisa: “Aqui mando eu”. E a liberdade destemperada 
ameaça: “Sou livre e faço o que quero”. Ora, a ética tem a função de encaminhar 
a liberdade, e não de bloqueá-la arbitrariamente. E, por sua vez a liberdade nem 
sempre pode justificar-se a si mesma, porque acerta, mas também desacerta. 
Não basta ser livre para ter o direito de fazer tudo o que é executável. Com 
liberdade fazem-se maravilhas, mas também se faz o pior. Se bastasse ser livre 
para agir retamente, então matar com liberdade, estuprar com liberdade e 
rapinar dinheiro público com liberdade seriam procedimentos legítimos. Mas 
são execráveis. Apesar de livres, são totalmente imorais. Pico della Mirandola, 
protagonista do “humanismo orgulhoso”, confessa que se pode fazer “uso 
funesto da livre escolha”. Todo ser humano honesto reconhece que o direito à 
liberdade não sanciona ações criminosas praticadas livremente.
Sartre mostra que a liberdade é inerente ao ser humano. E, ao mesmo 
tempo, aponta o caráter ético da liberdade ao escrever que o “homem é livre 
porque, lançado no mundo, é responsável por tudo quanto fizer”. A liberdade 
possibilita a ética, e a ética salvaguarda a liberdade. Liberdade madura não 
dispensa a ética, e ética lúcida não amordaça a liberdade. O sujeito humano 
unifica, em si, liberdade e ética. Não se deve divorciá-las. Há que mantê-las 
organicamente articuladas. 
Orientar eticamente a liberdade não é aprisioná-la, mas consolidá-la. O 
mundo atual pede mais liberdade e mais ética. Juntas contribuem para que a 
humanidade seja autônoma e justa. Sem liberdade, a humanidade é submetida 
à escravidão. E, sem ética, é submetida a crueldades repugnantes. Rousseau diz 
que “só a liberdade moral torna o homem senhor de si mesmo”. A humanidade, 
quanto mais livre, deve ser mais ética. E quanto mais ética, deve ser mais livre. E 
concretizemos, com o pensamento e as mãos, a utopia de uma nova humanidade 
livremente ética e eticamente livre. 
“O que mais irrita um tirano é a impossibilidade de pôr a ferros também 
o pensamento do homem.” Poul Volarey.
FONTE: ARDUINI, Juvenal – Antropologia: ousar para reinventar a humanidade – São Paulo: 
Editora Paulus, 2002. Contribuição: Marisa Viana Pereira – Endereço eletrônico: <http://www.qir.
com.br/?p=6180>. Acesso em: 7 set. 2011.
Sabemos que todos os homens necessitam de liberdade. Os animais 
também precisam dela. A liberdade pode ser entendida como um processo de 
poder fazer escolhas. Estas escolhas devem ser sempre pautadas sobre os nossos 
princípios morais e éticos, para que, assim, não possamos prejudicar os outros.
56
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
De acordo com Barroco (2000, p. 54):
A liberdade como capacidade humana é, portanto, o fundamento de 
ética. Assim, agir eticamente, em seu sentido mais profundo, é agir 
com liberdade, é poder escolher conscientemente entre alternativas, 
é ter condições objetivas para criar alternativas e escolhas. Por sua 
importância na vida humana, a liberdade é também um valor, algo 
que valoramos positivamente, de acordo com as possibilidades de 
cada momento histórico. Por tudo isso, podemos perceber que a 
liberdade é também uma questão ética das mais importantes, pois 
nem todos os indivíduos sociais têm condições de escolher e de criar 
novas alternativas de escolha.
O formato da vida em que estamos inseridos demonstra a situação de que 
os homens estão sempre tomando decisões sobre onde, como, para onde, o que 
estão fazendo ou vão realizar. A nossa própria existência pode ser considerada 
instável e incerta, porque mudamos de opinião o tempo todo. O mundo está 
em constante transformação e, por consequência, os nossos hábitos e costumes 
também, devido ao fato de que os seres humanos estão o tempo todo em 
movimento.
Não sabemos se choverá amanhã ou fará sol, não sabemos realmente o que 
pode acontecer no dia seguinte e nem o caminho que vamos tomar daqui para 
frente. De acordo com Tomelin e Tomelin (2002, p. 128) “nosso existir se constitui 
a cada dia, pois o homem não é algo pronto e acabado, é um ser em movimento 
e que tem possibilidades de escolha. O nosso existir revela uma escolha. Uma 
escolha de nossos pais, ao terem um filho e uma escolha nossa, de optarmos todos 
os dias pela vida.”
Então, podemos compreender que somos livres, temos o poder de escolha 
entre as inúmeras possibilidades que o universo nos proporciona. Só que não 
podemos esquecer que toda escolha denota uma responsabilidade, não vivemos 
isolados, mas numa sociedade e, perante ela, podemos, de certa maneira, 
influenciar os outros conforme as nossas próprias escolhas.
Lembre-se de que toda escolha que fazemos determinará a nossa própria 
existência.
TÓPICO 4 | A ÉTICA NA CONTEMPORANEIDADE
57
AUTOATIVIDADE
Escreva um acróstico a partirda palavra: LIBERDADE
Acróstico é uma composição, em versos, na qual as letras iniciais de cada verso 
formam um termo. 
L ________________________________________________
I ________________________________________________
B ________________________________________________
E ________________________________________________
R ________________________________________________
D ________________________________________________
A ________________________________________________
D ________________________________________________
E ________________________________________________
Verificamos que a moral, por meio das normas de conduta, determina 
como devemos agir perante a sociedade em que vivemos. E se devemos agir deste 
modo, conforme as diretrizes morais e éticas, é porque existe a possibilidade das 
pessoas fazerem o contrário, ou seja, não agirem conforme as normas de conduta 
preestabelecidas pela sociedade. 
Temos a liberdade de escolha, pois muitas vezes nos indagamos se 
realmente devemos obedecer ou não a estas regras, pois cabe a cada um de nós 
decidirmos o que é certo ou errado, o que é fazer o bem ou o mal. É claro, esta 
decisão deve ser tomada à luz de nossos valores e princípios éticos, que foram e 
são constituídos pela sociedade como um todo.
58
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
A ÁGUIA E A GALINHA
Numa tarde sonolenta de verão, voltava um criador de cabras, do alto 
de uma planura verde. Quando passava ao pé de uma montanha, encontra um 
ninho de águias todo estraçalhado. Semicoberta por gravetos havia uma jovem 
águia ferida na cabeça, parecia morta. Era uma águia-harpia brasileira, ameaçada 
de extinção no Brasil.
Recolheu a águia com cuidado e pensou em levá-la ao seu vizinho, que 
empalhava animais. Este ficou admirado por se tratar de uma águia-harpia. 
Também supôs que estivesse morta e a colocou ternamente debaixo de uma cesta.
Na manhã seguinte teve grata surpresa. Percebeu que a águia mexia 
levemente. Havia feridas em várias partes do corpo e a águia estava cega.
Sentiu muita pena da jovem águia. Por misericórdia, quase quis sacrificá-
la. Até encontrava razões para isso, visto que matam muitos animais pequenos, 
especialmente macacos e preguiças, lebres, patos. Sabia que na Austrália, as 
águias são mortas às centenas por serem prejudiciais aos cangurus e outros 
animais pequenos.
Pensou muito, mas lembrou-se da tradição espiritual de Buda e de à 
mente: “escolha a vida e viverá.”
Por todos esses argumentos, decidiu preservá-la e tratá-la com carinho. 
Todo dia partia-lhe pedaços de pão e carne e a alimentava com dificuldade. 
Depois de um ano, começou a perceber que os sentidos despertavam para a vida. 
Primeiro os ouvidos. Depois, começou a se mover por si mesma. Andava pela 
sala e pelo jardim. Recuperou sua voz, mas continuava cega. Os olhos são tudo 
para uma águia. Seu olhar vê oito vezes mais que o olho humano.
Por fim, o empalhador decidiu colocá-la junto às galinhas. Durante dois 
anos circulava cega entre elas. Andava com dificuldade, pois suas garras não 
foram feitas para andar.
Eis que um dia, a águia começou a enxergar. Depois de três anos de 
paciente cuidado, ela recuperara seu corpo de águia. Porém, vivia como uma 
galinha.
Certo dia, um casal de águias passou por ali. Deu voos rasantes. Ao 
perceber as águias no céu, a águia-galinha espalmava as asas e sacudia a cauda. 
Seu coração de águia voltava a pulsar aos poucos.
LEITURA COMPLEMENTAR 2
TÓPICO 4 | A ÉTICA NA CONTEMPORANEIDADE
59
Passado algum tempo, o empalhador recebeu a visita de um naturalista, 
que ficou perplexo ao ver a águia-galinha. Decidiram fazer um teste. O empalhador 
colocou-a no braço e falou-lhe: — Águia, nunca deixará de ser águia, estenda 
suas asas e voe. Porém, vendo as galinhas, a águia deixou-se cair pesadamente. 
Fizeram nova tentativa, no terraço de sua casa, mas não funcionou.
Aí ambos lembraram-se da importância do sol para uma águia, e a levaram 
no alto da montanha, de frente para o sol. O empalhador sustentou fortemente 
a águia sob o olhar confiante do naturalista e disse: — Águia, você é amiga da 
montanha, filha do sol, eu lhe suplico: desperte de seu sono! Revele sua força 
interior. Abra suas asas e voe para o alto!
A águia ergueu-se soberba sobre o próprio corpo, abriu as longas asas, 
esticou o pescoço e alçou voo. Voou na direção do sol nascente. Voou até fundir-
se no azul do firmamento.
(Adaptação da fábula contada por Leonardo Boff no Livro a “Águia e a 
galinha”)
FONTE: BOFF, Leonardo. In: TOMELIN, Janes Fidélis; TOMELIN, Karina Nones. Do mito para a 
razão: uma dialética do saber. 2. ed. Blumenau: Nova Letra, 2002. p.129-130.
DICAS
Como sugestão de leitura, para fixação deste conteúdo, leia o seguinte livro. 
Você pode, também, assistir ao seguinte filme: 
BOFF, Leonardo. A águia e 
a galinha: uma metáfora da 
condição humana. 27. ed. 
Petrópolis: Vozes, 1997.
HAPPI FEET: O PINGUIN
60
UNIDADE 1 | A ÉTICA E SEUS FUNDAMENTOS
WAGNER, Eugênia Sales. 
Hanna Arent: Ética e política. 
Cotia: Ateliê Editorial, 2006.
Mais informações sobre ética, você 
pode encontrar no site: <http://
www.espacoetica.com.br>.
61
RESUMO DO TÓPICO 4
Foram abordadas as questões da ética no dia a dia, ou seja, como se 
processam as questões éticas na família, na sociedade civil e no Estado, além de 
verificarmos alguns aspectos da liberdade dos homens. No qual discutimos que:
	Não se pode esquecer de que os nossos valores, hábitos e princípios formam a 
consciência moral dos seres humanos.
	Esta consciência moral se torna um fator preocupante nos dias de hoje, por 
causa das responsabilidades sobre os nossos atos.
	Como as transformações sociais são constantes em nossa história, existem 
algumas mudanças que refletem diretamente na relação entre pais e filhos, 
marido e mulher, entre outros.
	Com relação às questões da sociedade civil, verificamos que, atualmente, os 
principais problemas que enfrentamos estão correlacionados ao trabalho e à 
propriedade.
	No que tange aos problemas éticos no Estado, os mesmos são mais complexos, 
pois os ideais políticos são mais complicados de se compreender, principalmente 
quando tratamos da questão da liberdade. 
	Partimos do princípio de que a ética denota regras, normas e responsabilidades, 
um espaço de reflexão sobre a nossa vida cotidiana. Esta vida está pautada 
nos alicerce da moral humana em sociedade, deve também supor que todos os 
homens sejam livres.
	Todos os homens necessitam de liberdade, inclusive os animais. 
	A liberdade pode ser entendida como um processo de poder fazer escolhas.
 
	Estas escolhas devem ser sempre pautadas sobre os nossos princípios morais e 
éticos, para que, assim, não possamos prejudicar os outros.
	Temos a liberdade de escolha, pois muitas vezes nos indagamos se realmente 
devemos obedecer ou não a estas regras, pois cabe a cada um de nós decidirmos 
o que é certo ou errado, o que é fazer o bem ou o mal.
62
AUTOATIVIDADE
1 Todo homem pode ser considerado um ser livre. Reflita sobre o significado 
desta afirmação.
2 Escreva o que você considera uma ação proibida em seu município ou em 
seu bairro.
3 Por meio de seus valores subjetivos, como você vê a Liberdade? 
4 Será que podemos ser realmente livres? Justifique.
63
UNIDADE 2
A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS 
DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO 
ASSISTENTE SOCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• conhecer os fundamentos ético-morais do exercício profissional do Assis-
tente Social;
• promover a reflexão e discussão sobre as questões ético-morais, na relação 
indivíduo e sociedade;
• fomentar o debate sobre as diversas dimensões ético-morais da vida social 
e profissional;
• promover uma consciência crítica referente aos valores eprincípios norte-
adores do exercício profissional.
A Unidade 2 está dividida em quatro tópicos. Ao final de cada um deles, você 
terá a oportunidade de fixar seus conhecimentos, realizando as atividades 
propostas.
TÓPICO 1 – OS FUNDAMENTOS ÉTICO-MORAIS DO EXERCÍCIO 
PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL 
TÓPICO 2 – O ESPAÇO DA ÉTICA NA RELAÇÃO INDIVÍDUO E 
SOCIEDADE
TÓPICO 3 – A RELAÇÃO ENTRE TRABALHO, SER SOCIAL E ÉTICA
TÓPICO 4 – A ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E SEU 
PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
64
65
TÓPICO 1
OS FUNDAMENTOS ÉTICO-MORAIS DO EXERCÍCIO 
PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Com a própria evolução histórica da humanidade, pode-se dizer que, 
hoje em dia, quando tratamos das questões éticas e morais, estamos falando que 
o comportamento social dos homens vem atravessando todos os espaços da vida 
social do mesmo. Pautando-se neste comportamento que vem se transformando 
constantemente, encontramos muitos desafios no exercício profissional do 
Assistente Social. 
Neste tópico, abordaremos, com detalhes, a natureza e as características 
fundamentais da ética profissional, além de trabalhar as questões relativas ao 
cotidiano da prática profissional e das finalidades ético-morais da reprodução social.
2 A NATUREZA E OS FUNDAMENTOS DA ÉTICA PROFISSIONAL
Sabe-se que o principal problema da ética é a definição do que é certo 
ou errado, bom ou mau, e que todos os homens desejam fazer o bem e a justiça, 
observando sempre que esta problemática permeia toda a história da humanidade. 
Compreendemos que “fazer o bem” pode ser considerado uma virtude social.
Porém, o que é fazer o bem?
Todos os nossos atos, que permeiam nosso comportamento social, 
são frutos diretos e indiretos de uma consciência social e esta, por sua vez, é 
constituída sobre os valores, princípios e hábitos morais do povo que a compõe.
Existe uma ligação química e muito forte no modo comportamental subjetivo 
de cada homem, com relação à sociedade em que vive, pois se nossas ações visam, 
constantemente, fazer o bem perante os outros, então, estamos sendo eticamente 
bons sem, necessariamente, ser bom ou mau para alguém ou vice e versa.
Contudo, devemos compreender que não existe um bem ou mal absoluto, 
pois as diversas subjetividades humanas apresentam inúmeras diferenças, ou 
seja, a subjetividade é relativa de acordo com a visão de mundo e sociedade de 
cada ser humano.
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
66
Neste contexto, observa-se que a ética trabalha e avalia as diferentes 
alternativas de preferência dos homens que vivem em sociedade, principalmente 
no que tange à indicação do que devemos realmente fazer, ou não, em vez do que 
devíamos ter feito, ou não, pois não podemos deixar de lado que todos os atos 
dos homens que vivem em sociedade possuem suas restrições e consequências. 
Estas, por sua vez, devem ser avaliadas constantemente, principalmente no que 
tange à questão da escolha entre as diversas alternativas que estão postas pela 
própria sociedade em que vivemos.
Portanto, compreende-se que a ética avalia as diversas escolhas conscientes 
dos homens e trabalha com as consequências subjetivas de cada ser humano em 
sociedade. Estas escolhas e suas consequências podem ser consideradas objeto da 
prática profissional do Assistente Social. Como expõe Barroco 2008a, p. 67:
[...] a ética profissional é um modo particular de objetivação da vida 
ética. Suas particularidades se inscrevem na relação entre o conjunto 
complexo de necessidades que legitimam a profissão na divisão 
sociotécnica do trabalho, conferindo-lhe determinadas demandas 
[...]. Ou seja, estas demandas, fruto direto das escolhas subjetivas dos 
homens e suas consequências, é que legitima o agir ético profissional 
do Assistente Social. Pois, a consciência moral é formada pelos valores 
culturais de uma determinada sociedade, e estes são legitimados pela 
própria sociedade, ou seja, pelos seus integrantes. No qual, criam e 
recriam constantemente novas necessidades, papéis e valores sociais.
Neste sentido, segundo Barroco (2008a, p. 68), o “ethos profissional é um 
modo de ser constituído na relação complexa entre as necessidades socioeconômicas 
e ídeo-culturais e a possibilidade de escolha inseridas nas ações ético-morais, o 
que aponta para sua diversidade, mutabilidade e contraditoriedade.”
Assim, observa-se que a ética profissional do Assistente Social está recheada 
de conflitos e contradições sociais que se remodelam ao passar dos tempos.
AUTOATIVIDADE
Baseado(a) nas informações adquiridas até o presente momento, forme 
uma equipe, de no máximo quatro acadêmicos, e escreva quais os principais 
CONFLITOS e CONTRADIÇÕES SOCIAIS que os seres humanos enfrentam 
na atualidade.
TÓPICO 1 | OS FUNDAMENTOS ÉTICO-MORAIS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
67
Podemos, assim, compreender que, o conhecimento concebido pelos 
homens propicia o seu modo de vida e de convivência em sociedade, pois buscam, 
constantemente, seus fundamentos e suas posturas críticas da realidade em que 
estão inseridos, além de transformar sua própria realidade. Complementando, 
Lukacs (apud BARROCO, 2008b, p. 16) expõe que:
[...] o homem torna-se um ser que dá respostas precisamente na medida 
em que – paralelamente ao desenvolvimento social e em proporção 
crescente – ele generaliza, transformando em perguntas seus próprios 
carecimentos e suas possibilidades de satisfazê-los; e quando, em sua 
resposta ao carecimento que a provoca, funda e enriquece a própria 
atividade com tais mediações bastante articuladas. De modo que não 
apenas a resposta, mas também a pergunta é um pouco imediato na 
consequência que guia a atividade. 
Podemos compreender, então, que a ética supõe a compreensão e 
análise da subjetividade do seres humanos e de suas relações sociais, através da 
formação da práxis humana como um todo e não somente compreendida como a 
formação de um conhecimento, ou seja, a ética está baseada nos relacionamentos, 
comportamentos e práticas sociais tanto dos homens quanto das mulheres em seu 
convívio cotidiano, no qual forma uma consciência moral global.
3 O SIGNIFICADO DA ÉTICA PROFISSIONAL
Agora, prezados(as) acadêmicos(as) iremos estudar diversos significados 
da ética na práxis profissional do Assistente Social.
De acordo com Sá (2001, p. 129):
[...] a expressão profissão provém do Latim professione, do substantivo 
professio, que teve diversas acepções naquele idioma, mas foi empregado 
por Cícero como “ação de fazer profissão de”. O conceito de profissão, 
na atualidade, aquele que aceito, representa: “trabalho que se pratica 
com habitualidade a serviço de terceiros”, ou seja,”‘prática constante 
de um ofício”.
ESTUDOS FU
TUROS
Você verá, no Tópico 3, A Relação entre Trabalho, Ser Social e Ética, uma reflexão 
mais profunda referente à ética no trabalho.
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
68
O que vem a ser, então, a ética profissional?
Segundo Brites e Sales (2000, p. 8):
A ética das profissões não está dissociada do contexto sociocultural e 
do debate filosófico. A ética profissional guarda uma profunda relação 
com a ética social e, consequentemente, com os projetos sociais. Não 
há, portanto, um hiato entre a ética profissional e a ética social, pois 
seria cindir a própria vida do homem na sua totalidade, isto é, em seus 
diversos pertencimentos: trabalho, gênero, família, ideologia, cultura, 
desejos etc. Na verdade, é o “homem inteiro”, na acepção lukacsiana, 
que participa da cotidianidade. Isto significa que o homem, no 
processo de produção de sua vida material e cultural, constrói valores 
que passam nortear as relações consigo mesmo e com os outros 
homens, constituindo-se, assim, comosujeito ético no processo de 
sociabilidade.
Observamos, então, que a constituição de um homem, enquanto indivíduo, 
só pode ser feita por meio de suas relações com os outros. E é nesta interação social 
que o indivíduo forma sua consciência moral, além de constituir seus anseios, 
desejos e sonhos, fazendo suas escolhas de certo ou errado perante a sociedade em 
que vive. Assim, pode-se dizer que é por meio da ética que o homem é um ser de 
consciência, pois valora seus atos de forma autônoma e responsável, qualificando 
e enriquecendo todo o processo complexo de produção e reprodução humana.
Partindo deste entendimento, verificamos que a ética proporciona 
maior visibilidade no esclarecimento da direção social e, em consequência, da 
qualificação da prática profissional de uma determinada sociedade, ou seja, por 
meio da ética, existe todo um posicionamento social que forma e determina seus 
valores, hábitos e princípios e estes, por sua vez, compõem as normas e diretrizes 
profissionais daquela comunidade.
Nesta perspectiva, Brites e Sales (2000, p. 9) colocam-nos que:
[...] a ética profissional tem a ver com a imagem que a profissão quer que 
seja reconhecida pela sociedade. [...] Em outras palavras, a profissão 
constrói, historicamente, uma identidade e adquire uma legitimidade 
social tanto a partir da explicação da função social da profissão quanto 
dos contornos éticos que assume o trabalho profissional. Esse processo 
é atravessado por contradições e tensões que envolvem disputas 
políticas e ideológicas na sociedade. Não esqueçamos que o nosso 
exercício profissional realiza-se numa sociedade capitalista, logo, há 
demandas diferenciadas ou entendimentos diversos do que seja a 
função social da profissão, no que concerne aos interesses das classes 
em relação. Desse modo, há vários projetos societários em confronto 
e o posicionamento da categoria, ao qual nos referimos, expressando 
exatamente a opção por um determinado projeto social.
TÓPICO 1 | OS FUNDAMENTOS ÉTICO-MORAIS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
69
AUTOATIVIDADE
Tudo isto nos leva a fazer a seguinte indagação: Será que quando estou 
exercendo minhas atividades laborais, estou reforçando diretamente um projeto 
ético de sociedade? Reflita esta questão em um dos encontros presenciais.
4 ÉTICA, O COTIDIANO E A PRÁTICA PROFISSIONAL
“A cabeça da gente é uma só e as coisas que há e que estão para haver 
são demais de muitas, muito maiores diferentes, e a gente tem de necessitar de 
aumentar a cabeça, para o total.” (Guimarães Rosa)
Conforme a frase de Guimarães Rosa, é a partir da totalidade, que 
podemos entender as particularidades subjetivas de cada ser humano, pois é 
a sociedade como um todo que forma e constitui todos os nossos princípios e 
valores ético-morais.
Contudo, quais as correlações entre o Código de Ética, o projeto 
profissional do Assistente Social e sua práxis?
O que deve ficar bem claro aqui é que o objeto da prática profissional se dá 
no dia a dia de nossa sociedade, ou seja, são nos diversos modos comportamentais 
dos homens que se formam as questões sociais, ou seja, o objeto da práxis 
profissional do Assistente Social.
O que é esta tal de questão social?
Pois bem, a questão social, a priori, forma-se na relação direta do trabalho 
versus capital, principalmente na formação moral do trabalhador (classe operária), 
perante a sociedade, o qual almeja ser reconhecido como tal por parte dos 
detentores do capital (os patrões), ou seja, é nas contradições deste relacionamento 
(trabalhador x patrão) que se forma o objeto de trabalho do Assistente Social. Esta 
contradição é estabelecida diretamente na produção, reprodução e apropriação 
da riqueza constituída em sociedade, ou seja, os trabalhadores, por meio do 
trabalho, produzem a riqueza, em contrapartida, os patrões apropriam-se dela. 
Portando, nesta dinâmica, o trabalhador não tem muitas vezes a possibilidade de 
usufruir e obter as riquezas que produziu.
Complementando, Iamamoto (1997, p. 14) define o objeto do Serviço 
Social nos seguintes termos:
Os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas 
mais variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos 
as experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na 
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
70
saúde, na assistência social pública etc. Questão social que sendo 
desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam 
as desigualdades e a ela resistem, se opõem. É nesta tensão entre 
produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, 
que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movido 
por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou 
deles fugir porque tecem a vida em sociedade. [...] a questão social, 
cujas múltiplas expressões são o objeto do trabalho cotidiano do 
Assistente Social.
Voltando à questão principal, pode-se observar que a vida cotidiana dos 
seres humanos denota certa alienação dos mesmos ao sistema societal que estão 
inseridos, ou seja, devemos saber distinguir as nossas ações de prática profissional 
das atividades cotidiana em que estamos envolvidos. De acordo com Heller (apud 
BRITES; SALES, 2000, p. 69): 
[...] o cotidiano é o território da espontaneidade, das motivações 
efêmeras e particulares, da fixação repetitiva do ritmo e da rigidez 
do modo de vida. Consequentemente, o pensamento cotidiano é 
um pensamento fixado, tão somente, na experiência, na dimensão 
empírica da realidade e dos acontecimentos da vida; logo, pragmático e 
ultrageneralizador, assentado na unidade imediata entre pensamento e 
ação. Opera, portanto, corretamente, num nível de aproblematicidade 
em detrimento da razão e das intimações humano-genéricas.
Contudo, o que é alienação?
Compreendemos que é por meio do trabalho que se forma a consciência 
moral dos homens, denotando a sua sobrevivência social. Porém, como esta 
atividade laboral pode ser considerada uma alienação de sua própria constituição 
moral?
Podemos considerar que a alienação proporciona uma diminuição da 
capacidade do agir consciente dos seres humanos, ou seja, os homens, muitas 
vezes, não conseguem assimilar o seu próprio comportamento e suas atitudes 
perante sua própria produção e reprodução social, no qual acabam bloqueando 
sua autonomia de agir.
No que tange à alienação social, podemos citar que muitas vezes os 
seres humanos não se dão conta que são eles que produzem as riquezas de sua 
sociedade, por meio de suas atividades laborativas. Diante disto, apresentam duas 
posturas, tais como: veem este processo de produção de riquezas como uma ação 
natural e espontânea ou rejeitam esta situação, verificando que nós possuímos 
muito mais capacidades de julgamento do que simplesmente acatar tudo o que 
vem dos donos do capital (os patrões).
TÓPICO 1 | OS FUNDAMENTOS ÉTICO-MORAIS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
71
Nos dois casos, de acordo com Brites e Sales (2000, p. 69) “a sociedade é o 
outro (alienus), algo externo a nós, separado de nós, diferente de nós e com poder 
total ou nenhum poder sobre nós.”
Segundo Brites e Sales (2000, p. 69):
No debate da práxis profissional, vemos, então, as possibilidades 
de atuação dos assistentes sociais, consideradas particularmente, 
inseridas nas contradições e tensões do cotidiano, mas vincadas e 
içadas pelo projeto ético-político profissional – uma vez assimiladas 
com consciência as suas exigências – ao plano do humano genérico. 
A riqueza e desafios das situações radicalmente humanas posta pelo 
exercício profissional listam aqueles a se orientar e conduzir sua vida 
pela vida da eticidade; logo, a se posicionar diante de alternativas e 
a realizar escolhas, postas na esfera do cotidiano, submetendo a sua 
particularidade aogenérico.
Heller (apud BRITES; SALES, 2000, p. 69) expõe ainda que:
[...] quanto maior é a importância da moralidade, do compromisso 
pessoal, da individualidade e do risco (que vão sempre juntos) na 
decisão acerca de uma alternativa dada, tanto mais facilmente essa 
decisão eleva-se acima da cotidianidade e tanto menos se pode falar 
de uma decisão cotidiana.
Então, pode-se observar que não existe um divisor entre o comportamento 
cotidiano e do não cotidiano, pois o desenvolvimento da práxis profissional 
está interligado com a convivência do dia a dia do grupo social em que estamos 
inseridos, ou seja, o trabalho profissional do Assistente Social se dá sobre as 
questões sociais advindas deste convívio em sociedade. Contudo, não podemos 
confundir que a prática profissional seja também as atividades cotidianas que 
realizamos, pois estas se transformam na práxis profissional só quando nós 
tomamos consciência deste fato.
No entanto, de acordo com Brites e Sales (2000, p. 70) “a práxis aqui 
reivindicada decorre de uma construção coletiva expressa na direção social do 
projeto ético-político do Serviço Social e que ganha tessitura e substância por 
meio da adesão consciente e crítica aos princípios e valores presentes no código 
de ética dos assistentes coletivos desenvolvidos país afora”.
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
72
LEITURA COMPLEMENTAR 1
ÉTICA NO COTIDIANO
A.Augusta Soares
[...] O nosso país está [sempre] nos chamando para comparecermos às 
urnas, período de mudanças políticas [...].
