Buscar

Transtornos Neurocognitivos e Demências

Prévia do material em texto

NEUROLOGIA 
 
DEMÊNCIAS 
Transtorno neurocognitivo maior. 
É uma síndrome clínica, que cursa com 
deterioração dos domínicos cognitivos, 
alterações de comportamento e prejuízo 
funcional. 
 
Os domínicos cognitivos devem apresentar 
declínio importante em comparação ao nivel 
funcional previo do indivíduo e ser graves o 
suficiente para interferir nas funções diárias e na 
independência do paciente. 
Critérios para diagnóstico de demência, segundo 
DSM-4, e transtorno neurocognitivo maior, 
conforme DSM-5. 
 
Critérios 
1. Definições de acordo com o DSM-5: 
a) Prejuízo em 1 ou mais das seguintes áreas: 
- Atenção 
- Funcionamento executivo 
- Linguagem 
- Aprendizado e memória 
- Percepção motora 
- Cognição social 
b) Interfere no funcionamento social e 
ocupacional 
c) Os sintomas cognitivos devem interferir 
significativamente no trabalho, nas atividades 
sociais e nos relacionamentos 
d) Deve haver um declínio significativo em 
relação ao nível funcional prévio 
e) Essas alterações não devem ocorrer, 
exclusivamente, durante o curso de delirium 
f) Devem-se afastar causas psiquiátricas como 
causa primária 
g) Devem-se afastar causas sistêmicas ou outra 
doença cerebral que justifique o quadro. 
 
OBS: ÁREA CEREBRAL RESPONSÁVEL PELA 
MEMÓRIA (SÍTIO PRIMÁRIO): HIPOCAMPO. 
 
INVESTIGAÇÃO 
PRIMEIRO PASSO: excluir outras causas. 
 Hemograma 
excluir quadros infecciosos agudos – podem 
ocasionar DELIRIUM. 
 Ureia e creatinina 
alterações agudas da função renal podem 
causar alterações do SNC.(uremia). 
 TSH e T4 livre 
crise tireotóxica pode acometer função 
cognitiva; hipotireoidismo pode cursar com 
clínica que se assemelha a um quadro 
demencial. 
 Vitamina B12 
 Enzimas hepáticas 
Amônia é uma substancia irritativa – 
encefalopatia hepática 
 Sorologia para sífilis e HIV 
 
Fatores de Risco 
- Paciente > 75 anos. 
Fatores Prováveis Não Modificáveis 
- História prévia 
- Síndrome de Down 
Fatores Prováveis Modificáveis 
- Eventos Vasculares: 
- Hipertensão 
- Diabetes 
- Obesidade 
- Tabagismo 
- Sedentarismo 
 
CLASSIFICAÇÃO 
Demências Corticais: 
O paciente apresenta déficit de memória e alterações 
de linguagem, comprometimento das funções 
executivas ou agnosia. São exemplos DA e demência 
frontotemporal. 
 
Demências subcorticais: 
NEUROLOGIA 
 
Geralmente, o paciente apresenta lentidão 
intelectual, distúrbio de atenção e motivação. A 
linguagem é, em grande parte, preservada. Doença 
de Parkinson, demência vascular subcortical, 
demência por HIV, entre outras, são alguns exemplos. 
 
Classificação segundo etiologia: 
 
OBS: a demência de Lewy é a causa mais prevalente 
de demência de causa degenerativa após a DA. A 
demência frontotemporal é geralmente considerada 
a segunda causa mais comum de demência 
neurodegenerativa de início precoce (antes dos 65 
anos), perdendo apenas para a DA, mas sendo menos 
prevalente do que a demência vascular e a demência 
por corpúsculos de Lewy quando consideradas todas 
as idades. 
 
MINI EXAME MENTAL 
 
 
 
 
 
DEMÊNCIA VASCULAR 
2º causa de demência no idoso. 
Epidemiologia: 
- Sexo masculino 
- Raça negra 
- Baixa escolaridade 
Fatores Associados: 
- HAS 
- DM 
- Tabagismo 
- Alcoolismo 
- Aterosclerose 
- Dislipidemia 
- Obesidade 
Fisiopatogenia: alterações microvasculares 
progressivas – degeneração progressiva inflamatória 
– prejuízo cognitivo. 
Etiologia: 
- Embolia cerebral 
NEUROLOGIA 
 
- Lesão única em territórios estratégicos 
- Síndromes lacunares 
- Alterações crônicas das artérias 
- Lesões extensas da substância branca 
(Binswanger/leucaraiose) 
- Angiopatia Amiloide. 
 
DIAGNÓSTICO 
- Evidências de lesão cerebrovascular (EXAME DE 
IMAGEM) 
 
- Prejuízos sociais e ocupacionais significativos 
- Prejuizos na memoria 
- Afasia (dificuldade na fala) 
- Apraxia (dificuldade em planejar - marcha) 
- Agnosia (alteração de reconhecimento – tato) 
 
OBS: sintomas não podem ocorrer exclusivamente 
durante DELIRIUM – exames complementares de 
neuroimagem, emprego de escalas específicas 
(Hachinski e Rose). 
 
DOENÇA DE ALZHEIMER 
Afecção neurodegenerativa progressiva e irreversível 
de aparecimento insidioso. 
É considerada a forma mais comum de demência 
entre os idosos, em torno de 60-80% dos casos. 
Fisiopatogenia: 
Atrofia cortical difusa, placas senis e novelos 
neurofibrilares, degenerações granulovacuolares e 
perda neuronal; acúmulo da proteína amiloide nas 
placas senis e da microtubilina Tau nos novelos 
neurofibrilares acarretando em prejuízo na 
transmissão sináptica. 
Principal área acometida: hipocampo. 
 