Período propício para questionamentos, principalmente sob um aspecto 
cultural importante: a Ética em nosso cotidiano e as consequências de nossas ações.
Vivemos em sociedade, influenciamos e somos influenciados, através da 
mídia escrita e falada (rádio, TV, jornais, propagandas e revistas), convivemos e 
interagimos socialmente, portanto, cabe pensarmos e respondermos, intimamente, 
a seguinte pergunta: 
Como agimos em nosso cotidiano perante os Outros?
Trata-se de uma pergunta fácil de ser formulada, mas difícil de ser 
respondida. Está intimamente ligada à questão ÉTICA e, consequentemente, ao 
julgamento do caráter moral de uma determinada pessoa.
Sabemos que a ética está presente em todos os povos, independente de 
raça. Ela é um conjunto de regras, princípios, formas de pensar e se expressar.
A palavra de origem grega pode ser traduzida, dentro da sociedade, como 
propriedade de caráter.
Ser ético envolve integridade, honestidade em qualquer situação, coragem 
para assumir seus erros e decisões, tolerância, flexibilidade, humildade, posturas 
e procedimentos que não causem prejuízo ao meio social em que está inserido. É 
estar tranquilo com a consciência pessoal, cumprindo com os valores no espaço 
em que vive, ou seja, onde mora, trabalha, estuda e convive socialmente.
A ética reflete diretamente sobre as ações, diferentemente de MORAL, que 
estabelece regras para garantir a ordem social, sem levar em conta as fronteiras 
geográficas. Mas é através da ética que o indivíduo é levado a refletir, questionar, 
percorrer sobre todas as causas e consequências de suas ações no exercício de uma 
PROFISSÃO, postura que deve ser iniciada antes mesmo da prática profissional, 
a que está se propondo a exercer.
Ser ético, ter postura ética, é fazer algo que te beneficie e, no mínimo, não 
prejudique o “outro”, ou o meio social em que convive.
 
FONTE: SOARES, A. Augusta. Ética no cotidiano. Disponível em: <http://www.revistafatosregionais.
com.br/conteudo/edicao-002/etica-no-cotidiano.html>. Acesso em: 25 fev. 2009. 
TÓPICO 1 | OS FUNDAMENTOS ÉTICO-MORAIS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
73
LEITURA COMPLEMENTAR 2
ÉTICA E PROFISSIONALISMO
Maria Elizabete Silva D`Elia
Ética e profissionalismo deveriam andar de mãos dadas, principalmente, 
num mundo em que qualidade é sobrevivência.
Deveria ser algo implícito, explícito e matéria obrigatória do Ensino 
Fundamental ao Superior.
Mesmo que haja, atualmente, um movimento de resgate da ética e discussão 
sobre a sua importância em todos os segmentos da sociedade, a distância entre o 
discurso e a prática é ainda muito grande.
Como profissionais de desenvolvimento humano, um dos nossos 
compromissos é trazer sempre à tona a Ética, mostrando-a de forma simples, 
didática, como prática diária em nossa casa, escritório, grupo, comunidade e a 
sociedade como um todo.
A Ética permeia todas as relações e colabora decisivamente para o bem-
estar individual, coletivo e também atua diretamente na “ecologia” do ambiente 
e do universo.
Empresas e profissionais vencedores têm expresso em sua missão e 
“tatuado” nas atitudes o valor da ética, como característica primordial para o 
sucesso e felicidade. 
Por ser a Ética um assunto complexo, amplo e de entendimento subjetivo, 
uma grande maioria associa seu entendimento e prática como algo distante, 
filosófico, de responsabilidade do governo, da Sociedade, isentando-se de trazê-la 
para o seu cotidiano e para o âmbito da sua responsabilidade, enquanto cidadão.
Quando deixamos à Ética num plano muito filosófico, abrimos mão do 
nosso poder de praticá-la e passamos a colocar “a culpa” da falta de ética no país, 
nos governantes, nas leis, ou seja, sempre no “outro”.
O grande desafio é colocar a Ética como parte do nosso “ritual de 
qualidade diária”. Quando nos cuidamos, nos respeitamos, respeitamos o outro, 
o meio ambiente, estamos praticando a Ética.
O Conceito que está na nossa esfera de atuação e que pode ser exercitado 
24 horas por dia é entender Ética como “o bem comum”.
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
74
Quando queremos saber se algo ou alguma atitude é ética, basta que 
questionemos se ela atende ao bem comum. Se a resposta for SIM, a ética está 
presente.
Esclarecendo o sentido de Bem comum para situações do dia a dia:
● É bom para a empresa e para o cliente?
● É bom para o profissional e para a empresa?
● É bom para a empresa, para os profissionais, para os clientes, para a sociedade, 
para o meio ambiente?
Se só um dos lados for beneficiado, não houve ética.
Logo, entende-se que o bem comum passa pela negociação ganha-ganha, 
pelo diálogo, pela transparência.
E esses quesitos fazem parte hoje do que se exige de um profissional.
Dentro do nosso cotidiano, há zonas claras de entendimento coletivo, 
sobre situações que são entendidas como falta de ética. Exemplos:
● Falar mal da empresa e/ou de alguém da empresa para o cliente.
● Reclamar de salário ou de condições de trabalho para o cliente.
● Fazer confidências da vida pessoal para o cliente.
● Pedir algo para o cliente (favor, presente, empréstimo etc.).
● Revelar informações confidenciais para ter favoritismo ou demonstrar poder.
● Legislar em causa própria, por ter acesso a dados de salário da empresa, por 
conta da função.
- Aceitar presentes, para favorecer um fornecedor ou cliente.
- Sabotar informações, por questões pessoais.
- Prejudicar a equipe, os pares, por “fazer fofocas” pessoais e/ou 
profissionais.
- Outros similares.
Há outras situações, consideradas cinzentas, que são também antiéticas, 
mas que podem gerar dúvidas. Exemplos:
● Avançar o limite saudável entre relação “amistosa” com o cliente para uma 
relação próxima e privada.
TÓPICO 1 | OS FUNDAMENTOS ÉTICO-MORAIS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
75
● Não colaborar com uma ideia ou projeto, por “não gostar” do dono da ideia.
● Tratar com parcialidade pessoas da equipe ou pares, simplesmente, por ter 
mais afinidade pessoal.
● Abrir mão de contribuir com a qualidade de relacionamento do seu ambiente.
● Ficar passivo e/ou concordar com críticas feitas a colegas e/ou a procedimentos 
da empresa.
● Utilizar maladireta da empresa e/ou dados do negócio, para fins particulares.
● Usar para fins particulares materiais da empresa (papel, impressora, disquete 
etc.).
● Usar telefone da empresa, sem reembolsar despesas, para responder recados 
de celular particulares, para ligações interurbanas etc.
● Usar Internet para fins particulares, sem autorização do Coordenador/Gerente.
● Outras situações similares.
Outro direcionamento que confirma se há ou não ética é o exercício diário 
da missão e valores da empresa em que atua e dos próprios valores como pessoa.
Profissionalismo é a simbiose entre competência técnica e humana.
E sem ética, é impossível ter competência humana.
Esses princípios devem estar presentes na conduta diária, junto a clientes, 
equipe, coordenadores, gerentes, Diretoria, parceiros.
Ética dá lucro e faz bem a todos.
Se tivermos dúvida de alguma situação, o diálogo é sempre bem-vindo.
O Clube Rotary dá uma excelente contribuição sobre Ética nos seus 
princípios. Podemos também nos inspirar nos valores que pregam, que se baseiam 
em três perguntas:
É bom? 
É verdade? 
É justo?
A ajuda coletiva e o respeito mútuo são irmãos gêmeos da ética e, sem 
dúvida, podem ser a diretriz para o bem-estar e para a ecologia do nosso planeta.
FONTE: D’ELIA, Maria Elizabete Silva. Ética e profissionalismo. Disponível em: <www.betedelia.
com.br>. Acesso em: 25 fev. 2009.
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
76
DICAS
Para um melhor aprendizado, sugerimos a leitura do seguinte artigo e do livro. 
Assista, também, ao filme indicado.
● Artigo: Questão Social: Objeto do Serviço Social? De Ednéia Maria Machado. Disponível 
em: <http://www.ssrevista.uel.br/c_v2n1_quest.htm>.
● Livro: COUTO, Wanderley. O 
que é alienação. São Paulo: 
Brasiliense, 1992.
● Filme: Conduta de Risco
● Livro: BRITES, Cristina Maria; SALES, 
Mione Apolinário. Ética e práxis 
profissional. 2. ed. Brasília: CFESS, 
2000.
77
RESUMO DO TÓPICO 1
Abordamos, neste tópico, as questões fundamentais da ética, no 
que tange ao exercício profissional do Assistente Social. Assim, tratamos os 
seguintes assuntos:
	Hoje em dia, quando tratamos das questões éticas e morais, estamos falando 
que o comportamento social dos homens vem atravessando todos os espaços 
da vida social do mesmo, ao longo de sua história.
	Verificamos que o principal problema da ética é a definição do que é certo ou 
errado, bom ou mau, e que todos os homens desejam fazer o bem e a justiça. 
	Compreendemos que “fazer o bem” pode ser considerado uma virtude social.
	Todos os nossos atos, que permeiam nosso comportamento social, são frutos 
diretos e indiretos de uma consciência social e, esta, por sua vez, constituída 
sobre os valores, princípios e hábitos morais do povo que a compõe.
	Não existe um bem ou mal absoluto, pois as diversas subjetividades humanas 
apresentam inúmeras diferenças, ou seja, a subjetividade é relativa de acordo 
com a visão de mundo e sociedade de cada ser humano.
	Compreendemos que a ética avalia as diversas escolhas conscientes dos homens 
e trabalha com as consequências subjetivas de cada ser humano em sociedade. 
	Estas escolhas e suas consequências podem ser consideradas objeto da prática 
profissional do Assistente Social. 
	Observamos que a ética profissional do Assistente Social está recheada de 
conflitos e contradições sociais que se remodelam ao passar dos tempos.
	A ética está baseada nos relacionamentos, comportamentos e práticas sociais 
tanto dos homens como das mulheres em seu convívio cotidiano, no qual 
forma uma consciência moral global.
	Observamos que a constituição de um homem, enquanto indivíduo, só pode ser 
feita por meio de suas relações com os outros em sociedade. E é nesta interação 
social que o indivíduo forma sua consciência moral, além de constituir seus 
anseios, desejos e sonhos. 
78
	A ética proporciona maior visibilidade no esclarecimento da direção social e, 
em consequência, da qualificação da prática profissional de uma determinada 
sociedade, ou seja, por meio da ética, existe todo um posicionamento social 
que forma e determina seus valores, hábitos e princípios e estes, por sua vez, 
compõem as normas e diretrizes profissionais do homem.
	É a partir da totalidade que podemos entender as particularidades subjetivas 
de cada ser humano, pois é a sociedade como um todo que forma e constitui 
todos os nossos princípios e valores ético-morais.
	O objeto da prática profissional se dá no dia a dia de nossa sociedade, ou 
seja, são nos diversos modos comportamentais dos homens, que se formam 
as questões sociais e estas, por sua vez, são o objeto da práxis profissional do 
Assistente Social.
	A questão social forma-se na relação direta do trabalho versus capital.
	A vida cotidiana dos seres humanos denota certa alienação dos mesmos ao 
sistema societal que estão inseridos, pois, muitas vezes, os seres humanos não 
se dão conta que são eles que produzem as riquezas de sua sociedade, por meio 
de suas atividades laborativas.
	Verificamos que o trabalho profissional do Assistente Social se dá sobre as 
questões sociais advindas do convívio em sociedade. Contudo, as nossas 
atividades cotidianas se transformam na práxis profissional só quando nós 
tomamos consciência deste fato.
79
AUTOATIVIDADE
Em equipe, de no máximo quatro acadêmicos, liste todas as questões sociais 
que conseguirem identificar. Em seguida, realizem um debate, no grande 
grupo, sobre esse tema.
80
81
TÓPICO 2
O ESPAÇO DA ÉTICA NA RELAÇÃO INDIVÍDUO E 
SOCIEDADE
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, trabalhar-se-á como se processa o espaço da ética na relação 
indivíduo versus sociedade, no qual perpassaremos por alguns aspectos históricos 
da construção ética-moral da sociedade. Assim, segundo Barroco (2008b, p. 19):
[...] é nesse processo histórico que são tecidas as possibilidades de 
o homem se comportar como um ser ético: enquanto o animal se 
relaciona com a natureza a partir do instinto, o ser social passa a 
construir mediações – cada vez mais articuladas –, ampliando seu 
domínio sobre a natureza e sobre si mesmo. Desse modo, sem deixar 
de se relacionar com a natureza – pois precisa dela para se manter vivo 
–, vai moldando sua natureza social.
Demonstrando, ainda, a inter-relação natural do comportamento moral 
entre os homens, principalmente na questão da construção subjetiva do homem, 
ou seja, o homem como tal, ser individual.
2 AS BASES HISTÓRICAS DA SOCIEDADE NA CONSTRUÇÃO 
DA ÉTICA
Pelo comportamento humano e, principalmente, por meio de seu modo 
de ser, hábitos e costumes é que determinamos e consolidamos nossa moral e, por 
conseguinte, a ética. A sua constituição advém historicamente das relações do dia a 
dia de cada ser humano que vive em sociedade.
Complementando, Barroco (2008b, p. 20) escreve que:
A história não é uma abstração dotada de uma existência independente 
dos homens. Os homens reais – entre suas relações entre si e com a 
natureza – são os portadores da objetividade sócio-histórica. E nesse 
sentido pode-se dizer que o ser social fundamenta-se em categorias 
ontológico-sociais, pois os modos de ser que o caracterizam são 
construções sócio-históricas que se interdeterminam de forma 
complexa e contraditória, em seu processo de constituição.
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
82
Então, podemos compreender que o homem social nasce da natureza e 
de sua inter-relação com os outros de sua espécie, em que suas habilidades e 
aptidões são desenvolvidas por ele no decorrer de seu processo de humanização, 
ou seja, é o próprio homem o autor e produto da sua construção.
FIGURA 7 – FRASE REFLEXIVA
FONTE: A autora
Nesta perspectiva, podemoscitar que o homem desenvolve suas 
capacidades de forma consciente e livre. E, por meio do trabalho, ele é capaz de 
transformar a natureza, em consequência ao seu meio e a si próprio, mantendo 
sua própria vida em sociedade. Então, podemos dizer que “[...] o trabalho é, antes 
de tudo, em termos genéricos, o ponto de partida da humanização do homem, do 
refinamento de suas faculdades, processo do qual não se deve esquecer o domínio 
sobre si mesmo” (LUKÁCS apud BARROCO, 2008b, p. 21).
Portanto, a sociabilidade humana pode ser compreendida como o berço 
da constituição do homem social ou ser social, pois é por meio de nossas atividades 
humanas que nos constituímos como homens e, assim, nos perpetuamos 
historicamente.
De acordo com Barroco (2008b, p. 22) “constituir-se cada vez mais 
socialmente quer dizer dominar a natureza, criar novas alternativas, dar respostas 
sociais, e daí decorre a transformação de todos os sentidos humanos.” Isto só 
pode ser viável, se o homem tiver consciência de seus atos e de sua própria 
transformação social.
Contudo, qual o papel da consciência humana na prática profissional 
dos mesmos?
Antes de tudo, precisamos compreender o significado da consciência 
humana. Portanto, segundo Cavalcanti (2007, p. 2) para Susan Greenfield, 
pesquisadora da Universidade de Oxford: 
TÓPICO 2 | O ESPAÇO DA ÉTICA NA RELAÇÃO INDIVÍDUO E SOCIEDADE
83
A consciência não é um lampejo, mas um contínuo de conexões dos 
seus [...] [...] neurônios, que vão ocorrendo do momento em que você 
nasce até o fim da experiência, seu cérebro faz uma representação 
mental que é armazenada da sua vida. A cada nova em sua memória. 
Ao comer uma comida diferente, por exemplo, surgiria uma mudança 
nas conexões do seu cérebro. Quanto mais o mundo passa a ter 
significado para você, mais conexões são feitas em seu cérebro. 
Ou seja, é por meio da constituição de consciência que analisamos, 
calculamos e aspiramos ideias, realizando um processo de escolha do que pode ou 
não ser feito, do que é bom ou não para nós e para os outros. Então, se partirmos 
do princípio de que a nossa constituição ético-moral advém do trabalho, podemos 
assim dizer que a nossa prática profissional só se processa quando a realizamos 
de forma consciente em prol da realização do bem.
Portanto, por meio da transformação consciente da natureza, o homem cria 
sempre novas alternativas de valorações em seu processo de escolha e tomada de 
decisões, pois as realizam conscientemente, por meio de comparações do certo e 
errado, do fazer o bem ou o mal.
Assim, Barroco (2008b, p. 25-26) expõe que:
[...] quando os homens transformam um dado elemento da natureza, 
por exemplo, um pedaço de madeira criando fogo ou um instrumento 
de trabalho, passa a instituir alternativas antes inexistentes. Os 
instrumentos de trabalho não modificam apenas a atividade humana; 
transformam toda a vida dos homens, instituindo novas possibilidades. 
No caso do fogo, alteram-se todos os sentidos – pois com o alimento 
cozido, por exemplo, o paladar, o tato, o olfato etc. são modificados; 
atendem-se a necessidades, pois é possível aquecer-se com o fogo; 
criam-se hábitos culturais, desencadeando novos sentimentos e 
comportamentos; a natureza já não se apresenta como um mistério; o 
homem se vê como sujeito de sua transformação.
Acarretando, assim, para o homem, a possibilidade de realizar suas 
escolhas de forma livre e consciente. E estas escolhas podem ser consideradas a 
constituição da liberdade humana.
Para Lukács (apud BARROCO 2008b, p. 26):
A liberdade, bem como sua possibilidade, não é algo dado por 
natureza, não é um dom do “alto” e nem sequer uma parte integrante 
– de origem misteriosa – do ser humano. É o produto da própria 
atividade humana, que decerto sempre atinge concretamente 
alguma coisa diferente daquilo que se propusera, mas que nas suas 
consequências dilata – objetivamente e de modo contínuo – o espaço 
no qual a liberdade se torna possível. 
Finalizando, podemos observar que a liberdade de escolha dos homens 
proporciona autonomia. E esta autonomia denota que o ser humano é um ser 
livre, tendo plena consciência em suas escolhas. Portanto, por meio do trabalho, 
o ser humano se constitui um homem consciente e livre.
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
84
LEITURA COMPLEMENTAR 1
“DECIFRA-ME OU TE DEVORO”: O ENIGMA DA ESFINGE
Maria Lúcia Silva Barroco
Na tragédia grega clássica Édipo Rei, escrita por Sófocles, Édipo se 
encaminha para Tebas, quando uma esfinge, monstro que devora a todos que 
não conseguem decifrar seus enigmas, profere-lhe um enigma. De sua resposta 
depende a vida da cidade e também o seu destino [...].
Antes de se deparar com a esfinge, Édipo já consultara o oráculo, forma 
de comunicação com os deuses através de uma consulta que também deve ser 
decifrada. No caso de Édipo, o oráculo já dissera a seu pai, Laio, que seu filho 
o mataria e se casaria com a própria mãe, ou seja, com a mulher de Laio. Para 
evitar este destino trágico, Laio abandonara Édipo nas montanhas, com os pés 
atravessados por um ferro e ligados por uma tira de couro (daí seu nome Édipo, 
que significa “pés inchados”).
Adotado por Pólipo, Édipo, já adulto, resolve consultar o oráculo sobre sua 
origem. O oráculo repete a previsão anterior: Édipo mataria o pai e se casaria com 
a mãe. Édipo foge de Pólipo para que não se cumprisse o destino. No caminho 
para Tebas, encontra Laio e, numa briga, mata o rei e sua comitiva. Em seguida, 
encontra a esfinge, que lhe propõe o enigma que nenhum homem conseguira 
responder até então: “Qual é o ser que anda de manhã com quatro patas, no meio 
do dia com duas e à noite com três e que, contrariamente à lei mais geral, é mais 
fraco quando tem mais pernas?”. Édipo responde: “É o homem que engatinha 
quando criança, quando adulto usa suas duas pernas e quando velho usa uma 
bengala”. Diante disso, a esfinge morre e os tebanos reconhecem Édipo como rei, 
oferecendo-lhe a viúva de Laio como esposa.
Passados muitos anos, uma peste assola a cidade e o oráculo novamente 
é consultado. Quando Édipo indaga sobre as causas da peste, obtém a resposta 
de que a morte de Laio não fora vingada e que o responsável era ele, Édipo. Ao 
descobrir que matara o próprio pai e que Jocasta, sua mulher, é sua mãe, Édipo 
arranca os olhos com uma joia de Jocasta, que se enforca. Então sai, cego, errante 
pelo mundo, acompanhado por uma de suas filhas, Antígona.
Assim, Édipo não teve êxito em suas sucessivas tentativas de fugir do seu 
destino. Determinado pelos deuses, o destino não pode ser transformado pelos 
homens, como bem mostra Sófocles. Porém, é parte da natureza humana, dizem 
também os mitos, questionar o poder dos deuses; por isso, mesmo que a palavra 
divina seja revelada através do oráculo, os humanos sempre buscam um desvio 
desse caminho “predestinado”.
Mais adiante, veremos como tudo isso tem a ver com a concepção ética 
dos gregos, herança fundamental da civilização ocidental.
TÓPICO 2 | O ESPAÇO DA ÉTICA NA RELAÇÃO INDIVÍDUO E SOCIEDADE
85
E você, acredita em destino?
FONTE: BARROCO, Maria Lúcia Silva. Ética: fundamentos sócio-históricos. 6. ed. São Paulo: 
Cortez, 2008. p. 47-48.
Agora, prezado(a) acadêmico(a), vamos verificar no texto a seguir a questão 
da discussão em torno de uma ética universal para toda a sociedade contemporânea.
 Então leia com atenção esta leitura complementar 2, pois ela propiciará 
um panorama geral desta ética universal.
LEITURA COMPLEMENTAR 2
ÉTICA E SOCIEDADE: EM BUSCA DE UMA ÉTICA UNIVERSAL
José Carlos S. de Mesquita
ÉTICA: Do grego, ETHOS. Significa costumes, extrai-se Ética. Do latim, 
MORES. Donde moral. Ciência da moral. "Estudo dos juízos de apreciação referente 
à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do beme do mal, seja 
relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto."¹. "Em outras palavras, 
ética e moral referem-se ao conjunto de costumes tradicionais de uma sociedade."²
INTRODUÇÃO
A Ética moral, enquanto ciência que estuda as virtudes da humanidade, vem 
sendo especulada desde os tempos antigos até os nossos dias, pelos mais ilustres 
filósofos como Sócrates, Platão, Aristóteles, Rousseau, Kant, Hegel, Kierkegaard 
e outros. Contudo, sabemos que o primeiro código ético, enquanto regras a serem 
cumpridas, data, segundo a Bíblia, dos tempos do antigo testamento com os Dez 
Mandamentos, mas mesmo assim já havia quem os transgredia. Ainda dentro 
de uma visão bíblica, entende-se que o descumprimento das leis divinas, tem 
origem desde a criação da terra com Adão e Eva. Há quem fale que o contraste de 
moralidade hoje, reflete o pecado cometido no início dos tempos.
Numa abordagem mais filosófica, comentaremos sobre o ético na 
concepção de alguns filósofos, fazendo entre eles uma relação de modo a deixar 
claras as divergências e convergências de pensamentos no que tange as suas 
concepções de Ética. Abordaremos também, a partir de um prisma mais social, as 
desigualdades de pensamento que legitimam a relativização do comportamento 
ético, desde as sociedades gregas, fazendo uma reflexão histórica nas épocas que 
mais transpareceu o amoral. Ainda numa visão sociológica, analisaremos alguns 
fatores que fortalecem o descaso da virtude moral com as sociedades de hoje. 
Entraremos no Brasil de 64 relembrando a mobilização e o sofrimento dos contras-
1. HOLANDA, Aurélio B. de. Novo dicionário da língua portuguesa.
2 . CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia, p. 340. 
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
86
ditadura por uma realidade social igualitária e chegaremos até o Brasil dos anos 
90 abordando verdadeiros exemplos de cidadania expressa na mobilização da 
sociedade por uma política Ética.
A ÉTICA E SOCIEDADE: Em busca de uma Ética universal
A ÉTICA como "[...] reflexão científica, filosófica e até teológica [...]"³ , vem 
sendo estudada desde a antiguidade pelos mais renomados filósofos. Sócrates, 
consagrado "fundador da moral"4, destacou-se nesta área da filosofia por buscar 
em suas indagações, a convicção pessoal dos transeuntes para obter uma melhor 
compreensão da justiça. Sócrates acreditava nas leis, mas como pensador capaz de 
pôr em prova o próprio subjetivo, às questionava, gerando um descontentamento 
aos conservadores gregos da época. A condenação de Sócrates a beber veneno 
ainda é um questionamento, cuja resposta possa estar nas entrelinhas dos 
argumentos conservadores do poder: "[...] as leis existiam para serem obedecidas 
e não para serem justificadas."5
Já Platão (427-347 a.C.), admirável discípulo de Sócrates, articulava em suas 
inspirações teóricas a ideia de se encontrar a felicidade no centro das questões éticas. 
A sabedoria para Platão, não está expressa no saber pelo saber, ou melhor, não se 
identifica o sábio pela sua grandeza de conhecimentos teóricos, mas pela sua grandeza 
de virtudes. O homem virtuoso tende a encontrar e contemplar o mundo ideal.
Aristóteles (384-322 a.C.), também pensador da Grécia antiga, fundamentou 
maior parte de seu postulado teórico no empirismo onde, baseado no tipo de 
sociedade, desenvolveu algumas obras que enfocam as questões éticas daquele 
tempo: Ética a Eudemo, Ética a Nicômaco e uma Magna Moral. Aristóteles não 
descarta a relação entre Ser e o Bem, porém enfatiza que não é um único bem, 
mas vários bens, e que esse bem deve variar de acordo com a complexidade do 
ser. Para o homem, por exemplo, há a necessidade de se ter vários bens, para que 
este possa alcançar a felicidade humana. A virtude em Aristóteles está entre os 
melhores dos bens.
Com o cristianismo, percebemos que se encerra o papel da filosofia 
moral enquanto determinante do que é ou não ético. As ações humanas agora 
se norteiam na divindade de um único Deus, e não mais no politeísmo como na 
cultura grega. O ético reflete agora a consciência interior de cada um, é o que 
estabelece o coração do indivíduo. Em coerência com essa visão cristã de ação 
moral, Rousseau, já, por volta do século XVIII, argumenta que a moralidade é 
obra divina. O agir naturalmente dentro dos mais puros princípios éticos, reflete 
a existência de Deus em nossos corações. Em Rousseau, ao obedecermos ao dever 
externo, estamos obedecendo aos nossos corações. Para ele, os homens nascem 
puros e bons, a sociedade é quem os corrompe.
"[...] se o dever parece ser uma imposição e uma obrigação externa, imposta 
3. Álvaro L. M. VALLS, O que é Ética, p. 7.
4. Id. Ibid., p. 17.
5. Idem.
TÓPICO 2 | O ESPAÇO DA ÉTICA NA RELAÇÃO INDIVÍDUO E SOCIEDADE
87
por Deus aos humanos, é porque nossa bondade foi pervertida pela sociedade 
quando criou a propriedade privada e os interesses privados [...]".6
Em oposição a essa concepção, encontramos Kant no final do séc. XVIII. 
Kant se contrapõe a Rousseau por negar a existência da "bondade natural"7. Nos 
corações dos homens só existem sentimentos negativos e para conseguirmos 
superar todos esses males, devemos almejar uma Ética racional e universal 
identificada no dever moral.
Ao contrário de Rousseau e Kant, vamos encontrar Hegel, que encara 
a questão Ética de outro prisma. Opondo-se ao argumento do coração como 
determinante da vontade individual de Rousseau, e a da moral racional de Kant, 
Hegel diz que somos seres indissociáveis.
O ser humano é histórico e vive o coletivo em todas as suas ações, associado 
aos seus costumes e as suas manifestações culturais. É por esse ângulo que Hegel 
argumenta sobre a vontade coletiva que guia nossas ações e comportamentos. A 
família, o trabalho, a escola, as artes, a religião etc. norteiam nossos atos morais e 
determinam o cumprimento do dever. É também por essa linha de pensamento 
que tentaremos direcionar nosso raciocínio enfocando as relações éticas no contexto 
político-social, expondo a relativização do comportamento ético nos últimos tempos.
A Ética, como conjunto de normas e valores que regem uma sociedade 
deve necessariamente refletir a consciência e as ações desse povo, assim como 
trazer consigo o tipo de organização que alimenta essa sociedade. Acreditamos 
na universalidade do comportamento e das ações éticas, assim como na sua 
transformação relativa às transformações das sociedades que as impera, mas 
se voltarmos às sociedades da Grécia antiga e fizermos o percurso histórico até 
os nossos dias, vamos encontrar diversidade de virtudes e comportamentos, 
ao ponto de colocarmos em cheque essa virtude que tanto sonhamos para 
todos. Se analisarmos a educação espartana e a ateniense, ambas vividas numa 
mesma época, e entrarmos no feudalismo e verificar o contraste entre os servos 
e os senhores feudais, os dogmas da Igreja enquanto posicionamento do clero 
como meio de conservar seu poder em detrimento à vida dos que questionavam 
tais dogmas, continuar caminhando até o séc. XVIII e nos depararmos com as 
injustiças sociais nas quais a miserável classe proletariada subordinava-se em 
plena revolução industrial, trabalhando 14 a 15 horas por dia, sem restrição de cor, 
raça, sexo e idade, com alguns ficando até neuróticos em decorrência do volume 
de trabalho que havia, e tudo para beneficiar um pequeno grupo de capitalistas 
que emergia em detrimento à vida dos necessitados. Nesse caso, seria essa a Ética 
do capitalismo? E no caso do clero, a Ética da Igreja? Sim, certamente, mas é 
importante também refletirmos sobre o lado moral e o princípio Ético universal 
idealizado por Kant. Os costumes e as regras morais impostas pelo clero na idade 
média e pelos capitalistas no sec. XVIII, não refletiam com certeza, a consciência 
da maioria da população, de suas respectivas épocas, nem tãopouco, o dever 
moral dos submissos não atendia e nem atende aos interesses dos dominadores.
6. CHAUÍ, Marilena, Convite à filosofia, p. 344.
7. Idem.
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
88
Hoje, à beira do século XXI, ainda nos deparamos com situações que fogem 
aos anseios de uma Ética universal, onde pessoas injustiçadas perdem a vida, 
morrem de fome, passam as piores necessidades e situações de constrangimento 
por serem negras ou pobres. Instituições como a família, Igreja e organizações 
culturais ainda cultivam no seio de suas atividades valores representativos de uma 
Ética padrão e de valores condizentes com a noção humanitária de vida, porém por 
outro lado, sentimos na pele ações de uma minoria que infringe as normas legais 
e ultrapassam as barreiras do Ético na ânsia de adquirir ou conservar seu poder. 
Em apoio e como cúmplice deste processo de decadência moral, encontramos os 
meios de comunicação de massa. Com enorme força de poder de conscientização, 
eles funcionam de maneira a levar aos lares da sociedade, as situações mais 
ilusórias e pervertidas do social, fazendo com que seu público caia no abismo 
do amoral. Lamentavelmente, a televisão como meio de comunicação que atinge 
em maior proporção a população em todas as camadas, desponta na frente como 
meio que mais distorce a realidade e infiltra na população a ideologia dominante, 
quando ao invés disso, poderia utilizar tal poder no sentido de esclarecer, educar 
e conscientizar a população, almejando uma sociedade igualitária onde o branco, 
o negro, o rico e o pobre tenham direitos iguais.
Particularmente, o Brasil dos últimos 50 anos enfrentou algumas altas e 
baixas no que tange à liberdade de vida de maneira digna. A que mais repercutiu 
foi o golpe de 64 que originou o despertar da comunidade estudantil e da 
sociedade em geral para questões primárias como liberdade e democracia. A 
repressão originada pelo golpe sacrificou toda uma geração com todos os meios 
possíveis de tortura e constrangimento. Uns mortos, outros torturados e outros 
para não serem mortos ou presos passaram a viver no exílio, mesmo assim não 
escapavam das perseguições. Os quase 10 mil brasileiros que viviam no exterior, 
principalmente na América latina, não se intimidaram com essas repressões, 
mesmo exilados em países diferentes, formaram uma corrente contraditadura não 
deixando o espírito do patriotismo morrer. Pessoas como Paulo Freire, Gilberto 
Gil, Herbert de Souza e outros, trouxeram do exílio verdadeiras lições de vida e 
conhecimentos, contribuindo com a educação, cultura e dando sua participação 
de solidariedade humana. Está expresso aí nas ações dessa gente o verdadeiro 
significado de comprometimento moral com a sociedade.
Hoje, final da década de 90, sentimos que alcançamos algumas melhorias 
na sociedade, principalmente no que tange à conscientização de uns poucos para 
as questões morais que norteiam a sensibilidade do homem às situações críticas 
e polêmicas da sociedade. Projetos como a “Ação da cidadania contra a miséria 
e pela vida” e a própria tentativa de dar um basta na corrupção política do país, 
resgatou a confiança do povo para um Brasil melhor onde habita o dever do valor 
moral e de uma postura socialmente Ética
Com certeza, disparidades sociais são vividas em todo o mundo. A 
existência de dominantes e dominados parece ser o requisito principal para se 
viver em sociedade. Mas estamos caminhando para essa superação, e certamente, 
a educação é a melhor maneira de montarmos a nossa estratégia no sentido de 
alcançarmos uma padronização nas ações e comportamentos dos homens.
TÓPICO 2 | O ESPAÇO DA ÉTICA NA RELAÇÃO INDIVÍDUO E SOCIEDADE
89
DICAS
Para compreendermos melhor o que acabamos de estudar, sugerimos que você 
realize a seguinte leitura e assista ao filme indicado:
● BARROCO, Maria Lúcia Silva. Ética: 
fundamentos sócio-históricos. 6. ed. 
v.4 São Paulo: Cortez, 2008. 
● A PROCURA DA FELICIDADE. 
Gênero: Drama. 
Tempo de Duração: 117 minutos. 
Ano de Lançamento (EUA): 2006. 
Site Oficial: <www. aprocurada
felicidade.com.br>.
Direção: Gabriele Muccino. 
Elenco: Will Smith (Chris Gardner), 
Jaden Smith (Christopher), entre 
outros.
O ideal seria alcançarmos o idealismo kantiano, de uma Ética universal onde 
todos sejam norteados pelos mesmos princípios e eticamente puros. Entendemos que 
isso há de ser conseguido aos poucos dentro de um processo educativo e cauteloso. 
A nosso ver, é somente através da educação, que conseguiremos concretizar o 
nosso projeto de "homenização" e de adquirirmos essa conscientização política.
BIBLIOGRAFIA
VALLS, Álvaro L. M. O que é Ética, Coleção primeiros passos, 3. ed. São Paulo: 
Brasiliense, 1989. 
SOUZA, Herbert de & RODRIGUES, Carla. Ética e cidadania. Coleção polêmica, 
4. ed. Moderna, 1994. 
RIOS, Terezinha Azevedo. Ética e competência. Coleção questões da nossa época. 
V.16. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1994.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia in filosofia moral. São Paulo: Ática, 1994.
FONTE: MESQUITA, José Carlos S. de. Ética e sociedade: em busca de uma ética universal. 
Disponível em: <http://www.doutrina.linear.nom.br/cientifico/Filosofia/%C9TICA%20E%20
SOCIEDADE.htm>. 
90
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, trabalhou-se como se processa o espaço da ética na 
relação indivíduo versus sociedade, abordando alguns aspectos históricos da 
construção ético-moral dos homens em sociedade. Demonstrando que:
	É pelo comportamento humano e, principalmente, por meio de seu modo de 
ser, hábitos e costumes que determinamos e consolidamos nossa moral e, por 
conseguinte, a ética. 
	Esta constituição advém da história de cada ser humano que vive em sociedade.
	O homem social nasce da natureza e de sua inter-relação com os outros de sua 
espécie, em que suas habilidades e aptidões são desenvolvidas no decorrer de 
seu processo de humanização.
	É o próprio homem o “autor e produto” de sua construção. 
	O homem desenvolve suas capacidades de forma consciente e livre. 
	Por meio do trabalho, o homem é capaz de transformar a natureza, o seu meio 
e a si próprio, mantendo sua própria vida em sociedade. 
	A sociabilidade humana pode ser compreendida como o berço da constituição 
do homem social ou ser social. 
	É por meio de nossas atividades humanas que nos constituímos como homens, 
perpetuando-nos historicamente.
	É por meio da constituição de consciência que analisamos, calculamos e 
aspiramos ideias, realizando um processo de escolha do que pode ou não ser 
feito, do que é bom ou não para nós e para os outros. 
	O homem tem a possibilidade de realizar suas escolhas de forma livre e 
consciente. E estas escolhas podem ser consideradas a constituição da liberdade 
humana.
	A liberdade de escolha dos homens proporciona autonomia. 
	A autonomia dos homens denota que o ser humano é um ser livre e tem o 
poder de escolha.
	As escolhas humanas devem ser sempre conscientes. 
	É por meio do trabalho que o ser humano se constitui um homem consciente e 
livre.
91
AUTOATIVIDADE
 Baseado(a) na afirmação que “O homem é que escreve sua própria história”, 
responda:
a) O que você compreende por SOCIABILIDADE HUMANA? 
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
b) O que você compreende por liberdade incondicional e livre-arbítrio?
____________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
c) A partir do conceito de liberdade, interprete o ditado: “Se eu não for por 
mim mesmo, quem será por mim? Se eu for apenas por mim, que serei eu? 
Se não agora – quando?”
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
d) Qual o papel da CONSCIÊNCIA HUMANA na prática profissional dos 
homens? Justifique.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
92
93
TÓPICO 3
A RELAÇÃO ENTRE TRABALHO, SER SOCIAL E ÉTICA
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, prezado(a) acadêmico(a), iremos desvendar as questões do 
mundo do trabalho, e como o homem, enquanto um ser social se comporta e se 
desenvolve como ser social por intermédio do trabalho, além de verificarmos como 
a ética está envolvida neste processo.
O processo de trabalho é atividade dirigida com o fim de criar valores 
de uso, de apropriar os elementos naturais às necessidades humanas; 
é condição necessária do intercâmbio material entre o homem e a 
natureza; é condição natural e eterna da vida humana, sem depender, 
portanto, de qualquer forma dessa vida, sendo antes comum a todas as 
suas formas sociais. (MARX, 1987, p. 27).
Verificamos que a ética e o trabalho podem ser considerados uma extensão 
do exercício profissional, que denota uma ação real, concreta, transformadora 
da realidade da sociedade em que estamos inseridos. A ética e o trabalho vêm 
se transformando historicamente, pois nossos costumes, princípios e hábitos se 
transformam no decorrer dos tempos. 
Neste contexto, abordaremos vários aspectos das relações entre o trabalho, 
a ética e o ser social.
2 O QUE É TRABALHO?
Pode-se compreender que é por meio do trabalho dos homens que a 
sociedade se forma, se organiza tanto política, econômica e socialmente. É o 
trabalho que estrutura as nossas relações sociais. O trabalho se torna fundamental 
para o desenvolvimento dos princípios ético-morais de uma sociedade, pois é ele 
que medeia todas as nossas relações. Em outras palavras, o trabalho é a mola 
propulsora da vida em comunidade.
De acordo com Gonçalves e Wyse (1997, p. 61-62): 
O trabalho pode ser visto como lugar de autorrealização do homem, 
extensão de sua personalidade, espaço de criatividade, onde ele fala de 
si, mostra-se diante do seu grupo social, expressa sua identidade, presta 
um serviço social e contribui para o bem comum. Mas também pode 
ser encarado como uma maldição, lugar de tortura, suportado pela 
necessidade do salário ao final do mês.
94
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
Por meio do trabalho, desenvolvemos vínculos tanto sociais como 
comunitários com as outras pessoas. Estas relações sociais podem ser consideradas 
a base fundamental à própria vida dos seres humanos.
Segundo Tomelin e Tomelin (2002, p. 118) “através do trabalho, o homem 
se diferenciou dos outros animais, produzindo bens e transformando a natureza. 
Pelo trabalho o homem fundamentou a sua vida cultural e a civilização. Para os 
outros animais, o trabalho visa satisfação imediata e instintiva, sem acúmulo de 
saberes”.
Complementando, Aranha e Martins (2003, p. 24) colocam-nos que:
O trabalho humano é uma ação transformadora da realidade, dirigida 
por finalidades conscientes. Ao reproduzir técnicas já usadas e ao 
inventar outras novas, a ação humana se torna fonte de ideias e, portanto, 
experiência propriamente dita. Por isso dizemos que o animal não 
trabalha – mesmo quando cria resultados materiais com essa atividade 
–, pois sua ação não é deliberada, intencional. Dessa forma, o animal 
não produz propriamente sua existência, apenas a conserva agindo 
instintivamente ou, quando se trata de animal de maior complexidade 
orgânica, resolvendo problemas por meio da inteligência concreta. [...] 
Esses atos visam a defesa, a procura de alimentos e de abrigo. Assim, 
não devemos pensar que o castor, ao construir o dique, e o João-de-
barro, a sua casinha, estejam “trabalhando”.
Portanto, pode-se observar que quando o homem transforma a natureza 
por meio do trabalho, ele próprio está se transformando.
IMPORTANT
E
Lembra da história do LOLO BARNABÉ, de Eva Furnari, que você leu na Unidade 
1 deste Caderno? O mesmo demonstra claramente esta transformação da natureza. Então, 
aproveite para rever a história. (FURNARI, Eva. Lolo Barnabé. São Paulo: Moderna, 2000).
3 A ÉTICA DO TRABALHO
Com a evolução humana e, em consequência, com a evolução da própria 
sociedade, observamos que, por intermédio do trabalho, começou a surgir uma 
nova concepção de classe social, denominada burguesia, a qual desenvolve novos 
hábitos, princípios e valores morais perante a sociedade, mediando, diretamente, 
as relações sociais entre todos os seres humanos.
TÓPICO 3 | A RELAÇÃO ENTRE TRABALHO, SER SOCIAL E ÉTICA
95
Estes novos interesses, que dependem diretamente do trabalho e do 
desenvolvimento de uma produção que garanta a expansão do comércio, 
na produção incondicional de novas riquezas, acabaram exigindo, dos seres 
humanos, uma dedicação exclusiva ao trabalho, no intuito de angariar maior 
produtividade e prosperidade dos detentores do capital. De acordo com Gonçalves 
e Wyse (1997, p. 23), “a nova classe em ascensão tem como característica as 
virtudes de laboriosidade, honradez, puritanismo, amor à pátria e à liberdade, 
em contraposição aos vícios da aristocracia – desprezo ao trabalho, ociosidade, 
libertinagem”.
Portanto, o trabalho, hoje, se tornou um fato social que determina a própria 
existência do homem em sociedade, legitimando-o como um ser humano.
Segundo Gonçalves e Wyse (1997, p. 23-24): 
Antes, o trabalho sempre foi visto de forma negativa. Na sua origem, a 
palavra trabalho vem do Latim tripalium, que significa um instrumento 
de tortura. Mesmo na Bíblia o trabalho é proposto como castigo pela 
culpa de Adão e Eva (nos termos bíblicos, o homem é condenado a 
trabalhar e a ganhar o pão com o suor do seu rosto, ficando a mulher 
condenada ao trabalho de parto). Na Grécia Antiga e na Idade Média, 
[o trabalho] é desvalorizado por estar reservado aos escravos e aos 
servos. A sociedade moderna declara o trabalho uma expressão de 
liberdade, uma vez que, por meio dele (seja pela força física, pela 
ciência, pelas artes) o homem modifica a natureza, inventa a técnica, 
cria nova realidade, enfim, altera o curso das coisas, alterando a si 
próprio e a sociedade onde ele vive.
Outro fator relevante nesta discussão é a questão de que, por meio do 
trabalho, os homens constituem seus laços sociais, pois começam a pertencer a 
um determinado grupo social, acontecendo de acordo com o poder aquisitivo, 
status que o trabalhador obtém por meio de seu trabalho, ou seja, conforme o 
seu salário e sua formação do capital, este trabalhador estabelece determinados 
vínculos sociais, que determinam a que classe social eles pertencem.
Por meio do comportamentohumano nas relações de trabalho, e seu papel 
em sociedade, desenvolve-se a ética do trabalho.
IMPORTANT
E
A ÉTICA DO TRABALHO consiste em entender essa atividade – o trabalho – como 
fator fundamental à construção da identidade e da realização pessoal e ao estabelecimento 
de uma ordem social, onde prevaleçam relações fundadas na dignidade, na liberdade e na 
igualdade entre os homens. (GONÇALVES; WYSE, 1997, p. 24).
96
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
Verificamos que o trabalho denota alguns valores morais que são 
constituídos pela própria sociedade (capitalista) em que estamos inseridos, tais 
como: disciplina, obediência, atenção e segurança pessoal. 
Porém, como fica a questão da liberdade, igualdade e autonomia do 
trabalhador?
Observamos que, na modernidade, a questão da autonomia, liberdade 
e igualdade entre os seres humanos são tidas como uma condição da própria 
natureza humana. E que este valor é considerado como um fator necessário para 
o desenvolvimento da ética do trabalho.
Entretanto, será que, por natureza, os homens são realmente iguais entre 
si? 
Historicamente, podemos observar que todos os homens apresentam 
muitas diferenças, pois cada um possui um modo de vida, uma etnia e visão 
de mundo diferentes, como: opção sexual, etnia, religião, força física, sonhos, 
desejos, objetivos de vida, entre muitas outras diferenças, que são resguardadas 
como direito de igualdade em nossa sociedade. É só observar o que prediz a nossa 
Constituição Federal.
NOTA
Caro(a) acadêmico(a), para compreender melhor esta questão, sugerimos a 
releitura dos artigos 1º, 3º e 5º da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada 
em 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.
htm>.
Segundo Gonçalves e Wyse (1997, p. 25-26), “na defesa desses interesses, 
o homem moderno lança Mão de uma teoria – a teoria liberal – que utiliza os 
conceitos de igualdade e de liberdade natural para justificar sua prática social, 
sua ordem econômica e inclusive, a forma de organização do estado moderno”.
Finalizando, podemos entender que esta teoria liberal, por sua vez, 
formula e regula suas próprias leis com relação à economia de uma sociedade, na 
qual estas leis e normas preconizam um equilíbrio das relações de mercado, de 
compra e venda.
TÓPICO 3 | A RELAÇÃO ENTRE TRABALHO, SER SOCIAL E ÉTICA
97
LEITURA COMPLEMENTAR 1
TRABALHO E REALIZAÇÃO HUMANA
Silvio Gallo
Se, por um lado, o trabalho torna-se elemento de alienação do homem, 
não tornando possível a ele uma participação ativa na transformação do objeto, 
percebemos, por outro lado, que o trabalho pode ser motivo de realização do 
ser humano. Para Marx, o homem se define pela produção. Pelo simples fato de 
o homem produzir, ele se diferencia dos animais, porque a realidade humana é 
explicada por fatores reais: produção em relação ao humano. Por isso, ao produzir 
seus meios de vida, o homem produz indiretamente sua própria vida, material e 
espiritual. Desde que há homem, há produção e desde que ele produz e transforma 
a natureza, há história. Uma história real: nem essência humana indiferente à vida 
social, humana e histórica e nem existência separada da essência e, sim, a essência 
que só pode ser descoberta na existência social e histórica dos indivíduos.
Mas a essência do homem nunca se manifestou de fato ao longo da história, 
porque sua existência sempre foi negada ante sua essência, porque o homem 
encontrou-se sempre alienado ao trabalho. A essência é concebida no trabalho; 
num trabalho oposto ao alienado, no trabalho criador, consciente e livre. Se o 
trabalho é fonte de alienação e não de criação, o homem desumaniza-se. Marx viu 
a essência do trabalho com os olhos de um artista.
O trabalho deve espelhar a atividade artística: uma expressão da 
criatividade e da inteligência humanas, que possibilita a transformação da 
natureza, constituindo uma fonte de prazer e alegria. No mundo atual, e da 
forma como as relações de trabalho estão constituídas, são poucos os que 
podem participar efetivamente da alegria do trabalho. Há um trabalho maldito, 
desgastante e sofrido. E o próprio Marx denunciou isso, dizendo que não há 
salário que possa pagar a degradação do corpo e da alma, o uso do ser humano 
para fins lucrativos.
Para que a história não seja a da negação do homem, precisamos entender 
que a relação existente entre essência e existência é uma relação dominada por 
interesses que regem uma sociedade. Trata-se, portanto, dos homens e das relações 
entre eles. No caso da sociedade capitalista, esses homens são os burgueses, de 
um lado, e os operários, de outro. Como vimos anteriormente, o burguês é o dono 
do objeto, e o operário é o dono da força de produção que vai transformar o objeto 
em riquezas para a sociedade. Portanto, o homem é um ser produtor que produz 
e transforma os objetos e que não participa deles, porque o produto pertence 
a outro homem, dominante nas relações sociais. Mas os homens são os sujeitos 
dessas relações, e estas podem ser transformadas pela própria ação humana, 
de modo a possibilitar o exercício de um trabalho livre e criativo, expressão da 
grandeza humana.
98
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
O trabalho é, portanto, em primeiro lugar, um processo de transformação 
material entre a natureza e o homem. Num segundo momento, é o processo pelo 
qual ele realiza, regula e controla sua ação física de necessidades e consumos 
produtivos. E, num terceiro momento, o trabalho se encontra como um elemento 
importante de realização humana, pois pela ação humana no trabalho o objeto se 
transforma e o trabalhador também, pois é da sua força de produção que o objeto 
ganha forma, arte e riqueza que serão marcadas e contempladas pela existência 
humana através dos tempos [...].
FONTE: GALLO, Silvio (coord.) Ética e cidadania: caminhos da filosofia. Campinas: Papirus, 1999. p. 
49.
LEITURA COMPLEMENTAR 2
A seguir, disponibilizamos a letra da Música Construção, do cantor e 
compositor Chico Buarque de Hollanda.
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e 
lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um 
príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um 
náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse 
música
Tijolo com tijolo num desenho 
lógico
Seus olhos embotados de cimento 
e tráfego
Sentou pra descansar como se 
fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se 
fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse 
máquina
Dançou e gargalhou como se fosse 
o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse 
música
E flutuou no ar como se fosse 
sábado
TÓPICO 3 | A RELAÇÃO ENTRE TRABALHO, SER SOCIAL E ÉTICA
99
E tropeçou no céu como se fosse um 
bêbado
E flutuou no ar como se fosse um 
pássaro
E se acabou no chão feito um pacote 
flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o 
tráfego
Amou daquela vez como se fosse a 
última
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo 
bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes 
mágicas
E se acabou no chão feito um pacote 
tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o 
público
Amou daquela vez como se fosse 
máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes 
flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um 
pássaro
E flutuou noar como se fosse um 
príncipe
E se acabou no chão feito um pacote 
bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o 
sábado.
FONTE: HOLLANDA, Chico Buarque de. Construção. Disponível em: <http://www.
chicobuarque.com.br/discos/mestre.asp?pg=construcao_71.htm>. Acesso em: 18 mar. 2009.
DICAS
Para melhorar o seu entendimento sobre todos os assuntos que discutimos 
neste tópico, utilize as seguintes sugestões de leitura e filme:
● Artigo: A estrutura da vida inteira e os embaraços da alienação, de José César dos 
Santos. Disponível em: <http://www.insite.pro.br/2005/31-A%20estrutura%20da%20vida%20
inteira%20e%20os%20embara%C3%A7os%20da%20aliena%C3%A7%C3%A3o.pdf>. 
● GONÇALVES, Maria H.B; WYSE, 
Nely. Ética e trabalho. Rio de Janeiro: 
Ed. SENAC Nacional, 1997.
100
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
O DIABO VESTE PRADA 
Gênero: Comédia. 
Tempo de Duração: 109 minutos. 
Ano de Lançamento (EUA): 2006. 
Site Oficial: <www.devilwearspradamovie.com>. 
Direção: David Frankel. 
Elenco: Meryl Streep (Miranda Priestly), Anne Hathaway 
(Andrea “Andy” Sachs), Emily Blunt (Emily), Stanley 
Tucci (Nigel) entre outros.
TEMPOS MODERNOS (dir. Charles Chaplin). 
Título Original: Modern Times. 
Gênero: Comédia. 
Tempo de Duração: 87 minutos. 
Ano de Lançamento (EUA): 1936. 
Estúdio: United Artists / Charles Chaplin Productions. 
Distribuição: United Artists. 
Direção: Charles Chaplin. 
Elenco: Charles Chaplin (Trabalhador) e outros.
POESIA: “O operário em construção” de Vinicius 
de Moraes. Disponível em: <http://letras.terra.
com.br/vinicius-de-moraes/87332/>. ou
pelo livro: MORAES, Vinicius. O operário em 
construção. Don Quixote, 2001.
101
RESUMO DO TÓPICO 3
Em se tratando da relação entre trabalho, ser social e ética, demonstramos 
que:
	A ética e o trabalho podem ser considerados uma extensão do exercício 
profissional. 
	A práxis profissional denota ser uma ação real, concreta, transformadora da 
realidade da sociedade em que estamos inseridos. 
	A ética e o trabalho vêm se transformando historicamente, pois nossos costumes, 
princípios e hábitos se transformam no decorrer dos tempos. 
	É por meio do trabalho dos homens que a nossa sociedade se forma, se organiza 
tanto política, econômica e socialmente. 
	É o trabalho que estrutura as nossas relações sociais. 
	O trabalho se torna fundamental para o desenvolvimento dos princípios ético-
morais de uma sociedade, pois é ele que medeia todas as nossas relações sociais. 
	O trabalho é a mola propulsora da vida em sociedade.
	Por meio do trabalho, desenvolvemos vínculos tanto sociais como comunitários 
com os outros homens que também vivem em sociedade. 
	As relações sociais entre os homens podem ser consideradas a base fundamental 
à própria vida dos seres humanos.
	Quando o homem transforma a natureza por meio do trabalho, ele próprio está 
se transformando.
	Por intermédio do trabalho, começou a surgir uma nova concepção de classe 
social, denominada burguesia, a qual desenvolve novos hábitos, princípios e 
valores morais perante a sociedade, que medeia diretamente as relações sociais 
entre todos os seres humanos.
	Os interesses burgueses dependiam diretamente do trabalho e do 
desenvolvimento de uma produção que garantisse a expansão do comércio e a 
produção incondicional de novas riquezas. 
	O trabalho, hoje, tornou-se um fato social que determina a própria existência 
do homem em sociedade e assim o legitima como um ser humano.
	Por meio do trabalho, os homens constituem seus laços sociais, pois começam a 
pertencer a um determinado grupo social, isto acontece de acordo com o poder 
aquisitivo, status que o trabalhador obtém por meio de seu trabalho. 
102
	Por meio do comportamento humano nas relações do trabalho e seu papel em 
sociedade, desenvolve-se a ética do trabalho.
	Os homens apresentam muitas diferenças entre si, pois cada um possui um 
modo de vida, uma etnia e visão de mundo também diferente, como: opção 
sexual, etnia, religião, força física, sonhos, desejos, objetivos de vida, entre 
muitas outras diferenças. 
	Estas diferenças são resguardadas como direito de igualdade em nossa 
sociedade. 
	Podemos entender, então, que a teoria liberal, por sua vez, formula e regula 
suas próprias leis com relação à economia de uma sociedade, na qual estas 
leis e normas preconizam um equilíbrio das relações de mercado, de compra e 
venda.
103
1 A partir da leitura dos dois textos de apoio (Trabalho e realização humana, 
de Silvio Gallo, e Construção, de Chico Buarque de Hollanda), reflita sobre 
o TRABALHO ALIENADO na sociedade em que vivemos. Analise se as 
questões expostas nestes dois textos estão relacionadas à nossa vida do dia 
a dia em sociedade, com nossa família, nosso trabalho, nossos amigos, na 
escola etc. No dia de seu encontro presencial, discuta esta questão com os 
seus colegas de sala de aula.
2 Leia o texto a seguir:
As mais significantes ações que afetam o crédito de um homem devem 
ser consideradas. O som de teu martelo às cinco da manhã, ou às oito da noite, 
ouvido por um credor o fará conceder-te seis meses a mais de crédito; ele 
procurará, porém, por seu dinheiro no dia seguinte, se te vir em uma mesa de 
bilhar ou escutar tua voz, em uma taverna, quando deverias estar no trabalho; 
exigi-lo-á de ti antes que possa dispor dele.
Isto mostra, além do mais, que estais consciente do que possuis; fará 
com que pareças um homem tão cuidadoso quanto honesto e isto ainda 
aumentará mais o teu crédito.
(Retrato da Cultura Americana, Benjamin Franklin)
Você pode perceber que o texto manifesta valores que o autor atribui 
ao trabalho. Após essa constatação, responda:
a) Quais são esses valores?
b) Até que ponto esses valores são compatíveis com aqueles propostos pela 
ética da modernidade (ética do trabalho)?
AUTOATIVIDADE
104
105
TÓPICO 4
A ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E SEU 
PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Verificamos que o homem possui uma necessidade de interagir com os 
outros homens em sociedade, pois, por meio do trabalho, o homem produz e 
reproduz sua vida na sociedade em que está inserida. Só assim, os seres humanos 
desenvolvem sua cultura, hábitos e costumes, além de seu poder de valorar seu 
próprio comportamento, decidindo o que é certo ou errado, bom ou mau nas 
relações dentro da comunidade de vivência. Desta relação advém as questões 
sociais, objeto da prática profissional do Assistente Social, que é regulada por 
meio de seu projeto ético-político.
Portanto, prezado(a) acadêmico(a), agora estudaremos como se processam 
as intervenções éticas dos profissionais do serviço social e qual é o seu objetivo de 
sua práxis profissional.
2 AS INTERVENÇÕES ÉTICAS NA PRÁTICA PROFISSIONAL 
DO ASSISTENTE SOCIAL
A prática profissional do Assistente Social dos últimos anos ganhou 
grande relevância teórica, política e ética, após a promulgação do Código de 
Ética Profissional dos Assistentes Sociais, através da Resolução CFESS nº 273, 
de 13 de março de 1993 (BRASIL, 2009a). Esta resolução determina os princípios 
e valores determinantes para a prática profissional do Assistente Social, 
diretamente inseridos em seu projeto ético-político profissional.