Neurotransmissor deficiente: acetilcolina. 
Local: prosencéfalo basal e lobos temporais. 
- A redução volumétrica do hipocampo, córtex 
entorrinal e cíngulo posterior é sinal precoce da DA. 
 
OBS: os primeiros/principais locais do acometimento 
e atrofia são nas áreas da memória e linguagem. 
 
Progressão da Doença 
FASES 
 Pré-clínica 
Assintomática. 
 Comprometimento Cognitivo Leve 
O ideal é o que tratamento do paciente seja 
iniciado nesta fase. 
Biomarcadores – LCR. 
 Demência 
Doença instalada. 
Diagnóstico clinico; tratamento pouco eficaz. 
 
Nos estágios iniciais, geralmente 
encontramos perda de memória episódica e 
dificuldades na aquisição de novas 
habilidades, evoluindo gradualmente com 
prejuízos em outras funções cognitivas, tais 
como julgamento, cálculo, raciocínio abstrato 
e habilidades visuo-espaciais. 
Nos estágios intermediários, pode ocorrer 
afasia fluente, apresentando-se como 
dificuldade para nomear objetos ou para 
escolher a palavra adequada para expressar 
uma idéia, e também apraxia. 
Nos estágios terminais, encontram-se 
marcantes alterações do ciclo sono–vigília; 
alterações comportamentais, como 
irritabilidade e agressividade; sintomas 
psicóticos; incapacidade de deambular, falar 
e realizar cuidados pessoais. 
 
DIAGNÓSTICO 
 CLÍNICO! 
 RNM 
Diminuição do volume do hipocampo. 
 
 LCR 
Proteína TAU diminuída 
Peptideo amiloide AP4 aumentado. 
 
TRATAMENTO 
Objetivo: estabilização do comprometimento 
cognitivo, do comportamento e da realização 
das atividades de vida diária. 
 
 Leve a Moderada: 
- Inibidores da colinesterase: rivastigmina, 
galantamina, donepezila. 
 
 Moderada a Grave: 
- Antagonista Não Competitivo do Receptor NMDA. 
Os ISRSs: drogas de 1º escolha no tratamento dos 
sintomas psicológicos e comportamentais da 
NEUROLOGIA 
 
demência. 
 
DEMÊNCIA COM CORPUSCULOS DE 
LEWY 
Doença progressiva, porém de “curto prazo”: pelo 
menos 6 meses de duração (quando comparada 
com as demais demências); períodos de confusão, 
alucinações e quedas frequentes (hipotensão 
postural, desequilíbrio). 
OBS: nesse tipo de demência, são comuns as 
alucinações com animais; os períodos de confusão 
são flutuantes. 
Anatomopatológico: corpúsculos de Lewy. 
 
Quadro Clínico 
- Confusão mental (flutuantes) 
- Alucinações 
- Relatos de quedas de própria altura 
Pode apresentar sintomas semelhantes aos da 
doença de Parkinson. 
- Parkinsonismo: rigidez e bradicinesia 
- Sensibilidade aos neurolépticos (paciente 
responde mal – não é tolerada, piora os sintomas) 
- Progressão rápida. 
 
DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL POR 
DOENÇA DE PICK 
Alterações da personalidade: não respeita as regras 
sociais, é antipática e arrogante; mudança 
comportamental. 
Estágio Inicial: 
Falta de iniciativa e falhas de memória recente. 
 
DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL 
Representa 15% das demências. 
Epidemiologia 
- Início < 65 anos 
- História familiar marcante 
- Predominância dos aspectos psicológicos – 
COMPORTAMENTAL. 
 
Quadro Clínico 
- Paralisia bulbar 
- Acinesia; 
- Fraqueza muscular 
- Fasciculações 
Fases iniciais e intermediárias: memória, 
habilidades visuoespaciais e matemáticas são 
poupadas. 
- Funções executivas(planejamento) podem estar 
acometidas já no início. 
 
DOENÇA DE CREUTZFELDT-JAKOB 
Mudança na conformação da proteína priônica. 
Etiologia: 
- Espontânea 
- Mutação no gene (ingesta/inoculação de príon 
anômala). 
OBS: ingesta por carne – doença da vaca louca. 
 
Quadro Clínico 
- Demência rapidamente progressivamente; 
- Confusão mental 
- Visão alterada 
- Tremores (mioclonia) 
- Distúrbios da marcha 
- Rigidez postural 
 
DIAGNÓSTICO 
 RNM 
(Aspecto enpongiloforme). 
 EEG 
 LCR com pesquisa de proteína 1-3-3 
 
COMPLEXO DEMÊNCIA HIV 
Acometimento primário do vírus HIV no SNC. 
 
COMPLEXO DEMÊNCIA-
PARKINSON 
Pacientes com diagnóstico de Doença de 
Parkinson podem apresentar um quadro de 
demência com a progressão da doença 
devido à depleção das vias colinérgicas, 
dopaminérgicas e noradrenérgicas resultando 
em deficiência também da acetilcolina. 
OBS: processo tardio. 
 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS 
 Transtorno Cognitivo Leve 
 Distúrbio do Afeto 
 Delirium 
 Korsakoff 
 Status Parcial do Complexo 
 Álcool e Drogas 
 Medicações

Continue navegando