ESTUDOS FU
TUROS
Você verá na próxima unidade um debate acerca do Código de Ética do 
Assistente Social (Resolução CFESS nº 273, de 13 de março de 1993).
106
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
O projeto ético-político profissional do Assistente Social, de acordo 
com Iamamoto (1999, p. 12) trata de um “projeto profissional indissociável da 
democracia, da equidade, da liberdade, da defesa do trabalho, dos direitos sociais 
e humanos, contestando discriminações de todas as ordens”.Nesta perspectiva, a práxis profissional do Assistente Social está 
permeada numa direção social, ou seja, nas questões sociais advindas das 
relações comportamentais dos homens em sociedade, mais precisamente de suas 
contradições.
3 O OBJETO DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE 
SOCIAL
Como já observamos anteriormente, o objeto da prática profissional do 
Assistente Social são as expressões das questões sociais.
Contudo, o que é uma questão social? E o que é uma expressão da 
questão social?
Podemos compreender que a questão social está diretamente vinculada 
aos conflitos advindos do capital versus trabalho, ou seja, são todos os problemas 
sociais, políticos e econômicos que surgem das relações cotidianas do trabalho, 
formando as desigualdades sociais.
De acordo com Iamamoto e Carvalho (1996, p. 77):
A questão social não é senão as expressões do processo de formação 
e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário 
político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por 
parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da 
vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual 
passa a exigir outros tipos de intervenção mais além da caridade e 
repressão.
Teles (1996, p. 85), complementa, afirmando que: 
[...] a questão social é a aporia das sociedades modernas que põe em 
foco a disjunção, sempre renovada, entre a lógica do mercado e a 
dinâmica societária, entre a exigência ética dos direitos e os imperativos 
de eficácia da economia, entre a ordem legal que promete igualdade 
e a realidade das desigualdades e exclusões tramada na dinâmica das 
relações de poder e dominação.
Também se torna relevante pontuarmos que estas desigualdades sociais se 
apresentam de forma diferente no decorrer da própria história da humanidade, 
pois o modo de produção, o desenvolvimento e a dinâmica econômica, política 
e social vêm se transformando conforme a própria evolução do homem em sua 
convivência em sociedade. 
TÓPICO 4 | A ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E SEU PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
107
Em cada momento histórico, as questões sociais vão ganhando novas formas. 
Formas estas que chamamos de expressões da questão social, ou seja, a questão social 
sempre foi a mesma desde os tempos mais remotos da humanidade e independem de 
classe social. O que vem mudando são suas formas de apresentação, pois, de acordo 
com as transformações do modo de produção, vão surgindo contradições sociais, 
que se transformam nas diversas formas de expressão da questão social.
Então, as expressões da questão social se apresentam de formas diferentes 
conforme a classe social em que o homem está inserido. Estas expressões se 
formam diretamente nas contradições da produção e apropriação da riqueza que 
foi e é gerada pela sociedade, pois nem sempre o trabalhador que produz esta 
riqueza pode usufruir da mesma.
Citamos, nos quadros a seguir, as questões sociais e algumas de suas 
expressões:
QUADRO 2 – QUESTÕES SOCIAIS
TRABALHO HABITAÇÃO ALIMENTO SAÚDE
SEGURANÇA EDUCAÇÃO JUSTIÇA POLÍTICA
FONTE: A autora
QUADRO 3 – EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL
QUESTÃO SOCIAL EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL
Trabalho
• a pobreza; 
• o trabalho escravo;
• o trabalho infantil;
• o trabalho informal;
• o desemprego;
• a doença ocupacional;
• a inadimplência;
• entre outros.
Família
• brigas conjugais;
• violência doméstica;
• delinquência juvenil;
• pedofilia;
• estupro;
• divórcio;
• discórdias familiares;
• entre outros.
108
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
Habitação
• favelas;
• moradores de ruas;
• movimento dos Sem-Terra (MST);
• reforma agrária;
• entre outros.
Saúde
• saúde pública;
• alimento;
• fome;
• desnutrição;
• a falta de leitos em hospitais;
• drogas;
• alcoolismo;
• mortalidade infantil;
• entre outros.
Segurança
• violência;
• a delinquência juvenil;
• criminalidade;
• entre outros.
Educação
• a baixa escolarização;
• analfabetismo;
• entre outros.
Justiça
• a ineficiência da justiça;
• questão da igualdade de direitos e deveres;
• entre outros.
Política
• analfabetismo político;
• política do Idoso;
• política da infância e juventude;
• política da assistência social;
• entre outros.
FONTE: A autora
Será que a QUESTÃO SOCIAL é realmente objeto profissional do Assistente 
Social?
TÓPICO 4 | A ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E SEU PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
109
Iamamoto (1997, p. 14) define o objeto do Serviço Social nos seguintes 
termos:
Os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas 
mais variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos as 
experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na 
saúde, na assistência social pública etc. Questão social que sendo 
desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam 
as desigualdades e a ela resistem, se opõem. É nesta tensão entre 
produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, 
que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movido 
por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou 
deles fugir, porque tecem a vida em sociedade. [...] a questão social, 
cujas múltiplas expressões são o objeto do trabalho cotidiano do 
Assistente Social.
De acordo com Faleiros (1997, p. 37):
[...] a expressão questão social é tomada de forma muito genérica, 
embora seja usada para definir uma particularidade profissional. Se 
for entendida como sendo as contradições do processo de acumulação 
capitalista, seria, por sua vez, contraditório colocá-la como objeto 
particular de uma profissão determinada, já que se refere a relações 
impossíveis de serem tratadas profissionalmente, através de estratégias 
institucionais/relacionais próprias do próprio desenvolvimento 
das práticas do Serviço Social. Se forem as manifestações dessas 
contradições o objeto profissional, é preciso também qualificá-las 
para não colocar em pauta toda a heterogeneidade de situações que, 
segundo Netto, caracteriza, justamente, o Serviço Social. 
Finalizando, podemos afirmar que é imprescindível que o serviço social 
intervenha também na esfera das desigualdades sociais, em suas mais diversas 
expressões, pois sua atuação se dá intrinsecamente na busca constante das 
transformações da sociedade, através da luta dos direitos sociais e de cidadania, 
desejando o equilíbrio e a mediação dos conflitos advindos da relação do trabalho 
versus capital, por meio de diversas políticas sociais do Estado.
DICAS
Como leitura complementar deste tópico, sugiro que você leia o texto intitulado 
“A Construção do Projeto Ético-Político do Serviço Social”, de José Paulo Netto. Você pode 
encontrar este texto no seguinte site: <http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/
texto2-1.pdf>.
110
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
DICAS
Para aprofundarmos o nosso estudo sobre tudo o que vimos nesse tópico, 
sugiro que você leia o seguinte texto:
BENEVIDES, Maria Victoria de Mesquita. A Questão Social no Brasil. Disponível em: <http://
www.hottopos.com/vdletras3/vitoria.htm>. Acesso em: 27 mar. 2009.
BARROCO, Maria Lúcia Silva. Ética 
e serviço social: fundamentos 
ontológicos. 6. ed. São Paulo: Cortez, 
2008.
SÁ, Antônio Lopes de. Ética 
Profissional. 4. ed.. São Paulo: Atlas, 
2001.
E os seguintes livros:
TÓPICO 4 | A ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E SEU PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
111
LEITURA COMPLEMENTAR 
O DEBATE SOBRE O OBJETO DO SERVIÇO SOCIAL: 
REFLEXÃO SOBRE A ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL FRENTE À 
QUESTÃO SOCIAL
Andréia Cristina da Silva ALMEIDA
INTRODUÇÃO
A grande discussão que ocorre no campo da profissão do Serviço Social, 
diz respeito a seus elementos constituintes,sendo o objeto, a teoria, o método e a 
especificada. Vários são os autores que discutem as questões, porém cada qual com 
seus argumentos e defesas.
Pensar no objeto do Serviço Social requer conhecimento e estudo e reflexões, 
embasadas teoricamente na direção dos pensamentos dos estudiosos referente ao 
Serviço Social. A questão social vem sendo posta como objeto do Serviço Social 
desde a nova proposta do currículo profissional, marcado com vários debates, 
contradições e afinidades entre aqueles que discutem o referido tema.
Aqui, neste breve estudo, trataremos sobre alguns pensamentos de autores 
sobre o objeto do serviço social, levantando sobre as defesas e contradições postas 
nas principais bases teóricas que o Serviço Social possui em seu acervo teórico. 
Também elucidaremos a importância do método de intervenção do assistente 
social sobre esse objeto, sendo este um assunto de fundamental relevância para 
enriquecer a prática profissional.
Contudo, esse breve estudo, objetiva refletir sobre alguns posicionamentos 
defendidos pelos estudiosos, autores e militantes que abordam a questão do 
objeto do Serviço Social. É objetivo também desse artigo discutir sobre a relação 
do Serviço Social com a questão social, visto que este fenômeno é colocado como 
objeto de intervenção da profissão, conforme defendido na base teórica elaborada 
por Marilda Vilela Iamamoto e demais autores que apoiam esse pensamento.
Diante desse objetivo, é fundamental afirmar que compreendemos o objeto 
de intervenção do Serviço Social sendo este construído e reconstruído, mediante a 
intencionalidade da atuação do profissional e a realidade que intervém, devendo este 
ser desvelado, ou seja, eliminado as impregnações e os fetiches existentes sobre este 
objeto. O objeto do Serviço Social deve ser desmistificado, através de aproximações 
sucessivas, saindo do concreto aparente e indo para o concreto pensado.
Compreendemos também que, pensar nos elementos que fundamentam 
o Serviço Social, requer compreender suas particularidades, uma vez que é 
imprescindível o aprofundamento intelectual da base teórica referente a esses 
elementos. Assim, é possível perceber uma precarização do conhecimento teórico 
112
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
da profissão, no interior da categoria, ficando aparente o desconhecimento do 
real espaço de intervenção, diante das contradições que operam o Serviço Social.
No circuito dinâmico, as mudanças globalizadas do mundo do trabalho, 
com o impacto da reestruturação produtiva, a introdução da tecnologia e 
da informatização, a consciência dos empresários referente à produção e ao 
trabalho, onde objetivam cada vez mais a rentabilidade do capital. Tais provocam 
significantes mudanças na prática dos profissionais, incluindo o Serviço Social 
que lida diretamente na relação capital e trabalho.
Assim, pensar o objeto da profissão do serviço social requer cautela e 
principalmente coerência ao mercado de trabalho que este profissional está 
inserido, sem deixar para traz os princípios éticos e as lutas e defesas assumidas 
deste profissional, conforme é posto na legislação que permeia a profissão: Projeto 
Ético Político, Código de Ética e Lei que Regulamente a Profissão.
Por outro lado, o assistente social necessita ter uma prática sustentada por 
uma teoria calcada em certeza, coerências, compromissos e princípios éticos, para 
que no cotidiano a prática profissional não se torne um mero “fazer por fazer”, 
distanciando assim de uma prática com compromisso ético-político-social.
I - O SERVIÇO SOCIAL E SEU OBJETO
Discutir sobre o objeto de intervenção do Serviço Social é sempre 
um grande desafio, uma vez que as profissões são originadas para atender às 
necessidades dos homens, diante de um contexto histórico e de uma sociedade 
em constante movimento.
Esse movimento da sociedade traz novas demandas, novas necessidades 
sociais e consequentemente novas exigências profissionais, além de novas 
profissões, onde umas emergem e outras desaparecem, num movimento dialético. 
O Serviço Social nessa lógica vem ao longo de sua história, principalmente após 
o movimento de reconceituação, um lugar de destaque nas discussões, debates e 
reflexões acerca da sua composição.
Tratando, mais especificamente do objeto do Serviço Social, muitas são as 
divergências e debates entre os autores, uns defendem que a profissão não possui 
um objeto próprio como afirma Montaño (2007, p. 136) que define da seguinte 
forma: “... o Serviço Social não possui um objeto de conhecimento próprio” outros 
debatem dizendo que o Serviço Social possui um objeto específico, como afirma 
Iamamoto. (2000, p. 62).
O objeto de trabalho (...) é a questão social. É ela em suas múltiplas 
expressões, que provoca a necessidade da ação profissional junto à criança e 
ao adolescente, ao idoso, a situações de violência contra a mulher, à luta pela 
terra etc. Essas expressões da questão social são a matéria-prima ou o objeto do 
trabalho profissional.
TÓPICO 4 | A ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E SEU PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
113
Também, nessa direção a questão social é afirmada como posto por 
Yasbeck (1999, p. 91) “é a matéria-prima e a justificativa da constituição do espaço 
do Serviço Social na divisão sociotécnica do trabalho e na construção/atribuição 
da identidade da profissão”.
Também essa defesa é apresentada por Guerra (2000) que destaca que o 
aparecimento do Serviço Social como profissão surge com o agravamento das 
expressões da questão social. “O Serviço Social, sendo um trabalho, e como tal 
de natureza não liberal, tem nas questões sociais a base de sustentação da sua 
profissionalidade e sua intervenção se realiza pela mediação organizacional 
de instituições públicas, privadas ou entidades de cunho filantrópico.” 
(GUERRA, p. 18).
Nas perspectivas de outros autores, como Ezequiel Ander-Egg (apud, 
MONTAÑO, 2007, p. 132) concede que haja efetivamente um objeto próprio 
do Serviço Social, no entanto, este é construído pelo profissional por meio da 
sua perspectiva interdisciplinar, por outro lado, a autora Josefa Batista (apud, 
MONTAÑO, 2000, p. 132) contradiz, afastando a “qualquer hipótese no sentido 
da apropriação pelo Serviço Social, ao nível do real, de um fenômeno social que 
seja de sua única e especifica competência, como se fosse possível um divisão 
real do real” Sobre a perspectiva de Ezequiel Ander-Egg, a construção do objeto 
do Serviço Social, também é defendida por Bachelard (apud MONTAÑO 2007, 
p. 133) onde defende a ideia de que o “objeto é construído” por cada profissão 
a partir de determinada “perspectiva”, que lhe outorgaria sua especificidade. 
Essa especificidade, compreendida como “formas particulares assumidas pela 
disciplina nesta relação, é o próprio projeto na sua totalidade” (BATISTA LOPES, 
apud MONTAÑO, 2007, p. 133). A autora ainda afirma que “só identificando a 
especificidade identifica-se o objeto”.
Percebe-se, portanto, na ideia de Batista Lopes, compreende que as 
realidades como resultantes de um processo de construção, tornam-se objeto 
do Serviço Social quando este propõe a essas realidades, uma relação de 
conhecimentos e intervenção, sempre direcionados por uma perspectiva. (idem: 
p. 134).
Diante dessa defesa da autora, na direção da construção do objeto diante 
de uma “perspectiva”, existe uma discussão em que Carlos Montaño (2007, p. 
134) define da seguinte forma: 
Na medida em que se entende que o objeto de estudo e intervenção de uma 
dada profissão é construído a partir de certa “perspectiva” esta é construída a partir 
de uma relação que o sujeito estabelece com a realidade, mediada pelo projeto 
profissional e na medida em que se suponha que esta dita “perspectiva” própria a 
cada profissão, demarca sua “especificidade”, então estará se realizando tambémum “recorte” da realidade. Recorte este que, no entanto, poderá nesta perspectiva 
“reconstruir” a totalidade do real desde que se trabalhe interdisciplinarmente.
114
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
Na direção de um trabalho interdisciplinar, soma-se a essa ideia, as 
defesas de Mitjavila, (apud, MONTAÑO, 2007, p. 132) em que o “trabalhador 
social constrói um objeto próprio a partir de um ponto de vista interdisciplinar”.
 Em síntese, são várias as discussões pertinentes ao Serviço Social, que 
percorrem sobre seu objeto, sua especificidade, suas teorias, sendo que cada autor 
apresenta suas ideias e suas defesas, contribuindo para um debate com muita 
riqueza, que nos propicia refletir sobre tais elementos pertinentes a essa profissão.
O Serviço Social compreendido como uma profissão que tem uma função 
social, inserida na divisão social do trabalho, de caráter sociopolítico, interventivo 
e crítico, é imprescindível conhecer, discutir sobre qual objeto se debruça, ou seja, 
qual o objeto de trabalho a profissão nos dias de hoje?
 
Tais questionamentos são debatidos desde o início do Serviço Social 
no Brasil (1937) onde definiu o homem caracterizado como pobre, favelado, 
marginalizado, dentre outros, como sendo o objeto de sua intervenção, cuja 
finalidade da profissão era moldá-lo, enquadrá-lo na filosofia neotomista.
Posteriormente a esse período, a profissão pôde perceber que essa ideia de 
homem era equivocada, transferindo a ele uma noção de resultado das situações 
que exigia a intervenção do Serviço Social e não objeto dessa profissão.
Na década de 70, pós-movimento de reconceituação, e com as manifestações 
populares contra a ditadura, o Serviço Social na busca do seu objeto de intervenção, 
equivocadamente define a transformação social, sendo o real objeto de sua 
intervenção. Com esse equívoco, que não se efetivou, foi possível a profissão buscar, 
então, à aproximação com as lutas e defesas dos interesses das classes subalternas e 
excluídas pelo capitalismo, o que permanece até os dias de hoje.
Nessa lógica, no processo de reconceituação o Serviço Social orientado 
pela lógica da teoria marxista, se apropria da questão social, como objeto de sua 
intervenção.
Tal discussão, ainda presente nos dias de hoje, é compreendido por alguns 
autores de formas distintas, o que enriquece a teoria do Serviço Social frente a 
discussões de seu objeto.
II - A INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NAS EXPRESSÕES DA 
QUESTÃO SOCIAL – DEFENDIA COMO OBJETO DO SERVIÇO SOCIAL
A questão social, compreendida como um fenômeno que emerge no 
século XIX, com a era da industrialização, concomitante com a pauperização, na 
contradição do modo de produção capitalista, onde uma parcela da sociedade 
(trabalhadores) produz a riqueza, enquanto outra parcela (capitalistas) se 
apropria dela, na qual o trabalhador não usufrui da riqueza que produz.
TÓPICO 4 | A ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E SEU PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
115
Discutir sobre a questão social nos obriga entender o seu conceito, 
onde nos apropriamos das explicações apresentada por Iamamoto (2000) que é 
considerada uma das concepções mais difundidas do Serviço Social.
A questão social não é senão as expressões do processo da formação 
e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da 
sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado 
e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o 
proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção mais 
além da caridade e repressão. (CARVALHO; IAMAMOTO, 2000, p. 77).
Nesse contexto, é possível contextualizar a questão social não somente 
diante das desigualdades sociais, mas também perante o processo de resistência 
das lutas dos movimentos dos trabalhadores, ou seja, das classes subalternas, em 
busca da garantia dos seus direitos.
Pensando na questão social, também tratamos de refletir sobre aspectos 
da pobreza, favelização, fome, analfabetismo, trabalho escravo, violência, 
desemprego, trabalho infantil, dentre outros, que são consideradas expressões 
da questão social, provocada por um modelo econômico totalmente excludente e 
desigual. Marilda Iamamoto (2000, p. 38) afirma que tais expressões da questão 
social “vêm afetando não só os direitos sociais, mas o próprio direito à vida”, 
mesmo com os esforços e lutas dos movimentos das classes subalternas em busca 
de impedir que esse quadro agrave e se amplie.
Tratando da questão social e o serviço social, nos apropriamos, mais uma 
vez, das reflexões de Iamamoto (2000) que afirma que o assistente social trabalha 
diretamente com as expressões da questão social nas mais variadas expressão do 
cotidiano, ou seja, nas diversas áreas de atuação profissional: saúde, educação, 
habitação, criança e adolescente, dentre outras. Afirma ainda que esse fenômeno 
é “a matéria-prima do trabalho profissional, sendo a prática profissional 
compreendida como uma especialização do trabalho participe de um processo de 
trabalho”. (IAMAMOTO, 2000, p. 59).
É nesse contexto que ocorre a intervenção do assistente social, diante desse 
cenário de acúmulo de capital em que poucos têm acesso e muitos vendem sua 
força de trabalho, para sobreviver, ou seja, uma relação desigual entre capital e 
trabalho, caracterizado como um campo de tensão e desconforto, na qual exige o 
envolvimento do Assistente Social, apreendendo formas de mediar essa relação.
Um fator de fundamental importância nessa discussão é compreender que a 
questão social como “lócus” de trabalho do Serviço Social, traz para este profissional, 
grandes desafios em sua atuação. Tais desafios referem-se às diversas expressões 
manifestadas na vida individual e/ou coletiva dos sujeitos, e que de certa forma, 
estes sujeitos se rebelam com resistências e rebeldias, como forma de manifestação 
contraria as tais expressões. É aí que se exige do assistente social alguns requisitos 
do assistente social a fim mediar essa relação entre capital e trabalho.
116
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
Esse sujeito é o principal elemento para demonstrar os agravantes que 
a questão social provoca na vida individual e coletiva, violando seus direitos, 
desprotegendo-os de uma vida com segurança de renda, de alimentação, de saúde, 
de educação, de segurança pública, enfim de segurança de uma vida com digna.
Pensar na intervenção do Serviço Social, tendo como objeto a questão 
social, é relevante aclarar qual o posicionamento necessário desse profissional, 
diante do direcionamento de sua prática. Compreendo que a partir da década de 
70, a categoria profissional, na perspectiva de ruptura com o conservadorismo, 
“propõe colocar a profissão a serviço dos interesses dos explorados e dominados, 
buscando novos fundamentos, novos conteúdos e objetivos e novas bases de 
legitimação da ação profissional”. (SILVA, 2007, p. 15).
Diante disso, o profissional é possibilitado a construir ações no horizonte 
dos interesses das classes subalternas, com inovações e com perspectivas de 
criação de um espaço profissional renovado, que desmistifica a sua neutralidade 
diante das ações profissionais.
Reconhecemos que para essa propensa “ruptura” com o conservadorismo, é 
necessário que profissionais capacitados para criar outras formas de desvelamento 
da realidade, das expressões da questão social, apreender a questão social é 
também captar as múltiplas formas de pressão social, de inversão e de reinversão 
da vida, construídas no cotidiano, pois é no presente que estão sendo recriadas 
as novas formas de viver, que apontam um futuro que está sendo germinado. 
(IAMAMOTO, 2000, p. 28).
Nessa direção, ressaltamos que dar conta das expressões da questão 
social requer muitomais que os instrumentos práticos, já utilizados no cotidiano 
profissional, como: técnicas, reuniões, entrevistas, dentre outros, mas sim 
conhecimentos, acúmulo de saberes, novas habilidades, além da capacidade de 
manter envolver sistematicamente com os debates referentes às expressões da 
questão social e as proposições relativas às políticas sociais, compreendido uma 
exigência fundamental dada ao assistente social.
A apropriação de conhecimento deve ser um exercício constante como 
suporte para o profissional desvelar a realidade da qual o individuo vive, além 
de apresentar novas propostas de superação da desigualdade social, “solidárias 
ao modo de vida daqueles que a vivenciam, não só como vitimas, mas como 
sujeitos que lutam pela preservação e conquista da sua vida, da humanidade.” 
(IAMAMOTO, 2000, p. 75).
O conhecimento da realidade em que essa profissão intervém é 
fundamental, pois “se não tem domínio da realidade que é objeto do trabalho 
profissional, como é possível construir propostas de ações inovadoras? Construí-
las, com base em quê?” (IAMAMOTO, 2000, p. 41) [...] o conhecimento não é só 
um verniz que se sobrepõe superficialmente à prática profissional, podendo ser 
dispensado: mas é um meio pelo qual é possível decifrar a realidade e clarear a 
condução do trabalho a ser realizado. (IAMAMOTO, 2000, p. 63).
TÓPICO 4 | A ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E SEU PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
117
Os assistentes sociais são profissionais capazes de manter um acervo 
de informações e saberes suficientes para conhecer como essas expressões da 
questão social se manifestam e como o individuo experimenta tais expressões em 
seu cotidiano.
Para tanto, compreende-se que o conjunto de conhecimentos, teórico-
metodológico e empírico são elementos fundamentais para descobrir novas 
formas de desvelamento da realidade, bem como criar em seu cotidiano, espaços 
democráticos e participativos, pois é imprescindível a necessidade de um 
profissional com conhecimentos e habilidades aprimorados, visto que este deve 
ser apropriado em seu cotidiano, iluminando e aprimorando sua intervenção, e 
também contribuir para a leitura da realidade em que está inserida.
Para tanto, o processo de desvelamento da realidade requer conhecimento 
e capacidade profissional, além de envolvimento com o sujeito e/ou grupo em que 
está ser relacionando, podendo exemplificar com o trabalho do assistente social no 
campo da política de assistência social, mais especificamente no CRAS – Centro de 
Referência de Assistência Social, localizado em um território onde os indivíduos 
se encontram em situação de vulnerabilidade social, exigindo do profissional 
conhecimento da realidade, das necessidades e das expectativas da comunidade 
local, e para tal conhecimento se faz necessário envolvimento, Iamamoto, Marilda 
V., O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional, 3º 
ed.; São Paulo, Cortez, 2000, p. 75, articulação, compromisso ético-político, além 
de capacidade de apresentar junto a essa comunidade, propostas de superação da 
realidade vivenciada e novas alternativas de superação.
Importante salientar que, na perspectiva de apontar novas propostas de 
superação das expressões da questão social, requer do profissional a capacidade 
de acompanhar o movimento da sociedade, que se altera e apresenta, a cada 
momento, novas características e necessidades diferenciadas, vivenciadas pelos 
sujeitos e pelo coletivo, alterando também o direcionamento metodológico e 
intelectual do profissional, ou seja, requer do assistente social novos olhares, 
novos conhecimentos e novas práticas, conforme a realidade e o momento 
histórico em que está intervindo.
Para tanto o assistente social deve se apresentar como um agente político 
crítico, capacitado, informado, culto e crítico, deixando de ser somente um 
mero executor das ações, e assumindo um papel de propositor de propostas de 
superação das expressões da sociedade que se manifesta na vida dos sujeitos.
Diante dessas requisições, se faz necessário o rompimento o teoricismo, 
bem como romper com “o fazer por fazer”, compreendendo que prática e a teoria 
são condições que requer a apropriação um da outra.
“A teoria do Serviço Social como “sistematização abstrata que deve 
ser remetida ao campo das Ciências Sociais ou do marxismo, em particular, e 
entendem que o nível do conhecimento do ser social, objeto da construção teórica, 
118
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
é o mesmo nível de intervenção da ação profissional, ficando desautorizada a 
separação metodologia do conhecimento e metodologia da ação”. (SILVA, 2007).
Contudo, é justo afirmar que tais competências, configuram-se como um 
dos elementos essenciais para novas respostas profissionais, capaz de construir 
espaços democráticos, e incentivar, bem como fortalecer, lutas e movimentos 
sociais, direcionados a conquistas de uma sociedade justa e democrática.
III - O ASSISTENTE SOCIAL E O MÉTODO DE DESVELAMENTO DA 
REALIDADE
Diante do contexto da necessidade de acumulo de saberes, envolvimento 
profissional, enfim uma prática pensada, rumo à construção de possibilidades 
em descobrir e conhecer a realidade da qual está intervindo, é imprescindível 
abordarmos sobre o método na qual possibilitará o alcance desse objetivo.
Para tanto, é necessário ir além do que é “visível”, ou seja, buscar 
aprofundar, conhecer, apreender os fenômenos, para que de fato conheça a 
realidade que irá intervir, assim o assistente social precisa incorporar um método 
de trabalho, na qual possa lhe dar respostas a estes questionamentos.
Nessa direção, o autor Reinaldo Nobre Pontes (1995, p. 16) destaca, para a 
ação profissional se manter dentro do estatuto de profissional idade, tem que compor 
o suporte de um corpo de conhecimento científico, expresso na seguinte matriz:
1 – a teoria social traz no seu bojo um método, um arcabouço categorial 
organizadamente articulado, propiciador de um conhecimento do ser social, bem 
como da possibilidade de captação de direções a serem assumidas na intervenção 
no real;
2 – o projeto de sociedade constitui a utopia (LÖWY, 1987), que se deseja atingir, 
ou melhor, a direção teleológica que busca a construção de uma ordem social 
superior. É, portanto, uma dimensão de natureza eminentemente teórico-política;
3 – o projeto profissional não se identifica com o anterior, como querem alguns 
segmentos da profissão, porque esta dimensão ilumina a especificidade mesma da 
profissão; sua inserção socioconstitutiva; sua particularidade em face da divisão 
sociotécnica do trabalho; a complexa relação entre demanda institucional e 
demanda profissional; as perspectivas teórico-metodológicas próprias dos vários 
projetos profissionais particularizados no interior da profissão; as perspectivas 
historicamente construídas pelos profissionais no direcionamento político-
institucional da área de intervenção privilegiada no âmbito das políticas sociais; 
a assistência social;
4 – o instrumental teórico-técnico de intervenção constitui o corpo de conhecimento 
imediatamente ligado à dimensão operativa propriamente dita da profissão.
TÓPICO 4 | A ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E SEU PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
119
Esses são os domínios necessários, compreendido pelo autor, para 
propiciar ao assistente social um plano cognitivo-operativo em sua atuação, o que 
também depende do projeto societário que o profissional apresenta, sendo esses 
elementos fundamentais para direcionar a atuação profissional.
Portanto, a mediação possibilita o profissional ir além da operacionalização, 
conhecer as particularidades dessa realidade, desvelando o que se está “oculto”, 
além de revelar os nexos entre a teoria e a prática profissional, pois o conhecimento 
adquirido na ação cotidiana, no campo empíriconão traz um conhecimento pronto 
e acabado, requer ser sustentado por embasamento da teoria, compreendendo 
assim que o conhecimento empírico se constrói, traduz, codifica e decodifica 
um conjunto de questões que se colocam à prática profissional em determinado 
momento (BAPTISTA, 1986: 4), e dela extrai um saber.
 O cotidiano deve ser compreendido como um espaço a ser explorado 
como “campo de conhecimento”, onde o assistente social possa desenvolver suas 
ações, sob uma prática pensada, com possibilidades da construção do “novo” e 
da apropriação de saberes.
Para tanto, a ação profissional perante o seu objeto, requer um método 
de trabalho que possibilite sair do concreto, daquilo que está aparente, visível, 
e limitado, possibilitando a reconstrução desse objeto. Perante a esse contexto, é 
necessário conhecer as categorias de analise que o Assistente Social se apropria para 
decodificar o seu objeto de trabalho, visto que a mediação é a categoria principal 
da pratica do Assistente Social, compreendida como: “componente estrutural do 
ser social” (PONTES, 1995, p. 77) e ainda “expressões históricas das relações que 
o homem edificou com a natureza e consequentemente das relações sociais daí 
decorrentes, nas várias formações sócio-humanas que a historia registrou”.
Também definida por LuKács (apud PONTES, 1995, p. 79), a categoria 
medição na dimensão ontológica: Pontes, Reinaldo Vieira, Mediação e Serviço Social, 
São Paulo, Cortez Editora; Belém, Pa: Universidade da Amazônia, 1995, p. 17.
Suguihiro, Vera. L. T. A ação investigativa na prática cotidiana do 
Assistente Social, disponível em: <http://www.ssrevista.uel.br/c_v2n1_invest.
htm>. Acesso em: 29 jul. 2009.
Não pode existir nem na natureza, nem na sociedade nenhum objeto que 
neste sentido [...] não seja mediato, não seja resultado de mediações. Deste ponto 
de vista, a mediação é uma categoria objetiva, ontológica, que tem que estar 
presente em qualquer realidade, independente do sujeito (1979).
E ainda, segundo Pontes (1995, p. 95). A categoria mediação foi 
introduzida no discurso profissional inicialmente pela via da análise política, na 
sua articulação no bojo das políticas sociais e de uma inserção sócio-profissional. 
A pressão das demandas postas pela realidade à profissão pode-se afirmar, foi 
a geradora da discussão metodológica da mediação enquanto categoria teórica. 
120
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
Na questão da mediação perante os debates dos autores de Serviço Social, 
Reinaldo Nobre Pontes (1995), em seu livro Mediação e Serviço Social, apresenta as 
ideias de Faleiros que, aponta uma preocupação com o “teoricismo”, ou seja, a 
categoria mediação discutida entre os intelectuais, mas que não chega à prática 
profissional, como afirma nesse trecho: O que mais me intriga na discussão desta 
categoria (mediação) é que ela não passa a fazer parte da análise de nenhum objeto 
da prática profissional, ela é usada por intelectuais, não se incorporando no cabedal 
da prática, o que, aliás, é uma das características do teoricismo dito reconceituado, 
que é incapaz de incorporar esta categoria na prática. (FALEIROS, 1992).
 
Assim, diante dessa citação de Faleiros, compreende-se que, devemos 
evitar sim o “teoricismo”, mas também por outro lado o “pratiquismo”, que deve 
ser abolido na profissão, pois as necessidades atuais requerem um profissional 
que ofereça uma prática pensada, com embasamento teórico, desmistificando 
o velho pensamento de que “teoria e prática não se combinam” ou “na prática 
é outra coisa”, mostrando uma ideia que a prática não se apropria da teoria, e 
nem vice-versa, assim, nesta direção, deve-se buscar uma apropriação de saberes 
profissionais, na qual a discussão sobre mediação é elemento primordial.
Perante a categoria mediação, ainda são necessários estudos, pesquisas, 
que possibilitem a ampliação da base teoria sobre esse assunto, pois, sabe-se que 
somente no final da década de 80, se inicia uma discussão mais avançada sobre 
Pontes, Reinaldo Vieira, Mediação e Serviço Social, São Paulo, Cortez Editora; 
Belém, Pa: Universidade da Amazônia, 1995, p. 95, esse tema, onde até os dias de 
hoje, a discussão é ainda tímida, porém, percebe-se mais presente, nas propostas 
de aquisição de novos saberes profissionais. As categorias mediação na prática 
do Serviço Social são imprescindíveis e necessárias, a fim de possibilitar um 
pensamento crítico profissional, a qualidade nas respostas oferecidas à realidade 
que intervém, a melhor compreensão da totalidade do objeto, a possibilidade 
de sair do imediatismo, do visível e ir para uma prática pensada, embasada 
teoricamente e com possibilidade de construção de novos conhecimentos.
Em síntese, as categorias são elementos fundamentais para desmistificarem, 
explicarem e reconstruírem o objeto de intervenção, como afirma Iamamoto (2000, 
p. 191), é meio de “detectar as dimensões da universalidade, particularidade e 
singularidade na análise dos fenômenos presentes no contexto da prática profissional.”
Assim, a categoria mediação é um elemento fundamental para conhecer 
o objeto de intervenção em sua totalidade, bem como reconstruir o objeto através 
de uma prática pensada, saindo do imediato, do visível, do aparente.
V- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compreendo que em se tratando do objeto do serviço social, a relação 
dessa profissão com a questão social vem sendo afirmada desde o currículo de 
1982, porém com muita ênfase nos pressupostos das novas diretrizes curriculares 
de 1996, uma vez que a questão social é defendida como fundamento do processo 
TÓPICO 4 | A ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E SEU PROJETO ÉTICO-POLÍTICO
121
histórico da profissão, porém tal afirmação requer precaução e maior discussão 
para ser defendidas nos diversos processos de trabalho do Serviço Social.
Compreendo que a relação do serviço social com a questão social, não 
deve ser vista como um posicionamento único e acabado, pois é uma discussão 
que deve acompanhar o movimento da própria realidade, aonde novas demandas 
e novas atribuições vai surgindo à profissão.
Assim entendo que os assistentes sociais trabalham com as expressões da 
questão social em seu cotidiano, trabalham também diretamente com os sujeitos 
que vivenciam as expressões da questão social, que requer um profissional 
criativo, competente, e que desvele as expressões da questão social, como também 
desvele quais as alternativas, opções e caminhos para revertê-la.
As demandas que o Serviço Social tem foco a atender são diversas, portanto 
todas emergidas do sistema capitalista, onde a divisão de classe tem sido cada 
vez mais fortalecida e diferenciada. Assim o profissional tem várias dimensões 
para atender as necessidades que esse sujeito, grupos, comunidades, enfim esse 
público requer, como a organização em grupos para o acesso e defesa dos direitos 
civis, sociais e políticos; a melhoria das condições de vida da comunidade; a 
ampliação de espaços democráticos e participativos, dentre outros.
Para isso, busca-se um profissional capacitado, criativo e comprometido, a 
fim de romper com o feitiço da caridade, da ajuda, do filantropismo. O trabalho do 
assistente social está interligado às relações sociais vigentes nessa sociedade, onde 
o desenvolvimento capitalista traz muitas alterações na realidade em que intervém.
Em fim, compreendo que a profissão tem sua intervenção direcionada, 
principalmente, pelos parâmetros ético-políticos coletivamente construídos, na 
direção de afirmação dos direitos sociais, e para a contribuição de uma sociedade 
que supere a questão social como matéria de trabalho, a fim de se conquistas uma 
sociedade mais justa e igualitária.
BIBLIOGRAFIA
CAPACITAÇÃO em Serviço Social e política social: módulo 1: a crise 
contemporânea, questão social e serviço social. Brasília.Ed. Da UnB. Centro de 
Educação Aberta, Continuada a Distância, 1999.
CAPACITAÇÃO em serviço social e política social: módulo 2 : reprodução 
social, trabalho e serviço social. Brasília: Ed. da UnB, Centro de Educação Aberta, 
Continuada a Distância, 1999.
GUERRA, Yolanda. Instrumentalidade do processo de trabalho e serviço social. 
In Serviço Social e Sociedade. São Paulo: Cortez, n. 62, Ano XX, março 2000, p. 
05-34.
122
UNIDADE 2 | A ÉTICA E OS FUNDAMENTOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
IAMAMOTO, Marilda V. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e 
formação profissional. 3. ed. São Paulo, Cortez, 2000.
__________. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma 
interpretação histórico-metodológico. 13. ed. São Paulo, Cortez; (Lima, Peru): 
CELATS, 2000.
MONTAÑO, Carlos. A natureza do serviço social, São Paulo, Cortez, 2007. 
NETO, José P. Ditadura e serviço social: uma analise do Serviço Social no Brasil 
pós 64, 12. ed., São Paulo, Cortez, 2008.
__________. Capitalismo monopolista e serviço social, 6. ed., São Paulo, Cortez, 
2007.
PONTES, Reinaldo Vieira, Mediação e Serviço Social, São Paulo, Cortez Editora; 
Belém, Pa: Universidade da Amazônia, 1995, p. 17.
SILVA, Maria O. da S.; O serviço social e o popular: resgate teórico-metodológico 
do projeto profissional de ruptura, 4. ed., São Paulo, Cortez, 2007.
SUGUIHIRO, Vera. L.T. A ação investigativa na prática cotidiana do assistente 
social. Disponível em: <http://www.ssrevista.uel.br/c_v2n1_invest.htm>. Acesso 
em: 29 jul. 2009.
FONTE: ALMEIDA, Andreia Cristina da Silva. O debate sobre o objeto do serviço social: reflexão 
sobre a atuação do serviço social frente à questão social. Disponível em: <http://intertemas.
unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/2167/2347>. Acesso em: 20 set. 2011.
123
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico trabalhamos as questões éticas do profissional do Serviço 
Social e seu projeto ético-político. Para tanto, abordamos os seguintes assuntos:
● Verificamos que o homem possui uma necessidade de interagir com os outros 
homens, em sociedade. 
● É por meio do trabalho que o homem produz e reproduz sua vida na sociedade 
em que está inserido. 
● Só por meio da interação social os seres humanos desenvolvem sua cultura, 
hábitos e costumes. 
● Da relação dos homens em sociedade é que advém as questões sociais, objeto 
da prática profissional do Assistente Social, regulada por meio de seu projeto 
ético-político.
● O Código de Ética do Assistente Social, Resolução CFESS nº 273, de 13 de março 
de 1993 (BRASIL, 2009a), determina os princípios e valores determinantes para 
a prática profissional do Assistente Social, que estão diretamente inseridos em 
seu projeto ético-político profissional.
● A práxis profissional do Assistente Social está permeada nas questões sociais 
advindas das relações comportamentais dos homens em sociedade, mais 
precisamente, de suas contradições.
● A questão social está diretamente vinculada aos conflitos advindos do capital 
versus trabalho. 
● Todos os problemas sociais, políticos e econômicos, que surgem das relações 
cotidianas do trabalho, formam as desigualdades sociais.
● As desigualdades sociais apresentam-se de forma diferente no decorrer da 
própria história da humanidade, pois o modo de produção, o desenvolvimento 
e a dinâmica econômica, política e social vêm se transformando conforme a 
própria evolução do homem em sua convivência em sociedade. 
● Em cada momento histórico, as questões sociais vão ganhando novas formas, 
que chamamos de expressões da questão social. 
124
● A questão social sempre foi a mesma desde os tempos mais remotos da 
humanidade, independentemente da classe social. 
● Conforme as transformações do modo de produção, surgem contradições 
sociais e estas, por sua vez, se transformam nas diversas formas de expressão 
da questão social.
● O serviço social intervém na esfera das desigualdades sociais, em suas mais 
diversas expressões, pois sua atuação se dá intrinsecamente na busca constante 
das transformações da sociedade.
● Com a práxis profissional, o Assistente Social vem buscando sempre o equilíbrio 
e a mediação dos conflitos advindos da relação do trabalho versus capital.
125
● Reflita e debata no grande grupo, a partir de sua própria experiência, sobre 
as suas escolhas e projetos individuais, além de expor o que você espera da 
sociedade em que vive.
AUTOATIVIDADE
126
127
UNIDADE 3
O CÓDIGO DE ÉTICA DOS 
ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E 
OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• apresentar os fundamentos e significados do Código de Ética dos Assis-
tentes Sociais;
• apresentar conteúdos de ligação com os Conselhos de Fiscalização do Ser-
viço Social.
A Unidade 3 está dividida em quatro tópicos. Ao final de cada um deles, você 
terá a oportunidade de fixar seus conhecimentos, realizando as atividades 
propostas.
TÓPICO 1 – FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA 
DOS ASSISTENTES SOCIAIS
TÓPICO 2 – DOS DIREITOS E DAS RESPONSABILIDADES GERAIS DO 
ASSISTENTE SOCIAL
TÓPICO 3 – O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL BRASILEIRO
TÓPICO 4 – OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
128
129
TÓPICO 1
FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO 
DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
A Conduta Profissional do Assistente deverá ser regida por seu Código 
de Ética, especialmente, pelos seguintes princípios e valores:
QUADRO 4 – PRINCÍPIOS E VALORES FUNDAMENTAIS DO CÓDIGO DE ÉTICA DO 
ASSISTENTE SOCIAL
FONTE: A autora
Além destes princípios e valores morais que determinam o modus 
operandi dos Assistentes Sociais, o código de ética do Assistente Social possui 
onze princípios fundamentais que norteiam sua prática profissional, no qual 
trataremos a seguir cada um deles.
Princípios e Valores Fundamentais 
do Código de Ética do
Assistente Social
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
130
2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO CÓDIGO DE ÉTICA
São princípios fundamentais do Código de Ética:
QUADRO 5 – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE 
SOCIAL
Princípios Fundamentais 
do Código de Ética do
Assistente Social
Liberdade Respeito à Diversidade
Direitos Humanos Pluralismo
Cidadania
Projeto Profissional
Democracia
Movimentos Sociais
Indiscriminação
Equidade e Justiça Social
Qualidade dos serviços
prestados 
FONTE: A autora
2.1 LIBERDADE
FIGURA 8 – REPRESENTAÇÃO DO SENTIMENTO DE LIBERDADE
FONTE: Disponível em: <www.casaldogalo.com>. Acesso em: 25 
fev. 2009.
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
131
“Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas 
políticas a ela inerentes – autonomia, emancipação e plena expansão dos 
indivíduos sociais”. (BRASIL, 2009a)
Observamos, na Unidade 2 deste Livro Didático, que todo homem pode 
fazer suas escolhas de forma livre e consciente, em que podem ser consideradas a 
constituição da liberdade humana.
A liberdade é constituída no relacionamento direto entre os homens 
em sociedade, por meio de suas atividades humanas. Podemos considerar que 
o ser humano é um ser livre e tem o poder de escolha, desde que seja sempre 
consciente. Portanto, por meio do trabalho, o ser humano se constitui um homem 
consciente e livre.
IMPORTANT
E
“LIBERDADE, essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém 
que explique, e ninguém que a entenda.” (Cecília Meireles)
Contudo, o que é liberdade?
No que tange à questão de liberdade, vejamos o que prediz Tomelin e 
Tomelin (2002, p. 127), quando tratam desta questão em seu livro“Do mito para 
a razão: uma dialética do saber”.
Você, por muitas vezes, deve ter se sentido preso, sem liberdade para 
sair de casa ou fazer o que quer. Ou que, muitas vezes, ao ser livre para 
querer, acabam-se querendo o que os outros querem que se queira. 
[...] A liberdade sempre foi uma questão fundamental na história da 
humanidade. Todos nós queremos ser livres. Através da história, 
percebemos que muitas pessoas tiveram que pagar um preço alto 
pela sua liberdade. Muitos queimados em fogueiras, outros presos, 
perseguidos e torturados. Todos necessitam de liberdade. Até os 
animais. Você já reparou como o cachorro fica feliz quando o soltamos 
para correr?
Podemos assim compreender que a liberdade é um poder de escolhas.
Nesta perspectiva, observamos que a existência do ser humano, nas suas 
relações cotidianas, acaba revelando escolhas, ou seja, todos os dias escolhemos 
entre inúmeras possibilidades postas pela sociedade, o que é bom ou mau para 
nós e para os outros. Assim, podemos considerar que todo homem é livre para 
escolher, por si só, uma determinada possibilidade e renunciar outras.
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
132
Não podemos esquecer de que vivemos em sociedade, portanto, todas 
as nossas escolhas, direta ou indiretamente, influenciarão os demais membros 
da comunidade em que estamos inseridos. As nossas decisões refletem também 
diretamente sobre nós, ou seja, se por ventura eu decidir não mais estudar e trabalhar, 
isso influenciará diretamente a minha vida e a da minha família e dos amigos. 
Nesta perspectiva, Tomelin e Tomelin (2002, p. 128) expõem que “[...] 
quando escolho, torno-me humano, e escolho não apenas a mim, mas a toda 
humanidade. Nossas escolhas é que determinarão o nosso existir”.
Partindo desta premissa, os profissionais do Serviço Social tomam como 
uma de suas bases fundamentais, para a práxis profissional, a LIBERDADE, 
conforme estabelecido no Código de Ética que regulamenta sua profissão 
(BRASIL, 1997). Podemos observar que a liberdade é tida como um valor ético, 
que determina, como um todo, a atuação profissional do Assistente Social, 
principalmente na tratativa das demandas políticas, buscando, constantemente, 
autonomia, desenvolvimento e emancipação dos indivíduos que vivem em 
sociedade, procurando sempre melhorar sua qualidade de vida.
2.2 DIREITOS HUMANOS
FIGURA 9 – DIREITOS HUMANOS
FONTE: Disponível em: <www.pedrowilson.com.br>. Acesso em: 25 fev. 2009.
“Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do 
autoritarismo.” (BRASIL, 2009a).
Outro princípio fundamental do Código de Ética Profissional do Assistente 
Social é a defesa e conservação incondicional dos direitos humanos. Direitos, 
estes, inscritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU, 2009), que 
foi promulgada pela ONU – Organização das Nações Unidas, em 1948.
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
133
DICAS
Como sugestão, entre no site da ONU/Brasil – Nações Unidas no Brasil, seu link 
é: <http://www.onu-brasil.org.br> , e procure mais informações referente a este assunto.
Conforme o preâmbulo desta declaração, o Assistente Social, em sua 
prática profissional, deve desenvolver atividades laborais a partir das seguintes 
considerações:
CONSIDERANDO que o reconhecimento da dignidade inerente 
a todos os membros da família humana e seus direitos iguais e 
inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, 
CONSIDERANDO que o desprezo e o desrespeito pelos direitos do 
homem resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da 
Humanidade, e que o advento de um mundo em que os homens gozem 
de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do 
temor e da necessidade, CONSIDERANDO ser essencial que os direitos 
do homem sejam protegidos pelo império da lei, para que o homem 
não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a 
opressão, CONSIDERANDO ser essencial promover o desenvolvimento 
de relações amistosas entre as nações, CONSIDERANDO que os povos 
das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos do homem 
e da mulher, e que decidiram promover o progresso social e melhores 
condições de vida em uma liberdade mais ampla, CONSIDERANDO 
que os Estados Membros se comprometeram a promover, em cooperação 
com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades 
fundamentais do homem e a observância desses direitos e liberdades, 
CONSIDERANDO que uma compreensão comum desses direitos e 
liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse 
compromisso. (ONU, 2009, p. 1).
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
Versão Popular de Frei Betto
	Todos nascemos livres e somos iguais em dignidade e direitos.
	Todos temos direitos à vida, à liberdade e à segurança pessoal e social.
	Todos temos direito de resguardar a casa, a família e a honra.
	Todos temos direito ao trabalho digno e bem remunerado.
	Todos temos direito ao descanso, ao lazer e às férias.
	Todos temos direito à saúde e assistência médica e hospitalar.
	Todos temos direito à instrução, à escola, à arte e à cultura.
	Todos temos direito ao amparo social na infância e na velhice.
	Todos temos direito à organização popular, sindical e política.
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
134
	Todos temos direito de eleger e ser eleito às funções de governo.
	Todos temos direito à informação verdadeira e correta.
	Todos temos direito de ir e vir, mudar de cidade, de Estado ou país.
	Todos temos direito de não sofrer nenhum tipo de discriminação.
	Ninguém pode ser torturado ou linchado. Todos somos iguais perante a lei.
	Ninguém pode ser arbitrariamente preso ou privado do direito de defesa.
	Toda pessoa é inocente até que a justiça, baseada na lei, prove o contrário.
	Todos temos liberdade de pensar, de nos manifestar, de nos reunir e de crer.
	Todos temos direito ao amor e aos frutos do amor.
	Todos temos o dever de respeitar e proteger os direitos da comunidade.
	Todos temos o dever de lutar pela conquista e ampliação destes direitos.
FONTE: DHNET. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: <http://www.
dhnet.org.br/direitos/deconu/textos/integra.htm>. Acesso em: 26 mar. 2009.
Portanto, podemos dizer que os direitos humanos norteiam a base ética 
profissional do Assistente Social, pois estes desenvolvem suas atividades com 
base na liberdade, igualdade, justiça e paz do mundo e na defesa dos direitos 
fundamentais dos seres humanos, procurando sempre promover o progresso 
social e a ampliação da qualidade de vida de cada cidadão.
2.3 CIDADANIA
FIGURA 10 – CIDADANIA
FONTE: Disponível em: <www.vivaterra.org.br>. Acesso em: 26 mar. 2009.
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
135
“Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial 
de toda a sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos 
das classes trabalhadoras.” (BRASIL, 2009a).
Podemos entender que, cidadania é um conjunto de direitos e deveres 
que denotam e fundamentam as condições do comportamento de cada indivíduo 
em relação à sociedade, ou seja, a cidadania designa normas de conduta para 
o convívio social, determinando nossas obrigações e direitos perante os outros 
integrantes da nossa sociedade.
Ser cidadão é respeitar e participar das decisões da sociedade, para 
melhorar suas vidas e a de outras pessoas. Ser cidadão é nunca 
esquecer das pessoas que mais necessitam. A cidadania deve ser 
divulgada através de instituições de ensino e meios de comunicação, 
para o bem-estar e desenvolvimento da nação.
A cidadania consiste desde o gesto de não jogarpapel na rua, não pichar 
os muros, respeitar os sinais e placas, respeitar os mais velhos (assim 
como todas as outras pessoas), não destruir telefones públicos, saber 
dizer obrigado, desculpe, por favor e bom-dia quando necessário [...], 
até saber lidar com o abandono e a exclusão das pessoas necessitadas, 
o direito das crianças carentes e outros grandes problemas que 
enfrentamos em nosso país.
“A revolta é o último dos direitos a que deve um povo livre para 
garantir os interesses coletivos: mas é também o mais imperioso dos 
deveres impostos aos cidadãos.” Juarez Távora - Militar e político 
brasileiro. (WEB CIÊNCIA, 2009, p. 1)
Podemos observar três dimensões da cidadania:
 
	Cidadania civil: são aqueles direitos advindos da liberdade de cada indivíduo, 
como, por exemplo: o livre-arbítrio para expressar nossos pensamentos; o 
direito de propriedade (venda e compra de um imóvel, um bem ou serviço); 
entre outros. 
	Cidadania política: podemos considerar que a cidadania política se legitima 
quando os homens exercem seu poder político de eleger e ser eleito para o 
exercício do poder político, independentemente da instituição pública ou 
privada na qual venha exercer suas atribuições.
	Cidadania social: compreendida como o conjunto de direitos concernentes ao 
conforto de cada cidadão, no que tange à sua vida econômica e social, ou seja, 
do seu bem-estar social.
E é nesta perspectiva da garantia dos direitos e deveres de cada cidadão, 
que o Assistente Social desenvolve sua prática profissional.
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
136
2.4 DEMOCRACIA
FIGURA 11 – DEMOCRACIA
FONTE: Disponível em: <www.mises.org.br>. Acesso em: 16 mar. 
2009.
“Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da 
participação política e da riqueza socialmente produzida.” (BRASIL, 2009a).
Podemos considerar que a democracia nada mais é do que um sistema 
de governo, no qual o povo governa para sua própria sociedade. Este sistema de 
governo democrático possui formatos diferentes nas diversas sociedades, pois, 
em cada uma, existem regas e normas diferentes e isto acontece por causa da 
constituição dos princípios ético-morais de cada localidade.
Então, podemos dizer que, num governo democrático, o povo determina 
suas relações de poder sobre os demais integrantes, mas, mesmo assim, podemos 
distinguir a democracia em duas formas distintas:
	Democracia direta: na qual o povo decide diretamente, por meio de referendo/
plebiscito, se aceita ou não determinadas questões políticas e administrativas 
de sua localidade, Estado ou país.
	Democracia indireta: nesta, o povo participa democraticamente, por meio do 
voto, elegendo seu representante político, ou seja, uma pessoa que os represente 
nas diversas esferas governamentais, para tomar decisões cabíveis em nome do 
povo que os elegeu.
Outro fator que não podemos esquecer é que, quando falamos em 
democracia, também falamos de distribuição democrática, das riquezas 
socialmente produzidas por meio do trabalho dos homens.
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
137
Assim, o Assistente Social possui a premissa de defender, 
incondicionalmente, a democracia política, econômica e social da sociedade, na 
qual desenvolve suas atividades por meio da socialização direta dos direitos de 
participação democrática em todas as esferas de poder.
2.5 EQUIDADE E JUSTIÇA SOCIAL
FIGURA 12 – EQUIDADE
FONTE: Disponível em: <www.sericosocialhoje.blogsport.com>. 
Acesso em: 26 mar. 2009.
“Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure 
universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas 
sociais, bem como, sua gestão democrática.” (BRASIL, 2009a).
Podemos dizer que a equidade nada mais é do que fazer justiça com 
imparcialidade, pois todos os seres humanos possuem direitos e deveres perante 
a sociedade em que vivem. Estes direitos, por sua vez, denotam um conjunto de 
princípios morais, que acabam igualando todos os homens de uma mesma sociedade.
IMPORTANT
E
Equidade é a igualdade de direitos entre os iguais.
Contudo, devemos tomar cuidado, pois muita gente pensa que equidade 
é sinônimo de igualdade, mas não é bem assim, pois a equidade é vista por dois 
prismas:
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
138
	Equidade horizontal: denota que existe um tratamento igualitário para todos 
os indivíduos, ou seja, não há distinção, pois o problema a ser resolvido é o 
mesmo, independentemente da classe social.
	Equidade vertical: denota que existem tratamentos diferentes para 
determinados grupos sociais, ou seja, dependendo da situação social do 
homem, o mesmo problema é tratado de forma diferente.
Então, podemos dizer que a prática profissional do Assistente Social se 
processa na garantia da equidade e da justiça social, procurando assegurar a 
universalidade de direitos e o acesso aos bens produzidos por meio do trabalho a 
todos os indivíduos, sem distinção de cor, raça, etnia e classe social.
2.6 RESPEITO À DIVERSIDADE
FIGURA 13 – DIVERSIDADE
FONTE: Disponível em: <www.planetaeducacao.com.br>. Acesso em: 26 
mar. 2009.
“Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando 
o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e 
à discussão das diferenças.” (BRASIL, 2009a).
Conforme exposto nesta citação do Código de Ética Profissional do 
Assistente Social, podemos observar que outro princípio fundamental de sua 
práxis profissional se processa na mediação direta com todos os indivíduos de 
uma determinada sociedade, com intuito de eliminar toda e qualquer forma de 
preconceito e discriminação, seja ele racial, étnico, cultural, religioso entre outros, 
além de incentivar, constantemente, o respeito às diferenças e diversidades 
humanas.
Entretanto, o que é diversidade?
Pois bem, ao tratarmos da questão da diversidade, devemos, primeiramente, 
compreender o significado de tolerância, porque a diversidade denota que todos 
os homens devem aceitar e compreender as diferenças humanas.
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
139
IMPORTANT
E
Nenhum homem na face da Terra é igual a outro homem.
Neste sentido, podemos compreender que o respeito à diversidade humana 
não significa apenas tolerar o outro, mas respeitá-lo como ele realmente é.
Devemos olhar o outro, por meio dos olhos dele e não por meio dos 
nossos olhos, ou seja, devem-se compreender as diferenças do outro, ver como 
ele realmente é, qual são seus princípios e valores morais. Nunca devemos ver o 
outro a partir de nossa visão de mundo, de nossos valores morais, pois, assim, 
acabamos prejulgando-o.
Assim, podemos afirmar que o respeito às diferenças humanas também 
pode ser compreendido como o respeito às diversas identidades que compõe 
uma sociedade, pois cada ser humano possui sua singularidade, ou seja, suas 
características pessoais.
2.7 PLURALISMO
FIGURA 14 – PLURALISMO
FONTE: Disponível em: <www.lacoctelera.com>. Acesso em: 26 
mar. 2009.
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
140
“Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais 
democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o 
constante aprimoramento intelectual.” (BRASIL, 2009a).
Podemos compreender que o pluralismo é reconhecer a existência da 
diversidade humana. Diversidade que pode ser cultural, religiosa, política, 
econômica, ambiental e social.
IMPORTANT
E
Não existe uma realidade única e absoluta.
O pluralismo denota que não existe somente uma concepção conceitual, 
ou seja, existem váriasreferências e doutrinas conceituais, pois, como abordamos 
anteriormente, todos os seres humanos são diferentes, possuem diversas 
subjetividades, que denotam visões de mundo diferenciadas, ou seja, sobre um 
mesmo fato, uma mesma realidade poderá suscitar diversas opiniões, diversos 
conceitos, porque cada homem analisa um fato conforme sua constituição moral. 
Nesta perspectiva, pode-se dizer que a prática profissional do Assistente 
Social deve, constantemente, buscar e garantir o pluralismo conceitual, para seu 
constante aperfeiçoamento pessoal e intelectual.
2.8 PROJETO PROFISSIONAL
FIGURA 15 – PROJETO PROFISSIONAL
FONTE: Disponível em: <www.cress-ms.org.br>. Acesso em: 26 mar. 2009.
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
141
“Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção 
de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração de classe, etnia e 
gênero.” (BRASIL, 2009a).
Com relação ao projeto profissional do Assistente Social, podemos citar 
que o mesmo possui um caráter sociopolítico, crítico e interventivo, que vem, 
historicamente, utilizando um instrumental técnico operativo multidisciplinar, 
para análise e intervenção junto às inúmeras expressões da questão social, como na 
educação, justiça, saúde, lazer, previdência, habitação, assistência social, entre outros. 
O Assistente Social busca sempre prestar seus serviços em prol do 
desenvolvimento e da construção de uma sociedade mais justa, igualitária e sem 
discriminação e exploração das classes sociais e suas diversidades.
ESTUDOS FU
TUROS
Você verá mais adiante, em outra disciplina, a questão do instrumental técnico 
operativo do Assistente Social.
DICAS
Como sugestão, leia o artigo: A Construção do Projeto Ético-Político do Serviço 
Social, por José Paulo Netto. Disponível em: <http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_
saude/texto2-1.pdf>.
2.9 MOVIMENTOS SOCIAIS
FIGURA 16 – MOVIMENTOS SOCIAIS
FONTE: Disponível em: <www.spsoul.blogspot.com>. Acesso em: 26 mar. 2009.
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
142
“Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que 
partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores.” 
(BRASIL, 2009a).
Porém, o que é um movimento social?
Podemos compreender que um movimento social denota a organização 
de um grupo social que possue interesses comuns, que, de forma estruturada, 
busca desenvolver suas atividades, conforme suas finalidades e objetivos. 
Conforme Gohn (1995, p. 44), movimentos sociais:
[...] são ações coletivas de caráter sociopolítico, construídas por 
atores sociais pertencentes a diferentes classes e camadas sociais. Eles 
politizam suas demandas e criam um campo político de força social 
na sociedade civil. Suas ações estruturam-se a partir de repertórios 
criados sobre temas e problemas em situações de: conflitos, litígios 
e disputas. As ações desenvolvem um processo social e político-
cultural que cria uma identidade coletiva ao movimento, a partir de 
interesses em comum. Esta identidade decorre da força do princípio 
da solidariedade e é construída a partir da base referencial de valores 
culturais e políticos compartilhados pelo grupo.
DICAS
Como sugestão, leia o artigo: O Papel dos Movimentos Sociais na Construção de 
Outra Sociabilidade, de Sandra Maria Marinho Siqueira. Disponível em: <http://www.anped.
org.br/reunioes/25/excedentes25/sandramariamarinhosiqueirat03.rtf>.
Nesta perspectiva, os assistentes sociais também desenvolvem suas 
atividades laboratoriais em prol da articulação e mediação constante entre a 
sociedade civil, os diversos movimentos sociais e o Estado.
2.10 QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS
FIGURA 17 – QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS
FONTE: Disponível em: <www.verzani.com.br>. Acesso em: 26 mar. 2009.
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
143
“Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e 
com aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional.” 
(BRASIL, 2009a).
Esta questão é indiscutível, pois todo trabalho, produto ou prestação de 
serviço deve ter, como premissa, a qualidade, ou seja, todo profissional deve 
exercer sua profissão com ética, responsabilidade e qualidade. 
Por meio de seu desempenho profissional, o Assistente Social 
proporcionará, ao seu público-alvo, possibilidades de melhoria de qualidade de 
vida, além de mediar, com serenidade e propriedade, as expressões da questão 
social, objeto de seu trabalho.
2.11 INDISCRIMINAÇÃO
FIGURA 18 – INDISCRIMINAÇÃO
FONTE: Disponível em: <www.infinitoemaisalem.blogs.sapo.pt>. Acesso 
em: 26 mar. 2009.
“Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, 
por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, 
opção sexual, idade e condição física.” (BRASIL, 2009a).
Para entendermos esta questão da indiscriminação, faz-se necessário 
compreendermos o significado de preconceito.
Então, o que é preconceito?
Bem, o preconceito pode ser compreendido como uma atitude, um 
julgamento de valores, formação de juízo ou ideias preconcebidas, a partir do qual 
nós recriminamos ou rotulamos uma situação, lugares, pessoas, objetos e culturas, 
conforme nossos valores ético-morais, ou seja, nós, seres humanos, geralmente 
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
144
quando nos deparamos com “o diferente”, o repulsamos e discriminamos, sem, 
muitas vezes, conhecer melhor a pessoa ou situação que estamos julgando.
Existem muitas formas de discriminação ou preconceito, mas podemos 
citar que hoje, na sociedade em que vivemos, as questões raciais, sociais, sexuais 
e religiosas são as principais formas de preconceito que enfrentamos.
Finalizando, podemos expor que o PRECONCEITO HUMANO leva os 
homens a agirem de forma violenta, acarretando discriminação e marginalização 
dos homens.
NOTA
Caro(a) acadêmico(a), para aprofundar os seus conteúdos com relação aos 
princípios e valores gerais dos cidadãos brasileiros, sugerimos a releitura dos artigos 1º, 3º e 
5º da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm>.
DICAS
Como sugestão, leia o seguinte livro:
BONETTI, Dilséia Adeodata et al. Serviço social e ética: convite a uma nova práxis. 11ª Edição. 
São Paulo: Cortez, 2010.
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
145
LEITURA COMPLEMENTAR
ÉTICA PROFISSIONAL
Edite Jendreick Franke
[...]
No momento em que se diz que o Brasil está passando por uma crise ética, 
oportuno se faz falar sobre a Ética Profissional.
Necessário se faz lembrar que, quem não tem ética pessoal, não terá 
ética profissional.
A palavra Ética, do grego ethos, designa:
	os costumes;
	a condução da vida;
	as regras de comportamento.
A Ética é o estudo da moralidade do agir humano; é o estudo da bondade 
ou da maldade dos atos humanos, a retidão dos atos humanos frente à ordem 
moral.
É justificada pela Moral enquanto esta estabelece regras que são assumidas 
pela pessoa, como uma forma de garantir o bem viver, um agir segundo o bem, 
remetendo estas regras ao agir humano, aos comportamentos cotidianos, às 
escolhas existenciais [...]
[...] a Ética se coloca como um questionamento sobre o agir, uma reflexão 
sobre o que é preciso fazer, uma procura pelo que é bom ou justo.
A Ética não estabelece regras, mas propõe uma reflexão sobre a ação 
humana, sobre sua retidão frente à ordem moral.
A Ética, espontaneamente, gera:
1. Questionamentos: a ética nos leva a refletir sobre as normas ou regrasde 
comportamento, nos leva a analisar princípios, valores que fundamentam 
nossa obrigação na sociedade.
2. Sistematização da reflexão: encontrada em teorias ou escolas que tratam da 
moral e da ética, ou o conjunto de normas de grupos específicos, como é o caso 
dos códigos de ética profissional.
3. Prática concreta: ou a realização de valores que exige o processo de deliberação, 
a decisão, a atitude subjacente e a ação propriamente dita.
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
146
Toda herança da reflexão sobre a Ética e a Moral se apresenta subjacente 
à Ética Profissional.
Isto é, a Ética Profissional só se efetivará se houver a Ética Pessoal.
Importante identificarmos, refletirmos aqui: quem é o Sujeito Ético?
Sujeito Ético é todo ser humano que se depara com a necessidade de 
decidir, pois onde há [...] decisões a serem tomadas; reflexões a serem feitas; e 
liberdades a serem alcançadas [...] há a Ética.
A Ética não existe sem a responsabilidade.
Uma Ética de Responsabilidade é a do sujeito livre, autônomo, que 
reflete, dotado de prudência, coragem e convicção.
A responsabilidade dá cada vez mais lugar à interrogação e à discussão 
democrática.
Assim, cada vez mais a Ética recorre à prudência, que é vigilância e 
previsão, e à solidariedade.
A Ética profissional pode ser definida como:
A reflexão sobre as exigências do profissional em sua relação:
	com o cliente/usuário;
	com o público;
	com seus colegas;
	com sua corporação;
	com os demais profissionais. (DURAND, p. 85).
Estas exigências remetem ao conjunto de direitos e de obrigações 
expressos no Código de Ética da profissão.
A reflexão sobre as ações realizadas no exercício de uma profissão, [...] 
no que consistem [...], [...] a quem se destinam [...], [...] para que se destinam [...], 
deve iniciar antes da prática profissional .
A fase da escolha profissional, ainda durante a adolescência, muitas vezes, 
já deve ser permeada por esta reflexão.
A escolha por uma profissão é optativa, mas ao escolhê-la, o conjunto de 
deveres profissionais passa a ser obrigatório.
Geralmente, quando se é jovem, escolhe-se a carreira sem conhecer 
o conjunto de deveres que está prestes a assumir ao se tornar parte daquela 
categoria que escolheu.
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
147
Toda a fase de formação profissional, [...] o aprendizado das competências 
e habilidades referentes à prática específica numa determinada área, [...] deve 
incluir a reflexão, desde antes do início dos estágios práticos.
Ao completar a formação em nível superior, a pessoa faz um juramento, 
que significa sua adesão e comprometimento com a categoria profissional em que 
formalmente ingressa.
Isto caracteriza o aspecto moral da chamada Ética Profissional. Seja, esta 
adesão, voluntária a um conjunto de regras estabelecidas como sendo as mais 
adequadas para o seu exercício.
No período de formação e mesmo depois no decorrer da prática, o 
profissional deve estar sempre se perguntando:
1. Que deveres assumi? O que a entidade, a chefia, e o usuário esperam de mim? 
Estes deveres são compatíveis com a profissão? Ou é a chamada exigência 
generalista do mercado?
2. Estou assumindo uma função institucional ou a profissão mesma?
3. Como estou conduzindo os deveres assumidos? Como estou cumprindo 
minhas responsabilidades? Estou me conduzindo nos valores previstos pelo 
Código de Ética da Profissão?
4. O que devo fazer e como fazer? Planejo, organizo, sistematizo, avalio minhas 
ações? Que resultados produzo? Em benefício de quem?
5. E tão importante quanto os aspectos acima: Estou sendo bom profissional? 
Competente, coerente? Estou agindo adequadamente nas relações pessoais e 
profissionais? Isto inclui:
● respeitar e exigir respeito;
● atitudes de generosidade e cooperação, trabalho em equipe;
● uma postura pró-ativa (que é compromisso/ é contribuir para o engrandecimento 
do trabalho);
● estar preocupado, com as PESSOAS, que é ser coerente com os deveres 
profissionais.
Acredito na profissão de Assistente Social a qual defendi durante toda 
minha vida de prática profissional e como docente.
Sempre busquei apresentar o quanto é importante e bom ser Assistente 
Social, e como se faz necessário o esmerado preparo profissional e o compromisso 
com a realidade, alvo de nossa intervenção. O trabalho profissional não permite 
acomodação e o profissional comprometido não se acomoda.
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
148
Só se acomoda e se arrisca a virar fóssil aquele que não tem amor por si 
mesmo e pelo próximo.
O Serviço Social é uma profissão que tem sua legitimidade regulamentada 
em Lei e fundamentada em seu Código de Ética, e este defende a equidade e a 
justiça social.
O processo de renovação pelo qual o Serviço Social tem passado, no 
transcorrer de sua história, vem compromissado com esses valores e princípios 
que são defendidos por seus profissionais, na conquista de direitos sociais, na 
defesa dos direitos já alcançados e na ampliação destes. 
Apegados a estes valores, não poderemos deixar de ser Éticos.
● Ser Assistente Social é fazer Serviço Social:
A identidade profissional é construída pelos grupos profissionais de que 
fazemos parte. Como o grupo existe? Passa a existir através das relações que 
estabelecem seus membros entre si e com o meio em que vivem, isto é, pela sua 
prática, seu agir, seu trabalhar, fazer, pensar, sentir [...].
O indivíduo (Assistente Social) vai sendo representado previamente 
na graduação e vai assimilando em um processo interno a representação desta 
identidade.
Esta identidade pressupõe o fazer, as práticas de serviço social que realiza, 
mas é a aceitação da identidade que força comportamentos, ações compatíveis 
com a profissão. É a aceitação que leva a assumir a postura ética exigida pela 
profissão.
Por isto, a identidade precisa ser continuamente re-posta, que significa 
“agir como”. Comparecer perante o outro como portador de um papel, mas como 
representante de si e de um grupo profissional.
● Ser Assistente Social ético exige:
Competência técnica, aprimoramento constante, respeito às pessoas, 
confidencialidade, privacidade, tolerância, flexibilidade, fidelidade, envolvimento, 
afetividade, correção de conduta, boas maneiras, relações genuínas com as 
pessoas, responsabilidade, corresponder à confiança que lhe é depositada [...] 
pois o comportamento ético de um profissional reflete em todos os demais da 
profissão.
Vale lembrar que comportamento eticamente adequado e sucesso 
continuado são indissociáveis!
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS E SIGNIFICADOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
149
Empregabilidade é sinônimo de bom profissional.
E só pode ser ético profissionalmente aquele que o é pessoalmente.
Lembro aqui a passagem de Lucas, que em seu Capítulo 16, traz a palavra 
de Jesus:
“Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é 
injusto nas pequenas, também é injusto nas grandes.” (BRASIL, 16:10).
Obrigada, e vamos em frente pela Ética agora e sempre!
FONTE: FRANKE, Edite Jendreick. Ética Palestra proferida na III Jornada de Estágio do Curso de 
Serviço Social da UEPG (PR), Ponta Grossa, 25 set. 2007. Disponível em: <http://www.uepg.br/
uepg_departamentos/deservi/pdf/TEXTOS%20PARA%20REFLEXAO%2002.pdf>. Acesso em: 26 
mar. 2009.
150
Com relação aos princípios fundamentais do Código de Ética dos 
Assistentes Sociais, abordamos, neste tópico, as seguintes questões:
● Vimos que o Código de Ética do Assistente Social possui onze princípios 
fundamentais que norteiam sua prática profissional. Estes princípios são: 
Liberdade: 
● Observamos que todo homem pode fazersuas escolhas de forma livre e 
consciente. 
● A liberdade é constituída no relacionamento direto entre os homens em 
sociedade, por meio de suas atividades humanas. 
● O ser humano é um ser livre e tem o poder de escolha, feita de maneira 
consciente. 
● Por meio do trabalho, o ser humano se constitui um homem consciente e livre.
● A liberdade é um poder de escolhas.
● Vimos que os profissionais do serviço social tomam como uma de suas bases 
fundamentais, para a práxis profissional, a LIBERDADE.
● A liberdade é tida como um valor ético, que determina, como um todo, a 
atuação profissional do Assistente Social. 
Direitos Humanos:
● Outro princípio fundamental do Código de Ética Profissional do Assistente 
Social é a defesa e conservação incondicional dos direitos humanos. 
● Direitos inscritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU – 
Organização das Nações Unidas. 
● Os direitos humanos norteiam, diretamente, a base ética profissional do 
Assistente Social.
● Os Assistentes Sociais desenvolvem suas atividades com base na liberdade, 
igualdade, justiça e paz do mundo e na defesa dos direitos fundamentais dos 
seres humanos, procurando sempre promover o progresso social e a ampliação 
da qualidade de vida de cada cidadão.
RESUMO DO TÓPICO 1
151
Cidadania:
● A cidadania é um conjunto de direitos e deveres que denotam e fundamentam 
as condições do comportamento de cada indivíduo, em relação à sociedade em 
que está inserido. 
● A cidadania designa normas de conduta para o convivio social, em que 
determina nossas obrigações e direitos perrante os outros integrantes da nossa 
sociedade.
● Temos três dimensões da cidadania: civil, política e social.
● E é nesta perspectiva da garantia dos direitos e deveres de cada cidadão, que o 
Assistente Social desenvolve sua prática profissional.
Democracia:
● A democracia nada mais é do que um sistema de governo, no qual o povo 
governa para sua própria sociedade. 
● Este sistema de governo democrático possui formatos diferentes nas diversas 
sociedades.
● Temos a democracia direta e indireta.
● Quando falamos em democracia, também falamos de distribuição democrática 
das riquezas socialmente produzidas, por meio do trabalho dos homens.
● O Assistente Social possui a premissa de defender incondicionalmente a 
democracia política, econômica e social da sociedade. 
Equidade e Justiça Social:
● A equidade nada mais é do que fazer justiça com imparcialidade. 
● Todos os seres humanos possuem direitos e deveres iguais perante a sociedade 
em que vivem. 
● Estes direitos, por sua vez, denotam um conjunto de princípios morais, que 
acabam igualando todos os homens de uma mesma sociedade.
● Equidade é a igualdade de direitos entre os iguais.
● A prática profissional do Assistente Social processa-se na garantia da equidade 
e da justiça social, em que procura assegurar a universalidade de direitos e o 
acesso aos bens produzidos por meio do trabalho de todos os indivíduos, sem 
distinção de cor, raça, etnia e classe social.
152
Respeito à Diversidade:
● Outro princípio fundamental da práxis profissional do Assistente Social se 
processa na mediação direta com todos os indivíduos de uma determinada 
sociedade, com o intuito de eliminar toda e qualquer forma de preconceito e 
discriminação.
● A diversidade denota que todos os homens devem aceitar e compreender as 
diferenças humanas. 
● Nenhum homem na face da Terra é igual a outro homem.
● O respeito à diversidade humana não significa apenas tolerar o outro, mas 
respeitá-lo como ele realmente é.
● Devemos olhar o outro por meio dos olhos dele e não por meio dos nossos 
olhos.
Pluralismo: 
● O pluralismo significa reconhecer a existência da diversidade humana. 
● A diversidade pode ser: cultural, religiosa, política, econômica, ambiental e 
social.
● Não existe uma realidade única e absoluta.
● O pluralismo denota que não existe somente uma concepção conceitual, ou 
seja, existem várias referências e doutrinas conceituais.
● A prática profissional do Assistente Social deve, constantemente, buscar e 
garantir o pluralismo conceitual, para seu constante aperfeiçoamento pessoal e 
intelectual.
Projeto Profissional:
● O projeto profissional do Assistente Social possui um caráter sociopolítico, 
crítico e interventivo, no qual vem, historicamente, utilizando um instrumental 
técnico operativo multidisciplinar, para análise e intervenção junto às inúmeras 
expressões da questão social. 
● O Assistente Social busca sempre prestar seus serviços em prol do 
desenvolvimento e da construção de uma sociedade mais justa, igualitária e 
sem discriminação e exploração das classes sociais e suas diversidades.
153
Movimentos Sociais: 
● Um movimento social denota a organização de um grupo social que possui 
interesses comuns, que, de forma estruturada, busca desenvolver suas 
atividades conforme suas finalidades e objetivos. 
● Nesta perspectiva, os Assistentes Sociais também desenvolvem suas atividades 
laboratoriais, em prol da articulação e mediação constante entre a sociedade 
civil, os diversos movimentos sociais e o Estado. 
Qualidade dos Serviços prestados:
● Todo trabalho, produto ou prestação de serviço deve ter, como premissa, a 
qualidade, ou seja, todo profissional deve exercer sua profissão com ética, 
responsabilidade e qualidade. 
Indiscriminação: 
● O preconceito pode ser compreendido como uma atitude, julgamento de 
valores, formação de juízo ou ideias preconcebidas, a partir do qual nós 
recriminamos ou rotulamos uma situação, lugares, pessoas, objetos e culturas, 
conforme nossos valores ético-morais. 
● Quando nos deparamos com “o diferente”, o repulsamos e discriminamos, sem, 
muitas vezes, conhecer melhor a pessoa ou a situação que estamos julgando.
● Existem muitas formas de discriminação ou preconceito. Hoje, as questões 
raciais, sociais, sexuais e religiosas são as principais formas de preconceito que 
enfrentamos.
● O preconceito humano leva os homens a agirem de forma violenta, acarretando 
na discriminação e marginalização dos homens.
154
Em grupo, reflitam sobre cada um dos onze Princípios Fundamentais do 
Código de Ética do Assistente Social. Em seguida, realizem as seguintes 
atividades.
1 Explique a frase: “A liberdade é um poder de escolhas”.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
2 Escolha dois dos direitos humanos expostos na Declaração Universal dos 
Direitos Humanos da ONU – Organização das Nações Unidas – e explique-os.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
3 Temos três dimensões da cidadania: a civil, a política e a social. Explique 
cada uma delas.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4 O que você compreende por democracia?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5 Equidade é a igualdade de direitos entre os iguais. Justifique esta indagação.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
6 A diversidade denota que todos os homens devem aceitar e compreender as 
diferenças humanas. Exemplifique esta indagação.
AUTOATIVIDADE
155
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
7 Será que existe uma realidade única e absoluta? Justifique.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
8 Quando nos deparamos com “o diferente”, o repulsamos e discriminamos, 
sem, muitas vezes, conhecer melhor a pessoa ou a situação que estamos 
julgando. O que você faria nesta situação, ou seja, como você agiria diante 
de uma pessoa que você não conhece?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
156
157
TÓPICO 2
DOS DIREITOS E DAS RESPONSABILIDADES GERAIS DO 
ASSISTENTE SOCIAL
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Observamos que o Código de Ética do Assistente Social foi constituído na 
perspectiva de garantir os princípios fundamentais da profissão, além de dispor 
sobre os direitos e deveres do profissional, mas, também, prediz como se devem 
processar, eticamente, as relações diretas com os usuários. 
Neste tópico, abordar-se-á uma discussão referente aos direitos e deveres 
gerais do Assistente Social. Direitos e deveres assegurados pelo Código de Ética do 
Assistente Social - Resolução CFESS nº 273, de 13 de março de 1993 (BRASIL, 1997).
2 DOS DIREITOS GERAIS DO ASSISTENTE SOCIAL
Art. 2º - Constituem direitos do Assistente Social:
a) garantia e defesa de suas atribuições e prerrogativas, estabelecidas na Lei de 
Regulamentação da Profissão e dos princípios firmados neste Código;
b) livre exercício das atividades inerentes à Profissão;
c) participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais, e na 
formulação e implementação de programas sociais;
d) inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e documentação, 
garantindo o sigilo profissional;
e) desagravo público por ofensa que atinja a sua honra profissional;
f) aprimoramento profissional de forma contínua, colocando-o a serviço dos 
princípios deste Código;
g) pronunciamento em matéria de sua especialidade, sobretudo quando se 
tratar de assuntos de interesse da população;
h) ampla autonomia no exercício da Profissão, não sendo obrigado a prestar 
serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, cargos ou funções;
i) liberdade na realização de seus estudos e pesquisas, resguardados os direitos 
de participação de indivíduos ou grupos envolvidos em seus trabalhos. 
FONTE: Brasil (2011)
158
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
Como vocês observaram, o Artigo 2 do Código de Ética do Assistente 
Social compreende que os direitos gerais do Assistente Social prediz todas as 
atribuições e prerrogativas que compõe o regulamento da profissão (Lei n° 8.662, 
de 7 de junho de 1993), garantindo-os. 
O Assistente Social poderá exercer sua atividade profissional de forma 
ética e livre, participando constantemente do desenvolvimento, elaboração e 
gestão de políticas sociais.
Também é garantido o sigilo profissional e a dignidade do Assistente 
Social, ou seja, não é permitido que haja violação tanto do local de trabalho 
quanto dos arquivos e documentos provenientes da prática profissional, além da 
segurança à honra profissional do Assistente Social.
Todo Assistente Social deve ter como premissa fundamental o 
constante aprimoramento técnico operativo. Buscando sempre novas formas de 
melhoramento de sua prática profissional.
Somos corresponsáveis pela divulgação direta dos assuntos 
correlacionados à nossa prática, ou seja, devemos fazer declarações públicas de 
matérias pertinentes ao interesse da sociedade.
Finalizando, podemos expor que todo Assistente Social possui plena 
autonomia e liberdade na execução de sua prática profissional, não sendo obrigado 
ou coagido a fazer algum serviço que não seja pertinente à sua capacidade técnico-
operativa, cargo ou função.
3 DOS DEVERES GERAIS DO ASSISTENTE SOCIAL
Art. 3º - São deveres do Assistente Social:
a) desempenhar suas atividades profissionais, com eficiência e 
responsabilidade, observando a legislação em vigor;
b) utilizar seu número de registro no Conselho Regional no exercício da 
profissão;
c) abster-se, no exercício da Profissão, de práticas que caracterizem a 
censura, o cerceamento da liberdade, o policiamento dos comportamentos, 
denunciando sua ocorrência aos órgãos competentes;
d) participar de programas de socorro à população em situação de calamidade 
pública, no atendimento e defesa de seus interesses e necessidades.
FONTE: Brasil (2011)
TÓPICO 2 | DOS DIREITOS E DAS RESPONSABILIDADES GERAIS DO ASSISTENTE SOCIAL
159
Como exposto no Artigo 3 do Código de Ética do Assistente Social, o 
Assistente Social deve realizar sua prática profissional com eficiência, eficácia e 
responsabilidade, mas sempre norteado pelas normas e princípios ético-morais.
Para atuação da prática profissional, todo Assistente Social deve se registrar 
no Conselho Regional do Serviço Social (CRESS) de sua região de atuação, para, 
assim, se legitimar enquanto profissional.
Todo Assistente Social deve se abster da prática profissional que seja 
contra os princípios fundamentais de sua conduta profissional, ou seja, afastar-se e 
denunciar, aos órgãos competentes, as ações que cerceiam os direitos de liberdade, 
democracia, cidadania, igualdade, direitos humanos, equidade e justiça social. 
Devemos sempre estar prontos e aptos a participar ativamente de 
programas e projetos de socorro emergencial à sociedade que esteja em situação 
de risco, calamidade pública, no intuito de atender e defender os interesses e as 
necessidades da comunidade.
4 O QUE O ASSISTENTE SOCIAL NÃO PODE FAZER
Art. 4º - É vedado ao Assistente Social:
a) transgredir qualquer preceito deste Código, bem como da Lei de 
Regulamentação da Profissão;
b) praticar e ser conivente com condutas antiéticas, crimes ou contravenções 
penais na prestação de serviços profissionais, com base nos princípios deste 
Código, mesmo que estes sejam praticados por outros profissionais;
c) acatar determinação institucional que fira os princípios e diretrizes deste 
Código;
d) compactuar com o exercício ilegal da Profissão, inclusive nos casos de estagiários 
que exerçam atribuições específicas, em substituição aos profissionais;
e) permitir ou exercer a supervisão de aluno de Serviço Social em InstituiçõesPúblicas ou Privadas que não tenham em seu quadro Assistente Social que 
realize acompanhamento direto ao aluno estagiário;
f) assumir responsabilidade por atividade para as quais não esteja capacitado 
pessoal e tecnicamente;
g) substituir profissional que tenha sido exonerado por defender os princípios 
da ética profissional, enquanto perdurar o motivo da exoneração, demissão 
ou transferência;
h) pleitear para si ou para outrem emprego, cargo ou função que estejam 
sendo exercidos por colega;
160
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
i) adulterar resultados e fazer declarações falaciosas sobre situações ou 
estudos de que tome conhecimento;
j) assinar ou publicar em seu nome ou de outrem trabalhos de terceiros, 
mesmo que executados sob sua orientação.
FONTE: Brasil (2011)
Conforme o Artigo 4 do Código de Ética do Assistente Social, observou-se que 
o Assistente Social possui algumas atribuições que não podem ser exercidas, como: 
	não levar a sério ou não respeitar o que prediz o Código de Ética da profissão e seu 
Regulamento;
	não ter posturas antiéticas no seu exercício profissional;
	não praticar crimes e contravenções penais, na realização da prática profissional;
	nunca aceitar ou praticar ações impostas, muitas vezes, pelas organizações, 
que infrinjam as diretrizes do Código de Ética;
	nunca condescender ou aceitar práticas profissionais que sejam ilegais, ou seja, 
contra os princípios legais da profissão;
	nunca devemos assumir responsabilidades de coisas e ações que não estejam 
norteadas por nossas capacidades técnicas operativas, ou seja, só devemos 
exercer as atividades das quais possuímos conhecimento técnico.
DICAS
– Para um aprofundamento destes temas, sugiro que você leia os seguintes 
livros:
SOUZA, Herbert. Ética e 
cidadania. São Paulo: Moderna, 
2000.
GALLO, Silvio. Ética e cidadania: 
caminhos da filosofia. Papirus, 
2002.
161
Observamos que o Código de Ética do Assistente Social prediz como se 
devem processar, eticamente, as relações diretas com usuários, principalmente 
no que se refere aos direitos e deveres gerais do Assistente Social. Portanto, 
neste tópico abordamos que:
	Os direitos gerais do Assistente Social predizem todas as atribuições e 
prerrogativas que compõe o regulamento da profissão, garantindo-os. 
	O Assistente Social poderá exercer sua atividade profissional de forma ética e livre. 
	É garantido o sigilo profissional e a dignidade do Assistente Social.
	Todo Assistente Social deve ter, como premissa fundamental, o constante 
aprimoramento técnico operativo. 
	Devemos fazer declarações públicas de matérias pertinentes ao interesse da 
sociedade.
	Todo Assistente Social possui plena autonomia e liberdade na execução de sua 
prática profissional, não sendo obrigado ou coagido a fazer algum serviço que 
não seja pertinente à sua capacidade técnico-operativa, cargo ou função.
	O Assistente Social deve realizar sua prática profissional com eficiência, eficácia 
e responsabilidade. 
	Todo Assistente Social deve se registrar no Conselho Regional do Serviço 
Social (CRESS).
	Todo Assistente Social deve se abster da prática profissional que seja contra os 
princípios fundamentais de sua conduta profissional.
	Devemos sempre estar prontos e aptos a participar ativamente de programas 
e projetos de socorro emergencial à sociedade que esteja em situação de risco e 
calamidade pública.
	O Assistente Social possui algumas atribuições que não podem ser exercidas, 
como: 
	não levar a sério ou não respeitar o que prediz o Código de Ética da profissão 
e seu Regulamento;
	não ter posturas antiéticas no seu exercício profissional;
		não praticar crimes e contravenções penais, na realização da prática profissional;
	nunca aceitar ou praticar ações que infrinjam as diretrizes do Código de Ética;
	nunca aceitar práticas profissionais ilegais;
 
	só devemos exercer as atividades que possuímos conhecimento técnico.
RESUMO DO TÓPICO 2
162
AUTOATIVIDADE
Escreva o que você compreendeu a respeito dos direitos e deveres gerais dos 
Assistentes Sociais.
163
TÓPICO 3
O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL BRASILEIRO
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, somente apresentaremos, na íntegra, o Código de Ética do 
Assistente Social.
Mas, primeiramente, apresentamos uma síntese histórica do seu 
surgimento e adaptações.
O Código de Ética profissional dos assistentes sociais brasileiros já 
passou por diversas edições e atualizações. Agora, prezados acadêmicos, lhes 
apresentarei uma síntese de casa fase.
Primeira edição: Em setembro de 1947 foi aprovado em São Paulo pela 
Assembleia Geral da Associação Brasileira de Assistentes Sociais (ABAS), o 
primeiro Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais no Brasil – que foi 
um marco histórico para a categoria profissional do Serviço Social. Apresentava 
somente:
• os deveres fundamentais do assistente social;
• os deveres para com o beneficiário do serviço social;
• os deveres para com os colegas;
• os deveres para com a organização onde trabalha.
Segunda edição: aprovada em 8 de maio de 1965 pelo Conselho Federal 
de Assistentes Sociais (CFAS), em que baseado nos direitos fundamentais do 
homem e as exigências do bem comum da sociedade brasileira institui um novo 
código de ética, que apresentava:
• a profissão;
• os deveres fundamentais do assistente social;
• o segredo profissional;
• os deveres para com as pessoas, grupos e comunidades atingidos pelo serviço 
social;
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
164
• os deveres para com os serviços empregadores;
• os deveres para com os colegas;
• as associações de classe;
• o trabalho em equipe;
• a responsabilidade e da preservação da dignidade profissional;
• a aplicação e observância do código.
Terceira edição: aprovado em 30 de janeiro de 1975, pelo Conselho 
Federal de Assistentes Sociais (CFAS), em que nos traz toda uma introdução ao 
Código de Ética Profissional do Assistente Social. Esta apresenta os princípios 
e valores fundamentais para a atuação profissional que são: autodeterminação, 
participação, subsidiariedade, bem comum e justiça social. Em que apresentou:
• os direitos e deveres do assistente social – em que se trabalharam os direitos com 
relação ao exercício e status profissional e os deveres no que tange as questões 
do exercício profissional, nas relações com os clientes, colegas, entidades de 
classe, instituições, comunidade, justiça, à publicação de trabalhos científicos, 
além de apontarem o que o assistente social não poderia fazer.
• o segredo profissional;
• as medidas disciplinares.
UNI
Segundo Paiva et. al (APUD BONETTI ET AL, 2010, p. 159-160), “desde a primeira 
formulação do nosso Código de ética Profissional, em 1947, até a reelaboração de 1975, 
permaneceram vigentes as mesmas concepções filosóficas assentadas no neotomismo, 
a partir das quais consagrávamos valores abstratos e metafísicos como “BEM COMUM” 
e “PESSOA HUMANA”. E somente com a reformulação de 1986 essas concepções foram 
superadas, com a explicitação de PRINCÍPIOS ÉTICOS HISTORICAMENTE SITUADOS: 
foram negados conceitos abstratos e indicada a urgência de objetivar os sujeitos históricos 
para apreender suas necessidades concretas.”
Quarta edição: aprovado em 9 de maio de 1986, pelo Conselho Federal 
de Assistentes Sociais (CFAS), que também nos traz uma breve introdução e nos 
apresenta:
TÓPICO 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL BRASILEIRO
165
• os direitos e das responsabilidades gerais do assistente social;
• o sigilo profissional;
• as relações profissionais (com: usuários, instituições, entre profissionaisdo serviço social, entidades da categoria e demais organizações da classe 
trabalhadora, justiça; 
• a observância, aplicação e cumprimento do código de ética.
Quinta edição: foi feita uma revisão do código de ética em 1991 no 
Seminário Nacional de ética.
Sexta edição: também o código de ética foi revisto em 1992, pelos encontros 
estaduais, além da 7ª CBAS, XII ENESS, XX Encontro nacional CFESS/CRESS.
Sétima edição: resolução CFESS N.º 273/93, de 13 março 1993, que Institui 
o Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais e dá outras providências, 
promulgado pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS). Que primeiramente 
apresenta os princípios fundamentais da profissão e depois:
• os direitos e das responsabilidades gerais do assistente social;
• as relações profissionais, com o usuário, instituições empregadoras e outras, 
assistentes sociais e outros profissionais, entidades da categoria e demais 
organizações da sociedade civil;
• o sigilo profissional.
Oitava edição: em 1996 o Código de Ética foi revisitado e ampliado. 
Buscou-se enriquecê-lo, incluindo as características da Resolução do CFESS nº 
333/96, que incidiu sobre o Art. 25 do Código de Ética, de acordo com a deliberação 
do XXV Encontro Nacional CFESS/CRESS (Setembro de 1996 - Fortaleza/CE).
UNI
Nesta nova edição tivemos o intuito também de apresentar uma nova 
programação visual deste instrumento normativo, que possa propiciar uma percepção mais 
completa e imediata dos valiosos conteúdos que emanam dos artigos, alíneas e incisos aqui 
reunidos.
Assim sendo, a concepção da capa não é, em absoluto, aleatória. A figura lendária de Arthur 
Bispo do Rosário significa a homenagem do CFESS a cada usuário das políticas e serviços 
sociais, em nome do respeito, qualidade e responsabilidade nos termos dos princípios 
firmados por este Código que nossa ética profissional pretende assegurar. A imagem de Bispo 
procura ainda reconhecer e enaltecer os esforços dos vários segmentos sociais, políticos 
e profissionais que se mobilizam pelo compromisso ético com a liberdade, equidade e 
democracia.
Fonte: Conselho Federal de Serviço Social – CFESS Gestão 1996/99.
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
166
Nona edição: em 2011, o Código de ética sofreu nova modificação, pois:
A 9ª edição do Código de Ética do/a Assistente Social [vem] 
Incorporando as alterações discutidas e aprovadas no 39º Encontro Nacional 
do Conjunto CFESS/CRESS, realizado em setembro de 2010 em Florianópolis 
(SC), a nova edição do documento foi publicada pelo CFESS nesta sexta-feira, 
11 de fevereiro de 2011.
[...] As alterações no Código de Ética se adéquam às correções formais e 
de conteúdo, conforme consignadas na Resolução CFESS 594, de 21 de janeiro 
de 2011, publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 24 de janeiro deste ano.
"As correções formais dizem respeito à incorporação das novas regras 
ortográficas da língua portuguesa, assim como à numeração sequencial dos 
princípios fundamentais do Código e, ainda, ao reconhecimento da linguagem 
de gênero, adotando-se em todo o texto a forma masculina e feminina 
simultaneamente", [...]
Além disso, houve mudanças de nomenclatura, com a substituição do 
termo "opção sexual" por "orientação sexual", incluindo ainda no princípio XI 
a "identidade de gênero", quando se refere ao exercício do serviço social sem 
ser discriminado/a nem discriminar por essa condição. Ainda, a 9ª edição do 
Código, conforme consta da Apresentação à Edição de 2011 do instrumento 
normativo, traz alterações que "reafirmam princípios e valores do Projeto Ético-
Político e incorporam avanços nas discussões acerca dos direitos da população 
LGBT pela livre orientação e expressão sexual".
 (Código de Ética do/a Assistente Social. 9ª Edição Revista e 
Atualizada, 2011).
2 O CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DOS/DAS ASSISTENTES 
SOCIAIS
Prezados(as) acadêmicos(as)! Segue na íntegra a 9ª EDIÇÃO REVISTA E 
ATUALIZADA do Código de Ética profissional do/da assistente social, publicada 
em janeiro de 2011. Que foi Aprovado em 13 de março de 1993, mas segue com as 
alterações introduzidas pelas Resoluções CFESS nº290/94, 293/94, 333/96 e 594/11. 
Além do mais, o texto vem com adequação de LINGUAGEM DE GÊNERO, 
conforme deliberação do 39º Encontro Nacional CFESS/CRESS.
TÓPICO 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL BRASILEIRO
167
CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL 
RESOLUÇÃO CFESS Nº 273, DE 13 DE MARÇO DE 1993
Princípios Fundamentais
I.	Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas 
políticas a ela inerentes – autonomia, emancipação e plena expansão dos 
indivíduos sociais; 
II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do 
autoritarismo; 
III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de 
toda a sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos 
das classes trabalhadoras; 
IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da 
participação política e da riqueza socialmente produzida; 
V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure 
universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e 
políticas sociais, bem como sua gestão democrática; 
VI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o 
respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados 
e à discussão das diferenças; 
VII. Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais 
democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o 
constante aprimoramento intelectual; 
VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção 
de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração de classe, etnia 
e gênero; 
IX. Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que 
partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores; 
X. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com 
aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional; 
XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, por 
questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, 
opção sexual, idade e condição física. 
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
168
TÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 1º - Compete ao Conselho Federal de Serviço Social: 
a) zelar pela observância dos princípios e diretrizes deste Código, fiscalizando 
as ações dos Conselhos Regionais e a prática exercida pelos profissionais, 
instituições e organizações na área do Serviço Social; 
b) introduzir alteração neste Código, através de uma ampla participação da 
categoria, num processo desenvolvido em ação conjunta com os Conselhos 
Regionais; 
c) como Tribunal Superior de Ética Profissional, firmar jurisprudência na 
observância deste Código e nos casos omissos. 
Parágrafo único – Compete aos Conselhos Regionais, nas áreas de suas 
respectivas jurisdições, zelar pela observância dos princípios e diretrizes deste 
Código, e funcionar como órgão julgador de primeira instância. 
TÍTULO II – DOS DIREITOS E DAS RESPONSABILIDADES 
GERAIS DO ASSISTENTE SOCIAL
Artigo 2º - Constituem direitos do Assistente Social 
a) garantia e defesa de suas atribuições e prerrogativas, estabelecidas na Lei de 
Regulamentação da Profissão, e dos princípios firmados neste Código; 
b) livre exercício das atividades inerentes à Profissão; 
c) participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais, e na 
formulação e implementação de programas sociais; 
d) inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e documentação, 
garantindo o sigilo profissional;e) desagravo público por ofensa que atinja a sua honra profissional; 
f) aprimoramento profissional de forma contínua, colocando-o a serviço dos 
princípios deste Código; 
g) pronunciamento em matéria de sua especialidade, sobretudo quando se 
tratar de assuntos de interesse da população; 
h) ampla autonomia no exercício da profissão, não sendo obrigado a prestar 
serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, cargos ou 
funções; 
TÓPICO 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL BRASILEIRO
169
i) liberdade na realização de seus estudos e pesquisas, resguardados os direitos 
de participação de indivíduos ou grupos envolvidos em seus trabalhos. 
Artigo 3º - São deveres do Assistente Social: 
a) desempenhar suas atividades profissionais, com eficiência e responsabilidade, 
observando a legislação em vigor; 
b) utilizar seu número de registro no Conselho Regional no exercício da 
Profissão; 
c) abster-se, no exercício da Profissão, de práticas que caracterizem a 
censura, o cerceamento da liberdade, o policiamento dos comportamentos, 
denunciando sua ocorrência aos órgãos competentes; 
d) participar de programas de socorro à população em situação de calamidade 
pública, no atendimento e defesa de seus interesses e necessidades. 
Artigo 4º - É vedado ao Assistente Social: 
a) transgredir qualquer preceito deste Código, bem como da Lei de 
Regulamentação da Profissão; 
b) praticar e ser conivente com condutas antiéticas, crimes ou contravenções 
penais na prestação de serviços profissionais, com base nos princípios deste 
Código, mesmo que estes sejam praticados por outros profissionais; 
c) acatar determinação institucional que fira os princípios e diretrizes deste 
Código; 
d) compactuar com o exercício ilegal da Profissão, inclusive nos casos de 
estagiários que exerçam atribuições específicas, em substituição aos 
profissionais; 
e) permitir ou exercer a supervisão de aluno de Serviço Social em Instituições 
Públicas ou Privadas, que não tenham em seu quadro Assistente Social que 
realize acompanhamento direto ao aluno estagiário; 
f) assumir responsabilidade por atividade para as quais não esteja capacitado 
pessoal e tecnicamente; 
g) substituir profissional que tenha sido exonerado por defender os princípios 
da ética profissional, enquanto pendurar o motivo da exoneração, demissão 
ou transferência; 
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
170
h) pleitear para si ou para outrem emprego, cargo ou função que estejam sendo 
exercidos por colega; 
i) adulterar resultados ou fazer declarações falaciosas sobre situações ou 
estudos de que tome conhecimento; 
j) assinar ou publicar em seu nome ou de outrem trabalhos de terceiros, mesmo 
que executados sob sua orientação.
TÍTULO III – DAS RELAÇÕES PROFISSIONAIS
CAPÍTULO I – Das relações com os Usuários
Artigo 5º - São deveres do Assistente Social nas suas relações com os 
usuários: 
a) contribuir para a viabilização da participação efetiva da população usuária 
nas decisões institucionais; 
b) garantir a plena informação e discussão sobre as possibilidades e 
consequências das situações apresentadas, respeitando democraticamente as 
decisões dos usuários, mesmo que sejam contrárias aos valores e às crenças 
individuais dos profissionais resguardados os princípios deste Código; 
c) democratizar as informações e o acesso aos programas disponíveis no espaço 
institucional, como um dos mecanismos indispensáveis à participação dos 
usuários; 
d) devolver as informações colhidas nos estudos e pesquisas aos usuários, no 
sentido de que estes possam usá-las para o fortalecimento dos seus interesses; 
e) informar à população usuária sobre a utilização de materiais de registro 
audiovisual e pesquisas a elas referentes e a forma de sistematização dos 
dados obtidos; 
f) fornecer à população usuária, quando solicitado, informações concernentes ao 
trabalho desenvolvido pelo Serviço Social e as suas conclusões, resguardado o 
sigilo profissional; 
g) contribuir para a criação de mecanismos que venham desburocratizar 
a relação com os usuários, no sentido de agilizar e melhorar os serviços 
prestados; 
h) esclarecer aos usuários, ao iniciar o trabalho, sobre os objetivos e a amplitude 
de sua atuação profissional; 
TÓPICO 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL BRASILEIRO
171
Artigo 6º - É vedado ao Assistente Social: 
a) exercer sua autoridade de maneira a limitar ou cercear o direito do usuário 
de participar e decidir livremente sobre seus interesses; 
b) aproveitar-se de situações decorrente da relação Assistente Social-usuário, 
para obter vantagens pessoais ou para terceiros; 
c) bloquear o acesso dos usuários aos serviços oferecidos pelas instituições, 
através de atitudes que venham coagir e/ou desrespeitar aqueles que buscam o 
atendimento de seus direitos. 
CAPÍTULO II – Das Relações com as Instituições Empregadoras e 
Outras
Artigo 7º - Constituem direitos do Assistente Social: 
a) dispor de condições de trabalho condignas, sejam em entidade pública ou 
privada, de forma a garantir a qualidade do exercício profissional; 
b) Ter livre acesso à população usuária; 
c) Ter acesso a informações institucionais que se relacionem aos programas 
e políticas sociais, e sejam necessárias ao pleno exercício das atribuições 
profissionais; 
d) integrar comissões interdisciplinares de ética nos locais de trabalho do 
profissional, tanto no que se refere à avaliação da conduta profissional, como 
em relação às decisões quanto às políticas institucionais. 
Artigo 8º - São deveres do Assistente Social: 
a) programar, administrar, executar e repassar os serviços sociais assegurados 
institucionalmente; 
b) denunciar falhas nos regulamentos, normas e programas da instituição em que 
trabalha, quando os mesmos estiverem ferindo os princípios e diretrizes desse 
Código, mobilizando, inclusive, o Conselho Regional, caso se faça necessário; 
c) contribuir para a alteração da correlação de forças institucionais, apoiando 
as legítimas demandas de interesse da população usuária; 
d) empenhar-se na viabilização dos direitos sociais dos usuários, através dos 
programas e políticas sociais; 
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
172
e) empregar com transparência as verbas sob a sua responsabilidade, de acordo 
com os interesses e necessidades coletivas dos usuários. 
Artigo 9º - É vedado ao Assistente Social: 
a) emprestar seu nome e registro profissional a firmas, organizações ou 
empresas para simulação do exercício efetivo do Serviço Social; 
b) usar ou permitir o tráfico de influência para obtenção de emprego, 
desrespeitando concurso ou processos seletivos; 
c) utilizar recursos institucionais (pessoal e/ou financeiro) para fins partidários, 
eleitorais e clientelistas. 
CAPÍTULO III – Das Relações com Assistentes Sociais e Outros 
Profissionais
Artigo 10 - São deveres do Assistente Social: 
a) ser solidário com outros profissionais, sem, todavia, eximir-se de denunciar 
atos que contrariem os postulados éticos contidos neste Código; 
b) repassar ao seu substituto as informações necessárias à continuidade do 
trabalho; 
c) mobilizar sua autoridade funcional, ao ocupar uma chefia, para a liberação 
de carga horária de subordinado, para fim de estudos e pesquisas que visem 
ao aprimoramento profissional, bem como de representação ou delegação 
de entidade de organização da categoria e outras, dando igual oportunidade 
a todos; 
d) incentivar, sempre que possível, a prática profissional interdisciplinar; 
e) respeitar as normas e princípios éticos das outras profissões; 
f) ao realizar crítica pública a colega e outros profissionais, fazê-lo sempre 
de maneira objetiva,construtiva e comprovável, assumindo sua inteira 
responsabilidade. 
Artigo 11 - É vedado ao Assistente Social: 
a) intervir na prestação de serviços que estejam sendo efetuados por outro 
profissional, salvo a pedido desse profissional; em caso de urgência, seguido 
da imediata comunicação ao profissional; ou quando se tratar de trabalho 
multiprofissional e a intervenção fizer parte da metodologia adotada; 
TÓPICO 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL BRASILEIRO
173
b) prevalecer-se de cargo de chefia para atos discriminatórios e de abuso de 
autoridade; 
c) ser conveniente com falhas éticas de acordo com os princípios deste Código 
e com erros técnicos praticados por Assistente Social e qualquer outro 
profissional; 
d) prejudicar deliberadamente o trabalho e a reputação de outro profissional; 
CAPÍTULO IV – Das Relações com Entidades da Categoria e demais 
Organizações da Sociedade Civil
Artigo 12 - Constituem direitos do Assistente Social: 
a) participar em sociedades científicas e em entidades representativas e de 
organização da categoria que tenham por finalidade, respectivamente, a 
produção de conhecimento, a defesa e a fiscalização do exercício profissional; 
b) apoiar e/ou participar dos movimentos sociais e organizações populares 
vinculados à luta pela consolidação e ampliação da democracia e dos direitos 
de cidadania. 
Artigo 13 - São deveres do Assistente Social: 
a) denunciar ao Conselho Regional as instituições públicas ou privadas, onde 
as condições de trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar os usuários 
ou profissionais; 
b) denunciar, no exercício da profissão, às entidades de organização da categoria, 
às autoridades e aos órgãos competentes, casos de violação da Lei e dos 
Direitos Humanos, quanto a: corrupção, maus-tratos, torturas, ausência de 
condições mínimas de sobrevivência, discriminação, preconceito, abuso de 
autoridade individual e institucional, qualquer forma de agressão ou falta de 
respeito à integridade física, social e mental do cidadão; 
c) respeitar a autonomia dos movimentos populares e das organizações das 
classes trabalhadoras. 
Artigo 14 - É vedado ao Assistente Social valer-se de posição ocupada 
na direção de entidade da categoria para obter vantagens pessoais, diretamente 
ou através de terceiros. 
CAPÍTULO V – Do Sigilo Profissional
Artigo 15 - Constitui direito do Assistente Social manter o sigilo 
profissional. 
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
174
Artigo 16 - O sigilo protegerá o usuário em tudo aquilo de que o 
Assistente Social tome conhecimento, como decorrência do exercício da 
atividade profissional. 
Parágrafo único - Em trabalho multidisciplinar só poderão ser prestadas 
informações dentro dos limites do estritamente necessário. 
Artigo 17 - É vedado ao Assistente Social revelar sigilo profissional. 
Artigo 18 - A quebra do sigilo só é admissível, quando se tratarem 
de situações cuja gravidade possa, envolvendo ou não fato delituoso, trazer 
prejuízo aos interesses do usuário, de terceiros e da coletividade. 
Parágrafo único – A revelação será feita estritamente o necessário, quer 
em relação ao assunto revelado, quer ao grau e número de pessoas que dele 
devam tomar conhecimento. 
CAPÍTULO VI – Das Relações do Assistente Social com a Justiça
Artigo 19 - São deveres do Assistente Social: 
a) apresentar à justiça, quando convocado na qualidade de perito ou 
testemunha, as conclusões do seu laudo ou depoimento, sem extrapolar o 
âmbito da competência profissional e violar os princípios éticos contidos 
neste Código. 
b) comparecer perante a autoridade competente, quando intimado a prestar 
depoimento, para declarar que está obrigado a guardar sigilo profissional 
nos termos deste Código e da Legislação em vigor. 
Artigo 20 - É vedado ao Assistente Social: 
a) depor como testemunha sobre situação sigilosa do usuário de que tenha 
conhecimento no exercício profissional, mesmo quando autorizado; 
b) aceitar nomeação como perito e/ou atuar em perícia, quando a situação não se 
caracterizar como área de sua competência ou de sua atribuição profissional, 
ou quando infringir os dispositivos legais relacionados a impedimentos ou 
suspeição. 
TÍTULO IV – DA OBSERVÂNCIA, PENALIDADES, APLICAÇÃO 
E CUMPRIMENTO DESTE CÓDIGO
Artigo 21 - São deveres do Assistente Social: 
TÓPICO 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL BRASILEIRO
175
a) cumprir e fazer cumprir este Código; 
b) denunciar ao Conselho Regional de Serviço Social, através de comunicação 
fundamentada, qualquer forma de exercício irregular da Profissão, infrações 
a princípios e diretrizes deste Código e da legislação profissional; 
c) informar, esclarecer e orientar os estudantes, na docência ou supervisão, 
quanto aos princípios e normas contidas neste Código. 
Artigo 22 - Constituem infrações disciplinares: 
a) exercer a Profissão quando impedido de fazê-lo ou facilitar, por qualquer 
meio, o seu exercício aos não inscritos ou impedidos; 
b) não cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou 
autoridade dos Conselhos, em matéria destes, depois de regularmente 
notificado; 
c) deixar de pagar, regularmente, as anuidades e contribuições devidas ao 
Conselho Regional de Serviço Social a que esteja obrigado;
 
d) participar de instituição que, tendo por objeto o Serviço Social, não esteja 
inscrita no Conselho Regional; 
e) fazer ou apresentar, declaração, documento falso ou adulterado, perante o 
Conselho Regional ou Federal. 
Das Penalidades
Artigo 23 - As infrações a este Código acarretarão penalidades, desde a 
multa a cassação do exercício profissional, na forma dos dispositivos legais e/
ou regimentais. 
Artigo 24 - As penalidades aplicáveis são as seguintes: 
a) multa; 
b) advertência reservada; 
c) advertência pública; 
d) suspensão do exercício profissional; 
e) cassação do registro profissional. 
Parágrafo único - Serão eliminados dos quadros dos CRESS, aqueles 
que fizerem falsa prova dos requisitos exigidos nos Conselhos. 
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
176
Artigo 25 - A pena de suspensão acarreta ao Assistente Social a interdição 
do exercício profissional em todo o território nacional, pelo prazo de 30 (trinta) 
dias a 2 (dois) anos. 
Parágrafo único - A suspensão por falta de pagamento de anuidades e 
taxas só cessará com a satisfação do débito, podendo ser cancelada a inscrição 
profissional, após decorridos três anos da suspensão. 
Artigo 26 - Serão considerados na aplicação das penas os antecedentes 
profissionais do infrator e as circunstâncias em que ocorreu a infração. 
Artigo 27 - Salvo nos casos de gravidade manifesta, que exigem 
aplicação de penalidades mais rigorosas, a imposição das penas obedecerá à 
gradação estabelecida pelo artigo 24. 
Artigo 28 - Para efeito da fixação da pena, serão consideradas 
especialmente graves as violações que digam respeito às seguintes disposições: 
	Artigo 3º – alínea c 
	Artigo 4º – alíneas a, b, c, g, i, j 
	Artigo 5º – alíneas b, f 
	Artigo 6º – alíneas a, b, c 
	Artigo 8º – alíneas b, e 
	Artigo 9º – alíneas a, b, c 
	Artigo 11 – alíneas b, c, d 
	Artigo 13 – alínea b 
	Artigo 14 
	Artigo 16 
	Artigo 17 
	Parágrafo único do artigo 18 
	Artigo 19 – alínea b 
	Artigo 20 – alíneas a, b 
Parágrafo único - As demais violações não previstas no caput, uma vez 
consideradas graves, autorizarão aplicação de penalidades mais severas, em 
conformidade com o artigo 26. 
Artigo 29 - Advertência reservada, ressalvada a hipótese no artigo 32, 
será confidencial, sendo que a advertência pública, a suspensão e a cassação do 
exercício profissional serão efetivadas através de publicaçãoem Diário Oficial 
e em outro órgão da imprensa, e afixado na sede do Conselho Regional onde 
estiver inserido o denunciado e na Delegacia Seccional do CRESS da jurisdição 
de seu domicílio. 
Artigo 30 - Cumpre ao Conselho Regional a execução das decisões 
proferidas nos processos disciplinares. 
TÓPICO 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL BRASILEIRO
177
Artigo 31 - Da imposição de qualquer penalidade caberá recurso com 
efeito suspensivo ao CFESS . 
Artigo 32 - A punibilidade do Assistente Social, por falta sujeita ao 
processo ético e disciplinar, prescreve em 5 (cinco) anos, contados da data da 
verificação do fato respectivo. 
Artigo 33º - Na execução da pena de advertência reservada, não sendo 
encontrado o penalizado ou se este, após duas convocações, não comparecer 
no prazo fixado para receber a penalidade, será ela tornada pública. 
§ 1º - A pena de multa, ainda que o penalizado compareça para tomar 
conhecimento da decisão, será publicada nos termos do artigo 29, deste Código, 
se não for devidamente quitada no prazo de 30 (trinta) dias, sem prejuízo da 
cobrança judicial. 
§ 2º - Em caso de cassação do exercício profissional, além dos editais e 
das comunicações feitas às autoridades competentes interessadas no assunto, 
proceder-se-á a apreensão da Carteira e Cédula de Identidade Profissional do 
infrator. 
Artigo 34 - A pena de multa variará entre o mínimo correspondente ao 
valor de uma anuidade e o máximo do seu décuplo. 
Artigo 35 - As dúvidas na observância deste código e os casos omissos 
serão resolvidos pelos Conselhos Regionais do Serviço Social ad referendum do 
Conselho Federal de Serviço Social, a quem cabe firmar jurisprudência. 
Artigo 36 - O presente Código entrará em vigor na data de sua publicação 
no Diário Oficial da União, revogando-se as disposições em contrário. 
Brasília, 13 de março de 1993.
MARLISE VINAGRE SILVA
Presidente do CFESS
FONTE: Publicada no DOU, Seção 1, de 8.6.1993, p. 7.613-7.614. Disponível em: <http: // www.
cfess.org.br >. Acesso em: 26 mar. 2009.
Publicada no DOU, Seção 1, n. 60, de 30.3.1993, p. 4.004-4.007 e alterada pela Resolução 
CFESS, n. 290, publicada no DOU, Seção 1, de 11.2.1994. Disponível em: <http:// www.cfess.org.
br >. Acesso em: 26 mar. 2009.
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
178
DICAS
Para um aprofundamento destes temas, sugiro que você leia os 
seguintes livros:
Código de Ética do/a Assistente Social. 9ª Edição Revista e 
Atualizada, 2011. - Aprovado em 13 de março de 1993 - Com as 
alterações introduzidas pelas Resoluções CFESS nº 290/94, 293/94, 
333/96 e 594/11 - podendo ser baixado do site: <http://www.cfess.
org.br/arquivos/CEP2011_ CFESS.pdf>.
179
O Código de Ética Profissional do Assistente Social está dividido nos 
seguintes capítulos:
	Introdução.
	Princípios Fundamentais.
	Título I - Disposições Gerais.
	Título II - Dos Direitos e das Responsabilidades Gerais do Assistente Social.
	Título III - Das Relações Profissionais.
	Capítulo I - Das Relações com os Usuários.
	Capítulo II - Das Relações com as Instituições Empregadoras e Outras.
	Capítulo III - Das Relações com Assistentes Sociais e Outros Profissionais.
	Capítulo IV - Das Relações com Entidades da Categoria e Demais Organizações 
da Sociedade Civil.
	Capítulo V - Do Sigilo Profissional.
	Capítulo VI - Da Observância, Penalidades, Aplicação e Cumprimento.
	Título IV - Da Observância, Penalidades, Aplicação e Cumprimento.
RESUMO DO TÓPICO 3
180
AUTOATIVIDADE
Escreva um resumo do presente Código de Ética Profissional do Assistente 
Social, apresentando somente os principais tópicos.
181
TÓPICO 4
OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, apresentaremos os diversos Conselhos de fiscalização do 
Serviço Social.
2 CFESS – CONSELHO FEDERAL DO SERVIÇO SOCIAL
O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) pode ser compreendido 
como um órgão regulador da profissão, no qual fiscaliza a práxis profissional dos 
Assistentes Sociais em todo o território nacional, devidamente regulamentado 
pela Lei nº 8662/93. 
O Conselho Federal do Serviço Social (CFESS) vem desenvolvendo suas 
atividades em prol da regulamentação e garantia dos direitos e deveres da 
profissão do Serviço Social.
A estrutura de atuação do Conselho Federal do Serviço Social é a seguinte: 
O Brasil tem hoje aproximadamente 80.000 profissionais que atuam, 
predominantemente, na formulação, planejamento e execução de políticas 
públicas como educação, saúde, previdência, assistência social, habitação, 
transporte, entre outras, movidos/as pela perspectiva de defesa e ampliação dos 
direitos da população brasileira. [...]
[...] o Conjunto CFESS/CRESS reafirma e fortalece, em sua programática, 
o debate e ações estratégicas em torno da valorização da ética, da socialização 
da riqueza e da defesa dos direitos, na perspectiva de reconhecer, analisar e se 
contrapor às formas de mercantilização de todas as dimensões da vida social. 
Nosso compromisso com o projeto ético-político profissional, expresso nos 
valores e princípios estabelecidos no Código de Ética dos/as Assistentes Sociais, nos 
mobiliza para a luta em defesa de uma cultura política com direção emancipatória 
e respeito à diversidade, além de nos sensibilizar, em nosso cotidiano profissional, 
para conhecer as reais condições de vida da população e buscar formas de intervir 
contra todos os processos de degradação da vida humana.
FONTE: Brasil (2009b, p. 1) 
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
182
As frentes de atuação do Conselho Federal do Serviço Social (CFESS) são:
	Comissão de Orientação e Fiscalização Profissional – COFI:
Enfatiza e normatiza ações de orientação e fiscalização do exercício 
profissional, na perspectiva de valorizar, defender, garantir e ampliar 
os espaços de atuação profissional, e propiciar condições adequadas 
de trabalho e qualidade de atendimento e defesa dos direitos da 
população. Acompanha e formula estratégia para desenvolvimento 
e implementação da Política Nacional de Fiscalização do Conjunto 
CFESS/CRESS, atuando como instância de orientação e apoio aos 
CRESS e Seccionais, de modo a unificar procedimentos relativos à 
fiscalização profissional. Para tanto, observa as deliberações aprovadas 
no Encontro Nacional CFESS/CRESS. (BRASIL, 2009b, p. 1).
	Comissão de Formação Profissional:
Atua na perspectiva de fortalecer a articulação entre a formação e o 
exercício profissional, estimulando a criação de mecanismos para 
qualificação profissional como requisito para valorização da profissão. 
Defende o projeto de formação profissional, referenciado nas 
diretrizes curriculares aprovadas pela ABEPSS e estabelece articulação 
com ABEPSS e ENESSO para defesa da formação profissional com 
qualidade. (BRASIL, 2009b, p. 1).
	Comissão de Ética e Direitos Humanos :
Pauta-se na análise crítica e estratégica dos direitos humanos 
como mediação para a defesa de uma cultura política com direção 
emancipatória e respeito à diversidade, com a perspectiva de conhecer 
as reais condições de vida da população e buscar formas de intervir 
na defesa de direitos e contra todos os processos de degradação da 
vida humana. Atua como instância recursal nos julgamentos éticos e 
na capacitação de agentes multiplicadores, por meio do curso Ética 
em Movimento, oferecido anualmente aos representantes de todos os 
CRESS e Seccionais. Atua também na divulgação do código de ética e 
na defesa dos princípios contidos no projeto ético-político profissional, 
articulando-se com movimentos em defesa dos direitos humanos. 
(BRASIL, 2009b, p. 1).
	Comissão de Seguridade Social:
Defende aintervenção qualificada e crítica dos assistentes como 
trabalhadores que atuam em todas as políticas sociais e em diversos 
campos sócio-ocupacionais, formulando respostas às múltiplas 
expressões da questão social que constituem objeto de trabalho 
profissional. Reafirma a postura contundente de defesa dos direitos 
e de políticas sociais públicas universais, com ênfase na concepção de 
TÓPICO 4 | OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
183
um amplo padrão de seguridade social, universal, redistributivo e de 
responsabilidade estatal e fortalecimento das políticas de trabalho e 
emprego, habitação e educação, na perspectiva de estabelecimento 
de um padrão universal de direitos e políticas públicas. Por meio da 
representação de conselheiros/as em Fóruns, Conselhos de Direitos 
e de Políticas defende a socialização da política e participação 
democrática dos assistentes sociais nos espaços de controle social 
democrático. (BRASIL, 2009b, p. 1).
	Comissão de Relações Internacionais:
Objetiva fortalecer o Serviço Social para além das fronteiras nacionais, 
e dar visibilidade ao projeto Ético-Político e à direção social da 
profissão. Articula o Serviço Social na América Latina e Caribe e se 
dedica a debater e formular parâmetros éticos comuns no âmbito dos 
países do Mercosul, por meio da participação no Comitê Mercosul de 
Trabalhadores Sociais. Veicula os princípios e valores do Projeto Ético-
Político Profissional no mundo por meio de participação na direção 
da Federação Internacional de Trabalhadores Sociais (FITS). (BRASIL, 
2009b, p. 1).
	Comissão de Comunicação:
Busca criar mecanismos para engajar o CFESS na luta pela 
democratização da comunicação no Brasil, em diálogo com outros 
movimentos sociais, entidades e demais instâncias de trabalhadores/
as organizados/as, buscando assegurar o direito humano à 
comunicação como um direito da categoria e da sociedade. Elabora 
e coordena estratégias comunicativas que viabilizem e ampliem o 
acesso à informação qualificada sobre as causas, pautas e lutas da 
categoria, tais como campanhas e veiculação de notícias em rádios, 
jornais, informativos, cartilhas, entre outros. Viabiliza edição de 
livros, divulgação de eventos e assessoria de imprensa. Tem a 
responsabilidade de colocar a voz dos assistentes sociais nos diversos 
espaços públicos democráticos disponíveis (rádio, televisão, jornais, 
revistas e entre outros). (BRASIL, 2009b, p. 1).
	Comissão Administrativo-financeira:
Acompanha as receitas devidas aos Conselhos pelas pessoas físicas 
e jurídicas, propondo a adoção de medidas administrativas, legais 
e estratégias políticas para que mantenham a sua capacidade de 
arrecadação. Por meio de um trabalho articulado com o Conselho 
Fiscal, o controle fiscal interno vem conduzindo uma política de 
qualificação gerencial e aprimoramento dos mecanismos de gestão 
e controle democráticos, com resultados significativos expressos no 
equilíbrio fiscal do CFESS. Essa ação tem como referência fundamental 
os princípios de transparência, gestão democrática, competência 
técnica, compromisso político, responsabilidade, postura ética, 
direção social da política e participação de todos os conselheiros nas 
discussões e viabilização das ações. (BRASIL, 2009b, p. 1).
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
184
3 CRESS – CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL
O Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) pode ser compreendido 
como um órgão que regula a profissão do Assistente Social, mas no âmbito 
Estadual, ou seja, regional. Sendo que o mesmo está diretamente vinculado ao 
CFESS – Conselho Federal do Serviço Social.
O CRESS possui como norte ou princípio fundamental: disciplinar, 
orientar, fiscalizar e defender a prática profissional do Assistente Social.
No Brasil, o Conselho Regional do Serviço Social foi dividido em 25 
regiões e cada região possui sua regulamentação e suas diretrizes básicas.
UNI
Os 25 Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS) e as duas Seccionais de 
Base Estadual (Acre e Amapá) são responsáveis pelo desenvolvimento das políticas elaboradas 
e aprovadas pelo Conjunto CFESS/CRESS, de forma a estreitar, cada vez mais, a interação com 
a categoria.
Maiores informações, vocês podem acessar os seguintes sites do CRESS de 
sua região de atuação. Observe o seguinte quadro:
QUADRO 6 – SITES DOS CRESS
PA
CRESS 1ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
do Pará: <http://www.cress-pa.org.br>
MA
CRESS 2ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
do Maranhão: <http://www.cressma.org.br>
CE
CRESS 3ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
do Ceará: <http://www.cress-ce.org.br>
PE
CRESS 4ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
do Pernambuco: <http://www.cresspe.org.br>
TÓPICO 4 | OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
185
BA
CRESS 5ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
da Bahia: <http://www.cress-ba.org.br>
MG
CRESS 6ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
de Minas Gerais: <http://www.cress-mg.org.br>
RJ
CRESS 7ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
do Rio de Janeiro: <http://www.cressrj.org.br>
DF
CRESS 8ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado de 
Brasília – Distrito Federal: <http://www.cressdf.org.br>
SP
CRESS 9ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
de São Paulo: <http://www.cress-sp.org.br>
RS
CRESS 10ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
do Rio Grande do Sul: <http://www.cressrs.org.br>
PR
CRESS 11ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
do Paraná: <http://www.cresspr.org.br>
SC
CRESS 12ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
de Santa Catarina: <http://www.cress-sc.org.br>
PB
CRESS 13ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
de Paraíba: <www.cress-pb.org.br>
RN
CRESS 14ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
de Rio Grande do Norte: <www.cressrn.org.br>
AM
CRESS 15ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
do Amazonas: <www.cress-am.org.br>
AL
CRESS 16ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
de Alagoas: <www.cress16.hpg.com.br>
ES
CRESS 17ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
do Espírito Santo: <www.cress-es.org.br>
SE
CRESS 18ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
de Sergipe: <www.cress-se.org.br>
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
186
GO
CRESS 19ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
de Goiás: <http://www.cressgo.org.br>
MT
CRESS 20ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
do Mato Grosso: <www.cressmt.org.br>
MS
CRESS 21ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
do Mato Grosso do Sul: <www.cress-ms.org.br/>
PI
CRESS 22ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
do Piauí: <www.cresspi.org.br/>
RO
CRESS 23ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
de Rondônia: <www.cress-ro.org.br>
CRESS 24ª Região AP
CRESS 24ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
de Amapá: <www.cressap.org.br>
AP
CRESS 25ª Região: Conselho Regional de Serviço Social do Estado 
do Tocantins: <www.cressto.org.br>
FONTE: Adaptado do site: <http://www.cfess.org.br/cfess_diretorias.php>. Acesso em: 17 fev. 
2012. 
4 OUTRAS ENTIDADES CORRELACIONADAS AO SERVIÇO 
SOCIAL
ENTIDADES DE SERVIÇO SOCIAL:
	Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS): <http://
www.abepss.org.br>.
	Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social (ENESSO): <http://www.
enesso.net>.
 Fórum Nacional de Assistência Social (FNAS):<fnas.forum@gmail.com>.
TÓPICO 4 | OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
187
LEITURA COMPLEMENTAR
HISTÓRICO DO CFESS E CRESS
ANTECEDENTES: A ORIGEM SOB CONTROLE ESTATAL
A criação e funcionamento dos Conselhos de fiscalização das profissões no 
Brasil têm origem nos anos 1950, quando o Estado regulamenta profissões e ofícios 
considerados liberais. Nesse patamar legal, os Conselhos têm caráter basicamente 
corporativo, com função controladora e burocrática. São entidades sem autonomia, 
criadas para exercerem o controle político do Estado sobre os profissionais, num 
contexto de forte regulação estatal sobre o exercício do trabalho.
O Serviço Social foi uma das primeiras profissões da área social a ter 
aprovada sua lei de regulamentação profissional, a Lei nº 3252 de 27 de agosto de 
1957, posteriormente regulamentada pelo Decreto nº 994 de 15 de maio de 19621. 
Foi esse decreto que determinou, em seu artigo 6º, que a disciplina e fiscalização 
do exercício profissional caberiam ao Conselho Federal de Assistentes Sociais 
(CFAS) e aos Conselhos Regionais de Assistentes Sociais (CRAS).
Esse instrumento legal marca, assim, a criação do então CFAS e dos CRAS, 
hoje denominados CFESS e CRESS2. Para efeito da constituição e da jurisdição 
dos CRESS, o território nacional foi dividido inicialmente em 10 Regiões, 
agregando em cada uma delas mais de um estado e/ ou território (exceto São 
Paulo), que progressivamente se desmembraram e chegaram em 2008 a 25 CRESS 
e 2 Seccionais de base estadual.
Os Conselhos profissionais nos seus primórdios se constituíram como 
entidades autoritárias, que não primavam pela aproximação com os profissionais 
da categoria respectiva, nem tampouco se constituíam num espaço coletivo de 
interlocução. A fiscalização se restringia à exigência da inscrição do profissional 
e pagamento do tributo devido. Tais características também marcaram a origem 
dos Conselhos no âmbito do Serviço Social.
O Processo de renovação do CFESS e de seus instrumentos normativos: O Código 
de Ética, a Lei de Regulamentação Profissional e a Política Nacional de Fiscalização. 
A concepção conservadora que caracterizou a entidade nas primeiras décadas de sua 
existência era também o reflexo da perspectiva vigente na profissão, que se orientava 
por pressupostos acríticos e despolitizados face às relações econômico-sociais. A 
concepção conservadora da profissão também estava presente nos Códigos de Ética 
de 1965 e 1975: “Os pressupostos neotomistas e positivistas fundamentam os Códigos 
de Ética Profissional, no Brasil, de 1948 a 1975” (Barroco, 2001, p. 95)3.
O Serviço Social, contudo, já vivia o movimento de reconceituação e um 
novo posicionamento da categoria e das entidades do Serviço Social é assumido 
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
188
a partir do III CBAS (Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais), realizado em 
São Paulo em 1979, conhecido no meio profissional como o Congresso da Virada, 
“pelo seu caráter contestador e de expressão do desejo de transformação da práxis 
político-profissional do Serviço Social na sociedade brasileira” (CFESS, 1996). 
Embora o tema central do Congresso ressaltasse uma temática da grande relevância 
– Serviço Social e Política Social – o seu conteúdo e forma não expressavam nenhum 
posicionamento crítico quanto aos desafios da conjuntura do país. 4
Sintonizada com as lutas pela redemocratização da sociedade, parcela 
da categoria profissional, vinculada ao movimento sindical e às forças mais 
progressistas, se organiza e disputa a direção dos Conselhos Federal e Regionais, 
com a perspectiva de adensar e fortalecer esse novo projeto profissional. Desde 
então, as gestões que assumiram o Conselho Federal de Serviço Social imprimiram 
nova direção política às entidades, por meio de ações comprometidas com a 
democratização das relações entre o Conselho Federal e os Regionais, bem como 
articulação política com os movimentos sociais e com as demais entidades da 
categoria, e destas com os profissionais.
A partir de 1983, na esteira desse novo posicionamento da categoria 
profissional, teve início um amplo processo de debates conduzido pelo CFESS 
visando à alteração do Código de Ética vigente desde 1975. Desse processo, 
resultou a aprovação do Código de Ética Profissional de 1986, que superou 
a “perspectiva a-histórica e acrítica onde os valores são tidos como universais 
e acima dos interesses de classe” (CFESS, 1986). Essa formulação nega a base 
filosófica tradicional conservadora, que norteava a “ética da neutralidade” e 
reconhece um novo papel profissional competente teórica, técnica e politicamente.
Em que pese esse significativo avanço, já em 1991, o Conjunto CFESS/
CRESS apontava para a necessidade de revisão desse instrumento para dotá-lo 
de “maior eficácia na operacionalização dos princípios defendidos pela profissão 
hoje” (CFESS, 1996). Essa revisão considerou e incorporou os pressupostos 
históricos, teóricos e políticos da formulação de 1986, e avançou na reformulação do 
Código de Ética Profissional, concluída em 1993. Mais uma vez, sob coordenação 
do CFESS, o debate foi aberto com os CRESS e demais entidades da categoria em 
vários eventos ocorridos entre 1991/1993: Seminários Nacionais de Ética, ENESS, 
VII CBAS e Encontros Nacionais CFESS/CRESS.
A necessidade de revisão da Lei de Regulamentação vigente desde 1957 já 
se fazia notar, ainda que de forma incipiente, desde 1966, quando da realização do 
I Encontro Nacional CFESS/CRESS, que colocara em pauta a discussão acerca da 
normatização do exercício profissional, constatando-se, na ocasião, a fragilidade 
da legislação em vigor em relação às atribuições profissionais.
Porém, somente em 1971 se discute o primeiro anteprojeto de uma nova 
lei no IV Encontro Nacional CFESS/CRESS e apenas em 1986 o deputado Airton 
Soares encaminha o PL 7669, arquivado sem aprovação, devido à instalação 
da Assembleia Nacional Constituinte. O tema volta ao debata nos Encontros 
TÓPICO 4 | OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
189
Nacionais, onde se elabora a versão final do PL, apresentado desta vez, pelas 
deputadas Benedita da Silva e Maria de Lourdes Abadia. O processo legislativo 
foi longo em face da apresentação de um substitutivo o que retardou a aprovação 
final. O Conjunto CFESS/ CRESS, no entanto, não se deixou abater tendo 
acompanhado e discutido o substitutivo nos seus fóruns até a aprovação da Lei 
nº 8.662 em 7 de junho de 1993.
A nova legislação assegurou à fiscalização profissional possibilidades 
mais concretas de intervenção, pois define com maior precisão as competências 
e atribuições privativas do Assistente Social. Inova também ao reconhecer 
formalmente os Encontros Nacionais CFESS/CRESS como o fórum máximo de 
deliberação da profissão.
Além desses importantes instrumentos normativos, há que se ressaltar 
a existência de outros que dão suporte às ações do Conjunto para a efetivação 
da fiscalização do exercício profissional. Portanto, podemos afirmar que todos 
os instrumentos normativos se articulam e mantêm coerência entre si: a Lei de 
Regulamentação, o Código de Ética, o Estatuto do Conjunto, os Regimentos Internos, 
o Código Processual de Ética, o Código Eleitoral, dentre outros, além das resoluções 
do CFESS que disciplinam variados aspectos. Dentre as resoluções destacam-se: a) 
Resolução nº 489/2006 que veda condutas discriminatórias ou preconceituosas, por 
orientação e expressão sexual por pessoas do mesmo sexo, reafirmando importante 
princípio ético contido na formulação de 1993; b) Resolução nº 493/2006 que 
dispõe sobre as condições éticas e técnicas do exercício profissional, que possibilita 
aos profissionais e aos serviços de fiscalização a exigência do cumprimento das 
condições institucionais que possibilite o desempenhoda profissão junto aos 
usuários de forma ética e tecnicamente qualificada. 
Esse conjunto de instrumentos legais constitui a base estruturante da 
fiscalização do exercício profissional. Daí a importância de sua atualização para 
sustentar a Política Nacional de Fiscalização conectada com o novo projeto 
profissional, sintonizado com os anseios democráticos dos profissionais e seus 
usuários. A partir dessa ótica, o Conjunto redimensiona a concepção de fiscalização, 
compreendendo a sua centralidade como eixo articulador das dimensões política, 
formativa e normativa. A fiscalização passa a ter o caráter de instrumento de luta 
capaz de politizar, organizar e mobilizar a categoria na defesa do seu espaço de 
atuação profissional e defesa dos direitos sociais.
As primeiras experiências de fiscalização, embora com diferenciações entre 
os diversos CRESS, remontam a meados dos anos 1980. Inicialmente, os CRESS 
se preocuparam com sua organização administrativo-financeira, entendida como 
suporte fundamental às ações da fiscalização; avançaram para a identificação das 
demandas da categoria, conhecimento da realidade institucional, discutindo-se 
condições de trabalho, autonomia, defesa de espaço profissional, atribuições e 
capacitação, assim como a necessária articulação política do Conjunto com outros 
sujeitos coletivos. Nesse momento, metade dos CRESS então existentes, criou 
suas Comissões de Fiscalização, inicialmente formadas por conselheiros, sendo 
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
190
posteriormente ampliadas com a contratação de agentes fiscais. Mas, dificuldades 
se evidenciavam nos limites dos instrumentos legais (as primeiras ações de 
fiscalização tiveram lugar sob a vigência da Lei nº 3.252/57) e também financeiros.
Como forma de superação desses limites, o Conjunto apostava 
na construção coletiva, fazendo emergir novos espaços para discussão e 
aprimoramento das experiências entre os CRESS, a exemplo dos Encontros 
Nacionais de Fiscalização, que se sucederam a partir do primeiro deles realizado 
em Aracaju (1988). Encontros Regionais também se organizaram visando a 
preparação para o Encontro Nacional. No 1º. Encontro Regional do Nordeste, 
em Fortaleza (1991) já se destacava a necessidade da construção de uma Política 
Nacional de Fiscalização (PNF). Com base nessa experiência, houve, a partir da 
gestão 1996-1999, a instituição dos Encontros Regionais Descentralizados, que 
ampliando sua pauta, incluíram a discussão de outras temáticas para além da 
fiscalização: ética, seguridade social, administrativo-financeira, comunicação, 
formação e relações internacionais.
A Comissão Nacional de Fiscalização e Ética do CFESS (COFISET) assume 
então a responsabilidade de elaborar as diretrizes e estratégias para uma Política 
Nacional de Fiscalização do Exercício Profissional do Assistente Social, incorporando 
as principais demandas e discussões dos Encontros Regionais, que foram aprovadas 
no 25º. CFESS/CRESS, em Fortaleza, em 1996. Nos Encontros Nacionais dos anos 
seguintes (1997/1998) a discussão da PNF foi aprofundada, bem como outras 
normativas do Conjunto que se relacionavam com a fiscalização do exercício 
profissional. Esse processo culminou com a aprovação da Resolução CFESS 382 
de 21/02/1999, que dispôs sobre as normas gerais para o exercício profissional e 
instituiu a Política Nacional de Fiscalização, sistematizada a partir dos seguintes 
eixos: potencialização da ação fiscalizadora para valorizar e publicizar a profissão; 
capacitação técnica e política dos agentes fiscais e COFIs para o exercício da fiscalização; 
articulação com as unidades de ensino e representações locais da ABEPSS e ENESSO; 
inserção do Conjunto CFESS / CRESS nas lutas referentes às políticas públicas. Tais 
eixos se articulam em torno de três dimensões, a saber: afirmativa de princípios e 
compromissos conquistados; político-pedagógica; normativa-disciplinadora.5
A partir de então, a PNF vem sendo um instrumento fundamental para 
impulsionar e organizar estratégias políticas e jurídicas conjuntas e unificadas para 
a efetivação da fiscalização profissional em todo o território nacional, levando-se 
em consideração, no entanto, as particularidades e necessidades regionais.
Os espaços de discussões do Conjunto relativos à Política de Fiscalização 
têm sido ampliados, a exemplo dos Seminários Nacionais de Capacitação 
das COFIs que acontecem a cada 2 anos (realizados a partir de 2002), além da 
continuidade dos Seminários Regionais de Fiscalização que ocorrem juntamente 
com os Encontros Descentralizados, preparatórios para o Encontro Nacional. 
Outro espaço previsto é a Plenária Ampliada, para aprofundamento de alguma 
temática, e ainda o Projeto Ética em Movimento, espaço privilegiado para a 
ampliação do debate e reflexão ética. 
TÓPICO 4 | OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
191
A atualização da PNF ocorrida em 2007 visou incorporar os aperfeiçoamentos 
necessários decorridos 10 anos da sua aprovação. O processo envolveu as Comissões 
de Fiscalização e culminou com a aprovação da Resolução CFESS 512 de 29/09/2007 
que reformulou as normas gerais para o exercício da fiscalização profissional e 
atualizou a Política Nacional de Fiscalização, após intensas e profícuas discussões 
nos espaços deliberativos do Conjunto. Essa revisão manteve os pressupostos 
anteriormente definidos, conservando os eixos e dimensões estruturantes e 
avançou, por exemplo, na elaboração de um Plano Nacional de Fiscalização que se 
apresenta como um instrumento político e de gestão. 
NOTAS
1Esta data ficou instituída como o Dia do Assistente Social e passou a 
ser comemorada anualmente pela categoria profissional com a organização de 
eventos pelas suas entidades representativas.
2 Com a aprovação da lei nº 8.662/93, que revogou a nº 3.252/57, as 
designações passaram a ser Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e 
Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS). No decorrer do texto utilizaremos 
as novas designações. 
3O primeiro Código de Ética Profissional do Assistente Social foi elaborado 
pela ABAS – Associação Brasileira de Assistentes Sociais, em 1948. A partir da 
criação do CFAS, em 1962, um novo Código é aprovado em 1965, passando a ter 
um caráter legal, assim como as reformulações posteriores em 1975, 1986 e 1993. 
4Resgate desse processo pode ser encontrado em ABRAMIDES, M. B. C. 
& CABRAL, M. S.R. O novo sindicalismo e o serviço social. São Paulo, Cortez, 
1995 e CFESS. “Serviço Social a caminho do século XXI: o protagonismo ético-
político do Conjunto CFESS-CRESS”. In: Serviço Social e Sociedade (50). São 
Paulo, Cortez, 1996,
5Para maior aprofundamento desse processo, consultar Relatório de 
Deliberações do 26º. Encontro Nacional CFESS/CRESS (1997) e seus anexos. 
REFERÊNCIAS
 
BARROCO, M. L. S. Ética e Serviço Social: fundamentos ontológicos. São Paulo, 
Cortez, 2001.
BRASIL. Lei nº 8.662/93 de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de 
Assistente Social e dá outras providências.
CFESS. Código de Ética Profissional do Assistente Social. 1986.
_______ Código de Ética Profissional do Assistente Social. 1993.
UNIDADE 3 | O CÓDIGO DE ÉTICA DOS ASSISTENTES SOCIAIS BRASILEIROS E OS CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
192
_______ “Serviço Social a caminho do século XXI: o protagonismo ético-político 
do Conjunto CFESS-CRESS”. In: Serviço Social e Sociedade (50). São Paulo, 
Cortez, 1996.
_______ Relatório de Deliberações do 26º. Encontro Nacional CFESS/ CRESS. 
1997.
_______ Resolução nº 382/99 de 21/02/1999. Dispõe sobre normas gerais para o 
exercício da Fiscalização Profissional e institui a Política Nacional de Fiscalização.
_______ Resolução nº 512/07 de 29/09/2007. Reformula as normas gerais para o 
exercício da fiscalização profissional e atualiza a PolíticaNacional de Fiscalização.
_______ Instrumentos para a fiscalização do exercício profissional do Assistente 
Social. Brasília, 2007.
FONTE: BRASIL. Conselho Federal do Serviço Social – CFESS. Brasília: CFESS, 2009b. Disponível 
em: <http://www.cfess.org.br>. Acesso em: 16 mar. 2009.
193
Neste tópico apresentamos os diversos Conselhos de fiscalização do 
Serviço Social.
	O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) é um órgão regulador da 
profissão, que fiscaliza a práxis profissional dos Assistentes Sociais em todo o 
território nacional, devidamente regulamentado pela Lei nº 8.662/93. 
	O Conselho Federal do Serviço Social (CFESS) vem desenvolvendo suas 
atividades em prol da regulamentação e garantia dos direitos e deveres da 
profissão do Serviço Social.
	O Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) é um órgão que regula a 
profissão do Assistente Social, mas no âmbito Estadual, ou seja, regional. 
	O CRESS está diretamente vinculado ao CFESS – Conselho Federal do Serviço 
Social.
	O CRESS possui como norte ou princípio fundamental: disciplinar, orientar, 
fiscalizar e defender a prática profissional do Assistente Social.
	No Brasil, o Conselho Regional do Serviço Social foi dividido em 24 regiões, no 
qual cada região possui sua regulamentação e diretrizes básicas.
RESUMO DO TÓPICO 4
194
AUTOATIVIDADE
Acesse os sites do CFESS e do CRESS de sua região e pesquise mais 
sobre a profissão do Assistente Social.
195
REFERÊNCIAS
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introdução à filosofia. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2003.
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ed. São Paulo: Cortez, 2008a.
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